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FORTALEZA
2018
CAIO BURGOS RIBEIRO DA PENHA
FORTALEZA
2018
CAIO BURGOS RIBEIRO DA PENHA
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Prof. Dr. Xxxxxxxxx Xxxxxxx (Orientador)
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
_________________________________________
Prof. Prof. M.Sc. Xxxxxxxxx Xxxxxxx
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
_________________________________________
Prof. Prof. Dr. Xxxxxxxxx Xxxxxxx
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
A Deus.
Aos meus pais, Xxxxx e Xxxxxx.
AGRADECIMENTOS
Tradução do resumo para outro idioma (geralmente utilizado o inglês ABSTRACT). Abstract
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Sumário
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................12
1.1 Justificativa............................................................................................................13
1.2 Objetivos................................................................................................................14
1.3 Metodologia...........................................................................................................14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................16
2.4 Certificações..........................................................................................................26
2.4.1 Leed................................................................................................................27
2.4.2 Aqua................................................................................................................29
2.5.1 Definição........................................................................................................32
4 RESULTADOS E CONCLUSÕES..............................................................................62
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1 INTRODUÇÃO
ainda destaca a importância das empresas se adequarem a essa nova realidade, pois com a
crescente conscientização social dessa problemática, as empresas que continuarem a adotar
métodos retrógrados e nocivos à natureza estarão fadadas ao fracasso em um curto espaço de
tempo.
1.1 Justificativa
1.2 Objetivos
1.3 Metodologia
O presente trabalho irá ser desenvolvido, incialmente, a partir de uma pesquisa
bibliográfica, buscando a familiarização com o tema, por meio de pesquisas em artigos,
trabalhos, livros e sites, aprimorando ideias e construindo um caráter crítico. Essa
fundamentação teórica, a partir de um levantamento bibliográfico, irá embasar e adentrar a
questão de sustentabilidade fora e dentro da Construção Civil.
Após o feito o embasamento teórico, a pesquisa irá ser direcionada para um estudo de caso,
onde o pesquisador irá fazer a análise em um canteiro de obras de Fortaleza - CE, com um
acompanhamento periódico da obra, a fim de registrar documentos, fotografias e métodos
sustentáveis aplicados.
A partir daí, os dados obtidos serão analisados por meio de um estudo sobre a
implantação de um canteiro de obras sustentável, onde serão apontados elementos importantes
para a sua execução, como a aplicação de medidas viáveis de sustentabilidade e de menor
custo.
Além disso, toda a pesquisa é feita em conjunto com a supervisão de um orientador, que
sugere alterações e melhorias, com o intuito de otimizar este trabalho.
15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Além disso, outro fator denunciado pela autora foi o grande acúmulo de resíduos
inseticidas organoclorados em humanos, fato que assustou e alertou toda a população na
época. De acordo com McCormick (1992), por conta das graves denúncias, o livro
rapidamente se tornou um dos mais vendidos dos Estados Unidos, que vendeu mais de meio
milhão de cópias e, em 1963, já havia sido traduzido em 15 países.
Em decorrência desses eventos catastróficos, notou-se a relação entre o grande
crescimento populacional com o surgimento de novas tecnologias de produção que permitia
retirada e degradação rápida dos recursos naturais, conforme relatado por Hardin (1968). Em
1970, um grupo de cientistas, empresários e políticos de vários países se reuniram, em Roma,
para discutir e solucionar as questões ambientais, evento que ficou conhecido como Clube de
Roma. No ano de 1972, eles publicaram o estudo “Limits to Growth” (Meadows, Dennis et
al.), onde foi concluído, que, se mantido os atuais níveis de industrialização, de poluição e de
exploração dos recursos naturais, a sociedade entraria em colapso em menos de 100 anos.
Além disso, o autor ainda propôs o congelamento do crescimento da população global e do
capital industrial, visto a real situação dos recursos limitados e necessidade de controle
demográfico.
No mesmo ano de 1972, a realização da Conferência Mundial sobre o Homem e o Meio
Ambiente, organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), inseriu a questão
ambiental na agenda internacional, além de ter discutido a problemática em âmbito planetário.
Segundo Le Prestre (2005), os quatro principais motivos para realização dessa Conferência
foram:
Aumento da cooperação científica nos anos 60;
Aumento da publicidade dos problemas ambientais;
Crescimento econômico acelerado;
Problemas ambientais identificados na época (Chuvas ácidas, poluição e
acumulação de pesticidas em animais).
Pinheiro (2012) relata que, durante a Conferência de Estocolmo, como ficou conhecida,
países ditos desenvolvidos defendiam como objetivo principal do evento a defesa do meio
ambiente, enquanto os países em desenvolvimento acreditavam que a solução para os
problemas ambientais passava, também, pela extinção da pobreza. A partir daí, foi produzido
um documento que equilibrava as duas propostas: “Only one Earth” (Ward & Dubos, 1973).
Segundo o autor, o documento apresentava que a problemática ambiental decorria do excesso
e da falta de desenvolvimento, que envolve tecnologia agressiva, consumo exacerbado,
18
Dez anos após a primeira grande Conferência, a falta de eficiência dos esforços
resultados do encontro de Estocolmo gerou a necessidade de uma nova reunião (Le Prestre,
2000). De acordo com McCormick (1992), em 1983, a ONU realizou a Comissão
Brundtlandt, presidida pela então primeira-ministra da Noruega Gro Harlem Brundtlandt. O
autor explica que a Comissão tinha como objetivo estudar a relação entre desenvolvimento e o
meio ambiente, com o intuito de criar uma nova concepção para abordar essa temática.
Pinheiro (2012) declara que foi adicionada a noção de intergeracionalidade, onde a redução de
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desigualdades sociais e os valores éticos (que eram as principais diretrizes do princípio de Eco
desenvolvimento) foram atrelados ao conceito original de sustentabilidade. O resultado foi a
criação do relatório “Nosso Futuro Comum”, publicado no ano de 1987.
No ano de 1989, foi aprovada a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente
e o Desenvolvimento (Cnumad), realizada no ano de 1992. A Rio-92, como ficou mais
conhecida, conciliou, por meio de uma boa administração, meio ambiente e desenvolvimento
dos recursos naturais sem interferir de forma arriscada no modelo econômico atual do País,
conforme citado por Pinheiro (2012). Segundo o autor, os principais resultados da
Conferência foram a criação da Convenção da Biodiversidade e das Mudanças Climáticas
,posteriormente Protocolo de Kyoto, onde previa-se a redução de até 5,2% dos gases
poluentes, a Declaração do Rio, que continha princípios para promover o desenvolvimento
sustentável, e a Agenda 21, a qual foi um plano de ação envolvendo a sustentabilidade, que foi
elaborado para tomar prática em escala global.
Outra Conferência de grande escala foi a Cúpula do Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável, mais conhecida como Rio +10. Organizada em 2002, a Rio
+10 ocorreu em Johannesburgo com o intuito de agregar melhorias às propostas feitas pela
Rio-92, visto que, apesar dos avanços desde essa conferência, os principais princípios, como
desenvolvimento sustentável e a proteção ambiental, continuavam a ser problemas no cenário
21
daquela época (Pinheiro, 2012). Assim, Martins (2002) salienta que, dentre os principais
aspectos abordados pelo documento resultante da reunião, The Johannesburg Declaration,
tem-se o quesito globalização, alertando a desigualdade entre os benefícios e os custos
gerados em torno desse elemento, e a continuidade dos inúmeros problemas ambientais de
escala global. Desse modo, o autor menciona que a Rio+10 destacou-se por apontar os
problemas gerados pela globalização, além da exibição de metas, baseadas em ações
coletivas, que visam a proteção ambiental aliada ao desenvolvimento econômico e social.
O ano de 2012 marca a mais recente Conferência realizada pelas Nações Unidas em
relação à sustentabilidade e meio ambiente. A Rio +20 marcou um contraste em relação as
Conferências de Estocolmo e Rio-92, pois, segundo Pereira e Souza (2012), não foi concebida
como Reunião de Cúpula, apenas como Conferência de Revisão, significando que a presença
de Chefes de Estado e de Governo não era de requisito obrigatório. Nessa mesma época, os
países passavam pela maior crise desde a Grande Depressão de 1929, que, de acordo com os
autores, foi um grande empecilho para presença dos grandes Chefes de Estado e Presidentes.
Portanto, não foram feitos Tratados, Convenções ou Acordos Ambientais Multilaterais em
geral, como nas Conferências anteriores. Desse modo, o objetivo da Rio+20 tinha como
propósito fortalecer e assegurar o desenvolvimento sustentável entre os países envolvidos,
além de abordar, em forma de discussões, as questões ambientais. Esse evento resultou em um
documento chamado “Rascunho Zero”, que não apresentava compromissos claros para o
estabelecimento do desenvolvimento sustentável, e sem decisões internacionais vinculantes,
como metas e mecanismos para verificar a concretização dos planos abordados.
Finalmente, Pinheiro (2012) exalta o quadro atual dos ecossistemas, que continuam
sofrendo agressões, por conta de padrões insustentáveis de produção e de urbanização, além
da vulnerabilidade de países com menos recursos, o que provoca insegurança ambiental,
econômica e social, evidenciando a necessidade da continuidade do progresso em relação à
temática do meio ambiente.
bastante complexos, os 2 conceitos às vezes são tratados como sinônimos, ou até mesmo têm
diferentes significados para alguns pesquisadores.
Van Bellen (2002) aponta que a ideia de desenvolvimento sustentável baseia-se na
relação entre a sociedade civil e o seu meio natural, por meio de um longo processo histórico,
e que, por isso, há uma grande variedade de pesquisas e artigos que tem como intuito explicar
sobre a sustentabilidade, onde se torna importante entender sobre o conceito, seja ele um
processo ou o objetivo final.
Definido a partir da World Commission on Environment and Development (WCED), o
Relatório Brundtland apresenta um dos significados de desenvolvimento sustentável mais
difundidos na sociedade científica, que se baseia no “desenvolvimento que evolui sem
interferir na capacidade de desenvolvimento das gerações que estão por vir” (World
Commission on Environment and Development, 1987). Sabendo disso, Pronk (1992) avalia a
questão do crescimento econômico na temática ambiental, onde o desenvolvimento torna-se
sustentável a partir do momento em que o crescimento econômico não agride o meio
ambiente, com um bom gerenciamento de recursos naturais e sem sobrecarregar a capacidade
de carga do sistema.
A partir daí, Pinheiro (2012) estabelece as três dimensões do desenvolvimento
sustentável: econômica, ambiental e social. Na dimensão ambiental, o autor explica que parte
de um pressuposto em que a produção e o consumo sejam equilibrados para que os
ecossistemas possam continuar com sua auto reparação. A dimensão econômica aponta para a
constante inovação tecnológica, de maneira a usar cada vez menos os combustíveis fósseis
(carvão, petróleo e gás), aumentando a eficiência de produção e do consumo. A social,
terceira e última dimensão, afirma que é necessário a diminuição da desigualdade e da
pobreza, de maneira que todos possuam o que é preciso para uma vida digna.
A partir do cenário atual, Boff (2017) expressa a existência de um desequilíbrio entre o
Sistema Terra e o Sistema Sociedade, que pode ser apontado em alguns aspectos da sociedade.
Inicialmente, o autor relata sobre a insustentabilidade do sistema econômico-financeiro, onde
a prioridade é salvar o sistema financeiro, onde o poder econômico dita os acontecimentos no
planeta, ignorando as consequências sobre a dignidade humana e sobre o meio ambiente. O
efeito disso é a deterioração dos recursos naturais e a distribuição desigual das riquezas da
Terra, onde o autor exemplifica por meio do fato de que 20% da população mais rica consome
82,4% dos recursos, enquanto os 20% da população mais pobre consome apenas 1,6%. O
autor finaliza estabelecendo a necessidade de se encontrar formas de produção que preservem
a vida humana e o meio ambiente.
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busca pelo desenvolvimento sustentável, onde a produção não deve visar apenas o lucro, e
sim apresentar um equilíbrio com o bem estar da sociedade.
Desse modo, em 1990, o britânico John Elkington estabeleceu o “Triple Botton Line”,
no qual ele define três pilares para o conceito de sustentabilidade: ambiental, econômico e
social, onde ele explica que as empresas necessitam contribuir com o progresso da
sustentabilidade, por meio de mercados estáveis, apresentando sempre habilidades
tecnológicas, financeiras e de administração necessárias para transição rumo ao
desenvolvimento sustentável. Dessa forma, o autor trata o desenvolvimento sustentável como
objetivo a ser atingido, e a sustentabilidade como método para alcançar o desenvolvimento
sustentável (Elkington, 1990).
Assim, o autor exalta que, para atingir o objetivo principal, é necessário atingir a
intercessão entre os três aspectos, como é indicado na Figura 3.
2.4 Certificações
Empresas que seguem e praticam esses métodos aqui expostos são premiadas com
certificados que atestam seu compromisso com o meio ambiente. Assim, Fares (2011) alega
que esses processos de certificações buscam a redução do impacto ambiental causado pelo
empreendimento, onde a conscientização e a preocupação com a temática ambiental são
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fatores primordiais. Além disso, Donaire (1995) explica a adoção da política ambiental como
uma maneira de se projetar no mercado, tornando a responsabilidade ecológica e a qualidade
de vida do cliente o objetivo principal das empresas. Dentre eles, podemos destacar os dois
mais importantes no Brasil: o selo LEED e o selo AQUA.
2.4.1 Leed
Segundo o Green Building Council Brasil – GBCB (2014), o selo LEED é um “sistema
de certificação de construção verde conhecido internacionalmente”, sendo criado nos anos
2000 pela U.S Green Building Council – USGBC. Se baseia na análise de 8 áreas, sendo elas:
localização e transporte, espaço sustentável, eficiência do uso de água, energia e atmosfera,
materiais e recursos, qualidade ambiental interna, inovação e processos e créditos de
prioridade regional. Além disso, o selo é composto por quatro tipologias, onde os seus
requisitos são julgados de acordo com a necessidade do empreendimento. O primeiro tipo, BD
+ C, serve para novas construções e grandes reformas, que tem como intuito priorizar a
sustentabilidade. No tipo ID + C, engloba escritórios comerciais e áreas de varejo, na parte de
design de interiores e construção sustentáveis. O tipo O + M serve para empreendimentos já
existentes, que tem o objetivo de se adaptar às medidas de sustentabilidade. A última
tipologia, ND, está focada na criação de bairros mais sustentáveis e bem conectados. (Figura
4)
Segundo USGBC (2011), todas essas tipologias devem atender a oito aspectos, que se
dividem nas seguintes áreas chave:
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2.4.2 Aqua
O processo AQUA – Alta Qualidade Ambiental tem como objetivo alcançar a qualidade
ambiental de um empreendimento de construção ou reabilitação. No Brasil, a responsável pela
certificação é a Fundação Vanzolini, que há mais de 15 anos atua no ramo da gestão da
qualidade, meio ambiente, responsabilidade social e segurança e saúde ocupacional.
O processo de certificação é dividido em duas etapas: o Sistema de Gestão por
Empreendimento e a Qualidade Ambiental do Edifício.
Inicialmente, é necessário que o empreendedor estabeleça um sistema de gestão
específico para o empreendimento, permitindo o planejamento, a operacionalização e o
controle de todas as etapas do seu desenvolvimento, que se traduzem em um padrão de
desempenho na forma de um perfil de Qualidade Ambiental do Edifício – QAE, que é
expressa em 14 categorias, as quais devem atender às exigências relacionadas ao controle de
impactos sobre o ambiente externo e à criação de um ambiente interno confortável e saudável,
onde se tem os desafios ambientais dispostos em quatro famílias, como é visto no Quadro 3.
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Além disso, processo de certificação também inclui três etapas: pré-projeto, projeto e
execução. Na fase de pré-projeto, o empreendedor define o perfil nas 14 categorias do QAE,
além do estabelecimento do Sistema de Gestão por Empreendimento – SGE, como uma forma
de controle do projeto, até o final da obra. É importante salientar que o empreendedor deve
assumir o compromisso de fornecer os recursos para atingir objetivo final. A fase de projetos é
onde se estabelece os projetos de acordo com os parâmetros acertados na fase anterior,
mantendo o SGE e corrigindo qualquer alteração percebida no perfil do QAE. Na fase de
Execução, a obra é realizada seguindo o SGE e avaliando-se o perfil do QAE para eventuais
correção de desvios. Após a entrega do empreendimento, é feita uma avaliação do
desempenho projetado em relação às 14 categorias do QAE. Todas essas etapas são analisadas
e passam por auditorias. Uma vez constatado o atendimento aos critérios dos Referenciais
Técnicos de Certificação e a aprovação nas auditorias, o empreendimento é certificado,
conforme mostrado na Figura 8 (Vanzolini, 2015).
2.5.1 Definição
Segundo Miranda (2009), a indústria da construção civil é uma das atividades que mais
impactam negativamente sobre o meio ambiente. A autora exalta que, em todas as etapas de
uma obra, há um grande consumo de recursos naturais e grande quantidade de geração de
resíduos. Entretanto, a etapa de construção é onde se tem uma das maiores quantidades de uso
dos recursos e geração dos resíduos, além da emissão de materiais particulados, geração de
ruídos e vibrações, que são aspectos comuns nessa fase. Cardoso e Araújo (2007) explicam
que cerca de 50% dos resíduos gerados nos centros urbanos são provenientes de canteiros,
demonstrando a importância de se ter um canteiro de bem planejado e organizado.
Desse modo, tornou-se necessário valorizar a preservação do meio ambiente, por meio
de construções sustentáveis e com um correto gerenciamento. Assim, Valente (2009) relata
que a construção sustentável se estabelece pelo uso de tecnologias e materiais que não
agridam ao meio ambiente, onde, além de se adequar ao usuário, se adequa à natureza. Os
principais pontos estabelecidos pelo autor foram:
Uso de materiais recicláveis, por meio do aproveitamento correto de resíduos,
evitando sua disposição em aterros;
Utilização racional de água, por meio do uso consciente e da utilização de
tecnologias que permitam a redução do consumo;
Eficiência energética, que permite a utilização de menos energia elétrica com um
maior rendimento.
Outro conceito de construção sustentável foi definido pelo Conselho Internacional para
a Pesquisa e Inovação em Construção – CIB (2002), que é estabelecido como um processo
holístico, cujo maior meta é manter o equilíbrio entre a natureza e o ser humano, transferindo
a mesma premissa entre o ambiente natural e o ambiente construído. Além disso, a Câmara da
Indústria da Construção (2008) determinou alguns aspectos básicos para a construção
sustentável, dentre eles: aproveitamento de condições naturais locais, como a utilização de luz
natural em ambientes, conscientização de funcionários envolvidos no processo, por meio da
educação ambiental, e a utilização de matérias primas que possuam respaldo no mercado em
termos de sustentabilidade.
Assim, Santos (2011) expõe que os canteiros de obras podem causar alguns impactos
durante a construção do empreendimento, que podem ir desde incômodos à vizinhança,
poluição, impactos ao local da obra (erosão, assoreamento e trânsito) e grande consumo de
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necessário seguir diretrizes que auxiliem na gestão dos resíduos da construção civil, como a
diferenciação integral dos resíduos sólidos, que consiste na sua separação por meio de
categorias, e a alteração da destinação, onde alguns resíduos podem ser reaproveitados, por
meio da adoção da reciclagem.
Assim, durante etapas em que há uma grande quantidade de resíduos de características
diferentes, como a demolição, o autor sugere que seja feita a diferenciação correta e delicada
dos resíduos gerados, para a correta destinação em aterros e áreas de reciclagem.
Assim, Resende (2007) elaborou algumas medidas que torna possível a emissão de
materiais particulados dentro do que as legislações permitem, causando o mínimo de impacto
possível ao meio ambiente, como é exemplificado no quadro 9.
Quadro 9 - Exemplos de medidas para prevenção de emissão de MP.
Além disso, torna-se importante a compatibilidade entre projetos, por meio da correta
gestão do consumo de materiais, pois, segundo Solano (2005), é uma ótima maneira de
redução de retrabalhos durante os serviços de execução da obra, o que aumenta a qualidade da
construção e reduz custos globais do empreendimento. Assim, o autor faz diversas sugestões,
dentre elas: realizar o correto cálculo do consumo de argamassa e de gesso, evitando
desperdícios pelo excesso de produção, elaborar uma logística estratégica do canteiro de
obras, de maneira que não haja grande quantidade deslocamentos de materiais para execução
de serviços, além do correto armazenamento de materiais e componentes.
transporte.
É válido ressaltar, entretanto, que a Resolução do CONAMA (2002) prioriza a não
geração de resíduos, onde os mesmos, caso seja inevitável, devem ser enviados para redução,
reutilização e reciclagem, sendo a disposição final a última alternativa. Assim, torna-se clara a
importância da separação correta desses resíduos, por meio da utilização dos códigos de cores
adotados na identificação de coletores e transportadores, estabelecidos pela Resolução
275/2001 do CONAMA, conforme o Quadro 12, sendo sua caracterização essencial para
evitar a destinação inadequada (Araújo, 2009).
(Aráujo, 2009).
Desse modo, foram elaboradas algumas recomendações pelo autor Araújo (2009) em
conjunto com as medidas fornecidas pela Norma Regulamentadora – NR 18 (2002), que
procuram o consumo de qualidade e sem causar impactos nocivos ao meio ambiente, dentre
eles: procurar realizar instalações definitivas para o empreendimento, reparar imediatamente
quaisquer danos causados ao bem comum durante as execuções das instalações, por exemplo
calçadas e vias de circulação e monitorar regularmente as instalações provisórias para
detecção de irregularidades. No caso de instalações elétricas, o autor sugere que elas sejam
sempre isoladas, e quando enterradas, realizar sua instalação dentro de tubos ou manilhas de
proteção, bem como atentar para medidas de proteção, como envolvimento de camada de
proteção, evitando a oxidação, por exemplo.
estacionamento para funcionários e visitantes, possuir área para entrega de materiais, além da
verificação de movimentação de máquinas e equipamentos em torno do canteiro, por
exemplo.
motores de veículos; estabelecer acessos e vias adequadas nos canteiros, de maneira que as
rodas dos veículos não se sujem de barro, por exemplo, e chegue a poluir vias externas; evitar
deslocamentos feitos sob a vizinhança, no caso de transporte vertical, fixando bem a carga
transportada com lonas, por exemplo.
3. ESTUDO DE CASO
Prezando sempre pela eficiência e redução dos desperdícios, o Modelo de Gestão da Empresa,
segundo o site da Construtora, segue a Filosofia “Lean”, que se baseia no Sistema Toyota de
Produção, que se traduz na Construção Enxuta, onde se destaca: a redução das parcelas que
não agregam valor ao processo, a agregação de valor ao produto com base nas necessidades
do cliente, o aumento da transparência dos processos, o foco no controle do processo global e
a introdução da melhoria contínua. Além disso, a empresa possui o selo “Green Building” dos
prédios ecologicamente corretos, e a certificação da ISO 9001, que atrela o sistema “Lean” ao
sistema de gestão da qualidade, que lhe renderam a certificação LEED em alguns
empreendimentos, por exemplo, o empreendimento Paço das Águas.
Figura 17 - Certificações da Empresa.
Como resultado disso, o empreendimento apresenta no seu conceito “Green Building” alguns
aspectos relevantes para a preservação do meio ambiente, conforme mostrado na figura 18.
Figura 18 - Aspectos Green Building.
Assim, torna-se evidente a escolha da empresa e do empreendimento como local para estudo e
pesquisa da implementação de um canteiro de obras sustentável, onde serão analisados os
mais diversos aspectos ambientais abordados anteriormente neste trabalho.
total acumulado de água pela área total construída do empreendimento até o mês atual. A
empresa considera dentro da meta os valores de altura de lâmina d’água abaixo de 50 cm,
porém, ainda assim, nota-se valores encontrados maiores do que o desejável. (Figura 19).
Além disso, sempre buscando soluções ambientais e econômicas para a reutilização da água, a
empresa buscou o reaproveitamento da água do lavatório de banheiros, por meio de apenas
uma tubulação de saída dos lavatórios ligada à descarga dos mictórios (Figura 20).
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Buscando uma maneira de incentivar a prática sustentável no canteiro, a empresa optou por
instalar dois módulos fotovoltaicos, que produz energia a partir da luz solar, capaz de suprir
em até 8% o consumo mensal de energia elétrica da sala técnica e do almoxarifado
(aproximadamente 77KWh), gerando uma economia anual de, aproximadamente R$ 950,00
(Figura 23). É válido ressaltar que esse protótipo está em fase de estudo e sujeito a utilização
em definitivo, em maior escala entregue aos clientes finais do empreendimento.
Figura 22 - Placa Fotovoltaica
Assim, os resíduos de classe D são transportados por empresas terceirizadas para aterros
sanitários de classe I, onde há um maior controle para evitar a contaminação do solo, água e
ar. Também há a disposição de recipientes adequados (tambores), para que os funcionários
possam realizar o descarte correto de solventes, tintas e óleos, por exemplo, para que depois
seja feita a correta destinação desses resíduos. (Figura 24).
Figura 24 - Tambor para descarte de resíduo perigoso.
Além disso, a reutilização desses resíduos gera economia relacionada ao pagamento para
retirada desses mesmos, conforme é demonstrado na figura abaixo. (Figura 26).
Figura 26 - Economia do volume do aterro
Desse modo, o volume total de resíduos produzido é utilizado como aterro na lateral direita,
esquerda e nos fundos da edificação, economizando na compra de aterro (R$ 5.890,25) e
também na retirada dos resíduos (R$ 23.561,00), que serão reutilizados.
minimizar os resíduos gerados em canteiros de obras. Este plano deve estar de acordo com as
normas e legislações ambientais, onde passa por aprovação de algum órgão ambiental
(Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente – SEUMA, na cidade de Fortaleza). A
figura 29 demonstra o termo de aprovação do PGRCC da obra.
de alguns resíduos, onde os mesmos não eram colocados no container que possuía sua correta
especificação, tendo como exemplo o despejo de tijolos, blocos e telhas no container que está
sinalizado como “madeira”, conforme é visto na figura 31.
Figura 31 - Armazenamento incorreto de resíduos.
Além disso, também foi observada a disposição de lixeiras para coleta seletiva (Figura 32), o
que demonstra o incentivo à conscientização ambiental dos trabalhadores, e que também serve
para acondicionamento de resíduos gerados no canteiro.
recursos renováveis):
Como foi abordado no item 2.5.16, os geradores de resíduos são responsáveis pela sua correta
destinação, seja pela reutilização, reciclagem ou disposição em aterros. Assim, o PGRCC da
obra dispõe a especificação de cada tipo de resíduo e sua correta destinação final (Quadro 14).
A queima de resíduos no canteiro não é feita pela empresa, visto que esse método, além de
prejudicar o meio ambiente e a saúde de trabalhadores e da vizinhança, está terminantemente
proibido pela Norma Regulamentadora 18 (2002).
Assim, este projeto tem como objetivo o plantio de uma muda de árvore de espécie nativa
para cada 1 m² de terreno adquirido para a construção de empreendimentos, onde as mudas
são estrategicamente plantadas após um estudo técnico, priorizando locais afetados pelo
desmatamento, erosão, queimadas e falta de preservação do meio ambiente. De acordo com o
site da empresa, até o momento foram plantadas ou doadas mais de 50 mil mudas.
desmoronamentos:
Não foi apresentado nenhum método inovador ou diferenciado em relação a este quesito,
apenas o seguimento das normas vigentes, como a NR 18 –2002.
REFERÊNCIAS
BRANDÃO FILHO, José Expedito. Previsão de Demanda por Gás Natural Veicular: Uma
Modelagem Baseada em Dados de Preferência Declarada e Revelada. 2005. 246 f.
Dissertação (Mestrado) - Programa de Mestrado em Engenharia de Transportes, Universidade
Federal do Ceará, Fortaleza, 2005.
CASELLO, Jeffrey M. et al. Analysis of Stated Preference and GPS Data for Bicycle Travel
80
GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
KROES, Eric P.; SHELDON, Robert J.. Stated Preference Methods: An Introduction. Journal
of Transport, Economics and Policy, Bath. jan. 1988. Disponível em:
<http://www.bath.ac.uk/>. Acesso em: 03 mar. 2012.
81
LOUVIERE, Jordan J.; HENSHER, David A.; SWAIT, Joffre D.. Stated Choice
Methods: Analysis and Applications. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO
(Documento criado pelo autor.)
PERFIL DO ENTREVISTADO
1 Sexo:
( ) Masculino ( ) Feminino
2 Faixa Etária:
( ) Até 19 anos ( ) 20 – 29 anos ( ) 30 – 39 anos ( ) Acima de 40 anos
3 Nível de escolaridade:
( ) Fundamental incompleto ( ) Fundamental completo
( ) Médio incompleto ( ) Médio completo
( ) Superior completo ( ) Superior incompleto
( ) Especialização ( ) Especialização incompleta
( ) Mestrado ( ) Mestrado incompleto
( ) Doutorado ( ) Doutorado incompleto
4 Renda:
( ) Até 1 salário mínimo
( ) A partir de 1 até 5 salários mínimos
( ) A partir de 5 até 10 salários mínimos
( ) A partir de 10 até 15 salários mínimos
( ) Acima de 15 salários mínimos
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