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Uma revista trimestral que aproxima os trabalhadores da área de desenvolvimento de várias partes do mundo

Passo a Passo
A quarterly
newsletter linking
development
workers around th
world

No.60 NOVEMBRO 2004 HABILIDADES EM FACILITAÇÃO

Facilitação eficaz LEIA NESTA EDIÇÃO


• Opções de facilitação comunitária
• Cartas
Sophie Clarke
• Recursos em línguas locais
• Energizadores úteis

Facilitação é o processo de se conduzir um grupo na aprendizagem ou na • Uma entrevista com


Mulugeta Dejenu
mudança, de uma forma que incentive todos os membros a participarem.
Esta abordagem parte do pressuposto que cada pessoa possui algo único e • Dramatização de papéis
valioso para compartilhar. Sem a contribuição e o conhecimento de cada • PILARES no Brasil
pessoa, a capacidade do grupo de compreender ou responder a uma situação • Estudo bíblico – Servos do Rei
pode diminuir. O papel do facilitador é extrair o conhecimento e as idéias • Recursos
dos diferentes membros de um grupo e procurar incentivá-los a aprenderem • A experiência da CRUDAN no
uns com os outros, a pensarem e a agirem juntos. treinamento em facilitação

Facilitação é a arte, O papel do facilitador


O facilitador é uma pessoa que:
■ apóia o grupo, dando aos participantes
confiança para compartilharem e
não de colocar ■ reconhece os pontos fortes e as experimentarem novas idéias

idéias nas cabeças habilidades dos membros individuais


do grupo e ajuda-os a se sentirem à
■ valoriza a diversidade e leva em
consideração as diferentes necessidades
das pessoas, mas vontade para compartilharem as suas
esperanças, preocupações e idéias
e interesses dos membros do grupo.
Estas diferenças podem ser por causa
sim de extraí-las

NOTA AOS LEITORES


A Passo a Passo é lida na África, Europa e América do Sul. A
língua portuguesa muda de um continente para o outro.
Foto: Isabel Carter, Tearfund

Alguns artigos podem estar escritos em um estilo diferente do


português que você fala. Esperamos que isto não venha a
mudar a sua apreciação pela Passo a Passo.
NB Escrevemos “AIDS/SIDA”, porque alguns de nossos
leitores conhecem a doença como “AIDS”, enquanto outros a
chamam de “SIDA”.
DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

do sexo, da idade, da profissão, da


instrução e do status econômico e social. Habilidades em facilitação
Passo a Passo ■ lidera dando o exemplo através de
Algumas das habilidades de que um bom
atitudes, da abordagem e de ações.
ISSN 1353 9868
facilitador precisa são:
A Passo a Passo é uma publicação trimestral que ■ escutar os outros
procura aproximar pessoas em todo o mundo
A facilitação e o ensino
■ comunicar-se claramente
envolvidas na área de saúde e desenvolvimento. A tradicional
Tearfund, responsável pela publicação da Passo a ■ verificar se todos estão
Passo, espera que esta revista estimule novas O ensino tradicional consiste em
idéias e traga entusiasmo a estas pessoas. A revista compartilhar informações numa só compreendendo, fazendo um resumo e
é uma maneira de encorajar os cristãos de todas as direção: do professor para o aluno. A organizando idéias diferentes juntos
nações em seu trabalho conjunto na busca da
melhoria de nossas comunidades.
facilitação consiste em compartilhar as ■ pensar e agir com criatividade
A Passo a Passo é gratuita para aqueles que informações em várias direções: entre o ■ lidar com os sentimentos das pessoas
promovem saúde e desenvolvimento. É publicada facilitador e o grupo e entre os membros
em inglês, francês, português e espanhol. do grupo. O educador brasileiro, Paulo ■ incentivar o humor e o respeito
Donativos são bem-vindos.
Freire, acreditava que o ensino devia ser ■ estar bem preparado ao mesmo tempo
Os leitores são convidados a contribuir com suas
opiniões, artigos, cartas e fotografias.
libertador. Ao invés de dar as respostas aos em que permanece flexível
Editora: Isabel Carter alunos, o ensino deve visar uma maior ■ manter-se dentro do horário sem se
PO Box 200, Bridgnorth, Shropshire, conscientização, para que eles sejam deixar controlar por ele.
WV16 4WQ, Reino Unido capazes de identificar os problemas e suas
Tel: +44 1746 768750 Fax: +44 1746 764594 causas e encontrar soluções para eles. O
E-mail: footsteps@tearfund.org
www.tilz.info
papel do facilitador é ajudar o grupo ao
Subeditora: Rachel Blackman
longo deste processo, fazendo perguntas
que incentivem novas formas de pensar terá de usar uma variedade de técnicas para
Editora – Línguas estrangeiras: Sheila Melot
sobre a situação e de analisá-la. Deve haver incentivar os membros do grupo a
Administradoras: Judy Mondon, Sarah Carter
um equilíbrio entre oferecer idéias para participarem de discussões ou atividades e
Comitê Editorial: Ann Ashworth, Simon Batchelor,
Mike Carter, Paul Dean, Richard Franceys, Martin guiar o grupo e escutar e questionar ajudá-los a aplicar o que aprenderam nas
Jennings, Ted Lankester, Simon Larkin, Sandra pacientemente. suas vidas. Entre estas técnicas, estão:
Michie, Nigel Poole, Alan Robinson, José Smith,
Ian Wallace A relação entre o facilitador e um grupo ■ pedir ao grupo para apresentar e
Ilustração: Rod Mill de adultos é diferente da relação entre o compartilhar informações, usando
Design: Wingfinger Graphics professor e uma classe. Por exemplo, o desenhos, diagramas ou materiais
Impresso por Aldridge Print Group usando-se
professor normalmente apresenta idéias na visuais, especialmente quando alguns
recursos sustentáveis ou renováveis e processos
frente da classe, enquanto que o facilitador membros do grupo possuem pouca
que não prejudicam o meio ambiente.
Tradução: M Allan, L Bustamante, A Coz, senta-se com o grupo e incentiva a instrução ou alfabetização
Dr J Cruz, S Dale-Pimentil, L Gray, R Head, discussão em grupo. O facilitador envolve ■ dividir o grupo em grupos menores, para
M Machado, O Martin, C Murray, L Weiss o grupo em atividades que ajudem os incentivar os membros tímidos a
Relação de endereços: Escreva, dando uma breve
informação sobre o trabalho que você faz e
adultos com pouca instrução, alfabetização participarem
informando o idioma preferido para: Footsteps ou confiança a participarem de forma total. ■ usar discussões e atividades em grupo,
Mailing List, 47 Windsor Road, Bristol, BS6 5BW, que permitam aos alunos envolverem-se
Reino Unido. E-mail: sheila.melot@tearfund.org O professor possui uma relação formal
com seus alunos, na qual ele está numa ativamente no processo de
Mudança de endereço: Ao informar uma mudança
de endereço, favor fornecer o número de referência posição de autoridade. O facilitador está aprendizagem
mencionado na etiqueta. numa posição de igualdade e, muitas ■ pedir ao grupo que entre em acordo
Artigos e ilustrações da Passo a Passo podem ser
vezes, é alguém de dentro da comunidade, quanto a algumas regras para a
adaptados para uso como material de treinamento
que venha a promover saúde e desenvolvimento, sem um papel de liderança formal, que participação, para que cada pessoa se
desde que os materiais sejam distribuídos deseja trabalhar com os outros, para fazer sinta livre para compartilhar as suas
gratuitamente e que os que usarem estes materiais mudanças positivas em sua comunidade. idéias. Estas regras poderiam ser: não
adaptados saibam que eles são provenientes da
Passo a Passo, Tearfund. Deve-se obter permissão
A relação do facilitador com os membros interromper, respeitar os pontos de vista
para reproduzir materiais da Passo a Passo. do grupo baseia-se na confiança, no diferentes e decidir um número máximo
As opiniões e os pontos de vista expressos nas respeito e no desejo de servir. de argumentos que uma pessoa pode
cartas e artigos não refletem necessariamente o tentar provar numa discussão. Se o
ponto de vista da Editora ou da Tearfund. As
Em que consiste um bom grupo entrar em acordo quanto a estas
informações técnicas fornecidas na Passo a Passo
regras, eles terão compartilhado a
são verificadas minuciosamente, mas não podemos facilitador?
aceitar responsabilidade no caso de ocorrerem propriedade e a responsabilidade, a fim
problemas. Um bom facilitador possui certas de assegurarem que sejam seguidas
A Tearfund é uma organização cristã evangélica que características pessoais que incentivam os
se dedica ao trabalho de desenvolvimento e ■ dar tarefas específicas para as pessoas
membros do grupo a participarem, entre
assistência através de grupos associados, a fim de dominantes, a fim de proporcionar
levar ajuda e esperança às comunidades em
elas, a humildade, a generosidade e a
espaço para que os outros participem,
dificuldades no mundo. Tearfund, 100 Church paciência, combinadas com a
mantendo, ao mesmo tempo, todos
Road, Teddington, Middlesex, TW11 8QE, Reino compreensão, a aceitação e o incentivo.
Unido. Tel: +44 20 8977 9144 ativamente envolvidos
Estes são dons que todos nós deveríamos
Publicado pela Tearfund, uma companhia limitada, desenvolver. ■ lidar com o conflito de forma sensível e
registrada na Inglaterra sob o No.994339. apropriada, de maneira que as diferenças
Organização sem fins lucrativos sob o No.265464. Um bom facilitador também precisa de sejam valorizadas e respeitadas.
várias habilidades (veja a tabela acima) e

2 PA S S O A P A S S O 60
DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

Dificuldades que os facili-


EDITORIAL
tadores podem enfrentar
Assumir o controle Uma das maiores
Esta edição é levemente diferente da maioria das edições da Passo a
dificuldades que os facilitadores podem
Passo. Ao invés de reunirmos artigos de pessoas com experiência em
enfrentar é a tentação de assumir o
controle de uma discussão ou do processo assuntos diferentes, estamos compartilhando uma grande parte do
de mudança. Isto freqüentemente resulta que a Tearfund aprendeu sobre habilidades em facilitação. A Tearfund
de um desejo genuíno de ajudar o grupo a começou a produzir os guias PILARES há uns quatro anos, para
ir adiante. Se estivermos acostumados incentivar a aprendizagem participativa. Logo ficou claro que o
com um estilo de ensino formal e se não treinamento e o apoio nas habilidades em facilitação ajudavam as
tivermos tido a oportunidade de observar pessoas a adquirirem confiança para usarem estes livros da melhor forma possível.
bons facilitadores trabalhando, pode ser
Muitas das habilidades necessárias para a facilitação são semelhantes às habilidades que
muito difícil mudarmos nossa abordagem
desenvolvemos como cristãos, à medida que crescemos em amor e respeito por Deus e uns pelos
quanto à troca de idéias.
outros. Todas as pessoas são especiais aos olhos de Deus. Todos nós somos criados à imagem de
Perguntas difíceis Pode ser difícil lidar com Deus. Todos nós possuímos conhecimentos, experiências e opiniões sem iguais. Os bons
as perguntas das pessoas. Os facilitadores facilitadores interessam-se em escutar os pontos de vista das outras pessoas. Eles precisam
podem achar que deveriam ter todas as mostrar paciência e respeito ao incentivarem as pessoas sem confiança ou auto-respeito a
respostas. Eles podem não ter confiança participarem. A boa facilitação, no final, leva ao empoderamento. As pessoas adquirem confiança em
na sua própria capacidade de lidar com as suas próprias habilidades para mudarem suas próprias situações – e as das pessoas na sua
perguntas relativas a um assunto em comunidade – para melhor. Como cristãos, também podemos adquirir confiança através da nossa
particular. Os facilitadores podem consciência do amor e do interesse de Deus em nossas vidas e pedir sua orientação. As habilidades
simplesmente dizer que não sabem o em facilitação são valiosas da mesma forma na liderança de estudos bíblicos participativos.
suficiente sobre uma pergunta em
particular para dar uma resposta, mas que Queremos enfatizar o valor dos professores. Um bom professor possui uma variedade de estilos e
vão procurar saber mais para o próximo abordagens, freqüentemente usando muitas das habilidades necessárias para os facilitadores. No
encontro. É muito útil para eles saberem entanto, o ensino consiste mais em colocar idéias dentro das cabeças das pessoas; e facilitação
onde encontrar mais informações. Os consiste em extrair idéias para fora das cabeças!
facilitadores também podem usar a
sabedoria e o conhecimento de outros Todos nós possuímos a capacidade de nos tornarmos bons facilitadores. Esperamos que esta
membros da comunidade, fora do grupo edição o ajude a adquirir confiança e desenvolver suas habilidades nesta área. As futuras
imediato. edições examinarão a nossa resposta ao impacto do HIV (VIH) e da
AIDS/SIDA sobre as crianças, a educação básica e a alfabetização.
Lidar com o conflito Às vezes, as pessoas
possuem idéias fortes e conflitantes sobre
um assunto. As más relações dentro do Isabel Carter, Editora
grupo também afetam a maneira como o
grupo trabalha junto, como um todo. O
facilitador precisa levar em consideração
as diferenças e os conflitos e incentivar as
pessoas a superá-los, tendo em mente as
Conclusões O bom facilitador é
metas e os interesses que possuem em Facilitação significa empoderar os
comum. outros. Ela consiste em largar mão do alguém que fala pouco
controle do resultado de um processo e
entregar esta responsabilidade ao grupo.
Quem precisa de habili- Isto mostra um comprometimento Quando o trabalho
dades em facilitação? sincero com o valor e o potencial das
As habilidades em facilitação são pessoas. O processo participativo estiver terminado e o
essenciais para qualquer pessoa que facilitado exige tempo e paciência. Ele
esteja procurando liderar os outros num deve estar aberto à orientação de Deus. fim alcançado, todos
processo participativo de discussão, Isto é um desafio para aqueles de nós
aprendizagem e mudança. Para que que querem ver resultados imediatos! eles dirão “Nós
No entanto, no final, ele levará a uma
um processo como este pertença à
comunidade, ele precisa ser relevante e mudança mais abrangente e sustentável, mesmos o realizamos”
acessível para a sua cultura e língua. devido ao desenvolvimento de relações
Qualquer troca de informações que fortes, à qualidade da aprendizagem e
houver não deve vir apenas de fora da porque o grupo é o proprietário do LAO TZU, 500 a.C.
comunidade. Há muito conhecimento, processo.
dentro das comunidades, que pode ser
O melhor facilitador é aquele “que as
compartilhado. O facilitador pode ajudar Sophie Clarke coordena o trabalho PILARES
pessoas mal percebem que ele ou ela
os membros da comunidade a comparti- para a Tearfund. Ela possui experiência em
existe…”
lharem seus conhecimentos uns com os treinamento em alfabetização e facilitação de
outros. O facilitador pode ser tanto de pequenos grupos. Seu endereço é 100 Church
dentro quanto de fora da comunidade. Road, Teddington, TW11 8QE, Reino Unido.
E-mail: pillars@tearfund.org

PA S S O A P A S S O 60 3
DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

Muitos dos trabalhadores da área do

Opções de desenvolvimento comunitário que conheci


na zona rural da Etiópia acham que a
facilitação é uma forma de transmitir idéias
fixas, de maneira que os membros da
comunidade comecem a pensar e a agir de

facilitação maneira “apropriada”. Alguns até acham


que a facilitação é uma forma de “ensinar”
os membros da comunidade a aceitarem
novas idéias sem questionar ou duvidar.
No entanto, eu acredito que a facilitação é

comunitária um processo que envolve três ações:


■ participação
■ formação de equipes
■ propriedade do processo para assegurar
a sustentabilidade.
Solomon Dibaba Leta
Confiança
A boa facilitação traz confiança para os
grupos nas comunidades. Isto pode fazer
Há vinte anos que trabalho com instituições governamentais e organizações com que as pessoas experimentem novas
não governamentais (ONGs). Alguns dos encontros de treinamento, reuniões idéias, que elas geralmente não arriscariam
em circunstâncias normais. Por exemplo,
e seminários a que compareci foram muito enfadonhos. Na verdade, a muitas pessoas na Etiópia estão cientes do
maioria dos participantes que compareceram a estes encontros o fizeram ou HIV (VIH) e da AIDS/SIDA. No entanto, a
porque tinham de fazê-lo, ou para fugir da rotina do escritório. Algumas das mudança de comportamento que deveria
pessoas que lideravam estes encontros gostavam de se escutarem a si ter resultado desta conscientização
infelizmente não ocorreu. Isto deve-se, em
próprias. Elas achavam que o seu dever era mostrar o quanto sabiam sobre o parte, à falta de uma facilitação comuni-
assunto. Lembro-me de observar os seus gestos e movimentos, ao invés de tária apropriada. O conhecimento sobre
me concentrar no que estavam realmente dizendo. Muitas vezes, eu criticava uma questão de desenvolvimento nem
sempre resulta em ação. O conhecimento
a abordagem delas, ao invés de aprender sobre novas informações ou idéias.
provavelmente só mudará o nosso
O que estava errado, e o que devia ser feito? comportamento, quando o nível certo de
motivação for criado através de uma boa
facilitação.

Foto: Marcus Perkins, Tearfund

Muitos treinadores da
área de desenvolvimento
esperam que as pessoas
os escutem e obedeçam.

4 PA S S O A P A S S O 60
DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

O desenvolvimento da motivação dos


membros da comunidade é um processo
gradual. Ele ocorre quando as próprias
pessoas são as proprietárias das idéias e
estão preparadas para agirem por elas.
Muitos treinadores da área do desenvolvi-
mento acreditam que as comunidades
ignoram as novas idéias sobre o
desenvolvimento e esperam que elas os
escutem e obedeçam. Eles usam um
sistema unilateral de transmissão de
informações.

O senso de propriedade

Foto: Isabel Carter, Tearfund


Se empurrarmos idéias para as pessoas e
esperarmos que elas ajam simplesmente
porque estamos dizendo para que o
façam, teremos poucos resultados. As
pessoas dirão “esta bomba de água ou
esta escola pertence a esta ou aquela
A tomada de decisões coletiva e o uso freqüente de energizadores podem ajudar a tornar as sessões interessantes e
ONG.” Não são delas: “pertencem” aos agradáveis.
outros! Embora a bomba de água ou a
escola tenham sido construídas para estas
pessoas, elas não tomaram parte no Esta abordagem incentiva o orgulho da de sustentar o processo, mas também de
processo e, assim, não têm o senso de cultura e da língua das pessoas. repeti-lo. Os refugiados mabban
propriedade. realizaram algo inesperadamente, que não
O início do processo é difícil, muitas
é nada mais, nada menos que um milagre.
Minha experiência pessoal no processo vezes, tanto para os facilitadores quanto
Este foi o resultado de um processo de
PILARES (Pelos Idiomas Locais: para os participantes. Os participantes de
facilitação participativa, em que todos
Associação em REcursoS) ajudou-me a ver Sherkole eram refugiados que nunca
desempenharam um papel.
alternativas para o desenvolvimento tinham participado antes da produção de
comunitário tradicional. Usamos um informações sobre desenvolvimento em
sua própria língua, mabban. O facilitador Dons do conhecimento
processo de facilitação comunitária na
preparação de textos em línguas locais. foi mobilizado para trabalhar com um Esta abordagem participativa na
Este processo foi usado na Etiópia, na grupo de pessoas que ele nunca havia facilitação comunitária usada em Sherkole
região de Wolaitta, e num campo de visto antes. Depois do primeiro dia de e Wolaitta criou confiança, autocons-
refugiados sudaneses em Sherkole atividades, os participantes adquiriram ciência e comprometimento entre os
(Benishangul Gumuz) e mostrou ser uma confiança – primeiro em sua própria membros da comunidade. As pessoas em
abordagem muito mais sustentável. A equipe e, depois, em si próprios. As Wolaitta viram que podem ter orgulho da
formação de equipes, a abordagem atividades e o processo de formação de sua língua e elas próprias produzem o
participativa e a propriedade coletiva das equipes ajudou-os a alcançar coisas que tipo de informações necessárias em sua
atividades são essenciais para as técnicas eles nunca teriam feito sozinhos. A região. Os refugiados mabban possuem
de facilitação usadas. Há bastante tomada de decisões coletiva e o uso novos dons de conhecimento para o seu
flexibilidade dentro do processo para regular de energizadores tornou todas as povo na região sudanesa do Nilo Azul.
atender as necessidades específicas de sessões interessantes e agradáveis. O
Inicialmente houve uma certa dúvida
cada situação. No campo de refugiados de espírito de equipe criado entre os
quanto à viabilidade de se usar o processo
Sherkole, este processo resultou na participantes em Sherkole ajudou-os a
PILARES com refugiados. No entanto,
confiança coletiva e num senso de criar uma visão conjunta e metas
este processo de facilitação baseado na
propriedade das atividades. Isto, por sua estratégicas para a sua região do Sudão.
participação, na formação de equipes e em
vez, ajudou-os a pensar sobre como atividades cuidadosamente planeadas
sustentar suas atividades sem depender Realização inesperada certamente teve êxito.
de financiamento externo. Eles agora aprenderam as habilidades
para elaborar textos sobre desenvolvi- Solomon Dibaba Leta estudou jornalismo.
Orgulho da cultura e da mento na sua própria língua. O mais Ele trabalha com a World Vision há muitos
língua importante é que eles agora são anos na Etiópia, treinando funcionários em
proprietários deste processo. Eles não habilidades em comunicação e ajudando a
O processo de facilitação dos encontros de
precisam mais de esperar para que o determinar sua estratégia de comunicações.
treinamento PILARES foi criado para
governo ou as ONGs lhes forneçam Ele tem atuado como consultor PILARES para
empoderar os participantes e equipá-los
informações de fora. Estes refugiados a Tearfund desde março de 2003. Seu endereço
com habilidades básicas na preparação de
sudaneses de Sherkole, que falam a língua é: PO Box 27275, Addis Ababa, Etiópia.
materiais informativos na sua própria
mabban, criaram seus próprios comitês E-mail: sdlo@telecom.net.et
língua. Ele também permite que os
lingüísticos nas suas comunidades, de
participantes repitam o processo, de
maneira que podem imprimir e distribuir
maneira que o conhecimento adquirido
as informações sobre desenvolvimento de
seja ligado à transformação comunitária.
que precisam. Eles são capazes não apenas

PA S S O A P A S S O 60 5
CARTAS

metade do lucro da venda do seu primeiro de sabão líquido (pode-se usar sabão
galo para lhes agradecer pelas vossas ralado e deixá-lo de molho na água).
publicações! ■ Borrife as plantas, inclusive a parte de
Seth Claude Bashiga baixo das folhas, sempre que houver
AJD (Action, Jeunesse et Développement) insetos. Se você não tiver um borrifa-
Bukavu, South-Kivu dor, ou se o bico da garrafa entupir
República Democrática do Congo com freqüência, mergulhe um feixe de
SO
PASSO A PAS AD folhas ou capim no balde e sacuda-o
RO
47 WINDSOR E-mail: actionjd97@yahoo.fr sobre as plantas. Lave-se bem depois
BRISTOL disto.
BS6 5BW Apoio a crianças com
REINO UNIDO Em troca, alguém poderia ajudar com
epilepsia idéias de alguma substância que possa ser
Na nossa região de Camarões, foram borrifada nas árvores, para evitar que os
registrados cerca de 1.200 casos de camelos, os burros, as cabras e o gado as
epilepsia. A maioria dos casos são crianças comam?
com menos de 15 anos de idade. Nossas
Bons conselhos Dawn Goebbels
pesquisas mostram que muitas morrem
BP 55, Abeche
A nossa organização, a AJD, tem por obje- por afogamento, queimaduras sérias ou
Chade
tivo incentivar iniciativas para melhorar a sufocamento, como conseqüência dos
situação socioeconômica para as pessoas ataques epiléticos. E-mail: dawntama@hotmail.com
vulneráveis e oprimidas, respeitando, ao
Os pais ou guardiões não sabem o que é o EDITORA
mesmo tempo, as questões ambientais.
ataque epilético. As crianças com epilepsia Os pesticidas naturais são venenosos. Use sacos de
Usamos muitos conselhos provenientes não podem freqüentar a escola devido ao plástico sobre as mãos e
das suas publicações. Como resultado, preconceito. As pessoas da região lave a pele e a roupa
estamos vendo muitas mudanças. Em acreditam em muitos mitos sobre a depois de usá-los. Espere
alguns povoados, os homens que epilepsia, e os epiléticos são vistos como uma semana antes de
costumavam ser hostis à idéia de comer loucos. As crianças epiléticas são, muitas comer os legumes
vezes, negligenciadas, subnutridas e sujas. borrifados com os
legumes, agora gostam deles. Hoje em dia,
Esta situação fica ainda pior, devido à falta pesticidas.
podem-se ver hortas prósperas neste
povoado. A subnutrição resultante de de atendimento médico. Há apenas um
muitos anos de guerra e conflito armado neurologista, sediado em Bamenda, para a
está agora diminuindo. A criação de nossa província inteira, com uma
pequenos animais, como porcos-da-índia, população de cerca de 3 milhões de
coelhos, aves e porcos, também melhorou pessoas. Bicho-de-pé
a nutrição, assim como as finanças das Algum tempo atrás, um leitor da Passo a
A nossa organização, a Global Welfare
famílias. Passo pediu ajuda para lidar com os
Association, está procurando ensinar as
pessoas a compreenderem sobre a “bichos-de-pé”. Estes são conhecidos por
O roubo, os incêndios propositados e a
epilepsia e a oferecerem primeiros muitos nomes diferentes, como espinho-de-
violência trouxeram pobreza para muitas
socorros básicos para os ataques epiléticos. bananeira, bicho-de-porco, pulga-da-areia,
mulheres rurais. O incentivo às micro-
Algum dos leitores poderia nos ajudar bitacaia ou matacanha. Nos seres humanos,
empresas e aos pequenos negócios tem
com mais idéias para auxiliar estas estas bichos são geralmente encontradas
sido muito importante. Cento e cinqüenta
crianças e lidar com a epilepsia? nos pés. Eles se alojam sem causar dor e
grupos receberam treinamento e apoio.
podem crescer até ficarem do tamanho de
A terceira área pela qual agradecemos é a Jamils Richard Achunji Anguaseh uma ervilha ou um pequeno feijão. Eles
vossa ajuda com as pessoas que sofrem Global Welfare Association são como uma mancha branca, com um
violência sexual e são portadoras do HIV PO Box 5 Teze pontinho preto – que é a abertura por
(VIH). Os estudos bíblicos, juntamente Camarões onde respiram. Os ovos também são
com os testemunhos das pessoas na Passo passados por esta abertura. No final, a
E-mail: glowa_cameroon@yahoo.co.uk
a Passo, são uma grande ajuda para nós. bicho morre. Uma mordida pode causar
poucos problemas, mas, às vezes, as
Por favor, aceitem a nossa mais sincera Pesticida útil pessoas podem ter várias mordidas,
gratidão. Os membros do grupo de Aqui está uma receita de pesticida útil e causando muita dor, coceira e infecção.
Mabula e Kalehe estão lhes enviando simples, feito com folhas de nim, que
funciona com a maioria dos insetos na A vaselina e os óleos podem bloquear o
nossa região, inclusive os gafanhotos e os buraco para respiração, forçando o bicho-
besouros. de-pé a sair. Uma outra alternativa é usar
uma agulha esterilizada no fogo para
■ Pegue num recipiente de 20 litros e extrair cuidadosamente o bicho. O
encha-o com folhas frescas de nim. ferimento deve, então, ser desinfetado e
Encha com água até cobrir as folhas e coberto até cicatrizar. No entanto, é
deixe de molho por 4–6 dias. realmente importante extrair o bicho-de-
■ Filtre o líquido com um tecido, pé inteiro, caso contrário pode haver uma
passando-o para um recipiente limpo. infecção séria.
Acrescente 50ml de querosene e 50ml

6 PA S S O A P A S S O 60
CARTAS

A prevenção mais eficaz é usar calçados,


por mais simples que sejam. Não se deve
permitir que os animais entrem dentro
das casas com piso de terra batida. Os
locais onde os animais ficam também
podem ser tratados com pesticidas
recomendados.
Dr. Earle Goodman
PO Box 166
Turbeville Calcula-se que 200 milhões
SC 29162 de pessoas no mundo usem
EUA drogas ilegais.
Foto simulada: Tearfund

Aumentando a conscienti-
zação sobre a AIDS/SIDA Abuso de drogas facilitar para que as pessoas recebam
A Inter-Actions é uma ONG que trabalha A melhor maneira de se lidar com um tratamento para o abuso de drogas. Isto
em rede com mais de 50 associações problema é reconhecer que ele existe e pode melhorar a qualidade de vida para os
envolvidas nas áreas da agricultura, da conversar sobre ele abertamente. Calcula-se que possuem um histórico de abuso de
criação de peixes e do desenvolvimento que 200 milhões de pessoas no mundo drogas e permite que transmitamos mensa-
rural. usem drogas ilegais. gens sobre a prevenção e os cuidados. Em
terceiro lugar, deveria haver estratégias
Nas áreas rurais, os idosos são freqüente- Os efeitos do abuso de drogas vão muito eficazes para trazer os usuários de drogas
mente ameaçados e acusados de causar a mais além do bem-estar dos indivíduos em para um programa preventivo, que possa
morte de algum jovem. Sabemos que a questão. Eles destroem as nossas socieda- oferecer proteção a eles, a seus parceiros e
pessoa morreu de AIDS/SIDA. Entre- des, causando crime, propagando doenças parceiras e a suas famílias contra o
tanto, nas áreas rurais daqui, as pessoas como o HIV/VIH e a AIDS/SIDA e HIV/VIH.
possuem pouco ou nenhum acesso aos matando nossos jovens e nosso futuro.
meios de comunicação, o que significa As nossas atitudes negativas e a nossa
Mais de 100 países já anunciaram que o rejeição das pessoas com problemas de
que a maioria delas ainda ignoram a
HIV/VIH está se propagando entre os drogas tornam as pessoas ainda mais
ameaça da AIDS/SIDA. Realizamos uma
usuários de drogas, especialmente na Ásia, vulneráveis ao HIV/VIH, além de tornar
pesquisa este ano com escolares e
na América Latina, na Europa e na América mais difícil chegar até elas. Portanto,
descobrimos que mais de 60% deles não
do Norte. Muitos usuários de drogas falemos sobre as drogas e não deixemos
acreditavam que a AIDS/SIDA existia.
também possuem parceiros ou parceiras que este se torne um assunto tabu como a
A nossa ONG treinou 30 animadores, sexuais, as quais podem ser mães tentando AIDS/SIDA. Façamos, todos nós, a nossa
membros de nossas diferentes associa- proteger seus filhos contra a infecção do parte.
ções, os quais realizam atividades de HIV/VIH. Em muitos lugares, o trabalho
conscientização. No entanto, numa região sexual e o uso de drogas ocorrem juntos. Erasthon Bengehya, CECL
tão grande, 30 pessoas não são o (Centre d’encadrement des captifs libérés)
Portanto, devemos tentar combater o uso BP 384, Cyangugu
suficiente. Eles também encontram uma
das drogas. Os jovens, em particular, devem Ruanda
certa resistência entre os jovens quanto a
ser o alvo e devem ser ensinados. Devemos E-mail: acdvi_cecl@yahoo.fr
aceitarem que a AIDS/SIDA seja real.
Estamos procurando estabelecer Clubes
Anti-Aids nas escolas secundárias e em
estabelecimentos de ensino superior
Recursos na língua local
aqui, tendo como alvo quase 70.000
estudantes. Esperamos incentivá-los a A Tearfund acredita que ajudar as pessoas a terem acesso a informações práticas e úteis em sua
assumirem a responsabilidade pelo própria língua as empodera para fazerem mudanças positivas e duradouras em suas comunidades.
combate ao HIV/VIH e à AIDS/SIDA. Os guias PILARES são livros elaborados para grupos comunitários e são fáceis de traduzir para
Isto poderia ajudar os jovens a mudarem diferentes línguas. Eles examinam questões sobre a saúde, a agricultura, pequenas empresas e a
seu comportamento. Esperamos treinar mobilização comunitária. Os guias visam desenvolver a capacidade de pequenos grupos para gerirem
200 educadores de igual para igual para a mudança e melhorarem suas vidas.
administrarem estes clubes e gostaríamos O design (desenho) e o layout (montagem) destes livros incentivam a discussão participativa. Um
de manter contato com outras organiza- membro alfabetizado do grupo pode atuar como facilitador, compartilhando as informações do livro e
ções para obter conselhos, experiência, liderando a discussão com as perguntas fornecidas. O facilitador pode incentivar o grupo a usar seus
apoio e parceria.
próprios conhecimentos e idéias, ajudando-o a adaptá-las e a aplicar as novas informações.
Valentin Vangi Ndngi Os guias PILARES podem ser adaptados para o contexto local e traduzidos
Inter-Actions para as línguas locais. Eles estão agora disponíveis em cerca de 30 línguas
BP 122 Tshela diferentes, inclusive hindi, yoruba, português, tailandês e mooré.
República Democrática do Congo
Para obter mais informações sobre as línguas disponíveis, consulte
E-mail: vangivalentin@yahoo.fr
www.tilz.info/português/pilares

PA S S O A P A S S O 60 7
DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

Energizadores úteis Escrevendo com o corpo


Peça às pessoas para gesticularem como se Que som é este?
estivesse escrevendo seus nomes no ar, com Uma pessoa faz um som, e todos os outros tentam
Durante as reuniões, encontros ou sessões de treinamento, pode haver
diferentes partes do corpo. Algumas idéias são: identificá-lo. A pessoa que adivinhar faz um outro som.
momentos em que os níveis de energia caiam e a atenção das pessoas se Os sons poderiam ser de animais, aves, máquinas,
• dedo direito • dedo esquerdo
desvie. Isto ocorre especialmente no final da manhã, logo depois do almoço, veículos ou preparação de alimentos.
• cotovelo direito • dedo grande do pé
ou no final do dia. As apresentações difíceis, o calor e as decisões difíceis
• ombros • nariz
podem ficar mais fáceis, se houver intervalos agradáveis entre as sessões.
Tente terminar com o umbigo!

As atividades agradáveis, que ajudam a estiverem familiarizadas com o uso de


revigorar as pessoas, são geralmente energizadores, comece com energizadores
chamadas de energizadores. Elas fazem mais leves, menos enérgicos. Participe sempre Mudem de lugar todos os que…
do que simplesmente acordá-las. Elas você mesmo e dê o exemplo. Respeite os Sentem-se em roda, com uma pessoa de pé no meio. A pessoa
podem ajudar os participantes nos que realmente não quiserem participar. no meio diz: “Mudem de lugar todos os que…”
encontros de treinamento a se conhecerem Leve em consideração a cultura, o sexo e as • “estiverem vestindo alguma coisa azul…”
melhor. Elas podem romper barreiras e deficiências das pessoas, especialmente em
• “souberem falar duas ou mais línguas”
juntar pessoas provenientes de diferentes situações em que o contato físico entre
meios. Há muitos energizadores diferentes, homens e mulheres não for apropriado. Se • “se levantaram antes das 6 horas hoje de manhã”
e as pessoas podem inventar, elas próprias, alguém tiver alguma deficiência que o • “comeram ovos/pão/frutas, etc no café da manhã
energizadores novos. impeça de participar, inclua-o como juiz ou (pequeno almoço)”
árbitro. Sempre que possível, procure
Ao usar os energizadores, escolha-os • “tiverem a letra s no nome”, etc.
energizadores que se relacionem com o
cuidadosamente, levando em consideração Canção As pessoas com a característica (geralmente incluindo a
assunto do treinamento.
as pessoas presentes. Se as pessoas não pessoa que está no meio) mudam rapidamente para um
As canções fáceis de aprender e
acompanhar são sempre agradáveis. lugar que tenha sido desocupado por outra pessoa. A pessoa
As canções ativas podem ser que ficar no meio escolhe a próxima característica.
Números divertidas, ou use canções em que
Bate-papo Formem uma roda de pé. Comecem a contar (cada
as pessoas possam bater palmas ou
Peça às pessoas para se virarem para a tamborilar com o ritmo.
pessoa diz um número). Cada vez que se chegar ao
pessoa ao lado e falarem sobre o que número cinco ou a um múltiplo de cinco, a pessoa
Trens (comboios)
acabou de ser visto, uma questão que bate palmas, ao invés de dizer o número. Cada vez Peça aos participantes para fazerem barulhos de trens e
tenha acabado de ser levantada, o que se chegar ao número sete ou a um múltiplo de moverem os braços. Leve-os numa viagem por um vale,
programa ou uma decisão a ser tomada. Chuvinha subindo devagar a colina, depois acelerando, à medida
sete, a pessoa gira, ao invés de dizer o número. Se
alguém se enganar, terá de sair da roda, e a Faça o som de uma tempestade, começando que a descem, travando, parando na estação, e
próxima pessoa começa a contar a partir do suavemente, ficando cada vez mais forte e começando devagar novamente. Repita a viagem a
número 1 novamente. gradualmente parando. Peça para que todos o locais da região, usando os nomes destes locais.
acompanhem batendo na palma da mão com um
Mude de lugar dedo da outra mão; depois, dois dedos; depois, três,
Como líder, simplesmente mude de posição. Mudar-se quatro e, finalmente, a mão inteira. Depois, vá
para uma outra parte da sala ajudará as pessoas a diminuindo até chegar a um só dedo.
moverem suas cadeiras e cabeças e a acordarem. Convide
as pessoas a se levantarem e olharem para um cartaz ou Dramatização de papéis Classificação
gráfico mais de perto. Peça aos participantes para usarem a dramatização Uma pessoa escolhe secretamente algo para classificar os outros. Isto poderia ser
de papéis em pequenos grupos, para destacarem os a cor ou o tamanho dos sapatos, o número de botões na roupa, a idade, a cor ou o
pontos de aprendizagem principais. Você poderia comprimento do cabelo, a altura, o número de bolsos, a inicial dos nomes ou o dia
pedir às pessoas para dramatizarem papéis simples, do aniversário, etc. Ela, então, coloca as pessoas em fila de acordo com o sistema
Formem grupos para mostrar tanto o ensino tradicional quanto os
Espelhos de classificação e pede para que adivinhem qual é o sistema. Por exemplo, se a
Peça às pessoas para que formem grupos problemas e os benefícios encontrados no uso das pessoa escolheu botões, numa extremidade da fila estará a pessoa com mais
habilidades em facilitação. A dramatização de papéis Coloque as pessoas em
rapidamente, para discutir um tópico ou botões na roupa e, na outra extremidade, uma pessoa sem nenhum botão. É
poderia ser usada para mostrar questões culturais, duplas. Uma pessoa é o
uma atividade. Peça-lhes para preciso ser bem esperto para não chamar a atenção para o segredo. Por exemplo,
situações delicadas com dinheiro e a manutenção de ator, e a outra é o espelho.
formarem grupos de três, quatro ou se for os sapatos, procure não olhar para baixo todo o tempo!
registros ou para compartilhar uma aprendizagem O espelho faz exatamente o
cinco pessoas. Você pode contá-
nova com os outros. As pessoas geralmente que o ator faz, refletindo
las (“Um, dois, três, um…”), ou
precisam de incentivo para usarem a dramatização suas ações. Depois de
pedir-lhes que formem grupos
de papéis, mas são, quase sempre, excelentes! Elas alguns minutos, inverta
com pessoas que não conheçam,
se divertirão preparando a dramatização de papéis, os papéis. Muitas destas idéias provêm do livro Participatory
de outras organizações ou de
apresentando-a e assistindo aos outros. Workshops, de Robert Chambers, e foram incluídas
outras áreas de trabalho.
nesta edição com sua gentil permissão. Há uma
resenha deste livro na página 14.

8 PA S S O A P A S S O 60 PA S S O A P A S S O 60 9
DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

Desenvolvi-
das pessoas de participarem do desenvol-
vimento. Depois do treinamento participativo,
as pessoas foram auxiliadas, através da
dramatização de papéis e do teatro, a verem
sua própria capacidade. O projeto PILARES,

mento da na região de Wolaitta, incentivou as pessoas


a se envolverem em discussões para a
solução de problemas entre si e em sua
própria língua. O processo reconheceu a
capacidade das pessoas de contarem suas

capacidade próprias histórias e coletivamente buscarem


soluções para os seus problemas. Alguns
confessaram que se consideravam ignorantes
e fracos. Porém, o processo PILARES trouxe
esperança e aumentou a confiança de que o
Uma entrevista com Mulugeta Dejenu, que trabalha como Facilitador
conhecimento local podia ser usado. Ele
(Conselheiro) Regional para a Tearfund com sede na Etiópia aumentou a motivação das pessoas para
lidarem com os seus próprios problemas.
Mulugeta, você poderia descrever o seu especialista “externo” possui as respostas.
Achamos que a perspectiva das organi- Você se lembra de alguns exemplos em
trabalho?
zações depende da proximidade que há que o uso das habilidades em facilitação
Meu trabalho é principalmente fazer um entre elas e as pessoas e sua realidade. tenha certamente ajudado a capacidade
levantamento das necessidades em termos das pessoas de aprenderem e mudarem?
de capacidade dos nossos parceiros e ajudar O envolvimento com as comunidades deve
a apoiá-los para que se tornem mais eficazes. procurar ajudar as pessoas a explorarem sua No projeto de microirrigação de Metalla, duas
Isto consiste em viajar para várias partes do força interna e a adquirirem confiança para comunidades (quase 800 famílias) recusa-
país, para oferecer aconselhamento técnico, assumirem mais responsabilidade por seu ram-se a trabalhar no esquema de irrigação
monitorizar projetos em andamento e discutir próprio crescimento e desenvolvimento. Isto construído para elas pelo governo em 1997.
o apoio. O trabalho em rede com o governo, não ocorrerá, a menos que as pessoas sejam O esquema foi planeado para ajudar as duas
as ONGs e as Nações Unidas é uma outra desafiadas e incentivadas. comunidades a melhorarem as suas necessi-
forma importante de fornecer um vínculo entre dades de segurança alimentar. Como as
os nossos parceiros e o conhecimento e os Os comentários são diferentes quando o comunidades estavam acostumadas com a
recursos práticos. Ajuda também a torná-los treinamento usa abordagens e facilitação assistência de alimento gratuito, elas acharam
mais conhecidos no mundo das ONGs. que o esquema de irrigação era uma má
participativas, ao invés do ensino?
idéia! Em 2001, nossa parceira, a Wolaitta
Eu me lembro de duas situações diferentes, Kale Heywet Church (WKHC) veio à Tearfund
Quanta oportunidade você tem de
em que as pessoas estavam acostumadas a pedindo alimento por trabalho para consertar
trabalhar com organizações que oferecem
serem ensinadas e ao ensino formal. Esta o canal de irrigação. Eu perguntei “Qual é a
treinamento para grupos comunitários?
comunicação unilateral tradicional não resul- prioridade – consertar o canal ou mudar a
Formamos vínculos com várias organizações tou na abertura, no comprometimento e na atitude das pessoas?” Os funcionários da
que trabalham com comunidades para energia necessária para iniciar um projeto. Foi WKHC concordaram que era a atitude que
desenvolver sua capacidade. usada, então, uma abordagem participativa. precisava de mudar em primeiro lugar. Numa
Esta aumentou significativamente o desejo série de encontros comunitários, foram
Que tipo de comentário você geralmente
recebe do treinamento oferecido por estas
organizações?
O tipo de comentário depende do quanto
estas organizações valorizam o conhecimento
das pessoas sobre suas situações. Depende
também do quanto a organização é vista
como o motivo para a transformação. A
profundidade e a riqueza das informações
que as pessoas são capazes de fornecer
dependem do quanto elas são reconhecidas
pelas organizações que oferecem apoio.

Como se beneficiam as pessoas com este


treinamento, e quanto elas colocam em
prática no seu trabalho?
Foto: Mike Webb, Tearfund

Algumas organizações com quem trabalha-


mos reconhecem o potencial das pessoas
para lidarem com os seus próprios proble-
mas. Outros acreditam que somente o

10 PA S S O A P A S S O 60
DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

usados o treinamento, a dramatização e o


teatro para incentivar a auto-descoberta. Ao
longo de nove meses, as atitudes das
pessoas foram mudando da dependência
O uso da dramatização
para a autoconfiança. Os agricultores ao
longo do canal de irrigação viram que o seu
futuro dependia de que eles assumissem a
de papéis
responsabilidade por seu próprio desenvol-
vimento. Hoje, os agricultores estão atarefa-
Isabel Carter
dos, trabalhando nas suas terras e fazem
três colheitas por ano. A região de Metalla
não foi atingida pela recente seca. Ao invés
Algumas pessoas são naturalmente boas na facilitação. No entanto, a maioria de
disso, ela representou um abrigo seguro para
milhares de pessoas da região vizinha. nós precisamos trabalhar muito para nos tornarmos bons facilitadores.
Não foi fácil ajudar as pessoas a verem o
Aprender habilidades em facilitação através do trabalho diário pode levar
seu próprio potencial. A abordagem de muito tempo. As reuniões ou encontros de treinamento podem ajudar as
treinamento participativo usada foi muito pessoas a melhorarem suas habilidades em pouco tempo. Elas podem aprender
significativa. dicas e lições úteis, que permanecerão consigo.
Isto afetou a sua própria maneira de O uso do teatro ou da dramatização de ■ Dramatize um encontro de grupo, em
trabalhar? papéis para incentivar a aprendizagem que dois indivíduos com conflitos existentes
sobre as habilidades em facilitação pode ser fiquem brigando um com o outro,
Aprendi muito ajudando a motivar as comuni-
muito eficaz. Ele cria oportunidades para interrompendo a discussão.
dades. Esta mesma experiência foi comparti-
que todos os tipos de situação sejam vistos ■ Dramatize um encontro de grupo com
lhada com outros parceiros também e mudou
de forma tranqüila e, muitas vezes, algumas pessoas muito tímidas, que não
a maneira de pensar de outras pessoas. A divertida. Isto incentiva as pessoas a
maioria dos parceiros reserva agora um querem falar.
discutirem os problemas levantados,
período de tempo adequado para se encon- considerarem a melhor maneira de lidar ■ Dramatize um encontro de grupo com
trar com a comunidade antes de finalizar as com eles e conservarem o que aprenderam. um membro dominante, que tenha muito
propostas. Atualmente estamos trabalhando Os treinadores podem trabalhar juntos, conhecimento e que queira dar todas as
num modelo baseado na facilitação, que usa fazendo a dramatização de papéis sobre respostas, interrompendo todos os que
um processo de autodescoberta antes de um aspecto diferente da facilitação no desejam falar.
desenvolver propostas. início de cada sessão. ■ Mostre um facilitador que seja
Uma outra alternativa, durante os obviamente muito nervoso, leia tudo em
Você tem algum conselho para os leitores encontros de treinamento, é procurar voz alta e seja incapaz de lidar com
da Passo a Passo sobre o uso das colocar as pessoas em pequenos grupos intervalos, correndo para dar a maioria das
habilidades em facilitação? para trabalharem juntas na produção de respostas. Eles são incapazes de escutar
uma pequena dramatização de papéis, que direito quando as pessoas começam a
A facilitação é uma habilidade que precisa apresentar argumentos úteis e passam
de ser desenvolvida através da aprendiza-
demonstre um aspecto da facilitação.
Tranqüilize-os dizendo que não precisam imediatamente para o próximo tópico.
gem na prática. Quando se lida com ela de
de ser atores maravilhosos! Converse
forma apropriada, ela permite que as Dê algum tempo para que as pessoas se
separadamente com cada grupo para
pessoas pensem de igual para igual. Ela preparem. Não diga às pessoas que estão
explicar a situação que demonstrarão.
reconhece o conhecimento das pessoas assistindo à dramatização o que se está
Deixe-os decidir se simplesmente
como vital para a aprendizagem interativa. procurando demonstrar. Ao invés disso,
mostrarão o problema com o facilitador
Ela respeita as opiniões de cada pessoa e incapaz de lidar com a situação ou se depois de cada dramatização, dê tempo
motiva-as para que se abram, escutem e mostrarão o facilitador lidando bem com o para que se veja o que os espectadores
ajam. A abordagem tradicional de ensino problema. observaram e o que aprenderam.
pode restringir a aprendizagem. A facilitação
exige humildade e uma alta consideração Algumas sugestões
pelo conhecimento das pessoas. Ela
freqüentemente exige que as pessoas de de dramatização
fora ou os especialistas se tornem humildes de papéis
e escutem o que as pessoas têm a dizer.
■ Dramatize um encontro de
A facilitação precisa de ser culturalmente grupo em que o facilitador
sensível ao meio de onde as pessoas vêm, esteja realmente ensinando de
sua língua e sua situação. forma unilateral, sem usar
nenhuma habilidade de
Mulugeta Dejenu é Facilitador (Conselheiro) facilitação.
Regional para a Tearfund, com sede na Etiópia.
Foto: Isabel Carter, Tearfund

Anteriormente, ele trabalhava como gerente


superior para a World Vision. Seu endereço é Dramatize um encontro de
PO Box 31165, Addis Ababa, Etiópia. grupo em que o facilitador
E-mail: mdejenu@telecom.net.et não esteja usando nenhuma
habilidade de facilitação!

PA S S O A P A S S O 60 11
DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

PILARES no Brasil
PILARES em encontros, procurando
possíveis soluções e explorando novas
questões relacionadas com as situações
locais que precisem ser trabalhadas.
Esperamos desenvolver ou traduzir
Rossanna Virgínia Moreira novos guias para a nossa situação.
Estamos planejando usar o guia
Alimentação saudável como um curso de
curta duração para mulheres. Também
Os guias PILARES (Pelos Idiomas Locais: Associação em REcursoS) incluímos os estudos bíblicos dos guias
incentivam a aprendizagem a partir da própria cultura das pessoas. Eles PILARES no nosso trabalho, no CEM.
compartilham informações de forma a incentivar a conscientização sobre os O processo PILARES valoriza as pessoas e
problemas locais e as possíveis soluções para resolvê-los. O processo sua capacidade para solucionar proble-
PILARES usa pequenas equipes, que trabalham juntas na tradução dos mas, o que achamos muito importante. As
guias para a sua própria língua. Os guias consistem em discussão de pessoas que não sabem ler ou escrever
podem, assim mesmo, participar das
questões sociais e da fé cristã. Eles reúnem pessoas que almejam fazer algo questões relacionadas com suas vidas
de construtivo nas vidas das pessoas. Este trabalho traz vida, dignidade, diárias. Só é necessária uma pessoa alfa-
autoconfiança e valor para a cultura local. betizada para organizar e usar as informa-
ções contidas no guia. Oramos para que o
Achamos que a Tearfund é como uma Trabalhamos com crianças e adolescen- uso do processo PILARES por todo o
flor no deserto! Eles apóiam o desenvol- tes carentes e suas famílias, ajudando a mundo se estabeleça melhor, com mais
vimento integral como forma de reconstruir a família e outras relações. pessoas também investindo nesta idéia.
diminuir a pobreza. O investimento da Oferecemos apoio físico, social e
Tearfund no processo PILARES valoriza psicológico na região nordeste do Brasil. Rossanna Virgínia Moreira trabalha com o
as pessoas locais e seu conhecimento, ao CEM (Centro Evangélico Missionário) no
Os funcionários do Projeto CEM
invés de investir em terras ou prédios. É desenvolvimento comunitário com base cristã.
participaram de dois encontros de
uma forma de conscientizar as pessoas
treinamento PILARES. Neles, CEM, Rua Presidente João Pessoa, 117 Centro
sobre as suas necessidades, para que elas
aprendemos mais sobre a técnica de 58230 000, Cacimba de Dentro, PB, Brasil
possam lutar e alcançar suas metas.
adaptar materiais para a situação local. E-mail: rossannavirginia@terra.com.br
Quando os funcionários do CEM Pretendemos trabalhar com líderes
(Centro Evangélico Missionário) com- comunitários, para aprender mais sobre
preenderam o propósito do processo sua compreensão dos problemas locais.
PILARES, resolvemos investir nesta Pretendemos também usar os guias
idéia. O CEM é uma organização inter-
Atualização para o Brasil
denominacional, sem fins lucrativos.
Foram adaptados dois livros em português
para a situação brasileira: Alimentação
saudável e Preparando-se para desastres, e
foram escolhidas novas ilustrações. Os livros
agora estão impressos e podem ser obtidos
através de:
Ultimato, Caixa Postal 43, Viçosa – MG,
CEP 36570-000, Brasil
E-mail: ultimato@ultimato.com.br
A produção dos guias PILARES nas línguas
guarani, kaingana, terena, bakairi e caiua,
encontra-se em andamento, no Brasil.
Foto: Sophie Clarke, Tearfund

12 PA S S O A P A S S O 60
DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

ESTUDO BÍBLICO

Servos do Rei Dewi Hughes e Tulo Raistrick

Leia Mateus 20:20-28 •Quais são as características principais de um líder que serve?
Cada um de nós precisa desenvolver a humildade e a servidão em •De que forma Jesus serve de modelo para um bom facilitador?
nossas vidas cristãs. Precisamos ser testemunhas no que fazemos – •Como nós e a nossa igreja precisamos mudar para refletirmos mais a atitude
não apenas no que dizemos – mesmo que as pessoas à nossa volta servil de Jesus?
ajam de forma diferente.
•Por que você acha que a mãe de Tiago e João pediu um favor especial? Leia Gálatas 5:22-23
•Como Jesus responde ao pedido deles? O que isto nos diz a respeito da idéia •Até que ponto as habilidades necessárias para os bons facilitadores são
de liderança de Jesus? semelhantes aos dons do Espírito?
•Que impacto este pedido teve nos outros discípulos? Houve alguma •Como podemos incentivar estes dons nas nossas próprias vidas?
situação semelhante dentro do nosso trabalho ou da nossa igreja?
•A que tipo de liderança Jesus se refere no versículo 28? Este é o modelo de
liderança que encontramos na nossa igreja? Dewi Hughes trabalha como assessor teológico para a Tearfund. Tulo
•Discuta sobre como este modelo de liderança seria no local de trabalho, na Raistrick trabalha como consultor de igreja e de desenvolvimento,
família, na igreja e na comunidade. aconselhando igrejas sobre a missão integral e o envolvimento comunitário.

✓ Lista de

verificação de
habilidades
Faça as seguintes perguntas a si próprio
cada vez que liderar uma discussão num
pequeno grupo. Isto o ajudará a avaliar o
desenvolvimento das suas habilidades de
Foto: Isabel Carter, Tearfund

facilitação. Escreva suas respostas e


compare-as depois de algum tempo.

■ Usei atividades para quebrar o gelo ou


energizadores para ajudar as pessoas a
se descontraírem?
■ Como incentivei as pessoas caladas a ■ Como lidei com a situação, quando achei
■ Procurei ter certeza de que todos compre-
participarem da discussão? que os pontos de vistas das pessoas não
enderam as perguntas e, se necessário,
■ Usei a dramatização de papéis? ajudavam?
reformulei-as em outras palavras?
■ Como lidei com alguém que sempre ■ Como lidei com as diferenças de opinião?
■ Fiquei pouco à vontade por causa do
silêncio, enquanto as pessoas pensavam respondia às perguntas antes que qual- ■ Levei a discussão a uma conclusão

sobre as respostas? quer outro tivesse a oportunidade de falar? satisfatória?


■ Como incentivei para que os argumentos ■ Como eu poderia fazer isto melhor?
■ Como lidei com alguém que falou por
muito tempo? úteis fossem discutidos mais a fundo?
■ Como lidei com a situação, quando eu não
■ Escutei as respostas de todos?
entendi as respostas?
PA S S O A P A S S O 60 13
RECURSOS

Livros Health, Food and Nutrition Toolkit elaborado para ser lido em seções curtas, ao
invés de ser lido do início ao fim! Ele está
Este kit contém ferramentas e materiais de
Boletins referência para auxiliar os trabalhadores repleto de ilustrações e histórias em
quadrinhos. As páginas 8 e 9 desta edição da
de campo a gerirem e avaliarem os
Materiais de treinamento programas de saúde, alimento e nutrição Passo a Passo são, em grande parte, baseadas
no material proveniente da seção sobre
em situações de refugiados. Ele é produ-
zido pelo ACNUR e pode ser obtido energizadores.
Questioning the Basis of our Work: gratuitamente através de O livro tem 200 páginas e é publicado pela
Christianity, Children’s Rights and Health and Community Development Section, Earthscan. Ele custa £8,95 libras esterlinas e
CP 2500, CH-1211 Genève, Suíça pode ser encomendado através de:
Development
Compilado por Fax +41 22 739 7366 Blackwells Mail Order Dept
Judith Ennew e E-mail: hqts00@unhcr.ch 48–51 Broad Street, Oxford, OX1 3BQ
Paul Stephenson Reino Unido

A Convenção Participatory workshops: a source- E-mail: mail.ox@blackwell.co.uk


dos Direitos da Website: www.blackwell.co.uk
book of 21 sets of ideas and activities
Criança das Robert Chambers
Nações Unidas Manual sobre Técnicas de Facilitação
incentivou os Robert Chambers é bem conhecido por Este novo manual de treinamento visa
princípios dos seus livros e encontros de treinamento equipar as pessoas com habilidades e
direitos sobre desenvolvimento. Este livro foi confiança para facilitar discussões em
humanos por desenvolvido durante os últimos dez anos pequenos grupos. O treinamento examina
todo o mundo. de encontros de treinamento. Ele contém parte da teoria por trás da facilitação e da
Muitas idéias, atividades e dicas para todos os participação. Ele reflete sobre como as
organizações de bem-estar da criança que procuram ajudar os outros a aprende- pessoas já participam nas suas comunida-
agora incluem os direitos das crianças nas rem e mudarem. Ele deverá ser útil para des, fala sobre o que pode impedir a partici-
declarações das suas missões e incentivam facilitadores, treinadores, professores e pação na discussão e na tomada de decisões
estes direitos no seu trabalho. pessoas que administram reuniões e e examina como os facilitadores podem
encontros de treinamento. Ele é escrito de incentivar os membros do grupo a participa-
Mas o que significam os direitos das forma agradável e fácil de ler, tendo sido
crianças para as organizações cristãs que rem. O treinamento oferece aos participantes
trabalham no desenvolvimento? A idéia uma oportunidade para praticar estas
de direitos das crianças contradiz os habilidades com os outros participantes e
princípios bíblicos sobre a vida familiar? Guias PILARES com grupos comunitários. As habilidades
Os cristãos deveriam usar os direitos ensinadas podem ser transferidas para
humanos no seu trabalho com as crianças Os Guias PILARES foram idealizados para uso muitas áreas diferentes do trabalho de
e as comunidades? A Bíblia já não fornece em grupos comunitários. Cada um tem por desenvolvimento voltado para as pessoas.
uma base suficiente para o seu trabalho? volta de 20 tópicos, com ilustrações para No entanto, ele foi criado especificamente
membros não alfabetizados, e um conjunto de como material de treinamento para pessoas
Estas idéias foram discutidas durante um estudos interativos da Bíblia. Os guias são que estão usando os guias PILARES nas
encontro de treinamento em 2000. Este suas comunidades locais.
fáceis de serem usados, sendo desnecessário
livro baseia-se nos acordos feitos neste
um supervisor treinado. Há oito guias disponí- O manual custa £5 libras esterlinas
encontro, juntamente com as reflexões dos
participantes e seus colegas após o
veis agora. ($9 dólares americanos ou €7 euros),
encontro. Ele não diz ter encontrado todas Os guias são elaborados, também, para tornar incluindo a remessa postal via superfície
as respostas, mas deverá ajudar as pessoas a tradução nas línguas maternas o mais e a embalagem. Em breve, ele estará
que trabalham com crianças, famílias e simples possível. Agora, já está disponível um disponível em inglês, com as traduções
comunidades. CD-ROM com arquivos de projetos. Há três para o espanhol, o francês e o português a
guias PILARES especialmente úteis para seguir. Encomende através de:
O livro custa £4 libras esterlinas ($6
incentivar o desenvolvimento da comunidade: Tearfund Resources Development
dólares americanos ou €6 euros),
incluindo a remessa postal e a embalagem. ■ Mobilização da comunidade PO Box 200, Bridgnorth, WV16 4WQ
Reino Unido
Para a Europa e a África: encomende ■ Desenvolvendo a capacidades de grupos
através de locais E-mail: roots@tearfund.org
■ Mobilização da igreja Website: www.tilz.info/português/pilares
Tearfund C@R, 100 Church Road, Teddington,
TW11 8QE, Reino Unido Todos disponíveis em inglês, francês,
português e em espanhol. Cada guia custa £5
What’s new in Source
E-mail: ros.besford@tearfund.org
libras esterlinas ($9 dólares americanos ou €7 Este é um boletim por e-mail, bimensal e
Para as Américas: encomende através de euros) incluindo a embalagem e a remessa gratuito de recursos informativos sobre a
paul.stephenson@tearfund.org prática, a gestão e a comunicação da saúde e
postal via superfície. Pedidos para:
da deficiência internacionais, oferecido pelo
Para a Ásia: encomende através da Black Tearfund Resources Development, Source International Information Support
on White Publications em PO Box 200, Bridgnorth, WV16 4WQ, Centre. Ele traz referências sobre mais de
je19@hermes.cam.ac.uk Reino Unido 160 novos livros, relatórios, artigos e
CD-ROMs recentemente acrescentados ao

14 PA S S O A P A S S O 60
RECURSOS

banco (base) de dados on-line da Source. O preço do livro é $12 dólares americanos,
Seu website é www.asksource.info mais a remessa postal e a embalagem. Ele Ação para a diabetes
pode ser encomendado entrando-se em
Entre os assuntos cobertos estão: crianças e A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a
contato com bookorder@hesperian.org, ou
jovens, desenvolvimento comunitário, Federação Internacional de Diabetes
escrevendo-se para
deficiência e reabilitação, educação sobre a calculam que, a cada ano, ocorram três
saúde, ONGs e a saúde da mulher. Hesperian Foundation, 1919 Addison Street, milhões de mortes causadas pela diabetes.
Suite 304, Berkely, CA 94704, EUA Eles recentemente lançaram um programa
Para as pessoas com acesso limitado à web,
o boletim também está disponível no Website: www.hesperian.org conjunto chamado “Diabetes Action Now”.
formato Word da Microsoft. Para receber A diabetes é um problema de saúde comum.
esta versão, envie um e-mail para Young People – We Care! Os casos estão aumentando, especialmente
crowe.m@healthlink.org.uk, dizendo seu Este livro foi produzido por John Snow nos países em desenvolvimento. Por
nome, organização e endereço de e-mail. International (Reino Unido) e financiado exemplo, na Índia, havia pouco mais de 30
pelo DFID, Zimbábue. Ele foi criado para milhões de pessoas com diabetes em 2000,
incentivar os jovens de Zimbábue que mas até 2030, espera-se que este número
apóiam outras crianças afetadas pela aumente para quase 80 milhões. A diabetes
AIDS/SIDA em suas comunidades e pode aumenta o risco de doenças cardíacas e
ser usado, com maior eficácia, por jovens
pode resultar em morte.
que já receberam treinamento sobre os
fatos relativos ao HIV (VIH) e à O programa “Diabetes Action Now” planeja
Helping AIDS/SIDA, na educação de igual para conscientizar as pessoas sobre a diabetes.
igual, nas habilidades para a vida e na Mudanças simples no estilo de vida, tais
Children Who divulgação para a comunidade. como uma dieta saudável e os exercícios
Are Deaf físicos, muitas vezes combinadas com
Ele contém um Guia de Treinamento para
Sandy Niemann, medicamentos, podem permitir que as
ser usado pelos facilitadores na
Devorah Greenstein e Darlena David pessoas com diabetes tenham uma vida
preparação de jovens para começarem
plena e saudável.
Este livro oferece apoio a pais e outras atividades comunitárias. Ele traz
pessoas que cuidam de crianças a desen- atividades participativas para ajudar os Há um pequeno livro gratuito disponível
volverem as habilidades de comunicação de jovens a refletirem sobre vários tópicos. tanto em forma impressa quanto através do
bebês e crianças pequenas. Ele explica como Há também uma seção de Atividades website da OMS www.who.int/diabetes. Para
a surdez afeta a habilidade da criança de Comunitárias que podem ser realizadas obter mais informações, por favor entre em
aprender a língua e se desenvolver mental e pelos jovens nas suas comunidades. A contato com:
socialmente. Ele está repleto de atividades maioria das atividades não requer Amanda Marlin, WHO Avenue Appia
para ajudarem a tornar a aprendizagem da nenhum recurso – apenas o compromisso CH-1211 Genève, Suíça
língua acessível às crianças surdas. Entre dos jovens que querem ajudar os outros
outros tópicos, estão: avaliação da perda da nas suas comunidades. O livro tem 78
audição, educação, causas da surdez, apoio páginas e está voltado para jovens entre 15
para pais e pessoas que cuidam de crianças e 20 anos de idade. John Snow International
e como as comunidades podem trabalhar Studio 325, Highgate Studios,
Este livro é gratuito. Para encomendar 53–79 Highgate Road, London, NW5 1TL
juntas para ajudarem as crianças surdas.
exemplares, por favor, envie um e-mail Reino Unido
Este livro é prático, acessível e apropriado
para info@jsiuk.com ou escreva para
para diferentes circunstâncias e culturas. Website: www.jsiuk.com/wecare.htm

Una guía para facilitadores de descarregados (baixados) no website


www.aidsalliance.org ou encomendados
talleres participativos con ONGs/OBCs escrevendo-se para
que trabajan en VIH/SIDA publications@aidsalliance.org ou para:
Este é um dos recursos de uma série HIV/AIDS Alliance, Queensbury House,
que a Alliance está desenvolvendo para 104–106 Queen’s Road, Brighton, BN1 3XF
incentivar a participação na prática. Ele Reino Unido
100 formas de animar grupos: é uma compilação de energizadores,
atividades para quebrar o gelo e
juegos para usar en talleres, reuniones
jogos, que podem ser usados por
y la comunidad qualquer um que trabalhe com
Este guia tem por objetivo servir como grupos de pessoas, seja num encontro
“livro de idéias” de experiências de treinamento, numa reunião ou
compartilhadas para ajudar os facilitadores num ambiente comunitário.
a se prepararem para os encontros de
Estes livros estão entre os vários
treinamento participativos. Ele também
produzidos pela HIV/AIDS Alliance.
pode ser útil para pessoas que facilitam
Ambos são gratuitos, em inglês,
encontros e estão planejando atividades
francês e espanhol e podem ser
com técnicas participativas.

PA S S O A P A S S O 60 15
DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

A experiência da CRUDAN no Revisão do plano de ação


■ O que funcionou? (planejado e não

treinamento em facilitação planejado)


■ Que métodos foram usados?
■ Que desafios foram enfrentados?
■ Como você lidou com a situação? Quais
Francis Ademola foram os fatores que o possibilitaram?
■ O que não funcionou?
■ Por quê? Quais foram os desafios?

aprenderam em prática. Eles repetiram, então,


este treinamento a nível regional.
Um ano mais tarde, foi feito um treinamento
de acompanhamento, para permitir que os

Foto: Isabel Carter, Tearfund


Associados apresentassem relatórios quanto à
implementação e ao impacto deste treina-
mento e especialmente quanto à eficácia com
que tinham conseguido realizar os planos de
ação feitos durante o primeiro encontro de
treinamento. Isto ofereceu uma oportunidade
para que eles discutissem as dificuldades e os
desafios que haviam enfrentado. Eles também
A CRUDAN (Christian Rural and Urban Development Association of aprenderam novas habilidades na preparação
Nigeria – Associação Cristã de Desenvolvimento Rural e Urbano da Nigéria) de relatórios e na facilitação.
é uma organização em crescimento com uma grande visão! No ano 2000, a Os Associados que participaram deste treina-
CRUDAN estabeleceu novos escritórios em cinco zonas diferentes da mento têm podido facilitar o treinamento para
a CRUDAN em habilidades em defesa de
Nigéria, para compartilhar suas atividades de uma forma mais ampla.
direitos e desenvolvimento integral. Eles
também participaram da realização de
Os funcionários encontram-se com igrejas e bilidade e dos recursos locais no processo levantamentos das necessidades, planeja-
organizações para conscientizar as pessoas de empoderamento das pessoas. A mentos e avaliações para várias organizações.
sobre o desenvolvimento integral – a CRUDAN também vê a aprendizagem Suas habilidades no treinamento da facilitação
necessidade de se chegar a um equilíbrio como parte vital dos seus programas. em suas próprias organizações também
entre o ensinamento cristão e a ação social, Eles quiseram equipar os Associados com melhoraram.
para ajudar os pobres a terem uma vida conhecimento e habilidades nos métodos
digna. Como resultado, tem havido uma participativos, para ajudar a mudar a Francis Ademola é o encarregado das operações
demanda maior para os serviços da atitude e o comportamento das pessoas. e dos programas para a CRUDAN, com
CRUDAN, especialmente em termos de responsabilidade pelos cursos de treinamento.
O treinamento levou uma semana e
desenvolvimento de capacidades, envolveu 15 participantes de todo o país. CRUDAN, Sabon Barki – Bukuru,
treinamento, montagem de projetos, Entre os tópicos cobertos, estavam: estilos PO Box 13484, Jos, Nigéria
planejamento e avaliação. de aprendizagem, compreensão sobre E-mail: francisademola@yahoo.com
No momento, a CRUDAN possui nove alunos adultos, análise das necessidades de crudan@hisen.org
funcionários de programas. Além disso, eles treinamento, elaboração de objetivos de
possuem mais de 1.000 membros indivi- aprendizagem, métodos de treinamento e
Publicado pela: Tearfund, 100 Church Rd,
duais. Entre estes membros, há profissionais avaliação do treinamento. A comunicação
Teddington, TW11 8QE, Reino Unido
com habilidades e conhecimento em básica, a apresentação e as habilidades em
aspectos específicos do trabalho de desen- facilitação também desempenharam um Editora: Dra Isabel Carter, PO Box 200,
Bridgnorth, Shropshire, WV16 4WQ, Reino Unido
volvimento. Alguns deles são conhecidos papel principal no treinamento. Pediu-se a
como Associados, os quais, às vezes, cada participante que fizesse uma breve Os funcionários da Tearfund passam uma boa parte
do seu tempo revisando milhares de pedidos para
trabalham lado a lado com os funcionários apresentação, enquanto os outros membros
financiamento, os quais não podemos apoiar. Isto
da CRUDAN. A fim de satisfazer a maior faziam o papel de espectadores. Eles, então, afasta-os do trabalho importantíssimo de levar boas
demanda de treinamento e outros serviços, receberam comentários sobre seu estilo de novas aos pobres através das atuais parcerias.
a CRUDAN planejou um encontro de treinamento. O encontro de treinamento Por favor, observe que todas as propostas de
treinamento sobre as Habilidades em usou muitas formas diferentes de incentivar financiamento serão rejeitadas, a menos que sejam
Comunicação e Facilitação para novos a participação, inclusive a explosão de provenientes dos atuais parceiros da Tearfund.
funcionários e Associados em potencial, idéias, a dramatização de papéis, as
usando a aprendizagem participativa. discussões em grupo, os estudos de caso e
A CRUDAN valoriza a participação das as apresentações em grupos. Os partici-
pessoas e o uso da iniciativa, da responsa- pantes escreveram planos de ação,
explicando como colocariam o que

16 PA S S O A P A S S O 60

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