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Fados, Canções
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Dansas de Portugal
DE JOÃO DO RIO
O Momento Literário.
Frivola City.
Era uma vez... (contos pai^a creanças era colaboração
com Viriato Correia).
Jornal de Verão, chronica de Petrópolis.
Traduções :
Salomé. — O
Retracto de Dorian Gray. Inten- —
ções. — O Leque de Lady Wuidernare. Obras de
Oscar WiLDE.
Theatro :
A aparecer :
Portugal de Agora.
JOÃO DO RIO
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Fados, Canções
Dansas de Portugal
H. GARNIER, LIVREIRO-EDITOR
109, RUA DO OUVIDOR, 109 1 6, RUE DES SAINTS-PÈRES, G
— Lisboa, caramba !
custou...
Assim estava havia três dias na seducção de Lisboa, sem
desejo de partir, e para resistir observava. Observar é o
verbo mais feroz da vida actual, porque para observar é
preciso alguém, e esse alguém, de posse do verbo observar
tem todos os direitos possíveis, inclusive o de mentir com
desassombro. Resolvi observar, fiz -me o ser excepcional
que abunda no universo, e já sem querer familiar com a
minha amante, observei :
'
Ora, estava eu assim, havia três dias, quando mna noite,
terceira de capitoso ao voltar de um
luar, encontrei,
ensaio de theatro, tun amigo alegre, cujos cincoenta annos
parecem vinte, tão leve é e tão juvenil.
—Que tal Portugal?
— Divino.
Bile deu imia grande gargalhada, com o habitual sce-
pticismo do homem urbano.
- — Francamente?
— Francamente. Pelo menos Lisboa, que começo a
conhecer. Não ha quem não tenha n'alma o sonho de uma
terraque o faça gosar ou soffrer a ponto de lhe dar á alma
a noção da belleza, da sua belleza. O sonho corporifica-se
ás vezes e ha como tmi maravilhamento. Ah é assim que !
D JOÃO DO RIO
— Oh não
! !
amáveis.
Chamou-a. A rapariga veiu com os seus do:s olhos que
eram de runa evidente hostilidade.
—Aqui tem você mn homem que tinha mna grande
vontade de conhecel-a.
— Serio?
— Verdade. Já ouvi o seu nome até na America, no
Brasil. Dizem que depois da Severa não houve como você.
E eu que muito gosto do fado, pedi aqui ao meu amigo
para vir vêl-a.
Ella sorriu. Tinha mna linda bocca e um mysterioso sor-
riso, em que havia dôr, ironia vaga e talvez cansaço.
Mas a lisonja, o elogio devia ser-lhe sobremaneira agra-
dável.
— Estou tão rouca Faz-lhe muita conta ouvir-me
! ?
— Oh muita.
!
O fado!
Naturalmente não ha terra que não tenha a sua poesia
popular, a sua musica do povo. Quando verso e mvisica
têm para exprimil-os a alma de uma
mulher, a emoção
anda á espera dos corações para fazel-os vibrar. Suspiro
d'amor em Sevilha ou em Veneza, no silencio de Florença
ou numa chomberga do Rio, dedilhar de gviitarra na ver-
melha Toledo ou mun recanto olente de Buckarest são sem-
pre correlações da alma meridional, a corrida do facho do
lirismo. Depois, já Albert Samain disse no Chariot d'Or :
II
Se assim continuar,
isso
Onda parar não sei
irá
Veremos andar pela rua
De guitarra o próprio rei.
No lusitano paiz
Nossa arte chega ao apuro.
Formámos sociedade;
Reina entre nós amizade,
Detestamos os vis pulhas;
Não somos homens de bulhas,
Posso-o dizer com verdade.
O conde de Vimioso
Um duro golpe soffreu.
Quando lhe foram dizer :
20 JOÃO DO RIO
*
* *
Sem eu te atirar a ti
Já me deste uma picada,
Que eu, sem vêr sangue, senti I
Eu já me senti morrer,
E achei o morrer tão doce,
Que por gosto a vida dera,
Se outra vez a morrer fosse.
III
O Hylario já morreu,
Um rapaz tão resoluto !
28 JOÃO DO RIO
Bem como a lua e o. mar
Teu coração tem marés :
Cantemos, na despedida,
P'ra onde nos leva a sorte,
O fado da nossa vida,
O fado da nossa morte
30 JOÃO DO RIO
Que importa p'ra o meu ciúme
Que outra uiulher me beijasse?
Passei seu beijo p'lo lume :
Não é o amor —
quem o sonda ? -
Ai bate-me o coração
!
32 JOÃO DO RIO
Um mentiroso gabou-se
Das vistas que viu d'alli.
Prometto cerrar os olhos
E jurar que nada vi.
Na febre da embriaguez,
Na embriaguez dos desejos,
Nestes desejos de gozo
Q'ria morder-te com beijos.
Se beijas as lavandeiras
Mondego porque dás ais?
Não creio n' essas canceiras
Quando choras é por mais...
IV
As casas —
meia dúzia e tão pobresitas. lá se conservam
tradicionaes e contentes. Talvez conversem e respeitam
a igreja e o sino que desfia ais pelo espaço. A terra está
!
nita, tem tantas cores — a côr dos vinhedos, a côr dos tri-
3
!
38 JOÃO DO RIO
1
A RAZÃO DESTE LIVRO 39
40 JOÃO DO UIO
A viola é um chafalhão,
A rabeca furi-fure;
Não é coisa que se ature
O tambor terran ian-tan,
O sino delan, delan.
Tudo na vaidade cae,
Dança a filha, canta o pae,
B minuetes lhe ensina,
Canta tu, cara menina :
Já vi uma
velha avó
Um tenro neto embalar,
Muito baixinho a cantar :
Ou então
P'r'aqui salte, p'r'aqui venha
A velhota que está alli;
Também quero que eUa danse,
Já que a terra se lhe ri.
!
o prometteu á lua
sol
Uma de mil cores.
fita
Quando o sol promette prendas,
Que fará quem tem amores.
João do Rio.
Nice, março de 1909,
3.
PRIMEIRA PARTE
os FADOS
!
os FADOS 51
FADO DA MADRUGADA
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os FADOS 53
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54 JOÃO DO RIO
O MARINHEIRO
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56 JOA.0 DO RIO
A escola do marinheiro
Tem por mestre a tempestade.
Oh do leme, encontro arriba ! !
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os FADOS 57
Folga a bujarrona e giba !
o FOLGADINHO
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Recolheram-se as estrelías,
Sahiu o sol á janella;
Vae tudo certo, Folgadinho, certo, certo T
Vae tudo certo. Folgadinho, certo, não.
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os FADOS 63
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Brincamos da mesma edade.
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Para chorar de saudade !
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FADO CARMONA
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os FADOS 69
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A rosa para ser rosa
Deve ser de Alexandria,
A dama para ser dama
Deve chamar-se Maria.
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os FADOS 71
FADO VlSCONTl
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Allegretto
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72 JOÃO DO RIO
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os FADOS 73
os FADOS 75
FADO LEANDRO
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FADO DE TANCOS
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FADO DO CELTA
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FADO LAZARISTA
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FADO CAMPESTRE
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os FADOS 87
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JOÃO DO RIO
FADO MONTESTORIL
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FADO APULIENSE
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FADO BOHEMIO
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FADO PRIMAVERA
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» K, de noite, na corrente, ]
Mansamente,
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[ Bis
« Mansamente te embalar ! » — ]
96 JOÃO DO RIO
98 JOÃO DO RIO
FADO DESPEDIDA
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Olhitos de violeta, )
Na veia do coração. )
!! !
os FADOS 99
os FADOS 101
CORO
CORO
6.
102 JOÃO DO RIO
CORO
CORO
CORO
FADO CHORADINHO
Hi' <^
Fm encontrar a desgraça
Onde os mais acham prazer;
Amor que dá vida a tantos.
Só a mim me faz morrer.
FADO DO SOFFRIMENTO
^ ^
Tu bruxa disfarçada
és
Que me deitou o feitiço...
os FADOS 107
FADO DE CASCAES
»^ «1^
FADO SERENATA
^ ^
FADO DE COIMBRA
^ <4^
Oh Coimbra, oh Coimbra,
Que fazes aos estudantes?
Vem de casa tms santinhos.
Vão de cá feitos tratantes.
A capa do estudante
B' como um jardim de flores.
Toda feita de remendos,
Cada ura de varias cores.
Padeirinha de feição.
112 JOÃO DO RIO
Oh ! ribeira de Cozelhas,
Quando eu te passeava,
Tinha olhos e não via
A cegueira em que andava.
Bstudantes de Coimbra
Têm dois peccados mortaes.
Não fazem^ caso dos livros
E gastam dinheiro aos pães.
os FADOS m
FADO ROBLES
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Evolae-vos no espaço
Pela aboboda infinita !
os FADOS 119
os FADOS 121
FADO DO GATO
•^ v^
O LISBONENSE
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DÁ-ME UM SORRISO
^ ^
Prudência, tu és a mãe
D'tun infeliz como eu;
já gosou horas felizes.
Meu coração já bateu.
126 JOÃO DO RIO
^ Andante.
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os FADOS 127
FADOS DO HYLARIO
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FADO POSTHUMC
DO HYLARIO
Oh I luar, se tu pudesses.
Ao partir na extrema-uncção,
I/evar-me todas as maguas
Que eu tenho no coração !...
Branda cassa, —
da saudade
O mais doce coadoiro, —
Extranho globo de sonho,
Mixto da prata e do oiro.
Vê se me levas comtigo.
No teu meigo, aéreo manto !
AO HYLARIO
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Allegretto.
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134 JOÃO DO RIO
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Oh ! Hylario, oh ! Hylaiio,
Teu nome me dá paixão,
O teu fado faz vibrar
As cordas do coração.
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A primeira é a saudade
Cujo espinho atravessou
O coração, que a regara
Com pranto, que ella secou.
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CANÇÕES E CANTIGAS 147
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CANÇÕES E CANTIGAS 151
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152 JOÃO DO RIO
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CANÇÕES E CANTIGAS 153
Tendes os cabellos lottros,
Em meadas ao comprido,
Parecem meadas d'ouro,
Ao martello rebatido.
9.
154 JOÃO DO RIO
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CANÇÕES E CANTIGAS 157
EPHIGENINHA
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A bocca da Ephigeninha
K' uma rosa fechada;
Hei de abril-a com um sopro
Depois d'aberta, beijal-a.
Os olhos da Ephigeninha
São bonitos, não se vendem...
São babas com que me atira J
E são laços que me prendem.::";
m ^ Moderato.
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158 JOÃO DO RIO
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so-pro depois de a-Lertahei-jal-a
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CANÇÕES E CANTIGAS 159
MORENA
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Andantino
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Se tu não fô_ cas mo
TVIas CO- mo tu és mo
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na Se tu não foras mo_ re _ na te_ri.
re - naMaseo-mo tu és mo- re - na More-
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CANÇÕES E CANTIGAS 161
MACHADINHA
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Corta a machadinha,
Deixal-a cortar;
Casou-se o meu bem,
Deixal-o casar.
Deixal-o casar,
Vae de roda em roda,
Vae de braço dado
Que agora é moda.
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Anda.nte
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W^T-è
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bem. dei-xa lo ca - sar
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CANÇÕES E CANTIGAS 163
ROSA BRANCA
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Ro-sa hraueavemcom inigo,deL-xa
Ro-sa ma-lliada nSo elieira,Yae di -
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cara ro sei- ra(jue esta noite chove
Zfil - aaomeupae queomeupaee teu a-
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—70 9 »-í —
a-gua, Ro-sa molhada não
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jni-go, lo-go diz-.oh Ro-sa Yae
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CANrÕES E CANTIGAS IGo
PIRIQUITO
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Encontrei um periqmto
Na calçada de SanfAnna;
Boa meia, boa calça,
Sapatos á castelhana.
Na calçada de SanfAnna,
Apesar de bem segura,
Quando o meu amor lá passa
Não ha pedra que não bula.
166 JOÃO DO RIO
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Quasi largo.
s ^uím * *
Eneontreiumperi- qui-to na cal -
m
r. 2? ^
I ca- da de San- tAn - Jia, tAn -
m
na.
^ jr ijF
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Allegretto
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^ to-a mei -
^ U
a, bo - a cal - ça,sa - pa-
'lJ U
^ S tos á eas - te - liia-na
^ J J 'u g
CANÇÕES E CANTIGAS 167
^M A-deus a-
168 JOÃO DO RIO
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terra
l
m tt ^
jni-g-as que dei xei
mor.^
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Vou no
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CANÇÕES E CANTIGAS 169
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LUNDUM DA FIGUEIRA
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Oh meninas da
! Figueira
Acendam ao Cabedello,
Deu um navio á costa
Com enfeites p'ra o cabeUo.
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Andante
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vi-o-lavaena rua. a
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YÍ-0-lavaena rua,ai Jesus,per-tovaeo to-ea-
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dor, per- tovae.o to-ca dor,- Me
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172 JOÃO no uio
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i74 JOÃO DO RIO
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Não vínhamos cá chorar,
Que o cação que a gente tinha
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180 JOÃO DO ItlO
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Por causa das intrujices
Estou de mal co'o meu amor.
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CANÇÕES E CANTIGAS 185
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186 JOÃO DO RIO
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Andante vagaroso.
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CANÇÕES E CANTIGAS 187
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Se o meu amor fora António
Mandava-o engarrafar,
Em garrafinha de vidro
Para o sol o não crestar.
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AS IRMÃS DA CARIDADE
^ v!/
As irmãs da caridade
Moram na Quinta Amarella.
Ai, oh ai,
B dançam o mirondella.
As irmãs da caridade
Andam c'os olhos no chão;
De touca e vestido preto,
B de camandolas na mão.
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Allegretto
SP
As ir-mãs da ca -ri da-de mo-cam
^>M'^ l^J
m ^mu.
190 JOÃO DO RIO
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na Quinta Ama-
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rei - la, ai, oh
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Mo-nam na Quinta Ama-rel-la, Tamhem
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Ma - Ihao e dan- eam o Mi-ron-
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As innãs da caridade
São filhas d'um serafim,
Fogem ás coisas do mimdo,
Agora... só p'ra o bom fim.
192 JOÃO DO RIO
o NÓ DA GRAVATINHA
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Andantino
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mis-sa,
m ^ nao vc nhascominigo, nao;
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194 JOÃO DO RIO
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nó da era-va ti - nha.
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OB OLHOS DA MARIANNITA
Os olhos da Mariannita
São verdes como o limão,
Ai ! sim, Mariamiita, ai ! sim,
Ai ! sim, Mariaiinita, ai ! não.
Os olhos da Mariamiita
Tenlio-oseii aqui na mão.
Os olhos da Mariannita
Já lá vão para o Japão,
Vi ! sim, Mariannita, ai ! sim.
Ai ! sim, Mariannita, ai ! não.
196 JOÃO DO RIO
Andantino.
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CANÇÕES E CANTIGAS
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198 JOÃO DO RIO
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CANÇÕES E CANTIGAS
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MENINA DO CASIBEQUE
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Menida do casibeque
Do casibeque de chita :
Menina lá da janella
Dê-me a mão, quero subir :
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CANÇÕES E CANTIGAS 203
Menina do casibeque,
Do casibeque de lona :
O CANNAVIAL
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Se eu te agora matasse,
Quem te havia de acudir?
Se eu te agora matasse,
Não o sabia ninguém.
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206 JOÃO DO RIU
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CANÇÕES E CANTIGAS 203
12.
210 JOÃO DO KIO
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212 juÃu DO RIO
CANÇÃO DA NOITE
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1
CANÇÕES E CANTIGAS 215
SOLTEIRAS, CASADAS
E VIUVAS
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AO MENINO DEUS
^ ^
Já a redempção humana
Chegou ao praso marcado;
Em Belém nasceu, ha dias,
O Messias desejado.
CANÇÕES E CANTIGAS 217
— Oh meu menino Jesus,
!
Boquinha de marmellada.
Quem vol-a comera toda,^
Sem lhe deixar ficar nada !
13
218 JOÃO DO RIO
OH SENHOR LADRÃO
«^ vV^
Oh ! senhor ladrão.
Ande ligeirinho.
Não queira ficar
Na roda sosinho.
Na roda sosinho,
Não hei de ficar,
A's beUas madamas
Me hei de abraçar.
CANÇÕES E CANTIGAS 219
Este ladrão novo
Que agora entrou,
Deixal-o roubar,
Qu'inda não roubou.
Se fores a Elvas,
Eu também lá vou.
Buscaruma rosa
Que me lá ficou.
Oh Elvas, oh Elvas,
! !
Badajoz á vista.
Já não faz milagres
S. João Baptista.
Se fores a Elvas,
Vae á Piedade,
Qu'é a mellior coisa
Que tem a cidade.
Se fores a Elvas,
Segue direitinho,
Olha não tropeces,
Qu'é mau o caminho.
CANÇÕES E CANTIGAS 221
Accordar sobresaltado
Ao chorar d' algum nené.
Perguntar quem está, quem é,
Julgando que está roubado...
Já não quero ser casado.
A sopeira e o creado,
Recostados na cozinha.
Ambos a comer gallinha,
E o patrão peixe salgado;
Quem me dera ser casado.
222 JOÃO DO RIO
A PADEIRINHA
^ ^
Tem a padeirinha,
São mal empregados,
Andar á farinha.
Bate padeirinha.
Bate o pé no chão.
Bate no meu peito.
No meu coração.
No meu coração,
Padeirinha agora,
Dá meia voltinha,
Vamos-nos embora.
Oh senhora mãe,
!
Deixe-me ir á festa.
Que não ha nenhmna
Mais linda do que esta.
224 JOÃO DO RIO
Ir lá também posso :
Já sei molinhar
Como bom moleiro.
vun
No moinho do milho
B mais no alveiro.
Já não é criança;
Já pôde ir ás festas, ;
Já canta e já dança.
Hei de ir de chinellas.
De meias de linha,
Camiza mui branca...
Mas não de farinha.
Á
->•>.
CANÇÕES E CANTIGAS
Eu quero mostrar-me
No da egreja,
largo
B mordam-se as outras,
Embora, de inveja.
E se perguntarem
Quem é a gaiteira,
Saibam que é a filha
Da Thereza moleira.
13.
226 JOÃO DO RIO
^ ^
I
228 JOÃO DO RIO
SAUDADES
^ *ir
IM
230 JOÃO DO RIO
NOITE DE PRIMAVERA
«V ^
AMORES, AMORES
^ ^
Bu tenho um moreno.
Tenho um d 'outra côr,
Tenho um mais pequena
Tenho outro maior.
Abraços, abraços,
Que mal nos farão?
Se Deus me deu braços.
Foi essa a razão.
Amores, amores,
Deixal-os dizer;
Se Deus me deu flores
Foi para as colher.
AMÉLIA
^ «^
Eu vi Amélia
No arvoredo,
Tão pequenina.
Não tinha medo.
Oh vem commigo,
!
Ameha, vem,
Se tu não amas
A mais ninguém.
í
Eu vi AmeHa j
No campo só : í
Tão pequenina,
Mettia dó.
Oh vem commigo,
! etc.
Eu vi Amélia,
lyá em Coimbra,
Tão pequenina
Era tão linda.
Oh vem commigo,
! etc.
CANÇÕES E CANTIGAS 235
Eu vi Amélia,
lyá em Lisboa,
Tão pequenina
Era tão boa.
Oh vem
! conmiigc^etc.
Eu vi Amélia,
Lá em Cascaes :
Tão pequenina
Já dava ais.
Oh vem commigo,
!
etc.
Eu vi AmeUa,
Eu bem a vi,
Assentadínha
Ao pé de ti.
Oh vem commigo,
!
etc.
Eu vi Ameha
A beira-mar.
Sem ter receio
De se molhar.
Oh vem commigo,
! etc.
Eu vi Ameha,
I/áno jardim :
CRAVO ROXO
^ ^
AMOR BRAZILEIRO
^ ^
Oh meu
! amor, dá-te o somno,
Vae-te deitar a dormir.
Que eu não quero ver penar
A quem hei de possuir.
A^ ELISA
"^ *?*
^ ^
D 'onde oh Rosa ?
vens, !
Eu venho da Maia.
Que trazes, oh Rosa,
!
líinda Rosa?
Uma bella saia.
I/inda Rosa?
Que te importa a ti.
Venho de Coimbra.
Que trazes, oh Rosa,
!
Linda Rosa?
Uma coisa hnda.
Eu venho de Bemfica.
Que trazes, oh Rosa,
!
Linda Rosa?
Uma coisa rica.
14
242 JOÃO DO RIO
Linda Rosa?
Um rapaz gaioto.
I/inda Rosa?
Uma coisa boa.
Linda velha?
Sardinha salgada.
Linda velha?
Berbigão e raia.^
Lindo velho?
Bacalhau salgado.
CANÇÕES E CANTIGAS 243
O NAUFRÁGIO
^ ^
AS VACCAS
^ 4»
A SALOYA
^ <^
A CANTADEIRA
^ ^^
Coração, coraçãosinho.
Como vives magoado !
o PRETO
«v ^l*
Cantiguinhas á viola;
Ai o Preto também dansa,
!
TRIGUEIRINHA
^ ^
Chamaste-me trigueirinha.
Ai eu sou da côr da cereja;
!
Qiamaste-me trigueirinha,
do pó da eiia;
Isto é
Tu me verás ao domingo,
Como a rosa na roseira.
Qiamaste-me trigueirinha.
Eu não me escandalisei
Trigueirinha é a pimenta
E vae á mesa do rei.
Qiamaste-me trigueirinha,
E eu tenho d'isso vaidade.
As trigueiras sãomais firmes.
Amam com mais lealdade.
CANÇÕES E CANTIGAS 251
^ ^
i
CANÇÕES E CANTIGAS 253
A roda da desventura
Sobre mim constante gira;
Nada a faz retroceder;
Infeliz de quem suspira.
O CEGUINHO
^ ^
— Se vindes ferido,
I/ámuito embora;
Porta nem postigo
Não se abre agora.
— Ai ! a tua porta
A mim se ha de abrir;
Sou um pobre cego
Que ando a pedir.
— Carrega a roquinha
De estopa ou de linho
B ao triste cego
Ensina o caminho.
— Espiou-se a roca,
Acabou-se o linho;
Adiante, cego,
lyá vai o caminlio.
— Ai ! valha-me Deus
E a Virgem Maria !
— A cavallaria
É p'ra te levar
E todo o mais povo
Vai-te acompanhar.
!
CANÇÕES E CANTIGAS ^7
— De condes e duques
Já fui pretendida,
E agora d'uni cego
Me vejo vencida
NÃO CHORES
^ ^
I
CANÇÕES E CANTIGAS 259
OS TEUS OLHOS
^ «V
CRUEL SAUDADE
^ ^
Cruel saudade
De meus amores,
Que de dissabores
Me faz morrer.
Melhor me fora
Antes morrer..
Lá me persegue,
Lá me vae ter.
Melhor me fora
Antes morrer.
Mesmo dormindo,
Por entre sonhos,
Casos medonhos
Me vem trazer.
Melhor me fora
Antes morrer.
CANÇÕES E CANTIGAS 261
Tenho perdido
A doce esperança
De ver mudança
No meu pad'cer.
Melhor me fora
Antes morrer.
15.
262 JOÃO DO RIO
MORENINHA
^ ^
AS ESCADAS DO CASTELLO
•í' M^
As estrellas se admiram
D 'este meu andar de noute;
As passadas serão minhas,
O proveito será d'outrem.
266 JoAo DO Kio
PHILOMENA
vV ^
Oh querida Philomena,
!
Se passeiam no jardim,
Fazem ellas muito bem;
As creadas de servir
Não devem nada a ninguen?
Oh ! querida Philomena,
Verde canna no botão;
As creadas de servir
Andam tolas co'o patrão.
Oh querida Philomena
!
Oh querida Philomena
!
Oh querida Philomena,
!
Se conversam na varanda.
Fazem ellas muito bem;
As creadas de servir
Não devem nada a ninguém.
Oh ! querida Philomena,
Hoje as coisas não estão boas.
As creadas de servir
Mandam mais do que as patroas.
268 JOÃO DO RIO
A TRISTE PERDIDA
^ »i/
NAS PRAIAS
^ ^
CANÇÃO D'AMOR
^ ^
Já cantam os trovadores
Por esta noite calmosa.
Deixa o teu leito d' amores,
Accorda, mulher formosa
A FLOREIRA
^y v^
Andante
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Meu Se
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^
nhor, eu
276 JOÃO DO RIO
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po - de a - cliar.
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São tão ba - ra -
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S^,
^
lin-das
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lin -
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-das não vo - de a- ehar.
^
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O CEGO
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DESPEDIDA DE COIMBRA
^ «^
Ir o barco lentamente.
Deixa, pára, que a saudade.
Ir mais longe não consente.
ESTRIBILHO
A menina (Francisquinha)
Está na edade.
Está na edade de casar,
Por isso aqtii na roda
Escolha par,
Escolha par que lhe agradar.
RESPOSTA
A JARDINEIRA
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284 JOÃO DO RIO
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CANÇÕES E CANTIGAS 285
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AS CARVOEIRITAS
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288 JOÃO DO RIO
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^ ^m ^^ se in- fl anima, tem chainina!tem
ADELAIDINHA
^ ^
Já morreu a Adelaidinha,
Já lá vae p'r'a sepultura,
A quem deixaria ella
O cestinho da costura?
O cestinho da costura,
Deixou-o a imia prima minha;
Que llie rezasse por alma.
Por alma da Adelaidinha.
Já morreu a Adelaidinha,
Já lá vae no seu caixão
A quem deixaria ella
O seu lenço d' algodão?
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a quem deixa-ri - a el-la o ces-
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aquém deixa-ri-
D.C.
fe-^jijirfTLi
canm^Oes e cantigas 2.'!
Já morreu a Adelaidinha
Já lá vae a enterrar;
A quem deixaria ella
O estojo de bordar?
O estojo de bordar
Deixou-o a minha mana.
Para lhe rezar por alma
Uma vez cada semana.
Já morreu a Adelaidinha
Já lá vae toda bonita;
A quem deixaria ella
O seu vestido de chita?
BELLA AURORA
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^ Andante
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Bella au ro-ra,se
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te a- treves
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Bella au-
To -ma lá o meu ca- bel-lo. To -ma
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-TO - ra se te a tre-ves, ai, sete a-
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291 JOÃO DO RIO
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-treves aprender quem anda au -zente, ai, setea-
É 1=^
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-treves a prender quem anda au -zente.
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o coro repete omesmo
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CANÇÕES E CANTIGAS LU5
REMAR... REMAR
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No mar, no fmido.
Sobre as areias,
Dançam sereias
Quando ha luar...
Adagio
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296 JOÃO DO RIO
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ar; o mar e lin - do anoiteé
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O mar é lindo,
A noite é bella,
Desfralda a vela,
Remar... remar..
No mar, no fundo,
Sobre os aljofres.
Ha lindos cofres
Oue te hei de dar.
CANÇÕES E CANTIGAS 297
O mar é lindo,
O^ceu convida,
O amor dá vida,
Remar... remar...
No mar, no fimdo.
Sobre as areias,
Daçam sereias
Ao meu cantar.
O mar é lindo,
A noite é bella,
Desfralda a vela.
Remar... remar..
17.
298 JOÃO DO RIO
COM A PENNA
tíf ^
O amor e o cimne
Fizeram paz e união;
Quem tem amores tem cimnes.
Quem tem zelos tem paixão.
^^.Allegretfco
í'am:oes e cantigas
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299
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ou-ro se po-de pas- sar. Com a
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pen-na ea pra-ta se iiía-ta.
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co-bre se co-me e se
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Andantino
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i02 JOÃO DO RIO
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su-o se os ti-ve-ra por meus . Se
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an-jos a- do-ram a Deus
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FLORES TRISTES
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Oh tema
! saudade,
Mimosinlia flor.
Fielcompanheira
Nas penas d' amor.
Só tu me acompanhas
No pranto e na dôr;
Quero sempre amar-te,
Mimosinha flor.
Oh meu
! lyrio roxo,
Creado no matto.
Tu és de minh'ahna
O fiel retrato.
Só tu
No
me acompanhas
pranto e na dôr;
Quero sempre amar-te,
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Mimosinha flor.
CANÇÕES E CANTIGA- 305
Andante
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Oh
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ter- na sau - da- de
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30() JOÃO D'> RIO
mar- te, mi
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dor que-ro,que^'o,senlpre a
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-mo - si - nlia flor.
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Oh ! goivo tristonho.
Das campas ornato.
Do meu coração
Tu és o retrato.
Só tu me acompannas
No pranto e na dôr;
Quero sempre amar-te,
Mimosinha flor.
CANÇÕES E CANTIGAS 307
Os rapazes d.'Elvas,
Vão á missa á Sé,
De capote roto,
Chinello no pé.
Os rapazes d'Blvas,
São muito valentes :
-Andante
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a missa a Sé de
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CANÇÕES E CANTIGAS 309
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310 JOÃO DO mo
Á POLKA
Marcial.
Quem ti -^
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312 JOÃO DO RIO
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OH ! FRESCA DA RAMALHADA
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Oliveirinha do adro
Não assombres a egreja;
Oh ! frescada ramalhada
Não assombres a egreja;
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314 JOÃO DO RIO
Andantino. SOLO..
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fresca da rania- Iha-da, quem
CANrÒES E CANTIGAS 315
FREI PAULINO
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Ji-no. ve.- nlia me f aliará gra-de, que eu
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da - de. Oh ty- ran na, oh ty ran-
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18.
318 JOÃO DO RIO
Oh quanto
! melhor me fora
Não conhecer amizade;
Que agora não soffreria
Os rigores da saudade.
I
320 JOÃO DO RIO
LILIA
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Na-quellas altas moii
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-ta-nhas a on- de li-lia nas eeu ah.
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322 JOÃO DO RIO
SANTA MAFALDA
Vi« «Jí
Oh meu Senhor
! d' Agonia,
Vinde abaixo dar-me a mão;
Eu sou romeirinha nova,
Canço do meu coração.
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m Larg-0.
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nha Saii4ad'A-rou-ca,
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d'A- rou - ea Santa Ra
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En -ter- ra -dahatantos an
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(^^^^ ^ P 4.indaes-tàs in-tei- nha
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CANTIGAS
DE S. JOÃO DE BRAGA
v|/ v^
S. João é o Baptista,
Filho de Santa Isabel.
S. João baptizou Qiristo,
Poz-lhe o nome Manoel
Andante
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1^ Vez. 2! Vez.
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— D'onde vindes, JoãoS.
Pela calma, sem chapéo?
— Venho de ver as fogueira
Que me fizeram no céo.
.\baixae-vos, carvalheiras,
Com a rama para o chão :
S.João adormeceu
Debaixo da laranjeira.
Cahiu-lhe a flor em cima,
S. João que tão bem cheira
CANÇOE& E CANTIGAS 327
S. João adormeceu
Nas escadinhas do coro.
As freiras deram com elle,
Depenicaram-n'o todo.
Orvalhos do S. João
São lagrimas das estrellas :
AS PENEIRAS
^ ^'
Ai ! quem me dá de prenda
Um riso assim
Ai ! qxie me matas ! qtie morres !
^
^ Allegretto.
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nei-ras nos. o-lhos
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Ihadascom ri-soedes-.dem.
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CANÇÕES E CANTIGAS 331
Ai ! quem me dá de prenda
Um riso assim !
RAMALDEIRA
^^
No momento da partida
Meu coração te entreguei;]
Quando me vem á lembrança,
Como não morro não sei.
Eu subi á amendoeira
Sem me lembrar do descer;
Desprezado dos teus olhos;
Quem me ha de agora querer?
fe
Allegro
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§^
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Gracioso.
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Ma^no-
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•el, o-lhosa-zues, Ma-no- el o-lhos a-zues,a-i oh
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a - i.dent«s de tie4'o4as f i-nas; não sei que tu me fi -
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zeste que tanto
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me des a tinas.
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a- i, oh
-dl! íUS
19.
334 JUAO DO UíO
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í\M [in f^m ^
Trago deatro do meu peito
Chegadas ao coração,
Duas lettrinhas^que^dizem :
CANTIGAS
DO SENHOR DA PEDRA
Aquella cozinheiía.
Que cozinhava bem :
Deixon-se da cozinha
Eí foi fallar ao seu bem.
^ LJLJ
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Andante
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braços Queeunel
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^^ quero mor-rer.
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1Í9-
Aquella cozinheira
Que andava de balão
Deixou-se da cozinha
P'ra fallar ao João.
Aquella cozinheira?
Que andava de jaquet •.
Deixou-se da cozinha
P'ra fallar ao José.
Aquella cozinheira,
Que ia pelo jardim'^:
Deixou-se da cozinha
P'ra fallar ao Joaquim.
Aquella cozinheira
A quem deste um^^annel :
Deixou-se da cozhiha
P'ra fullar ao Manoel.
!
SAUDADES DA ALDEIA
»V *S/
A MODA DA RITA
^ ^/
Se eu quizera amores
Tinha mais d'tmi cento,
Bonecos de palha,
Oh ! laré !
Cabeças de vento.
SAlleg;retto^
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UMA VOZ
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bone-cos de pallia,ohlare;» ca-be-cas de
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Ri - ta can-toiL: la_na Pi-a-ia
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Nova.ohlare! iiitiguemlh.ega-nh.ou
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DAXSAS 340
Se eu qiiizera amores
Tinha mais de mil,
Lindos macaquinhos
Que vem do Brazil.
Esta foi a moda, etc.
Se eu quizera amores
Tinlia-os ás mãos cheias.
Rapazinhos loiros
Que vêm das aldeias.
Esta foi a moda, etc.
Se eu quizera amores
Tinha-os ao millião,
lyindos bonifrates
Que vem do Japão.
Esta foi a moda, etc.
Se eu quizera amores
Tinha-os aos pimhados,
Mas não quero amores,
Não quero cuidados.
Esta foi a moda, etc.
20
350 JOÃO DO pao
^ ^
Oh meu
! amor, se partires
Escreve-me do caminho.
Se não tiveres papel,
Nas azas d'um passarinho.
Vá ! laranja ao ar !
DANSAS 351
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352 JOAO DO RIO
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ca-saa flor da la-ran-g-eira
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Vá laranja ao ar
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Fita no chapéu :
BATE, LAVADEIRA
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ba - te,QueasrLOssaseaii-tigas não -
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354
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JOÃO DO RIO
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Quando ehe-^a da jor
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1? vez
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^hj JiH^^^^
DANSAS 3Õ5
Bate, lavadeira,
I^avadeira bate.
Que as nossas cantigas
Não teem remate.
ESTOU-ME ALINHAVANDO
^ ^/
Estou-me remendando.
Já me remendei.
D' certo que nunca amou :
Estou-me remendando,
Já me remendei.
Nunca o amar me custou.
Da janella do palácio
Me com miia funda.
atiraram
Deu na guarda, deu na ronda,
Deu nas costas d'imi corcunda.
DANSAS 357
Moderaio
^ Eu
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a - imei
1
e fui a
eus-ta
ma- do
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estoume alinha vando jámeali-nha'
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'stoume remen-
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358 JOÃO DO RIO
INez
QUB ca a - mou.
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2'. vez
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me cus tou.
m^ I ê
3^
Meu amor que estás tão longe
Auzenta-te e vem-nie ver :
Olha que as vidas são curtas
Pôde aloT-xm de nós morrer
DAXSAS 359
GIRA, VIRA
4» »v
Oh do
! gira, vira, vira,
Gira, gira, vira.
Ora torna-te a voltar.
Gira, gira, vira,
Meia volta e troca o par.
I\ u Allegretto.
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A-
Muitos
^B ^
le- crim a bor-da
a-mo-res se
d a-g-ua,a - le
perdem, muitos
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crim a bor-da dagaia,de lon- ge faz ap-pa
a-mores se perdem pe-la pouca de -li -
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rencia, de lon- ge faz ap-pa
geneia, pe -la pou ca de-li -
—$—r-
rencia
g-eneia .
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DANSAS ]61
\^U n - ra,
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vi-ra,vi-ra,
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VI - ra,
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gi-ra,gi-ra.
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vi-ra, o-rator nateavol-tar g-i-ra,gi-ra,
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vi-ra,meiavoltaetroeaopar
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362 JOÃO DO RIO
OH! QUITUM
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Allegretto,
- iihor Francisco
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Bandarra, fi -ta
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ver- de no cha peu, okqui - tum,vae
DANSAS 363
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ceu; Oh qui- tum,vae,
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Andantino.
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DAXSAS 365
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366 JOÃO DO RIO
Sobrancelhas de retroz,
OUios de viva alegria,
Vê o pago que tu deste
A quem tanto te queria.
MARIA CACHUCHA
^ -s-
Maria Cachucha,
Quem te cachtichou?
— Foi um frade Loyo
Que aqui passou.
Maria Cachucha,
Que vida é a tua?
— Comer e beber,
Passear na rua.
Maria Cachucha,
Não vás ao Rocio;
Toma lá dinheiro.
Sustenta o teu brilho.
Maria Cachucha,
Não vás ao quintal
Bm sainha branca,
Que parece mal.
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Foi ura frade Lo-yo que a-qui pas-
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Lo-yo que aqui pas- 5 ou.
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DANSAS 369
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Maria Cachucha,
Com quem dormes tu?
— Eu durmo sósinha
Sem medo nenhimi.
Maria Cachucha,
Se fores passeiar,
Vae pelas beirinhas,
Pódes-te molhar.
21.
; !!
OH! SOLIDÃO
^^ v^y
Se fores ao cemitério
Oh ! solidão, solidão !
Adag-lo. do/ce.
W m ^
m ^^
P.
Se fores ao ce-mi te - ri-o,
^m
r
oh!
gr
so-Iidão,
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so-li- dão!
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#^3
No di- a do meu en ter - ro,
rai7 a Tempo.
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ai,
">=i''^rXf
ai, ai, ai, ai, ai,
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372 JOÃO DO UIO
r-BT-g
oh! soJidão, so-li
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F » 1»=;»
I as trancas domen ca Lei Io,
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7'a//. _a Tempo.
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ai,ai,ai,ai,a],ai,
J-
ai!
J V
!" f í-!
y-^'^tí!ill
'Em hei de morrer... morrer...
Não sei a hora nem quando;
Terra que me has de comer
Pódes-te ir apparelhando.
DANSAS 373
AUeffretto
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- lha, puTTilmais
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reu, pum!
-piim,a - g^oiaa go-ra, reu ,
'J-ti
r
7 J J j
Pt
Uma velha, muito velha,
Pum!
Mais velha que o meu chapéu,
Pum, catapum,
Agora, agora,
Reu, reu, pum
!! !
DANSAS o/í>
Fallaram-llie em casamento,
Pmn!
Ergueu as mãos para o ceu
Pum, catapum,
Agora, agora,
Reu, reu, pimi
Fallaram-lhe em casamento
Pvmi!
De velha tornou-se moça,
Pmn, catapmn,
Agora, agora,
Reu, reu, pmn
376 JOÃO DO RIO
PIROLITO
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dabasdevira jíraerírr; t-
DANSAS 377
k n^m ^ \
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da a agtiana pedra que a faz amol-le-
S T^=^ 3
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li-to que ja ha j teu quem
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gos-ta
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de
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gos-ta dei-la sou eu,
378 JOÃO DO RIO
CHARAMBA
H' «V
O cantar á meia-noite
E' um cantar excellente :
A sem a prima
viola
E' como a filha sem pae :
Alle°:retto
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380 JOÃO DO RIO
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Defron-te demime-
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Toda a
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glori a do meu
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bem : Aquém a minh'aima
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dJfíSjiji^^
DANSAS 381
Esqueceu-me a cortezia;
Agora, que estou cá dentro.
Viva toda a bizarria.
A panella ao lume,
O arroz 'stá crú !
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Andantino
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lu-avaea-raa rel-la. Meu
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Não ha sol que cheg^ue á
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lu-a Nem ao nosso hem que A
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mimnaominganas tu! a mim nãonfinganas
erú dei-xal-o co- ser, 'stá erú dei-xal-o co-
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384 JOÃO DO RIO
tu!
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Se te quiz bem foi um sonho.
Se te amei, foi falsidade;
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Se a lembrança de perder-te
Me atormenta o coração,
Que fará quando soffrer
A nossa separação?
DANSAS 385
Allegretto
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No mei - o daquel-le mar, en
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DANSAS 391
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392 JOÃO DO RIO
O LADRÃO MORREU
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o ladfão morreu
A comer tomates :
Meninas bonitas
Não são p'ra alfaiates.
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Allegretto
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o ladrão mor -r eu a comer to
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DANSAS 393
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Ai, ai, que me pica,
Ai, ai, que me arranha.
Ai, ai, que me ferra
Aquella aranha.
O ladrão morreu
A comer castanhas :
Meninas bonitas
Não são para aranhas.
O ladrão morreu
Em comes e bebes;
Meninas bonitas
Não são p'ra algibebes.
394 JOÃO DO RIO
SENHOR LADRÃO
No meio sósinho
Não hei de ficar,
Que a esta menina
Me vou abraçar.
A esta menina
Que agora entrou
Deixem-a dançar
Oue ainda não dançou.
DANSAS 395
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Allegretto
Oh se-nlior
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só ^ si - nho,
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OH! LADRÃO
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Comer e beber,
Passear na rua.
O ladrão, ladrão,
já lá vae p'ra o Pio,
No meio do caminho
Deu lun assobio.
dansas 397
te
A,ndarLtç
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a tiia^oh la drão, ladrão^c[iievi--daé atua;
na rua .comer! e ieber, pas-se-ar na rua
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23
398 JOÃO DO RIO
OH ! SENHORA ANNA
v»/ v.»
Alieg-ro.
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ta-danaeara do
O senhora" Anna,
O' senhora Helena,
Faça os caracoes
A' sua pequena.
400 JOÃO DO nn)
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MALHÃO
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40 JOÃO DO RIO
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DANSAS 405
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Malhão, triste Malhão,
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23
40G JOÃO DO RIO
MÁRCIA BELLA
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Gentil borboleta
Que andas girando,
Com novas ideias
Me estás enganando.
DANSAS 407
m Moderato
Vaete em bo
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5E
ra crvi-el sor-te.
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408 JOÃO DO iiro
Que do Limoeiro
as chaves
Estão todas na minha mão.
O' mar, se queres,
Tem dó de mim.
Não diga o mundo
Que eu morro assim.
DANSAS 409
MARIANNITA
».;' *''
Ah ah ! ! ai ! dehcada flor.
Mariannita não tem culpa,
Culpa tem quem a mandou.
Ah ! ah ! ai ! oh ! meu lindo amor.
Ah ! ah ! ai ! delicada flor.
Ah ah! ! ai ! etc.
Ah ah! ! ai ! etc.
410 JOÃO 10 RIO
Os olhos da Mariannita,
São bonitos, na verdade :
Ali ah ai etc.
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Ah ah ai etc.
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Ah ah ai etc.
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DANSAS 411
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412 JOÃO DO RIO
Careca o pae,
Careca a mãe.
Careca a avó
B os netos também,
Com toda esta família
Não gastei nem lun vintém.
Camisinha de setim
Nunca eu te comprarei :
Careca o pae.
Careca a mãe,
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DANSAS 413
Careca a avó
B os netos também,
Com toda esta família
Não gasteinem um vintém.
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414 JOÃO DO RIO
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DANSAS 415
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DANSAS 417
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418 JOÃO DO RIO
ARREDONDA A SAIA
4» «^
Debaixo da ramadinha
'Stão^cho vendo umas pinguinlias
Todos têm os seris amores.
Só_eu estou a torcer linhas.
Arredonda a saia.
Arredonda a saia,
Arredonda-a bem;
As voltas que der's ao par,
Oh do ran, tan, tan.
!
Em certas occasiões
Arrebenta se não falia.
DANSAS 419
^ Andante
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De - bai-
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'stão eho-vendouaias pin-g-iiinlias/stãoclio
stoua tor-cer linhas, só eu
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-vendo umas pin-gui-nhas
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420 JOÃO DO lUO
Ar re-don-da a jsai-a,ar-re-donda a
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vol-tasqueder's ao par, oh do ran tau
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tan, oh la-ro, meu hem,
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DAXSAS 421;
BATE OS REMOS
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24
422 JOÃO DO RIO
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mar é que
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DANSAS 423
Segunda-feira te amo.
Na terça te quero bem;
Na quarta por ti espero,
Na quinta por mais ninguém.
A CORADINHA
Coradinha, feiticeira,
Kncaiito dos meus amores,
Os teus lábios côr de rosa
Dão beijinhos matadores.
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DANSAS 425
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426 JOÃO DO RIO
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Co-Ea- dinlia,o-lé, oh linda, Co-ra-
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dinha, o -lé,
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meu bem.
-^"UJT^
Dá-me um beijo, dou- te doip,
A minha paga é dobrada;
Porque é brio dos amores
Pagar e não dever nada.
Coradinha, etc.
Coradinha, ett^.
Coradinha, etc.
DANSAS 427
Dá-me os beijos que tendei.
Que já lá tens mais de mil,
Dá-me os que agora te peço,
Os outros deixa-los ir.
Coradinha, etc.
428 JOÃO DO RIO
OLHA A TRIGUEIRINHA
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Ali e gr ettp.
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nos-sa fe-li-ci-da-de. SÓ me
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res-tadees-ta vi-da u - ma eterna sau-
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DAN=5AS 429
da-de.
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Oiiiaa trig-uei-ri - nha,olhaa
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Ií trigueirinha elio -
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zi- nho.ai.ai, aiquesevaeem -Jdq -
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Já lá vae, já se acabou,
A nossa felicidade,
Só me resta d'esta vida,
Uma eterna saudade.
Olha a trigueirinha,
Olha a trigueirinha, chora,
Pelo seu bemzinho,
Ai, ai, ai, que se vae embora.
A saudade é um mal,
Que nem respirar permitte;
E' uma anciã, é um tormento,
B' uma dôr sem limite.
Oh meu
! amor, não estranhes
De eu para ti não olhar :
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An-do
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noi - te, as fo- Ihi-uhas
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DANSAS 433
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111- Há, ti-rar-me d*es-te de
n"r T f T V-f-fi
434 JOÃO DO RIO
VALSA REVALSA
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A valsa revalsa,
Toma a revalsar
Esta revalsínha
Veio da beira-mar.
Veio da beira-mar
Veio da beira-mar
A valsa revalsa,
Toma a revalsar
Vo'la aprendereis,
Vo'la aprendereis;
Não canteis a valsa
Porque a não sabeis.
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436 JOÃO DO RI
A valsa de quatro
Tem muito que ver,
EUa bem daiiçad
K' ver e morrer.
Allegretto.
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DANSAS 437
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438 JOÃO DO RIO
QUITOLLIS
^ ^
O amor do estudante
E' em quanto está presente;
Tira o chapéu, vae-se embora,
Fiaes-vos lá n'essa gente.
Ai 1 amor's, etc.
DANSAS 439
O amor do estudante
Não dura mais que uma hora
Toca o sino, vae p'r'as aulas
Vêm as ferias, vae-se embora
Ai ! amor's, etc.
440 JOÃO DO RIO
MEIA VOLTA AO AR
^ ^
Oh rapaz agarotado.
!
25
442 JOÃO DO RIO
OH MENINAS,
!
BRINQUEM, BRINQUEM
^/ ^
RECADINHO
^ ^
Tu és imia feiticeira.
Tu tens sido os metis peccados.
Andante,
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446 JOÃO DO RIO
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O cra-vo de pois de seo - CO SI - g-iii -
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DANSAS 447
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g-ar o ai - raei - rao.
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Jo
OH SENHOR CADETE
!
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Oh ! tre-lan-tan-tan,
Oli ! tre-lin-tin-tin.
Oh do Mantangni
!
Copos a vintém.
Oh laré cantando,
!
Flandim, flandim.
Oh laré dançando.
!
Estou peneirando,
Espera que eu já veulio.
Saudade roxa,
Roxa saudade I
Deixa que eu virei.
Mais cedo ou mais taide.
450 JOÃO DO RI o
Dae soccorro;
Ai ! ai ! ai ! ai
Que por ti morro.
DANSAS 451
Ai ! amores
Dae soccorro;
Ai ! ai ! ai ! ai
Que por ti morro.
A SEREIA
^/ ^.
A VIDA DO MARUJO
^
As nossas necessidades
Nos obrigam a navegar,
A passar tempos no mar
K aguaceiros,
E aguaceiros.
Dom, dom.
!
CAVACO DO RIO
^ ^
26
458 JOÃO DO RIO
Fiiidespedir-me do rio,
Das pedrinhas de lavar.
Só de ti, meu querido bem,
Ku me não posso apartar.
MANE CHINE
^ *ir
RU-CHU CHU
^ ^
As pombinhas de Cath'riua.
Andaram de mão em mão,
Foram ter á quinta nova,
Ao pombal do D. Joã :.
Ao pombal do D. João,
A' quinta da Rozeirinha;
Andaram de mão em mão.
As pombinhas da Cath'rina.
SAN PEDRO
^ ^
Appareceu o Senhor
A'quella sociedade,
Mandou-lhes deitar a rede
A' direita de Deus Padre.
A' mão direita a lançaram
E muito peixe caçaram.
464 JOÃO DO RIO
CUPIDO TRAIDOR
^ ^
Cantando cantigas,
Andando a bailar,
Descobrem-se as ligas,
A' luz do luar.
Cupido traidor,
Que este jogo inventou;
Temos corações
De veneno trespassou.
Se eu quizera amores
Tinha mais d'um cento,
Raparigas novas,
Cabeças de vento.
466 JOÃO DO RIO
Amores, amores,
Como eu tinha tido !
Agora já não
Que me tem morrido.
Se eu qxiizera amores
Tinha mais de mil.
Rapazinhos novos.
Que vem do Brasil.
DANSAS 10/
VIRA AO NORTE !
^ «^
A folhinda do salgueiro
De amarella encar'colou :
SAN GONÇALO
^ 'i^
San Gonçalo
D'Amarante,
Quer que lhe baile,
Quer que lhe cante.
Oh meu San
! Gonçalo,
Oh meu rico
! santo :
Attendei ás moças
Que vos pedem tanto.
!
DANSAS 471
Ai ! ai
Tenho pena, tenho dôr;
Tenho pena d'elle,
Que era o meu amor
Muito chorei eu
Domingo á tarde,
Aqui está meu lenço
Que diga a verdade.
Toma lá amor
O meu coração.
Se eu quizera amores,
Mais de cem eu tinha :
^ ^
^ ^
Ao dmo da praça
Se vende aguardente,
A dez reis o copo
Que regala a gente.
Oh I amor, amor,
P'ra que é que disseste.
Que havias de vir,
E nunca vieste?
DANSAS 477
Eu tenho só um,
Stou na minha quinta.
Já tocam os sinos
Lá na freguezia;
Vão os namorados
A' missa do dia.
O meu coração
Ao ver- te se abriu;
Tomou-se a fechar
Quando te não via.
TODOS BEBEM
^ ^
Rapazes, meninos,
Fazem desatinos,
E bebem os vinhos
Na venda, senhora.
Nizas e casacas.
Capas e capotes.
Bebem aos potes
Na venda, senhora.
Também o Quintella,
Com fama de rico,
Também molha o bico
Na venda, senhora.
Também o Vigário
Com o seu canto-chão,
Bebe p'lo cangirão
Na venda, senhora.
JOÃO DO RIO
Também os Autonios,
Que são capitães.
Bebem aos tostães
Na venda, senhora
Freiras e frades,
Repicsmi os sinos
E bebem dos finos
Na venda, senhora
DANSAS 481
SERRA DE MONCHIQUE
^ ^
Desejava de encontrar-te
N'mna rua sem sabida;
Que te queria perguntar :
Lá na serra de Monchique
Ha alecrim ás mãos chinchas;
Ai!
Tanto merecem a Deus
As altas como as baixinhas.
i
w DANSAS 483
CONSTÂNCIA
A Senhora da Saúde,
Só ella pôde brilhar;
Tem a sua capellinha
Ivcvantada á beira mar.
Oh Senhora da
! Saúde,
A vossa capella cheira.
Cheira a cravos, mais á rosa.
Mais á flor da larana:eira
Oh Senhora da
! Saúde,
Sois pequenina e bem feita;
Livrae os homens do mar,
Dae-lhe a vossa mão direita.
Oh Senhora da Saúde,
!
Oh Senhora da Saúde,
!
Oh Senhora da
! vSaude,
Que daes aos vossos romeiros?
— Dou agua da minha fonte.
Sombra dos meus castanheiros
Oh Senhora da Saúde,
!
OH ! BALANCE
^ ^
Oh ! balance, balance.
Oh balance da outra banda,
!
MARIA PAULA
^ ^
Oliveira pequenina,
One azeitona pode dar?
Também eu sou pequenina
Mas sou firme no amar
Oh Maria Paula,
!
Olha a Candidinha,
Que se vae embora
E eu fico sosinha.
A oliveira é a paz
Que sedá aos bens casados;
A palma aos sacerdotes, i
Alecrim aos namorados.
^ Andante,
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O
Tam
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Jbem
-
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vei - ra
eu sou
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pe-que
que
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ni - na que a zei - to-na po-de
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fir-me no a -
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dar? •^,
Oh Ma-ri - a
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490 JOÃO DO RIO
^ +
bo-ra e
m
eu fi-co so si - nha.
gtt í
A pequena
oliveira
Também dá pequena sombra;
Ainda que eu seja pequena,
Você commigo não zomba.
\
A folha do oliveira
Deitada no hime, estalla;
Assim é meu coração
Quando comtigo não falia.
DANSAS 4'Jl
OH ! PRETO, OH ! PRETA
^ ^
Oh
preto, oh preta,
! !
do Bihé,
I/á
Jogas as cartas
Co chhnpazé.
Oh preto, oh
! ! preta,
Do Ronhónhó,
Jogas as cartas
Com teu sinhó.
Allegretto.
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^
Oh pre-to,oh
I»
pre - ta.
00:
^s
h irn^i^
chimpanzé. Re-al Se-
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car - tas co'o
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nhor, eu
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san-do.
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En-cos-
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fe
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^
ni - ta a brin-ca -
^
dei - ra
DANSAS 493
Oh ! preto, oh ! preta,
Lá do sertão,
Jogas as cartas
Com teu patrão.
Oh preto, oh preta.
! !
De Moçambique,
Tem mão no barco
Que vae a pique.
28
; !
MEU BEMSINHO
^ ^
Meu bemsinho,
Vou-me embora,
Faz carinhos
A quem te adora.
Meu bemsinho,
Já cá estou,
Faz carinhos
A quem te amou.
Oh estrellinha do norte,
!
O REMA
^ *s^
Diverte-te e passa
Por lá muito bem.
DANSAS 497
28.
!!
MARIANNA COSTUREIRA
^ ^
Marianna, costureira
Sua agulha me picou;
Não é nada, não é nada.
Ao coração me chegou.
Oh ! ai ! oh ! ai
Oh ! ai ! meu bem !
Oh ! ai ! amor !
DANSAS 499
r Que llie deu um caixeirinho
Na semana do Entrudo.
Oh ai oh ai
! ! !
Oh ai hndinha
! !
Oh ! ai ! prazer,
Do porte de Marianna
Ninguém tinha que dizer.
Oh ! ai ! ! oh ai
Marianna é sósinha
Já não tem mãe nem tem pae
Marianna é baixinha
Arrasta a saia na rua :
Oh ai que amar, ! !
AO LEVANTAR FERRO
^ ^
COSTUREIRINHA GALLEGA
4' «v
Costureirinha gallega
Tu que estás a costurar?
— Um lencinho de três pontas
Para o nosso general.
Costiu-eirinha gallega.
Tu que estás a costurar?
— Uma camisa de renda
P'ra dama que vae casar.
Costureirinha gallega.
Tu que estás a custurar?
— A sobrep'lix do ciura.
Costureirinha gallega
Tu que estás a costurar?
— Um enxoval muito rico
Para quando eu me casar.
OH ! ANNA SÓ TU ÉS ANNA
«v
Oh Anna,
! só tu és Anna,
Oh Anna,
! só tu és minha
Oh Anna,
! só tu és Anna,
Das Annas a mais lindinha
Oh Anna,
! três vezes Anna,
Oh Anna,
! feitade cera :
o MANGERICO
^ ^
MANGERICÃO
^ «v
Mangericão a janella,
Menina, não o tenhaes,
Dá-lhe o vento, bole a trança,
Cuidam que vós me chamaes.
SENHOR DA SERRA
^ «4'
Oh 1 gentes da christandade,
Vamos ao Senhor da Serra,
A pedir-lhe que nos livre
Da peste, da fome e guerra.
Rapazes e raparigas,
Vamos ao Senhor da Serra
Tem lá mna bella fonte.
Quem tem sede bebe n'ellti
Se tivesse companhia
Inda para lá tomava.
O CARVALHO MILAGROSO
^ ^
Allegretto,
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pa - ri - g-as da
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Ma- ia pe-di- ram a San Jo sé que lhes
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desse ura carva- lhinho que andas-se pe-lo seu
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DANSAS 513
pe. Ai
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fris - te
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JJ ii~T
As raparigas da Maia,
Pediram a S. José
Que lhes desse iim carvalhinho
Que andasse pelo seu pé.
Ai ! que me aleijas.
Ai ! que me aleijastes.
Ai ! que me feristes,
Ai ! que me mataste.
Raparigas cá da roda,
Vmde aqui p'ra o nosso pé,
Não_vá amial-as a demo,
Que o carvalho santo ê.
29.
514 JOÃO DO RIO
Ai que me aleijas,
!
O carvalho milagroso
Tem mna biquinha ao pé;
Alegrae-vos, raparigas.
Que o carvalho vosso é.
Ai ! que me aleijas,
Ai ! que medóe tanto,
Dá me um copo d'agua
Do carvalho santo.
J
DANSAS 515
PÊRA VERDE
^ ^
S
Andantin
mo.
P,
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Toda a me-ni -na bo-
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ni - ta não ha-
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denas-eer, -
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du-na tados
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a querem CO -mer
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fDeste.
Vo-cê
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516 JOÃO DO RIO
^ meu- ma
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não me ha de en-ga uar, vo - cê
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não me ha de en-ga
co - ra -
nar.
cão .
DANSAS 517
Oh minha canninha
! verde.
Verde canna ricócó t
Oh minha salta-que-atrepa,
Estes meninos d'agora
São levadinhos da breca.
TROLHA DAFIFE
«4/ ^
Ai oh moças,
! !
Dançai o vira.
Ai que lá vem
!
A viração.
^
\'enlio de Vianna.
Andante.
do/cej^^.
oh-mo-cas dan cae
t^siri
ai!, que lá
*
vem
érr.n a VI - ra
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^
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^^^
a VI - ra -
^^^
522 JOÃO DO RIO
na
é
fo - lha
^ é
da
^
ean- na.
-11 P .
^
o-ravira,vi - ra, na fo - Ília da
1^
Ai cachopas
!
A viração.
Ai meninas
!
Ai meninas,
!
Vira revira,
Que já foi
A viração.
CARRASQUINHA
•V ^
moda da Carrasquinha
Ai, a
E'uma moda assim a lado
Quando ponho o joelho em terra
Fica tudo admirado.
Adag-io.
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Me - ni nas, va-mos dan
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Car- ras
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526 JOÃO DO RIO
^' ^
Olé olá,
Bsta moda não está má;
Olá, olé,
Ti' Annica de Loulé.
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528 JOÃO DO RIO
Olé, olá,
Esta moda não está má;
Olá, olé.
Ti' Annica de Loulé.
VIDEIRINHA
^ *s^
Qiora a videira,
O videirão
Chora a videira
Do meu coração.
Chora a videira,
O videirão,
Chora a videira
Do uieu coração.
30
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DANSAS 531
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534 JOÃO DO RIO
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jei - i:a. Oh sim, sim, ha mais quem
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quei-ra,ri-eo eo,meiiiiia Br.e-jei - ra.
DANSAS 535
MANUEL DA HORTA
E MESTRE ZÉ
o Manuel da Horta
E' lun mariola,
Foi p'ra a romaria
Quebrou a vida.
O Manuel da Horta
E' muito mau home,
Vae para a egreja,
Se ha de resar, come.
O Manuel da Horta
Foi aos camarões.
Para dar as moças
Que. tittkam sezões.
O Manuel da Horta.
Foi aos caranguejos.
Para dar as moças
Que tinham desejos.
536
U JOÃO DO RIO
Bate, mariquinhas,
Bate bem o pé;
Viva a bizarria
Do sé mestre Zé.
O sê mestre Zé
Tem rolos á porta;
Tenha que não tenha
Você que lhe importa.
O sê mestre Zé
Não canta nem toca;
A mulher prendeu-o
Com o fio da roca.
O da roca
fio
Já chega a Coimbra;
Dá-me cá mn beijo
Minha cara linda.
AUeg-retto.
V f r
Ba -te, Ma-ri
r
^^
qiliiihas,ba-te bem o
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f g
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pé,
^^
vivaabizar-ri-a do semestre Zé.
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U 'I
Lif
DANSAS 537
VA DE RODA EM RODA
^
Vá de roda em roda.
Vá de fita em fita.
Vá de braço dado.
Com a mais bonita.
*
m
IV
^a Andautino.
Omeubem a -
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^m n^wa=^
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^ mado é um la-vra^
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dor, a-g-o-raéqueeu
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tenho do-irado va - lor. vá de ro-da em
^
*ferrgg^ j=j"^-^N^
em
^ vá de hra-eo
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ro-da,vá de flor
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flor,
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da-docom seu a - mor.
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DANSAS 539
^ ^
Allegro. VOZ
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SOLO
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a^ij^iLaj
540 JOÃO DO RIO
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va ca-hir ao chão, que isto foi pro-
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mes-sa que se fez ao S. Jo - ão,o - lé,
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P
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que is- to foi pro - mes-sa que se
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fez ao S. Jo
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ao.
w 1^
; ;
DANSAS 541
Já o S. João da Lapa,
Oh !borrego, oh borrego.
!
3]
índice
OS FADOS
Fado da Madrugada 51
O Marinheiro 55
O Folgadinho 58
Fado da Figueira da Foz 61
Adeus Minha Terra 65
Fado Carmona 68
Fado Visconti 71
Canção das Morenas 74
Fado Leandro jÇ)
Fado de Tancos 78
Fado do Celta 80
Fado Lazarista. 83
Fado Campestre 85
Fado dos Desejos 87
Fado MonfEstoril 89
Fado Apuliense 91
Fado Bohemio 93
Fado Primavera 94
Fado das Três Horas 96
Fado Serenata 97
Fado Despedida 98
544 índice
Ao Hylario 133
Fado das salas 136
CANÇÕES E CANTIGAS
A Jardineira 283
Ao Carvoeiritas 286
Adelaidinha 289
Bella Aiorora 292
Remar, remar 295
Çom a penna 298
Adoro os teus olhos 301
Flores tristes 304
Minha doce lima 307
A' Polka 310
Oh ! fresca da ramalhada 313
Frei Paulino 316
Adeus, areal do rio 318
Lilia 320
Santa Mafalda 322
Cantigas de S. João de Braga 324
As Peneiras 329
Ramaldeira 332
Cantigas do Senhor da Pedra 335
dá-me agua
Cosinheira, 337
Saudades da Aldeia 341
DANSAS
{Cantigas choreographicas).
iNDtCÈ 547
As bailadeiras de Gô? 389
O Ivadrão morreu 392
Senhor I/adrão 394
Oh Ivadrão !
396
Oh Senhora Anna 398
O Trevo 400
Malhão 402
Mareia bella 406
Mariaannita 409
A familia dos carecas 412
Oh Adro 41
Arredonda a saia 418
Bate os remos 421
A Coradinha 424
Olha a Triguerinha 428
Onde leva a moça? 431
Valsa revalsa 435
QuitolUs 438
Meia volta ao ar 440
Oh meninas, brinquem
!
442
Regadinho 444
Oh sr. cadete 448
Oh Mãe, dé-me pão 449
Não mateis o bicho 450
A Sereia '.
452
A vida do marujo 453
Cavaco do Rio 457
Mané Chiné 459
Ruchu-chu 461
San Pedro 463
Cupido Traidor 465
Veira ao norte I 467
San Gonçalo 469
Tenho pena 471
Toma lá, amor 473
Digo dae, ó tiroli 475
Ora, adeus adeus ! ! 476
Todos bebem 479
Serra de Monchique 481
Constância 483
Nossa Senhora da Saúde 484
Oh balance 486
548 índice
ht;