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Análise de texto – FELTRAN,

Gabriel
PERIFERIAS, DIREITO E DIFERENÇA: NOTAS DE UMA
ETNOGRAFIA URBANA

 Gabriel Feltran apresenta, a princípio, um ponto de tensão em seus estudos, assim


como para os estudos urbanos em geral, a partir de dilemas teóricos-analíticos
impostos por quatro décadas de transformações profundas na dinâmica social das
periferias urbanas brasileira.

 Se por um lado as pesquisas sobre as cidades se concentraram anteriormente a


essas décadas sobre a questão da segregação urbana e, a partir dos anos 70, sobre
os movimentos políticos nas periferias, algumas tensões foram sendo identificadas
pelas pesquisas qualitativas sobre a “questão urbana”.

 O autor expõe, primeiramente, sua trajetória de pesquisa nas periferias urbanas de


São Paulo utilizando metodologias que têm como ênfase a observação e a descrição
qualitativa dos encontros de investigação, embora distantes, em um primeiro
momento, dos conceitos da Antropologia, que tem como método principal a
etnografia.

 Gabriel Feltran explica que os objetivos de sua pesquisa estavam (e permanecem)


entorno de compreender os signifcados políticos das mudanças intensas no tecido
social das periferias, embora tenham ocorrido deslocamentos em sua trajetória.

 Essa trajetória poderia ser organizada sob a seguinte linha do tempo: Quatro anos de
pesquisa (1998-2002) na zona Oeste da região metropolitana de São Paulo, mais
particularmente, no município de Carapicuíba. Oito anos de pesquisa na zona Leste
da cidade de São Paulo, inicialmente tendo como base a Vila Prudente e,
posteriormente, no distrito de Sapopemba.

 Primeiramente, buscou compreender as tensões constitutivas das relações entre a


vida cotidiana nas periferias e os discursos público-políticos sobre elas. A partir dos
movimentos sociais populares, procurava compreender o nexo constitutivo entre
cultura e política, a partir do que o autor chama de “pressupostos normativos” sob a
ótica de direitos.

 O autor apresenta características da etnografia ao dizer que: “simultaneamente


convivia muito com esses movimentos de base, me afetando pelas causas, e
esforçava-me por desnaturalizar os seus pressupostos de militânica, os modos de
reivindicar legitimidade a suas demandas etc”. (FELTRAN, pg. 568)

 O autor coloca que embora tenham ocorrido deslocamentos posteriores em suas


pesquisas, a utilização do tema de direitos trazia um “ganho etnográfico relevante”.
Isto pois, a ênfase nos movimentos como geradores de direitos impedia uma análise
sob a ótica de ausência sobre a periferia e seus discursos e práticas. (aspecto da
alteridade, presente na etnografia)

 Entretanto, ao longo de sua trajetória houveram deslocamentos em seus temas


específicos. Como o próprio autor coloca: “saí do estudo dos ‘trabalhadores’ e dos
seus movimentos sociais para chegar até os ‘bandidos’ e sua ‘vida no crime’ ”.
(FELTRAN, pg. 567). Sendo assim: “Dedicando-me aos novos temas e refletindo sobre
essas mudanças , tenho me dado conta de que conversei nesses anos uma mesma
questão de fundo. Se passei do estudo de movimentos de ‘trabalhadores’ e suas
facções, na perspectivas universalista do direito, para o estudo de ‘bandidos’ e suas
facções, numa perspectiva etnográfica, mantive a perspectiva inicialde vislumra
processo de subjetivação política – relações entre as dimensões íntima, social e
pública – a apartirdas periferias da cidade”. (FELTRAN, pg. 569)

 O deslocamento temático, como o próprio autor coloca, não foi intencional, todavia,
tampouco foi casual. Isso porque a própria pesquisa etnográfica com sua ênfase na
descrição apresentou dinâmicas de transformação dos territórios e dinâmicas sociais
estudadas em campo, mudando os objetos de pesquisa.

 Consideração das perspectivas encontradas sobre seus objetos de estudos nos


territórios, campos pesquisados, levando à sério os discursos analisados.

 “O que a etnografia permite fazer de modo singular, na tentativa de equacionar


analiticamente essa questão, é modificar o estatuto de cada matriz discursiva,
situando-as em seus contextos próprios de fomulação e locução, ou seja, expondo
seu caráter francamente analítico e, portanto, desnaturalizando os critérios pelos
quais estas categorias critalizam juízos acerca daquilos que reinvindicam ‘apenas’
descrever.” (FELTRAN, pg. 572)

 “Mais do que isso, a etnografia procura fazê-lo nos marcos das relações intensas que
findam essas categorias. O etnógrafo parte necessariamente, portanto, do
reconhecimento de disitintos planos de enunciação discursiva e prática social
embora, simultaneamente, trabalhe com esses planos como igualmente válidos em
sua investigação. Assim, quaisquer que sejam os discursos captados na etnografia, e
as práticas observadas nos contextos de sua enunciação, elas serão em princípios
igualmente relevantes para a análise”. (FELTRAN, pg. 572).

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ANÁLISE DE ENTREVISTA: Conversas Metodológicas (NEAB-USP), Gabriel Feltran
TRECHOS DE INTERESSE METODOLÓGICO: 00:00 às 06:29 (apresentação da etnografia
como longa permanência em campo e desnaturalização do olhar) 19:45 à 21:49 (etnografia
como descoberta contínua em campo) | 23:52 à 27:05 (etnografia como perspectiva
metodológica de um “quebra-cabeça”, que reúne fragmentos de informaçãoe códigos
observados em campo) | 30:15 à 33:16 (diálogo da etnografia c/ as estatísticas e outros
métodos de produção de dados) | 41:39 à 42:15 (trabalho etnográfico como exercício de
alteridade e não estritamente técnico, não há receita pronta) | 46:00 à 50:30 (importância
do registro de informações para a etnografia, as notas de campo) | 1:04:46 à 1:07:16
(questão epistemológica da etnografia, validade do conhecimento) | 1:07:20 à 1:09:14
(etnografia como rompimento radical c/ o pensamento positivista)

Análise de texto – D’ANDREA,


Tiarajú Pablo
A FORMAÇÃO DOS SUJEITOS PERIFÉRICOS: CULTURA
E POLÍTICA NA PERIFERIA DE SÃO PAULO

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