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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - UNIFOR

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

CAIO BURGOS RIBEIRO DA PENHA

ANÁLISE DE CANTEIRO DE OBRAS SUSTENTÁVEL: ESTUDO DE CASO EM


FORTALEZA.

FORTALEZA
2018
CAIO BURGOS RIBEIRO DA PENHA

ANÁLISE DE CANTEIRO DE OBRAS SUSTENTÁVEL: ESTUDO DE CASO EM


FORTALEZA.

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


banca examinadora como requisito parcial à
obtenção do título de graduado em Engenharia
Civil.
Área de concentração:
SUSTENTABILIDADE.

Orientador: Prof. Dr. Camila Barros Martins

FORTALEZA
2018
CAIO BURGOS RIBEIRO DA PENHA

ANÁLISE DE CANTEIRO DE OBRAS SUSTENTÁVEL: ESTUDO DE CASO EM


FORTALEZA.

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


banca examinadora como requisito parcial à
obtenção do título de graduado em Engenharia
Civil.
Área de concentração: SUSTENTABILIDADE

Aprovada em: ___/___/______.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________
Prof. Dr. Xxxxxxxxx Xxxxxxx (Orientador)
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

_________________________________________
Prof. Prof. M.Sc. Xxxxxxxxx Xxxxxxx
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

_________________________________________
Prof. Prof. Dr. Xxxxxxxxx Xxxxxxx
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
A Deus.
Aos meus pais, Xxxxx e Xxxxxx.
AGRADECIMENTOS

À Coordenação do curso de Engenharia Civil, pelo apoio.


Ao Prof. Dr. Xxxxx Xxxxx Xxxxx, pela orientação.
Aos professores participantes da banca examinadora Xxxxx Xxxxx Xxxxx e Xxxxx Xxxxx
Xxxxx pelas contribuições e sugestões de melhoria.
Aos colegas da turma de curso, pela parceria e amizade.
“Epígrafe - Citação relacionada com o tema do
trabalho, com indicação de autoria.”
RESUMO

Apresentação rápida e clara do conteúdo do trabalho, apontando os principais pontos que


consistem o documento. Deve ser de caráter informativo, com mínimo de 150 palavras e
máximo de 500, redigido em parágrafo único, espaçamento entrelinhas de 1,5 e mesma fonte
utilizada no restante do texto. É obrigatório apontar a finalidade do trabalho, metodologia
utilizada, resultados alcançados e conclusões, utilizando verbo na voz ativa e na terceira
pessoa do singular.

Palavras-chave: Palavra 1. Palavra 2. Palavra 3.


ABSTRACT

Tradução do resumo para outro idioma (geralmente utilizado o inglês ABSTRACT). Abstract
abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract
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abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract abstract
abstract.

Keywords: Palavra 1. Palavra 2. Palavra 3.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Rachel Carson, ano de 1962. Capa do livro "Primavera Silenciosa".................................................16


Figura 2- Conferência Rio-92 sobre o meio ambiente do planeta: desenvolvimento sustentável dos países. . .20
Figura 3 - O conceito do Triple Bottom.......................................................................................................... 24
Figura 4 - Tipologias do selo LEED................................................................................................................. 27
Figura 5 - Média de reduções no Brasil......................................................................................................... 29
Figura 6 - Perfil Mínimo de desempenho para certificação............................................................................30
Figura 7 - Demonstração do processo de certificação AQUA..........................................................................31
Figura 8 - Reservatórios para captação de água da chuva..............................................................................36
Figura 9 - Cartazes de alerta em uma obra.................................................................................................... 37
Figura 10 - Selos e etiquetas concedidas pelo PROCEL e CONPET...................................................................38
Figura 11 - Telas de proteação ao redor do................................................................................................... 44
Figura 12 - Acondicionamento temporário de resíduos.................................................................................52
Figura 13 - Exemplos de equipamentos controlados remotamente...............................................................54
Figura 14 - Colocação de lonas de proteção em............................................................................................. 56
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Componentes e Objetivos de cada um dos cinco pilares do Eco desenvolvimento........................19


Quadro 2 - Dimensões do Ambientalimso..................................................................................................... 25
Quadro 3 - As 14 categorias da Qualidade Ambiental do Edifício...................................................................30
Quadro 4 - Impactos ambientais consequentes das......................................................................................33
Quadro 5 - Aspectos ambientais envolvidos................................................................................................. 35
Quadro 6 - Escala de ruídos de equipamentos.............................................................................................. 42
Quadro 7 - Principais atividades e serviços geradores de MP........................................................................45
Quadro 8 - Exemplos de medidas para prevenção de emissão de MP............................................................46
Quadro 9 - Recomendações para diminuião dos efeitos causados.................................................................48
Quadro 10 - Definições de perdas de materiais............................................................................................. 50
Quadro 11 - Padrão de cores para................................................................................................................ 51
Quadro 12 - Possiveis destinações de resíduos da construção.......................................................................53
LISTA DE GRÁFICOS

Nenhuma entrada de índice de ilustrações foi


encontrada.
LISTA DE TABELAS

Nenhuma entrada de índice de ilustrações foi encontrada.


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
NBR Norma Brasileira Regulamentar
trad. Tradutor
LISTA DE SÍMBOLOS

$ Dólar
% Porcentagem
© Copyright
® Marca Registrada
Sumário
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................12

1.1 Justificativa............................................................................................................13

1.2 Objetivos................................................................................................................14

1.3 Metodologia...........................................................................................................14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................16

2.1 Contexto Histórico.................................................................................................16

2.2 Definições de Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade..........................21

2.3 Sustentabilidade na Construção Civil....................................................................25

2.4 Certificações..........................................................................................................26

2.4.1 Leed................................................................................................................27

2.4.2 Aqua................................................................................................................29

2.5 Canteiro de Obras Sustentável...............................................................................32

2.5.1 Definição........................................................................................................32

2.5.2 Análise dos Aspectos Ambientais e Definições de Diretrizes:.......................35

2.5.2.1 Aspectos Ambientais - Recursos: Consumo de recursos:............................35

2.5.2.2 Aspectos Ambientais - Recursos: Consumo e Desperdício de água:..........36

2.5.2.3 Aspectos Ambientais - Recursos: Consumo e Desperdício de energia:......37

2.5.2.4 Aspectos Ambientais – Incômodos e poluições: Geração de Resíduos


Perigosos:..........................................................................................................................38

2.5.2.5 Aspectos Ambientais – Incômodos e poluições: Geração de Resíduos


Sólidos:.............................................................................................................................39

2.5.2.6 Aspectos Ambientais – Incômodos e poluições: Emissão de vibrações:.....40

2.5.2.7 Aspectos Ambientais – Incômodos e poluições: Emissão de ruídos:..........41

2.5.2.8 Aspectos Ambientais – Incômodos e poluições: Lançamento de fragmentos:


...........................................................................................................................................43

2.5.2.9 Aspectos Ambientais – Incômodos e poluições: Emissão de materiais


particulados:......................................................................................................................44

2.5.2.10 Aspectos Ambientais – Incômodos e poluições: Riscos de geração de


faíscas onde há gases dispersos:.......................................................................................46

2.5.2.11 Aspectos Ambientais – Incômodos e poluições: Desprendimento de gases,


fibras e outros:...................................................................................................................47

2.5.2.12 Aspectos Ambientais – Incômodos e poluições: Renovação do ar:..........49

2.5.2.13 Aspectos Ambientais – Incômodos e poluições: Manejo de materiais


perigosos:..........................................................................................................................49

2.5.2.14 Aspectos Ambientais – Resíduos: Perda de materiais por entulho:...........49

2.5.2.15 Aspectos Ambientais – Resíduos: Manejo de resíduos:............................50

2.5.2.16 Aspectos Ambientais – Resíduos: Manejo de resíduos:............................52

2.5.2.17 Aspectos Ambientais – Resíduos: Manejo e destinação de resíduos


perigosos:..........................................................................................................................53

2.5.2.18 Aspectos Ambientais – Resíduos: Queima de resíduos no canteiro:.........54

2.5.2.19 Aspectos Ambientais – Infraestrutura do canteiro de obras: Remoção de


edificações:.......................................................................................................................54

2.5.2.20 Aspectos Ambientais – Infraestrutura do canteiro de obras: Supressão da


vegetação:.........................................................................................................................55

2.5.2.21 Aspectos Ambientais – Infraestrutura do canteiro de obras: Riscos de


desmoronamentos:............................................................................................................55

4 RESULTADOS E CONCLUSÕES..............................................................................62
12

1 INTRODUÇÃO

A sustentabilidade tornou-se um tema bastante abrangente na sociedade. De acordo com


PINHEIRO (2012), esse assunto começou a ser debatido a partir do século XX com mais
frequência, pois percebeu-se que os recursos naturais começavam a ficar cada vez mais
escassos, e que a maneira como eles eram retirados da natureza era desregrada, sendo
necessário mudar tal situação. A partir daí, ocorreram diversas conferências entre chefes de
Estado, como a de Estocolmo (1972), que foi a considerada uma das primeiras grandes
conferências realizada pelas Nações Unidas, inserindo o tema sustentabilidade na agenda da
política mundial, compreendendo que as ações de um país podem prejudicar determinada
região ou o planeta inteiro, dependendo das dimensões do impacto, e a conferência do Rio
(1992), a qual sacramentou a importância do desenvolvimento sustentável, onde debateu-se
sobre os problemas ambientais em todo o mundo.
Desde então, houve um maior enfoque nas questões ambientais, que tem como objetivo
garantir o desenvolvimento sustentável. Na maioria dos países existem regulamentações e leis
voltadas para a sustentabilidade, com fiscalizações rigorosas, principalmente no ramo
econômico. STROBEL et al. (2004) relata que grandes empresas e negócios aliaram o
crescimento no ramo aos esforços para reduzir os efeitos nocivos ao ambiente, visto que os
produtos ditos sustentáveis são mais valorizados no mercado.
Na construção civil não foi diferente, pois há um grande consumo de recursos naturais e
de energia, o que gera uma ampla parcela de impactos ambientais sofridos ao redor do mundo.
Segundo o CBCS – Conselho Brasileiro de Construção Sustentável, há um consumo de até
75% na construção civil dos recursos naturais extraídos. Além disso, JOHN (2007) ressalta
que o impacto ambiental também está associado à informalidade em relação às vendas de
materiais, os quais, algumas vezes, são vendidos sem notas fiscais e com baixa qualidade. A
geração de resíduos, sejam eles sólidos, líquidos ou gasosos, também é um problema exposto
pelo autor, exaltando uma crescente necessidade de técnicas que não agridam o meio
ambiente da mesma forma que as convencionais, por meio de soluções alternativas de
gerenciamento de resíduos e de métodos construtivos inovadores, que, além de preservar o
meio ambiente, melhorem os resultados da construção.
FÉLIX (2010) conclui que, apesar de recente, a gestão ambiental tornou-se um fator de
exigência e de diferencial no mercado competitivo atual, onde muitas empresas buscam
formas de reduzir os danos causados ao meio ambiente, enquanto outras introduzem produtos
certificadamente sustentáveis no mercado que se destacam em relação aos demais. O autor
13

ainda destaca a importância das empresas se adequarem a essa nova realidade, pois com a
crescente conscientização social dessa problemática, as empresas que continuarem a adotar
métodos retrógrados e nocivos à natureza estarão fadadas ao fracasso em um curto espaço de
tempo.

1.1 Justificativa

Com o crescente apelo da sociedade para a preservação do meio ambiente, tornou-se


muito importante que a empresa detenha diversas certificações ambientais para se manter em
um mercado competitivo. Cada vez mais conscientes, os clientes demandam serviço de
qualidade e que a empresa esteja atuando na conservação da natureza, fazendo com que as
organizações se adaptem para atender esse novo tipo de exigência.
Desse modo, na construção civil, a busca por tais melhorias se inicia com um canteiro
de obras sustentável. Reutilização da água da chuva, controle de ruídos, gerenciamento
redução dos desperdícios, redução de poeiras, e a coleta seletiva e reciclagem do lixo são
métodos expostos por JOHN (2007) que caracterizam um canteiro de obras focado na
preservação do meio ambiente. O autor ainda evidencia a necessidade da cooperação dos
operários no cotidiano da obra, que, como consequência, melhora a qualidade de vida e das
condições de trabalho.
Com isso, a utilização de técnicas construtivas inovadoras vêm sendo cada vez mais
empregadas nos canteiros de obras, visto que consciência ambiental virou sinônimo de
qualidade e excelência nas empresas, pois a busca pela sustentabilidade rende prêmios e
certificados, por exemplo: Leadership in Energy and Environmental Design (LEED), Alta
Qualidade Ambiental (AQUA) e o Organização Internacional de Normatização 14.000 (ISO-
14.000).
Portanto, é necessário mostrar os benefícios e as dificuldades enfrentadas para a
regularização de um canteiro de obras sustentável, onde a otimização de processos e o
gerenciamento correto de resíduos agregam valor no preço final do empreendimento, e,
ocasionalmente, gerando um maior retorno financeiro para as empresas. Sendo assim, esta
pesquisa irá estudar a implementação do quesito sustentabilidade em um canteiro de obras, na
busca pelo desperdício mínimo, consumo de água e energia consciente, destinação correta de
resíduos e uma gestão preparada para que todos esses processos sejam executados com
eficiência e qualidade.
14

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar a implementação de um canteiro de obras sustentável, e as adversidades,


relacionadas a esse processo, encontradas durante o tempo de construção do empreendimento.

1.2.2 Objetivos Específicos

Demonstrar os método empregados para a viabilização de um canteiro de obras


sustentável no município de Fortaleza;
Analisar a logística utilizada no canteiro de obras sustentável;
Salientar a importância da qualificação dos funcionários para a implementação de um
canteiro de obras sustentável.

1.3 Metodologia
O presente trabalho irá ser desenvolvido, incialmente, a partir de uma pesquisa
bibliográfica, buscando a familiarização com o tema, por meio de pesquisas em artigos,
trabalhos, livros e sites, aprimorando ideias e construindo um caráter crítico. Essa
fundamentação teórica, a partir de um levantamento bibliográfico, irá embasar e adentrar a
questão de sustentabilidade fora e dentro da Construção Civil.
Após o feito o embasamento teórico, a pesquisa irá ser direcionada para um estudo de caso,
onde o pesquisador irá fazer a análise em um canteiro de obras de Fortaleza - CE, com um
acompanhamento periódico da obra, a fim de registrar documentos, fotografias e métodos
sustentáveis aplicados.
A partir daí, os dados obtidos serão analisados por meio de um estudo sobre a
implantação de um canteiro de obras sustentável, onde serão apontados elementos importantes
para a sua execução, como a aplicação de medidas viáveis de sustentabilidade e de menor
custo.
Além disso, toda a pesquisa é feita em conjunto com a supervisão de um orientador, que
sugere alterações e melhorias, com o intuito de otimizar este trabalho.
15

1.4 Estrutura do Trabalho

Capítulo 01: Introdução, objetivos, justificativa do trabalho e metodologia;


Capítulo 02: Fundamentação teórica sobre sustentabilidade e um canteiro de obras
sustentável;
Capítulo 03: Desenvolvimento do estudo acerca da implementação em um canteiro de
obras sustentável;
Capítulo 04: Resultados e recomendações para trabalhos futuros.
16

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Contexto Histórico

A partir de meados do século XX, começou-se a discutir com maior veemência a


temática da preservação ambiental, onde um acidente ocasionado pela poluição de mercúrio
de uma baía no Japão levantou essa questão em escala global. Segundo George (2012), em
1956, o Incidente de Minamata, como ficou conhecido este caso, se deu por conta do despejo
irregular na baía da cidade japonesa, o que afetou a maior parte da população, que tinha sua
maior fonte de renda a pesca artesanal. O autor ainda salientou que este acidente é
considerado um dos grandes desastres do país, pois, além do grande número de mortes
causadas, o mercúrio possui característica biocumulativa, o que comprometeu diversas
gerações após esse desastre.
Ainda na mesma época, o lançamento do livro “The Silent Spring” (Primavera
Silenciosa), em 1962, tornou-se um marco na trajetória da percepção da crise ambiental, onde
a autora americana Rachel Carson denunciou o uso desordenado de inseticidas e pesticidas
químicos, que provocava a intoxicação em humanos, animais e vegetais. Marinho (2008)
relata que a autora expôs documentações científicas irrefutáveis, que indicava diversos fatos
registrados oficialmente, mas que não eram divulgados, como a morte de animais, dentre eles
principalmente pássaros, o que inspirou o título “Primavera Silenciosa”.
Figura 1 - Rachel Carson, ano de 1962. Capa do livro "Primavera Silenciosa"

Fonte: Marinho (2010).


17

Além disso, outro fator denunciado pela autora foi o grande acúmulo de resíduos
inseticidas organoclorados em humanos, fato que assustou e alertou toda a população na
época. De acordo com McCormick (1992), por conta das graves denúncias, o livro
rapidamente se tornou um dos mais vendidos dos Estados Unidos, que vendeu mais de meio
milhão de cópias e, em 1963, já havia sido traduzido em 15 países.
Em decorrência desses eventos catastróficos, notou-se a relação entre o grande
crescimento populacional com o surgimento de novas tecnologias de produção que permitia
retirada e degradação rápida dos recursos naturais, conforme relatado por Hardin (1968). Em
1970, um grupo de cientistas, empresários e políticos de vários países se reuniram, em Roma,
para discutir e solucionar as questões ambientais, evento que ficou conhecido como Clube de
Roma. No ano de 1972, eles publicaram o estudo “Limits to Growth” (Meadows, Dennis et
al.), onde foi concluído, que, se mantido os atuais níveis de industrialização, de poluição e de
exploração dos recursos naturais, a sociedade entraria em colapso em menos de 100 anos.
Além disso, o autor ainda propôs o congelamento do crescimento da população global e do
capital industrial, visto a real situação dos recursos limitados e necessidade de controle
demográfico.
No mesmo ano de 1972, a realização da Conferência Mundial sobre o Homem e o Meio
Ambiente, organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), inseriu a questão
ambiental na agenda internacional, além de ter discutido a problemática em âmbito planetário.
Segundo Le Prestre (2005), os quatro principais motivos para realização dessa Conferência
foram:
 Aumento da cooperação científica nos anos 60;
 Aumento da publicidade dos problemas ambientais;
 Crescimento econômico acelerado;
 Problemas ambientais identificados na época (Chuvas ácidas, poluição e
acumulação de pesticidas em animais).
Pinheiro (2012) relata que, durante a Conferência de Estocolmo, como ficou conhecida,
países ditos desenvolvidos defendiam como objetivo principal do evento a defesa do meio
ambiente, enquanto os países em desenvolvimento acreditavam que a solução para os
problemas ambientais passava, também, pela extinção da pobreza. A partir daí, foi produzido
um documento que equilibrava as duas propostas: “Only one Earth” (Ward & Dubos, 1973).
Segundo o autor, o documento apresentava que a problemática ambiental decorria do excesso
e da falta de desenvolvimento, que envolve tecnologia agressiva, consumo exacerbado,
18

crescimento demográfico e baixo PIB per capita.


Sendo assim, de acordo com Le Prestre (2005), ao ampliar o conceito de meio ambiente,
que passou a ser definido como a resultante da industrialização e da pobreza, a Conferência
teve um papel decisivo na incorporação da dimensão social no binômio desenvolvimento
(economia) e meio ambiente (biologia). O autor também menciona outro importante legado
deixado pela Conferência: a aprovação da “Declaração de Estocolmo sobre o Meio
Ambiente”, que agrupou 26 princípios de orientação para ações futuras neste âmbito. Dentre
os princípios relatados pelo autor da Declaração de Estocolmo sobre o Meio Ambiente estão:
 Descarte correto de substâncias tóxicas;
 Apoio à luta contra a poluição;
 Prevenção à poluição em mares, utilização legítima do mar;
 Garantia de ambiente seguro para assegurar a melhoria da qualidade de vida;
 Assistência financeira e transferência de tecnologia para os países em
desenvolvimento;
 Melhoria das políticas adequadas dos estados-membros da ONU;
 Gestão racional dos recursos naturais em benefício de toda a população;
 Investimento em educação e pesquisa;
 Eliminação completa das armas de destruição em massa, como bombas
nucleares.

Essa Conferência foi de extrema importância, pois inaugurou a agenda mundial de


discussões ambientais, onde, segundo Moll (1991), foram traçados os principais elementos
que demonstram o início da evolução do tema, que começou a se direcionar para uma
trajetória que vai de escassez à sustentabilidade.
Em 1973, Montibeller (1993) relata que o conceito de Eco desenvolvimento foi
introduzido à sociedade pelo autor Maurice Strong, onde, a partir de 1974, começou a ser
amplamente disseminado. Ainda de acordo com Montibeller (1993), esse conceito volta-se
para um desenvolvimento em que as necessidades sociais mais abrangentes, como a melhoria
da qualidade de vida da população, se relacionam harmonicamente com o cuidado e
preservação ao meio ambiente, onde a sociedade possui um compromisso com as gerações
futuras. Desse modo, Sachs (1981) menciona que o Eco desenvolvimento trata-se de um
projeto de Civilização, por meio da produção de um novo estilo de vida e de valores próprios,
além da definição de um conjunto de objetivos sociais, com uma visão de futuro bem
19

definida. A partir do conhecimento do termo, Sachs estabeleceu cinco dimensões do Eco


desenvolvimento: Sustentabilidade social, Sustentabilidade econômica, Sustentabilidade
ecológica, Sustentabilidade espacial ou geográfica e a Sustentabilidade cultural. (Quadro 1)

Quadro 1 - Componentes e Objetivos de cada um dos cinco pilares do Eco


desenvolvimento

Fonte: Montibeller (1993).

Dez anos após a primeira grande Conferência, a falta de eficiência dos esforços
resultados do encontro de Estocolmo gerou a necessidade de uma nova reunião (Le Prestre,
2000). De acordo com McCormick (1992), em 1983, a ONU realizou a Comissão
Brundtlandt, presidida pela então primeira-ministra da Noruega Gro Harlem Brundtlandt. O
autor explica que a Comissão tinha como objetivo estudar a relação entre desenvolvimento e o
meio ambiente, com o intuito de criar uma nova concepção para abordar essa temática.
Pinheiro (2012) declara que foi adicionada a noção de intergeracionalidade, onde a redução de
20

desigualdades sociais e os valores éticos (que eram as principais diretrizes do princípio de Eco
desenvolvimento) foram atrelados ao conceito original de sustentabilidade. O resultado foi a
criação do relatório “Nosso Futuro Comum”, publicado no ano de 1987.
No ano de 1989, foi aprovada a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente
e o Desenvolvimento (Cnumad), realizada no ano de 1992. A Rio-92, como ficou mais
conhecida, conciliou, por meio de uma boa administração, meio ambiente e desenvolvimento
dos recursos naturais sem interferir de forma arriscada no modelo econômico atual do País,
conforme citado por Pinheiro (2012). Segundo o autor, os principais resultados da
Conferência foram a criação da Convenção da Biodiversidade e das Mudanças Climáticas
,posteriormente Protocolo de Kyoto, onde previa-se a redução de até 5,2% dos gases
poluentes, a Declaração do Rio, que continha princípios para promover o desenvolvimento
sustentável, e a Agenda 21, a qual foi um plano de ação envolvendo a sustentabilidade, que foi
elaborado para tomar prática em escala global.

Figura 2- Conferência Rio-92 sobre o meio ambiente do planeta: desenvolvimento


sustentável dos países

Fonte: Site do Senado Federal. Disponível em:


<http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/rio20/a-rio20/conferencia-rio-92-sobre-o-meio-
ambiente-do-planeta-desenvolvimento-sustentavel-dos-paises.aspx> Acesso em abr. 2018.

Outra Conferência de grande escala foi a Cúpula do Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável, mais conhecida como Rio +10. Organizada em 2002, a Rio
+10 ocorreu em Johannesburgo com o intuito de agregar melhorias às propostas feitas pela
Rio-92, visto que, apesar dos avanços desde essa conferência, os principais princípios, como
desenvolvimento sustentável e a proteção ambiental, continuavam a ser problemas no cenário
21

daquela época (Pinheiro, 2012). Assim, Martins (2002) salienta que, dentre os principais
aspectos abordados pelo documento resultante da reunião, The Johannesburg Declaration,
tem-se o quesito globalização, alertando a desigualdade entre os benefícios e os custos
gerados em torno desse elemento, e a continuidade dos inúmeros problemas ambientais de
escala global. Desse modo, o autor menciona que a Rio+10 destacou-se por apontar os
problemas gerados pela globalização, além da exibição de metas, baseadas em ações
coletivas, que visam a proteção ambiental aliada ao desenvolvimento econômico e social.
O ano de 2012 marca a mais recente Conferência realizada pelas Nações Unidas em
relação à sustentabilidade e meio ambiente. A Rio +20 marcou um contraste em relação as
Conferências de Estocolmo e Rio-92, pois, segundo Pereira e Souza (2012), não foi concebida
como Reunião de Cúpula, apenas como Conferência de Revisão, significando que a presença
de Chefes de Estado e de Governo não era de requisito obrigatório. Nessa mesma época, os
países passavam pela maior crise desde a Grande Depressão de 1929, que, de acordo com os
autores, foi um grande empecilho para presença dos grandes Chefes de Estado e Presidentes.
Portanto, não foram feitos Tratados, Convenções ou Acordos Ambientais Multilaterais em
geral, como nas Conferências anteriores. Desse modo, o objetivo da Rio+20 tinha como
propósito fortalecer e assegurar o desenvolvimento sustentável entre os países envolvidos,
além de abordar, em forma de discussões, as questões ambientais. Esse evento resultou em um
documento chamado “Rascunho Zero”, que não apresentava compromissos claros para o
estabelecimento do desenvolvimento sustentável, e sem decisões internacionais vinculantes,
como metas e mecanismos para verificar a concretização dos planos abordados.
Finalmente, Pinheiro (2012) exalta o quadro atual dos ecossistemas, que continuam
sofrendo agressões, por conta de padrões insustentáveis de produção e de urbanização, além
da vulnerabilidade de países com menos recursos, o que provoca insegurança ambiental,
econômica e social, evidenciando a necessidade da continuidade do progresso em relação à
temática do meio ambiente.

2.2 Definições de Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade

O conceito de sustentabilidade e de desenvolvimento sustentável vem sendo bastante


discutido nas últimas décadas. Dovers e Handmer (1992) definem sustentabilidade como “a
capacidade de um sistema humano, natural ou misto resistir ou se adaptar à mudança
endógena ou exógena por tempo indeterminado”, onde o desenvolvimento sustentável, por
sua vez, é o caminho de mudanças e melhorias para se alcançar a sustentabilidade. Por serem
22

bastante complexos, os 2 conceitos às vezes são tratados como sinônimos, ou até mesmo têm
diferentes significados para alguns pesquisadores.
Van Bellen (2002) aponta que a ideia de desenvolvimento sustentável baseia-se na
relação entre a sociedade civil e o seu meio natural, por meio de um longo processo histórico,
e que, por isso, há uma grande variedade de pesquisas e artigos que tem como intuito explicar
sobre a sustentabilidade, onde se torna importante entender sobre o conceito, seja ele um
processo ou o objetivo final.
Definido a partir da World Commission on Environment and Development (WCED), o
Relatório Brundtland apresenta um dos significados de desenvolvimento sustentável mais
difundidos na sociedade científica, que se baseia no “desenvolvimento que evolui sem
interferir na capacidade de desenvolvimento das gerações que estão por vir” (World
Commission on Environment and Development, 1987). Sabendo disso, Pronk (1992) avalia a
questão do crescimento econômico na temática ambiental, onde o desenvolvimento torna-se
sustentável a partir do momento em que o crescimento econômico não agride o meio
ambiente, com um bom gerenciamento de recursos naturais e sem sobrecarregar a capacidade
de carga do sistema.
A partir daí, Pinheiro (2012) estabelece as três dimensões do desenvolvimento
sustentável: econômica, ambiental e social. Na dimensão ambiental, o autor explica que parte
de um pressuposto em que a produção e o consumo sejam equilibrados para que os
ecossistemas possam continuar com sua auto reparação. A dimensão econômica aponta para a
constante inovação tecnológica, de maneira a usar cada vez menos os combustíveis fósseis
(carvão, petróleo e gás), aumentando a eficiência de produção e do consumo. A social,
terceira e última dimensão, afirma que é necessário a diminuição da desigualdade e da
pobreza, de maneira que todos possuam o que é preciso para uma vida digna.
A partir do cenário atual, Boff (2017) expressa a existência de um desequilíbrio entre o
Sistema Terra e o Sistema Sociedade, que pode ser apontado em alguns aspectos da sociedade.
Inicialmente, o autor relata sobre a insustentabilidade do sistema econômico-financeiro, onde
a prioridade é salvar o sistema financeiro, onde o poder econômico dita os acontecimentos no
planeta, ignorando as consequências sobre a dignidade humana e sobre o meio ambiente. O
efeito disso é a deterioração dos recursos naturais e a distribuição desigual das riquezas da
Terra, onde o autor exemplifica por meio do fato de que 20% da população mais rica consome
82,4% dos recursos, enquanto os 20% da população mais pobre consome apenas 1,6%. O
autor finaliza estabelecendo a necessidade de se encontrar formas de produção que preservem
a vida humana e o meio ambiente.
23

No segundo aspecto, Boff (2017) ressalta que a sustentabilidade inclui a garantia de


vida decente a todos da sociedade, o que não acontece na realidade. O autor relata que a
produção desenfreada e utilização de recursos pelos países mais ricos geram consequências
nos países mais pobres, que não possuem estruturas adequadas para reagir contra impactos
climáticos ou catástrofes geradas por conta dos maus tratos ao meio ambiente, demonstrando
a insustentabilidade de convivência entre os humanos.
O terceiro aspecto aborda a nova era geológica chamada Antropoceno. Com a crescente
exploração da natureza, por exemplo, o uso exacerbado de agrotóxicos e pesticidas, a
imprudência do ser humano nos últimos trinta anos levou à extinção de diversas espécies de
plantas e animais, onde, segundo o biólogo Edward Wilson, entre 27.000 e 100.000 espécies
são extintas por ano. (Barbault, 2011). Portanto, Boff (2017) define o Antropoceno como “a
capacidade de destruição do ser humano, acelerando o desaparecimento natural das espécies”.
Boff (2017), no quarto aspecto, relata a capacidade do planeta de se regenerar frente às
adversidades, como catástrofes naturais ou até mesmo a intervenção humana. Entretanto, com
a constante agressão ao planeta, essa capacidade de recuperação por si só não consegue mais
se recuperar. Alguns exemplos disso são a ruptura da camada de ozônio, o acúmulo exagerado
de dióxido de carbono na atmosfera, a perda crescente da biodiversidade e a escassez de
recursos naturais. De acordo com o autor, o planeta precisa de pouco mais de um ano e meio
para repor o que o ser humano retira em um ano, demonstrando que a Terra não é mais
sustentável. Além disso, Barbault (2011) relata que, em 2005, o consumo geral da
humanidade representava cerca de 145% da Terra, o que significa que, para estar em
equilíbrio com o consumo atual da sociedade era preciso quase um planeta e meio. Desse
modo, o autor alega que a sustentabilidade deve se tornar uma questão imprescindível para a
continuidade da vida no planeta.
Outro fator bastante discutido na sociedade atualmente é o aquecimento global. Boff
(2017) alega que a emissão desenfreada dos gases poluentes fez com que a temperatura
natural do planeta elevasse, o que ocasiona o degelo de calotas polares, aumentando o nível
do mar, e consequentemente, pondo os países insulares e praias de todas as costas em risco.
Ademais, o autor também aponta para o alerta feito pela Academia Nacional Norte-americana
de Ciências, que a temperatura da Terra pode elevar em até 4º, o que praticamente invalidaria
a sobrevivência das espécies no planeta.
A partir daí, Boff (2017) relata que a crescente preocupação com o planeta e o meio
ambiente fizeram com que alguns governos e empresas iniciassem, com maior ímpeto, a
24

busca pelo desenvolvimento sustentável, onde a produção não deve visar apenas o lucro, e
sim apresentar um equilíbrio com o bem estar da sociedade.
Desse modo, em 1990, o britânico John Elkington estabeleceu o “Triple Botton Line”,
no qual ele define três pilares para o conceito de sustentabilidade: ambiental, econômico e
social, onde ele explica que as empresas necessitam contribuir com o progresso da
sustentabilidade, por meio de mercados estáveis, apresentando sempre habilidades
tecnológicas, financeiras e de administração necessárias para transição rumo ao
desenvolvimento sustentável. Dessa forma, o autor trata o desenvolvimento sustentável como
objetivo a ser atingido, e a sustentabilidade como método para alcançar o desenvolvimento
sustentável (Elkington, 1990).
Assim, o autor exalta que, para atingir o objetivo principal, é necessário atingir a
intercessão entre os três aspectos, como é indicado na Figura 3.

Figura 3 - O conceito do Triple Bottom


Line expresso em um diagrama de Venn.

Fonte: autor, adaptado de Farr (2014).

Em outro caso, Baroni (1992) relata que o desenvolvimento sustentável é colocado em


prática por meio da conformidade de 5 quesitos:
 Integração da conservação e do desenvolvimento;
 Satisfação das necessidades básicas humanas;
 Alcance da equidade e justiça social;
 Provisão da autodeterminação social e da diversidade cultural;
 Manutenção da integração ecológica.
25

Pearce (1993), em uma definição menos conhecida, classifica a sustentabilidade em


quatro modos: sustentabilidade muito fraca, sustentabilidade fraca, sustentabilidade forte e
sustentabilidade muito forte. O autor exalta as duas dimensões extremas do ambientalismo,
onde há duas ideologias: o tecnocentrismo e o ecocentrismo. Pearce (1993) afirma que o ideal
tecnocêntrico se baseia em um modelo homem-natureza, onde o homem é favorecido,
enquanto a ideia do ecocentrismo se estabelece a partir de uma relação simétrica entre os dois,
conforme é exposto no quadro 2.
Quadro 2 - Dimensões do Ambientalimso

Fonte: Van Bellen, adaptado de Pearce (2002).

2.3 Sustentabilidade na Construção Civil

Na construção civil, a sustentabilidade surge como uma premissa de inovação e de


melhoria contínua dos métodos construtivos e da gestão de obras. De acordo com ROVERS
(2003 apud GEHLEN, 2008), a construção sustentável é dividida em três estágios:
construções atentas ao meio ambiente, construções sustentáveis e vida sustentável. No
primeiro estágio, há uma preocupação no que concerne à redução dos impactos causados na
26

construção em si, onde se exalta o gerenciamento dos desperdícios de materiais, de água e de


energia. O segundo estágio sugere que as construções sustentáveis englobem todos os
requisitos para conservação do meio ambiente, sendo eles fauna, flora, infraestrutura,
qualidade do ar e projeto urbanístico. No terceiro e último estágio há a necessidade de
garantia do bem estar geral por meio da boa gestão de operação do edifício.
Nesse mesmo tocante, o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável – CBCS (2014)
apresentou os princípios básicos da construção sustentável, onde podemos destacar:
 Aproveitamento de condições naturais locais;
 Utilização mínima de terreno e integração ao ambiente natural;
 Implantação e análise de retorno;
 Não provocar ou reduzir impactos no entorno;
 Qualidade ambiental interna e externa;
 Gestão sustentável da implantação da obra;
 Adaptar-se às necessidades atuais e futuras dos usuários;
 Uso de matérias primas que contribuam com a eco eficiência do processo;
 Redução do consumo energético e do consumo de água;
 Reduzir, reutilizar e reciclar;
 Disposição correta dos resíduos sólidos;
 Introdução de inovações tecnológicas viáveis;
 Educação ambiental, conscientizando os envolvidos no processo.

Em resumo, a CBCS (2014) propõe que o desenvolvimento sustentável na construção


civil se dá a partir da maximização e otimização do uso de recursos naturais, o que demanda
racionalidade e eficiência. Além disso, ainda existe a possibilidade de economia de gastos,
visto que uma boa gestão de recursos implica no uso correto e sem desperdícios, gerando
grandes oportunidades de negócios e a conquista de clientes.

2.4 Certificações

Empresas que seguem e praticam esses métodos aqui expostos são premiadas com
certificados que atestam seu compromisso com o meio ambiente. Assim, Fares (2011) alega
que esses processos de certificações buscam a redução do impacto ambiental causado pelo
empreendimento, onde a conscientização e a preocupação com a temática ambiental são
27

fatores primordiais. Além disso, Donaire (1995) explica a adoção da política ambiental como
uma maneira de se projetar no mercado, tornando a responsabilidade ecológica e a qualidade
de vida do cliente o objetivo principal das empresas. Dentre eles, podemos destacar os dois
mais importantes no Brasil: o selo LEED e o selo AQUA.

2.4.1 Leed

Segundo o Green Building Council Brasil – GBCB (2014), o selo LEED é um “sistema
de certificação de construção verde conhecido internacionalmente”, sendo criado nos anos
2000 pela U.S Green Building Council – USGBC. Se baseia na análise de 8 áreas, sendo elas:
localização e transporte, espaço sustentável, eficiência do uso de água, energia e atmosfera,
materiais e recursos, qualidade ambiental interna, inovação e processos e créditos de
prioridade regional. Além disso, o selo é composto por quatro tipologias, onde os seus
requisitos são julgados de acordo com a necessidade do empreendimento. O primeiro tipo, BD
+ C, serve para novas construções e grandes reformas, que tem como intuito priorizar a
sustentabilidade. No tipo ID + C, engloba escritórios comerciais e áreas de varejo, na parte de
design de interiores e construção sustentáveis. O tipo O + M serve para empreendimentos já
existentes, que tem o objetivo de se adaptar às medidas de sustentabilidade. A última
tipologia, ND, está focada na criação de bairros mais sustentáveis e bem conectados. (Figura
4)

Figura 4 - Tipologias do selo LEED.

Fonte: Green Building Council (2014).

Segundo USGBC (2011), todas essas tipologias devem atender a oito aspectos, que se
dividem nas seguintes áreas chave:
28

 Localização e Transporte: seleção de terrenos previamente desenvolvidos, com


serviços básicos ao seu redor e o acesso ao transporte de qualidade e
sustentável;
 Espaço Sustentável: controle da erosão, re desenvolvimento urbano e redução
de distúrbios provocados pela construção;
 Eficiência do uso da água: novas tecnologias de tratamento de água;
 Energia e Atmosfera: redução de CFC’s, energias renováveis e controle da
degradação da camada de ozônio;
 Materiais e Recursos: recolhimento e armazenamento de materiais recicláveis,
gestão correta de resíduos e reutilização de recursos;
 Qualidade Ambiental Interna: informação sobre medidas inovadoras
incorporadas no projeto e seus benefícios sustentáveis;
 Inovação e Processos: monitorização do dióxido de carbono, conforto térmico e
iluminação natural;
 Créditos de Prioridade Regional: créditos definidos de acordo com as diferenças
ambientais, sociais e econômicas de cada país.

A partir daí, créditos (recomendações focadas no desempenho) são marcados em forma


de pontuação e, na medida em que forem atendidos, garantem pontos à edificação. Alguns
exemplos dessas práticas necessárias envolvem o aproveitamento da água da chuva e a
proteção/restauração do habitat. O nível da certificação é definido conforme a quantidade de
pontos alcançados, podendo variar de 40 pontos a 110 pontos. Os níveis são: Certificado (40 a
49 pontos), Silver (50 a 59 pontos), Gold (60 a 79 pontos) e Platinum (80 a 110 pontos).
Atualmente, de acordo com o GBCB (2014), empresas que alcançam a certificação
LEED possuem, em média, uma redução de 40% no uso de água, 30% no uso de energia, 35%
na emissão de gases CO2 e uma redução de até 65% dos resíduos gerados na construção, o
que evidencia a importância das empresas de garantir esse certificado. (Figura 3)
29

Figura 5 - Média de reduções no Brasil

Fonte: Green Building Council (2014).

2.4.2 Aqua

O processo AQUA – Alta Qualidade Ambiental tem como objetivo alcançar a qualidade
ambiental de um empreendimento de construção ou reabilitação. No Brasil, a responsável pela
certificação é a Fundação Vanzolini, que há mais de 15 anos atua no ramo da gestão da
qualidade, meio ambiente, responsabilidade social e segurança e saúde ocupacional.
O processo de certificação é dividido em duas etapas: o Sistema de Gestão por
Empreendimento e a Qualidade Ambiental do Edifício.
Inicialmente, é necessário que o empreendedor estabeleça um sistema de gestão
específico para o empreendimento, permitindo o planejamento, a operacionalização e o
controle de todas as etapas do seu desenvolvimento, que se traduzem em um padrão de
desempenho na forma de um perfil de Qualidade Ambiental do Edifício – QAE, que é
expressa em 14 categorias, as quais devem atender às exigências relacionadas ao controle de
impactos sobre o ambiente externo e à criação de um ambiente interno confortável e saudável,
onde se tem os desafios ambientais dispostos em quatro famílias, como é visto no Quadro 3.
30

Quadro 3 - As 14 categorias da Qualidade Ambiental do Edifício.

Fonte: Fundação Vanzolini (2011)

Assim, o sistema de certificação baseia-se em um sistema de desempenho, onde se tem


três níveis: Base – utiliza critérios que se baseiam nas normas regulamentadoras, já usuais no
Brasil, Boas Práticas – se baseia na utilização de critérios superiores ao das práticas usuais, e
Melhores Práticas – é definido tomando como base os empreendimentos com as melhores
práticas constatadas no País. (Excelente, superior e bom).
A partir daí, dentre essas 14 categorias, é necessário alcançar um perfil com
desempenho de três categorias no nível excelente – Melhores Práticas, quatro categorias no
nível superior – Boas Práticas e sete categorias no nível bom – Base, como é demonstrado na
Figura 7. (Vanzolini, 2015)
Figura 6 - Perfil Mínimo de desempenho para certificação

Fonte: Fundação Vanzolini (2010).


31

Além disso, processo de certificação também inclui três etapas: pré-projeto, projeto e
execução. Na fase de pré-projeto, o empreendedor define o perfil nas 14 categorias do QAE,
além do estabelecimento do Sistema de Gestão por Empreendimento – SGE, como uma forma
de controle do projeto, até o final da obra. É importante salientar que o empreendedor deve
assumir o compromisso de fornecer os recursos para atingir objetivo final. A fase de projetos é
onde se estabelece os projetos de acordo com os parâmetros acertados na fase anterior,
mantendo o SGE e corrigindo qualquer alteração percebida no perfil do QAE. Na fase de
Execução, a obra é realizada seguindo o SGE e avaliando-se o perfil do QAE para eventuais
correção de desvios. Após a entrega do empreendimento, é feita uma avaliação do
desempenho projetado em relação às 14 categorias do QAE. Todas essas etapas são analisadas
e passam por auditorias. Uma vez constatado o atendimento aos critérios dos Referenciais
Técnicos de Certificação e a aprovação nas auditorias, o empreendimento é certificado,
conforme mostrado na Figura 8 (Vanzolini, 2015).

Figura 7 - Demonstração do processo de certificação AQUA.

Fonte: Fundação Vanzolini (2010).


32

2.5 Canteiro de Obras Sustentável

2.5.1 Definição
Segundo Miranda (2009), a indústria da construção civil é uma das atividades que mais
impactam negativamente sobre o meio ambiente. A autora exalta que, em todas as etapas de
uma obra, há um grande consumo de recursos naturais e grande quantidade de geração de
resíduos. Entretanto, a etapa de construção é onde se tem uma das maiores quantidades de uso
dos recursos e geração dos resíduos, além da emissão de materiais particulados, geração de
ruídos e vibrações, que são aspectos comuns nessa fase. Cardoso e Araújo (2007) explicam
que cerca de 50% dos resíduos gerados nos centros urbanos são provenientes de canteiros,
demonstrando a importância de se ter um canteiro de bem planejado e organizado.
Desse modo, tornou-se necessário valorizar a preservação do meio ambiente, por meio
de construções sustentáveis e com um correto gerenciamento. Assim, Valente (2009) relata
que a construção sustentável se estabelece pelo uso de tecnologias e materiais que não
agridam ao meio ambiente, onde, além de se adequar ao usuário, se adequa à natureza. Os
principais pontos estabelecidos pelo autor foram:
 Uso de materiais recicláveis, por meio do aproveitamento correto de resíduos,
evitando sua disposição em aterros;
 Utilização racional de água, por meio do uso consciente e da utilização de
tecnologias que permitam a redução do consumo;
 Eficiência energética, que permite a utilização de menos energia elétrica com um
maior rendimento.
Outro conceito de construção sustentável foi definido pelo Conselho Internacional para
a Pesquisa e Inovação em Construção – CIB (2002), que é estabelecido como um processo
holístico, cujo maior meta é manter o equilíbrio entre a natureza e o ser humano, transferindo
a mesma premissa entre o ambiente natural e o ambiente construído. Além disso, a Câmara da
Indústria da Construção (2008) determinou alguns aspectos básicos para a construção
sustentável, dentre eles: aproveitamento de condições naturais locais, como a utilização de luz
natural em ambientes, conscientização de funcionários envolvidos no processo, por meio da
educação ambiental, e a utilização de matérias primas que possuam respaldo no mercado em
termos de sustentabilidade.
Assim, Santos (2011) expõe que os canteiros de obras podem causar alguns impactos
durante a construção do empreendimento, que podem ir desde incômodos à vizinhança,
poluição, impactos ao local da obra (erosão, assoreamento e trânsito) e grande consumo de
33

recursos, com água e energia.


A partir daí, Araújo (2009) relata que as atividades decorrentes do canteiro de obras
podem provocar impactos ambientais em três meios: meios físico, biótico e antrópico,
conforme demonstrado no Quadro 4.
Quadro 4 - Impactos ambientais consequentes das
atividades do ramo da construção.

Fonte: Degani, 2003.


A identificação dos aspectos ambientais e como gerenciá-los de maneira correta é outro
fator importante para um canteiro de obras sustentável. Segundo Santos (2011), esses aspectos
podem ser divididos em quatro tópicos: Recursos, Incômodos e Poluições, Resíduos e
Infraestrutura do canteiro de obras.
Assim, o autor relata que o primeiro tópico, Recursos, trata do consumo de recursos
naturais e manufaturados, assim como do consumo e do desperdício de energia elétrica, água
e gás nos canteiros. As atividades de serviços preliminares, infraestrutura e estrutura são
atribuídas ao tópico de Incômodos e Poluição. A parte de Resíduos, que aborda o manejo e a
34

destinação correta deles, seguem as exigências da Resolução nº 307/2002 do Conselho


Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, que normatizam a disposição de resíduos,
incluindo os resíduos perigosos, corretamente no ambiente.
Finalmente, o último tópico, Infraestrutura do Canteiro, refere-se à metodologia
utilizada para que as construções provisórias do canteiro de obras seja estabelecidas visando o
mínimo possível de impacto ambiental, além do seu funcionamento priorizar o respeito ao
meio ambiente. No quadro 5 é possível analisar todos os aspectos de maneira mais
abrangente.
Desse modo, para se obter um canteiro de obras sustentável, onde, segundo Brandão,
Gabriela et. Al. (2012) são definidos como “canteiros que têm como qualidade principal o
respeito à qualidade ambiental na concepção do empreendimento”, é necessário respeitar
todos os aspectos ambientais envolvidos no processo, por meio da análise individual de cada
tópico referente a um canteiro de obras sustentável (Quadro 5).
Assim, definidos os impactos ambientais em cada aspecto, o próximo passo é definir as
tecnologias e as ações a serem tomadas para diminuição ou eliminação dos mesmos, por meio
de compra de equipamentos, treinamento de profissionais e ferramentas gerenciais a serem
implantadas. Portanto, são definidas as diretrizes a serem seguidas, que adequam o canteiro de
obras e seus funcionários às medidas sustentáveis.
35

Quadro 5 - Aspectos ambientais envolvidos


nas atividades nos canteiros de obras.

Fonte: Degani (2003).

2.5.2 Análise dos Aspectos Ambientais e Definições de Diretrizes:

2.5.2.1 Aspectos Ambientais - Recursos: Consumo de recursos:


No caso de consumo de materiais, produtos e embalagens, Miranda e Ferreira (2010)
atentam para a escolha de fornecedores que utilizem recursos sustentáveis, como materiais
renováveis, reutilizáveis ou recicláveis, que respeitem as leis trabalhistas e ambientais e que
forneçam qualidade de trabalho para seus funcionários. Além disso, Souza e Deana (2010)
36

pontuam que é importante verificar a procedência da madeira utilizada no canteiro de obras,


onde se deve optar por madeiras ecologicamente conformes, visto que a construção civil é
responsável pelo consumo de quase 70% da madeira natural extraída no Brasil.
Na área de embalagens, os autores Miranda e Ferreira (2010) avaliam que é preciso
avaliar a real necessidade de utilizá-las, visto que o uso desnecessário não agrega valor algum
ao empreendimento. Portanto, quando preciso, deve-se optar por embalagens que possam ser
recicladas ou reutilizadas, feitas de materiais renováveis e que não emitam poluentes em
excesso durante sua fabricação.
2.5.2.2 Aspectos Ambientais - Recursos: Consumo e Desperdício de água:
Nesse quesito, torna-se importante a redução do consumo de água potável, por meio
da redução dos desperdícios, a monitoração do seu uso e o emprego de outros tipos de águas,
como as pluviais. Dessa maneira, John (2009) propõe a mudança de vazão de saída de água
nos principais pontos do canteiro, por meio de válvulas redutoras de pressão, além de
tecnologias que permitam a economia de água durante a obra.
O autor alega também que, para auxiliar no combate aos desperdícios, devem-se
instalar medidores individuais do consumo de água nas áreas de vivência e de produção,
obtendo, assim, um melhor monitoramento do uso da água nos canteiros de obras. Além disso,
a utilização de águas pluviais (Figura 8) em grande impacto na redução do consumo de água
potável dentro de um canteiro de obras, onde, por meio da sua correta captação, podem-se
utilizar as águas pluviais para limpeza do canteiro, irrigação de plantas e para outros fins que
não sejam potáveis (John, 2009).

Figura 8 - Reservatórios para captação de água da chuva.

Fonte: Araújo (2009).


37

Finalmente, Costa (2016) exalta a importância da conscientização de funcionários, onde


se torna necessário adverti-los para o consumo correto da água, por meio da disposição de
cartazes de alerta pelo canteiro de obras, além da manutenção periódica de equipamentos,
evitando desperdícios (Figura 9).

Figura 9 - Cartazes de alerta em uma obra.

Fonte: Costa (2016).

2.5.2.3 Aspectos Ambientais - Recursos: Consumo e Desperdício de energia:


Neste tópico, Araújo (2009) exalta a necessidade do uso de energias renováveis e de
aparelhos que possuam boa qualidade e eficiência energética, além do uso de técnicas que
permitam a redução do consumo da energia, como o aproveitamento da luz natural.
Assim, John (2009) relata que todos os equipamentos e maquinários devem estar
adequados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial –
INMETRO, de maneira que possam receber os selos de nível A do Programa Nacional de
Conservação de Energia Elétrica – PROCEL, que envolve eletrodomésticos, ou do Programa
de Etiquetagem de Aparelhos Domésticos a Gás – CONPET, que se refere a aquecedores à
gás e fogões (Figura 10).
38

Figura 10 - Selos e etiquetas concedidas pelo PROCEL e CONPET.

Fonte: site do Inmetro. Disponível em:


<http://www.inmetro.gov.br/consumidor/pbeSelo.asp> Acesso em mai. 2018

No caso da eficiência energética, o autor recomenda o uso de lâmpadas econômicas e


bem avaliadas pela PROCEL, como as lâmpadas fluorescentes compactas e as de tipo led.
Além disso, John (2009) atenta para a importância do uso de sensores de presença em locais
estratégicos no canteiro de obras, de maneira a reduzir desperdícios, onde também é
necessário evitar gastos com luzes acesas por muito tempo ou aparelhos de ar condicionado
ligados ininterruptamente, bem como fazer manutenções periódicas nos equipamentos.

2.5.2.4 Aspectos Ambientais – Incômodos e poluições: Geração de Resíduos


Perigosos:
Inicialmente, faz-se necessária uma breve classificação dos tipos de resíduos gerados
na construção civil. Logo, de acordo com a resolução Nº302/2002 do Conama separa os
resíduos em 4 classes: Classe A, Classe B, Classe C e Classe D. Os resíduos de Classe A são
39

provenientes da construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação, além de outras


obras de infraestrutura e solos provenientes de terraplenagem, que podem ser reutilizados ou
reciclados como agregados. Nos resíduos de Classe B temos os que são aptos a serem
reciclados para outras destinações, dentre eles plásticos, papel/papelão, metais e madeira. Os
produtos oriundos do gesso são classificados como Classe C, onde, por enquanto, não há
aplicações viáveis econômica e tecnologicamente para sua recuperação e reciclagem.
Finalmente, os resíduos de Classe D são classificados como os resíduos de perigosos que são
gerados na construção civil, onde estes são nocivos à saúde, sem possibilidades de
reutilização ou reciclagem.
Assim, este aspecto se refere à tentativa de diminuir a geração de resíduos perigosos,
assim como a sua possível contaminação de resíduos inertes, o que, além de apresentar riscos
para os trabalhadores, pode causar severos impactos ambientais no local da obra. Assim, a
resolução do CONAMA estabelece que os resíduos perigosos sejam os de Classe D, sendo os
“resíduos perigosos oriundos do processo de construção”, dentre eles tintas, solventes e óleos.
Desse modo, a resolução do CONAMA sugere que seja feita uma triagem rigorosa
para separação de resíduos, onde devem ser armazenados, transportados, reutilizados e
destinados de acordo com as normas técnicas específicas, visto que não poderão ser dispostos
em aterros de resíduos domiciliares.
A origem desses resíduos, segundo Araújo (2009), se dá em diversos aspectos do
canteiro de obras, onde cada tipo requer ações específicas para redução dos impactos
ambientais e dos resíduos perigosos produzidos. Por exemplo, para escavações em solos
contaminados, é importante atentar para a neutralização dos resíduos, de maneira que eles se
tornem inofensivos, podendo até serem reutilizados. (CONAMA, 2002). Além disso, Araújo
(2009) sugere alguns cuidados em relação aos resíduos perigosos, dentre eles: não jogar
resíduos de gesso ou da nata do cimento em esgotos ou redes de drenagem, não derramar
colas, emulsões, solventes e tintas no solo, de maneira que não adentrem no terreno natural, e
evitar o uso de vernizes sintéticos à base de poliuretano.

2.5.2.5 Aspectos Ambientais – Incômodos e poluições: Geração de Resíduos


Sólidos:
Neste tópico, procura-se estudar maneiras de se aproveitar ao máximo os materiais
utilizados na obra, reduzindo a necessidade de cortes e desperdícios de peças, além do
reaproveitamento e reutilização de produtos e equipamentos sempre que possível. Pinto
(1999) avalia que para se ter uma gestão integrada e sustentável dos resíduos sólidos, torna-se
40

necessário seguir diretrizes que auxiliem na gestão dos resíduos da construção civil, como a
diferenciação integral dos resíduos sólidos, que consiste na sua separação por meio de
categorias, e a alteração da destinação, onde alguns resíduos podem ser reaproveitados, por
meio da adoção da reciclagem.
Assim, durante etapas em que há uma grande quantidade de resíduos de características
diferentes, como a demolição, o autor sugere que seja feita a diferenciação correta e delicada
dos resíduos gerados, para a correta destinação em aterros e áreas de reciclagem.

2.5.2.6 Aspectos Ambientais – Incômodos e poluições: Emissão de vibrações:


Por estarem presentes em praticamente todas as etapas da obra, as vibrações geradas
por maquinários e equipamentos podem causar danos à saúde de funcionários, além de causar
incômodos nas redondezas. Os danos relacionados à saúde, segundo Xiemens e Mainier
(2005), podem ser causados por ressonâncias pelo interior do corpo, que são estimuladas
devido a vibrações de veículos de transporte ou pisos vibrantes, por exemplo, podendo causar
danos ao esqueleto e músculos. Outro exemplo de danos permanentes causados pelas
vibrações é quando a emissão se concentra nas mãos, ocasionados pelo manuseio de
ferramentas vibratórias, acarretando doenças neurológicas, lesões musculares e danos ao
sistema circulatório.
Desse modo, ressalta-se a importância do estudo da origem das vibrações em cada
atividade, onde se deve fazer utilização de outro equipamento ou tecnologia construtiva, com
o intuito de reduzir ou neutralizar a emissão de vibrações nos canteiros.
Assim, Cardoso e Araújo (2007) propõem uma série de recomendações com esse
intuito (Quadro 6).
41

Quadro 6 - Recomendações para redução de emissão


de vibração em canteiros de obras.

Fonte: Cardoso e Araújo (2007).

2.5.2.7 Aspectos Ambientais – Incômodos e poluições: Emissão de ruídos:


Por estarem bastantes presentes na construção civil, os ruídos causados por máquinas e
equipamentos (Quadro 7) são responsáveis por um grande índice de operários que sofrem com
algum nível de perda auditiva, que são resultados pela exposição crônica ao ruído de níveis
de pressão sonora enquadrados entre 80 e 120 dB, seja pela exposição constante ou pela falta
do uso de equipamentos de proteção (Maia e Bertolli, 1998). Assim, segundo Vieira (2005), é
importante reduzir ao máximo a emissão dos ruídos nos canteiros de obras, bem como a
avaliação periódica dos funcionários, que trabalham em condições de geração de diversos
ruídos inerentes à sua ocupação.
42

Quadro 7 - Escala de ruídos de equipamentos


utilizados nos canteiors de obras.

Fonte: Andrade (2004).


Desse modo, Andrade (2004) estabelece os equipamentos como principais geradores
de ruídos, onde a exposição do operário se dá pelo tempo de uso do equipamento, pelo tipo de
material processado e pelo confinamento, seja em local aberto ou fechado. Como soluções, o
autor atenta para o uso correto de equipamentos de proteção individual – EPI, localização de
áreas de produção constante de ruídos e vibrações, como betoneiras, bombas e vibradores, e a
construção de proteções acústicas em locais de ruídos excessivos.
43

Imagem 1 - Exemplos de EPI'S que


auxiliam na redução de ruídos

Fonte: site EPI BRASIL. Disponível em:


<https://www.epibrasil.com.br/protetor-auditivo-1426-spf14260-p5656/> Acesso em mai. 2018

Outros exemplos sugeridos pelo autor são: silenciadores em escapamentos, desligar


veículos e equipamentos quando não estiverem em uso e a rotatividade de funcionários
manuseando equipamentos que emitirem altos níveis de ruídos.

2.5.2.8 Aspectos Ambientais – Incômodos e poluições: Lançamento de fragmentos:


Neste aspecto são abordados alguns itens relacionados à segurança no canteiro de
obras, que englobam a projeção de peças e materiais, quedas de trabalhadores e ruptura de
máquinas e equipamentos. Para aplicação de medidas de segurança a serem tomadas, deve-se
verificar na Norma Regulamentadora 18 – NR 18 (2002), especificamente nos itens 18.13 e
18.22.3. O item 18.13 representa as medidas de proteção contra projeção de materiais e
quedas de trabalhadores, onde, por exemplo, sugere a instalação de telas fechando o perímetro
da construção do edifício, que também serve de proteção para funcionários e também como
uma barreira protetora contra projeção de materiais e ferramentas (Figura 11).
44

Figura 11 - Telas de proteação ao redor do


perímetro do da construção

Fonte: Machado e Ferraresi (2009).

No item 18.22.3, é exaltada a necessidade de proteção de máquinas e equipamentos


que oferecerem riscos de ruptura de suas partes móveis, bem como a projeção de peças ou
partículas de materiais.
2.5.2.9 Aspectos Ambientais – Incômodos e poluições: Emissão de materiais
particulados:
Trata-se de ações preventivas para diminuir ao máximo a emissão de materiais
particulados no ar, os quais, segundo Cardoso (), são partículas misturadas, sólidas e líquidas,
que são emitidas por fontes poluidoras ou formadas pela atmosfera, podendo variar entre
diversos tamanhos, algumas sendo vistas a olho nu e outras apenas por meio de microscópios.
Araújo (1998) classifica o material particulado em quatro tipos:
 Poeiras: partículas sólidas geradas por processos mecânicos. Exemplo:
partículas de cimentos;
 Fumos: partículas gasosas formadas pela condensação ou sublimação de
substâncias gasosas advindas da vaporização ou sublimação de sólidos.
Exemplo: fumos metálicos (zinco e alumínio);
 Fumaça: partículas sólidas formadas durante queima de combustíveis fósseis,
materiais asfálticos ou madeira. Exemplo: cinzas de madeira e carvão geradas
pela queima de vegetação;
45

 Névoas: partículas líquidas produzidas por condensação ou dispersão de


líquidos. Exemplo: névoas de óleo de operações de cortes de metais e névodas
de operação de pinturas por compressor.
Por ser presente durante todas as etapas de construção, deve-se ter uma atenção em
especial nesse aspecto, onde, segundo Resende (2007), é necessário analisar as atividades que
possuem maior potencial de geração de materiais particulados – MP, bem como os principais
serviços de construção em que ocorrem (Quadro 8).
Quadro 8 - Principais atividades e serviços geradores de MP

Fonte: Resende (2007).

Além disso, existem legislações elaboradas com diretrizes focadas na diminuição da


emissão de MP, como o Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar – PRONAR,
onde a Resolução do Conama nº03 estabelece os padrões nacionais de qualidade do ar, bem
como a Resolução do CONAMA Nº 382/2006, que determina limites máximos de emissão de
poluentes para fontes fixas.
46

Assim, Resende (2007) elaborou algumas medidas que torna possível a emissão de
materiais particulados dentro do que as legislações permitem, causando o mínimo de impacto
possível ao meio ambiente, como é exemplificado no quadro 9.
Quadro 9 - Exemplos de medidas para prevenção de emissão de MP.

Fonte: Resende (2007).

2.5.2.10 Aspectos Ambientais – Incômodos e poluições: Riscos de geração de faíscas


onde há gases dispersos:
Para esse aspecto é necessário atentar para as medidas de segurança estabelecidas pela
Norma Regulamentadora 18 – NR 18 - 18.26 Proteção contra incêndios (2002), com o intuito
de garantir a segurança de todos no canteiro de obras no que diz respeito à explosões ou
incêndios.
Por exemplo, em locais fechados, onde são executados serviços com materiais
inflamáveis, como pintura, aplicação de laminados, tintas e outras substâncias combustíveis
ou explosivas, a NR 18 (2002) relata que se torna necessária a aplicação de algumas medidas
de segurança, dentre elas: utilizar lâmpadas e luminárias à prova de explosão; manter cola e
solventes em recipientes fechados e seguros; instalar sistema de ventilação adequado para
retirada de mistura de gases, vapores inflamáveis ou explosivos do ambiente.
47

2.5.2.11 Aspectos Ambientais – Incômodos e poluições: Desprendimento de gases,


fibras e outros:
Araújo (2009) menciona que, no decorrer das atividades executadas no canteiro de
obras, há a possibilidade da liberação (desprendimento) de gases e fibras, os quais podem ser
nocivos aos trabalhadores, à fauna local e à vizinhança, pois, além dos riscos de explosões e
incêndios, tais substâncias são responsáveis diretamente por intoxicação grave, agressão à
pele e mucosas nasais e outros problemas de saúde.
Assim, os principais gases que podem ser emitidos no canteiro de obras são: monóxido
de carbono, metano e dióxido de carbono (Bittencourt, 2012). No caso das fibras, o amianto,
por ser utilizado em materiais como telhas, caixas d’águas, pastilhas, entre outros, é um dos
tipos mais recorrentes na construção civil (Araújo, 2009).
É válido ressaltar que, para resolução dos problemas gerados por esse tipo de aspecto
ambiental, torna-se necessário um estudo sobre os ventos dominantes na área, bem como uma
investigação sobre o relevo e edificações de áreas vizinhas. (Bittencourt, 2012). A partir daí,
Araújo (2009) elabora uma série de recomendações a serem seguidas para evitar o
desprendimento desses gases e fibras no meio ambiente, exemplificado no Quadro 10.
48

Quadro 10 - Recomendações para diminuião dos efeitos causados


por desprendimento de gases, de fibras e de outros no canteiro de obras

Fonte: Adaptado de Cardoso e Araújo (2007).


49

2.5.2.12 Aspectos Ambientais – Incômodos e poluições: Renovação do ar:


A falta de renovação do ar no interior de um edifício pode acarretar no aumento da
concentração dos poluentes em ambientes confinados, além de causar efeitos nocivos à
saudade dos seres humanos, como riscos de intoxicação, asfixia, náusea e asma (Brasil, 1997).
Além disso, a umidade em excesso é um fator bastante prejudicial em canteiro de
obras, visto que, em ambientes internos, pode acontecer a proliferação de fungos (Bittencourt,
2012).
Assim, Bittencourt (2012) menciona algumas medidas eficazes para a obtenção de
uma boa qualidade do ar no canteiro de obras, dentre elas: utilização de EPI’s quando houver
o manejo de produtos químicos, uso de ventilação exaustora que realize a extração dos
contaminantes e ventilação geral que execute a insuflação de ar para o interior do ambiente e
a inspeção prévia de locais confinados antes da realização de algum serviço, para que possam
ser elaborados os procedimentos que devem ser adotados.
Ademais, a NR 18 – 18.20 (2002) elabora medidas especiais de proteção para o
trabalho em locais confinados, procurando evitar riscos de asfixia, explosão, intoxicação e
doenças do trabalho.

2.5.2.13 Aspectos Ambientais – Incômodos e poluições: Manejo de materiais


perigosos:
Este aspecto atenta para a diminuição dos impactos no caso de manipulação de
materiais perigosos (inflamáveis, corrosivos, tóxicos, dentre outros), onde, segundo Araújo
(2009), torna-se de extrema importância seguir uma série de recomendações, elaboradas pelo
autor, que devem ser transmitidas aos funcionários dos canteiros de obras.
Inicialmente, o autor sugere que sejam seguidas as especificações de uso
recomendadas por fabricantes, bem como a utilização de equipamentos de proteção
adequados. Além disso, é necessário um plano de ação de prontidão para ser executado, em
caso de derramamento dessas substâncias, onde os funcionários devem ser previamente
treinados para esses acontecimentos, assim como a familiarização do significado de símbolos
e pictogramas de riscos impressos nas etiquetas dos materiais.

2.5.2.14 Aspectos Ambientais – Resíduos: Perda de materiais por entulho:


Esse tópico aborda o desperdício de materiais no canteiro de obras, seja pelo
retrabalho ou execução de serviços desnecessários. Além disso, o desperdício também ocorre
em forma de entulhos, furtos ou perda incorporada, sendo a última a mais recorrente na
50

Construção Civil (Souza e Deana, 2007).


Assim, Agopyan (1998) decidiu classificar as perdas em cinco tipos, sendo elas:
perdas por superprodução, transporte, processamento, estoque e produtos defeituosos,
conforme é explicado no Quadro 11.

Quadro 11 - Definições de perdas de materiais.

Fonte: Adaptado de Araújo (2007).

Além disso, torna-se importante a compatibilidade entre projetos, por meio da correta
gestão do consumo de materiais, pois, segundo Solano (2005), é uma ótima maneira de
redução de retrabalhos durante os serviços de execução da obra, o que aumenta a qualidade da
construção e reduz custos globais do empreendimento. Assim, o autor faz diversas sugestões,
dentre elas: realizar o correto cálculo do consumo de argamassa e de gesso, evitando
desperdícios pelo excesso de produção, elaborar uma logística estratégica do canteiro de
obras, de maneira que não haja grande quantidade deslocamentos de materiais para execução
de serviços, além do correto armazenamento de materiais e componentes.

2.5.2.15 Aspectos Ambientais – Resíduos: Manejo de resíduos:


Este aspecto é regido pelas recomendações elaboradas pela Resolução 307/2002 do
CONAMA, que estabelece os estágios de caracterização, triagem, acondicionamento e
51

transporte.
É válido ressaltar, entretanto, que a Resolução do CONAMA (2002) prioriza a não
geração de resíduos, onde os mesmos, caso seja inevitável, devem ser enviados para redução,
reutilização e reciclagem, sendo a disposição final a última alternativa. Assim, torna-se clara a
importância da separação correta desses resíduos, por meio da utilização dos códigos de cores
adotados na identificação de coletores e transportadores, estabelecidos pela Resolução
275/2001 do CONAMA, conforme o Quadro 12, sendo sua caracterização essencial para
evitar a destinação inadequada (Araújo, 2009).

Quadro 12 - Padrão de cores para


coletores e transportadores

Fonte: CONAMA (2001).


Outro fator importante acontece durante a triagem, onde Cardoso e Araújo (2007)
descrevem a necessidade dessa etapa ser realizada no local em que o resíduo é gerado, o que
possibilita sua reutilização no próprio canteiro de obras.
Na etapa de acondicionamento, é necessário evitar que haja a mistura de resíduos de
classes diferentes, e de materiais diferentes, mas de mesmas classes, conforme relatado por
Araújo (2009). Além disso, o autor relata que é importante evitar que os resíduos não se
espalhem, de maneira que possam poluir o ar ou vias próximas (Figura 12).
52

Figura 12 - Acondicionamento temporário de resíduos.

Fonte: Adaptado de Araújo (2009).

Ademais, os autores Cardoso e Araújo (2007) elaboraram uma série de recomendações


em relação ao correto gerenciamento de um sistema de gestão de resíduos em um canteiro de
obras, sendo elas:
- Inicialmente, para acondicionamento do resíduo, podem ser utilizados bombonas
para plástico, madeira e metal, e sacos de fibra de ráfia para serragem;
- Elaborar uma logística em que o local de acondicionamento final de resíduos esteja
próximo ao local de triagem ou de saída do canteiro de obras;
- Sempre que possível, utilizar materiais impermeáveis para armazenamento, cobertos,
em locais bem iluminados;
- Elaborar uma logística em que as distâncias percorridas para disposição de resíduos
seja mínima;
- Realizar a sinalização correta de recipientes de acondicionamento;
- Fazer o controle da triagem no canteiro e do preenchimento de baias.

2.5.2.16 Aspectos Ambientais – Resíduos: Manejo de resíduos:


Como já foi explicada anteriormente, a Resolução 307/2002 do CONAMA expõe que
os próprios geradores de resíduos são responsáveis pela sua correta destinação (Quadro 13),
seja pela reutilização, reciclagem ou disposição em aterros. Além disso, é válido lembrar que
a Resolução visa sempre a diminuição dos impactos ambientais gerados por resíduos,
priorizando sempre a incorporação desses resíduos na produção do canteiro de obras,
diminuindo, assim, a quantidade de resíduos gerados e o consumo de recursos.
53

Quadro 13 - Possiveis destinações de resíduos da construção


civil, de acordo com suas classificações.

Fonte: CONAMA (2002).

2.5.2.17 Aspectos Ambientais – Resíduos: Manejo e destinação de resíduos


perigosos:
Como já mencionado anteriormente, os resíduos perigosos (Classe D) podem causar
diversos danos ao meio ambiente e à saúde do ser humano, como a contaminação de resíduos
inertes e de aterros, prejuízos à visibilidade, além da possibilidade de ocorrência de explosões.
Portanto, Araújo ressalta a importância de uma triagem bem realizada, evitando a
contaminação de outros resíduos, onde os trabalhadores devem estar sempre utilizando os
equipamentos necessários de segurança.
Em relação ao armazenamento, a Norma Brasileira 12235 fornece informações para o
correto armazenamento de acordo com as classificações de cada resíduo, onde se deve
identificá-los pelo tipo de material. Outro ponto importante na etapa de armazenamento,
segundo Araújo (2009), é a identificação correta desses resíduos perigosos antes de serem
enviados às áreas de destinação, onde o transporte deve atender as qualificações exigidas na
Norma Brasileira 7500, que estabelece as características das unidades de transporte.
54

2.5.2.18 Aspectos Ambientais – Resíduos: Queima de resíduos no canteiro:


Por gerar bastantes impactos ambientais, além de prejudicar à saúde de trabalhadores e
da vizinhança, a queima de resíduos no canteiro de obras é terminantemente proibida, de
acordo com a Norma Regulamentadora 18 – NR 18 (2002).

2.5.2.19 Aspectos Ambientais – Infraestrutura do canteiro de obras: Remoção de


edificações:
Referente à etapa de demolições, este aspecto busca alguns cuidados e medidas para
diminuir os impactos ambientais desse serviço, que seguem a Norma Brasileira 5682:
“Contratação, execução e supervisão de demolições”, que oferece recomendações e
exigências em relação aos trabalhos de demolições, bem como providências e precauções a
serem tomadas durante a execução do trabalho e seus métodos utilizados, e a Norma
Regulamentadora 18 – NR 18 (2002), no item 18.5, que também estabelece especificações
referentes à demolição.
Além disso, Araújo (2009) relata algumas precauções a serem tomadas durante a
demolição, como a proteção do solo após a remoção da edificação, por meio de lonas ou
plásticos; analisar o alívio de cargas com a retirada da edificação e seu possível efeito em
edificações vizinhas; realizar a proteção do material removido antes da sua destinação final,
de maneira a evitar que os resíduos sejam espalhados pela chuva ou pelo vento.
Outra alternativa sugerida por Wilkins (2009) é o emprego de novas tecnologias para
remoção de edificações, como a utilização de equipamentos controlados remotamente (Figura
13) para a prática desse serviço. Assim, o trabalhador deixa de entrar em contato com
materiais particulados, ruídos, vibrações e evita acidentes de trabalho.
Figura 13 - Exemplos de equipamentos controlados remotamente
nas atividades de demolição
55

Fonte: Araújo (2009).

2.5.2.20 Aspectos Ambientais – Infraestrutura do canteiro de obras: Supressão da


vegetação:
A retirada de vegetação pode acarretar alguns problemas na área em que a obra está
sendo realizada, como a erosão, que acontece pelo fato do solo ficar exposto em suas camadas
mais inferiores, podendo ocasionar, em maiores escalas, obstrução de redes de drenagem e
desmoronamentos. Outra consequência da supressão de vegetação exagerada é o desequilíbrio
do ecossistema local, que afeta negativamente a fauna e a flora da região (Araújo, 2009).
Portanto, o autor sugere que deve-se analisar quais vegetações realmente têm a
necessidade de serem retiradas, assim como deve ser feita a preservação das remanescentes
durante toda a obra. Desse modo, existem algumas recomendações baseadas em legislações,
como o Código Florestal - Lei 4771/65 (1965), em âmbito nacional, e a Instrução Normativa
da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente – SEUMA (2015), em âmbito
municipal, na cidade de Fortaleza.
Alguns exemplos das recomendações são: estabelecer soluções para proteção de
árvores remanescentes no canteiro, envolvendo as árvores vizinhas e nas calçadas, bem como
as que ainda serão plantadas, executar a correta molhagem de vegetações preservadas durante
toda a obra e preservar o máximo de áreas verdes no canteiro de obras, alertando sempre os
funcionários de obras para a preservação dessas vegetações, por exemplo, com medidas
educativas.

2.5.2.21 Aspectos Ambientais – Infraestrutura do canteiro de obras: Riscos de


desmoronamentos:
Esse aspecto é regido pela NR 18 (2002), que estabelece medidas de segurança para
trabalhadores e vizinhança, com o intuito de evitar desmoronamento de taludes, fundações ou
até de partes da edificação, por exemplo. Um exemplo básico dessas medidas é a utilização de
lonas para proteção de taludes, que além de evitar desmoronamentos, auxilia na proteção
contra erosões (Figura 14).
56

Figura 14 - Colocação de lonas de proteção em


taludes durante a etapa de fundação.

Fonte: Caroline et. al. (2008).

2.5.2.22 Aspectos Ambientais – Infraestrutura do canteiro de obras: Existência de


ligações provisórias (exceto águas servidas):
Este aspecto aborda medidas mais sustentáveis e seguras para se realizar a manter as
instalações provisórias de um canteiro de obras, que envolve energia elétrica e água. Assim,
Viana (2007) indica que, no caso das instalações elétricas, os principais erros ocorrem durante
a execução, onde geralmente, as instalações são executadas sem um projeto e por
profissionais que não seguem normas de segurança, pondo em riscos suas vidas e as de outras
pessoas. No caso das instalações de distribuição de água, o principal aspecto abordado por
Araújo (2009) é a qualidade da água consumida pelos operários, visto que o consumo de um
tipo de água imprópria gera efeitos nocivos aos trabalhadores.
Outro problema, tanto nas instalações elétricas quando na distribuição de água, é o
consumo excessivo, onde gerará mais gastos à obra. Além disso, torna-se importante evitar a
interrupção do fornecimento desses serviços para o canteiro de obras, uma vez que seu correto
funcionamento é crucial para o andamento da obra e qualidade de vida dos funcionários
57

(Aráujo, 2009).
Desse modo, foram elaboradas algumas recomendações pelo autor Araújo (2009) em
conjunto com as medidas fornecidas pela Norma Regulamentadora – NR 18 (2002), que
procuram o consumo de qualidade e sem causar impactos nocivos ao meio ambiente, dentre
eles: procurar realizar instalações definitivas para o empreendimento, reparar imediatamente
quaisquer danos causados ao bem comum durante as execuções das instalações, por exemplo
calçadas e vias de circulação e monitorar regularmente as instalações provisórias para
detecção de irregularidades. No caso de instalações elétricas, o autor sugere que elas sejam
sempre isoladas, e quando enterradas, realizar sua instalação dentro de tubos ou manilhas de
proteção, bem como atentar para medidas de proteção, como envolvimento de camada de
proteção, evitando a oxidação, por exemplo.

2.5.2.23 Aspectos Ambientais – Infraestrutura do canteiro de obras: Esgotamento


de águas servidas:
Por serem provenientes de vasos sanitários, lavatórios de banheiros e esgoto doméstico
geral, as águas servidas devem ter um correto despejo, onde o esgotamento, quando mal feito,
pode apresentar vazamentos, poluindo o solo e contaminando águas subterrâneas, superficiais
e também o subsolo. Além disso, o contato com o esgoto coloca em risco à saúde do
trabalhador e da vizinhança, por conta do forte odor e da proliferação de vetores (Araújo,
2009).
Logo, o autor em conjunto com a NR 18 (2002) estabelece algumas recomendações
para o correto esgotamento de águas servidas, como: utilizar as soluções técnicas, de correto
desempenho técnico e econômico, para esgotamento de águas servidas nos canteiros, caso
seja construção permanente, projetar um sistema de esgotamento de águas servidas da obra,
por meio de redes públicas ou instalações provisórias, como fossas sépticas e caixas de
gordura, e verificar regularmente a existência de vazamentos, bem como a realização
periódica de limpeza de tanques sépticos e caixas de gordura.
58

2.5.2.24 Aspectos Ambientais – Infraestrutura do canteiro de obras: Risco de


perfuração de redes:
A perfuração equivocada de redes públicas deve ser um aspecto tratado com bastante
atenção, visto que a interrupção do abastecimento de água ou gás pode gerar diversos
transtornos para a comunidade local, além de interdição de ruas e impactos negativos no
trânsito. Além disso, Araújo (2009) alerta para outros impactos negativos ao meio ambiente
em caso de perfurações de redes públicas, dentre elas: contaminação do solo pela percolação
do esgoto, riscos de incêndios em casos de perfuração de tubulações de gás e alteração de
propriedades físicas do solo, no caso de perfuração de redes de águas, bem como a ocorrência
de erosões no mesmo.
Desse modo, os autores Cardoso e Araújo (2007) explicam que é importante rastrear as
tubulações subterrâneas ao iniciar as atividades em um canteiro de obras, o que pode ser feito
por meio da utilização de aparelhos de emissão contínua de ondas eletromagnéticas no solo,
que, apesar do alto custo, são bastante eficientes para esse objetivo. Outra sugestão indicada
pelos autores seria a verificação de projetos já executados na vizinhança, por meio de
documentações existentes nas prefeituras e análise dos mesmos.

2.5.2.25 Aspectos Ambientais – Infraestrutura do canteiro de obras: Geração de


energia no canteiro:
Por ser predominante a utilização de energia de redes distribuidoras locais, deve-se
atentar para as medidas de redução do consumo de energia elétrica, conforme explicado no
tópico: 2.5.2.3 Aspectos Ambientais - Recursos: Consumo e Desperdício de energia.

2.5.2.26 Aspectos Ambientais – Infraestrutura do canteiro de obras: Existência de


construções provisórias:
Este aspecto aborda a utilização de técnicas de construção de locais provisórios para
funcionários, como áreas de vivência, stands de vendas, na tentativa de reduzir ao máximo o
uso de materiais insalubres, que possam colocar a saúde de funcionários em risco, bem como
a utilização de materiais que possam ser reutilizáveis e ou recicláveis, diminuindo a geração
de resíduos.
Assim, deve-se utilizar a NR 18 (2002) como referência para esse aspecto, que
estabelece recomendações para construções provisórias em um canteiro de obras, bem como
medidas de segurança. Por exemplo, no caso de vestiários, é necessário que possua cobertura
que proteja contra condições climáticas extremas, como fortes chuvas, e estarem sempre
59

mantidos em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza. No caso de locais para


refeições, a norma exige que o mesmo não pode se situar subsolos ou porões das edificações,
e nem ter comunicação direta com instalações sanitárias. Como medidas de segurança, é
necessária a presença de extintores de incêndio em locais estratégicos, assim como a presença
de corrimão em escadas e rampas, para garantir o bem-estar e comodidade do funcionário.
O autor Araújo (2009) também oferece outras sugestões para diminuição de impactos
ambientais desse aspecto, dentre eles: a utilização de componentes modulares, como
containers climatizados, para substituição de construções provisórias com materiais não
reutilizáveis ou recicláveis, e o emprego de compensados de madeira reciclada ao invés de
madeira padrão.

2.5.2.27 Aspectos Ambientais – Infraestrutura do canteiro de obras:


Impermeabilização de superfícies:
Por ocasionar a redução da água infiltrada pelo solo, a impermeabilização de
superfícies, se feita desnecessariamente ou em grande quantidade, pode acarretar alguns
impactos negativos para a sociedade e o meio ambiente, dentre eles: sobrecarga de redes de
drenagem, gerando risco de enchentes, aumento da chance de ocorrência de processos
erosivos, por causa do aumento da velocidade de águas superficiais, degradação de corpos
d’água, ocasionados pelo transporte de poluentes de água da chuva, aumento da temperatura
média, diminuição da umidade relativa do ar e o realce do frio, no inverno, e do calor, no
verão, causados pelo alto calor específico de agentes impermeabilizantes (Rosa e Vaz, 2004).
Desse modo, Araújo (2009) sugere a redução da impermeabilização de superfícies sobre
o terreno natural que será mantido, assim como a utilização de agentes impermeabilizantes
que sejam menos agressores ao meio ambiente.

2.5.2.28 Aspectos Ambientais – Infraestrutura do canteiro de obras: Ocupação da


via pública:
O objetivo, neste aspecto, é evitar ao máximo a utilização de espaços públicos, como a
colocação de caçambas no meio fio, o avanço de instalações do canteiro sobre calçadas ou a
utilização da via pública para estacionamento de veículos de funcionários e de carros à
serviço da obra, visto que tais situações geram transtorno para comunidade, podendo gerar
acidentes e causar congestionamentos, por conta da obstrução de vias de tráfego.
Assim, é sugerido por Araújo (2009) a implantação de um canteiro que não utilize o
espaço público, por meio de uma logística bem elaborada, como a construção de uma área de
60

estacionamento para funcionários e visitantes, possuir área para entrega de materiais, além da
verificação de movimentação de máquinas e equipamentos em torno do canteiro, por
exemplo.

2.5.2.29 Aspectos Ambientais – Infraestrutura do canteiro de obras:


Armazenamento de materiais:
O principal intuito desse aspecto envolve a diminuição de perdas de materiais, além de
evitar a contaminação do meio ambiente, garantindo a saúde e segurança dos funcionários,
conforme foi explicado em tópicos anteriores.
Assim, é sugerido atentar para as recomendações estabelecidas na NR 18 (2002),
referentes ao armazenamento e estocagem de materiais em canteiros de obras. Por exemplo, a
norma recomenda que o armazenamento deve ser feito na ordem que os materiais sejam
requisitados, evitando o trabalho desnecessário e a estabilidade da pilha de materiais.
Além disso, Araújo (2009) relata algumas sugestões para este aspecto, dentre eles: evitar
perdas por imprudência no armazenamento de materiais, como deterioração de materiais
perecíveis, quebras e derramamentos de materiais a granel, realizar a proteção adequada dos
materiais de agentes agressivos, como umidade e raios solares, e estabelecer cuidados
especiais para produtos tóxicos e perigosos, como a realização de estocagem em áreas
impermeáveis, distantes de cursos d’água, e seguir recomendações de fabricantes para o
correto armazenamento desses tipos de materiais.

2.5.2.30 Aspectos Ambientais – Infraestrutura do canteiro de obras: Circulação de


equipamentos, máquinas e veículos:
Este aspecto busca evitar os principais impactos causados por equipamentos, máquinas
e veículos, como a deterioração da qualidade do ar, causados pela emissão de gases e material
particulado, a poluição sonora, ocasionada pela magnitude de ruídos gerados nos canteiros de
obras, explicados anteriormente, o que pode ser feito reduzindo a circulação dentro do
canteiro e no seu entorno, por meio de recomendações estabelecidas pelo autor Araújo (2009),
em conjunto com a NR 18 (2002), que oferece sugestões para transporte de trabalhadores em
veículos automotores.
Desse modo, algumas dessas recomendações são: estabelecer uma logística eficiente
para entrega e retirada de materiais, por meio de definição de datas, horários e condições de
entrega; utilizar veículos, máquinas e equipamentos que possuam o melhor desempenho e
menor índice de agressão ao meio ambiente; impedir derramamento de óleo vazado de
61

motores de veículos; estabelecer acessos e vias adequadas nos canteiros, de maneira que as
rodas dos veículos não se sujem de barro, por exemplo, e chegue a poluir vias externas; evitar
deslocamentos feitos sob a vizinhança, no caso de transporte vertical, fixando bem a carga
transportada com lonas, por exemplo.

2.5.2.31 Aspectos Ambientais – Infraestrutura do canteiro de obras: Manutenção e


limpeza de ferramentas, equipamentos, máquinas e veículos:
Este aspecto busca a periodicidade de manutenção e limpeza de ferramentas,
equipamentos, máquinas e veículos, visando a redução de impactos negativos no meio
ambiente, como a excessiva emissão de poluentes e de ruídos, e assegurando, também, a
segurança de funcionários, visto que a falta de manutenção pode ocasionar acidentes.
Assim, dentre as recomendações básicas, Araújo (2009) estabelece a manutenção
regular de equipamentos, máquinas e veículos, assim como deve ser feita a limpeza dos
mesmos, imediatamente após o uso, evitando utilizar produtos que agridam o meio ambiente
ou ofereçam risco para o funcionário, como o solvente.
Além disso, outro exemplo relatado pelo autor está na elaboração de uma área para
lavagem de rodas de veículos, com mecanismos de reaproveitamento das águas, por meio do
tratamento em área previamente estabelecida no canteiro.
62

3. ESTUDO DE CASO

Este capítulo tem o objetivo de analisar a implementação de um canteiro de obras sustentável


em Fortaleza, relatando a logística utilizada, por meio de fotografias, documentos e métodos
sustentáveis aplicados, apontando medidas importantes para sua execução, assim como as
adversidades encontradas durante esse processo. Assim, após a escolha do canteiro de obras,
foi feito um acompanhamento periódico, com o intuito de colher as informações necessárias
para esta pesquisa.

3.1 DESCRIÇÃO DA EMPRESA/OBRA

Situado na Rua Padre Leopoldo Fernandes, no bairro São Gerardo, o empreendimento se


baseia na construção de uma torre residencial, com apartamentos tipo entre 85 e 117 m², e
uma extensa área de lazer, que oferece diversos itens para o cliente, como deck com
churrasqueira, piscina com raia semiolímpica e academia de ginástica. Agregado ao
empreendimento há o Bosque do Bem, uma área verde de 30.000 m², com 2.000 árvores
plantadas, o que demonstra o compromisso da empresa com o meio ambiente.
Figura 15 - Perspectiva de Fachada

Fonte: Site da Construtora. (2018)


63

Atualmente, a obra tem previsão de entrega para Março de 2019, conforme o


acompanhamento fornecido pelo site da Construtora. (Figura 16)
Figura 16 - Fases da Obra

Fonte: Site da Construtora. (2018)

Prezando sempre pela eficiência e redução dos desperdícios, o Modelo de Gestão da Empresa,
segundo o site da Construtora, segue a Filosofia “Lean”, que se baseia no Sistema Toyota de
Produção, que se traduz na Construção Enxuta, onde se destaca: a redução das parcelas que
não agregam valor ao processo, a agregação de valor ao produto com base nas necessidades
do cliente, o aumento da transparência dos processos, o foco no controle do processo global e
a introdução da melhoria contínua. Além disso, a empresa possui o selo “Green Building” dos
prédios ecologicamente corretos, e a certificação da ISO 9001, que atrela o sistema “Lean” ao
sistema de gestão da qualidade, que lhe renderam a certificação LEED em alguns
empreendimentos, por exemplo, o empreendimento Paço das Águas.
Figura 17 - Certificações da Empresa.

Fonte: Site da Constutora. (2018)


64

Como resultado disso, o empreendimento apresenta no seu conceito “Green Building” alguns
aspectos relevantes para a preservação do meio ambiente, conforme mostrado na figura 18.
Figura 18 - Aspectos Green Building.

Fonte: Site da Construtora. (2018)

Assim, torna-se evidente a escolha da empresa e do empreendimento como local para estudo e
pesquisa da implementação de um canteiro de obras sustentável, onde serão analisados os
mais diversos aspectos ambientais abordados anteriormente neste trabalho.

3.2 ANÁLISE DOS ASPECTOS AMBIENTAIS ENVOLVIDOS NAS ATIVIDADES


NOS CANTEIRO DE OBRAS.
O seguinte tópico tem como objetivo correlacionar as práticas e métodos sustentáveis,
previamente mencionados neste trabalho, com o que é desenvolvido no canteiro de obras em
questão, analisando as informações colhidas, assim como seus pontos positivos e negativos.

3.2.1 Aspectos Ambientais - Recursos: Consumo de recursos (perda incorporada e


embalagens):
A empresa não apresentou nenhum método inovador ou diferenciado em relação a este
quesito.

3.2.2 Aspectos Ambientais - Recursos: Consumo e Desperdício de água:


O controle de desperdício de água da empresa se dá pelo acompanhamento mensal em forma
de gráfico, chamado de “Pegada Hídrica Mensal”, onde é analisada a razão entre o volume
65

total acumulado de água pela área total construída do empreendimento até o mês atual. A
empresa considera dentro da meta os valores de altura de lâmina d’água abaixo de 50 cm,
porém, ainda assim, nota-se valores encontrados maiores do que o desejável. (Figura 19).

Figura 19- Pegada Hídrica Mensal

Fonte: Autor (2018).

Além disso, sempre buscando soluções ambientais e econômicas para a reutilização da água, a
empresa buscou o reaproveitamento da água do lavatório de banheiros, por meio de apenas
uma tubulação de saída dos lavatórios ligada à descarga dos mictórios (Figura 20).
66

Figura 20- Reaproveitamento de Água (Pia - Mictório)

Fonte: Autor (2018).

3.2.3 Aspectos Ambientais - Recursos: Consumo e Desperdício de energia:


Além da utilização de equipamentos eficientes, como lâmpadas fluorescentes e de led, a
empresa mantém uma medição mensal do consumo de energia dentro da obra, por meio de
um gráfico que representa o índice de energia, em KWh/m², com uma meta de,
aproximadamente, 15 KWh/m² (Figura 21).

Figura 21 - Consumo de Energia (KWh)

Fonte: Autor (2018).


67

Buscando uma maneira de incentivar a prática sustentável no canteiro, a empresa optou por
instalar dois módulos fotovoltaicos, que produz energia a partir da luz solar, capaz de suprir
em até 8% o consumo mensal de energia elétrica da sala técnica e do almoxarifado
(aproximadamente 77KWh), gerando uma economia anual de, aproximadamente R$ 950,00
(Figura 23). É válido ressaltar que esse protótipo está em fase de estudo e sujeito a utilização
em definitivo, em maior escala entregue aos clientes finais do empreendimento.
Figura 22 - Placa Fotovoltaica

Fonte: Autor (2018).

3.2.4 Aspectos Ambientais – Incômodos e Poluições: Geração de Resíduos Perigosos:


Anteriormente abordado neste trabalho, este tópico diz respeito ao manejo e correta
destinação de resíduos de Classe D, considerados perigosos. Assim, a empresa possui em seu
Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - PGRCC, que será melhor
abordado posteriormente, a correta destinação de cada tipo de resíduo e como acondiciona-lo
na obra, dentre outras informações. (Figura 23)
Figura 23 - Informações contidas no PGRCC

Fonte: Autor (2018).


68

Assim, os resíduos de classe D são transportados por empresas terceirizadas para aterros
sanitários de classe I, onde há um maior controle para evitar a contaminação do solo, água e
ar. Também há a disposição de recipientes adequados (tambores), para que os funcionários
possam realizar o descarte correto de solventes, tintas e óleos, por exemplo, para que depois
seja feita a correta destinação desses resíduos. (Figura 24).
Figura 24 - Tambor para descarte de resíduo perigoso.

Fonte: Autor (2018).


Entretanto, nota-se a falta de identificação do recipiente, que deveria estar sinalizado
corretamente.
3.2.5 Aspectos Ambientais – Incômodos e Poluições: Geração de Resíduos Sólidos:
A empresa propôs, neste aspecto, o reaproveitamento de materiais gerados na obra, utilizando
os resíduos sólidos (triturados) como aterro, por exemplo. (Figura 25)
Figura 25 - Resíduos sendo preparados para trituração

Fonte: Autor (2018).


69

Além disso, a reutilização desses resíduos gera economia relacionada ao pagamento para
retirada desses mesmos, conforme é demonstrado na figura abaixo. (Figura 26).
Figura 26 - Economia do volume do aterro

Fonte: Adaptado do autor (2018).

Desse modo, o volume total de resíduos produzido é utilizado como aterro na lateral direita,
esquerda e nos fundos da edificação, economizando na compra de aterro (R$ 5.890,25) e
também na retirada dos resíduos (R$ 23.561,00), que serão reutilizados.

3.2.6 Aspectos Ambientais – Incômodos e Poluições: Emissão de vibrações:


A empresa não apresentou nenhum método inovador ou diferenciado em relação a este
quesito, apenas ressaltou a importância do uso de equipamentos de proteção durante a
utilização de máquinas ou equipamentos que emitam vibrações.

3.2.7 Aspectos Ambientais – Incômodos e Poluições: Emissão de ruídos:


A empresa não apresentou nenhum método inovador ou diferenciado em relação a este
quesito, apenas ressaltou a importância do uso de equipamentos de proteção durante a
utilização de máquinas ou equipamentos que emitam ruídos.

3.2.8 Aspectos Ambientais – Incômodos e Poluições: Lançamento de fragmentos:


Buscando a segurança no canteiro de obras, este aspecto aborda a proteção em relação à
projeção de peças e materiais, bem como a proteção de operários. A medida mais relevante
encontrada no canteiro foi a utilização de telas de proteção ao redor do perímetro da
construção, que por estar com uma parte da fachada completa, se encontra apenas em uma
lateral da edificação. (Figura 27)
70

Figura 27 - Tela de proteção da edificação.

Foto: Autor (2018).


Além disso, por já estar em uma fase avançada, não foi verificada, na obra, a existência de
bandejas de proteção primária e secundária, onde a primária é instalada na primeira laje,
sendo um equipamento específico para aparar materiais em queda livre, e a secundária é
afixada acima da proteção primária a cada 3 pavimentos edificados ou enquanto estes
perímetros não estiverem fechados por paredes.

3.2.9 Aspectos Ambientais – Incômodos e Poluições: Emissão de materiais particulados:


Não foi apresentado nenhum método inovador ou diferenciado em relação a este quesito,
apenas o seguimento das normas vigentes, como a PRONAR e a Resolução do CONAMA Nº
382/2006.
3.2.10 Aspectos Ambientais – Incômodos e Poluições: Riscos de geração de faíscas:
Não foi apresentado nenhum método inovador ou diferenciado em relação a este quesito,
apenas o seguimento das normas vigentes, como a NR 18 – 18.26 – Proteção contra incêndios
– 2002.
3.2.11 Aspectos Ambientais – Incômodos e Poluições: Desprendimento de gases, fibras e
outros:
A empresa não apresentou nenhum método inovador ou diferenciado em relação a este
quesito, apenas ressaltou a importância do uso de equipamentos de proteção durante a
utilização de materiais ou máquinas que possam causar danos nocivos ao trabalhador.
71

3.2.12 Aspectos Ambientais – Incômodos e Poluições: Renovação do ar:


Não foi apresentado nenhum método inovador ou diferenciado em relação a este quesito,
apenas o seguimento das normas vigentes, como a NR 18 – 18.20 – Locais confinados – 2002.
Além disso, a empresa contribui para a renovação do ar em maior escala, com uma proposta
que se baseia na plantação de mudas de árvores em locais públicos, onde cada metro quadrado
construído do empreendimento tem sua compensação de emissão de gases poluentes com o
plantio de uma árvore em local público, que será melhor abordado no item 3.2.20. (Figura 28)
Figura 28 - Panfleto relacionado à renovação do ar.

Fonte: Autor (2018).


3.2.13 Aspectos Ambientais – Incômodos e Poluições: Manejo de materiais perigosos:
A empresa não apresentou nenhum método inovador ou diferenciado em relação a este
quesito, apenas ressaltou a importância do uso de equipamentos de proteção durante a
utilização de materiais perigosos (inflamáveis, corrosivos, tóxicos, dentre outros).
3.2.14 Aspectos Ambientais – Resíduos: Perda de materiais por entulho:
Neste quesito, a empresa preza pela conscientização em relação ao desperdício de materiais,
seja pelo retrabalho, execução de serviços desnecessários ou pelo acondicionamento incorreto
de materiais, por exemplo. Além disso, nesta obra, alguns resíduos sólidos (processados)
foram reutilizados para aterramento de algumas áreas do empreendimento, conforme foi
explicado no item 3.2.5.
3.2.15 Aspectos Ambientais – Resíduos: Manejo de resíduos:
Para o gerenciamento de resíduos, a empresa adotou um Plano de Gerenciamento dos
Resíduos Sólidos – PGRCC, que estabelece diretrizes para o correto manejo e destinação
ambientalmente adequada dos resíduos gerados na construção civil, com o objetivo de
72

minimizar os resíduos gerados em canteiros de obras. Este plano deve estar de acordo com as
normas e legislações ambientais, onde passa por aprovação de algum órgão ambiental
(Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente – SEUMA, na cidade de Fortaleza). A
figura 29 demonstra o termo de aprovação do PGRCC da obra.

Figura 29 - Exemplo de termo de aprovação da SEUMA.

Fonte: Autor (2018).

Assim, segundo o PGRCC da obra, os resíduos produzidos no canteiro são acondicionados


em containers, separados pelo tipo de material e classes, em baias de segregação cobertas,
para posterior destinação final. (Figura 30)
Figura 30 - Containers em baias de segregação.

Fonte: Autor (2018).


Entretanto, foi observado, durante o acompanhamento da obra, o acondicionamento incorreto
73

de alguns resíduos, onde os mesmos não eram colocados no container que possuía sua correta
especificação, tendo como exemplo o despejo de tijolos, blocos e telhas no container que está
sinalizado como “madeira”, conforme é visto na figura 31.
Figura 31 - Armazenamento incorreto de resíduos.

Fonte: Autor (2018).

Além disso, também foi observada a disposição de lixeiras para coleta seletiva (Figura 32), o
que demonstra o incentivo à conscientização ambiental dos trabalhadores, e que também serve
para acondicionamento de resíduos gerados no canteiro.

Figura 32 - Lixeiras para coleta seletiva

Fonte: Autor (2018).

3.2.16 Aspectos Ambientais – Resíduos: Destinação de resíduos (inclui descarte de


74

recursos renováveis):
Como foi abordado no item 2.5.16, os geradores de resíduos são responsáveis pela sua correta
destinação, seja pela reutilização, reciclagem ou disposição em aterros. Assim, o PGRCC da
obra dispõe a especificação de cada tipo de resíduo e sua correta destinação final (Quadro 14).

Quadro 14 - Destinação de resíduos de acordo com sua classe.

Fonte: Adaptado de PGRCC OBRA (2018).

3.2.17 Aspectos Ambientais – Resíduos: Manejo e destinação de Resíduos perigosos:


Conforme foi explicado no item 2.5.2.4, os resíduos perigosos são os de Classe D, nocivos à
saúde e sem possibilidades de reutilização ou reciclagem. O seu manejo e disposição está
incluído no PGRCC da obra, o qual já foi abordado nos itens anteriores. Desse modo, o seu
manejo e destinação podem ser observados no quadro 15.

Quadro 15 - Destinação - Manejo e destinação de resíduos perigosos.

Fonte: Adaptado de PGRCC OBRA (2018).

3.2.18 Aspectos Ambientais – Resíduos: Queima de resíduos no canteiro:


75

A queima de resíduos no canteiro não é feita pela empresa, visto que esse método, além de
prejudicar o meio ambiente e a saúde de trabalhadores e da vizinhança, está terminantemente
proibido pela Norma Regulamentadora 18 (2002).

3.2.19 Aspectos Ambientais – Infraestrutura do canteiro de obras: Remoção de


edificações:
A empresa não apresentou nenhum método inovador ou diferenciado em relação a este
quesito, apenas o seguimento das normas vigentes, como a NBR 5682: Contratação, execução
e supervisão de demolições, e a Norma Regulamentadora 18 (2002).

3.2.20 Aspectos Ambientais – Infraestrutura do canteiro de obras: Supressão da


vegetação:
Buscando sempre a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente, a empresa apresenta
um programa denominado “Compromisso Verde”, que faz parte das ações voltadas ao
“green”, que consiste na aplicação prática dos conceitos da construção sustentável, conforme
é mostrado em sua logomarca (Figura 33).

Figura 33 - Logomarca do projeto "Compromisso Verde".

Fonte: Site da construtora (2018).

Assim, este projeto tem como objetivo o plantio de uma muda de árvore de espécie nativa
para cada 1 m² de terreno adquirido para a construção de empreendimentos, onde as mudas
são estrategicamente plantadas após um estudo técnico, priorizando locais afetados pelo
desmatamento, erosão, queimadas e falta de preservação do meio ambiente. De acordo com o
site da empresa, até o momento foram plantadas ou doadas mais de 50 mil mudas.

3.2.21 Aspectos Ambientais – Infraestrutura do canteiro de obras: Risco de


76

desmoronamentos:
Não foi apresentado nenhum método inovador ou diferenciado em relação a este quesito,
apenas o seguimento das normas vigentes, como a NR 18 –2002.

3.2.22 Aspectos Ambientais – Infraestrutura do canteiro de obras: Existência de ligações


provisórias (exceto águas servidas):
Não foi apresentado nenhum método inovador ou diferenciado em relação a este quesito,
apenas o seguimento das normas vigentes, como a NR 18 –2002. Assim, podemos ressaltar a
ligação provisória de energia, que é feita por meio da instalação de um quadro de distribuição
temporário, alimentado pela concessionária de energia local. (Figura 34).

Figura 34- Quadro provisório de distribuição de energia.

Fonte: Autor (2018).


Além disso, há também a ligação provisória para banheiros de funcionários, que são
instalados em containers, e suas instalações são direcionadas para uma fossa séptica
temporária (Figura 35).
77

Figura 35 - Banheiros provisórios.

Fonte: Autor (2018).

3.2.23 Aspectos Ambientais – Infraestrutura do canteiro de obras: Esgotamento de águas


servidas:
Não foi apresentado nenhum método inovador ou diferenciado em relação a este quesito,
apenas o seguimento das normas vigentes, como a NR 18 –2002.

3.2.24 Aspectos Ambientais – Infraestrutura do canteiro de obras: Risco de perfuração


de redes:
Não foi verificado durante a fase em que o canteiro de obras se encontra.

3.2.25 Aspectos Ambientais – Infraestrutura do canteiro de obras: Geração de energia


no canteiro:
Conforme foi explicado no item 3.2.22, a energia do canteiro é gerada a partir de uma
distribuidora de energia local. Além disso, o item 3.2.3 demonstra as medidas tomadas para
controle do consumo e do desperdício de energia.
78
79

REFERÊNCIAS

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OFFICIALS - AASHTO. Guide for the Development of Bicycle Facilities. Washington,
D.C.: AASHTO, 1999. 78 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 9050:


Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos. Rio de
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Comparativo 2003/2011: Sistema de Informações da Mobilidade Urbana da ANTP. São
Paulo, 2012. 40 p. Disponível em: <http://www.antp.org.br >. Acesso em: 20 maio 2013.

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Dissertação (Mestrado) - Programa de Mestrado em Engenharia de Transportes, Universidade
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Forecasting. In: TRANSPORTATION RESEARCH BOARD ANNUAL MEETING, 90.,


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FORTALEZA. Lei nº 5.530, de 17 de dezembro de 1981. Dispõe sobre o Código de Obras e


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MELLO, Mônica Barcellos de Araújo. Estudo das Variáveis que Influenciam o


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(Mestrado) - Departamento de Programa de Pós-graduação em Engenharia de Transportes,
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MIRANDA, Hellem de Freitas. Mobilidade Urbana Sustentável e o Caso de


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SÃO PAULO. Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida –


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de São Paulo. São Paulo: s.n., 2008. 205 p.

SOUZA, Osmar Ambrósio de. Delineamento Experimental em Ensaios Fatoriais


Utilizando a Técnica de Preferência Declarada. 1999. Tese (Doutorado) - Departamento de
Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1999.
Disponível em: <http://www.eps.ufsc.br/teses99/osmar/>. Acesso em: 25 maio 2012.
82

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO
(Documento criado pelo autor.)

PERFIL DO ENTREVISTADO

1 Sexo:
( ) Masculino ( ) Feminino

2 Faixa Etária:
( ) Até 19 anos ( ) 20 – 29 anos ( ) 30 – 39 anos ( ) Acima de 40 anos

3 Nível de escolaridade:
( ) Fundamental incompleto ( ) Fundamental completo
( ) Médio incompleto ( ) Médio completo
( ) Superior completo ( ) Superior incompleto
( ) Especialização ( ) Especialização incompleta
( ) Mestrado ( ) Mestrado incompleto
( ) Doutorado ( ) Doutorado incompleto

4 Renda:
( ) Até 1 salário mínimo
( ) A partir de 1 até 5 salários mínimos
( ) A partir de 5 até 10 salários mínimos
( ) A partir de 10 até 15 salários mínimos
( ) Acima de 15 salários mínimos
83

ANEXO A – RELATÓRIO DE SONDAGEM


(Documento criado por terceiros. Deve indicar a fonte.)

Fonte: (XXXXXXXXXXXX, 2000).


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