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INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
Além disso, a contabilidade tem uma técnica que produz, de forma sistemática e
ordenada, informações quantitativas muito valiosas, expressas em unidades monetárias
sobre as transações realizadas por entidades econômicas e sobre eventos econômicos
identificáveis e quantificáveis, que podem ser facilitados aos diferentes públicos
interessados.
Em um nível mais específico, aqui estão algumas definições da contabilidade que vários
autores realizaram sobre o assunto:
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- No que se refere ao seu aspecto formal, se ocupa em estabelecer a metodologia
mais adequada para a realização de um conhecimento da realidade econômica,
devido à incapacidade de ter um conhecimento direto através da observação.
Princípios da contabilidade
Um dos princípios destacados é o do jogo duplo, estabelecido por Fray Luca Pacioli em
1494 e cuja declaração está fundamentada nas seguintes premissas:
- O princípio dos recursos de uma entidade é igual ao valor das ações que recaem
sobre ele.
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- Os componentes patrimoniais e as causas dos seus resultados são representados
por meio de contas nas quais se registram notas ou se estabelecem variações do
conceito que representam.
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▪ Unidade de medida: para poder refletir o patrimônio de uma empresa nas
demonstrações financeiras, é necessário escolher uma moeda, a fim de valorizar
os elementos patrimoniais, aplicando um preço a cada unidade. Em suma,
precisamos ter uma unidade de medida para poder colocar valor ao que
contabilizamos. O mais habitual é usar a moeda que tem curso legal no país onde
a entidade ou empresa se desenvolve. Somente os eventos econômicos são
registrados nos livros de contabilidade em termos monetários, sendo excluídos
o resto de eventos que não podem ser valorizados economicamente. O dinheiro
é usado como uma unidade de medida para apresentar as demonstrações
financeiras.
▪ Período de tempo: cada empresa deve medir o resultado de sua gestão de vez
em quando devido razões administrativas, legais, fiscais e financeiras. O mais
habitual é que este período de tempo seja de doze meses, recebendo o nome de
exercício, embora possa igualmente ser chamado de período contábil, exercício
contábil ou exercício econômico.
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O estudo sobre as demonstrações financeiras deve limitar-se a um período fiscal
curto, para obter uma melhor visão da empresa e uma tomada de decisões mais
oportuna no futuro.
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Este princípio indica que as empresas, utilizando um método para a
apresentação das demonstrações financeiras, deverão ser coerentes e atingir a
uniformidade nas informações apresentadas e exibidas nos registos contábeis
de um período para outro.
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1.2 O PATRIMÔNIO EMPRESARIAL
Como comentamos, a contabilidade é uma ciência empírica e, por isso, devemos ter em
conta dois aspetos: a parte teórica e a parte prática. É muito importante não entender
a contabilidade como um conjunto de cálculos, já que esta disciplina serve para fornecer
uma série de dados e informações em relação a empresa, explicando a situação atual e
ajudando-nos na tomada de decisões.
Uma das informações básicas e essenciais que a contabilidade nos oferece em relação a
nossa empresa é saber o que ganhamos e perdemos, e de que maneira. Ela também
indica os elementos que compõem a empresa, o que temos e o que devemos, os nossos
investimentos e os financiamentos. A contabilidade, portanto, lida com os elementos
que, do ponto de vista econômico, integram a empresa.
Embora seu caráter seja artificial, a empresa é considerada uma entidade viva e
apresenta o mesmo desenvolvimento que uma entidade viva natural, isto é, a empresa
nasce, cresce e morre. Ao longo da sua vida se relaciona com seu ambiente, do qual
obtém certos elementos e fornece outros, desenvolvendo certos processos no seu
interior. Todas estas ações ou fenômenos produzem na empresa uma circulação de
valor, e esta corrente fica plasmada através da contabilidade.
Para que essa estrutura econômica (EE) exista, a empresa precisará de uma série de
meios financeiros para sua aquisição. O que faz com que estes meios constituam o
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conjunto de fontes de financiamento ou estrutura financeira da empresa (EF). Desta
forma, podemos afirmar que o patrimônio da empresa consiste em dois elementos
principais: por um lado, os bens e os direitos, que têm valor e formam sua estrutura
econômica e, por outro lado, os meios financeiros exigidos para o seu financiamento,
ou seja, a estrutura financeira, formada pelo conjunto de obrigações da empresa, seja
com o empresário ou com terceiros.
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Como comentamos, o patrimônio da empresa se forma pela estrutura econômica e
financeira. A estrutura econômica consiste em todos os bens e direitos, e receberá o
nome de ATIVO, enquanto a estrutura financeira é formada pelo conjunto de obrigações
e recebe o nome do PASSIVO.
A empresa pode ter obrigações com terceiros (passivo) ou com o próprio empresário
(patrimônio líquido). Portanto, o patrimônio empresarial consiste em dois tipos de
elementos: elementos de natureza positiva (bens e direitos), e elementos de natureza
negativa (passivo ou conjunto de obrigações contra terceiros). A diferença entre eles é
a parte correspondente ao empresário, que tem o nome de patrimônio líquido.
O patrimônio líquido pertence ao proprietário da empresa, que poderá ser uma pessoa
física ou jurídica. De modo que, para fins contábeis, será igual ao montante
correspondente ao patrimônio obtido através da fórmula: bens + direitos - obrigações.
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(passivos) em que há uma obrigação de retorno, ou pelos proprietários da empresa
(patrimônio líquido). Desta forma, o passivo e os ativos líquidos constituem as fontes de
financiamento, fornecendo informação sobre a origem dos recursos ou meios
financeiros disponíveis da empresa para investimentos, constituindo a estrutura
financeira.
Cada empresa, para seu funcionamento normal, precisa adquirir e manter ativos. Estes
ativos são chamados de estrutura econômica e se dividem em dois grupos: ativo fixo (ou
não circulante) e ativo circulante.
▪ Ativo fixo
Formado por elementos ou ativos que permanecem na empresa por um longo período
de tempo, geralmente mais de um ano, como prédios ou maquinaria, e que determinam
a capacidade ou dimensão produtiva da empresa ou organização.
O ativo não circulante também pode ser chamado de imobilizado, uma vez que constitui
a parte mais sólida da empresa, sendo representado por elementos que garantem sua
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subsistência. É por isso que é necessário que estes elementos sejam financiados pelos
recursos permanentes, isto é, pelos fundos que constituem o patrimônio líquido e o
passivo fixo (exigível a longo prazo).
Imobilizado material
Está formado pelos ativos físicos, tanto bens móveis como imóveis, que sejam
necessários para o desenvolvimento da atividade produtiva da empresa e que estejam
destinados à venda no decurso normal das operações. Os elementos que compõem o
imobilizado material têm valor de realização e são de natureza tangível. Aqui,
encontramos as máquinas e os elementos de transporte e de construções, entre outros.
Imobilizado intangível
▪ Ativo circulante
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elementos ou ativos susceptíveis que se tornam numerário num período inferior a um
ano, tais como existências ou matérias-primas.
Desta forma, o ativo circulante é composto por aqueles elementos que são renovados
uma ou várias vezes durante o exercício econômico, pelo qual devem ser financiados
por capitais com um curto prazo de retorno, isto é, por fundos pertencentes ao passivo
circulante.
Por causa do seu caráter, são elementos que passam por mudanças contínuas pela
própria atividade da empresa, como os ativos adquiridos para sua posterior venda,
matérias-primas utilizadas para a elaboração de um produto ou direitos de cobrança
pelas vendas a crédito ou o dinheiro em numerário.
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Ao estudar e analisar o ativo circulante de uma empresa, o mais comum é dividi-lo em
duas massas patrimoniais: disponível e realizável, que poderá ser certo ou condicionado.
Disponível
Esta primeira massa patrimonial integra todos os elementos patrimoniais que consistem
em dinheiro de disposição imediata. Desta forma, o disponível é integrado pelo dinheiro
e os ativos líquidos equivalentes, por exemplo, o dinheiro na caixa e os depósitos de
disposição imediata em bancos ou instituições financeiras.
Realizável
O realizável certo está integrado por elementos cuja transformação em dinheiro não
depende do processo de produção, como as taxas de cobrança. Por sua vez, o realizável
condicionado é composto de elementos que requerem do processo de produção para a
conversão em dinheiro, como as matérias-primas.
- Realizável certo
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que o sacador ou a empresa ordena o sacado ou o cliente a pagar o titular do
efeito (tomador) uma certa quantia de dinheiro em um local e data concretas.
- Realizável condicionado
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1.2.2 Estrutura financeira
Tal estrutura reflete as diferentes fontes de recursos financeiros que foram utilizadas
para fazer investimentos no ativo.
Portanto:
▪ Recursos permanentes
O passivo não circulante está formado pelos recursos financeiros com exigibilidade a
longo prazo, geralmente a mais de um ano.
▪ Passivo circulante
O passivo circulante está composto pelos recursos financeiros com exigibilidade a curto
prazo, geralmente a menos de um ano.
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internas ou externas, próprias ou alheias, e dependendo do prazo será a curto ou longo
prazo.
Recursos financeiros
São recursos que foram gerados pela própria atividade empresarial e podem ser
divididos nas seguintes categorias:
- Recursos alheios: são fornecidos por pessoas, físicas ou jurídicas, diferentes dos
proprietários. E podem ser:
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o Recursos alheios a curto prazo: o prazo de exigibilidade é igual ou inferior
a um ano.
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- Factoring: é uma operação pela qual uma empresa vende, antes da maturidade,
um crédito concedido aos seus clientes a uma sociedade de factoring, que o
cobrará. Com esta operação a empresa obtém liquidez e evita o trabalho
administrativo de cobrança de uma venda adiada.
Para evitar o risco de insolvência, ou seja, não ter fundos para cumprir os pagamentos
no vencimento, é importante que haja certa correspondência entre a liquidez do ativo
e a exigibilidade do passivo.
Por esta razão, é aconselhável que os investimentos a longo prazo (ativo fixo) sejam
financiados com recursos permanentes (patrimônio líquido e passivo fixo). Isto significa
que deve haver uma relação entre o tempo de permanência do ativo e o período em
que se deve devolver os fundos utilizados para o financiamento, ou seja, deve haver um
equilíbrio entre os investimentos e o seu financiamento.
No entanto, às vezes, isso não é possível. Assim, diante de uma possível discrepância
entre a taxa de cobrança gerada pelo ativo circulante e o ritmo de pagamentos
decorrentes da exigibilidade do passivo circulante, é aconselhável ter um fundo de
segurança, também chamado capital de giro.
É melhor para qualquer empresa que o ativo circulante seja superior ao passivo
circulante, o que implica que o que deve ser cobrado antes de um ano seja maior do que
todos os pagamentos que devem ser feitos durante esse ano.
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1.3 A CONTABILIDADE FINANCEIRA
Na seção anterior, dissemos que a contabilidade é uma ciência social, ou seja, uma
ciência não-exata e como não há uma única maneira de capturar a realidade, podem
existir alguns problemas. É por isso que uma série de órgãos reguladores criaram
diferentes normas e diretrizes que os usuários devem seguir para a elaboração e análise
da informação contábil, garantindo assim um consenso em relação a conceitos,
qualidades básicas da informação, critérios de reconhecimento e de valorização dos
diferentes elementos, para que sejam compreendidos por todos os usuários.
Todo este conjunto de normas e diretrizes tem o nome de marcos conceituais e tem,
como objetivo, fornecer uma base teórica consistente para a elaboração de regras e
normas que devem governar a prática contábil. O objetivo destes marcos conceituais é
fornecer um maior rigor científico e metodológico ao processo de emissão de normas
contábeis, de modo que não sejam arbitrárias, mas que derivem dos objetivos e
propósitos estabelecidos para a contabilidade.
Gabás (1991) define o marco conceitual como “uma teoria contábil de caráter geral que
expõe uma estruturação lógica-dedutiva do conhecimento contábil e define uma
orientação básica para o organismo responsável de elaborar normas contábeis de
obrigado cumprimento”.
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contabilidade e auditoria de fundamentos e elementos de apreciação para o exercício
da sua atividade profissional.
Os marcos conceituais podem ser considerados a partir de uma dupla perspectiva: como
um processo e como um produto. Como processo, se olharmos para o raciocínio lógico
e dedutivo seguido na metodologia de trabalho; e como um produto se atendermos ao
resultado obtido uma vez aplicada a metodologia refletida de maneira formal em um
documento ou conjunto de documentos que formam o marco conceitual propriamente
dito.
Assim, a estrutura que forma os marcos conceituais consiste nos seguintes elementos:
o Objetivos;
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o Demonstrações contábeis;
- Normas contábeis:
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independentemente da sua origem e propriedade. A empresa é considerada
como uma entidade autônoma que gera recursos. Ao contrário da anterior
teoria, esta abordagem não considera apenas os proprietários do patrimônio
líquido, mas também todos aqueles que fornecem financiamento e outros
usuários interessados em conhecer o patrimônio da empresa, seu
desenvolvimento e evolução. Com base nesta teoria, as demonstrações
financeiras devem fornecer informação para avaliar e processar a situação atual
e futura da empresa. Esta abordagem centra-se mais na capacidade do
patrimônio em gerar rendimentos e tesouraria no futuro e assegurar a sua
permanência no tempo, que no próprio patrimônio atual. Dessa forma, não
tenta proteger o patrimônio, mas o mercado com o qual a empresa se relaciona,
fornecendo informações suficientes para poder tomar suas decisões.
Afinal é preciso decidir se o foco vai incidir sobre a visão do proprietário ou se vai se
concentrar na entidade.
Tal tarefa precisa ser realizada em conjunto, porque, dependendo dos usuários da nossa
informação financeira, os objetivos serão diferentes. Estes objetivos podem ser a
prestação de contas, a tomada de decisões, alcançar o bem-estar social, ou uma
alocação ideal dos recursos. São áreas muito diversificadas, desde sistemas contábeis
até modelos de política contábil com fins de política geral.
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Ressaltamos uma vez mais que os objetivos estão intimamente vinculados aos usuários
da informação contábil, já que esses objetivos devem ser definidos de acordo com as
necessidades informativas dos usuários.
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- Gerência e direção
USUÁRIOS Com funções de
planejamento e - Comando intermediários
INTERNOS controle
- Conselhos de Administração
- Proprietário, acionista e
investidores potenciais
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Com funções de
- Auditores
controle da informação
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útil no momento da tomada de uma decisão econômica, mostrando e prevendo
as consequências de eventos passados, presentes e futuros, assim como
confirmar ou corrigir avaliações anteriores.
- Clareza: implica que os usuários das contas anuais, com base no conhecimento
razoável das atividades econômicas, da contabilidade e das finanças
empresariais, possam compreender esta informação e avaliá-la de maneira
conveniente para os seus respectivos interesses.
Além destes cinco requisitos, é interessante acrescentar um sexto, que surge como
resultado final da aplicação destes requisitos e princípios contábeis. Este requisito é a
representação fiel.
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Assim, se considera que a empresa não tem intenção ou necessidade de liquidar ou
limitar o nível de atividade desenvolvida, considerando desta forma a sua continuidade.
Dessa forma, quando uma empresa está em processo de encerramento, terá que
comunicar a não aplicação deste princípio, porque só é aplicável para empresas que
continuarão a desenvolver sua atividade.
A importância deste princípio reside no fato de que gera a oportunidade para a empresa
se esforçar para se manter ativa dentro do âmbito econômico, implicando a avaliação
de todas as opções possíveis que possa tomar com o fim de continuar realizando sua
principal atividade, mesmo diante de situações difíceis.
Em termos práticos, uma empresa que luta e tenta encontrar uma solução para uma
situação de crise, age de acordo com o princípio de empresa em andamento. Pelo
contrário, se decide cessar sua atividade sem tentar encontrar uma solução para essa
crise, não respeitará este princípio.
- Princípio de acumulação
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será necessário estimar o montante das despesas. Nestes casos, deverá ser calculado de
acordo com o requisito de fiabilidade.
Os rendimentos para serem reconhecidos devem estar realizados, ou seja, deve ter
ocorrido o fato econômico que determina a corrente real. Ao mesmo tempo, deve ter
havido uma contraprestação ou um direito a ela.
Os efeitos das transações ou fatos econômicos são registrados quando ocorrem, não
quando se paga ou recebe o dinheiro ou seu equivalente da transação. Assim, quando
ocorrem, se registram as despesas e os rendimentos, independentemente da data do
seu pagamento ou cobrança.
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- Princípio de uniformidade
- Princípio de prudência
Ao mesmo tempo, inclui que salvo indicação em contrário, apenas os benefícios obtidos
na data de encerramento do exercício serão contabilizados. Caso contrário, todos os
riscos deverão ser tidos em conta, com origem no exercício ou outro anterior, logo que
sejam conhecidos, ainda que só sejam conhecidos entre a data de encerramento das
contas anuais e a data em que estas se formulem. Em ambos os casos, as informações
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serão preenchidas na memória, sem prejuízo do seu reflexo, quando tenham sido
gerados um passivo e uma despesa, em outros documentos que façam parte das contas
anuais.
A principal caraterística deste princípio é que todas as contas devem ser representadas
com a sua natureza básica, isto é, com o seu saldo real no momento determinado. Só
desta forma se cumprirá o objetivo do princípio de compensação, uma vez que a
situação financeira será refletida tal e como é, sem que seus resultados e as
demonstrações das contas sejam parcialmente alterados.
Por exemplo, vamos imaginar que a nossa empresa tem no balanço um saldo
determinado na conta de fornecedores. Este saldo indica montantes pendentes de
pagamento por compras ou serviços recebidos, totalizando 4.000€. Além disso, também
tem saldos em sua conta de clientes, o que implica a existência de quantidades
pendentes de cobrança por vendas ou prestações de serviço, no valor de 5.000€.
Com base nesta situação, o princípio da não compensação implica que não podemos
compensar estes saldos pendentes. Assim, se temos um saldo de 4.000€ pendentes de
pagamento e um saldo de 5.000€ pendentes de cobrança, compensando um montante
com outro, teríamos um saldo de pagamentos a zero e um saldo de cobranças de 1.000€
a nosso favor. No entanto, isso seria distorcer a realidade contábil da empresa, devido
ao fato de ter faturas de pagamentos sem saldar, ainda que o montante em cobranças
seja maior. Assim, devemos nos limitar a realidade e não fazer este tipo de
compensações que distorcem a realidade contábil.
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- Princípio de importância relativa
Este último princípio estabelece que será admitida a não aplicação estrita de alguns dos
princípios e critérios contábeis quando a importância relativa, em termos quantitativos
ou qualitativos, da variação que este fato produza seja pouco significativa e, portanto,
não altere a expressão da imagem fiel.
Para tal avaliação será necessário definir o rendimento gerado. Neste caso, geralmente
diferencia-se entre a riqueza ou o patrimônio, por um lado, e a entrada ou rendimento,
por outro.
Para este fim, é interessante a definição de Hicks (1968) sobre a entrada, entendida
como o rendimento gerado. Este autor define este conceito como “o valor máximo que
uma pessoa pode consumir durante uma semana e encontrar-se no final desta em uma
situação tão boa como a que tinha no início da mesma.”
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Seguindo esta definição, com o cálculo de cobrança ou renda gerada, basicamente o que
interessa é ter uma idéia de quanto podemos gastar sem empobrecimento, de modo
que possamos agir e consumir de forma responsável e prudente.
Este conceito foi adotado por Fernández Pirla (1977) para definir o lucro da empresa,
sob o suposto de manutenção do capital. Para isso, o autor estabelece que o lucro estará
sujeito a uma série de condições que limitam a sua distribuição, a fim de evitar a
descapitalização ou empobrecimento da unidade econômica e a sua capacidade de
ação.
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1.4.2 Elementos das demonstrações financeiras
A noção de propriedade não está relacionada com o conceito de ativo, mas sim
com a noção de controle. Embora os conceitos de controle e propriedade muitas
vezes estejam juntos, neste caso, o peso cai sobre o controle. Desse modo, um
elemento sobre o qual se exerce controle mas não possui propriedade, será
considerado como ativo, mas não será se se possui em propriedade e não se
exerce controle.
Devemos lembrar que os elementos obsoletos que no futuro não gerem lucros
ou vantagens econômicas serão considerados ativos. Vinculado a isto, é
importante destacar que o capital humano não é um ativo da empresa porque,
embora contribua para gerar fluxos de caixa, não há um sistema fiável que o
atribuir um valor.
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Finalmente, além dos elementos básicos que definem o ativo (o controle pela
entidade, a probabilidade de rendimentos futuros e ser o resultado de
transações passadas), é importante mencionar outros elementos que
apresentam uma série de caraterísticas não essenciais do ativo, como a forma
de obtenção (compra, fabricação ou doação), tangibilidade dos elementos e
propriedade legal (própria, em leasing ou aluguel e em cessão).
Como vemos, esta definição está intimamente ligada à valorização que tenha
sido feita dos ativos e passivos. Esta é a origem das possíveis variações de valor
que ocorrem em ativos ou passivos, que implicarão variações no patrimônio
líquido. Trataremos estas variações quando falarmos sobre os rendimentos e as
despesas.
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- Rendimentos: é quando se produz um incremento de recursos na empresa,
sempre que o montante possa ser determinado de forma confiável. Desta forma,
reconhecer um rendimento implica, simultaneamente, o reconhecimento ou o
aumento de um ativo ou a aparição ou diminuição de uma responsabilidade e,
por vezes, o reconhecimento de uma despesa.
o Ganhos não realizados: são ganhos que não foram materializados, tais
como a venda de mercadorias a serem cobradas ou as operações
cobradas antecipadamente em que a atividade ainda não foi efetuada.
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Assim, reconhecer uma despesa implica a diminuição ou o desaparecimento do
valor de um ativo, um aumento do valor de um passivo e, por vezes, o
reconhecimento de uma renda ou rubrica de patrimônio líquido.
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As condições para esse reconhecimento são:
- A rubrica deve ter um custo ou valor que possa ser mensurado de forma fiável.
Critérios de avaliação
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imputáveis e a parte razoável dos custos indiretamente atribuíveis às
mercadorias quando a empresa produz o seu produto ou constrói seu próprio
imobilizado.
- Valor razoável: refere-se ao montante pelo qual um ativo pode ser adquirido ou
um passivo pode ser liquidado, entre as partes interessadas e devidamente
informadas, que façam uma transação em condições de independência mútua.
Não será considerado como valor razoável aquele resultante de uma transação
forçada, urgente ou em consequência de uma situação ou liquidação
involuntária.
Em geral, este valor será calculado com referência a um valor de mercado fiável.
Neste sentido, o preço cotado em um mercado ativo será a melhor referência do
valor razoável. Consideramos mercados ativos aqueles onde existem as
seguintes condições:
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capitalização de uma plantação de árvores frutíferas seria a soma do valor de
todas as colheitas das plantações até o final de sua vida produtiva.
- Valor líquido realizável: é o montante que pode ser obtido pela alienação de um
ativo no mercado no decurso normal da atividade, deduzindo os custos
estimados necessários para a sua realização ou, no caso das matérias-primas e
produtos em curso, os custos estimados necessários para completar a sua
produção, construção ou fabricação.
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taxa de desconto adequada. Por exemplo, o valor em uso de uma máquina é a
sua capacidade de produção sem nenhum desgaste.
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- Valor residual: é o montante que a empresa estima que poderia obter no
momento presente pela venda ou outra forma de disposição, uma vez deduzidos
os custos estimados para sua realização, tendo em conta que o ativo tenha
atingido a antiguidade e outras condições esperadas no final de sua vida.
Portanto, o valor residual de um bem é o valor que tem o elemento uma vez que
está totalmente amortizado, ou seja, no final do seu ciclo de vida.
- Valor de reposição: refere-se ao que vai custar o bem quando seja reabastecido.
Para os ativos define-se como a montante de tesouraria e outras rubricas
líquidas que devem ser pagas se adquiríssemos atualmente o mesmo ativo que
anteriormente possuíamos ou outro equivalente. Pela sua parte, os passivos são
valorizados pelo montante de tesouraria e outras rubricas líquidas que seriam
necessárias para pagar a obrigação no momento presente.
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- Para que a informação obtida mostre uma imagem verdadeira e completa da
empresa e sua situação econômica, será necessário realizar tarefas de
verificação e consolidação.
A conta
A conta é um dos instrumentos através dos quais a contabilidade pode cumprir seus
objetivos, que são mostrar a situação da unidade econômica, especificamente de cada
um dos elementos patrimoniais que compõem a empresa, assim como a sua evolução
ao longo do tempo.
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- Função numérica: através da conta, capturamos todas as variações, positivas e
negativas (deve e haver) do elemento, atingindo, por diferença entre estes, um
número (saldo) representativo do estado do elemento em questão em um
determinado momento.
Além dessas três funções, no processo contábil a conta cumpre uma importante função
de mensuração e valorização, e facilita o desenvolvimento das funções de
representação e agregação.
Com relação a função de agregação, a conta pode ser conceituada como agregado. Isto
é, os objetos econômicos são adicionados com base em critérios de homogeneidade
econômica, em classes de equivalências e são representados e classificados por contas.
Essa função conceitualmente simboliza um conjunto de magnitudes reais, permitindo a
representação de um mundo complexo através de esquemas de fácil interpretação e
captura. Une o múltiplo e complicado que compõe a empresa em uma única entidade
simplificadora.
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variações que os elementos patrimoniais experimentam como consequência das
operações econômicas realizadas. Este método de escrituração chama-se método das
rubricas dobradas.
DEVE HAVER
(Debitar) (Creditar)
As contas são recolhidas no Livro Razão, em que cada folha corresponde a uma conta
que representa um elemento patrimonial, seja do ativo, passivo ou patrimônio líquido.
Nas contas se registram os dados que vêm das operações econômicas, de acordo com
um critério convencional. Cada operação é representada por um registro contábil.
X Conta A a Conta B X
Como podemos ver, em cada operação ou transação precisamos usar pelo menos duas
contas. No exemplo, a escrituração que corresponde a conta A seria um débito, ou seja,
faríamos uma anotação no Deve e a escrituração da conta B seria um crédito, ou seja,
uma anotação no Haver.
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Como veremos, saldar uma conta significa conseguir um saldo nulo. Para tanto, faremos
uma anotação no lado com um montante inferior por valor da diferença, ou seja, do
saldo. Esta operação, como regra geral, será feita no final do exercício econômico.
CONTA
DEVE HAVER
100 75
150
250 75
175
A conta tem um saldo devedor de: 250 – 75 = 175. Neste caso, para sua liquidação,
devemos fazer uma escrituração no Haver por montante de 175, a fim de obter um saldo
nulo.
Isto é:
CONTA
DEVE HAVER
100 75
150
250 75
175 175
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A utilização ou funcionamento das contas baseia-se nos seguintes princípios ou leis:
- Lei de integração: esta lei está relacionada com a anterior e refere-se ao fato de
que as contas podem ser integradas em outras de nível superior, chamadas
representativas. Por exemplo, Cliente A, Cliente B, podem unir-se em uma única
conta genérica chamada Clientes.
- Lei de conexão: implica que cada conta pode interagir com uma conta ou mais e
também com ela mesma.
- Lei de eliminação: implica que quando uma conta intervém com o sinal diferente
na mesma operação, pode ser eliminada. A escrituração habitual fundamenta-
se nesta lei. Por exemplo:
10 Mercadoria a Líquido 10
10 Líquido a Caixa 10
10 Mercadorias a Caixa 10
É importante comentar que esta é uma das leis mais controversas, porque pode
ocasionar uma perda de informação. Por esta razão, é utilizada em poucos casos na
prática empresarial. O caso mais comum ocorre na venda de mercadorias em
numerário.
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Os atos ou operações que podem ocorrer na atividade econômica são de natureza muito
diversa. Quando tais atos ou operações têm consequências econômicas, recebem o
nome de fatos econômicos. No entanto, essas operações nem sempre afetam o
patrimônio empresarial, como será o caso da elaboração de um orçamento, o pedido de
uma oferta para a aquisição de um bem ou serviço ou a contratação de um empregado,
entre outros. Estas operações não têm significação contábil. Pelo contrário, quando os
fatos econômicos afetam de uma forma quantitativa ou qualitativa ao patrimônio,
surgem os chamados fatos contábeis, que devem ser conhecidos e registrados pela
contabilidade, a fim de informar sobre eles e revelar o seu impacto no patrimônio
empresarial.
Desta forma, podemos definir os fatos contábeis como esses eventos, jurídicos ou
econômicos, que são susceptíveis de serem representados de forma responsável porque
afetam ou podem afetar o patrimônio da empresa. O fato contábil é qualquer
movimento ou alteração patrimonial que será representada posteriormente através da
contabilidade. Estes fatos podem afetar o equilíbrio patrimonial.
Máquinas a Banco
Neste caso, a nossa empresa não vai valer nem mais nem menos pela realização destas
operações, já que simplesmente redimiu um ativo que tinha (bancos) por outro
(máquinas).
No entanto, imaginemos que as máquinas que adquirimos não tenham sido pagas:
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Neste caso, adquirimos um ativo mas em vez de pagar a maquinaria em dinheiro,
contraímos uma dívida pelo mesmo valor. Aqui, o valor patrimonial da nossa empresa
também não aumenta nem diminui.
Imaginemos que os sócios que compõem a nossa empresa decidem contribuir com uma
quantidade de dinheiro em um determinado momento:
Publicidade a Bancos
Neste caso, acontece uma diminuição do nosso ativos, sem que isso implique o aumento
de outro ativo ou a diminuição de outro passivo.
a Lucros 500
Neste exemplo, vemos que, por um lado, há uma mudança entre os ativos (bancos e
maquinaria) e, por outro, há um aumento de valor no patrimônio da empresa, uma vez
que esta mudança implica um lucro.
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Uma vez definidos os fatos contábeis, vamos analisar como são registrados pela
contabilidade. O método de escrituração mais usado é o de rubricas dobradas.
O método das rubricas dobradas surge como uma evolução natural da rubrica simples,
um método que recolhe as variações de um elemento patrimonial particular, como pode
ser o dinheiro, através do elemento conceitual correspondente, que é a conta Caixa,
sem contemplar mais que a evolução deste elemento, ou seja, os débitos ou entradas
de dinheiro e os créditos ou saídas, mas sem ter em conta a origem das cobranças ou o
destino dos pagamentos.
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A maneira de registrar os fatos contábeis é através da escrituração contábil feita no livro
diário e que apresenta a seguinte forma:
↑A ↓L o ↓P Conta A a Conta B ↓A ↑L o ↑P
A = Ativo
P = Passivo
N = Patrimônio líquido
Assim, se ocorrer uma entrada, também existirá uma saída e vice-versa. Por exemplo,
se adquirimos bens, obteremos uma entrada desses bens, mas ao mesmo tempo
teremos uma saída de dinheiro. Se, pelo contrário, vendemos nossos produtos,
obteremos uma saída de produtos e uma entrada de dinheiro.
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1.5.1 O ciclo contábil
- Fase de início.
- Encerramento do exercício.
▪ Fase de início
Exemplo:
Inventário:
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Balanço:
Inventário:
Balanço:
Mobília 15 u.m.
Quanto aos tipos de balanços que devemos ter em conta, aqui apresentaremos os
seguintes:
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as contas que apresentam um saldo, mas sem ordenar as massas patrimoniais.
Os elementos patrimoniais são mostrados em duas colunas: uma para a
estrutura econômica e outra para a estrutura financeira.
o Imobilizado material.
o Investimentos imobiliários.
o Imobilizado intangível.
o Existências.
o Provisões e contingências.
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o Patrimônio líquido.
Em relação a estes elementos, devemos diferenciar entre aqueles que fazem parte do
ativo, passivo e patrimônio líquido.
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- Devedores comerciais e contas a receber: expressam o direito da empresa de
exigir um compromisso ou obrigação, geralmente como resultado de créditos
comerciais concebidos. Aqui temos que considerar clientes, devedores, os
efeitos comerciais a receber e créditos para o pessoal.
As suas funções básicas são financiar a estrutura permanente ou o ativo não circulante
e uma parte razoável do seu ativo circulante e servir de garantia contra terceiros. O
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patrimônio líquido está formado pelos fundos próprios, os ajustes por mudanças de
valor e as subvenções, doações e legados recebidos.
Devemos registrar no Deve todos os valores iniciais de todas as contas com saldo
devedor que correspondem aos elementos ativos e, por outro lado, no Haver todos os
valores iniciais das contas com saldo credor que correspondem aos elementos do
passivo e patrimônio líquido.
Conforme a empresa produz os fatos contábeis, estes devem ser transferidos para os
livros Diário e Razão, fazendo as entradas correspondentes.
Para realizar este trabalho, é necessário a realização prévia de uma análise pré-contábil.
A fim de compreender melhor este processo, mostramos a seguinte folha de raciocínio
contábil básico:
Com a informação obtida deste raciocínio e aplicando o método das rubricas dobradas,
realizamos no Livro Diário os registros contábeis que correspondem às diferentes
transações da empresa. Depois, esta informação será transferida para o Livro Razão.
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submeter a informação é aquele que se realiza com o balancete de verificação, que deve
mostrar os mesmos resultados nos saldos dos devedores e credores. O balancete de
verificação estará conciliado quando o Deve e o Haver somem a mesma quantidade e
quando as colunas de saldos devedores e credores também somem a mesma
quantidade. Esta premissa é necessária para que o processo de registro seja correto,
embora não seja condição suficiente, já que podem ocorrer erros ou omissões sem
serem detectados na contabilização dos fatos.
10 Mercadorias a Fornecedores 10
20 Credores a Caixa 20
25 Caixa a Clientes 25
Acabamos de ver como seria o registro no Livro Diário. Cada uma de estas entradas tem
a correspondente anotação no Livro Razão.
Desta forma:
CAIXA
DEVE HAVER
25 20
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MERCADORIAS
10
FORNECEDORES
10
CREDORES
20
CLIENTES
25
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▪ Encerramento do exercício
Quando tivermos elaborado este lançamento, teremos que transferir a informação para
o Livro Razão, para liquidar todas as contas e realizar o balanço final do exercício. O
lançamento de encerramento contém contas de ativo com saldo, geralmente, devedor
e contas de passivo e patrimônio líquido com saldo, geralmente, credor.
No final do ciclo, todas as contas do Livro Razão serão liquidadas e a informação sobre
os diferentes elementos será recolhida no balanço final e na conta de ganhos e perdas,
juntamente com as outras demonstrações contábeis.
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Regularização de contas especulativas
Nas contas realizadas pelo processo especulativo, as diferentes operações são cobradas
a preço de custo e são pagas a preço de venda, por isso misturam uma parte integral e
outra diferencial. A questão é separar ambos aspectos, deixando na conta apenas a
parte integral e levando a parte diferencial a uma conta de caráter diferencial (resultado
da exploração).
MERCADORIAS
Ep V
Onde:
Ep = existências iniciais
C = compras
V = vendas
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Por meio do procedimento especulativo, só poderemos obter as existências finais (E f)
de forma extra contábil, isto é, por meio da contagem física das existências que
permanecem no armazém.
R = RP – DIP = V – C + Ef – EP = (H – D) + Ef
Onde DIP = Ep + C - Ef
Para realizar o cálculo das DIP, precisamos ter a contagem física das existências, com o
objetivo de saber quais são as existências finais, já que o saldo da conta de mercadorias
não tem correspondência com a realidade.
Correções de avaliação
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- Perdas reais
No caso de ativos não circulantes utilizaremos a conta de resultado atípico, com saldo
devedor no caso de perdas e saldo credor no caso de lucros.
A atribuição das perdas reais pode ser feita no final do exercício, desde que não tenha
sido feita no momento do seu conhecimento.
- Amortizações
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chamado de envelhecimento ou depreciação física. Exemplo: uma van que
estacionamos na garagem sem utilizar perde valor conforme o tempo passa.
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AMORTIZAÇÃO DO IMOBILIZADO MATERIAL CONSTRUÇÕES
10 100 10
No final de cada exercício contábil, essa conta deve ser liquidada. Para liquidar a conta
deve ser compensada com um débito no resultado do exercício.
10 10 10
CONSTRUÇÕES
100 10
90
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A conta Construções será paga no lançamento de encerramento do exercício, pelo
montante resultante de subtrair a amortização ao valor inicial, neste caso 90 u.m.
Com este procedimento há uma perda de informação, porque não é possível conhecer
o valor de aquisição do edifício ou o montante amortizado até esse período, de modo
que o elemento patrimonial aparece pelo seu valor contábil.
Esta conta inclui o montante das amortizações que serão produzidas periodicamente no
elemento patrimonial depreciado. Cada ano o valor depreciado é adicionado de modo
que a qualquer momento o seu saldo pode ser consultado e conhecer o montante. Neste
caso, o valor contábil do elemento patrimonial sujeito à amortização deve ser dado pela
diferença entre o saldo da conta de ativo (Construções, Mercadorias, etc.) e a conta
Amortização acumulada do imobilizado material.
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credor e é uma conta compensatória ou corretiva do ativo. A informação se utiliza para
determinar o montante do imobilizado que deve aparecer no balanço. Nele, o
imobilizado deve figurar sem amortizações, isto é, pela diferença entre o preço de
aquisição e a amortização acumulada até ao momento. As informações sobre
amortizações acumuladas são recolhidas em outro estado contábil: a memória.
DO IMOBILIZADO MATERIAL
100
10
Como no caso anterior, o edifício tem um valor de 90 u.m. mas com este método
mantemos a informação do valor de aquisição e do montante que foi depreciado até
agora.
Este montante recebe o nome do valor contábil (VC) ou valor pendente de amortizar.
O valor contábil não tem que coincidir com o valor que a construção tem no mercado.
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Na conta Amortização acumulada faremos anotações a cada ano pelo montante da
depreciação, o que implicará um aumento gradual do seu saldo até que o bem seja
amortizado completamente. Assim, quando a amortização acumulada for igual ao valor
amortizável do bem, o elemento patrimonial será cancelado e eliminado da
contabilidade.
do imobilizado material
Como levantado, os elementos patrimoniais perdem valor enquanto são utilizados, seja
devido ao desgaste, envelhecimento ou obsolescência. Esta perda de valor pode ocorrer
de várias maneiras; existem elementos patrimoniais que se depreciam nos primeiros
momentos da sua vida e lentamente no final, e vice-versa. Também pode haver uma
perda de valor uniforme ao longo da sua vida econômica.
A contabilidade visa refletir nos livros da empresa o valor real dos seus elementos
patrimoniais no longo do tempo, cumprindo com a sua representação econômica. Para
tal, será necessário procurar a formulação mais adequada para o cálculo da depreciação
sofrida pelos ativos não circulantes.
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- Valor residual (Vr): é o valor que um elemento patrimonial tem depois de
cumprir a sua vida econômica, isto é, uma vez que seu processo da amortização
tenha terminado. Esta denominação refere-se igualmente ao valor do elemento
patrimonial no final de cada período, após ter sido efetuada a amortização
correspondente a esse período. Assim, podemos falar sobre o valor residual do
ano 2XX1, 2XX2, etc. Para cada um desses anos, também se pode chamar valor
contábil e valor pendente de amortizar.
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o Linear ou quotas constantes: estes sistemas consistem em amortizar em
todos os exercícios ou, em geral, em cada período de amortização, um
montante fixo e igual do valor amortizável.
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o Compostos: consideram o desempenho e reconstroem o valor
amortizável capitalizado do momento, isto é, levam em consideração os
juros gerados pelo investimento dos fundos que vêm da amortização.
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período em questão. A magnitude periódica (entendida como a despesa ou
rendimento, isto é, as contas econômicas) deverá ser atribuída conforme o
princípio de acumulação ao período correspondente, independentemente de se
for pago ou cobrado nesse período.
Reclassificação de contas
O objetivo é deixar as contas com seus verdadeiros valores e significado, porque às vezes
durante o exercício podem existir erros na alocação de conceitos ou montantes, ou
podem variar as circunstâncias que afetam determinadas rubricas.
Por exemplo, se utilizarmos o ano como critério para diferenciar o longo prazo do curto
prazo para as dívidas, no caso de termos um empréstimo de dois anos (a longo prazo),
quando o primeiro ano tiver decorrido, só faltará um ano para o vencimento da dívida,
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sendo necessário alterar a dívida do longo prazo para curto prazo. Isto seria através do
seguinte lançamento:
Quando falamos sobre o resultado obtido pela empresa é interessante salientar que o
resultado real obtido só pode ser conhecido de forma exata no final da sua vida, já que
naquele momento não existem riscos, os compromissos foram cumpridos e deixou de
ser necessário garantir a manutenção do capital. Este resultado recebe o nome de
resultado total e se obtém calculando a diferença entre o valor investido no momento
em que a empresa foi constituída e o valor de fechamento, ou seja, o valor resultante
de subtrair os recursos necessários para o cancelamento de dívidas existentes aos
fundos obtidos com a venda dos nossos produtos ou serviços.
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decisões. Para isso, teremos QUE elaborar o resultado periódico. Este resultado não só
servirá para tomar decisões e estabelecer objetivos estratégicos, como para informar os
investidores ou credores do funcionamento da empresa, fixar a remuneração aos
acionistas, conhecer o potencial da entidade e criar novas linhas de negócios. Além
disso, por razões fiscais, as empresas devem apresentar o resultado do exercício às
diferentes administrações públicas, geralmente de forma anual, para estabelecer os
impostos que devem pagar.
Com base nisso, podemos calcular o resultado periódico usando dois métodos:
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Desta forma, a situação líquida inicial é representada pela seguinte fórmula:
N0 = A0 – P0
N1 = A1 – P1
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▪ Rendimentos e despesas
Os rendimentos são avaliados geralmente pelo valor atual no momento da venda dos
ativos, que podem ser bens ou serviços, ou passivos relacionados com os próprios
rendimentos. Consequentemente, este valor tem vários significados de acordo com as
condições de venda:
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- Para que o uso de bens e serviços seja considerado despesa, deve supor um
custo para a entidade, ou seja, se exclui bens e serviços recebidos gratuitamente.
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Classificação de resultados
Além dos dois tipos de resultados que apresentamos (o resultado total e o resultado
periódico ou do exercício), podemos estabelecer classificações complementares que
nos ajudarão na tomada de decisões estratégicas.
Como regra geral, diz-se que o resultado periódico de uma empresa pode ocorrer de
três fontes diferentes. Estas são:
Por outro lado, de acordo com a natureza dos fluxos com os quais as operações estão
ligadas, os resultados podem ser:
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- Resultado de exploração ou operativo: corresponde aos fluxos reais de bens e
serviços na entidade, provenientes do desenvolvimento da atividade principal
que a empresa realiza.
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- Resultado do exercício proveniente de operações continuadas: obtido pela
diferença entre o resultado antes de impostos e o imposto sobre lucros.
Como informação complementar aos tipos de resultados, vamos ver a classificação dos
elementos que formam os rendimentos e as despesas.
Rendimentos
Considerando a natureza das operações que dão origem aos rendimentos, podem
classificar-se em:
- Rendimentos por prestação de serviços: são aqueles que derivam das operações
caraterísticas do objeto econômico da exploração da empresa, quando esta se
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dedica a prestar um serviço a outras empresas ou a indivíduos em troca de uma
remuneração.
Despesas
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- Despesas por serviços externos e outros conceitos: incluem os custos dos fatores
de produção adquiridos de outras empresas, diferentes dos suprimentos, que
derivam das próprias atividades operacionais da empresa. Exemplo: reparação
de maquinaria.
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