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RESUMO
A proposta deste experimento foi comparar o método pré-exaustão (PRE) à ordem inversa nos exercícios leg press (LP) e
cadeira extensora (CE), sobre o volume de repetições máximas (RM) e percepção subjetiva de esforço (PSE). Treze homens
treinados (22 ± 3,2 anos; 84,7 ± 9 kg; 180 ± 8 cm) foram submetidos a quatro sessões de coleta de dados. Após a
determinação da carga para 8RM, foi respeitado um intervalo de 96 horas para aplicação da seqüência A, LP antes da CE, e
após 72 horas a seqüência B (PRE), CE antes do LP. Foi realizada uma série de cada exercício com intervalo para transição
entre exercícios de 20 segundos. O procedimento foi realizado por quatro vezes com intervalos fixos em dois minutos. O
número de RM e a PSE (OMNI-RES) foram coletados após cada série de cada exercício. Os resultados apresentaram o
volume total de RM e a média do número de RM no exercício CE significativamente menores na seqüência A (volume total
= 38,6 ± 7,3; média do número de RM CE = 3,57 ± 1,19) quando comparada à seqüência B (volume total = 46,9 ± 8,4; média
do número RM CE = 6,69 ± 1,33). Os dados sugerem que a ordem de PRE promove a realização de um maior volume total
de treinamento quando comparada à ordem inversa sem alterações na PSE.
Palavras-chave: Ordem dos exercícios. Pré-exaustão. Treinamento de força.
∗
Grupo de Pesquisa de Treinamento de Força da Escola de Educação Física e Desporto da Universidade Federal do Rio
de Janeiro - EEFD/UFRJ – RJ – Brasil.
**
Grupo de Pesquisa de Treinamento de Força. Professor Adjunto do Departamento de Ginástica da Escola de
Educação Física e Desporto da Universidade Federal do Rio de Janeiro - EEFD/UFRJ – RJ – Brasil.
cada série. A PSE foi verificada através da escala Ao compararmos os resultados intra-
OMNI- RES de PSE para exercícios contra seqüências observamos reduções similares
resistência em adultos (LAGALLY; ROBERTSON, durante a progressão das séries nos dois
2006). A familiarização com a escala OMNI-RES foi exercícios em ambas as seqüências. Os
realizada durante os dois dias de teste de carga após resultados inter-seqüências demonstraram
cada exercício. valores significativamente menores no exercício
CE para todas as séries da seqüência A
Tratamento estatístico (Gráficos 1 e 2).
Foi utilizada ANOVA two-way para verificar
se houve diferença no número de RM em cada
exercício (média das quatro séries), entre as
seqüências, e a interação das seqüências com as
ordens de execuções utilizadas, seguidas do post
hoc de Tukey, quando necessário. Para verificar
as diferenças nos volumes totais de RM
produzidos e na PSE entre as seqüências A e B
foi utilizado o test-t de Student e o Teste de
Wilcoxon, respectivamente. Para verificar a
reprodutibilidade dos testes em 8RM foi Gráfico 1 - Número de RM nas quatro séries do
utilizado o coeficiente de correlação intra-classe, exercício LP para as seqüências A e B.
o test-t de Student foi utilizado para verificar
possíveis diferenças entre as cargas obtidas para * diferença significativa em relação à 1ª série intra-
8RM em cada exercício entre teste e reteste seqüência;
(p<0,05). Para tal foi utilizado o software # diferença significativa em relação à 2ª série intra-
Statistica versão 7.0 (Statsoft, Tulsa, USA). seqüências.
RESULTADOS
intensidade de carga quando comparada à ordem relação à solicitação muscular entre diferentes
inversa. Além disso, o número de RM no fases de movimento (BONATO; ROY;
exercício CE apresentou quedas significativas na KNAFLITZ; DE LUCA, 2001). Além disso, a
seqüência A, quando era realizado após o LP, o análise do exercício LP de forma isolada em
que não ocorreu em relação ao LP quando foi apenas uma série não fornece base para uma
realizado após a CE. Ao contrário do observado comparação da ordem PRE à inversa em
em experimentos anteriores (SIMÃO; situações práticas de treinamento.
FARINATTI; POLITO; MAIOR; VIVEIROS, Inúmeras pesquisas têm demonstrado que a
FLECK, 2007; SIMÃO; FARINATTI; POLITO; realização de uma única série se torna menos
MAIOR; FLECK, 2005; MONTEIRO; SIMÃO; efetiva para pessoas treinadas do que a
FARINATTI, 2005; SIMÃO; POLITO; realização de séries múltiplas (RHEA; ALVAR;
VIVEIROS; FARINATTI, 2002; SFORZO; BURKETT, 2002; PETERSON; RHEA;
TOUEY, 1996), o volume total de treinamento ALVAR, 2005). Além disso, o volume total de
foi significativamente maior na seqüência que uma sessão de treinamento é de extrema
foi iniciada pelos exercícios monoarticulares em importância em relação à magnitude dos
nosso experimento. resultados do TF (CHESTNUT; DOCHERTY,
Ao revisar a literatura relativa à ordem de 1999). Desta forma, Augustsson, Thomee,
PRE, apenas um experimento foi encontrado. Hornstedt, Linblom, Karlsson e Grimby (2003)
Augustsson, Thomee, Hornstedt, Linblom, deveriam ter considerado o desempenho dos
Karlsson e Grimby (2003) observaram a dois exercícios utilizados, assim como a
influência da PRE realizada no exercício CE realização de séries múltiplas em suas análises.
sobre o desempenho durante a realização Em nosso experimento utilizamos séries
imediata do LP, obtendo resultados conflitantes múltiplas e analisamos o volume total de RM
aos nossos. Enquanto Augustsson, Thomee, com a intenção de reproduzir e observar
Hornstedt, Linblom, Karlsson e Grimby (2003) condições práticas de treinamento, de forma
demonstraram que a ordem de PRE resultou em similar a outros experimentos sobre ordem dos
uma queda significativa do número de RM exercícios realizados anteriormente.
realizado no LP, em nosso experimento a queda Alguns destes experimentos demonstraram
do número de RM não apresentou significância. que a realização de exercícios multiarticulares
Neste experimento 17 homens treinados (26 ± 4 para membros inferiores como o LP e o
anos; 77 ± 6 kg; 182 ± 6 cm; 5,5 ± 4 anos de agachamento (AGA) após a realização de
treinamento) realizaram 10RM no exercício CE, exercícios monoarticulares como a CE e a
antes da realização imediata de uma série com cadeira flexora (CF) tiveram seu número de RM
carga de 10RM no LP. Os resultados reduzido, sem variação no volume total da
demonstraram que a atividade eletromiográfica sessão de treinamento quando comparada à
(EMG) do quadríceps e também o número de realização da ordem inversa (SIMÃO;
RM apresentaram valores significativamente FARINATTI; POLITO; MAIOR; VIVEIROS,
menores durante a realização do LP na ordem FLECK, 2007; SIMÃO; POLITO; VIVEIROS;
PRE (7,9 ± 1,4RM), quando comparado ao FARINATTI, 2002; SFORZO; TOUEY, 1996).
desempenho durante a realização do mesmo Nossos resultados se apresentam conflitantes aos
exercício de forma isolada (9,3 ± 2,3RM). A obtidos por estes experimentos, pois o volume
partir deste resultado os autores sugerem que os total de treinamento se apresentou maior na
usuários deste tipo de recurso reconsiderem a ordem de PRE. Isso pode ter ocorrido, pois
efetividade do mesmo, quando o objetivo é o apenas o exercício CE foi realizado antes do LP,
desenvolvimento da força e hipertrofia permitindo que, além do quadríceps, outros
muscular. Entretanto, a análise do sinal EMG músculos envolvidos no LP como os
neste experimento considerou apenas um valor isquiotibiais atuassem sem o comprometimento
Root Mean Square (RMS) para toda a da fadiga resultante de exercícios como a CF.
amplitude, o que nos fornece base para o Além disso, uma série de cada exercício foi
questionamento sobre o valor utilizado, pois já realizada de forma alternada por quatro vezes,
foi demonstrado que existem diferenças em ao invés de todas as séries serem realizadas na
à ordem dos exercícios deve ser mais bem talvez estes sejam alguns dos fatores
analisado no futuro. metodológicos limitantes do nosso experimento,
A velocidade de movimento durante os já que podem ter influência sobre o número de
exercícios não foi controlada em nosso RM, a fadiga e o tipo de força treinada.
experimento, assim como em outros
experimentos de ordem dos exercícios
anteriormente realizados. Isto devido ao fato de CONCLUSÃO
que a cadência diminui constantemente da
primeira à última RM (SIMÃO; FARINATTI; Em conclusão, o presente experimento
POLITO; VIVEIROS, FLECK, 2007; SIMÃO; demonstra que a ordem dos exercícios pode
FARINATTI; POLITO; MAIOR; FLECK, 2005; influenciar de forma diferenciada o volume total
MONTEIRO; SIMÃO; FARINATTI, 2005; de treinamento e o número de RM entre
AUGUSTSSON; THOMEE; HORNSTED; exercícios mono e multiarticulares envolvendo
HORNSTEDT; LINDBLOM; KARLSSON; membros inferiores quando os mesmos são
GRIMBY, 2003). Variáveis relacionadas à realizados de forma alternada em uma sessão de
velocidade de movimento, como a distribuição TF. Os dados sugerem que a ordem de PRE
fracional e temporal do modo de contração, a promove a realização de um maior volume total
duração de cada repetição, e o tempo de tensão de treinamento com mesma intensidade de carga
são de suma importância para a interpretação de quando comparada à ordem inversa. Esses
dados deste tipo (TOIGO; BOUTELLIER, resultados podem ter uma boa aplicabilidade
2006). Outro aspecto que merece destaque foi a prática quanto à elaboração de programas de
não aleatoriedade da ordem de entrada dos treinamento com a meta de maximizar a força, a
participantes nos dois protocolos. Portanto, hipertrofia e a resistência muscular.
COMPARISION OF THE PRE-EXHAUSTION METHOD AND THE INVERSE ORDER IN LOWER BODY
EXERCISES
ABSTRACT
The purpose of this experiment was to compare the pre-exhaustion method (PRE) to the inverse order in leg press (LP) and
leg extension (LE) exercises over the volume of maximum repetitions (RM) and ratings of perceived exertion (RPE).
Thirteen trained men (22 ± 3.2 years; 84.7 ± 9 kg; 180 ± 8 cm) were submitted to four data collection sessions. After the
determination of 8RM load, 96 hours of interval was respected for application to the sequence A, LP before LE, and after 72
hours sequence B (PRE) was executed, LE before LP. One set of each exercise were accomplished with a 20 seconds rest
interval for transition between exercises. The procedure was accomplished four times with fixed intervals in two minutes.
The number of RM and RPE (OMNI-RES) were collected after each set of each exercise. The results presented the total
volume of RM and the mean number of RM in the exercise LE significantly lower in the sequence A (total volume = 38.6 ±
7.3; mean number of RM CE = 3.57 ± 1.19) when compared to the sequence B (total volume = 46.9 ± 8.4; mean number of
RM CE = 6.69 ± 1.33). These data indicate that the order of PRE promotes the accomplishment of a larger total volume of
training when compared to the inverse order without alterations in RPE.
Key words: Exercise order. Pre-exhaustion. Strength training.
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Endereço para correspondência: Jefferson da Silva Novaes. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola de
Educação Física e Desportos – Departamento de Ginástica, Avenida Pau Brasil, 540,
Ilha da Cidade Universitária, CEP 21949-900, Rio de Janeiro-RJ, Brasil.
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