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CEI

Círculo de Estudos pela Internet

Magistratura Estadual
Intensivo Semestral
RODADA 01 - 20.02.2020

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PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL. Todos os direitos reservados.


Magistratura Estadual Intensivo Semestral
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CORPO DOCENTE

Coordenação: Mila Gouveia. Advogada, Pós-graduada em Direito Público, autora e


coordenadora de Coleções de obras jurídicas na Editora Juspodivm.

Rafaela Volpato Viaro. Juíza Substituta (TJ/SC), aprovada no último concurso (2017).
Pós-graduada em Direito Constitucional pela Faculdade Anhanguera. Pós-graduanda
em Direito e Gestão Judiciária pela Academia Judicial do Tribunal de Justiça de Santa
Catarina.

Fernanda Monteiro Sanches. Juíza de Direito do TJPR desde 2014, titular da Vara Criminal
Família, Infância e Juventude. Graduada pela UNITOLEDO de Araçatuba/SP. MBA em
Direito Tributário pela FGV/SP.

Rogerio de Vidal Cunha. Juiz de Direito (TJ/PR). Professor da Escola da Magistratura do


Paraná e da UNIFOZ.

Marcel Ferreira dos Santos. Graduado em Direito pela Universidade Paulista. Pós-
graduado em Direito Civil e Processo Civil pela Escola Paulista de Direito -EPD. Pós-
graduado em Direito Público pela Faculdade de Direito Professor Damásio de Jesus. Mestre
em Ciências Jurídicas pelo Centro Universitário Maringá (UNICESUMAR). Atualmente é
Juiz de Direito - TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ. Tem experiência na área
de Direito, com ênfase em Direito Público. Diretor da Escola da Magistratura (núcleo de
Maringá). Membro eleito pela magistratura para compor o Comitê Gestor de Priorização
do 1º Grau de Jurisdição. Membro efetivo do Conselho Fiscal e da Diretoria da Associação
dos Magistrados do Estado do Paraná. Membro da Secretaria de Interiorização da
Associação dos Magistrados Brasileiros. Professor da Escola da Magistratura. Professor
dos cursos de Pós-graduação de Direito Civil/Processo Civil e Pós-graduação em Ciências
Criminais da Pontifícia Católica de Maringá - PUC.

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Rafael Altoe. Juiz de Direito na Comarca da Região Metropolitana de Maringá-PR -


Tribunal de Justiça do Paraná. Professor da Escola da Magistratura do Paraná e de outros
cursos de pós-graduação em Direito. Professor de cursos preparatórios para concursos.
Mestre em Ciências Jurídicas. Especialista em Direito. Graduado em Direito pela
Universidade Estadual de Maringá-PR (UEM). Vice-Diretor da Escola da Magistratura do
Paraná, núcleo de Maringá-PR.

Adriano Celestino Santos. Juiz de Direito do TJRJ. Ex-oficial de apoio e assessor de


magistrado do TJMG. Formado pela Universidade Federal de Uberlândia. Pós-graduação
em Direito Processual pela PUC-MG.

Gustavo Fernandes Sales. Juiz de Direito Substituto do Tribunal de Justiça do Distrito Federal
e dos Territórios, Professor de Direito Constitucional e Administrativo em diversos cursos
preparatórios para concursos públicos, formado em Direito pelo UniCEUB e pós-graduado
pela Fundação Escola Superior do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Já foi
aprovado em vários certames, inclusive para os cargos de Juiz Federal do Tribunal Regional
Federal da 4ª Região e de Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de Goiás. É
autor de obras jurídicas.

Murilo Conehero Ghizzi. Juiz Substituto do TJPR. Graduado pela Universidade Estadual de
Maringá UEM.

Ana Lúcia Todeschini Martinez. Juíza do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do
Sul (desde janeiro de 2020). Graduada em Direito pela Faculdade Estadual de Direito
do Norte Pioneiro em Jacarezinho, Estado do Paraná. Pós-graduada, na Universidade
Católica de Santos, em Direito Marítimo, Portuário e Aduaneiro. Pós-graduada em
Direito Eleitoral, pela Universidade Cândido Mendes. Atuou como técnico judiciário do
Tribunal Regional Eleitoral do Paraná.

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APRESENTAÇÃO

Caros alunos, sejam bem-vindos ao nosso curso CEI-Magistratura Estadual – Intensivo Semestral 2020.

Obrigada por confiarem no nosso projeto e no nosso trabalho!

Nos próximos meses, por meio de questões objetivas, questões discursivas, sentenças, videoaulas e interação
no grupo do telegrama (exclusivo para alunos matriculados na turma com correção), faremos uma imersão
no estudo para concursos das Magistraturas Estaduais.

Cada rodada conterá 56 questões múltipla escolha (a, b, c, d), 2 discursivas e 1 sentença.

Aproveitem bastante o curso! Utilizem as questões objetivas para simular uma primeira fase e as questões
discursivas e sentenças para simular uma segunda fase. Para isso, evitem qualquer tipo de consulta para
responder as questões objetivas e consultem apenas a legislação seca para responder as questões discursivas
e as peças judiciais.

O CEI já fez a diferença na trajetória de muitos alunos e alunas que hoje são Magistrados. Este pode ser o seu
ano. A realização de seu sonho pode estar mais perto do que você imagina.

Faça a sua parte.

Durante todo o curso, estarei à disposição, como coordenadora, para dúvidas, críticas e considerações.

Bons estudos!

Mila Gouveia
Coordenadora
profcei.gouveiamila@gmail.com

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SUMÁRIO

CORPO DOCENTE................................................................................................................................... 2
APRESENTAÇÃO..................................................................................................................................... 4
CRONOGRAMA...................................................................................................................................... 7
QUESTÕES OBJETIVAS SEM O GABARITO COMENTADO...................................................................... 8
DIREITO CIVIL............................................................................................................................... 8
DIREITO PROCESSUAL CIVIL...................................................................................................... 10
DIREITO DO CONSUMIDOR....................................................................................................... 12
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE............................................................................... 14
DIREITO PENAL.......................................................................................................................... 16
DIREITO PROCESSUAL PENAL.................................................................................................... 18
DIREITO CONSTITUCIONAL........................................................................................................ 20
DIREITO ELEITORAL.................................................................................................................... 22
DIREITO EMPRESARIAL.............................................................................................................. 23
DIREITO TRIBUTÁRIO................................................................................................................. 25
DIREITO AMBIENTAL.................................................................................................................. 27
DIREITO ADMINISTRATIVO........................................................................................................ 28
GABARITO............................................................................................................................................ 31
QUESTÕES OBJETIVAS COM O GABARITO.......................................................................................... 32
DIREITO CIVIL............................................................................................................................. 32
DIREITO PROCESSUAL CIVIL...................................................................................................... 39
DIREITO DO CONSUMIDOR....................................................................................................... 48
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE............................................................................... 52
DIREITO PENAL.......................................................................................................................... 59
DIREITO PROCESSUAL PENAL.................................................................................................... 68
DIREITO CONSTITUCIONAL........................................................................................................ 74
DIREITO ELEITORAL.................................................................................................................... 81
DIREITO EMPRESARIAL.............................................................................................................. 85
DIREITO TRIBUTÁRIO................................................................................................................. 90
DIREITO AMBIENTAL................................................................................................................ 103
DIREITO ADMINISTRATIVO...................................................................................................... 108
QUESTÕES DISCURSIVAS................................................................................................................... 114
DIREITO PROCESSUAL CIVIL.................................................................................................... 114

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NOÇÕES DE DIREITO E FORMAÇÃO HUMANÍSTICA................................................................ 114


SENTENÇA CÍVEL................................................................................................................................ 116

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CRONOGRAMA

Limite para Publicação do


Rodada Publicação Limite p/ resposta
correção espelho

1ª Rodada 20/02/20 25/02/20 06/03/20 10/03/20

2ª Rodada 02/03/20 07/03/20 17/03/20 20/03/20

3ª Rodada 12/03/20 17/03/20 27/03/20 31/03/20

4ª Rodada 23/03/20 28/03/20 06/04/20 09/04/20

5ª Rodada 02/04/20 07/04/20 17/04/20 22/04/20

6ª Rodada 13/04/20 18/04/20 27/04/20 30/04/20

7ª Rodada 23/04/20 28/04/20 08/05/20 12/05/20

8ª Rodada 04/05/20 09/05/20 19/05/20 22/05/20

9ª Rodada 14/05/20 19/05/20 29/05/20 02/06/20

10ª Rodada 26/05/20 02/06/20 12/06/20 16/06/20

11ª Rodada 05/06/20 10/06/20 20/06/20 24/06/20

12ª Rodada 16/06/20 22/06/20 02/07/20 06/07/20

13ª Rodada 26/06/20 02/07/20 12/07/20 15/07/20

14ª Rodada 07/07/20 13/07/20 23/07/20 27/07/20

15ª Rodada 17/07/20 23/07/20 02/08/20 05/08/20

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QUESTÕES OBJETIVAS SEM O GABARITO COMENTADO

🏳🏳 DIREITO CIVIL

QUESTÃO 1. A respeito das diferentes classes de bens, trabalhadas no Livro II do Código Civil de 2002,
assinale a alternativa INCORRETA:

A) São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem
alteração da substância ou da destinação econômico-social.

B) São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e
quantidade.

C) Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição
considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.

D) São pertenças os bens que, constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro,
apenas ao aformoseamento de outro.

QUESTÃO 2. O tempo gera inúmeras influências na órbita jurídica. É cediço que o decurso do tempo
extingue ou consolida posições jurídicas. O tempo é importante tanto para o direito material quanto para
o direito processual. Quanto ao primeiro, basta lembrar da prescrição aquisitiva ínsita ao instituto do
usucapião. Quanto ao segundo, destaca-se o instituto da tutela antecipada, a qual visa a equalizar o ônus
que o decurso do tempo provoca no processo. Temos, ainda, a preclusão temporal, a coisa julgada, dentre
outros institutos. A respeito da prescrição e decadência, devidamente trabalhadas pelo codificador civil,
assinale a alternativa INCORRETA:

A) Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue pela prescrição.

B) A prescrição envolve os chamados direitos potestativos.

C) É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado, no
caso de coação, do dia em que ela cessar.

D) A pretensão traduz o poder jurídico conferido ao credor de coercitivamente exigir o cumprimento


da prestação violada.

QUESTÃO 3. A respeito da capacidade e da personalidade, assinale a alternativa INCORRETA:

A) No caso de declaração de morte presumida, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as
buscas e averiguações. Não se exige, todavia, que a sentença fixe a data provável do falecimento, em

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razão de inviabilidade fático-jurídica, ficando, pois, indefinida a data.

B) Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos
comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.

C) A existência da pessoa natural termina com a morte. Presume-se esta, quanto aos ausentes, nos
casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.

D) A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a
concepção, os direitos do nascituro.

QUESTÃO 4. A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro experimentou, recentemente, inúmeras


alterações relacionadas ao Direito Público. A respeito das inovações, assinale a alternativa INCORRETA:

A) Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos
abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão. A motivação demonstrará
a necessidade e a adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo
ou norma administrativa, inclusive em face das possíveis alternativas.

B) A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação nova


sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito,
deverá prever regime de transição quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento
de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses
gerais.

C) Na interpretação de normas sobre gestão pública, a fim de evitar subjetivismos indevidos por parte
do julgador, não podem ser considerados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências
das políticas públicas a seu cargo.

D) A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de


ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas
consequências jurídicas e administrativas.

QUESTÃO 5. Sobre os elementos acidentais do negócio jurídico, assinale a alternativa INCORRETA:

A) Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar
os atos destinados a conservá-lo.

B) As condições incompreensíveis ou contraditórias não invalidam os negócios jurídicos que lhe são
subordinados. Apenas suspendem a eficácia das convenções.

C) Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina

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o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.

D) Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe;
mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição
em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza
da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé.

🏳🏳 DIREITO PROCESSUAL CIVIL

QUESTÃO 6. Considerando o atual posicionamento do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal


Federal, a respeito do Direito Processual Civil, assinale a alternativa CORRETA:

A) Sendo um dos atores do processo, o Juiz pode ser objeto de multa por ato atentatório à dignidade
da Jurisdição.

B) A prescrição intercorrente do processo de execução arquivado por ausência de bens não afasta a
incidência do princípio da causalidade em desfavor do devedor.

C) O acórdão que realiza o juízo de admissibilidade (positivo ou negativo) do IRDR, considerando ter
carga decisória, é passível de recurso.

D) O Ministério Público não detém legitimidade para a propositura de Ação Civil Pública para defesa de
direitos sociais relacionados com o FGTS, considerando o caráter estritamente patrimonial (individual)
da questão.

QUESTÃO 7. A respeito da coisa julgada, considerando o tratamento do CPC/15 e do STJ, assinale a


alternativa INCORRETA:

A) Segundo o STJ, havendo conflito no tempo entre decisões transitadas em julgado, prevalecerá a
sentença prolatada em primeiro lugar, considerando que a segunda sentença é ato inexistente.

B) Conforme previsão do CPC, denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e
indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso.

C) A coisa julgada, como forma de imutabilidade da decisão, pode ser classificada em formal e material.
A coisa julgada material pressupõe a formal, mas o inverso não.

D) Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as


alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido.

QUESTÃO 8. Em matéria de prova no CPC/15, assinale a alternativa CORRETA:

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A) Segundo a legislação processual, só podem funcionar como peritos aqueles que possuam grau
universitário correspondente à especialidade exigida para a matéria.

B) O Código de Processo Civil admite que a perícia possa vir a ser substituída pela prova técnica
simplificada (que com ela não se confunde), desde que precedida de requerimento da parte interessada.

C) Os assistentes técnicos que acompanham a prova pericial, por serem agentes do processo,
submetidos ao princípio da cooperação, se submetem às causas de impedimento e suspeição.

D) Quando a matéria que depender da prova técnica não ficar esclarecida mesmo após a realização
de um perícia, o juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova perícia,
tendo por objeto os mesmos fatos sobre os quais recaiu a primeira. A segunda perícia, portanto,
destina-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados da primeira. No entanto, a perícia
complementar não substitui a primeira, de modo que ambas deverão ser consideradas pelo Juiz no
momento da prolação da sentença, que sopesará a prevalência de uma frente à outra, conforme o
caso concreto.

QUESTÃO 9. Considerando o tratamento da prova documental e pericial no CPC/15, assinale a alternativa


CORRETA:

A) As partes podem, de comum acordo, indicar o perito a ser nomeado, ainda que a causa não permita
conciliação, desde que presente o consenso.

B) Na inspeção judicial, sendo uma medida privativa do Juiz, as partes, embora possam assistir à
diligência, não estão autorizadas a fazerem observações no momento do ato, nada impedindo, no
entanto, que apresentem impugnações após a lavratura do auto circunstanciado.

C) Por força do princípio da estabilização objetiva da demanda, as partes devem juntar todos os
documentos que amparam a pretensão juntamente com a petição inicial (para o autor) ou com a
contestação (para o réu), sendo defesa a juntada posterior.

D) O documento feito por oficial público incompetente ou sem a observância das formalidades legais,
sendo subscrito pelas partes, tem a mesma eficácia probatória do documento particular.

QUESTÃO 10. Sobre a citação, focando-se no tratamento legal e jurisprudencial, assinale a alternativa
CORRETA:

A) A citação por edital, ainda que na execução fiscal, somente pode ser utilizada se esgotados os meios
disponíveis para viabilização da citação real. O só fato de ser encaminhada a tentativa de citação postal
para o endereço do devedor (cadastrado perante o fisco), não dispensa a realização de diligências
prévias para a localização da parte.

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B) A citação por edital, segundo o Superior Tribunal de Justiça, é desprovida da capacidade de


interromper o prazo de prescrição intercorrente no processo autônomo de execução, considerando
não deter a mesma carga de eficácia da citação real, seja postal ou por mandado.

C) A ação monitória, no contexto do CPC/15, considerando a especialidade de seu procedimento, não


admite todas as formas de citação que são admitidas para o procedimento comum.

D) A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, retroagirá à data de
propositura da ação, salvo se determinada por Juízo incompetente, oportunidade em que tal efeito
não se caracterizará.

QUESTÃO 11. Quanto ao procedimento de cumprimento de sentença para o pagamento de quantia certa,
fixada judicialmente, assinale a alternativa INCORRETA:

A) A contagem do prazo de 15 (quinze) dias para pagamento voluntário da obrigação, sob pena de
incidência da multa de 10% do valor executado, é contado em dias úteis, eis que a Jurisprudência
entendeu se tratar de prazo processual.

B) Conforme previsão no CPC, é lícito ao devedor, antes mesmo de ser intimado para o cumprimento da
sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido, apresentando
memória discriminada do cálculo. Em tal hipótese, o autor será intimado para se manifestar em
cinco dias, manifestando-se se concorda ou não com a quantia apresentada. Caso discorde, e o Juiz
entenda que o depósito do devedor realmente foi insuficiente, haverá a incidência da multa de 10% na
diferença devida, com o prosseguimento da execução, sem prejuízo do levantamento imediato pelo
autor da verba então depositada.

C) No cumprimento definitivo da sentença que reconhece a exigibilidade de obrigação de pagar


quantia certa, haverá a incidência de honorários advocatícios, específicos desta fase, caso o devedor
não pague a dívida no prazo legal. O CPC/15, neste aspecto, previu que os honorários correspondem
à 20% do valor executado.

D) Conforme previsão legal, quando o valor apontado no demonstrativo que instrui a petição de
abertura do cumprimento de sentença aparentemente exceder os limites da condenação, a execução
ainda assim será iniciada pelo valor pretendido, mas a penhora terá por base a importância que o juiz
entender adequada.

🏳🏳 DIREITO DO CONSUMIDOR

QUESTÃO 12. Acerca da proteção do Consumidor, assinale a alternativa INCORRETA:

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A) O Estado, segundo imposição do texto constitucional, promoverá, na forma da lei, a defesa do


consumidor. Por essa disposição se tratar de norma veiculada no art. 5º, XXXII, CR/88, pode-se dizer
que a proteção do consumidor é uma cláusula pétrea.

B) A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados, dentre vários
princípios, a defesa do consumidor.

C) Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre produção e
consumo.

D) Não é competente o município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial.

QUESTÃO 13. A legislação consumerista traz os requisitos que o orçamento deve conter. A respeito do
orçamento, assinale a alternativa INCORRETA:

A) O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio discriminando o


valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento,
bem como as datas de início e término dos serviços.

B) Havendo a realização do serviço, sem o prévio orçamento e sem autorização, será equivalente a
amostra grátis.

C) É facultado ao fornecedor de produtos ou serviços executar serviços sem prévia elaboração de


orçamento e autorização expressa do consumidor, se as circunstâncias do caso indicarem a adequação
da medida.

D) Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo de dez dias, contado de seu
recebimento pelo consumidor.

QUESTÃO 14. A aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor a determinadas relações jurídica sempre
experimentou discussões na doutrina e na jurisprudência dos Tribunais. O Superior Tribunal de Justiça,
dentro da sua missão de uniformizar a aplicação da lei federal, estabeleceu balizas importantíssimas que
acabam por gerar segurança jurídica. A respeito da aplicação do Código de Defesa do Consumidor, assinale
a alternativa INCORRETA:

A) Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor aos empreendimentos habitacionais promovidos


pelas sociedades cooperativas.

B) Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor a contrato de conta-corrente mantida entre


corretora de Bitcoin e instituição financeira.

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C) Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor aos serviços notariais.

D) Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde, salvo os administrados
por entidades de autogestão.

🏳🏳 DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

QUESTÃO 15. Segundo a jurisprudência atualizada dos tribunais superiores, é INCORRETO dizer que:

A) a diferença etária mínima de 16 (dezesseis) anos entre adotante e adotado pode ser flexibilizada à
luz do princípio da socioafetividade.

B) não cabe ao juiz modificar a remissão pré-processual oferecida pelo Ministério Público.

C) o Ministério Público não pode ajuizar ação de alimentos em favor de criança ou adolescente quando
na localidade exista Defensoria Pública instalada e funcionando.

D) o adolescente infrator, em regra, não tem direito de aguardar em liberdade o julgamento da


apelação interposta contra a sentença que lhe impôs a medida de internação.

QUESTÃO 16. Sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto dizer que:

A) o plano individual de atendimento será elaborado sob a responsabilidade do Conselho Tutelar e


levará em consideração a opinião da criança ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do responsável.

B) crianças e adolescentes não praticam crime, praticam ato infracionais análogos a crime ou
contravenção, sendo-lhes aplicado medidas socioeducativas.

C) as medidas de proteção não são aplicáveis ao adolescente infrator.

D) a prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral,


por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros
estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais. As tarefas
serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada
máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não
prejudicar a frequência à escola ou à jornada normal de trabalho.

QUESTÃO 17. Imagine que determinado adolescente cumpre medida socioeducativa de internação.
Após seis meses de cumprimento, o parecer psicossocial apresentado pela equipe técnica manifesta-se
favoravelmente à progressão para o regime de semiliberdade. Assinale a alternativa correta:

A) O juiz está adstrito ao parecer técnico e deve acatá-lo.

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B) O juiz pode decidir de forma contrária ao parecer e manter a internação.

C) Não é necessário parecer psicossocial nesses casos, já que o juiz já define na sentença o prazo da
internação.

D) Cabe somente ao adolescente pedir a reavaliação da medida socioeducativa imposta.

QUESTÃO 18. Sobre a Lei n. 13.431/2017, que estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do
adolescente vítima ou testemunha de violência, é incorreto afirmar que:

A) a aplicação desta Lei é facultativa para as vítimas e testemunhas de violência entre 18 (dezoito) e
21 (vinte e um) anos.

B) o depoimento especial seguirá o rito cautelar de antecipação de prova quando a criança ou o


adolescente tiver menos de 7 (sete) anos.

C) para efeitos dessa lei, são formas de violência psicológica: qualquer conduta que constranja a
criança ou o adolescente a praticar ou presenciar conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso,
inclusive exposição do corpo em foto ou vídeo por meio eletrônico ou não.

D) para efeitos dessa lei, são formas de violência psicológica: qualquer conduta de discriminação,
depreciação ou desrespeito em relação à criança ou ao adolescente mediante ameaça, constrangimento,
humilhação, manipulação, isolamento, agressão verbal e xingamento, ridicularização, indiferença,
exploração ou intimidação sistemática (bullying) que possa comprometer seu desenvolvimento
psíquico ou emocional.

QUESTÃO 19. Assinale a alternativa incorreta:

A) Com relação à proteção à infância e juventude, a competência legislativa é exclusiva da União.

B) Não é possível aplicar nenhuma medida socioeducativa que prive a liberdade do adolescente
(internação ou semiliberdade) caso ele tenha praticado um ato infracional análogo ao delito do art.
28 da Lei de Drogas.

C) De acordo com o artigo 1º do Provimento 32/2013 do CNJ: O Juiz da Infância e Juventude, sem
prejuízo do andamento regular, permanente e prioritário dos processos sob sua condução, deverá
realizar, em cada semestre, preferencialmente nos meses de abril e outubro, os eventos denominados
‘Audiências Concentradas’, a se realizarem, sempre que possível, nas dependências das entidades
de acolhimento, com a presença dos atores do sistema de garantia dos direitos da criança e do
adolescente, para reavaliação de cada uma das medidas protetivas de acolhimento, diante de seu
caráter excepcional e provisório, com a subsequente confecção de atas individualizadas para juntada
em cada um dos processos.

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D) De acordo com o artigo 4º do Provimento 32/2013 do CNJ: O processo de “medida de proteção”


ou similar, referente ao infante em situação de risco, acolhido ou não, deve preferencialmente ser
autônomo em relação a eventual ação de destituição do poder familiar de seus genitores, bem
como à ação de adoção ou quaisquer outros procedimentos onde se deva observar o contraditório,
podendo ser arquivado ou desarquivado por decisão judicial sempre que a situação de risco subsistir,
para preservar, num só feito, o histórico do infante e, ao mesmo tempo, manter o processo sempre
acessível, enquanto as outras ações, com rito próprio, possam se encontrar em carga com quaisquer
das partes ou vir a ser objeto de recurso para os tribunais.

🏳🏳 DIREITO PENAL

QUESTÃO 20. Assinale a alternativa CORRETA:

A) O STF não admite a aplicação do princípio da insignificância para atos infracionais.

B) A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer aos sábados e domingos, por 6
(seis) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado.

C) A desistência voluntaria sempre se caracteriza por uma conduta negativa.

D) Para tipificar o crime do art. 291 do CP (“fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito,
possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado
à falsificação de moeda”), basta que o agente detenha a posse e petrechos destinados à falsificação de
moeda, sendo prescindível que o maquinário seja de uso exclusivo para esse fim.

QUESTÃO 21. Sobre os crimes em espécie, é CORRETO dizer que:

A) Para o início da ação penal, basta a prova da constituição definitiva do crédito tributário com a
juntada integral do Procedimento Administrativo Fiscal correspondente.

B) A Lei nº 13.718/2018, além de inserir o crime do art. 215-A ao CP (importunação sexual), também
revogou o art. 61 do DL 3.688/41 (contravenção penal que era chamada de importunação ofensiva ao
pudor), havendo, assim, abolitio criminis.

C) Mévio foi condenado, com trânsito em julgado, pelo delito de porte de drogas para consumo
próprio (art. 28 da Lei nº 11.343/2006). Quatro anos depois, praticou tráfico de drogas. Mévio não será
considerado reincidente na dosimetria desse segundo crime, uma vez que o delito de porte de drogas
para uso próprio, apesar de ser considerado crime, não configura reincidência, para o STJ.

D) O crime de lesões corporais que resulta perigo de vida admite tanto o dolo direto quanto o dolo
eventual.

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QUESTÃO 22. Segundo nossa jurisprudência, é INCORRETO afirmar que:

A) A ausência de menção expressa ao patrimônio do Distrito Federal no art. 163, parágrafo único,
III, do Código Penal torna inviável a configuração da forma qualificada do crime de dano quando o
bem danificado for distrital, em virtude da vedação da analogia in malam partem no sistema penal
brasileiro.

B) A conduta de adulterar placa de veículo reboque ou semirreboque é formalmente atípica.

C) A garantia aceita na execução fiscal não possui natureza jurídica de pagamento da exação, razão
pela qual não fulmina a justa causa para a persecução penal.

D) É possível o reconhecimento da continuidade delitiva entre roubo e extorsão.

QUESTÃO 23. Ross agrediu a sua esposa Rachel. Ele foi denunciado pelo Ministério Público e, ao final do
processo, condenado. Na sentença, o juiz condenou Ross a pagar R$ 2 (dois) mil em favor da vítima a título
de reparação pelos danos morais que ela sofreu, valor esse que foi fixado com base no art. 387, IV, do CPP.
Sobre o caso acima, assinale a resposta CORRETA:

A) Considerando que Ross e Rachel se reconciliaram, não faz sentido determinar que ele pague um
valor para a sua esposa, já que vivem juntos.

B) Nos casos de violência contra a mulher praticados no âmbito doméstico e familiar, é possível a
fixação de valor mínimo indenizatório a título de dano material independentemente de instrução
probatória.

C) Nos casos de violência contra a mulher praticados no âmbito doméstico e familiar, é possível a fixação
de valor mínimo indenizatório a título de dano moral independentemente de instrução probatória.

D) Recebido o expediente com o pedido da ofendida, o juiz tem o prazo de 24 (vinte e quatro) horas
para decidir sobre as medidas protetivas de urgência.

QUESTÃO 24. Assinale a alternativa que NÃO contém uma inovação legislativa trazida pela Lei 13.964/2019,
conhecida como Lei Anticrime.

A) Art. 52 da Lei de Execuções Penais: A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta
grave e, quando ocasionar subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou
condenado, nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado,
com as seguintes características: I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição da
sanção por nova falta grave de mesma espécie.

B) Artigo 112 da LEP, § 5º: Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime

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de tráfico de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006.

C) Lei nº 12.037/2009 (Lei de Identificação Criminal): Art. 7º-A: A exclusão dos perfis genéticos dos
bancos de dados ocorrerá no término do prazo estabelecido em lei para a prescrição do delito.

D) Lei do Estatuto do Desarmamento: Art. 20. Nos crimes previstos nos art. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena
é aumentada da metade se: I - forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos
arts. 6º, 7º e 8º desta lei; ou II - o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza.

QUESTÃO 25. Sobre o crime de estupro, é INCORRETO afirmar que:

A) o estupro é crime pluriofensivo.

B) o crime de estupro se classifica como crime próprio.

C) as lesões leves e as vias de fato eventualmente causadas na vítima são absorvidas pelo estupro.

D) o crime pode ser cometido tanto na forma comissiva quanto na forma omissiva.

🏳🏳 DIREITO PROCESSUAL PENAL

QUESTÃO 26. Sobre a ação penal privada, assinale a alternativa incorreta:

A) Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considera-se perempta a ação se o
querelante deixar de formular pedido de condenação nas alegações finais.

B) Em caso de morte do ofendido, o direito de oferecer queixa será do cônjuge, ascendente, descendente
ou irmão.

C) A companheira, em união estável homoafetiva reconhecida, tem legitimidade para propor ação
penal privada caso a ofendida tenha falecido.

D) A esposa não tem legitimidade para propor queixa-crime contra autor de mensagem que insinua
que seu marido tem relação extraconjugal com outro homem.

QUESTÃO 27. A respeito da competência “ratione loci”, assinale a alternativa incorreta:

A) Em regra, o Código de Processo Penal adota a teoria do resultado para definição da competência
territorial.

B) No caso de crime de estelionato em que a vítima realiza depósito em favor de conta bancária de
terceiro, a competência será do juízo do local em que a vítima mantém conta bancária.

C) Quando o estelionato é cometido mediante emissão de cheque sem fundo, a competência é do

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local onde houver a recusa do pagamento.

D) Em se tratando de estelionato cometido mediante a falsificação de cheque, a competência será do


local da obtenção da vantagem ilícita.

QUESTÃO 28. Sobre a “noticia criminis” no processo penal, é incorreto afirmar:

A) É possível a instauração de inquérito policial com base em notícia divulgada na imprensa.

B) Ante a previsão constitucional que veda o anonimato, a denúncia anônima, por si só, não é suficiente
para instaurar inquérito policial.

C) A noticia criminis de cognição mediata ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento da
infração através do próprio ofendido ou de quem tenha legitimidade para representá-lo.

D) Caso a autoridade policial indefira abertura de inquérito, o prejudicado deverá procurar o Ministério
Público, não sendo cabível recurso.

QUESTÃO 29. Sobre a realização de audiência de custódia, assinale a alternativa correta:

A) A realização da audiência de custódia decorre de determinação contida em Tratado Internacional


de Direitos Humanos, inexistindo legislação no ordenamento jurídico que trate do tema.

B) Caso a pessoa presa esteja acometida de enfermidade, que a impossibilite de ser apresentada ao
juiz, a prisão em flagrante será apreciada sem a realização posterior de audiência de custódia.

C) A oitiva da pessoa presa será realizada, preferencialmente em mídia, devendo ficar arquivada na
unidade responsável pela audiência.

D) É possível a realização de audiência de custódia por videoconferência com o juiz que determinou a
prisão.

QUESTÃO 30. Sobre o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça acerca das interceptações telefônicas
é correto afirmar:

A) Não é lícita prova obtida por meio de interceptação telefônica para delito punido com pena de
detenção, ainda se conexo a outro crime punido com reclusão.

B) Para validade das provas obtidas por meio de interceptação telefônica é necessária integral
degravação dos diálogos.

C) No caso de utilização de interceptação telefônica como prova emprestada, é indispensável a


disponibilização da integralidade das conversas advindas de outro feito.

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D) Ante a complexidade da matéria, a fundamentação per relationem é inadmissível para prorrogação


de interceptação telefônica.

🏳🏳 DIREITO CONSTITUCIONAL

QUESTÃO 31. A técnica de derrotabilidade das regras consiste:

A) na ausência de recepção de uma norma infraconstitucional diante da superveniência de nova


Constituição, que com ela é materialmente incompatível.

B) no afastamento episódico de uma regra diante de particularidades do caso concreto, a pretexto de


se fazer Justiça ou assegurar os seus fins.

C) no fenômeno pelo qual uma lei com vício originário de inconstitucionalidade se constitucionaliza
diante do surgimento de uma nova Constituição.

D) na impossibilidade de uma lei revogada ser restaurada por ter a lei revogadora perdido sua vigência.

QUESTÃO 32. Suponha que determinado Estado editou lei obrigando empresas de internet a apresentar
na fatura da conta a velocidade efetivamente oferecida no mês. A constitucionalidade de referida lei foi
contestada, sob o argumento que o diploma tratou de telecomunicações, matéria de competência da
União. Sobre a hipótese:

A) o argumento de inconstitucionalidade será acolhido, considerando que compete privativamente à


União legislador sobre telecomunicações.

B) admitir a competência dos entes federados para legislar em matéria de telecomunicação permite
a criação de desigualdades entre os usuários, de modo que a lei deve ser declarada inconstitucional.

C) a norma tratou sobre direito do consumidor, o que admite regulamentação concorrente pelos
Estados-Membros, não havendo vício de inconstitucionalidade a ser reconhecido.

D) a repartição de competências não é princípio absoluto, o que possibilita que Estados-Membros


legislem sobre matéria de competência privativa da União.

QUESTÃO 33. As imunidades parlamentares consistem em prerrogativas inerentes à função parlamentar,


que garante o exercício do mandato com plena liberdade. Sobre as imunidades parlamentares, assinale a
alternativa INCORRETA:

A) Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo
em flagrante de crime inafiançável, hipótese em que a Casa respectiva resolverá sobre a prisão.

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B) Atos praticados fora do recinto parlamentar não gozam de proteção da imunidade material quando
as manifestações não guardarem pertinência com o desempenho das funções do mandato.

C) As imunidades parlamentares, inclusive a prerrogativa de foro, não se estendem aos suplentes de


parlamentares, salvo quando assumam o cargo.

D) É inconstitucional resolução da Assembleia Legislativa que, com base em imunidade parlamentar,


revoga a prisão preventiva imposta pelo Poder Judiciário contra Deputado Estadual, por se tratar de
hipótese de reserva de jurisdição.

QUESTÃO 34. No que toca ao regime jurídico de pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas, em virtude
de sentença judiciária, assinale a alternativa correta:

A) Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária, tenham
60 (sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com deficiência, assim
definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor
equivalente ao triplo do correspondente às obrigações definidas em leis como de pequeno valor,
vedado o fracionamento para essa finalidade.

B) É vedado ao credor a entrega de créditos em precatórios para compra de imóveis públicos do


respectivo ente federado.

C) O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros,


independentemente da concordância do devedor.

D) Caso o montante total de débitos decorrentes de condenações judiciais em precatórios e obrigações


de pequeno valor, em período de 12 (doze) meses, ultrapasse a média do comprometimento percentual
da receita corrente líquida nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores, a parcela que exceder esse
percentual não poderá ser financiada.

QUESTÃO 35. Sobre o mandado de segurança, assinale a alternativa INCORRETA:

A) Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores
de concessionárias de serviço público.

B) É cabível mandado de segurança impetrado por Parlamentar em caso de inobservância do devido


processo legal decorrente de proposta de projeto de lei quando houver vício de inconstitucionalidade
formal, mas não material.

C) O Ministério Público do Tribunal de Contas não possui legitimidade para impetrar mandado de
segurança, ainda que para defender suas prerrogativas institucionais.

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D) Os efeitos da coisa julgada do mandado de segurança coletivo poderão beneficiar o impetrante a


título individual se não requerer a desistência de seu mandado de segurança.

QUESTÃO 36. Considere as seguintes situações hipotéticas:

I – Um Governador de Estado pratica crime comum em razão e durante o exercício do cargo;

II – Um Desembargador de Tribunal de Justiça pratica crime comum desvinculado do exercício de suas


funções;

III – Um Prefeito pratica crime comum da competência da justiça estadual durante o exercício do cargo e
em razão dele.

A competência para o processo e julgamento de tais crimes será, respectivamente:

A) Assembleia Legislativa; Superior Tribunal de Justiça; Tribunal de Justiça.

B) Superior Tribunal de Justiça; Superior Tribunal de Justiça; Tribunal de Justiça.

C) Superior Tribunal de Justiça; Tribunal de Justiça; Tribunal de Justiça.

D) Assembleia Legislativa; Tribunal de Justiça; Câmara Municipal.

🏳🏳 DIREITO ELEITORAL

QUESTÃO 37. O princípio da anualidade em Direito Eleitoral é o marco que traduz a segurança jurídica no
processo eleitoral como um todo. Ele dita as regras que irão reger as eleições. Com base nessa informação
é correto dizer:

A) O princípio está previsto na Lei das Eleições que dispõe que “a lei que alterar o processo eleitoral
entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data
de sua vigência. ”

B) Referido princípio, que tem base constitucional, somente se aplica à legislação em sentido estrito,
não se aplicando à jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral.

C) O princípio constitucional da anualidade expressa que a lei que alterar o processo eleitoral entrará
em vigor um ano após a data de sua publicação.

D) Apesar de sua redação se referir apenas à lei, existe precedente da Corte Superior que o aplicou
para a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral.

QUESTÃO 38. Conforme artigo 118, IV, da Constituição Federal, as Juntas Eleitorais são órgãos da Justiça

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Eleitoral. Nesse sentido, é correto afirmar:

A) As Juntas Eleitorais possuem 2 ou 4 membros no total, e são nomeadas pelo Tribunal Regional
Eleitoral.

B) O prazo para nomear os membros da Junta Eleitoral é de até 150 dias antes da eleição.

C) À Junta Eleitoral compete expedir os diplomas dos eleitos nas Eleições Estaduais.

D) Compete à Junta Eleitoral apurar em 10 dias o resultado das eleições.

QUESTÃO 39. Com relação ao Tribunal Superior Eleitoral é INCORRETO afirmar:

A) Terá, no mínimo, 7 membros.

B) É composto por dois Ministros do Superior Tribunal de Justiça, que serão escolhidos pelo Presidente
da República.

C) A Presidência do Tribunal Superior Eleitoral compete a um dos Ministros do Supremo Tribunal


Federal, cuja escolha será por meio de eleição.

D) A Corregedoria-Geral Eleitoral recairá sobre um dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça.

QUESTÃO 40. A capacidade eleitoral passiva se traduz na possibilidade de um cidadão se candidatar a um


cargo eletivo. Para tanto, devem-se preencher as condições de elegibilidade e não incidir em nenhuma
hipótese de inelegibilidade. Dentre as condições de elegibilidade, há a previsão de idade mínima a ser
atingida pelo candidato. Nesses termos, é correto afirmar:

A) A idade mínima para concorrer ao cargo de governador será de 35 anos de idade.

B) Uma pessoa que possui 40 anos de idade pode, em tese, candidatar-se para qualquer cargo eletivo,
considerando o preenchimento das outras condições de elegibilidade.

C) A idade mínima exigida constitucionalmente leva em consideração a idade do candidato por ocasião
da posse, inclusive para os vereadores.

D) O candidato a senador deve contar com 30 anos de idade.

🏳🏳 DIREITO EMPRESARIAL

QUESTÃO 41. Considere a seguinte situação hipotética:

WV Residencial, empresa do ramo da construção civil, lançou empreendimento imobiliário denominado


Residencial Globo. A empresa Globo Comunicação e Participações S.A. ajuizou ação de abstenção de uso

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de marca e de reparação de danos contra a WV Residencial, afirmando que, ao utilizar a expressão “Globo”
no nome do empreendimento imobiliário, teria violado o direito de propriedade industrial da autora.

I – Considerando que a marca “Globo” é de alto renome, goza de proteção erga omnes e deve prevalecer
para todos os produtos e serviços, sem distinção. Assim, WV Residencial não poderá utilizar o nome
“Globo” em seu empreendimento imobiliário.

II – A proteção conferida pela lei para as marcas não abrange o nome atribuído a edifícios ou
empreendimentos imobiliários, considerando que não se trata de uma atividade empresarial, mas sim um
ato da vida civil. Logo, a pretensão da parte autora é improcedente.

III – A marca se constitui num sinal distintivo de percepção visual que individualiza produtos e/ou serviços.
Registrada, confere ao titular o direito de usar, com exclusividade, uma expressão ou símbolo.

Diante da situação narrada, estão corretas as alternativas:

A) I e III

B) II e III

C) I e II

D) I, III e III

QUESTÃO 42. Sobre a figura do empresário, assinale a alternativa INCORRETA:

A) Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a


produção e a circulação de bens ou de serviços.

B) É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva


sede, antes do início de sua atividade.

C) Podem exercer a atividade de empresário todo aquele que estiver em pleno gozo da capacidade
civil e não for legalmente impedido.

D) Poderá o incapaz continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, desde que precedido
de autorização judicial.

QUESTÃO 43. Sobre o período suspeito na falência, é correto afirmar que:

A) Apenas quando provada a intenção de prejudicar serão ineficazes em relação à massa falida o
pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal.

B) A ineficácia dos atos praticados durante o período suspeito não poderá ser declarada de ofício pelo

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juiz, mas poderá ser alegada em defesa ou, ainda, pleiteada mediante ação própria.

C) São ineficazes os atos praticados com a intenção de prejudicar credores, desde que provado o
conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro e, ainda, o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida.

D) A ação revocatória deverá ser proposta no prazo de 3 (três) anos contado da decretação da falência.

QUESTÃO 44. No que se relacionada à classificação dos títulos de crédito, assinale a alternativa correta:

A) O cheque é um título de crédito causal.

B) É possível, regra geral, a emissão de títulos de crédito ao portador.

C) O título nominativo à ordem circula por meio de cessão civil.

D) A transferência de título ao portador se faz por simples tradição.

QUESTÃO 45. Sobre a ação renovatória de locação comercial, assinale a alternativa INCORRETA:

A) O locatário terá direito a renovação do contrato desde que, dentre outros requisitos, o contrato a
renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado.

B) O prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos
será de três anos.

C) É admissível a propositura de ação renovatória pelo sublocatário.

D) O direito de renovação decai se a ação não for proposta no interregno máximo de um ano contado
da finalização do prazo do contrato em vigor.

🏳🏳 DIREITO TRIBUTÁRIO

QUESTÃO 46. Acerca do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação assinale a opção correta.

A) Incide o imposto sobre o bacalhau importado de país signatário do GATT.

B) Constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para outro


estabelecimento do mesmo contribuinte.

C) Será seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviço.

D) Nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou não
do imposto, localizado em outro Estado, adotar-se-á a alíquota interestadual e caberá ao Estado de

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localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna do Estado


destinatário e a alíquota interestadual.

QUESTÃO 47. A empresa Central Perk Ltda., por meio de contrato de trespasse, adquiriu a integralidade do
estabelecimento comercial e passou a exercer as atividades da sociedade MacLaren’s Pub Ltda. que atuava
no setor de bares e alimentação e encerrou suas atividades. Um ano após a negociação, a sociedade
MacLaren’s Pub Ltda. abriu novo estabelecimento, dedicando-se agora ao comércio de veículos usados.
Nesse caso assinale a opção que reflete a correta responsabilidade tributária de cada um dos envolvidos:

A) A sociedade Central Perk Ltda. não responderá por nenhum tributo se for expressamente excluída
no contrato de trespasse.

B) A sociedade MacLaren’s Pub Ltda. somente responderá pelos tributos estaduais.

C) A sociedade Central Perk Ltda. responderá integralmente.

D) A sociedade MacLaren’s Pub Ltda. responderá de forma integral, pois prosseguiu as atividades em
outro ramo do comércio menos de dois anos após o negócio.

QUESTÃO 48. Sobre o pagamento indevido em direito tributário assinale a opção correta:

A) A restituição vence juros não capitalizáveis, a partir da decisão definitiva que a determinar.

B) Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição.

C) O prazo de prescrição é interrompido pelo pedido administrativo, recomeçando o seu curso, por
metade, a partir da data da intimação validamente feita ao representante judicial da Fazenda Pública
interessada.

D) Na repetição de indébito tributário, a correção monetária incide a partir da decisão que a determinar.

QUESTÃO 49. Sobre a repartição das receitas tributárias e o Fundo de Compensação à desoneração das
exportações assinale a opção correta:

A) Receberá 10% da arrecadação nacional do Imposto sobre Produtos Industrializados-IPI, sendo os


recursos repartidos entre os Estados proporcionalmente ao valor de sua população.

B) Da parcela recebida, cada Estado repassará 15% aos municípios.

C) Nenhuma unidade poderá receber mais do que 20% sobre o valor do fundo.

D) Receberá 10% da arrecadação nacional do Imposto sobre Produtos Industrializados-IPI, sendo os


recursos repartidos entre os Estados proporcionalmente à sua arrecadação de IPI.

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🏳🏳 DIREITO AMBIENTAL

QUESTÃO 50. Sobre as unidades de conservação, em especial o disposto na Constituição Federal, na Lei n.°
9.985/2000 e no entendimento do Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa correta:

A) Entende-se por unidade de conservação o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as
águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público,
com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se
aplicam garantias adequadas de proteção.

B) Consiste em um dos objetivos do SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza


a proteção das espécies ameaçadas de extinção exclusivamente no âmbito nacional.

C) Consoante entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, as medidas provisórias podem
veicular norma que altere espaços territoriais especialmente protegidos, eis que tal circunstância não
ofende o disposto no art. 225, § 1°, inciso III, da Constituição da República.

D) Incumbe ao Poder Público definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas mediante
edição de ato normativo do Poder que a instituiu, vedada qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção.

QUESTÃO 51. De acordo com o disposto no art. 19, da Lei n.° 9.433/1997, “A cobrança pelo uso de recursos
hídricos objetiva: I - reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real
valor; II - incentivar a racionalização do uso da água; III - obter recursos financeiros para o financiamento
dos programas e intervenções contemplados nos planos de recursos hídricos”. Referido dispositivo legal
está diretamente relacionado com o princípio ambiental do(a):

A) Poluidor-pagador.

B) Usuário-pagador.

C) Função socioambiental da propriedade.

D) Prevenção.

QUESTÃO 52. Segundo estabelece o Código Florestal (Lei n.° 12.651/2012), é correto afirmar:

A) É vedada, em qualquer hipótese, a intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de


Preservação Permanente.

B) Todo imóvel rural deve manter 35% (trinta e cinco por cento) de área com cobertura de vegetação

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nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação
Permanente.

C) A exploração econômica da Reserva Legal não é admitida em nenhuma hipótese.

D) A vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá ser mantida pelo proprietário da
área, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, o
qual está obrigado a promover a recomposição em caso de supressão, ressalvados os usos autorizados
previstos nesta Lei.

🏳🏳 DIREITO ADMINISTRATIVO

QUESTÃO 53. A respeito dos consórcios públicos, disciplinados pela Lei 11.107/2005, assinale a alternativa
INCORRETA.

A) Quando constituído com personalidade jurídica de direito público, o consórcio público integra a
administração indireta de todos os entes da Federação consorciados.

B) Os consórcios públicos poderão outorgar concessão, permissão ou autorização de obras ou serviços


públicos mediante autorização prevista no contrato de consórcio público.

C) Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá ser contratado pela administração
direta ou indireta dos entes da Federação consorciados, exigida, em regra, a licitação, nos termos da
Lei 8.666/93.

D) O consórcio público com personalidade jurídica de direito privado é regido pelo direito civil,
parcialmente derrogado por normas publicistas, devendo observar, por exemplo, normas de direito
público no que concerne à realização de licitação, à celebração de contratos, à prestação de contas e à
admissão de pessoal, que será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

QUESTÃO 54. Sobre os contratos de concessão e permissão de serviços públicos, assinale a alternativa
correta.

A) Uma das diferenças entre concessão e permissão de serviços públicos está no fato de que a concessão
exige licitação na modalidade concorrência, enquanto que, para a permissão, a lei dispensa, em regra,
a licitação prévia.

B) São causas extintivas do contrato de concessão de serviços públicos o advento do termo contratual,
a encampação, a caducidade, a anulação, a rescisão, a incapacidade do titular, no caso de empresa
individual, e a falência ou a recuperação judicial da empresa concessionária.

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C) Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da


concessão, por motivo de interesse público, mediante decreto autorizativo e após pagamento da
indenização.

D) As contratações, inclusive de mão-de-obra, feitas pela concessionária serão regidas pelas


disposições de direito privado e pela legislação trabalhista, não se estabelecendo qualquer relação
entre os terceiros contratados pela concessionária e o poder concedente.

QUESTÃO 55. Com base na legislação e no entendimento dos tribunais superiores, assinale a alternativa
correta.

A) As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos e


exploradoras de atividade econômica responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
culpa.

B) O Estado responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais que, no exercício
de suas funções, causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso contra o responsável, nos
casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa.

C) A Administração Pública não responde civilmente pelos danos causados por seus agentes quando
estes estiverem amparados por causa excludente de ilicitude penal.

D) O Estado sempre será responsabilizado em caso de suicídio de pessoa detida, em razão do seu
dever de preservação da integridade física e moral dos presos.

QUESTÃO 56. De acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa
INCORRETA.

A) O SENAC, por ostentar natureza privada e não integrar a Administração Pública, não se submete ao
processo licitatório previsto pela Lei n. 8.666/93.

B) As organizações sociais, por integrarem o Terceiro Setor, não fazem parte do conceito constitucional
de Administração Pública, razão pela qual não se submetem, em suas contratações com terceiros, ao
dever de licitar.

C) Os empregados das Organizações Sociais não são servidores públicos, mas sim empregados privados,
por isso que sua remuneração não deve ter base em lei, mas nos contratos de trabalho firmados
consensualmente.

D) A atribuição de título jurídico de legitimação da Organização Social através da qualificação exige


a observância do procedimento licitatório prévio, desde que constatada a existência de mais de um

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interessado.

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GABARITO

Q. 1 - GABARITO: D 33 Q. 24 - GABARITO: C 66 Q. 47 - GABARITO: C 97

Q. 2 - GABARITO: B 34 Q. 25 - GABARITO: B 68 Q. 48 - GABARITO: B 100

Q. 3 - GABARITO: A 36 Q. 26 - GABARITO: D 69 Q. 49 - GABARITO: C 103

Q. 4 - GABARITO: C 38 Q. 27 - GABARITO: B 70 Q. 50 - GABARITO: A 104

Q. 5 - GABARITO: B 39 Q. 28 - GABARITO: D 71 Q. 51 - GABARITO: B 107

Q. 6 - GABARITO: B 40 Q. 29 - GABARITO: C 73 Q. 52 - GABARITO: D 108

Q. 7 - GABARITO: A 41 Q. 30 - GABARITO: C 74 Q. 53 - GABARITO: C 110

Q. 8 - GABARITO: D 43 Q. 31 - GABARITO: B 75 Q. 54 - GABARITO: D 111

Q. 9 - GABARITO: D 44 Q. 32 - GABARITO: C 76 Q. 55 - GABARITO: B 112

Q. 10 - GABARITO: A 46 Q. 33 - GABARITO: D 77 Q. 56 - GABARITO: D 113

Q. 11 - GABARITO: C 48 Q. 34 - GABARITO: C 79

Q. 12 - GABARITO: D 50 Q. 35 - GABARITO: D 80

Q. 13 - GABARITO: C 51 Q. 36 - GABARITO: B 81

Q. 14 - GABARITO: A 52 Q. 37 - GABARITO: D 83

Q. 15 - GABARITO: C 54 Q. 38 - GABARITO: D 83

Q. 16 - GABARITO: D 55 Q. 39 - GABARITO: B 84

Q. 17 - GABARITO: B 56 Q. 40 - GABARITO: B 85

Q. 18 - GABARITO: C 57 Q. 41 - GABARITO: B 86

Q. 19 - GABARITO: A 59 Q. 42 - GABARITO: A 87

Q. 20 - GABARITO: D 60 Q. 43 - GABARITO: D 88

Q. 21 - GABARITO: C 62 Q. 44 - GABARITO: D 89

Q. 22 - GABARITO: D 64 Q. 45 - GABARITO: B 90

Q. 23 - GABARITO: C 65 Q. 46 - GABARITO: D 95

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QUESTÕES OBJETIVAS COM O GABARITO

PROFESSOR MARCEL FERREIRA DOS SANTOS


E-mail: profcei.marcelfsantos@gmail.com

🏳🏳 DIREITO CIVIL

QUESTÃO 1. A respeito das diferentes classes de bens, trabalhadas no Livro II do Código Civil de 2002,
assinale a alternativa INCORRETA:

A) São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração
da substância ou da destinação econômico-social.

B) São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.

C) Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável
de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.

D) São pertenças os bens que, constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, apenas
ao aformoseamento de outro.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: A assertiva é reprodução literal do art. 82 do CC/02: Art. 82. São móveis os bens suscetíveis
de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação
econômico-social.

B) CORRETA: A assertiva é reprodução literal do art. 85 do CC/02: Art. 85. São fungíveis os móveis que podem
substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.

C) CORRETA: A assertiva é reprodução do art. 87 do CC/02: Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem
fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se
destinam.

D) INCORRETA: A assertiva está errada. Além da pertença não se constituir parte integrante, ela se destina,
de modo duradouro, não apenas ao aformoseamento de outro. Em verdade, a pertença traduz bem que, não
constituindo parte integrante, se destina, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de
outro.

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Lembrando que bens acessórios são aqueles cuja existência e finalidade depende do outro bem, o principal.
Princípio da gravitação jurídica: o bem acessório segue o principal, salvo disposição em contrário (exceto as
pertenças). Tipos de bens acessórios: 1) Frutos; 2) Produtos; 3) Rendimentos; 4) Benfeitorias; 5) Pertenças;
6) Partes integrantes.

São bens destinados a servir outro bem principal, por vontade ou trabalho intelectual do proprietário. Nos
termos do CC/02: Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de
modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.

São bens que se acrescem, como acessórios, ao bem principal destinados, de modo duradouro, a conservar
ou facilitar o uso ou prestar serviço ou, ainda, servir de adorno ao bem principal, sem ser parte integrante.
Apesar de acessórios, conservam a sua individualidade e autonomia, tendo apenas subordinação econômico-
jurídica com o bem principal. Exemplo: ar condicionado, escada de incêndio (filme americano). Não sofrem,
como já vimos, caros alunos CEI, a incidência do princípio da gravitação jurídica.

💡💡 GABARITO: D

QUESTÃO 2. O tempo gera inúmeras influências na órbita jurídica. É cediço que o decurso do tempo
extingue ou consolida posições jurídicas. O tempo é importante tanto para o direito material quanto para
o direito processual. Quanto ao primeiro, basta lembrar da prescrição aquisitiva ínsita ao instituto do
usucapião. Quanto ao segundo, destaca-se o instituto da tutela antecipada, a qual visa a equalizar o ônus
que o decurso do tempo provoca no processo. Temos, ainda, a preclusão temporal, a coisa julgada, dentre
outros institutos. A respeito da prescrição e decadência, devidamente trabalhadas pelo codificador civil,
assinale a alternativa INCORRETA:

A) Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue pela prescrição.

B) A prescrição envolve os chamados direitos potestativos.

C) É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado, no
caso de coação, do dia em que ela cessar.

D) A pretensão traduz o poder jurídico conferido ao credor de coercitivamente exigir o cumprimento da


prestação violada.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: A assertiva é reprodução literal do art. 189 do CC/02: Art. 189. Violado o direito, nasce para o
titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.

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O que prescreve não é o direito de ação, mas, sim, a pretensão do credor, nascida a partir da violação. Por
pretensão, entenda-se o poder de coercitivamente exigir o cumprimento da obrigação inadimplida.

B) INCORRETA: A assertiva está errada. É a decadência ou caducidade que está ligada aos direitos potestativos.
O direito potestativo é um direito de interferência, isto é, traduz uma prerrogativa ou poder que, quando
exercido, interfere na esfera jurídica de terceiro sem que este nada possa fazer. Quando se exerce o direito
potestativo, está sujeitando a outra parte a si, sem que ela nada possa fazer. Há direitos potestativos sem
prazo para o exercício, exemplo: direito que se tem na condição de advogado de renunciar ao mandado que
lhe foi outorgado. Mas quando o direito potestativo tiver prazo para o exercício, este prazo sempre será
decadencial.

C) CORRETA: A assertiva é reprodução do inciso I do art. 178 do CC/02: Art. 178. É de quatro anos o prazo
de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I- no caso de coação, do dia em que
ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou
o negócio jurídico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.

D) CORRETA: A assertiva está correta. Violada um dado direito, nasce para o seu titular a chamada pretensão.
Esse poder jurídico de coercitivamente exigir o cumprimento da prestação violada.

💡💡 GABARITO: B

QUESTÃO 3. A respeito da capacidade e da personalidade, assinale a alternativa INCORRETA:

A) No caso de declaração de morte presumida, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as
buscas e averiguações. Não se exige, todavia, que a sentença fixe a data provável do falecimento, em razão
de inviabilidade fático-jurídica, ficando, pois, indefinida a data.

B) Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos
comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.

C) A existência da pessoa natural termina com a morte. Presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos
em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.

D) A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a
concepção, os direitos do nascituro.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: A assertiva está em desacordo com a regra prevista no art. 7º do CC/02: Pode ser declarada
a morte presumida, sem decretação de ausência: I - se for extremamente provável a morte de quem estava

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em perigo de vida; II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até
dois anos após o término da guerra. Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos,
somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a
data provável do falecimento (destaquei).

B) CORRETA: A assertiva é reprodução literal do art. 8º do CC/02: Se dois ou mais indivíduos falecerem na
mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão
simultaneamente mortos. Preceitua o artigo 6º do Código Civil que a existência da pessoal natural termina
com a morte, destacando-se assim a importância da indicação do momento da morte, já que com a morte
abre-se a sucessão.

Se duas pessoas ou mais morrerem no mesmo momento sem se poder indicar se uma morte antecedeu a
outra, essas mortes serão consideradas simultâneas.

A comoriência é, assim, a presunção de morte simultânea, de uma ou mais pessoas, na mesma ocasião
(tempo), em razão do mesmo evento ou não, sendo essas pessoas reciprocamente herdeiras.

Com a abertura da sucessão, portanto, com a morte, a herança do “de cujus”, composta do acervo patrimonial
ativo e passivo, transmite-se aos herdeiros legítimos e testamentários. Assim, para que haja transmissão da
herança do falecido para seus herdeiros é preciso que esses herdeiros tenham sobrevivido ao falecido, ou
seja, que no momento da morte do autor da herança os seus herdeiros estejam vivos.

Não existe possibilidade de se transmitir a herança a mortos, haja vista que com a morte não existe mais
pessoa natural. Com efeito, somente as pessoas podem titularizar direitos e, tendo perdido a personalidade
com a morte, impossível receber a propriedade desse acervo patrimonial deixado pelo “de cujus”.

No caso da comoriência, como não se consegue identificar quem faleceu primeiro, sendo os indivíduos
considerados simultaneamente mortos, não cabe direito sucessório entre comorientes, vale dizer,
comorientes não são herdeiros entre si.

C) CORRETA: A assertiva é reprodução literal do art. 6º do CC/02: A existência da pessoa natural termina
com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão
definitiva.

Ausência é tema cuja incidência é alta nas provas da magistratura. Ela ocorre quando determinada pessoa
desaparece de seu domicílio sem deixar notícia ou representante que administre seus bens. É preciso estudar
o art. 6º juntamente com as disposições do art. 22 e seguintes, todas do CC/02.

Em síntese, teremos a sucessão provisória e posteriormente a definitiva. Na definitiva é que será reconhecida
a morte presumida do indivíduo.

É importante lembrar, aluno CEI, que o art. 7º trata de outras hipóteses de morte presumida. Leia!!!

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D) CORRETA: A assertiva é reprodução do art. 2º do CC/02: A personalidade civil da pessoa começa do


nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.

Há diversas teorias que procuram justificar o início da personalidade: a) natalista; b) concepcionista e; c)


condicionalista.

Para a natalista, a personalidade só se inicia com o nascimento com vida. Por conta disso, os direitos da
personalidade só são reconhecidos com o nascimento com vida. A teoria sugere que a expressão “desde
a concepção” quer referir-se à expectativa de direitos do nascituro. Para a teoria concepcionista, com a
concepção, já surgem direitos da personalidade de cunho existencial. A expressão “nascimento com vida”
revela marco temporal para a aquisição de direitos patrimoniais. O nascituro, portanto, para essa teoria, tem
direitos da personalidade.

Por fim, temos a teoria condicionalista. Defende que, embora o nascituro detenha direitos da personalidade
desde a concepção, os direitos patrimoniais estão condicionados e, por isso, a sua personalidade como um
todo está condicionada.

💡💡 GABARITO: A

QUESTÃO 4. A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro experimentou, recentemente, inúmeras


alterações relacionadas ao Direito Público. A respeito das inovações, assinale a alternativa INCORRETA:

A) Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos
abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão. A motivação demonstrará
a necessidade e a adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou
norma administrativa, inclusive em face das possíveis alternativas.

B) A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação nova


sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito,
deverá prever regime de transição quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de
direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais.

C) Na interpretação de normas sobre gestão pública, a fim de evitar subjetivismos indevidos por parte do
julgador, não podem ser considerados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das
políticas públicas a seu cargo.

D) A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato,
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências
jurídicas e administrativas.

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💡💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: A Lei nº 13.655/2018 incluiu na LINDB os arts. 20 a 30 prevendo regras sobre segurança jurídica
e eficiência na criação e na aplicação do direito público. A interpretação dos arts. 20 a 30, portanto, deve ser a
de que eles se aplicam a temas de direito público, mais especificamente a matérias de Direito Administrativo,
Financeiro, Orçamentário e Tributário.

Atenção Aluno CEI! Essas alterações têm relação com a denominada análise econômica do direito. Tema que,
com certeza, poderá cair na sua prova de humanística, na segunda fase. De acordo com a análise econômica
do direito, a economia deve ser utilizada como ferramenta de apoio para a resolução de problemas legais. A
interdisciplinaridade é palavra chave aí. Podemos exemplificar com a judicialização da saúde (qual o impacto
das decisões envolvendo medicamentos nos orçamentos públicos?); interdição de atividades (qual o impacto
da decisão em relação ao valor social do trabalho?) etc.

A assertiva representa reprodução literal do art. 20 da LINDB: Nas esferas administrativa, controladora e
judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências
práticas da decisão. Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida
imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das
possíveis alternativas.

B) CORRETA: A assertiva representa reprodução literal do art. 23 da LINDB: A decisão administrativa,


controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação nova sobre norma de conteúdo
indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá prever regime de transição
quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja cumprido de modo
proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais.

Se houver uma mudança na forma como a Administração Pública, os Tribunais de Contas ou o Poder Judiciário
interpretavam determinada norma, deverá ser previsto um regime de transição. Este regime de transição
representa a concessão de um prazo para que os administradores públicos e demais pessoas afetadas pela
nova orientação possam se adaptar à nova interpretação. É como se fosse uma modulação dos efeitos.
Requisitos para a aplicação do regime de transição: a) A decisão administrativa, controladora ou judicial
deve estabelecer uma interpretação ou orientação nova; b) Essa interpretação nova deve recair sobre uma
norma de conteúdo indeterminado; c) Por conta dessa interpretação, será imposto novo dever ou novo
condicionamento de direito; d) O regime de transição mostra-se, no caso concreto, indispensável para que
o novo dever ou condicionamento de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente;
e) A imposição desse regime de transição não pode acarretar prejuízo aos interesses gerais. Cabe ao órgão
julgador a análise dos preenchimentos dos requisitos acima, sendo passível de recurso caso o interessado
entenda que deveria ter direito ao regime de transição.

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C) INCORRETA: A assertiva está em desacordo com o art. 22 da LINDB: Na interpretação de normas sobre
gestão pública, serão considerados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas
públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados.

D) CORRETA: A assertiva representa reprodução literal do art. 21 da LINDB: A decisão que, nas esferas
administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma
administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e administrativas.

💡💡 GABARITO: C

QUESTÃO 5. Sobre os elementos acidentais do negócio jurídico, assinale a alternativa INCORRETA:

A) Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar os
atos destinados a conservá-lo.

B) As condições incompreensíveis ou contraditórias não invalidam os negócios jurídicos que lhe são subor-
dinados. Apenas suspendem a eficácia das convenções.

C) Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o
efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.

D) Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas,
se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em con-
trário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição
pendente e conforme aos ditames de boa-fé.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: A assertiva representa reprodução literal do art. 130 do CC/02: Ao titular do direito eventual,
nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo.

B) INCORRETA: A assertiva está em desacordo com o art. 123 do CC/02: Art. 123. Invalidam os negócios ju-
rídicos que lhes são subordinados: I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas;
II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; III - as condições incompreensíveis ou contraditórias.

O artigo citado despenca em prova! Sugiro que o aluno CEI leia todos os artigos envolvendo condição, termo
e encargo (arts. 121/137, CC/02).

C) CORRETA: A assertiva representa reprodução literal do art. 121 do CC/02: Considera-se condição a cláu-
sula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento
futuro e incerto.

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D) CORRETA: A assertiva representa reprodução literal do art. 128 do CC/02: Sobrevindo a condição resoluti-
va, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução
continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já
praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé.

💡💡 GABARITO: B

PROFESSOR RAFAEL ALTOE


E-mail: profcei.rafaelaltoe@gmail.com

🏳🏳 DIREITO PROCESSUAL CIVIL

QUESTÃO 6. Considerando o atual posicionamento do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal


Federal, a respeito do Direito Processual Civil, assinale a alternativa CORRETA:

A) Sendo um dos atores do processo, o Juiz pode ser objeto de multa por ato atentatório à dignidade da
Jurisdição.

B) A prescrição intercorrente do processo de execução arquivado por ausência de bens não afasta a inci-
dência do princípio da causalidade em desfavor do devedor.

C) O acórdão que realiza o juízo de admissibilidade (positivo ou negativo) do IRDR, considerando ter carga
decisória, é passível de recurso.

D) O Ministério Público não detém legitimidade para a propositura de Ação Civil Pública para defesa de
direitos sociais relacionados com o FGTS, considerando o caráter estritamente patrimonial (individual) da
questão.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: O STJ tem entendimento no sentido de que a multa de que trata o Art. 77, § 2º, do CPC/2015,
não se pode ser aplicada ao magistrado condutor do processo, já que seus atos atentatórios serão processa-
dos, se for o caso, nos termos da Lei Orgânica da Magistratura” (STJ. 4a Turma. REsp 1.548.783-RS, Rel. Min.
Luis Felipe Salomão, julgado em 11/06/2019 (Info 653).

B) CORRETA: Conforme trecho do informativo 660, do STJ, a não localização de bens do devedor não pode
ser uma consequência negativa para o credor. Assim, mesmo que ocorra a prescrição da pretensão execu-
tória, isso se deu, ao final, por motivo não imputável ao exequente, de modo que a responsabilidade pelo

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pagamento de honorários derivará do princípio da causalidade, imputando o ônus à parte que deu causa à
instauração do processo de execução (no caso, o devedor que não adimpliu a dívida voluntariamente). (STJ.
3ª Turma. REsp 1.835.174-MS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 05/11/2019 – Info 660).

C) INCORRETA: Definiu o STJ que o acórdão que admite ou inadmite o IRDR é irrecorrível, sustentando, den-
tre outras coisas, que o CPC trouxe previsão de recurso apenas contra o mérito do IRDR, além de inexistir,
propriamente, uma causa decidida (porque a questão debatida ainda será objeto de análise pelo Judiciário,
ainda que de maneira individual). Julgado: 3a Turma. REsp 1.631.846-DF, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseveri-
no, Rel. Acd. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/11/2019 (Info 661).

D) INCORRETA: O STF decidiu (RE 643978/SE, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 9/10/2019), inclu-
sive com reconhecimento de repercussão geral, que o Ministério Público é legitimado para ajuizar ação civil
pública em defesa de direitos sociais relacionados ao FGTS. Trata-se de um tratamento especial, distinto da
proibição prevista no art. 1o da Lei 7.347/85.

💡💡 GABARITO: B

QUESTÃO 7. A respeito da coisa julgada, considerando o tratamento do CPC/15 e do STJ, assinale a alter-
nativa INCORRETA:

A) Segundo o STJ, havendo conflito no tempo entre decisões transitadas em julgado, prevalecerá a senten-
ça prolatada em primeiro lugar, considerando que a segunda sentença é ato inexistente.

B) Conforme previsão do CPC, denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e in-
discutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso.

C) A coisa julgada, como forma de imutabilidade da decisão, pode ser classificada em formal e material. A
coisa julgada material pressupõe a formal, mas o inverso não.

D) Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e


as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: Embora haja sensível divergência jurisprudencial sobre o tema, o STJ prolatou decisão em
2019 dando conta de que deve prevalecer a última coisa julgada, até que sobrevenha a ação rescisória. (STJ.
Corte Especial. EAREsp 600811/SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 04/12/2019).

B) CORRETA: A alternativa reproduz o conceito de coisa julgada estampado no artigo 502, do CPC/15.

C) CORRETA: Conforme ensina a doutrina: “Essa imutabilidade gerada para fora do processo, resultante da

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coisa julgada material, atinge tão somente as sentenças de mérito proferidas mediante cognição exauriente,
de forma que haverá apenas coisa julgada formal nas sentenças terminativas ou mesmo em sentenças de
mérito, desde que proferidas mediante cognição sumária, como ocorre para a maioria doutrinária na senten-
ça cautelar. Como se nota, a coisa julgada material depende da coisa julgada formal, mas o inverso não acon-
tece” (NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. 8a Ed. Salvador: Juspodvim).

D) CORRETA: A alternativa reproduz fielmente o Art. 508, do CPC/15, reproduzindo o que a doutrina conven-
cionou chamar de princípio do deduzido e do dedutível. Em essência, são albergados pela impossibilidade de
nova discussão todos os argumentos correlacionados com a causa de pedir que, embora não tenham sido
ventilados, poderiam ter sido ventilados como fundamento para o mesmo pedido julgado. São estabilizados
todos os fundamentos que se ligam à causa de pedir, ainda que expressamente não debatidos. Atenção: a
questão se refere, como se vê, aos fundamentos ligados ao pedido julgado, considerando que a coisa julgada
opera, na realidade, no dispositivo da decisão. O que se proíbe, portanto, é a rediscussão do mesmo julgado
a partir de fundamentos que não foram tratados, mas poderiam ter sido, considerando se relacionarem à
mesma causa de pedir. Por outro lado, nada impede a apresentação, pela parte, de um novo pedido, ou seja,
de uma nova pretensão, diversa daquela previamente julgada, situação que tecnicamente se traduzirá em
uma nova demanda. Em resumo, o princípio do deduzido e do dedutível, fruto do princípio da estabilidade
da demanda, não impede a apresentação de uma nova causa de pedir (por meio de uma nova pretensão),
mas impede, como se notou, a rediscussão do julgado por meio de fundamentos que, mesmo não tendo sido
ventilados pelas partes, se referem à causa de pedir da questão já julgada.

💡💡 GABARITO: A

QUESTÃO 8. Em matéria de prova no CPC/15, assinale a alternativa CORRETA:

A) Segundo a legislação processual, só podem funcionar como peritos aqueles que possuam grau univer-
sitário correspondente à especialidade exigida para a matéria.

B) O Código de Processo Civil admite que a perícia possa vir a ser substituída pela prova técnica simplifica-
da (que com ela não se confunde), desde que precedida de requerimento da parte interessada.

C) Os assistentes técnicos que acompanham a prova pericial, por serem agentes do processo, submetidos
ao princípio da cooperação, se submetem às causas de impedimento e suspeição.

D) Quando a matéria que depender da prova técnica não ficar esclarecida mesmo após a realização de um
perícia, o juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova perícia, tendo por
objeto os mesmos fatos sobre os quais recaiu a primeira. A segunda perícia, portanto, destina-se a corri-
gir eventual omissão ou inexatidão dos resultados da primeira. No entanto, a perícia complementar não
substitui a primeira, de modo que ambas deverão ser consideradas pelo Juiz no momento da prolação da

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sentença, que sopesará a prevalência de uma frente à outra, conforme o caso concreto.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: A alternativa passa por importante mudança do CPC/73 para o CPC/75. Na sistemática an-
terior o perito, como auxiliar do Juízo, deveria possuir ao menos o grau universitário. Já no CPC/15 esse re-
quisito foi excluído, considerando que o que importa, a partir de agora, é a especialidade do conhecimento,
ainda que obtida sem o grau acadêmico. Sendo assim, considera-se perita a pessoa que, mesmo não tendo
formação universitária, detém relevante domínio técnico do ponto a ser elucidado. O CPC/15 foca no conhe-
cimento (técnico e científico) que a pessoa detém, e não em sua formação curricular. Veja-se, em especial, o
caput do art. 156, do CPC/15: “o juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conheci-
mento técnico ou científico”. Ressalta-se, todavia, que a formação pode ser um fator a ser considerado para
a escolha do perito, mas o CPC/15 não exige, necessariamente, a formação universitária, além de estabelecer
outros requisitos a serem ponderados. Destaque-se, para tanto, o que prevê o § 3º do artigo mencionado:
“os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção do cadastro, considerando a
formação profissional, a atualização do conhecimento e a experiência dos peritos interessados.”

B) INCORRETA: Destaca-se que uma das marcas do CPC/15, inclusive a nível principiológico, é simplificação
de determinados atos processuais. Assim, os atos mais simples, desde que suficientes à finalidade pretendi-
da, sempre preferirão os mais custosos (em todos os sentidos, incluindo o custo do tempo do processo). Nes-
te ponto, há previsão expressa dando conta de que “de ofício ou a requerimento das partes, o juiz poderá,
em substituição à perícia, determinar a produção de prova técnica simplificada, quando o ponto controverti-
do for de menor complexidade” (CPC/15, Art. 464, § 2º). Veja-se, portanto, que o erro da alternativa está em
apontar que essa substituição dependeria do requerimento das partes, o que colide com a previsão legal que
autoriza tal substituição de ofício pelo Juiz. Se não bastasse, o próprio código ainda define o que vem a ser
a chamada prova técnica simplificada, o que faz o § 3º do artigo já apontado: “a prova técnica simplificada
consistirá apenas na inquirição de especialista, pelo juiz, sobre ponto controvertido da causa que demande
especial conhecimento científico ou técnico”.

C) INCORRETA: Cumpre observar que diferentemente dos peritos (estes sim submetidos ao princípio da
imparcialidade), verdadeiros auxiliares do Juízo, os assistentes técnicos são unilateralmente indicados pelas
partes, atuando no interesse destas. Não por outra razão, o art. 466, § 1º, do CPC/15, estabelece que: “Os
assistentes técnicos são de confiança da parte e não estão sujeitos a impedimento ou suspeição.”.

D) CORRETA: A alternativa está em consonância com o Art. 480, do CPC/15. No caput e § 1º há a seguinte
previsão: “o juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova perícia quando a
matéria não estiver suficientemente esclarecida. § 1º A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos
sobre os quais recaiu a primeira e destina-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados a

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que esta conduziu”. Ainda, o § 3º, do mesmo artigo, deixa claro que a segunda perícia (complementar)
não substitui a primeira na análise a ser feita pelo Juiz, de modo que as duas provas técnicas deverão ser
valoradas, cabendo ao magistrado definir o valor de cada uma conforme cada caso concreto: Assim prevê
a norma: “A segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar o valor de uma e de outra.”

💡💡 GABARITO: D

QUESTÃO 9. Considerando o tratamento da prova documental e pericial no CPC/15, assinale a alternativa


CORRETA:

A) As partes podem, de comum acordo, indicar o perito a ser nomeado, ainda que a causa não permita
conciliação, desde que presente o consenso.

B) Na inspeção judicial, sendo uma medida privativa do Juiz, as partes, embora possam assistir à diligên-
cia, não estão autorizadas a fazerem observações no momento do ato, nada impedindo, no entanto, que
apresentem impugnações após a lavratura do auto circunstanciado.

C) Por força do princípio da estabilização objetiva da demanda, as partes devem juntar todos os documen-
tos que amparam a pretensão juntamente com a petição inicial (para o autor) ou com a contestação (para
o réu), sendo defesa a juntada posterior.

D) O documento feito por oficial público incompetente ou sem a observância das formalidades legais, sen-
do subscrito pelas partes, tem a mesma eficácia probatória do documento particular.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: Dentro do CPC/15 as partes atuam em colaboração para a adequada resolução do processo
(princípio da cooperação). Sob tal ótica, podem realizar negócios jurídicos processuais de diferentes espé-
cies (ex: distribuindo o ônus probatório de maneira diversa, ampliando prazos etc). Dentro da mesma lógica,
as partes, de comum acordo, podem indicar perito que entendam mais adequado para o caso, desde que
preenchidos os requisitos do art. 471. Ocorre que tal artigo proíbe que essa indicação pelas partes ocorra
quando a causa não permita a autocomposição. Eis o caput do art. 471: As partes podem, de comum acordo,
escolher o perito, indicando-o mediante requerimento, desde que: I - sejam plenamente capazes; II - a causa
possa ser resolvida por autocomposição. (...)”

B) INCORRETA: O CPC/15 deixa claro, em seu art. 481, que o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode,
em qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato que interesse
à decisão da causa. No entanto, fruto do já mencionado princípio da cooperação (em que todos os atores do
processo devem atuar em busca da melhor elucidação dos fatos), as partes não apenas podem acompanhar

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a realização da inspeção judicial, como também podem prestar esclarecimentos e igualmente podem fazer
observações que considerem de interesse para a causa. É o que se encontra previsto no art. 483, parágrafo
único, do CPC/15.

C) INCORRETA: O chamado princípio da estabilização da demanda ou estabilização da lide está ligado à pos-
sibilidade ou não da modificação dos três elementos da ação (partes, causa de pedir e pedido) no curso do
processo. Defende-se que enquanto o réu não for citado, isto é, enquanto não operada a angularização pro-
cessual, o autor pode unilateralmente, por exemplo, alterar a sua causa de pedir ou pedido. Após a citação,
apenas com o consentimento do réu essa alteração pode ocorrer, e desde que não tenha ocorrido a fase de
saneamento. Depois disso, a demanda se estabiliza. Doutrinariamente se diz que a estabilização da lide pode
se dar a partir de dois enfoques: estabilização subjetiva (impossibilidade de modificação das partes, salvos
nas hipóteses legais de intervenção de terceiros – ampliação ou modificação subjetiva da lide), ou estabi-
lização objetiva (modificação do pedido ou da causa de pedir). Neste ponto, prevê o art. 329, I, do CPC/15
os marcos temporais para a alteração objetiva do processo pelo autor (com ou sem o consentimento do
réu): “pode o autor: I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de
consentimento do réu; II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com
consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo
mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar. Parágrafo único. Aplica-se o
disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir.”. Superado esse esclarecimento, vale des-
tacar, no entanto, que o princípio da estabilização, como se nota, tem por objetivo evitar que os limites da
demanda sejam alterados a qualquer tempo, não tendo correlação direta com as provas a serem produzidas
(embora possa se ventilar a existência de uma correlação indireta). Não por outra razão o CPC/15 permite
que as partes juntem novos documentos, mesmo após a petição inicial ou a contestação, mas desde que
se destinem à demonstração de fatos ocorridos depois dos articulados ou para contrapô-los aos que foram
produzidos nos autos. É o que prevê o Art. 435, do CPC/15:

Art. 435: É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, quando
destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para contrapô-los aos
que foram produzidos nos autos. Parágrafo único. Admite-se também a juntada posterior de
documentos formados após a petição inicial ou a contestação, bem como dos que se tornaram
conhecidos, acessíveis ou disponíveis após esses atos, cabendo à parte que os produzir
comprovar o motivo que a impediu de juntá-los anteriormente e incumbindo ao juiz, em
qualquer caso, avaliar a conduta da parte de acordo com o art. 5º .
D) CORRETA: É o que prevê o art. 407, do CPC/15: “O documento feito por oficial público incompetente ou
sem a observância das formalidades legais, sendo subscrito pelas partes, tem a mesma eficácia probatória
do documento particular”.

💡💡 GABARITO: D

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QUESTÃO 10. Sobre a citação, focando-se no tratamento legal e jurisprudencial, assinale a alternativa
CORRETA:
A) A citação por edital, ainda que na execução fiscal, somente pode ser utilizada se esgotados os meios
disponíveis para viabilização da citação real. O só fato de ser encaminhada a tentativa de citação postal
para o endereço do devedor (cadastrado perante o fisco), não dispensa a realização de diligências prévias
para a localização da parte.

B) A citação por edital, segundo o Superior Tribunal de Justiça, é desprovida da capacidade de interromper
o prazo de prescrição intercorrente no processo autônomo de execução, considerando não deter a mesma
carga de eficácia da citação real, seja postal ou por mandado.

C) A ação monitória, no contexto do CPC/15, considerando a especialidade de seu procedimento, não ad-
mite todas as formas de citação que são admitidas para o procedimento comum.

D) A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, retroagirá à data de pro-
positura da ação, salvo se determinada por Juízo incompetente, oportunidade em que tal efeito não se
caracterizará.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: A alternativa está de acordo com a súmula 414, do STJ: “A citação por edital na execução fiscal
é cabível quando frustradas as demais modalidades.”. Essa sistemática, para as execuções em geral, foi rea-
firmada pelo texto do CPC/15, para todas as formas de demandas, conforme se observa do Art. 256, § 3º:
“O réu será considerado em local ignorado ou incerto se infrutíferas as tentativas de sua localização, inclusive
mediante requisição pelo juízo de informações sobre seu endereço nos cadastros de órgãos públicos ou de
concessionárias de serviços públicos”.

B) INCORRETA: O STJ definiu, com base em recurso repetitivo, que “a efetiva constrição patrimonial e a efeti-
va citação (ainda que por edital) são aptas a interromper o curso da prescrição intercorrente, não bastando
para tal o mero peticionamento em juízo, requerendo, v.g., a feitura da penhora sobre ativos financeiros ou
sobre outros bens.” (REsp 1340553/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, jul-
gado em 12/09/2018, DJe 16/10/2018). Veja-se que o precedente em questão tem eficácia vinculante, nos
termos do Art. 927, do CPC/15.

C) INCORRETA: Segundo o Art. 700, § 7º, do CPC/15, na ação monitória, admite-se citação por qualquer dos
meios permitidos para o procedimento comum. Tal dispositivo legal consagra, no plano legislativo, a razão
de decidir anteriormente estampada na Súmula 282, do STJ, que ao tempo de sua edição já previa que:
“Cabe a citação por edital em ação monitória.”.

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D) INCORRETA: O CPC/15 é repleto de exemplos em que se determinam a conservação de atos praticados


pelo Juízo incompetente. Neste ponto, como um exemplo, o Art. 240 prevê que a “citação válida, ainda
quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o
devedor”. Do mesmo modo, partindo da mesma lógica, segue o § 1º do mencionado artigo: “a interrupção
da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda que proferido por juízo incompetente,
retroagirá à data de propositura da ação.”.

💡💡 GABARITO: A

QUESTÃO 11. Quanto ao procedimento de cumprimento de sentença para o pagamento de quantia certa,
fixada judicialmente, assinale a alternativa INCORRETA:

A) A contagem do prazo de 15 (quinze) dias para pagamento voluntário da obrigação, sob pena de inci-
dência da multa de 10% do valor executado, é contado em dias úteis, eis que a Jurisprudência entendeu
se tratar de prazo processual.

B) Conforme previsão no CPC, é lícito ao devedor, antes mesmo de ser intimado para o cumprimento da
sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido, apresentando me-
mória discriminada do cálculo. Em tal hipótese, o autor será intimado para se manifestar em cinco dias,
manifestando-se se concorda ou não com a quantia apresentada. Caso discorde, e o Juiz entenda que o
depósito do devedor realmente foi insuficiente, haverá a incidência da multa de 10% na diferença devida,
com o prosseguimento da execução, sem prejuízo do levantamento imediato pelo autor da verba então
depositada.

C) No cumprimento definitivo da sentença que reconhece a exigibilidade de obrigação de pagar quantia


certa, haverá a incidência de honorários advocatícios, específicos desta fase, caso o devedor não pague
a dívida no prazo legal. O CPC/15, neste aspecto, previu que os honorários correspondem à 20% do valor
executado.

D) Conforme previsão legal, quando o valor apontado no demonstrativo que instrui a petição de abertura
do cumprimento de sentença aparentemente exceder os limites da condenação, a execução ainda assim
será iniciada pelo valor pretendido, mas a penhora terá por base a importância que o juiz entender ade-
quada.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: A alternativa reproduz o entendimento dominante no âmbito do Superior Tribunal de Justiça.:


“o prazo para pagamento do débito previsto no art. 523, caput, NCPC, deve ser contado em dias úteis”. (STJ,
REsp. 1.708.348/RJ, 3ª Turma, Unânime, j.25/06/2019). Ainda, a I Jornada de Direito Processual Civil do Con-

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selho da Justiça Federal elaborou o ENUNCIADO 89, assim redigido: “conta-se em dias úteis o prazo do caput
do art. 523 do CPC”. Para aprofundamento, no entanto, cumpre destacar que existem vozes na doutrina, em
sentido minoritário, que sempre defenderam o prazo como sendo de índole material. Para essa corrente –
hoje derrotada no STJ – o cumprimento voluntário de uma obrigação é, igualmente, um direito do próprio
executado (que pode querer adimplir a obrigação para evitar maiores encargos). Para tal corrente, como se
nota, o pagamento é um ato próprio do direito material, se submetendo à sistemática do Direito Civil ordiná-
rio, inclusive na forma de contagem do prazo. No entanto, como já adiantado, prevaleceu no STJ a natureza
processual do prazo, de modo que sua contagem, atualmente, é definida em dias úteis.

B) CORRETA: Conforme previsão do CPC/15, há a possibilidade de desenvolvimento, no procedimento de


cumprimento de sentença para pagamento de quantia certa, de um incidente para que o réu pague o valor
devido, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença. Para alguns se está diante de uma forma
embutida/incidental de consignação em pagamento, já que o objetivo do instituto é evitar eventuais efeitos
da mora. A sistemática é estabelecida no art. 526:

Art. 526. É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença, comparecer
em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido, apresentando memória
discriminada do cálculo. § 1º O autor será ouvido no prazo de 5 (cinco) dias, podendo impugnar o
valor depositado, sem prejuízo do levantamento do depósito a título de parcela incontroversa.
§ 2º Concluindo o juiz pela insuficiência do depósito, sobre a diferença incidirão multa de
dez por cento e honorários advocatícios, também fixados em dez por cento, seguindo-se a
execução com penhora e atos subsequentes. § 3º Se o autor não se opuser, o juiz declarará
satisfeita a obrigação e extinguirá o processo.
Veja-se, a partir da leitura do dispositivo, que deverá ser observado o contraditório por parte do exequente
(em cinco dias). Além disso, caso o Juiz tome o depósito voluntário por insuficiente, deverá aplicar, contra o
devedor, a multa de 10% por atraso na obrigação, incidindo tal valor na diferença a ser apurada.

C) INCORRETA: Eliminando debates pretéritos que permeavam a matéria, o CPC/15 passou a dar um trata-
mento claro a respeito da incidência de honorários advocatícios específicos para a fase de cumprimento de
sentença (para pagamento de quantia certa). Prevê o Art. 523:

Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de de-
cisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento
do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias,
acrescido de custas, se houver. § 1º Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput,
o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado
de dez por cento. § 2º Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os
honorários previstos no § 1º incidirão sobre o restante. § 3º Não efetuado tempestivamente o

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pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se
os atos de expropriação.

Da leitura do dispositivo é possível observar que: a) caso o devedor pague a quantia devida dentro do prazo
legal para adimplemento voluntário (15 dias a contar da intimação), não haverá a incidência de honorários
específicos para a fase de cumprimento de sentença; b) por outro lado, caso não haja o pagamento volun-
tário no prazo legal, o próprio CPC, de maneira expressa, deixa claro que, além da multa de 10%, passarão a
ser devidos honorários advocatícios no valor de 10% (eis o ponto de equívoco da alternativa – que apontou
o percentual de 20%). Ademais, os honorários relativos à fase de conhecimento naturalmente podem ser
incluídos, desde já, no cálculo inicial que dá abertura ao cumprimento de sentença, já que representam uma
verba devida, amparada em título judicial passível de execução. A questão, em sentido diversa, se refere à
possibilidade – agora claramente autorizada – de incidência de “novos honorários”, próprios da etapa satisfa-
tiva, pontuando que sua incidência depende da inexistência de pagamento voluntário por parte do devedor.

D) CORRETA: Embora o dispositivo tenha recebido pontuais críticas da doutrina, ao permitir o início mesmo
com um aparente excesso no cálculo, trata-se de previsão literal do CPC/15. Eis o Art. 524, § 1º: “Quando o
valor apontado no demonstrativo aparentemente exceder os limites da condenação, a execução será iniciada
pelo valor pretendido, mas a penhora terá por base a importância que o juiz entender adequada”. A alter-
nativa exigiu o conhecimento da previsão legal, de modo que está correta. Em fase discursiva, no entanto,
seria possível elaborar a resposta com maior profundidade, apontando o entendimento doutrinário que
defende a possibilidade do Juiz indeferir o cumprimento de sentença se for possível constatar, sem sombra
de dúvidas, que o cálculo não respeita os parâmetros da sentença. Tratar-se-ia, neste caso, de uma irregula-
ridade do próprio título, devendo o Juiz intimar a parte para sua correção. No entanto, caso não se tenha a
possibilidade de avaliação segura dessa incorreção logo de plano, deverá o Juiz observar o previsto na norma
acima transcrita.

💡💡 GABARITO: C

PROFESSOR MARCEL FERREIRA DOS SANTOS


E-mail: profcei.marcelfsantos@gmail.com

🏳🏳 DIREITO DO CONSUMIDOR

QUESTÃO 12. Acerca da proteção do Consumidor, assinale a alternativa INCORRETA:

A) O Estado, segundo imposição do texto constitucional, promoverá, na forma da lei, a defesa do consu-
midor. Por essa disposição se tratar de norma veiculada no art. 5º, XXXII, CR/88, pode-se dizer que a pro-

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teção do consumidor é uma cláusula pétrea.

B) A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim asse-
gurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados, dentre vários princípios,
a defesa do consumidor.

C) Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre produção e consu-
mo.

D) Não é competente o município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: A defesa do consumidor é um direito fundamental justamente por conta da disposição contida
no art. 5º, XXXII, da CR/88. Em razão da localização da disposição, é naturalmente uma cláusula pétrea (art.
60, §4º, CR/88). Trata-se, em verdade, de um direito fundamental de terceira dimensão, localizada dentro
dos direitos difusos.

B) CORRETA: A assertiva tem base no art. 170 da CR/88: Art. 170. A ordem econômica, fundada na valoriza-
ção do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os
ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (...) V - defesa do consumidor.

Como se vê, são vários os princípios alinhados no citado artigo.

C) CORRETA: De acordo com o art. 24, CR/88, a competência para legislar sobre produção e consumo (inciso
V) e sobre responsabilidade por danos ao consumidor (inciso VIII) é concorrente entre a União, os Estados e
o DF. Temos aí uma denominada competência vertical ou não cumulativa. A União possui competência para
legislar sobre as normas gerais. Já os Estados e o DF podem legislar de forma suplementar, isto é, com o intui-
to de adequar a legislação federal às peculiaridades locais. Havendo inércia da União, poderá ser exercida a
competência plena, nos termos dos §§ 3º e 4º, do art. 24 da CR/88: Art. 24. Compete à União, aos Estados e
ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: (...) V - produção e consumo; (...) VIII - responsabilidade
por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico
e paisagístico; (...) § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência le-
gislativa plena, para atender a suas peculiaridades. § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais
suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

Os Municípios possuem competência para legislar sobre direito do consumidor, tratando-se de interesse lo-
cal, nos termos do art. 30 da CR/88: Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse
local.

D) INCORRETA: A assertiva é contrária ao teor da súmula vinculante de nº 38 do STF: É competente o

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município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial.

É bom relembrar que o art. 30, I, CR/88, estabelece que compete aos Municípios legislar sobre assuntos
de interesse local. Podemos citar como exemplos as leis municipais que obriguem agências bancárias a
disponibilizar banheiros aos clientes e, ainda, as normativas locais que regulam o tempo de espera em filas.

Recurso extraordinário. Constitucional. Consumidor. Instituição bancária. Atendimento ao público. Fila. Tem-
po de espera. Lei municipal. Norma de interesse local, legitimidade. Lei municipal 4.188/01. Banco. Aten-
dimento ao público e tempo máximo de espera na fila. Matéria que não se confunde com a atinente às
atividades bancárias. Matéria de interesse local e de proteção ao consumidor. Competência legislativa do
município. Recurso extraordinário conhecido e provido (STF, RE 432.789).

💡💡 GABARITO: D

QUESTÃO 13. A legislação consumerista traz os requisitos que o orçamento deve conter. A respeito do
orçamento, assinale a alternativa INCORRETA:

A) O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio discriminando o


valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento,
bem como as datas de início e término dos serviços.

B) Havendo a realização do serviço, sem o prévio orçamento e sem autorização, será equivalente a amos-
tra grátis.

C) É facultado ao fornecedor de produtos ou serviços executar serviços sem prévia elaboração de orçamen-
to e autorização expressa do consumidor, se as circunstâncias do caso indicarem a adequação da medida.

D) Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo de dez dias, contado de seu
recebimento pelo consumidor.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: A assertiva é reprodução literal do caput do art. 40 do CDC: O fornecedor de serviço será obri-
gado a entregar ao consumidor orçamento prévio discriminando o valor da mão-de-obra, dos materiais e
equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como as datas de início e término dos
serviços.

B) CORRETA: A assertiva está correta. Considerando que não houve autorização para a realização de deter-
minado serviço, não haverá obrigação de pagamento e, por isso, valerá como amostra grátis.

C) INCORRETA: A assertiva está incorreta. Não há faculdade. Em verdade, é vedado ao fornecedor de produ-

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to ou serviço executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumi-
dor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes. A ressalva trabalhada pelo legislador
não está contida na alínea de forma clara. O legislador exige que haja práticas anteriores em dado sentido
envolvendo as partes. A ensejar expectativa e aplicação do princípio da confiança jurídica. A ressalva da alí-
nea é muito ampla e, por isso, torna o enunciado equivocado.

D) CORRETA: A assertiva é reprodução literal do §1º do art. 40 do CDC: Salvo estipulação em contrário, o
valor orçado terá validade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebimento pelo consumidor.

💡💡 GABARITO: C

QUESTÃO 14. A aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor a determinadas relações jurídica sem-
pre experimentou discussões na doutrina e na jurisprudência dos Tribunais. O Superior Tribunal de Justiça,
dentro da sua missão de uniformizar a aplicação da lei federal, estabeleceu balizas importantíssimas que
acabam por gerar segurança jurídica. A respeito da aplicação do Código de Defesa do Consumidor, assinale
a alternativa INCORRETA:

A) Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor aos empreendimentos habitacionais promovidos pe-
las sociedades cooperativas.

B) Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor a contrato de conta-corrente mantida entre corretora
de Bitcoin e instituição financeira.

C) Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor aos serviços notariais.

D) Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde, salvo os administrados
por entidades de autogestão.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: A assertiva é contrária ao teor da súmula 602 do STJ: O Código de Defesa do Consumidor é
aplicável aos empreendimentos habitacionais promovidos pelas sociedades cooperativas.

O STJ, há muito tempo, firmou a posição de que a cooperativa que promove um empreendimento habitacio-
nal assume posição jurídica equiparada a uma incorporadora imobiliária, estando sujeita, portanto, às dis-
posições do Código de Defesa do Consumidor. Quando lança um plano habitacional, a cooperativa age como
prestadora de serviços, e os seus cooperados (adquirentes) se equiparam a consumidores. Os cooperados
adquirem o imóvel como destinatários finais e são considerados vulneráveis, razão pela qual se enquadram
no conceito de consumidores.

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B) CORRETA: A empresa corretora de Bitcoin que celebra contrato de conta-corrente com o banco para o
exercício de suas atividades não pode ser considerada consumidora. Não se trata de uma relação de consu-
mo. A empresa desenvolve a atividade econômica de intermediação de compra e venda de Bitcoins. Para rea-
lizar essa atividade econômica, utiliza o serviço de conta-bancária oferecido pela instituição financeira. Desse
modo, a utilização desse serviço bancário (abertura de conta-corrente) tem o propósito de incrementar sua
atividade produtiva de intermediação, não se caracterizando, portanto, como relação jurídica de consumo,
mas sim de insumo. Em outras palavras, o serviço bancário de conta-corrente é utilizado como implemento
de sua atividade empresarial, não se destinando, pois, ao seu consumo final. Logo, não se aplicam as normas
protetivas do Código de Defesa do Consumidor. STJ. 3ª Turma. REsp 1696214-SP, Rel. Min. Marco Aurélio
Bellizze, julgado em 09/10/2018 (Info 636).

C) CORRETA: Atualmente, o STJ possui precedente afastando a aplicação do CDC aos serviços notariais. Como
argumento, afirma-se que, como o STF entende que as custas e emolumentos possuem natureza administra-
tiva-tributária, não há como ser reconhecida uma relação de consumo. Isso porque, no lugar de consumidor
há contribuinte, e não há como considerar que os cartórios de notas e registros sejam fornecedores, já que
seus serviços não integram o mercado de consumo.

D) CORRETA: A assertiva representa reprodução literal da súmula 608 do STJ: Aplica-se o Código de Defesa do
Consumidor aos contratos de plano de saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão.

Anteriormente, o STJ aplicava indistintamente o CDC aos contratos de plano de saúde. Houve evolução para
se entender que aos planos de autogestão não se aplica o CDC.

Planos de saúde de autogestão (também chamados de planos fechados de saúde) são criados por órgãos,
entidades ou empresas para beneficiar um grupo restrito de filiados com a prestação de serviços de saúde.
Tais planos são mantidos por instituições sem fins lucrativos e administrados paritariamente, de forma que
no seu conselho deliberativo ou de administração, há representantes do órgão ou empresa instituidora e
também dos associados ou usuários. O objetivo desses planos fechados é baratear para os usuários o custo
dos serviços de saúde, tendo em vista que não visam ao lucro. Exemplo: CASSI (Caixa de Assistência dos
Funcionários do Banco do Brasil).

💡💡 GABARITO: A

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🏳🏳 DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

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QUESTÃO 15. Segundo a jurisprudência atualizada dos tribunais superiores, é INCORRETO dizer que:

A) a diferença etária mínima de 16 (dezesseis) anos entre adotante e adotado pode ser flexibilizada à luz
do princípio da socioafetividade.

B) não cabe ao juiz modificar a remissão pré-processual oferecida pelo Ministério Público.

C) o Ministério Público não pode ajuizar ação de alimentos em favor de criança ou adolescente quando na
localidade exista Defensoria Pública instalada e funcionando.

D) o adolescente infrator, em regra, não tem direito de aguardar em liberdade o julgamento da apelação
interposta contra a sentença que lhe impôs a medida de internação.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: Segundo o § 3º do art. 42, do ECA, o adotante há de ser, pelo menos, 16 anos mais velho do
que o adotando. Ex.: se o adotando tiver 4 anos, o adotante deverá ter, no mínimo, 20 anos. Assim, a dife-
rença etária mínima de 16 anos entre adotante e adotado é requisito legal para a adoção. Vale ressaltar, no
entanto, que esse parâmetro legal pode ser flexibilizado à luz do princípio da socioafetividade. A adoção
é sempre regida pela premissa do amor e da imitação da realidade biológica, sendo o limite de idade uma
forma de evitar confusão de papéis ou a imaturidade emocional indispensável para a criação e educa-
ção de um ser humano e o cumprimento dos deveres inerentes ao poder familiar. Dessa forma, incumbe
ao magistrado estudar as particularidades de cada caso concreto a fim de apreciar se a idade entre as partes
realiza a proteção do adotando, sendo o limite mínimo legal um norte a ser seguido, mas que permite
interpretações à luz do princípio da socioafetividade, nem sempre atrelado às diferenças de idade
entre os interessados no processo de adoção.STJ. 3ª Turma. REsp 1.785.754-RS, Rel.Min. Ricardo Villas Bôas
Cueva, julgado em 08/10/2019 (Info 658).

B) CORRETA: Se o representante do Ministério Público ofereceu a adolescente remissão pré-processual (art.


126, caput, do ECA) cumulada com medida socioeducativa e o juiz discordou dessa cumulação, ele não pode
excluir do acordo a aplicação da medida socioeducativa e homologar apenas a remissão. É prerrogativa do
Ministério Público, como titular da representação por ato infracional, a iniciativa de propor a remissão pré-
-processual como forma de exclusão do processo. O juiz, no ato da homologação, se discordar da remissão
concedida pelo Ministério Público, deverá remeter os autos ao Procurador-Geral de Justiça e este terá três
opções:

a) oferecerá representação;

b) designará outro Promotor para apresentar a representação; ou

c) ratificará o arquivamento ou a remissão, hipótese na qual o juiz estará obrigado a homologar.

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Assim, mesmo que o juiz discorde parcialmente da remissão, não pode modificar os termos da proposta ofe-
recida pelo MP para fins de excluir aquilo que não concordou. STJ. 6ª Turma. REsp 1.392.888-MS, Rel. Min.
Rogerio Schietti, julgado em 30/6/2016 (Info 587).

C) INCORRETA: O Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar ação de alimentos em proveito de
criança ou adolescente independentemente de existir ou não Defensoria Pública no local. Isso porque as
atuações dos órgãos não se confundem, não sendo idênticas. Em suma, confira o que decidiu o STJ em sede
de recurso especial repetitivo: “O Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar ação de alimentos
em proveito de criança ou adolescente, independentemente do exercício do poder familiar dos pais, ou de
o infante se encontrar nas situações de risco descritas no art. 98 do Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA), ou de quaisquer outros questionamentos acerca da existência ou eficiência da Defensoria Pública na
comarca. STJ. 2ª Seção. REsp 1.265.821-BA e REsp 1.327.471-MT, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgados em
14/5/2014 (recurso repetitivo) (Info 541)”.

D) CORRETA: É possível que o adolescente infrator inicie o imediato cumprimento da medida socioeducativa
de internação que lhe foi imposta na sentença, mesmo que ele tenha interposto recurso de apelação e es-
teja aguardando seu julgamento. Esse imediato cumprimento da medida é cabível ainda que durante todo
o processo não tenha sido imposta internação provisória ao adolescente, ou seja, mesmo que ele tenha
permanecido em liberdade durante a tramitação da ação socioeducativa. Ou seja, o adolescente infrator, em
regra, não tem direito de aguardar em liberdade o julgamento da apelação interposta contra a sentença que
lhe impôs a medida de internação. STJ. 3ª Seção. HC 346.380-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Rel.
para acórdão Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 13/4/2016 (Info 583).

💡💡 GABARITO: C

QUESTÃO 16. Sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto dizer que:

A) o plano individual de atendimento será elaborado sob a responsabilidade do Conselho Tutelar e levará
em consideração a opinião da criança ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do responsável.

B) crianças e adolescentes não praticam crime, praticam ato infracionais análogos a crime ou contraven-
ção, sendo-lhes aplicado medidas socioeducativas.

C) as medidas de proteção não são aplicáveis ao adolescente infrator.

D) a prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por
período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabeleci-
mentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais. As tarefas serão atribuí-
das conforme as aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas
semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a frequência à

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escola ou à jornada normal de trabalho.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: Redação do artigo 101, § 5º: “ O plano individual será elaborado sob a responsabilidade da
equipe técnica do respectivo programa de atendimento e levará em consideração a opinião da criança ou do
adolescente e a oitiva dos pais ou do responsável.”.

A elaboração do PIA busca a efetivação de uma estratégia de atendimento particular para cada menor, que
considere as razões pelas quais se determinou o seu acolhimento (abuso, abandono, agressão etc.), assim
como as circunstâncias pessoais do menor (idade, personalidade, existência de família extensa etc.).

B) INCORRETA: apenas aos adolescentes podem ser aplicadas medicas socioeducativas. Às crianças apenas
são aplicadas medidas de proteção (artigo 105) do ECA. Assumindo que a criança, assim entendido o me-
nor de 12 (doze) anos (art. 2º), não possui um mínimo de compreensão de seus atos, o ECA veda lhe sejam
aplicadas medidas socioeducativas; ou seja, à criança que venha a praticar ato infracional só poderão ser
aplicadas as medidas previstas no art. 101.

C) INCORRETA: dispõe o artigo 113 do ECA: “Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e 100”. Conside-
rando o princípio geral de que a aplicação das medidas socioeducativas não tem caráter punitivo, mas, sim,
educativo, é conveniente que o julgador sempre considere, quando possível, a aplicação cumulativa destas
com as medidas de proteção, objetivando, por exemplo, preservar os vínculos familiares.

D) CORRETA: redação do artigo 117 do ECA. Segundo o STJ: “A medida socioeducativa de prestação de ser-
viços à comunidade deve ser adotada quando for mais adequada à proteção integral do menor, por período
não excedente a seis meses, a teor do disposto no art. 117 do Estatuto da Criança e do Adolescente. (STJ, HC
298.942/SP, Min. Felix Fischer, DJe 28.11.2014) ”.

💡💡 GABARITO: D

QUESTÃO 17. Imagine que determinado adolescente cumpre medida socioeducativa de internação. Após
seis meses de cumprimento, o parecer psicossocial apresentado pela equipe técnica manifesta-se favora-
velmente à progressão para o regime de semiliberdade. Assinale a alternativa correta:

A) O juiz está adstrito ao parecer técnico e deve acatá-lo.

B) O juiz pode decidir de forma contrária ao parecer e manter a internação.

C) Não é necessário parecer psicossocial nesses casos, já que o juiz já define na sentença o prazo da inter-
nação.

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D) Cabe somente ao adolescente pedir a reavaliação da medida socioeducativa imposta.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: já decidiu o STF que o parecer psicossocial não possui caráter vinculante e representa apenas
um elemento informativo para auxiliar o magistrado na avaliação da medida socioeducativa mais adequada
a ser aplicada. A partir dos fatos contidos nos autos, o juiz pode decidir contrariamente ao laudo com base
no princípio do livre convencimento motivado. 5TF. 1ª Turma. RHC 126205/PE, Rei. Min. Rosa Weber, julgado
em 24/3/2015 (lnfo779).

B) CORRETA: O parecer psicossocial não possui caráter vinculante e representa apenas um elemento infor-
mativo para auxiliar o magistrado na avaliação da medida socioeducativa mais adequada a ser aplicada. A
partir dos fatos contidos nos autos, o juiz pode decidir contrariamente ao laudo com base no princípio do
livre convencimento motivado. STF. 1ª Turma. RHC 126205/PE, Rei. Min. Rosa Weber, julgado em 24/3/2015
(lnfo779).

C) INCORRETA: Segundo o ECA: art. 121 § 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua ma-
nutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses. Mesma redação
da Lei do SINASE: Art. 42. As medidas socioeducativas de liberdade assistida, de semiliberdade e de interna-
ção deverão ser reavaliadas no máximo a cada 6 (seis) meses, podendo a autoridade judiciária, se necessá-
rio, designar audiência, no prazo máximo de 10 (dez) dias, cientificando o defensor, o Ministério Público, a
direção do programa de atendimento, o adolescente e seus pais ou responsável.

D) INCORRETA: Lei do Sinase – art. 43. A reavaliação da manutenção, da substituição ou da suspensão das
medidas de meio aberto ou de privação da liberdade e do respectivo plano individual pode ser solicitada a
qualquer tempo, a pedido da direção do programa de atendimento, do defensor, do Ministério Público, do
adolescente, de seus pais ou responsável.

💡💡 GABARITO: B

QUESTÃO 18. Sobre a Lei n. 13.431/2017, que estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do
adolescente vítima ou testemunha de violência, é incorreto afirmar que:

A) a aplicação desta Lei é facultativa para as vítimas e testemunhas de violência entre 18 (dezoito) e 21
(vinte e um) anos.

B) o depoimento especial seguirá o rito cautelar de antecipação de prova quando a criança ou o adoles-
cente tiver menos de 7 (sete) anos.

C) para efeitos dessa lei, são formas de violência psicológica: qualquer conduta que constranja a criança

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ou o adolescente a praticar ou presenciar conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso, inclusive
exposição do corpo em foto ou vídeo por meio eletrônico ou não.

D) para efeitos dessa lei, são formas de violência psicológica: qualquer conduta de discriminação, depre-
ciação ou desrespeito em relação à criança ou ao adolescente mediante ameaça, constrangimento, humi-
lhação, manipulação, isolamento, agressão verbal e xingamento, ridicularização, indiferença, exploração
ou intimidação sistemática (bullying) que possa comprometer seu desenvolvimento psíquico ou emocio-
nal.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: redação do parágrafo único do artigo 3º da Lei: A aplicação desta Lei é facultativa para as víti-
mas e testemunhas de violência entre 18 (dezoito) e 21 (vinte e um) anos, conforme disposto no parágrafo
único do art. 2º da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).

B) CORRETA: redação do artigo 11, §1º, I, da lei: O depoimento especial reger-se-á por protocolos e, sempre
que possível, será realizado uma única vez, em sede de produção antecipada de prova judicial, garantida a
ampla defesa do investigado. § 1º O depoimento especial seguirá o rito cautelar de antecipação de prova:

I - quando a criança ou o adolescente tiver menos de 7 (sete) anos;

II - em caso de violência sexual.

C) INCORRETA: o conceito de violência trazida no item C é o conceito de violência sexual, de acordo com a
lei. Art. 4º Para os efeitos desta Lei, sem prejuízo da tipificação das condutas criminosas, são formas de vio-
lência: III - violência sexual, entendida como qualquer conduta que constranja a criança ou o adolescente a
praticar ou presenciar conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso, inclusive exposição do corpo em
foto ou vídeo por meio eletrônico ou não, que compreenda. (...).

D) CORRETA: Art. 4º Para os efeitos desta Lei, sem prejuízo da tipificação das condutas criminosas, são for-
mas de violência: II - violência psicológica: a) qualquer conduta de discriminação, depreciação ou desrespei-
to em relação à criança ou ao adolescente mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, agressão verbal e xingamento, ridicularização, indiferença, exploração ou intimidação sistemáti-
ca ( bullying ) que possa comprometer seu desenvolvimento psíquico ou emocional.

💡💡 GABARITO: C

QUESTÃO 19. Assinale a alternativa incorreta:

A) Com relação à proteção à infância e juventude, a competência legislativa é exclusiva da União.

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B) Não é possível aplicar nenhuma medida socioeducativa que prive a liberdade do adolescente (interna-
ção ou semiliberdade) caso ele tenha praticado um ato infracional análogo ao delito do art. 28 da Lei de
Drogas.

C) De acordo com o artigo 1º do Provimento 32/2013 do CNJ: O Juiz da Infância e Juventude, sem prejuízo
do andamento regular, permanente e prioritário dos processos sob sua condução, deverá realizar, em cada
semestre, preferencialmente nos meses de abril e outubro, os eventos denominados ‘Audiências Con-
centradas’, a se realizarem, sempre que possível, nas dependências das entidades de acolhimento, com a
presença dos atores do sistema de garantia dos direitos da criança e do adolescente, para reavaliação de
cada uma das medidas protetivas de acolhimento, diante de seu caráter excepcional e provisório, com a
subsequente confecção de atas individualizadas para juntada em cada um dos processos.

D) De acordo com o artigo 4º do Provimento 32/2013 do CNJ: O processo de “medida de proteção” ou


similar, referente ao infante em situação de risco, acolhido ou não, deve preferencialmente ser autônomo
em relação a eventual ação de destituição do poder familiar de seus genitores, bem como à ação de ado-
ção ou quaisquer outros procedimentos onde se deva observar o contraditório, podendo ser arquivado ou
desarquivado por decisão judicial sempre que a situação de risco subsistir, para preservar, num só feito, o
histórico do infante e, ao mesmo tempo, manter o processo sempre acessível, enquanto as outras ações,
com rito próprio, possam se encontrar em carga com quaisquer das partes ou vir a ser objeto de recurso
para os tribunais.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: Em relação à proteção à infância e juventude, a competência legislativa é concorrente e recai


sobre a União, os Estados e o Distrito Federal, conforme determina o art. 24, inciso XV, da Constituição da
República. Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: XV
- proteção à infância e à juventude.

B) CORRETA: Não é possível aplicar nenhuma medida socioeducativa que prive a liberdade do adolescente
(internação ou semiliberdade) caso ele tenha praticado um ato infracional análogo ao delito do art. 28 da Lei
de Drogas. Isso porque o art. 28 da Lei 11.343/2006 não prevê a possibilidade de penas privativas e liberdade
caso um adulto cometa esse crime. Ora, se nem mesmo a pessoa maior de idade poderá ser presa por conta
da prática do art. 28 da LD, com maior razão não se pode impor a restrição da liberdade para o adolescente
que incidir nessa conduta. STF. 1ª Turma. HC 119160/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 9/4/2014
(Info 742). STF. 2ª Turma. HC 124682/SP, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 16/12/ 2014 (Info 772). Logo,
se o adolescente praticar um ato infracional equipara do ao art. 28 da LD, somente poderá receber: a) Me-
didas protetivas (arts. 101, I a VI, do ECA); b) Advertência (art. 115); c) Prestação de serviços à comunidade
(art. 117); d) Liberdade assistida (art. 118).

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C) CORRETA: O Provimento 32, de 24.06.2013, do Conselho Nacional de Justiça, dispõe sobre a realização,
em cada semestre (preferencialmente nos meses de abril e outubro), das denominadas audiências concen-
tradas, para efeito de reavaliação das medidas protetivas de acolhimento familiar e institucional. Art. 1º O
Juiz da Infância e Juventude, sem prejuízo do andamento regular, permanente e prioritário dos processos
sob sua condução, deverá realizar, em cada semestre, preferencialmente nos meses de abril e outubro, os
eventos denominados ‘Audiências Concentradas’, a se realizarem, sempre que possível, nas dependências
das entidades de acolhimento, com a presença dos atores do sistema de garantia dos direitos da criança e
do adolescente, para reavaliação de cada uma das medidas protetivas de acolhimento, diante de seu caráter
excepcional e provisório, com a subsequente confecção de atas individualizadas para juntada em cada um
dos processos.

D) CORRETA: é a exata redação do artigo 4º do Provimento 32/2013: O processo de “medida de proteção”


ou similar, referente ao infante em situação de risco, acolhido ou não, deve preferencialmente ser autôno-
mo em relação a eventual ação de destituição do poder familiar de seus genitores, bem como à ação de
adoção ou quaisquer outros procedimentos onde se deva observar o contraditório, podendo ser arquivado
ou desarquivado por decisão judicial sempre que a situação de risco subsistir, para preservar, num só feito,
o histórico do infante e, ao mesmo tempo, manter o processo sempre acessível, enquanto as outras ações,
com rito próprio, possam se encontrar em carga com quaisquer das partes ou vir a ser objeto de recurso para
os tribunais.

💡💡 GABARITO: A

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🏳🏳 DIREITO PENAL

QUESTÃO 20. Assinale a alternativa CORRETA:

A) O STF não admite a aplicação do princípio da insignificância para atos infracionais.

B) A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer aos sábados e domingos, por 6
(seis) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado.

C) A desistência voluntaria sempre se caracteriza por uma conduta negativa.

D) Para tipificar o crime do art. 291 do CP (“fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, pos-
suir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsi-

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ficação de moeda”), basta que o agente detenha a posse e petrechos destinados à falsificação de moeda,
sendo prescindível que o maquinário seja de uso exclusivo para esse fim.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: a Jurisprudência do STF aceita a incidência do princípio da insignificância para os atos infra-
cionais por uma questão lógica: se para o indivíduo maior de idade é cabível o reconhecimento do crime de
bagatela, para um menor de 18 anos também o será. O princípio da insignificância é aplicável aos atos infra-
cionais, desde que verificados os requisitos necessários para a configuração do delito de bagatela. No caso
concreto, a segunda turma do STF reconheceu a insignificância no caso da tentativa de furto de um objeto
avaliado em R$ 80,00. Trata-se de posição pacífica no STF e no STJ. Processo Segunda Turma. HC 112400/RS,
rel. Min. Gilmar Mendes, 22.5.2012.

B) INCORRETA: segundo o artigo 48 do Código Penal: A limitação de fim de semana consiste na obrigação
de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabe-
lecimento adequado.

C) INCORRETA: em regra, se caracteriza por uma conduta negativa, pois o agente desiste da execução do
crime, deixando de realizar outros atos que estavam sob seu domínio. Todavia, nos crimes omissivos im-
próprios, a desistência voluntaria reclama uma atuação positiva, um fazer, pelo qual o autor de um delito
impede a produção do resultado. Crimes omissivos impróprios são aqueles em que o tipo penal aloja em sua
descrição uma ação, uma conduta positiva, mas a omissão do agente, que descumpre seu dever jurídico de
agir, acarreta a produção do resultado naturalístico e a sua consequente responsabilização penal. Ex: mãe de
um recém-nascido que, dolosamente, deixa de alimentá-lo.

D) CORRETA: Segundo o STJ: “O art. 291 do Código Penal tipifica, entre outras condutas, a posse ou guarda
de maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moe-
da. A expressão “especialmente destinada” não diz respeito a uma característica intrínseca ou inerente do
objeto. Se assim fosse, só o maquinário exclusivamente voltado para a fabricação ou falsificação de moedas
consubstanciaria o crime, o que implicaria a absoluta inviabilidade de sua consumação (crime impossível),
pois nem mesmo o maquinário e insumos utilizados pela Casa de Moeda são direcionados exclusivamente
para a fabricação de moeda. A dicção legal está relacionada ao uso que o agente pretende dar ao objeto,
ou seja, a consumação depende da análise do elemento subjetivo do tipo (dolo), de modo que, se o agente
detém a posse de impressora, ainda que manufaturada visando ao uso doméstico, mas com o propósito de a
utilizar precipuamente para contrafação de moeda, incorre no referido crime. STJ. 6ª Turma. REsp 1.758.958
- SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 11/09/2018 (Info 633)”.

💡💡 GABARITO: D

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QUESTÃO 21. Sobre os crimes em espécie, é CORRETO dizer que:

A) Para o início da ação penal, basta a prova da constituição definitiva do crédito tributário com a juntada
integral do Procedimento Administrativo Fiscal correspondente.

B) A Lei nº 13.718/2018, além de inserir o crime do art. 215-A ao CP (importunação sexual), também revo-
gou o art. 61 do DL 3.688/41 (contravenção penal que era chamada de importunação ofensiva ao pudor),
havendo, assim, abolitio criminis.

C) Mévio foi condenado, com trânsito em julgado, pelo delito de porte de drogas para consumo próprio
(art. 28 da Lei nº 11.343/2006). Quatro anos depois, praticou tráfico de drogas. Mévio não será conside-
rado reincidente na dosimetria desse segundo crime, uma vez que o delito de porte de drogas para uso
próprio, apesar de ser considerado crime, não configura reincidência, para o STJ.

D) O crime de lesões corporais que resulta perigo de vida admite tanto o dolo direto quanto o dolo even-
tual.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: Para o início da ação penal, basta a prova da constituição definitiva do crédito tributário (Sú-
mula Vinculante 24), sendo desnecessária a juntada integral do Procedimento Administrativo Fiscal
correspondente. O crime tributário material somente se consuma quando houver a constituição definitiva
do crédito tributário, nos termos da SV 24. Para o início da ação penal, basta a prova da constituição definiti-
va do crédito tributário, não sendo necessária a juntada integral do Procedimento Administrativo Fiscal (PAF)
correspondente. Se o réu deseja questionar a validade do crédito fiscal, deve fazer isso por meio da ação pró-
pria, no Juízo cível. É descabida a discussão sobre a nulidade ou não do Procedimento Administrativo Fiscal
no processo criminal. Caso a defesa entenda que a documentação apresentada pelo Parquet é insuficiente e
queira esmiuçar a dívida, pode apresentar cópia do referido PAF ou dizer que está tendo obstáculos adminis-
trativos de conseguir os autos. Se houver qualquer obstáculo administrativo para o acesso ao procedimento
administrativo fiscal respectivo, a parte pode sugerir ao Juiz sua atuação até mesmo de ofício, desde que
aponte qualquer prejuízo à defesa que possa interferir na formação do livre convencimento do julgador. STJ.
5ª Turma. RHC 94.288 - RJ, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 22/05/2018 (Info 627).

B) INCORRETA: A conduta descrita no art. 61 do DL 3.688/41 passou a ser prevista no art. 215-A do Código
Penal, ainda que com outra redação mais abrangente. Desse modo, não houve abolitio criminis, mas sim
continuidade normativo-típica. O princípio da continuidade normativa ocorre “quando uma norma penal é
revogada, mas a mesma conduta continua sendo crime no tipo penal revogador, ou seja, a infração penal
continua tipificada em outro dispositivo, ainda que topologicamente ou normativamente diverso do originá-
rio. ” (Min. Gilson Dipp, em voto proferido no HC 204.416/SP). Logo, para as pessoas que estavam respon-

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dendo ou haviam sido condenadas pelo art. 61 do DL 3.688/41 antes da Lei nº 13.654/2018, nada muda.

C) CORRETA: A condenação por porte de drogas para consumo próprio (art. 28 da Lei nº 11.343/2006) NÃO
gera reincidência. O art. 28 da Lei de Drogas é crime, no entanto, para o STJ, mesmo sendo crime, não gera
reincidência. Em resumo: o porte de droga para consumo próprio, previsto no art. 28 da Lei nº 11.343/2006,
possui natureza jurídica de crime. O porte de droga para consumo próprio foi somente despenalizado pela
Lei nº 11.343/2006, mas não descriminalizado. Obs: despenalizar é a medida que tem por objetivo afastar
a pena como tradicionalmente conhecemos, em especial a privativa de liberdade. Descriminalizar signifi-
ca deixar de considerar uma conduta como crime. Mesmo sendo crime, o STJ entende que a condenação
anterior pelo art. 28 da Lei nº 11.343/2006 (porte de droga para uso próprio) NÃO configura reincidência.
Argumento principal: se a contravenção penal, que é punível com pena de prisão simples, não configura
reincidência, mostra-se desproporcional utilizar o art. 28 da LD para fins de reincidência considerando que
este delito é punido apenas com “advertência”, “prestação de serviços à comunidade” e “medida educativa”,
ou, seja, sanções menos graves e nas quais não há qualquer possibilidade de conversão em pena privativa de
liberdade pelo descumprimento. Há de se considerar, ainda, que a própria constitucionalidade do art. 28 da
LD está sendo fortemente questionada. STJ. 5ª Turma. HC 453.437/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
julgado em 04/10/2018. STJ. 6ª Turma. REsp 1672654/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado
em 21/08/2018.

D) INCORRETA: esta qualificadora só admite o preterdolo (dolo na conduta e culpa no resultado). Se o ofen-
sor considerou, por um momento apenas, a possibilidade de matar a vítima (dolo no resultado), teremos
configurado o crime de homicídio tentado.

💡💡 GABARITO: C

QUESTÃO 22. Segundo nossa jurisprudência, é INCORRETO afirmar que:

A) A ausência de menção expressa ao patrimônio do Distrito Federal no art. 163, parágrafo único, III, do
Código Penal torna inviável a configuração da forma qualificada do crime de dano quando o bem danifica-
do for distrital, em virtude da vedação da analogia in malam partem no sistema penal brasileiro.

B) A conduta de adulterar placa de veículo reboque ou semirreboque é formalmente atípica.

C) A garantia aceita na execução fiscal não possui natureza jurídica de pagamento da exação, razão pela
qual não fulmina a justa causa para a persecução penal.

D) É possível o reconhecimento da continuidade delitiva entre roubo e extorsão.

💡💡 GABARITO COMENTADO

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A) CORRETA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. DANO QUALIFICADO. PATRIMÔNIO DO DISTRI-


TO FEDERAL. AUSÊNCIA DE PREVISÃO EXPRESSA DE BENS DISTRITAIS NO ART.163, PARÁGRAFO ÚNICO, IN-
CISO III, DO CÓDIGO PENAL. VEDAÇÃO DE ANALOGIA IN MALAM PARTEM. DESCLASSIFICAÇÃO PARA DANO
SIMPLES. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. I - A jurisprudência desta Corte entende, ressalvado o
posicionamento deste relator, que a ausência de menção expressa ao patrimônio do Distrito Federal no
art. 163, parágrafo único, III, do Código Penal torna inviável a configuração da forma qualificada do crime
de dano nas hipóteses em que o bem danificado for distrital, em virtude da vedação da analogia in malam
partem no sistema penal brasileiro. II - Não compete a este STJ se manifestar explicitamente sobre dispo-
sitivos constitucionais, ainda que para fins de prequestionamento (precedentes). Agravo regimental
desprovido. Relator (a) Ministro FELIX FISCHER – QUINTA TURMA, DJe 28/04/2017. O mesmo entendimento
acima esposado é utilizado pelo STJ para também afastar a forma qualificada do crime de dano quando for
praticado contra a Caixa Econômica Federal. Vejamos: PENAL E PROCESSO PENAL. RECURSO ESPECIAL. CRI-
ME DE DANO PRATICADO CONTRA O PATRIMÔNIO DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. QUALIFICADORA. NÃO
INCIDÊNCIA. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL EXPRESSA. ANALOGIA EM PREJUÍZO DO RÉU. IMPOSSIBILIDA-
DE. 1. Conferir interpretação extensiva ao art. 163, parágrafo único, inciso III, do Código Penal de modo a
considerar qualificado o crime de dano praticado contra empresa pública, ante a falta de menção expressa
do texto da norma vigente à época dos fatos (antes da vigência da Lei n. 13.531/2017), configura analogia
prejudicial ao réu, não admitida no âmbito do direito penal. Precedente. 2. Na hipótese, a conduta deve ser
desclassificada para o crime de dano simples e, consequentemente, restabelecida a sentença que rejeitou a
denúncia e extinguiu a punibilidade. 3. Recurso especial provido. Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO,
SEXTA TURMA, DJe 03/12/2018. Cumpre registrar o entendimento contrário do Ministro Rogério Schietti
Cruz, para ele: “[...]. Não faz sentido imaginar que tenha sido intenção do legislador excluir, do objeto de
maior proteção penal, uma empresa pública, e incluir, por exemplo, sociedade de economia mista, que,
todos sabemos, é muito menos pública, no sentido da participação da própria União, de serviços públicos,
de verbas públicas, de bens públicos, do que uma empresa pública, como a Caixa Econômica Federal.
Então, parece-me ter havido aqui uma situação em que o legislador disse menos do que queria dizer. Isso é
que autoriza, a meu sentir, a interpretação extensiva”.

B) CORRETA: O Código Penal prevê o crime de adulteração de sinal identificador de veículo automotor: “Art.
311. Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu
componente ou equipamento:(...) ”. A conduta de adulterar placa de veículo reboque ou semirreboque é
formalmente atípica. O reboque e o semirreboque são veículos, no entanto, não são veículos auto-
motores. Isso porque veículo automotor é aquele que pode circular por seus próprios meios. O reboque e
o semirreboque não conseguem circular por seus próprios meios. Precisam ser “puxados” por um veículo
automotor. STJ. 6ª Turma. RHC 98.058-MG, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 24/09/2019 (Info 657).

C) CORRETA: : “A garantia do crédito tributário na execução fiscal - procedimento necessário para que

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o executado possa oferecer embargos - não possui, consoante o Código Tributário Nacional, natureza de
pagamento voluntário ou de parcelamento da exação e, portanto, não fulmina a justa causa para a perse-
cução penal, pois não configura hipótese taxativa de extinção da punibilidade ou de suspensão do proces-
so penal” (RHC n. 65.221/PE, relator Ministro ROGERIO SCHIETTI RUZ, SEXTA TURMA, julgado em 7/6/2016,
DJe 27/6/2016), 6. Pedido de instauração do Incidente de Assunção de Competência indeferido. Agravo
regimental desprovido. AgRg no HC 468265 / SP. DJe 03/05/2019.

D) INCORRETA: Não há continuidade delitiva entre os crimes de roubo e extorsão, ainda que praticados em
conjunto. Isso porque, os referidos crimes, apesar de serem da mesma natureza, são de espécies diversas.
STF. 1ª Turma. HC 114667/SP, rel. org. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em
24/4/2018 (Info 899).

💡💡 GABARITO: D

QUESTÃO 23. Ross agrediu a sua esposa Rachel. Ele foi denunciado pelo Ministério Público e, ao final do
processo, condenado. Na sentença, o juiz condenou Ross a pagar R$ 2 (dois) mil em favor da vítima a título
de reparação pelos danos morais que ela sofreu, valor esse que foi fixado com base no art. 387, IV, do CPP.
Sobre o caso acima, assinale a resposta CORRETA:

A) Considerando que Ross e Rachel se reconciliaram, não faz sentido determinar que ele pague um valor
para a sua esposa, já que vivem juntos.

B) Nos casos de violência contra a mulher praticados no âmbito doméstico e familiar, é possível a fixação
de valor mínimo indenizatório a título de dano material independentemente de instrução probatória.

C) Nos casos de violência contra a mulher praticados no âmbito doméstico e familiar, é possível a fixação
de valor mínimo indenizatório a título de dano moral independentemente de instrução probatória.

D) Recebido o expediente com o pedido da ofendida, o juiz tem o prazo de 24 (vinte e quatro) horas para
decidir sobre as medidas protetivas de urgência.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: A posterior reconciliação entre a vítima e o agressor não é fundamento suficiente para
afastar a necessidade de fixação do valor mínimo previsto no art. 387, inciso IV, do CPP, seja porque não há
previsão legal nesse sentido, seja porque compete à própria vítima decidir se irá promover a execução ou
não do título executivo, sendo vedado ao Poder Judiciário omitir-se na aplicação da legislação processual
penal que determina a fixação do valor mínimo em favor da ofendida. “A reconciliação entre a vítima e o
agressor, no âmbito da violência doméstica e familiar contra a mulher, não é fundamento suficiente para

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afastar a necessidade de fixação do valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração penal”.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.819.504-MS, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 10/09/2019 (Info 657).

B) INCORRETA: Em caso de danos materiais, o juiz somente poderá fixar a indenização se existirem provas
nos autos que demonstrem os prejuízos sofridos pela vítima em decorrência do crime. Dessa feita, é impor-
tante que o Ministério Público ou eventual assistente de acusação junte comprovantes dos danos causa-
dos pela infração para que o magistrado disponha de elementos para a fixação de que trata o art. 387, IV do
CPP. Vale ressaltar, ainda, que o réu tem direito de se manifestar sobre esses documentos juntados e
contraditar o valor pleiteado como indenização. Nesse sentido: “A fixação da reparação civil mínima tam-
bém não dispensa a participação do réu, sob pena de frontal violação ao seu direito de contraditório e
ampla defesa, na medida em que o autor da infração faz jus à manifestação sobre a pretensão indenizatória,
que, se procedente, pesará em seu desfavor”. (...) STJ. 5ª Turma. REsp 1236070/RS, Rel. Min. Marco Aurélio
Bellizze, julgado em 27/03/2012.

C) CORRETA: A humilhação e a dor que geram dano moral decorrem, inequivocamente, da situação de quem
é vítima de uma agressão verbal, física ou psicológica, na condição de mulher. Assim, não há razoabilidade
em se exigir instrução probatória para comprovar o dano psíquico, o grau de humilhação, a diminuição da
autoestima da vítima. Isso porque a própria conduta criminosa empregada pelo agressor já está imbuída
de desonra, descrédito e menosprezo ao valor da mulher como pessoa e à sua própria dignidade. A única
prova que se exige é a de que houve o crime porque, uma vez demonstrada a agressão à mulher, os danos
psíquicos dela resultantes são evidentes e nem têm mesmo como ser demonstrados. O dano moral é, por-
tanto, considerado como in re ipsa. Nos casos de violência contra a mulher praticados no âmbito doméstico
e familiar, é possível a fixação de valor mínimo indenizatório a título de dano moral, desde que haja pedido
expresso da acusação ou da parte ofendida, ainda que não especificada a quantia, e independentemen-
te de instrução probatória. STJ. 3ª Seção. REsp 1643051-MS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em
28/02/2018 (recurso repetitivo) (Info 621).

D) INCORRETA: Segundo o artigo 18 da Lei Maria da Penha: “ Recebido o expediente com o pedido da ofen-
dida, caberá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas: I - conhecer do expediente e do pedido e decidir
sobre as medidas protetivas de urgência; II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de as-
sistência judiciária, quando for o caso; III - comunicar ao Ministério Público para que adote as providências
cabíveis.

💡💡 GABARITO: C

QUESTÃO 24. Assinale a alternativa que NÃO contém uma inovação legislativa trazida pela Lei 13.964/2019,
conhecida como Lei Anticrime.

A) Art. 52 da Lei de Execuções Penais: A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e,

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quando ocasionar subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado,
nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguin-
tes características: I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição da sanção por nova
falta grave de mesma espécie.

B) Artigo 112 da LEP, § 5º: Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime de
tráfico de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006.

C) Lei nº 12.037/2009 (Lei de Identificação Criminal): Art. 7º-A: A exclusão dos perfis genéticos dos bancos
de dados ocorrerá no término do prazo estabelecido em lei para a prescrição do delito.

D) Lei do Estatuto do Desarmamento: Art. 20. Nos crimes previstos nos art. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é
aumentada da metade se: I - forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º,
7º e 8º desta lei; ou II - o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: a redação anterior do citado artigo era a seguinte: “A prática de fato previsto como crime
doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso
provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da condenado, sem prejuízo da sanção pe-
nal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: I - duração máxima de trezentos e
sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de
um sexto da pena aplicada”. Vejam que a lei acrescentou o nacional ou estrangeiro no caput do artigo, bem
como alterou o inciso I.

B) CORRETA: o parágrafo 5º foi acrescentado pela Lei 13.964/2019, não existindo na redação anterior da LEP.

C) INCORRETA: essa redação foi uma alteração que foi incluída pela Lei 12.654/2012. A lei Anticrime nova-
mente alterou esse dispositivo, que agora tem a seguinte redação: Art. 7º-A: A exclusão dos perfis genéticos
dos bancos de dados ocorrerá:

I - no caso de absolvição do acusado; ou

II - no caso de condenação do acusado, mediante requerimento, após decorridos 20 (vinte) anos do cumpri-
mento da pena.

D) CORRETA: essa era a antiga redação do artigo 20: Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena
é aumentada da metade se forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º,7º
e 8º desta Lei.

💡💡 GABARITO: C

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QUESTÃO 25. Sobre o crime de estupro, é INCORRETO afirmar que:

A) o estupro é crime pluriofensivo.

B) o crime de estupro se classifica como crime próprio.

C) as lesões leves e as vias de fato eventualmente causadas na vítima são absorvidas pelo estupro.

D) o crime pode ser cometido tanto na forma comissiva quanto na forma omissiva.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: segundo Cleber Masson, o estupro é crime pluriofensivo. O artigo 213 do CP tutela dois bens
jurídicos: a dignidade sexual e, mais especificamente, a liberdade sexual, bem como a integridade corporal
e a liberdade individual, pois o delito tem como meios de execução a violência à pessoa ou grave ameaça.
No mesmo sentindo, Rogério Greco: Em virtude da nova redação constante do Título VI do Código Penal,
podemos apontar como bens juridicamente protegidos pelo art. 213 tanto a liberdade quanto a dignidade
sexual. A lei, portanto, tutela o direito de liberdade que qualquer pessoa tem de dispor sobre o próprio cor-
po, no que diz respeito aos atos sexuais. O estupro, atingindo a liberdade sexual, agride, simultaneamente,
a dignidade do ser humano, que se vê humilhado com o ato sexual. Assim, resumindo, poderíamos apontar
como bens juridicamente protegidos: a dignidade, a liberdade e o desenvolvimento sexual.

B) INCORRETA: na redação original, o estupro era crime próprio, pois somente podia ser praticado pelo ho-
mem, já que a lei falava em “constranger mulher à conjunção carnal”. Agora, o crime é comum ou geral, pois
pode ser cometido por qualquer pessoa, seja ela do sexo masculino ou feminino, e também transexuais. Vale
destacar, como bem pontua Cleber Masson: na modalidade “constranger alguém mediante violência ou gra-
ve ameaça, a ter conjunção carnal” o estupro subsiste como próprio, pois a lei continua a exigir uma relação
heterossexual: homem como autor e mulher como vítima ou vice e versa. Para Masson, trata-se de crime
próprio e não de mão própria. Já Rogério Greco defende que: “Quando a conduta for dirigida à conjunção
carnal, o crime será de mão própria no que diz respeito ao sujeito ativo, seja ele um homem ou mesmo uma
mulher, pois que exige uma atuação pessoal do agente, e próprio com relação ao sujeito passivo, que poderá
ser também tanto um homem quanto uma mulher, uma vez que a conjunção carnal pressupõe uma relação
heterossexual; quando o comportamento for dirigido a praticar ou permitir que se pratique outro ato libidi-
noso estaremos diante de um crime comum, tanto com relação ao sujeito ativo quanto ao sujeito passivo.

C) CORRETA: As vias de fato e as lesões corporais de natureza leve são absorvidas pelo delito de estupro sim-
ples, pois que fazem parte da violência empregada pelo agente. Se da conduta praticada pelo agente resultar
lesão corporal de natureza grave ou a morte da vítima, o estupro será qualificado, nos termos dos §§1º e 2º
do art. 213 do Código Penal.

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D) CORRETA: O núcleo constranger pressupõe um comportamento positivo por parte do agente, tratando-
-se, pois, como regra, de crime comissivo. No entanto, o delito poderá ser praticado via omissão imprópria,
na hipótese de o agente gozar do status de garantidor, nos termos preconizados pelo § 2º do art. 13 do
Código Penal. Exemplo trazido por Rogerio Greco: Imagine-se a hipótese em que um agente penitenciário,
encarregado legalmente de vigiar os detentos em determinada penitenciária, durante a sua ronda, tivesse
percebido que um grupo de presos estava segurando um de seus “companheiros de cela” para obrigá-lo ao
coito anal, uma vez que havia sido preso por ter estuprado a sua própria filha, sendo essa a reação “normal”
do sistema carcerário a esse tipo de situação. Mesmo sabendo que os presos iriam violentar aquele que ali
tinha sido colocado sob a custódia do Estado, o garantidor, dolosamente, podendo, nada faz para livrá-lo das
mãos dos seus agressores, que acabam por consumar o ato libidinoso, forçando-o ao coito anal. Nesse caso,
deverá o agente penitenciário responder pelo resultado que devia e podia, mas não tentou evitar, vale dizer,
o estupro por omissão.

💡💡 GABARITO: B

PROFESSOR ADRIANO CELESTINO SANTOS


E-mail: profcei.adrianosantos@gmail.com

🏳🏳 DIREITO PROCESSUAL PENAL

QUESTÃO 26. Sobre a ação penal privada, assinale a alternativa incorreta:

A) Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considera-se perempta a ação se o querelante
deixar de formular pedido de condenação nas alegações finais.

B) Em caso de morte do ofendido, o direito de oferecer queixa será do cônjuge, ascendente, descendente
ou irmão.

C) A companheira, em união estável homoafetiva reconhecida, tem legitimidade para propor ação penal
privada caso a ofendida tenha falecido.

D) A esposa não tem legitimidade para propor queixa-crime contra autor de mensagem que insinua que
seu marido tem relação extraconjugal com outro homem.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: A perempção da ação penal privada ocorre quando o querelante, por desídia, não demonstra

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interesse no prosseguimento do feito, acarretando a extinção da punibilidade (art. 107, IV do CP). A hipó-
teses de perempção estão previstas no art. 60 do CPP, sendo estampado no inciso III “quando o querelante
deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou
deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais”.

B) CORRETA: Trata-se da redação do art. 31 do CPP: “ No caso de morte do ofendido ou quando declarado
ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascen-
dente, descendente ou irmão”.

C) CORRETA: Com interpretação extensiva ao disposto nos artigos 24 e 31 do CPP, o STJ reconheceu a le-
gitimidade da companheira, em relação homoafetiva, para propor ação penal privada. Tal entendimento
estou sedimento no informativo 654 do STJ: “A companheira, em união estável homoafetiva reconhecida,
goza do mesmo status de cônjuge para o processo penal, possuindo legitimidade para ajuizar a ação penal
privada”. (STJ. APn 912-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, Corte Especial, por unanimidade, julgado em 07/08/2019,
DJe 22/08/2019).

D) INCORRETA: Em sentido contrário o STF decidiu em seu informativo 919, destacando que o autor da
mensagem poderia ferir a honra não só do marido, mas também da esposa, já que indiretamente afirma
que ela está sendo traída: “A esposa tem legitimidade para propor queixa-crime contra autor de mensagem
que insinua que o seu marido tem uma relação extraconjugal com outro homem. Se alguém alega que um
indivíduo casado mantém relação homossexual extraconjugal com outro homem, a esposa deste indivíduo
tem legitimidade para ajuizar queixa-crime por injúria, alegando que também é ofendida. STF. 1ª Turma. Pet
7417 AgR/DF, Rel. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 9/10/2018 (Info 919)”.

💡💡 GABARITO: D

QUESTÃO 27. A respeito da competência “ratione loci”, assinale a alternativa incorreta:

A) Em regra, o Código de Processo Penal adota a teoria do resultado para definição da competência terri-
torial.

B) No caso de crime de estelionato em que a vítima realiza depósito em favor de conta bancária de tercei-
ro, a competência será do juízo do local em que a vítima mantém conta bancária.

C) Quando o estelionato é cometido mediante emissão de cheque sem fundo, a competência é do local
onde houver a recusa do pagamento.

D) Em se tratando de estelionato cometido mediante a falsificação de cheque, a competência será do local


da obtenção da vantagem ilícita.

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💡💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: Como regra, adota-se o local em que ocorreu a consumação do delito ou, no caso de tentativa,
o local em que foi praticado o último ato de execução, na forma do art. 70 do CPP. Tal regra, consagra a ado-
ção da teoria do resultado para definição da competência territorial (local do resultado).

B) INCORRETA: Recentemente, o STJ divulgou em seu informativo 663 definição sobre a matéria, sedimen-
tando o entendimento pela competência do local em que se aufere a vantagem econômica, já que o crime só
se consuma com a obtenção da vantagem indevida: “Na hipótese em que o estelionato se dá mediante van-
tagem indevida, auferida mediante o depósito em favor de conta bancária de terceiro, a competência deverá
ser declarada em favor do juízo no qual se situa a conta favorecida” (STJ. CC 169.053-DF, Rel. Min. Sebastião
Reis Júnior, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 11/12/2019, DJe 19/12/2019. Informativo 663).

C) CORRETA: Em se tratando de estelionato cometido por emissão de cheque sem fundo a consumação se
dá quando a vítima não obtém o pagamento com a recusa do cheque, é a redação da Súmula 521 do STF:
“O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da emissão
dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado.”.

D) CORRETA: Trata-se da redação da Súmula 48 do STJ: “Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem
ilícita processar e julgar crime de estelionato cometido mediante falsificação de cheque”.

💡💡 GABARITO: B

QUESTÃO 28. Sobre a “noticia criminis” no processo penal, é incorreto afirmar:

A) É possível a instauração de inquérito policial com base em notícia divulgada na imprensa.

B) Ante a previsão constitucional que veda o anonimato, a denúncia anônima, por si só, não é suficiente
para instaurar inquérito policial.

C) A noticia criminis de cognição mediata ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento da in-
fração através do próprio ofendido ou de quem tenha legitimidade para representá-lo.

D) Caso a autoridade policial indefira abertura de inquérito, o prejudicado deverá procurar o Ministério
Público, não sendo cabível recurso.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: A noticia criminis é a forma que a autoridade toma conhecimento, espontâneo ou provocado,
acerca de fato delituoso. O art. 5º, I, do CPP aponta que a autoridade policial poderá instaurar investigação
de ofício, o que a doutrina chama de “noticia criminis” de cognição imediata, ocorrendo quando o conheci-

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mento do fato delituoso se dá por meio das atividades rotineiras. O STJ recentemente apontou a legitimida-
de de instauração de investigação policial com base em matéria jornalística: “Investigação deflagrada com
base em notitia criminis de cognição imediata. Notícia veiculada em imprensa. Reportagem jornalística.
Possibilidade. É possível a deflagração de investigação criminal com base em matéria jornalística. (STJ. RHC
98.056-CE, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 04/06/2019, DJe
21/06/2019).

B) CORRETA: De fato a Constituição Federal, no seu art. 5º, inciso IV, veda o anonimato, razão pela qual não
é possível admitir a instauração de um inquérito com base tão-somente em uma denúncia anônima. Todavia,
o STF já decidiu que a partir da denúncia anônima, a polícia poderá realizar diligências preliminares para apu-
rar a veracidade das informações obtidas anonimamente e, então, instaurar o procedimento investigatório
(STF. Informativo 580).

C) CORRETA: Uma das formas de iniciar o inquérito policial é através do requerimento do ofendido ou de
quem possa representá-lo (art. 5º, II do CPP). A hipótese é chamada pela doutrina de “noticia criminis” de
cognição mediata (ou provocada). Ainda nessa classificação, a doutrina destaca a “noticia criminis” de cog-
nição coercitiva, que ocorre quando a autoridade toma conhecimento do fato delituoso através da apresen-
tação do indivíduo preso em flagrante.

D) INCORRETA: O art. 5º, §2º, do CPP prevê a possibilidade de recurso ao Chefe da Polícia caso a autoridade
policial indefira abertura de inquérito. Segundo entendimento doutrinário é possível, ainda, o manejo de
Mandado de Segurança em matéria criminal. Destaque-se que o prejudicado também poderá procurar o
Ministério Público ou o magistrado, que poderão requisitar a abertura do inquérito.

💡💡 GABARITO: D

QUESTÃO 29. Sobre a realização de audiência de custódia, assinale a alternativa correta:

A) A realização da audiência de custódia decorre de determinação contida em Tratado Internacional de


Direitos Humanos, inexistindo legislação no ordenamento jurídico que trate do tema.

B) Caso a pessoa presa esteja acometida de enfermidade, que a impossibilite de ser apresentada ao juiz, a
prisão em flagrante será apreciada sem a realização posterior de audiência de custódia.

C) A oitiva da pessoa presa será realizada, preferencialmente em mídia, devendo ficar arquivada na unida-
de responsável pela audiência.

D) É possível a realização de audiência de custódia por videoconferência com o juiz que determinou a
prisão.

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💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: Até o advento da Lei n. 13.964/19, a audiência de custódia era tratada no ordenamento jurí-
dico apenas na Resolução n. 213/2015 do CNJ e em normas internas de tribunais. Tal instituto está previsto
na Convenção Americana de Direitos Humanos (art. 7.5), bem como no art. 9,3 do Pacto Internacional Sobre
Direitos Civis e Políticos de Nova York. Todavia, com entrada em vigor do “Pacote Anticrime”, há previsão
expressa da referida audiência no art. 310 do CPP: “Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo
máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de
custódia com a presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o mem-
bro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente (...)”.    

Destaca-se, ainda, a nova previsão do art. 301, §4º, do CPP, segundo o qual a não realização da audiência
de custódia, sem motivação idônea, no prazo de 24 horas da prisão ensejará a ilegalidade da custódia, que
deverá ser relaxada, sem prejuízo da decretação de prisão preventiva, caso preenchidos os requisitos legais.

B) INCORRETA: A Resolução 213/15 do CNJ trata de hipóteses excepcionais em que a audiência ocorrerá
com atraso, porém sem dispensar sua realização. É o caso do art. 1º, §4º: Estando a pessoa presa acometida
de grave enfermidade, ou havendo circunstância comprovadamente excepcional que a impossibilite de ser
apresentada ao juiz no prazo do caput, deverá ser assegurada a realização da audiência no local em que ela
se encontre e, nos casos em que o deslocamento se mostre inviável, deverá ser providenciada a condução
para a audiência de custódia imediatamente após restabelecida sua condição de saúde ou de apresentação”.

C) CORRETA: A resolução 213/15 do CNJ dispensa a formalização de termo, apontando que a oitiva da pes-
soa presa será registrada em mídia, que não acompanhará o processo, mas ficará arquivada na unidade res-
ponsável pela audiência: “Art. 8º, §2º A oitiva da pessoa presa será registrada, preferencialmente, em mídia,
dispensando-se a formalização de termo de manifestação da pessoa presa ou do conteúdo das postulações
das partes, e ficará arquivada na unidade responsável pela audiência de custódia. § 3º. A ata da audiência
conterá, apenas e resumidamente, a deliberação fundamentada do magistrado quanto à legalidade e manu-
tenção da prisão, cabimento de liberdade provisória sem ou com a imposição de medidas cautelares diversas
da prisão, considerando-se o pedido de cada parte, como também as providências tomadas, em caso da
constatação de indícios de tortura e maus tratos”.

D) INCORRETA: Considerando que o objetivo principal da audiência de custódia é coibir a prática de tortura
e maus-tratos, a apresentação pessoal do preso é medida imprescindível ao ato. A Resolução 213 do CNJ é
clara ao estabelecer que, no caso de cumprimento de mandado de prisão fora da jurisdição do juiz que a
determinou, a apresentação do preso, para a audiência de custódia, deve ser feita à autoridade competente
na localidade em que ocorreu a prisão, de acordo com a Lei de Organização Judiciária local. Nesse sentido,
decidiu o STJ em informativo n.663: “Não é cabível a realização de audiência de custódia por meio de
videoconferência (STJ. CC 168.522-PR, Rel. Min. Laurita Vaz, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em

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11/12/2019, DJe 17/12/2019)”.

💡💡 GABARITO: C

QUESTÃO 30. Sobre o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça acerca das interceptações telefôni-
cas é correto afirmar:

A) Não é lícita prova obtida por meio de interceptação telefônica para delito punido com pena de deten-
ção, ainda se conexo a outro crime punido com reclusão.

B) Para validade das provas obtidas por meio de interceptação telefônica é necessária integral degravação
dos diálogos.

C) No caso de utilização de interceptação telefônica como prova emprestada, é indispensável a disponibi-


lização da integralidade das conversas advindas de outro feito.

D) Ante a complexidade da matéria, a fundamentação per relationem é inadmissível para prorrogação de


interceptação telefônica.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: Um dos requisitos para interceptação telefônica, previsto no art. 2º, inciso III, da Lei n. 9.296/96,
é que o crime investigado seja punido com pena de reclusão. Todavia, o STJ tem entendimento já manifestado em
diversos julgados, admitindo como lícitas provas obtidas a partir de interceptação realizada para crime punido
com reclusão em que se obtém encontro fortuito de provas de outros delitos punidos com detenção (Precedentes.
HC 366070/RS, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 08/11/2018, DJe 23/11/2018
AgRg no REsp 1717551/PA, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 24/05/2018, DJe
30/05/2018).

B) INCORRETA: O mais importante é que se garanta ao acusado a possibilidade de se defender de tudo que
está sendo apresentado em juízo, portanto, desde que seja possibilitado o acesso a todos os diálogos, a de-
gravação completa não é imprescindível. O STJ já firmou a seguinte tese em sua jurisprudência: “Não há ne-
cessidade de degravação dos diálogos objeto de interceptação telefônica, em sua integralidade, visto que
a Lei n. 9.296/1996 não faz qualquer exigência nesse sentido.” (Precedente. HC 422642/SP, Rel. Ministro
REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 25/09/2018, DJe 02/10/2018).

C) CORRETA: Sendo autorizada a utilização de interceptação telefônica como prova emprestada em outro
feito, é necessário que a defesa possa se defender de tudo que foi extraído, mormente para verificar a con-
textualização das conversas. Assim, o STJ entende ilegal a seleção de alguns diálogos pelas autoridades de
persecução: “Faculta-se à defesa a integralidade das conversas advindas nos autos de forma emprestada,

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sendo inadmissível a seleção pelas autoridades de persecução acerca das partes a serem extraídas, mormen-
te quando atestado no tribunal de origem a existência de áudios descontinuados, sem ordenação sequencial
lógica e com omissão de trechos da degravação, em que os excertos colacionados destas interceptações
constituem prova que interessa apenas ao Ministério Público”. (Informativo 648. REsp 1.795.341-RS, Rel.
Min. Nefi Cordeiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 07/05/2019, DJe 14/05/2019).

D) INCORRETA: A fundamentação per relationem é medida de economia processual e não fere os


princípios do juiz natural e da fundamentação das decisões judiciais, sendo aplicável, inclusive aos
casos de prorrogação de interceptação telefônica. Há julgados do STJ no seguinte sentido: É admissível
a utilização da técnica de fundamentação  per relationem para a prorrogação de interceptação tele-
fônica quando mantidos os pressupostos que autorizaram a decretação da medida originária. (STJ.
AgInt no REsp 1390751/PR, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 08/11/2018,
DJe 23/11/2018).

💡💡 GABARITO: C

PROFESSORA RAFAELA VOLPATO VIARO


E-mail: profcei.rafaela@gmail.com

🏳🏳 DIREITO CONSTITUCIONAL

QUESTÃO 31. A técnica de derrotabilidade das regras consiste:

A) na ausência de recepção de uma norma infraconstitucional diante da superveniência de nova Constitui-


ção, que com ela é materialmente incompatível.

B) no afastamento episódico de uma regra diante de particularidades do caso concreto, a pretexto de se


fazer Justiça ou assegurar os seus fins.

C) no fenômeno pelo qual uma lei com vício originário de inconstitucionalidade se constitucionaliza diante
do surgimento de uma nova Constituição.

D) na impossibilidade de uma lei revogada ser restaurada por ter a lei revogadora perdido sua vigência.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA. O fenômeno descrito insere-se no direito constitucional intertemporal e trata da recepção,


ou não, de normas infraconstitucionais diante da alteração do parâmetro (Constituição). Com o surgimento

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de uma nova Constituição, as normas infraconstitucionais poderão ser por ela recepcionadas, quando com-
patíveis; ou não recepcionadas, quando incompatíveis com a nova Carta Magna.

B) CORRETA. A derrotabilidade das regras consiste na possiblidade de afastamento episódico e casuístico de


determinada norma, dada particularidades do caso concreto. Não se trata de revogação da norma ou mes-
mo declaração de inconstitucionalidade. Mas sim de sua não aplicação no caso específico. Humberto Ávila
propõe algumas condições necessárias para a derrotabilidade, destacando-se que “a superação da regra
pelo caso individual não pode prejudicar a concretização dos valores inerentes à regra”. E, ainda, sustenta
que a superação de uma regra deve ter: 1. “justificativa condizente – devendo haver a ‘... demonstração de
incompatibilidade entre a hipótese da regra e sua finalidade subjacente. É preciso apontar a discrepância
entre aquilo que a hipótese da regra estabelece e o que sua finalidade exige’”; 2. “fundamentação condizen-
te – as razões de superação da regra devem ser exteriorizadas, para que, assim, possam ser controladas.”; e
3. “comprovação condizente – ‘... não sendo necessárias, notórias nem presumidas, a ausência do aumento
excessivo das controvérsias, da incerteza e da arbitrariedade e a inexistência de problemas de coordena-
ção, altos custos de deliberação e graves problemas de conhecimento devem ser comprovadas por meios
de provas adequados, como documentos, perícias ou estatísticas. A mera alegação não pode ser suficiente
para superar uma regra’” (LENZA, Pedro Direito constitucional esquematizado® / 23 ed. – São Paulo: Saraiva
Educação, 2019, p. 171-172).

C) INCORRETA. O fenômeno descrito consiste na constitucionalidade superveniente e, conforme doutrina


majoritária, não é aceito no Brasil. Isso porque uma lei que nasceu inconstitucional é um ato nulo e, assim,
não pode ser “corrigido” ou convalido. Trata-se de vício insanável.

D) INCORRETA. A descrição corresponde à repristinação, que consiste no restabelecimento de uma lei ante-
rior em razão de a lei revogadora não mais subsistir. Conforme artigo 2º, §3º, da LINDB, “salvo disposição em
contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência”.

💡💡 GABARITO: B

QUESTÃO 32. Suponha que determinado Estado editou lei obrigando empresas de internet a apresentar
na fatura da conta a velocidade efetivamente oferecida no mês. A constitucionalidade de referida lei foi
contestada, sob o argumento que o diploma tratou de telecomunicações, matéria de competência da
União. Sobre a hipótese:

A) o argumento de inconstitucionalidade será acolhido, considerando que compete privativamente à


União legislador sobre telecomunicações.

B) admitir a competência dos entes federados para legislar em matéria de telecomunicação permite a cria-
ção de desigualdades entre os usuários, de modo que a lei deve ser declarada inconstitucional.

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C) a norma tratou sobre direito do consumidor, o que admite regulamentação concorrente pelos Estados-
-Membros, não havendo vício de inconstitucionalidade a ser reconhecido.

D) a repartição de competências não é princípio absoluto, o que possibilita que Estados-Membros legislem
sobre matéria de competência privativa da União.

💡💡 GABARITO COMENTADO

Comentários gerais sobre as alternativas:

Primeiramente, é preciso que se pontue que compete privativamente à União legislar sobre telecomunica-
ções, conforme art. 22, IV, da CF.

Não obstante isso, a norma em questão é constitucional por tratar, eminentemente, sobre direito do consu-
midor – e não sobre telecomunicações. A competência para legislar sobre direito do consumidor é concor-
rente, a teor do art. 24, VIII, da CF.

“[...] A Lei Estadual 18.752/2016, ao obrigar que fornecedores de serviço de internet demonstrem para os
consumidores a verdadeira correspondência entre os serviços contratados e os efetivamente prestados,
não tratou diretamente de legislar sobre telecomunicações, mas sim de direito do consumidor. Isso porque
o fato de trazer a representação da velocidade de internet, por meio de gráficos, não diz respeito à matéria
específica de contratos de telecomunicações, tendo em vista que tal serviço não se enquadra em nenhuma
atividade de telecomunicações definida pelas Leis 4.117/1962 e 9.472/1997. 5. Trata-se, portanto, de norma
sobre direito do consumidor que admite regulamentação concorrente pelos Estados-Membros, nos termos
do art. 24, V, da Constituição Federal.” (STF. ADI 5572, Relator(a): Min. ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal
Pleno, julgado em 23/08/2019).

Por fim, atente-se que não é possível ponderar a regra de repartição de competências. A uma porque se
trata de regra (e não princípio). A duas porque ocasionaria total desestruturação do sistema constitucional
de repartição de competência e do próprio pacto federativo.

💡💡 GABARITO: C

QUESTÃO 33. As imunidades parlamentares consistem em prerrogativas inerentes à função parlamentar,


que garante o exercício do mandato com plena liberdade. Sobre as imunidades parlamentares, assinale a
alternativa INCORRETA:

A) Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em
flagrante de crime inafiançável, hipótese em que a Casa respectiva resolverá sobre a prisão.

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B) Atos praticados fora do recinto parlamentar não gozam de proteção da imunidade material quando as
manifestações não guardarem pertinência com o desempenho das funções do mandato.

C) As imunidades parlamentares, inclusive a prerrogativa de foro, não se estendem aos suplentes de par-
lamentares, salvo quando assumam o cargo.

D) É inconstitucional resolução da Assembleia Legislativa que, com base em imunidade parlamentar, revo-
ga a prisão preventiva imposta pelo Poder Judiciário contra Deputado Estadual, por se tratar de hipótese
de reserva de jurisdição.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA. CF. Art. 53. § 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a
julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.

B) CORRETA. [...] (i) A imunidade parlamentar incide quando as palavras tenham sido proferidas do recinto
da Câmara dos Deputados: “Despiciendo, nesse caso, perquirir sobre a pertinência entre o teor das afirma-
ções supostamente contumeliosas e o exercício do mandato parlamentar” (Inq. 3814, Primeira Turma, Rel.
Min. Rosa Weber, unânime, j. 07/10/2014, DJE 21/10/2014). (ii) Os atos praticados em local distinto escapam
à proteção da imunidade, quando as manifestações não guardem pertinência, por um nexo de causalidade,
com o desempenho das funções do mandato parlamentar. [...] (STF. Inq 3932, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Pri-
meira Turma, julgado em 21/06/2016)

C) CORRETA. A prerrogativa de foro conferida aos membros do Congresso Nacional, vinculada à liberdade
máxima necessária ao bom desempenho do ofício legislativo, estende-se ao suplente respectivo apenas du-
rante o período em que este permanecer no efetivo exercício da atividade parlamentar. [STF. Inq 2.421 AgR,
rel. min. Menezes Direito, j. 14-2-2008, P, DJE de 4-4-2008; Inq 3.341, rel. min. Celso de Mello, j. 25-4-2012,
dec. monocrática, DJE de 3-5-2012).

D) INCORRETA. É constitucional resolução da Assembleia Legislativa que, com base na imunidade parlamentar
formal (art. 53, § 2º c/c art. 27, § 1º da CF/88), revoga a prisão preventiva e as medidas cautelares penais
que haviam sido impostas pelo Poder Judiciário contra Deputado Estadual, determinando o pleno retorno
do parlamentar ao seu mandato. O Poder Legislativo estadual tem a prerrogativa de sustar decisões
judiciais de natureza criminal, precárias e efêmeras, cujo teor resulte em afastamento ou limitação da
função parlamentar. (STF. Plenário. ADI 5823 MC/RN, ADI 5824 MC/RJ e ADI 5825 MC/MT, rel. orig. Min.
Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgados em 8/5/2019 (Info 939).

💡💡 GABARITO: D

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QUESTÃO 34. No que toca ao regime jurídico de pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas, em virtude
de sentença judiciária, assinale a alternativa correta:

A) Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária, tenham 60
(sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com deficiência, assim defini-
dos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente
ao triplo do correspondente às obrigações definidas em leis como de pequeno valor, vedado o fraciona-
mento para essa finalidade.

B) É vedado ao credor a entrega de créditos em precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo
ente federado.

C) O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros, independente-
mente da concordância do devedor.

D) Caso o montante total de débitos decorrentes de condenações judiciais em precatórios e obrigações de


pequeno valor, em período de 12 (doze) meses, ultrapasse a média do comprometimento percentual da
receita corrente líquida nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores, a parcela que exceder esse percen-
tual não poderá ser financiada.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA. Admite-se o fracionamento para essa finalidade.

CF. Art. 100, §2º: Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária,
tenham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com deficiência,
assim definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor
equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento
para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório.

B) INCORRETA. CF. Art. 100. § 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade federativa
devedora, a entrega de créditos em precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo ente federa-
do.

C) CORRETA. CF. Art. 100. § 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a
terceiros, independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto nos
§§ 2º e 3º.

D) INCORRETA. CF. Art. 100. § 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de condenações judiciais em
precatórios e obrigações de pequeno valor, em período de 12 (doze) meses, ultrapasse a média do compro-
metimento percentual da receita corrente líquida nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores, a parcela que

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exceder esse percentual poderá ser financiada, excetuada dos limites de endividamento de que tratam os
incisos VI e VII do art. 52 da Constituição Federal e de quaisquer outros limites de endividamento previstos,
não se aplicando a esse financiamento a vedação de vinculação de receita prevista no inciso IV do art. 167
da Constituição Federal.

💡💡 GABARITO: C

QUESTÃO 35. Sobre o mandado de segurança, assinale a alternativa INCORRETA:

A) Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores
de concessionárias de serviço público.

B) É cabível mandado de segurança impetrado por Parlamentar em caso de inobservância do devido pro-
cesso legal decorrente de proposta de projeto de lei quando houver vício de inconstitucionalidade formal,
mas não material.

C) O Ministério Público do Tribunal de Contas não possui legitimidade para impetrar mandado de seguran-
ça, ainda que para defender suas prerrogativas institucionais.

D) Os efeitos da coisa julgada do mandado de segurança coletivo poderão beneficiar o impetrante a título
individual se não requerer a desistência de seu mandado de segurança.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA. Lei 12.016/09. Art. 1º. Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial
praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessioná-
rias de serviço público.

B) CORRETA. O controle judicial prévio de constitucionalidade pode ser exercido através de MS impetrado
por Parlamentar. Isso porque é seu direito líquido e certo impedir a tramitação de projetos inconstitucionais.
Mas se atente para a necessidade de diferenciar o tipo de lei em questão: quando se tratar de projeto de
emenda constitucional, o MS é cabível para impugnar vício material (no caso de violar cláusula pétrea) e
vício formal (violação às regras constitucionais sobre o processo legislativo.). Mas para projetos de lei (em
sentido amplo: ordinária, complementar etc), o MS poderá atacar apenas eventuais vícios formais, mas não
materiais.

C) CORRETA. Tese de repercussão geral: “o Ministério Público de Contas não tem legitimidade para impetrar
mandado de segurança em face de acórdão do Tribunal de Contas perante o qual atua”. (STF. RE 1178617 RG,
Relator(a): Min. ALEXANDRE DE MORAES, julgado em 25/04/2019).

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D) INCORRETA. Lei 12.016/09. Art. 22, §1º. O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para
as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não
requerer a desistência de seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência compro-
vada da impetração da segurança coletiva.

💡💡 GABARITO: D

QUESTÃO 36. Considere as seguintes situações hipotéticas:

I – Um Governador de Estado pratica crime comum em razão e durante o exercício do cargo;

II – Um Desembargador de Tribunal de Justiça pratica crime comum desvinculado do exercício de suas


funções;

III – Um Prefeito pratica crime comum da competência da justiça estadual durante o exercício do cargo e
em razão dele.

A competência para o processo e julgamento de tais crimes será, respectivamente:

A) Assembleia Legislativa; Superior Tribunal de Justiça; Tribunal de Justiça.

B) Superior Tribunal de Justiça; Superior Tribunal de Justiça; Tribunal de Justiça.

C) Superior Tribunal de Justiça; Tribunal de Justiça; Tribunal de Justiça.

D) Assembleia Legislativa; Tribunal de Justiça; Câmara Municipal.

💡💡 GABARITO COMENTADO

Comentários gerais sobre as alternativas:

 Competência para julgar Governador por crime comum:

CF. Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar, originariamente: a) nos crimes
comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal [...]

Vale lembrar que “as hipóteses de foro por prerrogativa de função perante o STJ restringem-se àquelas em
que o crime for praticado em razão e durante o exercício do cargo ou função” (STJ. Corte Especial. AgRg na
APn 866-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 20/06/2018).

 Competência para julgar Governador por crime de responsabilidade:

Art. 75. É permitido a todo cidadão denunciar o Governador perante a Assembleia Legislativa, por crime de
responsabilidade.

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 Competência para julgar Desembargador (seja crime comum ou de responsabilidade):

CF. Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

I - processar e julgar, originariamente:

a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilida-
de, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal [...]

Importante lembrar que “os Desembargadores dos Tribunais de Justiça continuam sendo julgados pelo STJ
mesmo que o crime não esteja relacionado com as suas funções.

Assim, o STJ continua sendo competente para julgar quaisquer crimes imputados a Desembargadores, não
apenas os que tenham relação com o exercício do cargo.” (STJ. APn 878/DF QO, Rel. Min. Benedito Gonçal-
ves, julgado em 21/11/2018).

 Competência para julgar Prefeitos:

Crimes comuns e crimes de responsabilidade impróprios: STF. Súmula 702. A competência do tribunal de
justiça para julgar prefeitos restringe-se aos crimes de competência da justiça comum estadual; nos demais
casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau.

Crimes de responsabilidade próprios (infrações político-administrativas): Câmara de Vereadores.

💡💡 GABARITO: B

PROFESSORA ANA LÚCIA TODESCHINI MARTINEZ


E-mail: profcei.anamartinez@gmail.com

🏳🏳 DIREITO ELEITORAL

QUESTÃO 37. O princípio da anualidade em Direito Eleitoral é o marco que traduz a segurança jurídica no
processo eleitoral como um todo. Ele dita as regras que irão reger as eleições. Com base nessa informação
é correto dizer:

A) O princípio está previsto na Lei das Eleições que dispõe que “a lei que alterar o processo eleitoral entra-
rá em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua
vigência. ”

B) Referido princípio, que tem base constitucional, somente se aplica à legislação em sentido estrito, não
se aplicando à jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral.

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C) O princípio constitucional da anualidade expressa que a lei que alterar o processo eleitoral entrará em
vigor um ano após a data de sua publicação.

D) Apesar de sua redação se referir apenas à lei, existe precedente da Corte Superior que o aplicou para a
jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: O princípio da anualidade está previsto na Constituição Federal, no art. 16: “A lei que alterar
o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até
um ano da data de sua vigência”, e não na Lei das Eleições.

B) INCORRETA: “Repercussão geral reconhecida com mérito julgado. Mudanças radicais na interpretação
da Constituição devem ser acompanhadas da devida e cuidadosa reflexão sobre suas consequências, ten-
do em vista o postulado da segurança jurídica. Não só a Corte Constitucional, mas também o Tribunal que
exerce o papel de órgão de cúpula da Justiça Eleitoral devem adotar tais cautelas por ocasião das chama-
das viragens jurisprudenciais na interpretação dos preceitos constitucionais que dizem respeito aos direitos
políticos e ao processo eleitoral. Não se pode deixar de considerar o peculiar caráter normativo dos atos
judiciais emanados do TSE, que regem todo o processo eleitoral. Mudanças na jurisprudência eleitoral, por-
tanto, têm efeitos normativos diretos sobre os pleitos eleitorais, com sérias repercussões sobre os direitos
fundamentais dos cidadãos (eleitores e candidatos) e partidos políticos. No âmbito eleitoral, a segurança
jurídica assume a sua face de princípio da confiança para proteger a estabilização das expectativas de to-
dos aqueles que de alguma forma participam dos prélios eleitorais. A importância fundamental do prin-
cípio da segurança jurídica para o regular transcurso dos processos eleitorais está plasmada no princípio
da anterioridade eleitoral positivado no art. 16 da Constituição. O STF fixou a interpretação desse art. 16,
entendendo-o como uma garantia constitucional (1) do devido processo legal eleitoral, (2) da igualdade
de chances e (3) das minorias (RE 633.703). Em razão do caráter especialmente peculiar dos atos judiciais
emanados do TSE, os quais regem normativamente todo o processo eleitoral, é razoável concluir que a
Constituição também alberga uma norma, ainda que implícita, que traduz o postulado da segurança jurí-
dica como princípio da anterioridade ou anualidade em relação à alteração da jurisprudência do TSE. As-
sim, as decisões do TSE que, no curso do pleito eleitoral (ou logo após o seu encerramento), impliquem
mudança de jurisprudência (e dessa forma repercutam sobre a segurança jurídica), não têm aplicabilida-
de imediata ao caso concreto e somente terão eficácia sobre outros casos no pleito eleitoral posterior.
[RE 637.485, rel. min. Gilmar Mendes, j. 1º-8-2012, P, DJE de 21-5-2013, Tema 564.]”

C) INCORRETA: A alternativa está incorreta pelo fato de mencionar que a lei que altera o processo eleitoral
entrará em vigor apenas um ano após a sua publicação. Na verdade, ela entra em vigor imediatamente, so-
mente seus efeitos concretos serão postergados.

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D) CORRETA: VIDE COMENTÁRIO DA ALTERNATIVA B.

💡💡 GABARITO: D

QUESTÃO 38. Conforme artigo 118, IV, da Constituição Federal, as Juntas Eleitorais são órgãos da Justiça
Eleitoral. Nesse sentido, é correto afirmar:

A) As Juntas Eleitorais possuem 2 ou 4 membros no total, e são nomeadas pelo Tribunal Regional Eleitoral.

B) O prazo para nomear os membros da Junta Eleitoral é de até 150 dias antes da eleição.

C) À Junta Eleitoral compete expedir os diplomas dos eleitos nas Eleições Estaduais.

D) Compete à Junta Eleitoral apurar em 10 dias o resultado das eleições.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: O número total dos membros da Junta Eleitoral deve considerar o seu presidente, o juiz elei-
toral, portanto a alternativa deveria falar em 3 ou 5 membros. Fundamento legal: art. 36, caput, do Código
Eleitoral: “Compor-se-ão as juntas eleitorais de um juiz de direito, que será o presidente, e de 2 (dois) ou 4
(quatro) cidadãos de notória idoneidade”.

B) INCORRETA: O prazo para nomeação é de 60 dias anteriores à eleição, nos termos do parágrafo 1º do
art. 36 do Código Eleitoral: “Os membros das juntas eleitorais serão nomeados 60 (sessenta) dias antes da
eleição, depois de aprovação do Tribunal Regional, pelo presidente deste, a quem cumpre também desig-
nar-lhes a sede”.

C) INCORRETA: A Junta Eleitoral tem competência para expedir os diplomas nas eleições municipais. O fun-
damento se encontra no art. 40 do Código Eleitoral: “Compete à junta eleitoral: I – apurar, no prazo de 10
(dez) dias, as eleições realizadas nas zonas eleitorais sob a sua jurisdição; II – resolver as impugnações e
demais incidentes verificados durante os trabalhos da contagem e da apuração; III – expedir os boletins de
apuração mencionados no art. 179; IV – expedir diploma aos eleitos para cargos municipais”.

D) CORRETA: É a redação do art. 40, I, do Código Eleitoral: “Compete à junta eleitoral: I – apurar, no prazo de
10 (dez) dias, as eleições realizadas nas zonas eleitorais sob a sua jurisdição”.

💡💡 GABARITO: D

QUESTÃO 39. Com relação ao Tribunal Superior Eleitoral é INCORRETO afirmar:

A) Terá, no mínimo, 7 membros.

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B) É composto por dois Ministros do Superior Tribunal de Justiça, que serão escolhidos pelo Presidente da
República.

C) A Presidência do Tribunal Superior Eleitoral compete a um dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
cuja escolha será por meio de eleição.

D) A Corregedoria-Geral Eleitoral recairá sobre um dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: Fundamento para a alternativa: Art. 119 da Constituição Federal. “O Tribunal Superior Eleitoral
compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos: I - mediante eleição, pelo voto secreto: a) três juízes
dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal; b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de
Justiça; II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal. Parágrafo único. O Tribunal Superior
Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o
Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça”.
B) INCORRETA: Com efeito, é incorreto afirmar que a escolha será do Presidente da República, pois o proces-
so de escolha dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça se dá de forma semelhante àquela dos Ministros
do Supremo Tribunal Federal, ou seja, por meio de eleição e voto secreto (art. 119, I, b, da Constituição
Federal).

C) CORRETA: Vide comentário da alternativa A.

D) CORRETA: Vide comentário da alternativa A.

💡💡 GABARITO: B

QUESTÃO 40. A capacidade eleitoral passiva se traduz na possibilidade de um cidadão se candidatar a um


cargo eletivo. Para tanto, devem-se preencher as condições de elegibilidade e não incidir em nenhuma
hipótese de inelegibilidade. Dentre as condições de elegibilidade, há a previsão de idade mínima a ser
atingida pelo candidato. Nesses termos, é correto afirmar:

A) A idade mínima para concorrer ao cargo de governador será de 35 anos de idade.

B) Uma pessoa que possui 40 anos de idade pode, em tese, candidatar-se para qualquer cargo eletivo,
considerando o preenchimento das outras condições de elegibilidade.

C) A idade mínima exigida constitucionalmente leva em consideração a idade do candidato por ocasião da
posse, inclusive para os vereadores.

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D) O candidato a senador deve contar com 30 anos de idade.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: A Constituição Federal exige a idade mínima de 30 anos.

B) CORRETA: Segundo o art. 14, parágrafo 3º, VI, a, da Constituição Federal, a maior idade exigida para um
cargo eletivo é de 35 anos de idade, para os cargos de Presidente da República, Vice-Presidente e Senador.

C) INCORRETA: A Lei das Eleições excepciona este marco para os vereadores, que deverão possuir 18 anos na
data do pedido de registro de candidatura (art. 11, § 2º “A idade mínima constitucionalmente estabelecida
como condição de elegibilidade é verificada tendo por referência a data da posse, salvo quando fixada em
dezoito anos, hipótese em que será aferida na data-limite para o pedido de registro”).

D) INCORRETA: A idade constitucionalmente exigida é de 35 anos de idade, a mesma para Presidente da


República e Vice-Presidente. Algumas bancas exploram bastante essa idade mínima de Senadores e Gover-
nadores, tentando confundir os candidatos. É preciso ficar atento aos detalhes.

💡💡 GABARITO: B

PROFESSORA RAFAELA VOLPATO VIARO


E-mail: profcei.rafaela@gmail.com

🏳🏳 DIREITO EMPRESARIAL

QUESTÃO 41. Considere a seguinte situação hipotética:

WV Residencial, empresa do ramo da construção civil, lançou empreendimento imobiliário denominado


Residencial Globo. A empresa Globo Comunicação e Participações S.A. ajuizou ação de abstenção de uso
de marca e de reparação de danos contra a WV Residencial, afirmando que, ao utilizar a expressão “Glo-
bo” no nome do empreendimento imobiliário, teria violado o direito de propriedade industrial da autora.

I – Considerando que a marca “Globo” é de alto renome, goza de proteção erga omnes e deve prevalecer
para todos os produtos e serviços, sem distinção. Assim, WV Residencial não poderá utilizar o nome “Glo-
bo” em seu empreendimento imobiliário.

II – A proteção conferida pela lei para as marcas não abrange o nome atribuído a edifícios ou empreendi-
mentos imobiliários, considerando que não se trata de uma atividade empresarial, mas sim um ato da vida

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civil. Logo, a pretensão da parte autora é improcedente.

III – A marca se constitui num sinal distintivo de percepção visual que individualiza produtos e/ou serviços.
Registrada, confere ao titular o direito de usar, com exclusividade, uma expressão ou símbolo.

Diante da situação narrada, estão corretas as alternativas:

A) I e III

B) II e III

C) I e II

D) I, III e III

💡💡 GABARITO COMENTADO

Comentários gerais sobre a questão:

O caso retratado teve como fundamento recente julgado do STJ, do qual se extrai a resposta para a questão:

[...] 4. Os nomes atribuídos aos edifícios e empreendimentos imobiliários não gozam de exclusividade, sendo
comum receberem idêntica denominação. Estes nomes, portanto, não qualificam produtos ou serviços, ape-
nas conferem uma denominação para o fim de individualizar o bem. 5. A proteção à exclusividade da marca
é criação do direito, sendo, portanto, uma opção legislativa. O nome que individualiza um imóvel é de livre
atribuição pelos seus titulares e não requer criatividade ou capacidade inventiva, tampouco lhe é conferido o
atributo da exclusividade. 6. O registro de uma expressão como marca, ainda que de alto renome, não afasta
a possibilidade de utilizá-la no nome de um edifício. A exclusividade conferida pelo direito marcário se limita
as atividades empresariais, sem atingir os atos da vida civil. (STJ. 3ª Turma. REsp 1.804.960-SP, Rel. Min.
Moura Ribeiro, julgado em 24/09/2019).

Lembre-se: marca é sinal visualmente distinguível, por meio do qual produtos ou serviços são identificados.
Não poderão ser registrados como marca sinais sonoros ou olfativos.

Registrada, gozará de proteção de uso exclusivo em todo o território nacional, conforme art. 129, da Lei n.
9.279/96.

Por fim, a proteção da marca, “para além de garantir direitos individuais, salvaguarda interesses sociais, na
medida em que auxilia na melhor aferição da origem do produto e/ou serviço, minimizando erros, dúvidas e
confusões entre usuários”. (Min. Nancy Andrighi)

💡💡 GABARITO: B

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QUESTÃO 42. Sobre a figura do empresário, assinale a alternativa INCORRETA:

A) Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a pro-
dução e a circulação de bens ou de serviços.

B) É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede,


antes do início de sua atividade.

C) Podem exercer a atividade de empresário todo aquele que estiver em pleno gozo da capacidade civil e
não for legalmente impedido.

D) Poderá o incapaz continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, desde que precedido de
autorização judicial.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA. CC. Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

B) CORRETA. CC. Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis
da respectiva sede, antes do início de sua atividade.

C) CORRETA. CC. Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da
capacidade civil e não forem legalmente impedidos.

D) CORRETA. CC. Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar
a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.

§1º Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da
empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos
os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por
terceiros.

💡💡 GABARITO: A

QUESTÃO 43. Sobre o período suspeito na falência, é correto afirmar que:

A) Apenas quando provada a intenção de prejudicar serão ineficazes em relação à massa falida o paga-
mento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal.

B) A ineficácia dos atos praticados durante o período suspeito não poderá ser declarada de ofício pelo juiz,
mas poderá ser alegada em defesa ou, ainda, pleiteada mediante ação própria.

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C) São ineficazes os atos praticados com a intenção de prejudicar credores, desde que provado o conluio
fraudulento entre o devedor e o terceiro e, ainda, o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida.

D) A ação revocatória deverá ser proposta no prazo de 3 (três) anos contado da decretação da falência.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA. Primeiramente, é necessário pontuar do que se trata o chamado “período suspeito”. Consis-
te na fixação de um lapso temporal (termo legal – 90 dias) prévio à decretação da falência que será investi-
gado pelos credores. E, constatada algumas situações específicas de dilapidação patrimonial, tais atos serão
ineficazes perante à massa falida. O reconhecimento da ineficácia desses atos perante a massa, consequen-
temente, permitirá que mais bens voltem a ser incorporados a ela.

Dito isso, o artigo 129 da Lei 11.101/05 traz uma série de atos que são considerados objetivamente inefica-
zes. É dizer, não é necessário que se prove a má-fé, a intenção, o dolo do devedor para que tais atos sejam
ineficazes.

E, no inciso I, a lei traz a hipótese retratada na questão:

Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de
crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores:

I – o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal, por qualquer meio
extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título;

Assim, o erro consiste em mencionar que apenas quando provada a intenção de prejudicar é que o ato será
ineficaz. Ao contrário, o ato é objetivamente ineficaz.

B) INCORRETA. Art. 129. Parágrafo único: A ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em
defesa ou pleiteada mediante ação própria ou incidentalmente no curso do processo.

C) INCORRETA. Art. 130. São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores, provan-
do-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido
pela massa falida.

D) CORRETA. Art. 132. A ação revocatória, de que trata o art. 130 desta Lei, deverá ser proposta pelo ad-
ministrador judicial, por qualquer credor ou pelo Ministério Público no prazo de 3 (três) anos contado da
decretação da falência.

💡💡 GABARITO: D

QUESTÃO 44. No que se relacionada à classificação dos títulos de crédito, assinale a alternativa correta:

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A) O cheque é um título de crédito causal.

B) É possível, regra geral, a emissão de títulos de crédito ao portador.

C) O título nominativo à ordem circula por meio de cessão civil.

D) A transferência de título ao portador se faz por simples tradição.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA. O cheque é um título de crédito não causal, é dizer, que não possui hipótese de emissão defi-
nida em lei. Ao contrário, a duplicata, por exemplo, é um título causal, a ser emitida em hipóteses de compra
e venda mercantil ou prestação de serviços.

B) INCORRETA. Título ao portador é aquele que não identifica o beneficiário/credor. Desde a Lei 8.088/90
não se admite a emissão de títulos ao portador, exceto se com previsão expressa em lei especial. Um exem-
plo dessa exceção é a Lei 9.069/95, que permite cheque de valor igual ou inferior a 100 reais seja emitido ao
portador.

C) INCORRETA. Título nominativo é aquele que identifica o beneficiário. Para sua circulação é necessário,
além da tradição, a prática de outro ato jurídico, que varia de acordo com o caso:

Título nominativo À ORDEM: circula por meio de endosso.

Título nominativo NÃO À ORDEM: circula por meio de cessão civil de crédito.

D) CORRETA. CC. Art. 904. A transferência de título ao portador se faz por simples tradição.

💡💡 GABARITO: D

QUESTÃO 45. Sobre a ação renovatória de locação comercial, assinale a alternativa INCORRETA:

A) O locatário terá direito a renovação do contrato desde que, dentre outros requisitos, o contrato a reno-
var tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado.

B) O prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos será
de três anos.

C) É admissível a propositura de ação renovatória pelo sublocatário.

D) O direito de renovação decai se a ação não for proposta no interregno máximo de um ano contado da
finalização do prazo do contrato em vigor.

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A) CORRETA. Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação
do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente:

I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado;

II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de
cinco anos;

III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três
anos.

B) INCORRETA. Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação
do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a
soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos;

C) CORRETA. Art. 51. § 1º O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos cessionários ou suces-
sores da locação; no caso de sublocação total do imóvel, o direito a renovação somente poderá ser exercido
pelo sublocatário.

D) CORRETA. Art. 51. §5º. Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno de um
ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor.

💡💡 GABARITO: B

PROFESSOR ROGÉRIO DE VIDAL CUNHA


E-mail: profcei.rogeriocunha@gmail.com

🏳🏳 DIREITO TRIBUTÁRIO

QUESTÃO 46. Acerca do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação assinale a opção correta.

A) Incide o imposto sobre o bacalhau importado de país signatário do GATT.

B) Constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para outro estabeleci-
mento do mesmo contribuinte.

C) Será seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviço.

D) Nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou não do
imposto, localizado em outro Estado, adotar-se-á a alíquota interestadual e caberá ao Estado de localiza-

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ção do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário
e a alíquota interestadual.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: Ainda que limitada às operações realizadas até 30/04/99 (Tema repetitivo 89) e ao contrário
do afirmado na opção, a Súmula 71 do STJ dispõe que “O bacalhau importado de país signatário do GATT é
isento do ICM” reconhecendo que pela ausência de similar nacional sua correspondência é com a espécie
peixe seco e salgado, de origem interna, que goza de isenção do ICMS.

No caso da questão se deve ter em conta a previsão do art. 98 do CTN que assim dispõe:

Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação


tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.
A matéria mostra grande relevância, em especial diante da grande inserção do Brasil no mercado econômi-
co mundial, com a proliferação de atos bilaterais e multilaterais sobre comércio internacional e tributação,
como por exemplo o GATT (Acordo Geral sobre Pautas Aduaneiras e Comércio ou Acordo Geral sobre Tarifas
e Comércio, em inglês: General Agreement on Tariffs and Trade, GATT) onde várias regras internacionais po-
dem conflitar com as regras de direito interno.

Ainda que a redação do art. 98 do CTN possa levar à conclusão de que há supremacia normativa dos atos
internacionais, a melhor interpretação é aquela que no sentido de que que as alterações ocasionadas na
legislação interna estão circunscritas apenas à matéria daquele tratado específico, por exemplo, se o Brasil
firma tratado com a Rússia isentando as importações de vodca daquele país a regra terá aplicação restrita às
importações da Rússia, não revogando as regras de incidência do imposto de importação sobre os produtos
oriundos de outros países.

A relação não será de “superior-inferior” mas sim “geral-especial” logo as regras internacionais ingressam
como lei especial, se lhes aplicando o brocardo latino de que “Lex specialis derogat legi generali”, por isso é
mais correta, do ponto de vista de técnica legislativa, foi a disposição normativa do art. 85-A da Lei 8.212/91
que expressamente consigna a natureza de legislação especial dos tratados internacionais:

Art. 85-A. Os tratados, convenções e outros acordos internacionais de que Estado estrangeiro
ou organismo internacional e o Brasil sejam partes, e que versem sobre matéria previdenciária,
serão interpretados como lei especial. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999).
Afirmando a ausência de hierarquia dos tratados, mas sim de sua especialidade em relação às normas inter-
nas já decidiu o STJ:

O mandamento contido no artigo 98 do CTN não atribui ascendência as normas de direito

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internacional em detrimento do direito positivo interno, mas, ao revés, posiciona-as em nível


idêntico, conferindo-lhe efeitos semelhantes. O artigo 98 do CTN, ao preceituar que tratado
ou convenção não são revogados por lei tributaria interna, refere-se aos acordos firmados
pelo Brasil a propósito de assuntos específicos e só e aplicável aos tratados de natureza
contratual. Se o ato internacional não estabelecer, de forma expressa, a desobrigação de
contribuições para a intervenção no domínio econômico, inexiste isenção pertinente ao
AFRMM. (STJ REsp 37065/PR, Rel. Ministro DEMÓCRITO REINALDO, 1ª TURMA, julgado em
15/12/1993)
Outra questão relevante a respeito dos Tratados Internacionais diz respeito à possibilidade de conceder-se,
com base nestas normas jurídicas, isenção ou redução de tributos Estaduais e Municipais, sem que se possa
falar em isenção heterônoma (CF, era. 151, III), já que, como se infere da Constituição, o ato de firmar trata-
dos é privativo da União, como reflexo de sua soberania.

A jurisprudência tem afirmado que exatamente por tratar-se a celebração de tratados de ato de Soberania
(império) e não de atos de Governo (gestão) não há que se falar em inconstitucionalidade do Tratado que
reduza ou isente tributos estaduais ou municipais. Não se pode negar que ainda que a União não possua
personalidade jurídica de direito internacional, que pertence à República Federativa do Brasil, esta sim for-
mada pela “união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal”, a Constituição expressamente
outorgou à União (Art. 21, I) a competência para “manter relações com Estados estrangeiros” não por outra
razão Alberto Xavier (Xavier, 2010, p. 109) leciona que “a voz da União, nas relações internacionais, não é a
voz de uma entidade com interesses próprios e específicos, potencialmente conflitantes com os dos Estados
e dos Municípios, mas a voz de uma entidade que a todos eles engloba – a República Federativa do Brasil.”

B) INCORRETA: O primeiro fato gerador do ICMS é a circulação de mercadorias, fenômeno que deve ser com-
preendido em seu sentido jurídico como sendo a mudança de titular da mercadoria, isto é a movimentação
de riquezas, que passa de um sujeito para outro, não se enquadrando na hipótese de incidência a mera mo-
vimentação física da mercadoria.

Motivo pelo qual o imposto não incide, por exemplo, na mera movimentação de mercadorias entre estabe-
lecimentos da mesma empresa (STJ REsp 1.125.133/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, j. 25.08.2010), ou na movi-
mentação de animais de uma propriedade rural para outra do mesmo proprietário, ou ainda, a remessa de
equipamento de uma filial para outra, sem que exista em tais operações circulação econômica das mercado-
rias, como afirmado pela súmula 166 do STJ: “não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento
de mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte.”

No mesmo sentido: “O STF fixou entendimento no sentido de que o simples deslocamento da mercadoria de
um estabelecimento para outro da mesma empresa, sem a transferência de propriedade, não caracteriza a
hipótese de incidência do ICMS. Precedentes.” (STF RE 596.983-AgR, Rel. Min. Eros Grau, j. em 12/5/2009,

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2ª T. DJE de 29-5-2009.)

Na lição de Roque Cazzara1:

“este tributo, como vemos, incide sobre a realização de operações relativas à circulação de
mercadorias. A lei que veicular sua hipótese de incidência só será válida se descrever uma
operação relativa à circulação de mercadorias. É bom esclarecermos, desde logo, que tal
circulação só pode ser jurídica (e não meramente física). A circulação jurídica pressupõe a
transferência (de uma pessoa para outra) da posse ou da propriedade da mercadoria. Sem
mudança de titularidade da mercadoria, não há falar em tributação por meio de ICMS. (...)
O ICMS só pode incidir sobre operações que conduzem mercadorias, mediante sucessivos
contratos mercantis, dos produtores originários aos consumidores finais”.
A ausência de circulação jurídica da mercadoria impede a ocorrência do fato gerador do ICMS, mas não isen-
ta os sujeitos passivos do cumprimento de obrigações acessórias como a emissão de documento fiscal de
trânsito, mesmo que em operação não sujeita à tributação.

C) INCORRETA: Diferente do IPI que a constituição determinou que será seletivo (CF/88 Art. 153, §2º, I) o
Art. 155, §2º, III, da Constituição determinou que o ICMS poderá ser seletivo, em função da essencialidade
das mercadorias e dos serviços.

O Princípio da Seletividade é aplicado nos tributos indiretos como forma de implementar o princípio da iso-
nomia e da capacidade contributiva. Segundo Luciano Amaro2:

“(...) há vários modos diferentes através dos quais se revela e se viabiliza a aplicação do
princípio da capacidade contributiva, dentre os quais: a) imunidade; b) isenção; c) seletividade;
c) progressividade. A regra em foco significa que o ICMS operará, também, como instrumento
de extrafiscalidade, visando beneficiar os consumidores finais, que efetivamente absorvem o
impacto econômico do imposto. Inegável, portanto, traduzir a seletividade uma manifestação
do princípio da capacidade contributiva, na medida em que expressa a preocupação com o
ônus financeiro do contribuinte “de fato”.
A seletividade representa em uma técnica de tributação que consiste em se graduar as alíquotas de forma
diferente segundo a essencialidade dos produtos, de modo que o imposto seja proporcionalmente mais
elevado quanto mais supérfluo for o produto tributado, e os produtos indispensáveis tenham pouca ou ne-
nhuma tributação.

A seletividade do ICMS é mesmo uma faculdade? No que diz respeito ao IPI a Constituição não deixa dúvidas
de ele será imposto seletivo (CF, art. 153, §3º, I) mas em relação ao ICMS o legislador constituinte indicou

1 Carrazza, Roque Antônio - ICMS, 2ª ed., ed. Malheiros, São Paulo, 1995, pg. 23
2 AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 20ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 133

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aparente faculdade por parte do Estado em aplicar a seletividade. O ICMS poderá ser seletivo. Se for, con-
tudo, essa seleção deverá ocorrer de acordo com a essencialidade da mercadoria/serviço e não de forma
discricionária pelo Estado. Se o ICMS tiver alíquotas diferenciadas, a diferença há de ser estabelecida em
função da essencialidade das mercadorias/serviços. É nesse sentido a jurisprudência do STF:

“I – Não obstante a possibilidade de instituição de alíquotas diferenciadas, tem-se que a


capacidade tributária do contribuinte impõe a observância do princípio da seletividade como
medida obrigatória, evitando-se, mediante a aferição feita pelo método da comparação, a
incidência de alíquotas exorbitantes em serviços essenciais (...). RE 634457 AgR, Relator(a): Min.
RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 05/08/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO
DJe-157 DIVULG 14-08-2014 PUBLIC 15-08-2014.
Contudo, para provas objetivas, especialmente de bancas como FCC e VUNESP se deve adotar a literalidade
do art. 155, §2º, III, da Constituição da República, com a utilização da expressão “poderá”.

D) CORRETA: No que refere às alíquotas o ICMS, por sua complexidade, a legislação tributária prevê três es-
pécies de alíquotas, que variam conforme a natureza das operações realizadas: as internas, as interestaduais
e as de exportação.

As alíquotas nas operações internas serão fixadas por cada ente da Federação podendo o Senado Federal,
nos termos do art. 155, § 2º, V, “a”, fixar as alíquotas mínimas, bem como as alíquotas máximas, estas últi-
mas, para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados (CF/88 Art. 155, § 2º, V, “b”).

Já em relação às alíquotas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de exportação, compete ao


Senado Federal a sua fixação, o que restou materializado pela Resolução 22/89, que fixou em 12% a alíquota
do ICMS para as operações interestaduais, estabelecendo, ainda, que nas operações e prestações realizadas
nas Regiões Sul e Sudeste, destinadas às Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e ao Estado do Espírito
Santo, as alíquotas serão 7%.

A Emenda Constitucional 87/15 buscou resolver conflito federativo entre os Estados produtores e os Estados
consumidores já que há uma tendência de que os que produzem tenham alíquotas mais baixas, diferente
dos Estados consumidores que buscavam alíquotas internas maiores.

A norma alterou a redação do art. 155, §2º, VII, para determinar que nas operações e prestações que desti-
nem bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou não do imposto, localizado em outro Estado, adotar-
-se-á a alíquota interestadual e caberá ao Estado de localização do destinatário o imposto correspondente à
diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário e a alíquota interestadual.

Assim, imaginemos que o Estado do Paraná tenha uma alíquota interna de 5% para a produção de sapatos
femininos, e uma consumidora do Estado de Goiás adquira esse produto, como já vimos, a alíquota interes-
tadual é 12% (Res SF 22/89), logo, se a alíquota de Goiás for de 9%, caberá ao vendedor recolher o adicional

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de 3% (12-9) ao Estado de destino, no caso Goiás a título de diferencial de alíquota.

💡💡 GABARITO: D

QUESTÃO 47. A empresa Central Perk Ltda., por meio de contrato de trespasse, adquiriu a integralidade do
estabelecimento comercial e passou a exercer as atividades da sociedade MacLaren’s Pub Ltda. que atua-
va no setor de bares e alimentação e encerrou suas atividades. Um ano após a negociação, a sociedade
MacLaren’s Pub Ltda. abriu novo estabelecimento, dedicando-se agora ao comércio de veículos usados.
Nesse caso assinale a opção que reflete a correta responsabilidade tributária de cada um dos envolvidos:

A) A sociedade Central Perk Ltda. não responderá por nenhum tributo se for expressamente excluída no
contrato de trespasse.

B) A sociedade MacLaren’s Pub Ltda. somente responderá pelos tributos estaduais.

C) A sociedade Central Perk Ltda. responderá integralmente.

D) A sociedade MacLaren’s Pub Ltda. responderá de forma integral, pois prosseguiu as atividades em outro
ramo do comércio menos de dois anos após o negócio.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: Nos termos do art. 97, III, do CTN a fixação do sujeito passivo da obrigação tributária, seja ele
responsável ou contribuinte é sempre reservada à lei formal, não podendo ser atribuída responsabilidade
com base somente na legislação tributária (CTN art. 96).

Assim como somente a lei formal pode definir a sujeição passiva em matéria de direito tributário, o art. 123
do CTN afirma que “salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsa-
bilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição
legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes”.

Como esclarece Hugo de Brito Machado3, não se trata de uma hipótese de vício do negócio jurídico, ao con-
trário, as partes podem livremente dispor sobre a sua responsabilidade pelos débitos do estabelecimento,
contudo, a hipótese do art. 123 do CNT limita a eficácia desse pacto, que por não poder ser oposto contra a
fazenda pública tem aplicabilidade intra pars.

3 “... a norma do art. 123 do Código Tributário Nacional não foi elaborada com a finalidade de impedir a realização de convenções
particulares sobre o dever de pagar tributos, porque tais convenções podem ser de grande utilidade no mundo empresarial sem
causar qualquer tipo de prejuízo à Fazenda Pública. [...] O objetivo da norma... realmente foi o de impedir que as pessoas possam,
mediante convenções particulares, fugir à responsabilidade tributária, vale dizer, fugir ao estado de sujeição no qual são colocadas
pelo descumprimento do dever de pagar o tributo.” (MACHADO, Hugo de Brito. Inoponibilidade das Convenções Particulares à
Fazenda Pública – Inteligência do art. 123 do CTN. RDDT 177/41, jun/2010)

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B) INCORRETA: Não há qualquer regra legal que afaste a responsabilidade tributária levando em conta o
titular do tributo a ser pago, havendo concurso de credores este será resolvido pelas regras do parágrafo
único do art. 187 do CTN:

Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou
habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento.
Parágrafo único. O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de
direito público, na seguinte ordem:
I - União;
II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pro rata;
III - Municípios, conjuntamente e pro rata.
C) CORRETA: O art. 133 CTN regula a responsabilidade tributária nas hipóteses de transferência do estabe-
lecimento empresarial ou do fundo de comércio, fixando regras para a imputação de tal responsabilidade
pelo adquirente.

Pois bem, o conceito de estabelecimento pode ser encontrado no art. 1142, que o define como sendo “todo
complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.”
Assim, estão abrangidos nesse conceito bens corpóreos móveis e imóveis e também os bens incorpóreos.

Esses bens podem ser de natureza material ou imaterial, por isso que do ponto de vista do direito empre-
sarial atual, o conceito de estabelecimento englobaria o de fundo de comércio que representaria o aspecto
não material do estabelecimento, como a clientela, o ponto comercial, a marca etc.

O estabelecimento possui valor econômico, podendo, portanto, ser objeto de atos negociais, chamando-se
o ato pelo qual se procede a alienação do estabelecimento de contrato de trespasse.

De se observar que somente haverá a responsabilidade quando existem ato negocial em relação ao estabele-
cimento empresarial, não se falando em responsabilidade tributária daquele que se estabelece fisicamente
no mesmo local de exploração da atividade anterior sem que tenha negociado. Assim, por exemplo, se um
indivíduo simplesmente aluga o mesmo prédio em que funcionava uma padaria não será responsável pelos
tributos devidos por esta por mera presunção, pois a imputação de responsabilidade tributária não pode ser
presumida sem expressa previsão legal. Nesse sentido:

1. A responsabilidade do art. 133 do CTN ocorre pela aquisição do fundo de comércio ou


estabelecimento, ou seja, pressupõe a aquisição da propriedade com todos os poderes
inerentes ao domínio, o que não se caracteriza pela celebração de contrato de locação,
ainda que mantida a mesma atividade exercida pelo locador. Precedente: REsp 108.873/SP,
Rel. Ministro ARI PARGENDLER, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/03/1999, DJ 12/04/1999
p. 111.

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2. O Direito tributário utiliza-se dos institutos, conceitos e formas de Direito privado tal qual
utilizados nos ramos jurídicos específicos, sendo-lhe vedado modificar-lhes o conteúdo,
sentido e alcance. 3. Recurso especial não provido. (STJ REsp 1140655/PR, Rel. Ministra
ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/12/2009, DJe 19/02/2010)
A responsabilidade prevista no art. 133 do Código Tributário Nacional só se manifesta quando
uma pessoa natural ou jurídica adquire de outra o fundo de comércio ou o estabelecimento
comercial, industrial ou profissional; a circunstância de que tenha se instalado em prédio
antes alugado à devedora não transforma quem veio a ocupá-lo posteriormente, também
por força de locação, em sucessor para os efeitos tributários. (STJ. REsp 108873/SP. Rel.: Min.
Ari Pargendler. 2ª Turma. Decisão: 04/03/99. DJ de 12/04/99, p. 111.)
Pelo art. 133 do CTN, o adquirente do estabelecimento que continuar a respectiva exploração da atividade
empresarial, independente da modalidade empresarial que adotar, assume a posição de responsável pelos
tributos devidos pelo estabelecimento até a data do ato.

A responsabilidade, nos termos do inciso I, será integral se o alienante cessar a exploração do comércio,
indústria ou atividade o que importaria na exclusão daquele devendo a obrigação tributária ser cumprida
exclusivamente pelo adquirente. Contudo, autores de peso como Hugo de Brito Machado entendem que o
direcionamento da obrigação ao responsável não implica em exclusão do alienante que responderia solida-
riamente.

Já na hipótese do art. 133, inciso II, a responsabilidade do adquirente será subsidiária com o alienante, sob
a condição de que este prossiga na exploração, ou, no prazo de seis meses iniciar nova atividade no mesmo
ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. Desta forma na situação descrita não haverá a res-
ponsabilidade integral do adquirente, mas sim, subsidiária somente podendo a Fazenda Pública direcionar a
cobrança ao responsável depois de esgotadas as possibilidades de cobrança contra o alienante.

Portanto, a opção está correta, já que segundo o enunciado da questão, logo após a realização do contrato
de trespasse, a alienante encerrou as suas atividades empresárias, sendo que em tal situação, conforme a
previsão do art. 133, I, do CTN a responsabilidade do alienante será integral.

D) INCORRETA: A opção está incorreta. Como vimos acima, a responsabilidade do alienante será subsidiária
se prosseguir ou iniciar nova atividade no período de seis meses após o contrato, e no caso do enunciado a
nova atividade foi inaugurada após esse período.

💡💡 GABARITO: C

QUESTÃO 48. Sobre o pagamento indevido em direito tributário assinale a opção correta:

A) A restituição vence juros não capitalizáveis, a partir da decisão definitiva que a determinar.

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B) Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição.

C) O prazo de prescrição é interrompido pelo pedido administrativo, recomeçando o seu curso, por meta-
de, a partir da data da intimação validamente feita ao representante judicial da Fazenda Pública interes-
sada.

D) Na repetição de indébito tributário, a correção monetária incide a partir da decisão que a determinar.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: A opção contraria norma expressa do CTN já que o parágrafo único do art. 167 expressa-
mente dispõe que o terno inicial dos juros de mora na ação de repetição de indébito tem como termo inicial
a data do trânsito em julgado da decisão que a deferir, o que é corroborado pela Súmula 188 do Superior
Tribunal de Justiça:

Súmula 188 - Os juros moratórios, na repetição do indébito tributário, são devidos a partir do
trânsito em julgado da sentença.
Portanto, incorreta a opção.

B) CORRETA: A opção está correta, pois reflete a literalidade do art. 169 do Código Tributário Nacional, que
traz regra “especial” de prescrição:

Art. 169. Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão administrativa que denegar a
restituição.
Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido pelo início da ação judicial, recomeçando
o seu curso, por metade, a partir da data da intimação validamente feita ao representante
judicial da Fazenda Pública interessada.
A norma mostra-se confusa, tanto do ponto de vista gramatical, como do ponto de vista técnico. Pois se o
que se busca é a anulação da decisão que denegou a restituição, se tem direito potestativo, e, com ele de-
cadência, jamais prescrição. E mais, se fosse decadencial, não poderia ser o prazo interrompido. Por isso a
advertência de Sabbag4 de que “a ação a que faz menção o indigitado artigo é a Ação de Repetição de Indé-
bito, e não a “Ação Anulatória de Débito Fiscal”, como se faz parecer.”

Contudo, se seguíssemos o entendimento de Sabbag estaríamos afirmando que, a princípio, o contribuinte


que postulasse administrativamente a repetição de indébito, e tivesse o seu pedido indeferido, teria o seu
prazo para a restituição reduzido de cinco para dois anos, em situação claramente injusta, daí o recente en-
tendimento do STJ de que o prazo de dois anos previsto no artigo 169 do CTN é aplicável às ações anulatórias
de ato administrativo que denega a restituição, que não se confundem com as demandas em que se postula

4 Manual de direito tributário - 8ed., p. 149

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restituição do indébito, cuja prescrição é regida pelo art. 168 do CTN. Nesse sentido, o REsp 963.352⁄PR, Rel.
Min. Luiz Fux DJ 13.11.2008.

1. Tratando-se de ação anulatória da decisão administrativa que denegou a restituição do


indébito tributário, o prazo prescricional é aquele disposto no art. 169, caput, do CTN, ou seja,
02 (dois) anos a contar da ciência do contribuinte sobre a decisão administrativa definitiva
denegatória. Precedente: AgRg nos EDcl no REsp 944.822/SP, Rel. Min. Humberto Martins,
Segunda Turma, DJe 17.8.2009. 2. In casu, depreende-se dos autos que o contribuinte
fora intimado da decisão administrativa definitiva denegatória em 23.9.2004, sendo a
demanda ajuizada em 3.3.2006. Não há, portanto, prescrição a ser declarada. 3. Embargos
de declaração acolhidos com efeitos infringentes, para afastar a prescrição. (EDcl nos EDcl
no REsp 1035830/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado
em 21/09/2010, DJe 08/10/2010).
Exemplificando: Contribuinte em 01/01/2008 efetua pagamento, posteriormente, em 01/01/2010, postu-
la administrativamente a restituição de tributo indevidamente pago, tendo o pedido sido indeferido em
05/05/2010. Pois bem, o prazo para postular a anulação da decisão que lhe indeferiu a restituição, alegando,
por exemplo, falta de ampla defesa, termina em 05/05/2012, contudo, o prazo para postular a condenação
judicial da fazenda à restituição termina somente em 01/01/2013 (CTN art. 168, I).

C) INCORRETA: Ao contrário do afirmado na opção, somente o início da ação judicial tem e condão de inter-
romper o prazo prescricional para o reconhecimento do pagamento indevido, conforme deixa claro o art.
169, parágrafo único do Código Tributário Nacional:

Art. 169. Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão administrativa que denegar a
restituição.
Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido pelo início da ação judicial, recomeçando
o seu curso, por metade, a partir da data da intimação validamente feita ao representante
judicial da Fazenda Pública interessada.
A previsão legal é reforçada pela Súmula 625 do Superior Tribunal de Justiça que confirma que o pedido
administrativo de compensação ou de repetição de indébito constitui meio inidôneo para interromper a
fluência da prescrição para ajuizamento da respectiva ação de repetição.

Súmula 625 - O pedido administrativo de compensação ou de restituição não interrompe o


prazo prescricional para a ação de repetição de indébito tributário de que trata o art. 168 do
CTN nem o da execução de título judicial contra a Fazenda Pública.
Logo, incorreta a opção.

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D) INCORRETA: A restituição dá-se com correção monetária, que não representa qualquer acréscimo5, mas
apenas recompõe o valor da moeda conforme a inflação e juros moratórios, contudo, ao contrário dos juros
de mora, que tem como termo inicial a data do trânsito em julgado da decisão que concede a repetição de
indébito (CTN, art. 167, § único), contudo, para a correção monetária não há norma legal fixando seu termo
inicial, que, portanto, deve seguir a regra geral da correção monetária adotando-se como termo inicial a data
do pagamento indevido (Lei 6.899/81), momento em que o valor começa a sofre o processo inflacionário. É
o entendimento sumulado pelo Superior Tribunal de Justiça:

STJ Súmula 162 - Na repetição de indébito tributário, a correção monetária incide a partir do
pagamento indevido.

Não se pode deixar de mencionar que Lei 9.250/95 previu a aplicação, na esfera federal, da SELIC na repe-
tição e na compensação de indébito tributário a contar de janeiro de 1996. Abrange ela tanto a recomposi-
ção do valor da moeda como juros propriamente. Assim, afasta a ap6licação cumulativa de qualquer outro
indexador ou taxa de juros.

O Superior Tribunal de Justiça apreciou a matéria no julgamento do tema repetitivo 905 (REsp 1495146/
MG), fixando a tese de que a correção monetária e juros de mora na repetição de indébito devem seguir os
mesmos índices adotados pelo Estado para a cobrança de tributos, e fixando a aplicabilidade da taxa SELIC
aos Estados e Municípios, desde que exista lei local a autorizando tal taxa.

💡💡 GABARITO: B

QUESTÃO 49. Sobre a repartição das receitas tributárias e o Fundo de Compensação à desoneração das
exportações assinale a opção correta:

A) Receberá 10% da arrecadação nacional do Imposto sobre Produtos Industrializados-IPI, sendo os recur-
sos repartidos entre os Estados proporcionalmente ao valor de sua população.

B) Da parcela recebida, cada Estado repassará 15% aos municípios.

C) Nenhuma unidade poderá receber mais do que 20% sobre o valor do fundo.

D) Receberá 10% da arrecadação nacional do Imposto sobre Produtos Industrializados-IPI, sendo os recur-
sos repartidos entre os Estados proporcionalmente à sua arrecadação de IPI.

5 A correção monetária não se constitui em um plus; não é uma penalidade, sendo, apenas, a reposição do valor real da moeda,
corroído pela inflação, independe de culpa das partes.” (STJ, Primeira Seção, EREsp 584183/PB, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO,
6 A correção monetária e a taxa de juros de mora incidentes na repetição de indébitos tributários devem corresponder às
utilizadas a cobrança de tributo pago em atraso. Não havendo disposição legal específica, os juros de mora são calculados à taxa
de 1% ao mês (art. 161, § 1º, do CTN). Observada a regra isonômica e havendo previsão na legislação da entidade tributante, é
legítima a utilização da taxa Selic, sendo vedada sua cumulação com quaisquer outros índices. (REsp 1495146/MG, Rel. Ministro
MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/02/2018, DJe 02/03/2018)

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💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: A rigor, a repartição da receita tributária é matéria afeta ao direito financeiro pois não dispõe
de transferência compulsória de receitas dos particulares ao Estado, mas como este dispõe das receitas que
já ingressaram, mas é tratado nos editais como tópico de direito tributário.

Importante: A participação somente ocorre na forma vertical descendente, isto é, a repartição sempre con-
siste na participação dos entes menores na arrecadação dos maiores, nunca o contrário.

A Constituição adota duas técnicas de repartição: a) a atribuição de competência tributária própria (CF, art.
153, 155, 156 e 195); b) participação dos entes menores na receita dos maiores (CF, art. 157).

Não estão sujeitos à repartição os tributos vinculados (taxas e contribuições de melhoria) nem os tributos de
receita vinculada (empréstimo compulsório e contribuições especiais).

Cuidado: A regra de que as contribuições especiais não se sujeita à repartição foi excepcionada pela EC
42/2003, que determinou que a união repasse percentual arrecadação da Contribuição de Intervenção no
Domínio Econômico – CIDE COMBUSTÍVEIS aos Estados, DF (29%) e Municípios (25%).​

Assim, somente a receita dos impostos e da CIDE-Combustíveis está sujeita à repartição entre os entes fe-
derativos!

A repartição constitucional das receitas tributárias ocorre de duas formas:

a) Repartição/participação DIRETA: a Constituição atribui diretamente à pessoa política a parcela da receita,


sem qualquer intermediação e sem qualquer fundo. (Ex. CF Art. 158, III – 50% do IPVA pertence ao Município
onde licenciado o veículo). São casos de repartição direta:

IOF Ouro: A União entregará 100% da receita aos Estados (30%) e Municípios (70%).
IRPF (CF, art. 157, I) – Pertencem aos Estados e Municípios o produto da arrecadação do IRPF
retido na fonte sobre renda e proventos pagos por eles, suas autarquias e fundações. (STJ
Súmula 447. Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação de restituição de
imposto de renda retido na fonte proposta por seus servidores.)
Impostos Residuais (CF art, 157, III): A União entregará 20% da receita aos Estados.​
ITR (CF, art. 158, II) – Pertencem aos Municípios 50% da arrecadação do ITR relativo aos
imóveis nele situados. Após a EC 42/2003, sobreveio a Lei 11.250/05 que permitiu que, por
meio de convênio, seja repassado 100% do valor do ITR, o município assumir as atividades de
fiscalização, lançamento e cobrança do tributo.
IPVA (CF, art. 158, III): Pertencem aos municípios 50% da arrecadação do IPVA dos veículos
licenciados em seu território.

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ICMS (CF, art. 158, IV): Pertencem aos Municípios 25% produto da arrecadação do ICMS sobre
operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação. Esses valores serão creditadas conforme
os seguintes critérios: I - três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas
operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em
seus territórios; II - até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual ou, no caso dos
Territórios, lei federal.
b) Repartição/participação INDIRETA: Os recursos a serem repartidos são destinados a um fundo de par-
ticipação e desse fundo as receitas são repartidas conforme os critérios Constitucionais e legais. No atual
sistema constitucional a repartição indireta opera por meio de 4 fundos compostos por 49% da receita do IPI
e 49% da receita da Imposto de Renda:

Fundo de Participação dos Estados: receberá 21,5% (CF, art. 159, I “a”), abatido o valor do imposto de renda
já retido de seus servidores.

Fundo de Participação dos Municípios: receberá 22,5% (CF, Art. 159, I, “b”), abatido o valor do imposto de
renda já retido de seus servidores. O FPM receberá ainda mais dois adicionais de 1%, um em julho e um em
dezembro (Art. 159, I, “d”).

Fundo de Incentivo ao setor produtivo do NO, NE e CO: receberá 3%.

Fundo de Compensação à desoneração das exportações: Receberá 10% da arrecadação nacional do IPI,
sendo os recursos repartidos entre os Estados proporcionalmente ao valor de suas exportações de produtos
industrializados (CF, art. 159, II)

Da parcela recebida, cada Estado repassará 25% aos municípios, conforme os critérios do art. 158, § único,
da Constituição Federal.

Por outro lado, pela mesma norma, nenhuma unidade poderá receber mais de 20% sobre o valor do fundo,
mesmo que as suas exportações representem percentual superior.

Feitas essas considerações gerais sobre a repartição de receitas tributárias podemos concluir que a opção
“a” se mostra incorreta já que a distribuição do Fundo de Compensação à desoneração das exportações
não leva em conta a população dos estados, mas sim, a sua participação nas exportações nacionais, logo, é
possível que um Estado com grande população tenha parcela muito menor que outro bem mais populoso.

B) INCORRETA: Ao contrário do afirmado, da parcela recebida, cada Estado repassará 25% aos municípios,
conforme os critérios do art. 158, § único da CF e não 15 como mencionado na questão.

C) CORRETA: De fato, o art. 159, §2º da Constituição Federal limita a participação dos Estados no fundo ao
percentual de 20% do fundo, devendo o eventual excedente ser distribuído entre os demais participantes,

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mantido, em relação a esses, o critério de partilha nele estabelecido.

Assim, mesmo que um Estado seja responsável por mais do que 20% sobre a exportação de produtos in-
dustrializados, somente será compensado pelas perdas decorrentes da desoneração das exportações nesse
percentual.

D) INCORRETA: Como já dito acima, o critério para a fixação da proporção de cada Estado no referido fundo
é o total de suas exportações, e mais, se deve sempre ter em mente que somente a exportação de produtos
industrializados é capaz de permitir a participação no fundo, o que, a rigor, se mostra prejudicial aos Estados
exportadores de commodities como carne, soja ou trigo, que enfrentam a desoneração de tais exportações
do ICMS (CF, art. 155, §2º, X “a”) sem qualquer compensação efetiva.

💡💡 GABARITO: C

PROFESSOR MURILO GHIZZI


E-mail: profcei.muriloghizzi@gmail.com

🏳🏳 DIREITO AMBIENTAL

QUESTÃO 50. Sobre as unidades de conservação, em especial o disposto na Constituição Federal, na Lei n.°
9.985/2000 e no entendimento do Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa correta:

A) Entende-se por unidade de conservação o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as
águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público,
com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se apli-
cam garantias adequadas de proteção.

B) Consiste em um dos objetivos do SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza a


proteção das espécies ameaçadas de extinção exclusivamente no âmbito nacional.

C) Consoante entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, as medidas provisórias podem veicu-
lar norma que altere espaços territoriais especialmente protegidos, eis que tal circunstância não ofende o
disposto no art. 225, § 1°, inciso III, da Constituição da República.

D) Incumbe ao Poder Público definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus com-
ponentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas mediante edição
de ato normativo do Poder que a instituiu, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos
atributos que justifiquem sua proteção.

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💡💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: O conceito exposto na assertiva em questão corresponde integralmente àquele previsto no art.
2°, inciso I, da Lei n.° 9.985/2000.

B) INCORRETA: Os objetivos do SNUC estão devidamente listados nos incisos I a XIII, do art. 4°, da Lei n.°
9.985/2000, quais sejam: I - contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos
no território nacional e nas águas jurisdicionais; II - proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito
regional e nacional; III - contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas natu-
rais; IV - promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais; V - promover a utilização
dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento; VI - proteger paisa-
gens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica; VII - proteger as características relevantes de na-
tureza geológica, geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural; VIII - proteger e re-
cuperar recursos hídricos e edáficos; IX - recuperar ou restaurar ecossistemas degradados; X - proporcionar
meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental; XI - valorizar
econômica e socialmente a diversidade biológica; XII - favorecer condições e promover a educação e inter-
pretação ambiental, a recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico; XIII - proteger os recursos
naturais necessários à subsistência de populações tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento
e sua cultura e promovendo-as social e economicamente. Como se vê do inciso II, a proteção de espécies
ameaçadas de extinção deve se dar tanto no âmbito nacional como regional.

C) INCORRETA: O entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal é justamente o oposto, nos termos
do julgado cujo trecho se transcreve a seguir: “As medidas provisórias não podem veicular norma que altere
espaços territoriais especialmente protegidos, sob pena de ofensa ao art. 225, inc. III, da Constituição da
República.” (ADI 4717, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 05/04/2018, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-031 DIVULG 14-02-2019 PUBLIC 15-02-2019).

D) INCORRETA: De acordo com o disposto no art. 225, § 1°, inciso III, da Constituição Federal, somente por
meio de lei é possível a alteração/supressão dos espaços especialmente protegidos.

💡💡 GABARITO: A

QUESTÃO 51. De acordo com o disposto no art. 19, da Lei n.° 9.433/1997, “A cobrança pelo uso de recursos
hídricos objetiva: I - reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real
valor; II - incentivar a racionalização do uso da água; III - obter recursos financeiros para o financiamento
dos programas e intervenções contemplados nos planos de recursos hídricos”. Referido dispositivo legal
está diretamente relacionado com o princípio ambiental do(a):

A) Poluidor-pagador.

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B) Usuário-pagador.

C) Função socioambiental da propriedade.

D) Prevenção.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: O artigo em questão não está relacionado com o princípio do poluidor-pagador, que pode
ser assim definido: “Assenta-se este princípio na vocação redistributiva do Direito Ambiental e se inspira na
teoria econômica de que os custos sociais externos que acompanham o processo produtivo (v.g., o custo
resultante dos danos ambientais) precisam ser internalizados, vale dizer, que os agentes econômicos devem
levá-los em conta ao elaborar os custos de produção e, consequentemente, assumi-los. Busca-se, no caso,
imputar ao poluidor o custo social da poluição por ele gerada, engendrando um mecanismo de responsabili-
dade por dano ecológico, abrangente dos efeitos da poluição não somente sobre bens e pessoas, mas sobre
toda a natureza. Em termos econômicos, é a internalização dos custos externos” (MILARÉ, Édis. GRINOVER,
Ada Pellegrini. Direito do Ambiente. Ed. 2013).

B) CORRETA: O artigo em questão está diretamente relacionado ao princípio do usuário-pagador, que pode
ser assim definido:

“Originário igualmente de práticas adotadas na atual União Europeia, o princípio do usuário-


pagador pode parecer uma reduplicação do seu congênere, o princípio do poluidor-pagador.
Na realidade são diferentes e, de algum modo, complementares.
A Política Nacional do Meio Ambiente, instituída pela Lei 6.938/1981, objetivava, já em
seu nascedouro, ir além das obrigações impostas ao poluidor; por isso, determinou que se
impusesse também ao usuário uma contribuição pela utilização de recursos ambientais com
fins econômicos (art. 4.º, VII).
Funda-se este princípio no fato de os bens ambientais - particularmente os recursos naturais
- constituírem patrimônio da coletividade, mesmo que, em alguns casos, possa incidir sobre
eles um justo título de propriedade privada. Sabemos, outrossim, que recursos essenciais, de
natureza global - como a água, ar e o solo - não podem ser “apropriados” a bel talante.
A legislação vigente sobre recursos hídricos não reconhece a propriedade privada dos corpos
d’água, como rios; são bens da União ou dos Estados, nem mesmo os Municípios têm domínio
sobre eles. O solo, por seu turno, pode ser parcelado e apropriado por particulares, quando
e nos termos em que faculta a lei; todavia, pesa sempre sobre a propriedade fundiária uma
“hipoteca social”, que privilegia o uso e a ocupação do solo para fins sociais. O ar, por fim, é
de todos e não é de ninguém. Advirta-se que estes três elementos são os corpos receptores

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por excelência dos impactos ambientais, notadamente a poluição hídrica e a poluição do ar


atmosférico.
Sobre a flora e a fauna paira sempre a figura da preservação, garantida pelas espadas da
lei. Nenhum título de propriedade escapa aos dispositivos de proteção do meio ambiente.
Conforme o caso, estão presentes, ainda, os dispositivos de proibição ou de permissão de
intervenções antrópicas.
Tanto no caso dos elementos abióticos (água, ar, solo e seus anexos), como no caso dos
elementos bióticos, os instrumentos legais são fartos e variados, merecendo especial menção
as Resoluções Conama. Não se tem falado dos recursos energéticos, ou da energia em geral;
porém, não se pode olvidar que são recursos ambientais de jure e de facto.
Em meio a estas considerações, o princípio do usuário-pagador parece inócuo ou perdido. No
caso dos recursos hídricos, a respectiva Política Nacional reconhece-lhes o valor ambiental
e social, porém afirma que são “bens de valor econômico”. Daí salta a cobrança pelo uso da
água, que tanta celeuma tem suscitado, principalmente entre as indústrias.
Parece-nos oportuno recordar que muitos bens e serviços são, por lei, onerados financeiramente
pelo Poder Público, de forma que tal prática tem grande analogia com o princípio do usuário-
pagador. Vejamos alguns exemplos. O Imposto Territorial, quer o urbano (IPTU) quer o rural
(ITR), incidem sobre propriedades reconhecidas e legalizadas, às vezes transmitidas por
herança. É o solo tributado, seja porque é uma propriedade ou patrimônio tributável, seja
porque a ela estão anexos ou adscritos serviços públicos. A água para uso doméstico carrega
junto a tarifa correspondente aos serviços técnicos das concessionárias, serviços estes de
natureza industrial. As minerações são empreendimentos que requerem concessão prévia
do órgão competente, com seus respectivos encargos. Flora e fauna têm custo direto e/ou
indireto da proteção ou da preservação.
Com ou sem tarifas e taxas, os usuários de recursos naturais arcam com custos, ou seja, pagam
sempre pelo uso direto desses recursos ou pelos serviços destinados a garantir a qualidade
ambiental e o equilíbrio ecológico.
O poluidor que paga, é certo, não paga pelo direito de poluir: este “pagamento” representa
muito mais uma sanção, tem caráter de punição e assemelha-se à obrigação de reparar o
dano. Não confere direito ao infrator. De outro lado, o usuário que paga, paga naturalmente
por um direito que lhe é outorgado pelo Poder Público competente, como decorrência de
um ato administrativo legal (que, às vezes, pode até ser discricionário quanto ao valor e às
condições); o pagamento não tem qualquer conotação penal, a menos que o uso adquirido
por direito assuma a figura de abuso, que contraria o direito.
É importantíssimo criar uma mentalidade objetiva a respeito deste princípio do usuário-

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pagador, porquanto o uso dos elementos naturais e o usufruto do patrimônio ambiental


(nacional, estadual ou municipal) podem afetar o interesse social maior, que é o grande
referencial do bem trazido para o uso dos interessados. Seria supérfluo dizer que, em caso de uso
de bens ambientais para fins econômicos geradores de lucro para empreendedores privados,
o pagamento não é apenas justo, é necessário e impositivo” (MILARÉ, Édis. GRINOVER, Ada
Pellegrini. Direito do Ambiente. Ed. 2013).
C) INCORRETA: O artigo em questão não está relacionado ao princípio da função social da propriedade, que
pode ser assim definido: “Concebida como direito fundamental, a propriedade não é, contudo, aquele direito
que possa erigir-se na suprema condição de ilimitado e inatingível. Daí o acerto do legislador em proclamar,
de maneira veemente, que o uso da propriedade será condicionado ao bem-estar social. Isso significa que a
propriedade não mais ostenta aquela concepção individualista do Código Civil de 1916, direcionado a uma
sociedade rural e agrária, com a maior parte da população vivendo no campo. Hoje, com o predomínio de
uma sociedade urbana aberta aos imperativos da socialização do progresso, ‘afirma-se cada vez mais forte
o seu sentido social, tornando-se, assim, não instrumento de ambição e desunião dos homens, mas fator de
progresso, de desenvolvimento e de bem-estar de todos’.” (MILARÉ, Édis. GRINOVER, Ada Pellegrini. Direito
do Ambiente. Ed. 2013).

D) INCORRETA: O artigo em questão não se refere ao princípio da prevenção, que pode ser assim definido:
“Aplica-se esse princípio, como se disse, quando o perigo é certo e quando se tem elementos seguros para
afirmar que uma determinada atividade é efetivamente perigosa. [...]. Na prática, o princípio da prevenção
tem como objetivo impedir a ocorrência de danos ao meio ambiente, através da imposição de medidas acau-
telatórias, antes da implantação de empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente
poluidoras. O estudo de impacto ambiental, previsto no art. 225, § 1.º, IV, da CF, é exemplo típico desse dire-
cionamento preventivo.” (MILARÉ, Édis. GRINOVER, Ada Pellegrini. Direito do Ambiente. Ed. 2013).

💡💡 GABARITO: B

QUESTÃO 52. Segundo estabelece o Código Florestal (Lei n.° 12.651/2012), é correto afirmar:

A) É vedada, em qualquer hipótese, a intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preser-


vação Permanente.

B) Todo imóvel rural deve manter 35% (trinta e cinco por cento) de área com cobertura de vegetação
nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação
Permanente.

C) A exploração econômica da Reserva Legal não é admitida em nenhuma hipótese.

D) A vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá ser mantida pelo proprietário da área,

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possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, o qual
está obrigado a promover a recomposição em caso de supressão, ressalvados os usos autorizados previs-
tos nesta Lei.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: De acordo com o disposto no art. 8°, caput, do Código Florestal, “A intervenção ou a supres-
são de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade
pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas nesta Lei”.

B) INCORRETA: A Reserva Legal observa percentuais distintos a depender da localização do imóvel, na forma
do art. 12, do Código Florestal.

C) INCORRETA: De acordo com o disposto no art. 17, § 1°, do Código Florestal, “Admite-se a exploração eco-
nômica da Reserva Legal mediante manejo sustentável, previamente aprovado pelo órgão competente do
Sisnama, de acordo com as modalidades previstas no art. 20”.

D) CORRETA: O conceito em questão corresponde integralmente ao disposto no art. 7°, caput e § 1°, do Có-
digo Florestal.

💡💡 GABARITO: D

PROFESSOR GUSTAVO FERNANDES


E-mail: profcei.gustavofernandes@gmail.com

🏳🏳 DIREITO ADMINISTRATIVO

QUESTÃO 53. A respeito dos consórcios públicos, disciplinados pela Lei 11.107/2005, assinale a alternativa
INCORRETA.

A) Quando constituído com personalidade jurídica de direito público, o consórcio público integra a admi-
nistração indireta de todos os entes da Federação consorciados.

B) Os consórcios públicos poderão outorgar concessão, permissão ou autorização de obras ou serviços


públicos mediante autorização prevista no contrato de consórcio público.

C) Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá ser contratado pela administração
direta ou indireta dos entes da Federação consorciados, exigida, em regra, a licitação, nos termos da Lei

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8.666/93.

D) O consórcio público com personalidade jurídica de direito privado é regido pelo direito civil, parcial-
mente derrogado por normas publicistas, devendo observar, por exemplo, normas de direito público no
que concerne à realização de licitação, à celebração de contratos, à prestação de contas e à admissão de
pessoal, que será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: Nos termos do art. 6º, incisos I e II, os consórcios públicos podem ser constituídos com perso-
nalidade jurídica de direito privado ou de direito público. E, pelo § 1º do mesmo art. 6º, o consórcio público
com personalidade jurídica de direito público integra a administração indireta de todos os entes da Federa-
ção consorciados.

B) CORRETA: A Lei 11.107/05 confere aos consórcios públicos alguns poderes. Um deles está previsto no §
3º do art. 2º, segundo o qual os consórcios públicos poderão outorgar concessão, permissão ou autorização
de obras ou serviços públicos mediante autorização prevista no contrato de consórcio público, que deverá
indicar de forma específica o objeto da concessão, permissão ou autorização e as condições a que deverá
atender, observada a legislação de normas gerais em vigor.

C) INCORRETA: O art. 2º da Lei 11.107/05 dispõe que os objetivos dos consórcios públicos serão determina-
dos pelos entes da Federação que se consorciarem, observados os limites constitucionais. Por sua vez, o § 1º
estabelece que, para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá, dentre outras situações,
ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes da Federação consorciados, dispensada a
licitação (inciso III).

D) CORRETA: O consórcio público, se tiver personalidade de direito privado, rege-se pelo direito civil, parcial-
mente derrogado por normas publicistas, como ocorre com as fundações governamentais instituídas com
personalidade de direito privado. Por exemplo, consórcios com personalidade jurídica de direito privado es-
tão sujeitos às normas sobre licitação, prestação de contas e admissão de pessoal (DI PIETRO, 2019, p. 602).

Aliás, essa era a redação originária do art. 6º, § 2º, da Lei 11.107/05, que sofreu recente alteração em 2019
para esclarecer que tanto os consórcios que tenham personalidade jurídica de direito público quanto priva-
do observarão, quanto ao regime de pessoal, as normas da CLT. Confira-se:

Art. 6º, § 2º O consórcio público, com personalidade jurídica de direito público ou privado, observará as nor-
mas de direito público no que concerne à realização de licitação, à celebração de contratos, à prestação de
contas e à admissão de pessoal, que será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. (Redação dada pela Lei nº 13.822, de 2019)

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💡💡 GABARITO: C

QUESTÃO 54. Sobre os contratos de concessão e permissão de serviços públicos, assinale a alternativa
correta.

A) Uma das diferenças entre concessão e permissão de serviços públicos está no fato de que a concessão
exige licitação na modalidade concorrência, enquanto que, para a permissão, a lei dispensa, em regra, a
licitação prévia.

B) São causas extintivas do contrato de concessão de serviços públicos o advento do termo contratual, a
encampação, a caducidade, a anulação, a rescisão, a incapacidade do titular, no caso de empresa indivi-
dual, e a falência ou a recuperação judicial da empresa concessionária.

C) Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão,
por motivo de interesse público, mediante decreto autorizativo e após pagamento da indenização.

D) As contratações, inclusive de mão-de-obra, feitas pela concessionária serão regidas pelas disposições
de direito privado e pela legislação trabalhista, não se estabelecendo qualquer relação entre os terceiros
contratados pela concessionária e o poder concedente.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: Ao tratar a permissão de serviços públicos como um contrato, a Lei 8.987/95 praticamente
equiparou tal figura à do contrato de concessão de serviços públicos. Dentre as poucas diferenças que resta-
ram, encontra-se o fato de que a concessão exige licitação na modalidade concorrência, enquanto que, para
a permissão, a lei fala apenas em licitação, sem especificar a modalidade (art. 2º, IV).

B) INCORRETA: Nos termos do art. 35 da Lei 8.987/95, extingue-se a concessão por: I - advento do termo
contratual; II - encampação; III - caducidade; IV - rescisão; V - anulação; e VI - falência ou extinção da empresa
concessionária e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual.

Por outro lado, o pedido de recuperação judicial formulado por empresa concessionária de serviço público
não justifica a extinção da concessão, até mesmo porque a sociedade empresária pode continuar a cumprir
o contrato de concessão (DI PIETRO, 2019, p. 336).

C) INCORRETA: Nos termos do art. 37 da Lei 8.987/95, considera-se encampação a retomada do serviço pelo
poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa
específica e após prévio pagamento da indenização, na forma do artigo anterior.

D) CORRETA: É exatamente o que dispõe o parágrafo único do art. 31 da Lei 8.987/95. Confira-se: “As con-
tratações, inclusive de mão-de-obra, feitas pela concessionária serão regidas pelas disposições de direito

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privado e pela legislação trabalhista, não se estabelecendo qualquer relação entre os terceiros contratados
pela concessionária e o poder concedente.”

💡💡 GABARITO: D

QUESTÃO 55. Com base na legislação e no entendimento dos tribunais superiores, assinale a alternativa
correta.

A) As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos e explo-
radoras de atividade econômica responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

B) O Estado responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais que, no exercício de
suas funções, causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso contra o responsável, nos casos de
dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa.

C) A Administração Pública não responde civilmente pelos danos causados por seus agentes quando estes
estiverem amparados por causa excludente de ilicitude penal.

D) O Estado sempre será responsabilizado em caso de suicídio de pessoa detida, em razão do seu dever de
preservação da integridade física e moral dos presos.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: Nos termos do art. 37, § 6º, da CF, “as pessoas jurídicas de direito público e as de direito
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, cau-
sarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”.

Veja-se que as sociedades de economia mista e as empresas públicas exploradoras de atividade econômica
não estão abarcadas pelo art. 37, § 6º, da CF. A responsabilidade delas será regulada pelo direito privado,
podendo até ser objetiva em certos casos, mas por força do CDC, e não do texto constitucional.

B) CORRETA: Em relação às atividades notariais e de registro, o STF fixou a seguinte tese em repercussão
geral: “O Estado responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais que, no exercício
de suas funções, causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso contra o responsável, nos casos de
dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa” (RE 842.846, j. em 27.02.2019).

Esses particulares em colaboração com o Poder Público exercem atividade em nome do Estado, com las-
tro em delegação constitucional (art. 236, CF), após aprovação em concurso público, qualificando-se como
agentes públicos. Por isso, o Estado responde objetivamente pelos danos que eles causarem a terceiros.

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C) INCORRETA: Não exclui a responsabilidade civil do Estado o reconhecimento de causa excludente de


ilicitude penal do agente estatal. Aliás, o STJ possui tese aprovada no seguinte sentido (Edição 61): “A
Administração Pública pode responder civilmente pelos danos causados por seus agentes, ainda que estes
estejam amparados por causa excludente de ilicitude penal”.

D) INCORRETA: No caso de suicídio de detento, os familiares somente deverão ser indenizados pelo Estado
caso se comprove, no caso concreto, que este não cumpriu seu dever específico de proteção previsto no
art. 5º, XLIX, da CF. Portanto, nem sempre que houver um suicídio, haverá responsabilidade civil do Poder
Público. No RE 841.526, j. em 30/03/2016, o relator, Min. Luiz Fux, aduziu que se o preso suicida já vinha
apresentando indícios de que poderia tirar a própria vida, o Estado será responsabilizado e deverá indenizar
os familiares do morto. Contudo, se o preso nunca havia demonstrado anteriormente que poderia praticar
esta conduta, o suicídio repentino e imprevisível não poderá imputar responsabilização ao Poder Público.

💡💡 GABARITO: B

QUESTÃO 56. De acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa INCOR-
RETA.

A) O SENAC, por ostentar natureza privada e não integrar a Administração Pública, não se submete ao
processo licitatório previsto pela Lei n. 8.666/93.

B) As organizações sociais, por integrarem o Terceiro Setor, não fazem parte do conceito constitucional de
Administração Pública, razão pela qual não se submetem, em suas contratações com terceiros, ao dever
de licitar.

C) Os empregados das Organizações Sociais não são servidores públicos, mas sim empregados privados,
por isso que sua remuneração não deve ter base em lei, mas nos contratos de trabalho firmados consen-
sualmente.

D) A atribuição de título jurídico de legitimação da Organização Social através da qualificação exige a ob-
servância do procedimento licitatório prévio, desde que constatada a existência de mais de um interessa-
do.

💡💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: De acordo com o entendimento do STF, as entidades que compõem o “sistema S”, como o SE-
NAC, por ostentarem natureza privada e não integrarem a Administração Pública, não se submetem ao pro-
cesso licitatório previsto pela Lei 8.666/93. Basta a edição de regulamento próprio que preveja procedimen-
to simplificado que observe os princípios gerais previstos no art. 37, caput, CF (MS 33.442-AgR, Relator(a):

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Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, j. em 15/02/2019).

B) CORRETA: Na ADI 1.923/DF, j. em 16.04.2015, entre diversas outras questões, o STF definiu que “as or-
ganizações sociais, por integrarem o Terceiro Setor, não fazem parte do conceito constitucional de Adminis-
tração Pública, razão pela qual não se submetem, em suas contratações com terceiros, ao dever de licitar, o
que consistiria em quebra da lógica de flexibilidade do setor privado, finalidade por detrás de todo o marco
regulatório instituído pela Lei”.

C) CORRETA: Na ADI 1.923/DF, j. em 16.04.2015, entre diversas outras questões, o STF definiu que “os em-
pregados das Organizações Sociais não são servidores públicos, mas sim empregados privados, por isso que
sua remuneração não deve ter base em lei (CF, art. 37, X), mas nos contratos de trabalho firmados consen-
sualmente”.

D) INCORRETA: Na ADI 1.923/DF, j. em 16.04.2015, entre diversas outras questões, o STF definiu que “a
atribuição de título jurídico de legitimação da entidade através da qualificação configura hipótese de cre-
denciamento, no qual não incide a licitação pela própria natureza jurídica do ato, que não é contrato, e pela
inexistência de qualquer competição, já que todos os interessados podem alcançar o mesmo objetivo, de
modo includente, e não excludente”.

💡💡 GABARITO: D

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QUESTÕES DISCURSIVAS

PROFESSOR RAFAEL ALTOE


E-mail: profcei.rafaelaltoe@gmail.com

🏳🏳 DIREITO PROCESSUAL CIVIL

QUESTÃO 1. Quanto ao tema da prescrição intercorrente no processo civil, considerando as recentes ma-
nifestações legais e jurisprudenciais aplicáveis à matéria, deverá o(a) candidato(a) responder aos seguintes
questionamentos:

a) Qual a diferença de tratamento no CPC/15 em relação ao CPC/73;

b) Como se conta o prazo da prescrição intercorrente, no caso da execução civil.

INSTRUÇÕES PARA ENVIO DE RESPOSTA


A resposta para correção individualizada deverá ser enviada para o seguinte e-mail, até o dia 25/02/20:
profcei.rafaelaltoe@gmail.com - LIMITE MÁXIMO DE 30 LINHAS

PROFESSOR MARCEL FERREIRA DOS SANTOS


E-mail: profcei.marcelfsantos@gmail.com

🏳🏳 NOÇÕES DE DIREITO E FORMAÇÃO HUMANÍSTICA

QUESTÃO 2. Todo e qualquer exercício de poder está indissociável da ideia de responsabilização. No Estado
Democrático de Direito, não há falar-se em exercício de função pública, isto é, atividade em nome e no inte-
resse coletivo, sem responsabilidade, sob pena de ter-se banalizada a República. A jurisdição, como é cediço,
traduz atividade por meio do qual o Poder Judiciário, via seus presentantes – Juízes –, aplica a lei cabível ao
caso concreto, visando à pacificação social. É atividade criativa que, inclusive, tutela direitos fundamentais,
seja das maiorias, seja das minorias. Em razão da importância social da função jurisdicional, o Poder Judiciá-
rio, dentro da ótica da transparência enquanto valor republicano, se sujeita a controles variados. O magistra-
do, de igual modo, está sujeito a responsabilização por seus atos.

Considerando o texto acima, discorra sobre as hipóteses de responsabilização dos magistrados, por seus
atos, descrevendo, ainda, as diversas sanções administrativas ou penas a que estão sujeitos.

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SENTENÇA CÍVEL

PROFESSOR ROGÉRIO DE VIDAL CUNHA


E-mail: profcei.rogeriocunha@gmail.com

Considerando exclusivamente os dados do caso proposto e do relatório apresentado, profira, na condição


de juiz de direito substituto, sentença cível devidamente fundamentada e embasada na legislação pátria,
na doutrina e na jurisprudência prevalente dos tribunais superiores. Analise toda a matéria pertinente ao
julgamento e fundamente suas conclusões de forma adequada. Não elabore novo relatório, nem acres-
cente fatos novos. O limite de linhas é de 180.

Dustin, de 25 anos, solteiro, estudante, ajuizou ação de reparação de danos contra Steve, afirmando que no
dia 25/03/2018, por volta das 03:00 da manhã, conduzia seu veículo Ford Scort, ano 1999, Placas BBI2558,
enquanto trafegava pela Av. Hawkins, no cruzamento com a Av. Indiana, na cidade de Castro/PR, quando foi
atingido pelo veículo Ford Ranger, placas IBB5588, de propriedade do requerido. Alega que era sua a via pre-
sencial já que naquele momento o semáforo encontrava-se sinalizando amarelo intermitente. Alega que em
virtude do acidente sofreu prejuízos na ordem de R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais), despesas que
teve para reparos de lataria e pintura, conforme nota fiscal emitida pela oficina Fast9 Ltda. Afirma ainda, que
trabalha desde 2017 como motorista de aplicativo auferindo renda mensal de R$ 8.000,00 (oito mil reais) e
que em virtude do tempo de reparo do veículo, ficou 15 dias sem trabalhar, requerendo a condenação do
réu ao pagamento da importância de R$ 4.000,00. Postulou ainda a condenação do requerido ao pagamento
de danos morais, a serem arbitrados em R$ 5.000,00. Citado, o requerido ofereceu contestação, alegando
em preliminar a incompetência territorial do juízo, já que residente na cidade de Ponta Grossa. Alegou ainda
preliminar de nulidade absoluta do processo, já que lhe foi cerceado o direito de consignar na ata da au-
diência de conciliação, as palavras do requerente, que, em seu sentir implicariam em confissão. No mérito,
alegou a existência da culpa exclusiva do requerente, já que este invadiu a sua preferencial já que o sinal,
quando ultrapassado se encontrava sob a luz amarela intermitente, de modo que cabia ao requerente parar.
Afirmou que a culpa é exclusiva do requerente que circulava com o licenciamento vencido. Alegou ainda a
ausência de provas dos danos materiais, já que o autor juntou nota fiscal do conserto e não três orçamentos.
Sustentou ainda a ausência de provas de que o requerente perceba a importância mencionada a título de
lucros cessantes. O autor manifestou-se sobre a contestação. Na instrução foram expedidos ofícios ao INSS,
que afirmou que o autor não possui inscrição como segurado, e à Receita Federal, que informou que o autor
não apresentou declaração de imposto de renda nos últimos 3 exercícios. Foi ainda ouvido o depoimento do
policial militar que atendeu a ocorrência a afirmou que não presenciou o acidente, mas confirmou que se
trata de cruzamento movimentado nas 24 horas do dia, sendo muito comuns acidentes envolvendo veículos

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na madrugada. As partes apresentaram razões finais remissivas. Após vieram os autos conclusos.

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