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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

Faculdade de Direito - FDA


Programa de Graduação em Direito
Disciplina de Microssistemas processuais

ANA CRISTINA HIGINO SILVA


LEONARDO BOMFIM CAVALCANTE
PLÁCIDO ADRIANO DE MORAES NUNES

AUDIÊNCIAS NO NONO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL E CRIMINAL DA


COMARCA DE MACEIÓ-AL

Maceió
2016
ANA CRISTINA HIGINO SILVA
LEONARDO BOMFIM CAVALCANTE
PLÁCIDO ADRIANO DE MORAES NUNES

AUDIÊNCIAS NO NONO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL E CRIMINAL DA


COMARCA DE MACEIÓ-AL

Trabalho para obtenção de nota parcial da disciplina de


Microssistemas processuais do curso de Direito.
Orientador: Professor John Silas da Silva

Maceió
2016
• OS DADOS DO JUIZADO VISITADO
1. Nome: 9º Juizado Especial Cível e Criminal da Capital
2. Juíza titular: Adriana Carla Feitosa Martins
3. Número de conciliadores: 3
4. Competência material: Sendo um juizado cível, conforme o artigo 3º da lei 9099/1995, o
referido 9º juizado tem competência para a conciliação, processo e julgamento das causas
cíveis de menor complexidade, assim consideradas: 1) as causas cujo valor não exceda a
quarenta vezes o salário mínimo; 2) a ação de despejo para uso próprio; 3) as ações
possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente a 40 salários mínimos. Compete
também ao juizado promover a execução de seus julgados e de títulos executivos
extrajudiciais cujo valor não ultrapasse os 40 salários mínimos. Entretanto, vale salientar
que são excluídas da competência dos juizados especiais as causas de natureza alimentar,
falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, bem como as relativas a acidentes de
trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade das pessoas, mesmo que de cunho patrimonial.
Por ser também um juizado criminal, o referido juizado é competente outrossim, conforme o
artigo 60 da lei 9099/1995, para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações
penais de menor potencial ofensivo.
5. Competência territorial: bairros de Farol, Gruta de Lourdes, Pitanguinha, Pinheiro e Barro
Duro do município de Maceió – AL.
• A PRIMEIRA AUDIÊNCIA
1. A causa: A primeira audiência tratava de uma questão sobre um possível débito da
demandante para com a demandada.
2. As argumentações: Não houve acordo de conciliação entre as partes, pois a demandante
não aceitou a proposta de parcelamento do débito apresentada pela demandada. O advogado
da demandada juntou provas (fotográficas) aos autos. Por sua vez, o advogado da
demandante contestou as provas apresentadas, alegando que: 1) o ônus da prova fora
invertido, recaindo, portanto, sobre a demandada; 2) não fora mostrada comprovação da
cientificação da demandante quanto ao procedimento administrativo em que haveria sido
apurada a irregularidade; 3) as provas fotográficas apresentadas em audiência nada
comprovam, posto que desacompanhadas de laudo conclusivo e carentes da assinatura do
técnico responsável pelas observações nelas contidas; 4) a cobrança do valor é indevida. A
partir daí, nada mais foi acrescentado, pois a parte demandada apenas reiterou sua
contestação e a parte demandante apenas reiterou o pedido feito por meio da petição inicial.
3. A conclusão da audiência: Não havendo testemunhas a serem inquiridas, os autos voltaram
conclusos para prolação e publicação da sentença.
• A SEGUNDA AUDIÊNCIA
1. A causa: A segunda audiência tratava de um pedido de indenização por danos morais
2. As argumentações: Não houve apresentação de propostas de acordo, consequentemente
quedou infrutífera a conciliação. O advogado da parte demandada reiterou a contestação e
requereu o prazo de 5 dias para juntada da procuração, que fora anexada equivocadamente,
sendo atendido em sua solicitação. Por sua vez, a parte demandante reiterou os termos da
petição inicial. Passou-se, então, a ouvir a primeira testemunha - aqui chamada de
“testemunha A” para evitar citar nomes -, a qual firmou compromisso de dizer a verdade,
sob pena de responder por falso testemunho. A parte demandada requereu a contradita da
testemunha A, alegando não haver sido esta arrolada no prazo legal, entretanto tal contradita
foi indeferida. A testemunha A afirmou que: 1) fora diretor na escola onde demandante e
demandado trabalhavam; 2) o demandado fora vice-diretor da referida escola e continuava
como professor; 3) o demandado é boa pessoa, mas às vezes faz brincadeiras
inconvenientes; 4) certo dia uma aluna perguntou à testemunha A se a demandante fora
viajar para trocar o olho de vidro e depois uma merendeira dissera à testemunha A que fora o
demandado quem fizera tal comentário à aluna; 5) que fora chamado pelo setor psicossocial
da SEMED para intermediar acordo entre as partes; 6) não presenciou qualquer outro
momento em que o demandado houvesse tratado a demandante pejorativamente; 7)
conversou com o demandado e este afirmou que pediria desculpas à demandante, mas
posteriormente ela afirmou que não fora feito tal pedido; 8)não houve advertências ao
demandado por conta de brincadeiras com a demandante, nem com outra pessoa qualquer. A
seguir, a parte demandada pediu novamente a contradita da testemunha A por entender que
esta mentia, mas tal contradita foi indeferida pela magistrada. Passou-se, então, a ouvir a
segunda testemunha - que aqui será chamada de testemunha B -, a qual firmou compromisso
de dizer a verdade sob pena de responder por falso testemunho. A testemunha B afirmou
que: 1) é professora na escola onde demandante e demandado trabalham; 2) não soube de
qualquer processo administrativo aberto contra o demandado; 3) só soube do litígio judicial
por meio do demandado quando este pediu à testemunha B para testemunhar no feito; 4)
nunca presenciara brincadeiras para com a demandante e que, inclusive, nem sabia que esta
tinha deficiência visual; 5) as partes sempre se deram bem; 6) soube que a demandante
pegava carona com o demandado; 7) não sabia de qualquer processo administrativo aberto
contra o demandado na escola; 8) não sabia se o demandado deixara de dar carona à
demandante; 9) o demandado costumava fazer brincadeiras, mas estas não tinham segundas
intenções. A seguir, ouviu-se a terceira testemunha – aqui chamada de testemunha C -, a
qual também firmou compromisso de dizer a verdade sob pena de responder por falso
testemunho. A testemunha C afirmou que: 1) é coordenador pedagógico na escola em que
ambas as partes trabalham; 2) nunca presenciara nem ouvira falar de qualquer comentário
pejorativo sobre a deficiência da demandante; 3) não ouvira a demandante reclamar sobre
qualquer brincadeira do demandado; 4) não ouvira comentários de qualquer funcionário
sobre brincadeiras do demandado; 5) não sabia se o problema entre as partes fora levado ao
diretor da escola; 6) não se lembrava de a demandante haver comentado sobre sua prótese de
vidro; 7) sabia que a demandante usava uma prótese de vidro mesmo antes da demanda
judicial.
3. A conclusão da audiência: Não havendo outras testemunhas a serem inquiridas, os autos
voltaram conclusos para prolação e publicação da sentença.
• A TERCEIRA AUDIÊNCIA
1. A causa: A audiência tratou de uma questão de um tributo pago pela parte demandada em
nome da parte demandante.
2. As argumentações: A conciliação quedou infrutífera, pois não foram apresentadas
propostas de acordo. A parte demandada entrara com preliminar de carência de ação, que foi
contestada pela parte autora, a qual afirmou que, independentemente de constar ou não
(expressamente) um pedido de declaração de inexistência de débito na petição inicial, tal
pedido depreende-se dos próprios fatos narrados, bem como do título de um dos tópicos da
petição inicial tratando da inexistência de relação jurídica entre as partes, elemento essencial
à existência de débito. A parte demandada reiterou os termos da contestação e a parte
demandante reiterou os termos da inicial. A seguir, ouviu-se a testemunha, a qual prestou
compromisso de dizer a verdade, sob pena de responder por falso testemunho, e afirmou
que: 1) a atividade da demandada é de carga; 2) a demandada não comercializa mercadorias,
apenas transporta; 3) o remetente é quem deve emitir os documentos fiscais para que o
transporte seja realizado; 4) os impostos precisam ser recolhidos pelo remetente para a
realização do transporte; 5) em caso de algum problema (com o fisco), a secretaria de
fazenda apreende a mercadoria; 6) a mercadoria da demandante chegou apreendida com
antecipado para pagar; 7) a demandada tem, com a secretaria da fazenda, a condição
especial de fiel depositária; 8) a mercadoria fica apreendida no depósito da demandada; 9) a
demandada recebeu uma notificação da secretaria da fazenda em que constava um prazo
para apresentação dos comprovantes de pagamento, sob pena de perder a condição de fiel
depositária; 10) um funcionário da demandada foi até a demandante para resolver o
problema, mas esta sempre pedia mais prazo, até que a SEFAZ não deu mais prazo algum;
11) mercadorias de outras empresas também foram apreendidas na mesma época; 12)
algumas das empresas cujas mercadorias haviam sido apreendidas apresentaram os
comprovantes de pagamento e outras pagaram os valores; 13) que a demandada, por fim,
pagou os tributos das empresas que não o fizeram e algumas dessas empresas já
reembolsaram a demandada; 14) a testemunha trabalha como auxiliar de cobranças há mais
de 2 anos; 15) a testemunha tem curso de auxiliar administrativo; 16) o curso de auxiliar
administrativo tratava por alto dos tributos; 17) o conhecimento da testemunha acerca de
tributos veio mais da prática no dia a dia do trabalho; 18) a testemunha ainda não trabalhava
para a demandada ao tempo da apreensão das mercadorias; 19) a testemunha tomou
conhecimento dos fatos por meio do auto de infração da SEFAZ; 20) a testemunha não
lembra a data do pagamento pela demandada; 21) não havia autorização da demandante para
que se procedesse ao pagamento; 22) a SEFAZ emitiu um DAR em nome da demandante e
esta se negou a pagá-lo; 23) a testemunha não sabe por quanto tempo a mercadoria ficou
apreendida.
3. A conclusão da audiência: Não havendo mais testemunhas a serem inquiridas, os autos
voltaram conclusos para prolação e publicação da sentença.

CONSIDERAÇÕES

A conciliadora poderia ter tido uma postura mais ativa dentro da relação entre as partes
conflitantes. A atividade da conciliadora, nas três audiências, resumiu-se a perguntar se as partes
haviam chegado a um acordo prévio à ocorrência da audiência (esta então apenas serviria como
ratificação do acordo alcançado) ou se uma das partes tinha alguma proposta de acordo. Com
exceção da 2ª audiência, onde a juíza (e não a conciliadora) propôs um acordo baseado na aceitação
de um pedido de perdão pela demandante (supostamente ofendida), a atividade do intermediador
(ora juiz, ora conciliador) restringia-se à mera ouvida do que as partes tinham a dizer sobre o caso e
à imposição (às vezes exagerada) de ordem (relativa aos tipos e às formas de fala) dentro do
ambiente. Na primeira audiência, poderia ter sido proposta pela conciliadora a redução do valor da
dívida, perguntando ao demandado se aceitaria cobrar um valor bem menor e à demandante se não
aceitaria pagar uma dívida menor, ainda que não aprovasse a condição de devedora. Na segunda
audiência, a juíza disse que não queria mais desgastes para as partes envolvidas no processo, mas,
talvez inconscientemente, contradisse o que dissera antes quando relatou de modo bem informal a
importunação que lhe causava o alto número de sentenças ainda não prolatadas, ou seja, o que
realmente explicava a careta feita por ela enquanto falava sobre o assunto não era o desgaste
literalmente suposto, mas, sim, a necessidade de ter o menor número possível de casos a serem
decididos, com as devidas resoluções através de acordos benéficos às partes. Na terceira audiência,
a conciliadora novamente apenas perguntou se a parte demandada tinha alguma proposta de acordo
pacífico para o litígio, logo reagindo ao pedido contraposto (cobrança da dívida advinda do
pagamento de um imposto que era responsabilidade da parte demandante) como se fosse a coisa
mais natural do mundo. Sequer perguntou se a parte demandada aceitaria a redução da dívida e se a
parte demandante aprovaria a abdicação do pedido de indenização por danos morais. Ademais,
outro ponto que merece (ou não) destaque é a consignação da presença da juíza nas três audiências,
mas ela somente esteve presente na segunda audiência em que estivemos presentes, constituindo
uma mentira o relato de que ela esteve presente na primeira e terceira audiências (a consignação de
sua presença estaria relacionada, em tese, à unificação dos tipos de audiência: a conciliatória e a de
julgamento).

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