Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
AR COMPRIMIDO
TEORIA - CALCULO
AR COMPRIMIDO
TEORIA II
Produzindo ar comprimido
Dinâmicos: a compressão se dá pela acção de um rotor ou outros meios que aceleram o ar,
aumentando sua pressão total. Podem ser tipo ejector (não muito comum) ou tipo axial ou centrífugo,
similar às bombas para água.
Numa comparação grosseira, pode-se dizer que os compressores de deslocamento positivo são
adequados para maiores pressões e menores vazões e os dinâmicos, para menores pressões e
maiores vazões.
Algumas vezes, compressores de alta vazão e pressão relativamente baixa, como os usados em
transportadores pneumáticos, são chamados sopradores.
Capacidade de compressores:
Outro parâmetro, que é consequência dos anteriores, é a potência do motor. É importante para o
dimensionamento da ligação eléctrica. Em princípio deve ser usada a unidade SI quilowatt (KW). Mas
outras como CV e HP ainda podem ser vistas.
JOSE COSTA Pág. 8/27
AR COMPRIMIDO TEORIA I
Compressores alternativos:
Para pressão de saída de 7 bar, encontram-se modelos com vazões de aproximadamente 2 nm3/h até
10000 nm3/h (0,4 a 900 KW de potência do motor). Em geral, os de maior porte fazem a compressão
em dois ou mais estágios, com resfriamento intermediário em trocador de calor (intercooler). Podem
ter refrigeração a ar ou a água, lubrificação ou isento de óleo e outras características para atender as
mais diversas necessidades. Podem ser de acção simples (apenas um lado do pistão comprime) ou de
dupla acção (há compressão nos dois lados do pistão).
Compressores de parafuso:
É o tipo de compressor rotativo mais usado. Podem ser encontrados com vazões de aproximadamente
50 a 5000 nm3/h. Alguns são de dois estágios para maiores pressões. Podem ter lubrificação com óleo
ou ser isentos de óleo, resfriamento a ar ou a água, etc. A instalação é mais simples pois não há
vibrações como nos alternativos.
Compressores centrífugos:
Como já dito, são apropriados para altas vazões. Valores típicos na faixa de 700 a 25000 nm3/h. Em
geral são de vários estágios e o ar é isento de óleo pois a lubrificação dos mancais é isolada da
câmara de compressão. Normalmente são refrigerados a água.
Estimativa do Consumo
Uma das maiores dificuldades no planejamento de uma instalação nova é a pouca disponibilidade de
informações sobre consumo de ar para os equipamentos. Vários fabricantes de máquinas que usam
ar comprimido indicam apenas a pressão necessária. A tabela abaixo dá algumas estimativas
(consumo em m3/min a 6 bar, FU factor de utilização em % onde disponível).
Equipamento Consumo FU Equipamento Consumo FU
Bico para limpeza 0,50 10 Martelo de forja 50 kg 1,8 -
Esmerilhadeira <20 mm 0,25 25 Idem 150 kg 3,9 -
Idem de 20 a 50 mm 0,75 25 Idem 250 kg 5,7 -
Idem de 50 a 100 mm 1,30 25 Idem 500 kg 9,6 -
Idem de 100 a 200 mm 1,50 25 Idem 1000 kg 16 -
Furadeira 6 mm aço 0,37 20 Motor pneumático <1 KW 1,20-1,35/kW -
Idem 9 mm 0,45-0,60 20 Idem > 1 KW 1,00/kW -
Idem 13 a 20 mm 0,75-0,90 20 Parafusadora 0,90 10
Idem 22 a 25 mm 1,00-1,20 20 Pistola de pintura 0,25 50
Idem 32 mm 1,30-1,75 20 Placa pneumática 0,003/oper -
Idem 38 mm 1,50-1,60 20 Rebarbador leve 0,35-0,50 15
Idem 50 mm 1,65-1,80 20 Rebarbador médio 0,50-0,70 15
Idem 75 mm 1,80-2,40 20 Rebarbador fluxo de solda 0,75 -
Jato de areia 8 mm 3 (4 bar) 20 Rebitador 1,10-1,30 10
Idem 9 mm 4,3 (4 bar) 20 Vibrador interno Ø62 mm 1,10 -
Idem 11 mm 5,8 (4 bar) 20 Idem Ø75 mm 1,5 -
Idem 13 mm 7 (4 bar) 20 Idem Ø112 mm 2,0 -
Martelete concreto 15 kg 0,9 - Idem Ø140 mm 2,5 -
Idem 25 kg 1,35 -
Idem 25 a 40 kg 1,65-2,20 -
Esses dados não devem ser considerados absolutos. Se disponíveis, melhor usar os valores dos
fabricantes dos equipamentos. O factor de utilização (percentual do tempo que é usado) é dado
bastante impreciso, podendo variar muito para cada caso. Para efeito de dimensionamento da rede e
do compressor, é sempre recomendável uma margem de segurança. Alguns costumam usar o dobro
do estimado, mas tal procedimento é discutível. Instalações superdimensionadas são menos
eficientes.
Os dados da tabela abaixo devem ser vistos com muita cautela. São apenas exemplos para alguns
tipos de indústrias e estão sujeitos a grandes variações. Em hipótese alguma devem ser tomados
como base para dimensionamento e escolha do tipo de compressor.
Qualidade do ar
Uma instalação de ar comprimido não precisa apenas de lubrificação tem contacto com o ar em
compressão sempre fornecem ar com alguma contaminação por óleo, o que é de difícil remoção.
Basicamente, os teores de contaminação por poeiras, água e óleo definem o nível de qualidade. Mais
informações são dadas nos tópicos relativos aos equipamentos que têm influência nesse aspecto.
O ar que sai do compressor está aquecido, contém humidade, ou seja, está em condições
incompatíveis com a maioria dos equipamentos consumidores. A instalação agrega outros dispositivos
que condicionam a qualidade do ar para a finalidade desejada.
O filtro tem a função óbvia de reter partículas de poeira que desgastariam o compressor e
degradariam a qualidade do ar. Existem tipos de papel seco, papel impregnado com óleo, tela com
óleo, feltro, etc. Em geral, os filtros secos são adequados para a maioria das aplicações. Atenção deve
ser dada à limpeza ou troca periódica do elemento filtrante de acordo com recomendações do
fabricante. O aumento da perda de carga reduz a eficiência do compressor (para cada 25 mbar de
perda de carga na sucção, a eficiência é reduzida em cerca de 2%).
A linha de sucção deve ser a mais directa possível, com o mínimo de curvas. A velocidade média do
escoamento não deve ser superior a 6 m/s para compressores alternativos de acção simples e 7 m/s
para os de dupla acção. O cálculo do diâmetro pode se feito facilmente pela relação entre vazão Q,
área S e velocidade v: Q = S v.
Compressor
Resfriador posterior
Também chamado pelo nome em inglês (aftercooler), é um simples trocador de calor que reduz a
temperatura do ar, provocando a condensação da humidade que é removida pelo separador.
Compressores de mais de um estágio quase sempre usam resfriadores intermediários entre estágios
(intercooler).
Na maioria das unidades integradas atuais, o aftercooler (e o intercooler, se for o caso) fazem parte
do conjunto e podem usar água ou ar.
No caso de resfriador a água, existe uma fórmula empírica simples para calcular, de forma
aproximada, a vazão necessária da água: Q = 0,5 + 0,3 t. Onde t é a temperatura de entrada da
água em ºC e Q é a vazão de água (l/min) por m3/min de ar aspirado no compressor.
Compressores de pequeno porte, como os usados em postos de serviço e pequenas oficinas, não
fazem uso do dispositivo. A própria tubulação de saída e o reservatório resfriam o ar e a humidade se
condensa no fundo deste último.
Secador
Em geral, o resfriador posterior consegue remover 60 a 70% da água contida no ar. Valores típicos de
temperatura na saída estão na faixa de 40ºC.
É comum expressar a humidade do ar em termos de ponto de orvalho. Quanto menor, menor o teor
de humidade. A tabela abaixo dá uma correspondência para alguns valores considerando pressão
atmosférica normal.
A remoção da maior parte dessa humidade pode ser feita com secadores.
Secadores por refrigeração podem reduzir o ponto de orvalho até cerca de -20ºC.
São empregadas substâncias dessecantes (sílica-gel, alumina ou outras) dispostas em colunas pelas
quais passa o ar.
Alguns dessecantes não precisam de aquecimento e são regenerados apenas com a passagem de ar
seco. Energeticamente são menos eficientes devido à perda de ar seco para a regeneração.
O tipo da Fig 3 também tem sua deficiência energética devido à necessidade do aquecedor (eléctrico
normalmente). A solução para isso é a incorporação do aftercooler ao conjunto. Ou seja, o aftercooler
é resfriado com ar e não água. O ar aquecido é usado na regeneração. Este tipo por enquanto não é
aqui exibido. Detalhes podem ser vistos em websites de fabricantes.
Dessecantes comuns permitem obter pontos de orvalho até cerca de -40ºC. Para teores ainda
menores de humidade, são usados dessecantes tipo peneiras moleculares. São substâncias chamadas
zeólitas (silicatos hidratados de alumínio e um ou mais metais alcalinos ou alcalino-terrosos). Os poros
têm dimensões moleculares e o poder de adsorção é grande. Pontos de orvalho na faixa de -80ºC
podem ser obtidos.
Dessecantes também têm suas desvantagens. Exigem filtros na saída para prevenir o arraste de
partículas para a rede. A perda de pressão é maior que a dos secadores por refrigeração. A vida útil
não é ilimitada. Em geral, os fabricantes recomendam a troca a cada 3-5 anos, dependendo das
condições de operação. Contaminantes como óleos ou poeiras abreviam o período de troca.
O dimensionamento do seu volume é muitas vezes feito com regras práticas. Uma delas é:
Calculando Tubulações
Ao se planejar um ramal ou rede de distribuição de qualquer fluido, é importante verificar o
compromisso entre as perdas de pressão provocada pela tubulações e acessórios e o custo.
Tubulações superdimensionadas representam um custo desnecessário de investimento e tubulações
subdimensionadas provocam perdas elevadas, comprometendo a eficiência energética do sistema.
Nesta página são dadas algumas informações sobre o assunto, de forma específica para o ar
comprimido.
A Figura 1 abaixo representa um trecho simples de tubulação, com um registro e duas curvas,
conduzindo ar comprimido de A até D. O problema básico é saber a pressão em D, dados a pressão
em A, a vazão e o diâmetro da tubulação. Ou seja, saber a perda de pressão provocada pela
tubulação e acessórios.
No caso do exemplo das Figuras 1 e 2, o comprimento D'D é a soma dos comprimentos equivalentes
do registro e das duas curvas.
Uma vez determinado o comprimento total, isto é, da tubulação mais os equivalentes de acessórios,
aplica-se uma fórmula para determinar a perda de pressão.
Notar que, no caso de líquidos como água e outros, é obrigatório considerar a diferença de alturas
físicas entre os pontos, devido à pressão hidrostática. Para gases, a baixa massa específica faz esta
contribuição pequena e pode ser desprezada sem grandes desvios na maioria dos casos práticos.
Tabela de comprimentos
A tabela abaixo dá os comprimentos equivalentes em metros de tubo de aço novo para alguns
acessórios comuns. Os valores em azul se referem ao tipo roscado e os em vermelho, ao tipo
flangeado.fornecer ar na pressão e vazão necessárias aos equipamentos consumidores. É preciso
também assegurar a qualidade. A humidade do ar da atmosfera está presente em forma de água na
rede do ar comprimido. Compressores nos quais óleo
Na literatura técnica existem algumas fórmulas empíricas para o cálculo da perda de pressão em uma
linha de ar comprimido. A seguinte fórmula será aqui usada: p = C L Q2 / (r d5). Onde:
C - coeficiente que depende do material do tubo. Para aço comum C = 0,1025 / d0,31.
L - comprimento total da tubulação, isto é, o seu comprimento físico mais os comprimentos
equivalentes dos acessórios que existirem.
Q - vazão volumétrica de ar livre que flui pela tubulação.
r - relação de compressão, isto é, a razão entre pressão absoluta do ar na linha e a pressão absoluta
da atmosfera.
d - diâmetro interno da tubulação.
Esta fórmula usa unidades americanas: pressões em psi, comprimento em pé, diâmetro em polegada,
vazão em pé cúbico por segundo.
Exemplo de cálculo
Para exemplo, será usada a Figura 1 do primeiro tópico. Supõe-se que A está ligado a um ramal ou
reservatório de ar e D alimenta equipamento(s) consumidor(es).
O consumo dos equipamentos previsto é 1500 m3/h de ar livre e a pressão em A é de 6 bar. Estima-
se uma tubulação de 4" e deseja-se saber a perda de pressão correspondente.
Comprimento total = 120 + 5 + 15 + 1,4 + 1,4 + 6 = 148,8 m (as 3 últimas parcelas correspondem
aos comprimentos equivalentes das curvas e registro conforme tabela desta página).
Em geral, o comportamento de uma linha de ar deve obedecer a dois critérios simultâneos: a máxima
perda de pressão e a máxima velocidade.
Para ramais principais, a máxima perda deve estar na faixa de 0,02 bar/100 m e para ramais
secundários, 0,08 bar/100 m.
A máxima velocidade deve ser 8 m/s para ramais principais e 10 m/s para secundários.
A perda de pressão calculada é 0,068 / 1,4 = 0,048 e está acima da faixa para ramal principal. A
velocidade calculada (7,55 m/s) está dentro da faixa para ambos. E o cálculo pode ser repetido com
outros diâmetros até se chegar a um resultado satisfatório, que depende muito de cada caso
particular.
A primeira recomendação de "boas práticas", vai no sentido de manter o compressor ligado, apenas
quando se regista consumo útil de ar comprimido na instalação fabril.
Caso contrário, por força das fugas de ar, que existem sempre (em maior ou menor grau) em
qualquer rede deste fluido, o compressor entrará em laboração por algum tempo (para manter o nível
de pressão na rede), provocando consumos de electricidade perfeitamente desnecessários.
Para a concretização desta medida, deverão ser instituídos procedimentos (rotinas), no sentido de
colocar fora de serviço a central de ar comprimido, em todas as situações de paragem da instalação,
tais como: refeições, período nocturno (se fôr o caso), fim-de-semana, etc..
Sempre que haja regularidade nestes períodos de paragem, constitui uma solução mais eficiente,
instalar dispositivos automáticos (tipo relógio programável), para efectuar o controlo do
funcionamento do compressor, sem qualquer intervenção manual.
Figure 1
Complementarmente, quanto maior é a pressão do ar, maior é o caudal que se escapa pelos
eventuais pontos de fuga, normalmente existentes neste tipo de instalação.
Por este conjunto de motivos, o ar deve ser produzido a uma pressão apenas ligeiramente superior
(0.5 a 1 bar), ao valor máximo pretendido nos utilizadores, sem contudo, nunca se pôr em causa, o
correcto funcionamento dos equipamentos pneumáticos e respeitando sempre as instruções dos
fabricantes.
As poupanças de energia eléctrica que se poderão obter com a redução da pressão a que o ar é
comprimido, são função de muitas variáveis, nomeadamente o nível da redução da pressão, e o
regime da carga médio do compressor.
Exemplo Prático
A grande maioria das empresas industriais utiliza compressores de ar, cuja regulação é efectuada no
sistema carga-vazio, entre dois níveis de pressão, isto é, o compressor entra em carga, quando a
pressão na rede desce abaixo dum valor pré-definido (limite inferior), e passa ao regime de vazio,
quando a mesma atinge o limite superior.
Nestas condições, o motor do compressor apresenta consumos eléctricos muito distintos, sendo da
ordem (ou ligeiramente superiores) da sua potência nominal, quando o compressor se encontra em
carga, e de cerca de 15% a 25% da potência nominal, na situação de vazio.
O consumo eléctrico do compressor, na situação de vazio, não é pois desprezável e, dado que
corresponde a um regime em que não há produção útil de ar comprimido, aquele consumo é
totalmente desperdiçado, devendo, por isso, procurar-se que a duração do período de vazio seja
mínima; por outras palavras, para se obter a máxima eficiência energética, o compressor deverá
estar dimensionado por forma a trabalhar no regime de carga, o máximo tempo possível.
Exemplo Prático
Sendo os compressores, máquinas volumétricas, o seu rendimento é tanto maior, quanto maior fôr a
densidade (Kg/m3) do ar, que é aspirado para a compressão.
Uma vez que a densidade do ar ambiente, diminui com o aumento da temperatura, deve procurar-se
que o ar de aspiração dos compressores, seja admitido à temperatura mais baixa possível, por forma
a obter o máximo rendimento energético do sistema; os valores práticos apontam para um
agravamento do consumo eléctrico do compressor, da ordem dos 2%, com um aumento de
temperatura do ar, de 5°C a 6°C.
Para este efeito, deve-se promover a ventilação adequada da central, instalando grelhas nas
paredes, de preferência do lado mais frio (norte); simultâneamente, se os compressores forem
arrefecidos a ar, evitar que este ar quente seja libertado no interior da central, canalizando-o para o
exterior.
Outra qualidade do ar que pode influenciar o desempenho energético dos compressores, é o seu
estado de limpeza; efectivamente, a aspiração de ar pouco limpo, provoca a colmatação mais rápida
do filtro de aspiração do compressor, criando uma maior perda de carga, factor que tem um impacto
negativo, no desempenho energético do compressor.
Por este motivo, os compressores devem ser instalados num compartimento isolado da restante área
fabril e assegurar que o ar aspirado do exterior, é ar limpo; é aconselhável também, promover
regularmente a limpeza do filtro de aspiração, de preferência, de acordo com as instruções dos
fabricantes.
A restante energia é perdida sob a forma de calor para o exterior, principalmente no sistema de
refrigeração, que absorve mais de 90% do consumo energético (eléctrico) do compressor; a
refrigeração é efectuada por ar ou por água (esta normalmente nos equipamentos de maior
dimensão), fluidos que são aquecidos ao atravessarem o sistema, e que apresentam por isso, um
potencial importante de recuperação energética.
Nesta perspectiva, é sempre vantajoso procurar um utilizador na instalação fabril, que possa
aproveitar esta fonte energética "gratuita", de preferência de forma contínua, ao longo do ano.
Muito embora as temperaturas do ar (40°C a 60°C) e da água (40°C a 80°C) de arrefecimento dos
compressores, não sejam muito elevadas, são várias as possibilidades de recuperação, directa ou
indirecta, da sua energia, citando-se alguns exemplos:
Como se vê, as opções de recuperação são variadas, sendo a mais comum, a utilização do ar de
arrefecimento do compressor, para aquecimento ambiente (directo) de zonas limítrofes; esta
alternativa, tem contudo o inconveniente, de se aproveitar aquela energia, apenas durante 4 a 5
meses do ano, devendo previlegiar-se, sempre que possível, utilizadores permanentes.
Exemplo Prático
Como exemplo prático, vamos considerar o caso duma empresa, que possui um
compressor de parafuso arrefecido a água, de 10 m3/minuto, com um motor de 70
KW, e cuja potência média absorvida, é da ordem dos 56 KW (equivalente a um
regime de carga de 70%).
Desta potência, cerca de 84% (47 KW), é eliminada no sistema de refrigeração do
compressor, sendo a temperatura da água de arrefecimento (à saída do sistema) de
60°C.
Deverão por isso, ser respeitados os intervalos de manutenção recomendados pelo fabricante,
prestando-se especial atenção às válvulas dos compressores e ao sistema de refrigeração; é
aconselhável também, verificar periodicamente os filtros de ar e os purgadores de água do circuito.
Em qualquer instalação de ar comprimido, é normal existirem fugas de ar, em maior ou menor grau,
podendo as mesmas surgir em qualquer ponto da rede, nomeadamente: na tubagem (metálica e
flexível), nos acessórios (válvulas, purgadores, juntas, tês, etc.) e mesmo nos utilizadores (pistolas,
ponteiras, cilindros, etc.).
Face aos elevados custos (e consumos) energéticos que estão associados à produção deste fluido,
a detecção sistemática e a posterior eliminação das fugas de ar, deverão constituir uma das rotinas
da manutenção; esta deverá ser implementada de forma regular, com uma periodicidade que não
deverá ir além duma semana.
O processo mais simples para detectar as fugas de ar, consiste em colocar o compressor em
funcionamento, num período em que a fábrica se encontra parada (Sábado, por exemplo), e
percorrer toda a instalação, assinalando os vários pontos de fuga (fácilmente audíveis), para
posterior correcção.
Caso se trate duma empresa de laboração contínua, não se poderá, óbviamente, recorrer àquele
"processo", havendo neste caso, que efectuar uma análise mais detalhada (e físicamente mais
próxima), de toda a rede e consumidores, procurando, simultâneamente, sensibilizar todo o pessoal
fabril, para comunicar qualquer fuga de ar que seja detectada.
No caso das empresas referidas em primeiro lugar (laboração descontínua), é também relativamente
fácil estimar o caudal das fugas de ar, através do controlo do tempo de permanência do compressor
no regime de carga, num período de paragem da instalação fabril.
Este caudal pode ser também estimado a partir de tabelas práticas, que indicam os caudais de ar
perdidos, em função do diâmetro do orifício, e da pressão da rede; no quadro seguinte, reproduzem-
se alguns desses valores, retirados de duas fontes distintas (EDP e SCE), para situações comuns,
quer no que respeita à dimensão dos orifícios, quer à pressão da rede:
Caudal de ar
Diâmetro do Orifício
a 6 bar a 7 bar
mm m3/min m3/min
1 0.06 0.07
3 0.6 0.7
5 1.6 2
10 6.3 7
Exemplo Prático
Admitindo que a pressão da rede é de 6 bar, e que o conjunto dos orifícios com fuga
de ar, totaliza um diâmetro equivalente a 5 mm, verifica-se, pela tabela anterior, que o
caudal de ar desperdiçado é de 1.6 m3/minuto, representando cerca de 30% da
produção do compressor.
Através de uma inspecção cuidada a toda a rede, foi possível eliminar as várias
situações de fuga de ar, após o que, a produção de ar do compressor baixou para 4
m3/minuto, correspondente a um regime de carga de 50%; nestas novas condições, o
consumo anual de electricidade deste compressor, seria de 58 000 KWh, com um
custo de 725 contos/ano.
O correcto dimensionamento e o traçado racional da rede de distribuição de ar, são dois factores dos
quais resulta um impacto muito positivo, na eficiência energética global da instalação de ar
comprimido.
Um dos parâmetros que, neste particular, mais condiciona aquela eficiência, são as perdas de carga
da rede, sendo de grande importância, procurar reduzi-las ao mínimo; com esse objectivo, deverão
ter-ser em linha de conta, as seguintes sugestões:
- Nos troços rectos, adoptar uma inclinação apropriada, que permita o escoamento da
água condensada na tubagem; para isso, deverão também instalar-se purgadores,
nos pontos mais baixos da rede, e proceder, regularmente, à verificação do correcto
funcionamento destes dispositivos.
Uma parte significativa das poupanças de energia que se podem obter numa instalação de ar
comprimido, situam-se ao nível da sua utilização nos vários equipamentos; para que esta seja o mais
racional possível, deve-se ter em conta as seguintes "boas práticas":
- Verificar regularmente, o correcto funcionamento dos equipamentos e ferramentas
pneumáticas, e cumprir os prazos de manutenção recomendados.
Um caso típico, são as pistolas pneumáticas usadas para limpeza e/ou secagem de
materiais ao longo do processo, equipamentos que, normalmente, trabalham com uma
pressão de ar demasiado elevada, contribuindo para grandes desperdícios de energia;
nestes casos deverão ser ensaiadas pressões de trabalho mais baixas (mantendo o
nível de satisfação desejado) pois, por exemplo, uma pistola regulada a 1.4 bar,
consome um terço do ar, que uma outra que labora a 6.2 bar.