Вы находитесь на странице: 1из 64

Bruno Oliveira Köhn

Mark Pimentel Hodgkin


William Shinji Morita

Tratamento de modos Acústicos em Salas de Audição Crítica

São Paulo
2009
Bruno Oliveira Köhn
Mark Pimentel Hodgkin
William Shinji Morita

Tratamento de modos Acústicos em Salas de Audição Crítica

Monografia apresentada à Escola


Politécnica da Universidade de São
Paulo para Conclusão do Curso de
Engenharia de Computação

São Paulo
2009
Bruno Oliveira Köhn
Mark Pimentel Hodgkin
William Shinji Morita

Tratamento de modos Acústicos em Salas de Audição Crítica

Monografia apresentada à Escola


Politécnica da Universidade de São
Paulo para Conclusão do Curso de
Engenharia de Computação

Orientador:
Prof. Dr. José João Neto

Co-Orientador:
Prof. Dr. Sylvio R. Bistafa

São Paulo
2009
FICHA CATALOGRÁFICA

Kohn, Bruno Oliveira


Tratamento de modos acústicos em salas de audição crítica
/ B.O. Kohn, M.P. Hodgkin, W.S. Morita. -- São Paulo, 2009.
p.64

Trabalho de Formatura - Escola Politécnica da Universidade


de São Paulo. Departamento de Engenharia de Computação e
Sistemas Digitais.

1. Acústica 2. Softwares 3. Inteligência artificial I. Hodgkin,


Mark Pimentel II. Morita, William Shinji III. Universidade de São
Paulo. Escola Politécnica. Departamento de Engenharia de Com-
putacão e Sistemas Digitais IV.t.
Errata

Página Linha Onde se Lê Leia-se


DEDICATÓRIA

Aos nossos pais.


2
AGRADECIMENTOS

Agradecemos aos professores João José Neto e Sylvio R.


Bistafa pelo incentivo, orientação e disposição em todos os
momentos do ano.

3
R E S U MO

A proposta do projeto é implementar um software que auxilie


no tratamento de modos acústicos em pequenas salas de formato
retangular, mais especificamente em salas de audição crítica. O
software receberá uma série de parâmetros passados pelo usuário
e buscará uma solução que atenue os modos acústicos de baixa
frequencia, assim obtendo uma melhoria na qualidade sonora do
ambiente em questão.
Para o levantamento dos modos acústicos do ambiente, o
método de Morse e Bolt será aplicado. No caso do tratamento
desses modos, Ressonadores de Helmholtz serão utilizados.
Serão aplicados conceitos de adaptatividade no projeto, de
forma que o software a ser desenvolvido possa “aprender‟‟ novas
soluções com o uso e aplicá -las em problemas semelhantes que
apareçam no futuro”.
Dessa maneira, o software apresentará ao usuário um
tratamento acústico para o ambiente usando Ressonadores de
Helmholtz. Os parâmetros do ressonador serão apresentados ao
usuário e assim ele poderá aplicar o tratamento sugerido pelo
programa.

Palavras-chave: Acústica, Adaptatividade, Engenharia,


Computação.

4
A B S T RA CT

The proposition of the project is to implement a software that


helps in the treatment of acoustic modes in small rectangular
rooms, more specifically in small acoustic critical rooms. The input
are parameters given by the user and the software will seek a
solution that attenuates the low frequencies acoustic modes,
therefore obtaining an ambient with better sound quality.
The Morse and Bolt method will be used to obtain the
frequency response of the room. For the treatment of t he room,
Helmholtz type absorbers will be used.
The project will use adaptivity concepts in the acoustic
treatment. W ith this feature, the software will "learn" new
solutions, and with its use, the solutions will be applied in the
solution of similar problems that should appear.
W hen the software finishes calculating an acoustic solution,
it will present to the user the specifications of the Helmholtz
absorbers. W ith these, the user will be able to apply the result
presented by the software.

Keywords: Acoustics, adaptivity, Engineering, Computation.

5
L I S T A D E I L US T R A ÇÕ E S

Figura 1- Resposta em freqüência idealizada. .......................................................... 12


Figura 2 - Sala com resposta em freqüência problemática, com muitos modos
acústicos proeminentes ....................................................................................... 12
Figura 3 - Visualização dos modos usando conceito de „raios acústicos‟ ................. 13
Figura 4 - Representação de uma sala com as dimensões L, W e H........................ 14
Figura 5 - largura de banda de um modo acústico .................................................... 15
Figura 6 – Forma do modo 1,0,0 ............................................................................... 15
Figura 7 –Forma do modo 3,0,0 ................................................................................ 16
Figura 8 - Chapa perfurada do ressonador de Helmholtz ......................................... 19
Figura 9 - Parâmetros característicos do ressonador de Helmholtz .......................... 20
Figura 10 - Estrutura de uma tabela de decisão não adaptativa ............................... 22
Figura 11 - Estrutura de uma tabela de decisão adaptativa ...................................... 22
Figura 12 - Duas árvores de decisão para uma mesma função ................................ 24
Figura 13 - Execução de uma árvore de decisão adaptativa .................................... 24
Figura 14 – Curva de resposta em freqüência da sala com a reta da melhor
aproximação traçada pelo método dos mínimos quadrados ............................... 26
Figura 15 – Resultados de testes com diferentes impedâncias ................................ 27
Figura 16 – Mais resultados de testes com diferentes impedâncias ......................... 28
Figura 17 - Fluxograma do funcionamento do software ............................................ 30
Figura 18 – Diagrama de Casos de Uso ................................................................... 33
Figura 19 - Diagrama Arquitetônico........................................................................... 35
Figura 20 - Diagrama de Classes .............................................................................. 36
Figura 21 - Banco de Dados...................................................................................... 38
Figura 22 - Diagrama de navegação de Telas .......................................................... 41
Figura 23 - Levantamento de parâmetros acústicos ................................................. 42
Figura 24 - Resultados dos Cálculos Acústicos ........................................................ 42
Figura 25 - Depois do tratamento – Parâmetros do Ressonador .............................. 43
Figura 26 - Resultados Esperados ............................................................................ 44
Figura 27 - Resultados Obtidos ................................................................................. 44
F i g u r a 2 8 - R e s u l t a d o s E s p e r a d o s .............................................................. 45
F i g u r a 2 9 - R e s u l t a d o s O b t i d o s ................................................................... 45
F i g u r a 3 0 - R e s p o s t a d o A m b i e n t e c o m 3 r a í z e s .................................. 45
F i g u r a 3 1 - R e s p o s t a d o A m b i e n t e c o m 5 r a í z e s .................................. 46
F i g u r a 3 2 - P a r â m e t r o s d o R e s s o n a d o r O b t i d o s .................................. 48
Figura 33 - Dimensões de Salas Iniciais ................................................................... 50
Figura 34 - Resposta em freqüência para sala sem ressonador - Caso 1 ................ 52
Figura 35 - Resposta em freqüência para uma sala com ressonador - Caso 1 ........ 53
Figura 36 - Resposta em freqüência próxima da ideal - Caso 1................................ 53
Figura 37 - Resposta em freqüência para sala sem ressonador - Caso 2 ................ 54
Figura 38 - Resposta em freqüência para uma sala com ressonador - Caso 2 ........ 54

6
S UM ÁRI O

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8
1.1 OBJETIVO ........................................................................................................... 8
1.2 MOTIVAÇÃO ........................................................................................................ 9
1.3 METODOLOGIA DE TRABALHO ............................................................................... 9
1.4 ESTRUTURA DE TRABALHO ................................................................................. 10
2 ACÚSTICA ............................................................................................................. 11
2.1 SALAS DE AUDIÇÃO CRÍTICA ................................................................................ 11
2.2 RESPOSTA EM FREQÜÊNCIA ................................................................................. 11
2.3 MODOS ACÚSTICOS ............................................................................................ 13
2.4 MÉTODO DE MORSE E BOLT ................................................................................. 16
2.5 RESSONADOR DE HELMHOLTZ .............................................................................. 18
3 AD AP T A T I V I D A D E ......................................................................................... 21
4 INTEGRAÇÃO ....................................................................................................... 25
4.1 LEVANTAMENTO DE PARÂMETROS ACÚSTICOS ....................................................... 25
4.2 PARÂMETRO DE CUSTO UTILIZADO........................................................................ 25
4.3 SOLUÇÕES PARA O TRATAMENTO DOS MODOS ACÚSTICOS ...................................... 27
4.3.1 Identificar a tabela de decisão utilizada. ..................................................... 27
4.3.2 Identificar o melhor ressonador, interar as suas medidas e armazenar o
melhor resultado .................................................................................................. 28
5 SOFTWARE ........................................................................................................... 31
5.1 ESPECIFICAÇÃO DE REQUISITOS ........................................................................... 31
5.1 DOCUMENTAÇÃO DO SOFTWARE .......................................................................... 31
5.1.1 Nome do projeto ......................................................................................... 31
5.1.2 Escopo ....................................................................................................... 31
5.1.3 Casos de uso ............................................................................................. 32
5.1.4 Diagrama Arquitetônico .............................................................................. 35
5.1.4 Diagrama Arquitetônico .............................................................................. 35
5.1.5 Funções do sistema ................................................................................... 35
5.1.6 Diagrama de classes .................................................................................. 36
5.1.7 Banco de dados ......................................................................................... 38
5.1.8 Detalhamento de telas................................................................................ 41
5.2 DESENVOLVIMENTO DO SOFTWARE ....................................................................... 43
5.2.1 Levantamento de parâmetros acústicos ..................................................... 43
5.2.3 Base histórica utilizada ............................................................................... 50
6 TESTES.................................................................................................................. 52
7 C O N C L U S Õ E S ................................................................................................. 56
8 BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 59

7
1 INTRODUÇÃO

1 . 1 O bj e t i v o
O objetivo deste projeto de formatura é produzir um software
que auxilia o tratamento acústico de um ambiente. Dos diversos
parâmetros acústicos que poderiam ser melhorados foi decidido
dar enfoque no tratamento dos modos acústicos.

O sotware produzido deve ser capaz de levantar a resposta


em freqüência da sala (20hz a 200hz) atravéz do método de
Morse e Bolt, escolher uma solução adequada utilizando
ressonador de Helmholtz e levar em conta que o usuário não
detem conhecimento técnico em acústica.

Para o tratamento da sala, forame escolhidos os ressonadores


de Helmholtz. Com tais ressonadores é possível obter uma
melhoria na qualidade sonora do ambiente, tratando os modos
acústicos de baixa freqüência. O tratamento consiste em
minimizar os modos acústicos mais fo rtes e assim, obter uma
resposta em freqüência mais uniforme.

O usuário fornecerá ao programa as dimensões da sala e


escolherá em quais paredes quer receber tratamento: em apenas
uma, em um par, em dois pares ou em dois pares de parede mais
o teto. As paredes que não receberem o tratamento serão
consideradas paredes duras, como alvenaria ou madeira maciça.
O software apresentará como saída as características do
ressonador, para que assim o usuário possa aplicar a solução
proposta na sala em questão.

O software também deve utilizar conceitos de adaptatividade,


ou seja, o software "aprenderá" novas soluções com o passar do
tempo, e assim sendo, tende a dar soluções cada vez melhores
para o tipo de tratamento escolhido.

8
1 . 2 M ot i v a ç ã o
O tratamento acústico de sala s tende a ser restrito apenas
para ambientes como teatros, salas de concerto ou estúdios de
música. Uma possível causa disso seria o alto preço para
contratar um profissional de acústica. Assim sendo, tratar uma
sala de aula, uma sala doméstica dedicada pa ra audição de
música ou a filmes, torna -se um luxo. Dessa forma, seria
interessante ter-se um software que auxilie no tratamento
acústico de uma sala, sem a necessidade de gastos elevados
com consultorias especializadas.

1 . 3 M e t o d ol o gi a de t r a ba l h o
A metodologia utilizada no projeto seguiu as seguintes
etapas:

 Definição do Escopo do Trabalho e Requisitos de


Sistema:

Foi feita a definição de quais métodos acústicos


poderiam ser utilizados para se atingir o objetivo do
projeto.Foram definidos nessa fase també m os
requisitos alvo para o software a ser desenvolvido.

 Estudo dos métodos acústicos:

Para desenvolver este software é necessário ter


conhecimento específico sobre diversas teorias
acústicas assim como do conceito de adaptatividade.
Realizou-se, então, um estudo sobre estes assuntos.

 Definição do ambiente de desenvolvimento:

Nesta etapa foi definido qual seria o ambiente de


desenvolvimento .

 Especificação do software:

O software a ser desenvolvido foi definido nessa etapa.


Dentre os documentos gerados, estão o documento de

9
especificação de requisitos e um diagrama de Casos de
Uso.

 Desenvolvimento do sistema:

Nessa fase, foi desenvolvido o software utilizando como


base a sua especificação e a arquitetura definidas.

1 . 4 E s t r ut ur a de t ra b a l h o
Este documento es tá estruturado da seguinte maneira:

Capítulo 1. Neste capítulo são apresentados o objetivo,


motivações e a metodologia de trabalho.

Capítulo 2. Nesse capítulo são apresentados os conceitos de


acústica necessários para o desenvolvimento do programa. Salas
de audição crítica, modos acústicos, método de Morse e Bolt e
Ressonadores de Helmholtz são discutidos e apresentados.

Capítulo 3. Nesse capítulo são apresentados os conceitos de


adaptatividade usados para desenvolver a inteligência do sistema.

Capítulo 4. Nesse capítulo mostra -se a integração entre


adaptatividade e acústica e explica -se como foram feitas as
escolhas a partir das respostas em freqüência obtidas.

Capítulo 5. Documentação do software. Escopo, casos de uso,


diagrama de classes, banco de da dos e os demais itens utilizados
na implementação do software.

Capítulo 6. Testes feitos com o software, apresentado as


respostas em freqüência de salas hipotéticas com e sem
ressonadores.

10
Capítulo 7. Conclusões do trabalho, problemas encontrados,
desenvolvimento do projeto e possíveis trabalhos futuros
relacionados ao projeto.

2 ACÚSTICA

2 . 1 S a l a s de Au di ç ã o Cr í t i c a
Salas de audição crítica são salas que necessitam de uma
qualidade sonora suficiente para garantir uma boa audibilidade ao
ouvinte. Essa qualidade é garantida respeitando -se certos
parâmetros, como por exemplo, o tempo de reverberação – tempo
que leva para um som cair 60dB –, resposta em frequencia, etc.

Salas de audição crítica são salas de aula, de conferência, de


música, de audição, estúdios de gravação e qualquer outra sala
que necessite de qualidade acústica.

No presente trabalho, o foco será salas retangulares e de


pequeno tamanho, com menos de 70m 3.

Os parâmetros acústicos como, por exemplo, tempo de


reverberação, variam de sala para sala. Em alguns casos,
recomenda-se um tempo de reverberação mais longo, como em
salas de concerto musical; já em outros tipos de sala, como salas
de aula, recomenda -se um tempo de reverberação mais curto.
Porém, em audição crítica, um parâmetro acústico em que é
necessário seguir um certo padrão é a resposta em freqüência.

2 . 2 R e s p os t a e m Fr e q üê nc i a
A resposta em freqüência de uma sala é a analise do
comportamento da sala quanto ao ganho acústico em uma certa
faixa de freqüências. O ganho (em dB) é lanç ado na ordenada em
escala linear, sendo a faixa de freqüências (em Hz) lançada na
abcissa, em escala logarítmica.

Uma sala com resposta em freqüência ideal é uma sala onde é


possível ouvir todas as freqüências com a mesma intensidade, ou

11
seja, a resposta em freqüência deve ser plana (padrão a ser
seguido).

A região de freqüência que mais apresenta problemas (picos


de ganho) é a região das baixas freqüências (de 20 Hz a 200 Hz
aproximadamente). Essa região é a mais problemática para salas
de audição crítica. A Figura 1 ilustra a resposta em freqüência
idealizada.

Figura 1- Resposta em freqüência idealizada.

Assim, para garantir uma audibilidade adequada em uma sala


de audição crítica, é necessária uma resposta em freqüência a
mais próxima possível da ideal (plana). Os fatores que impedem
uma resposta em freqüência plana são os modos acústicos,
evidenciados na curva de resposta em freqüência de uma sala na
Figura 2 [12].

Figura 2 - Sala com resposta em freqüência problemática, com muitos modos


acústicos proeminentes

12
2 . 3 M o d os Ac ú s t i c os
Quando se tem uma fonte sonora emitindo som na freqüência
f0, surge uma ressonância na freqüência f 0 = c/2L, onde c é a
velocidade do som e L é a distância entre duas paredes paralelas
da sala.

Ressonâncias similares ocorrem nas freqüências 2f 0, 3f0, 4f0


etc. A freqüência fundamental f 0 é a freqüência fundamental entre
duas paredes paralelas e vem acompanhada de uma série de
modos com ressonâncias em freqüências crescentes a partir de f 0.

Assim tem-se o primeiro modo em f 0, o segundo em 2f 0, o


terceiro em 3f0 e assim por diante. Nesta situação, porém, apenas
a ressonância entre duas paredes paralelas está sendo
considerada, isto é, apenas os modos axiais entre duas paredes
estão sendo levados em conta.

Cada modo axial envolve apenas duas paredes opostas


paralelas. Modos tangenciais envolvem quatro paredes enquanto
que modos oblíquos envolvem as seis paredes da sala. A Figura 3
[3] ilustra esses modos, usando o conceito de „raios acústicos‟.

Figura 3 - Visualização dos modos usando conceito de ‘raios acústicos’

Modos acústicos proeminentes não favorecem a qualidade


acústica de um ambiente. Sempre que uma freqüência emitida é
igual à freqüência de um modo, tem -se um aumento na
intensidade sonora para essa freqüência. Assim, a resposta em
freqüência do ambiente não é linear para todas as freqüências –
caso ideal.

A fórmula seguinte poderá ser utiliza da no calculo dos modos


axiais, tangencias e oblíquos em ambientes com forma de
paralelepípedo:

13
c p 2 q r
f  ( )  ( )2  ( )2 (1)
2 L W H

f é a freqüência (Hz) do modo p, q e r

c é a velocidade do som (m/s)

p, q e r são os números naturais: 0, 1, 2, 3...

L, W e H são as dimensões (m) do ambiente, conforme a


Figura 4.

Figura 4 - Representação de uma sala com as dimensões L, W e H

Para p=1 q=0 e r=0 obtêm-se a partir da Eq. (1) f = c/2L, ou


seja, o primeiro modo axial, como esperado.

Modos acústicos são apenas possíveis quando p, q e r


pertencem à classe dos números naturais, condição que cria as
ondas estacionárias. Os modos axiais são obtidos com dois
elementos do p, q, r iguais a zero; os modos tange nciais com
qualquer um elemento do trio igual a zero, e modos oblíquos com
todos os elementos do trio diferentes de zero.

É de se esperar que os modos axiais sejam os mais fortes,


visto que modos tangenciais e oblíquos envolvem reflexões em
mais superfície s, ou seja, esses modos sofrem mais absorção.

O tempo de queda dos modos está relacionado ao seu tempo


de reverberação – tempo necessário para que ocorra uma queda
de 60 dB na sua intensidade após a fonte ter cessado de emitir
som na freqüência do modo. As sim sabendo-se a freqüência do
modo, é possível calcular seu RT 60.

A Eq. (2) poderá ser utilizada na determinação da largura de


banda do modo.
14
2.2
Bandwidh  f 2  f1  (2)
RT60

A Figura 5 [3] apresenta gra ficamente a largura de banda de


um modo acústico.

Figura 5 - largura de banda de um modo acústico

A Figura 6 [3] apresenta a forma do modo (1, 0, 0) e a Figura


7 [3] a forma do modo (3, 0, 0). Tratam -se de dois modos axiais
em que a pressão sonora é nula na região central da sala e
máxima em duas das paredes paralelas da sala.

Figura 6 – Forma do modo 1,0,0

15
Figura 7 –Forma do modo 3,0,0

2 . 4 M é t o do de M or s e e B ol t

O método de Morse e Bolt possibilita calcular os modos


acústicos de ambientes de formato retangular com excitação
acústica na forma de tom puro (som numa única freqüência), com
fonte pontual, situada em qualquer p onto da sala. O método
permite o cálculo da pressão sonora estacionária em qualquer
ponto do ambiente.

Fazendo a fonte sonora emitir sinais em todas freqüências na


banda de interesse, é possível traçar o gráfico de resposta em
frequencia, assim obtendo os modos acústicos a serem
controlados no ambiente.

Usando a impedância acústica para descrever as condições


de contorno na parede, resolve -se uma equação de onde se extrai
os autovalores (eigenvalues). Foi aplicando o método de Newton a
essa equação para obter suas raízes, a partir das quais gerou -se
a freqüência natural e a constante de amortecimento dos modos
acústicos da sala: parâmetros necessários para obter a pressão
sonora estacionária.

Além desses parâmetros, é necessário calcular o potencial de


velocidades da onda estacionária e aplicar as condições de
contorno nas paredes da sala.

Para o cálculo do potencial de velocidades no ponto x,y,z de


uma sala retangular, Morse e Bolt apresentaram a seguinte
equação [9]:

 (; x, y, z)  D( x) E( y) F ( z)eit (4)

16
para uma sala com dimensões Lx, Ly e Lz, velocidade angular ω e

D( x)  coshix / Lx  x  x  (5)

com expressões equivalentes para E e F.

A expressão χx que contém as ra ízes da eigenvalue equation


é descrita da seguinte maneira:

 x ( )   x  i x (6)

onde μx e κx são chamados de parâmetro do número de onda e


parâmetro de atenuação, raiz real e imaginá ria da eigenvalue
equation, respectivamente.

A eigenvalue equation é a seguinte [11]:

         
ei 1  1  1  2    e i 1  1  1  2    0 (7)
         

Como apresentado por Morse e Bolt, essa equação contém um


número infinito de raízes  . Existe pelo menos uma raiz com 
entre 0 e 1, outra, entre 1 e 2, e assim por diante. Essas raízes
são encontradas usando -se diferentes valores de xn. Para xn=0,
acha-se a raiz com o menor valor possível de μ, para xn=1, o
próximo menor valor de μ, e assim por diante.

Usando o método de Newton, foi possível obter tais raízes


resolvendo numericamente a seguinte equação:

f ( xn )
xn 1  xn  (8)
f ´(xn )

onde f(xn) é a eigenvalue equation, e f(xn) sua derivada, dada por

            
f ´(xn )  ixe ix 1  x1 x 1  x 2 x   eix  x1 1  x 2 x   1  x1 x  x 2  
  x  x   x  x   x  x 

            
 ixe ix 1  x1 x 1  x 2 x   eix  x1 1  x 2 x   1  x1 x  x 2  (9)
  x  x   x  x   x  x 

17
 
O t e r m o Φ x é d e s c r i t o d a s e g u i n t e m a n e i r a :  x   coth 1  x1  x  ,
 x 
onde:

 ηx = (ω Lx /πc), em que c é a velocidade do som no meio,

 ζx1 é a impedância acústica da parede em questão.

Para o cálculo da pressão estacionária em um ponto x,y,z da


s a l a , a s e g u i n t e e x p r e s s ã o é u s a d a [ 9 ] : pˆ ( x, y, z)  i , o n d e  é a
densidade do ar e:

Bnn(; x, y, z ) it
  c 2  e (10)
N w2  ( wn  ikn) 2

Q0 n (; x0 , y0 , z0 )
s e n d o q u e Bn  , onde Q0 é a intensidade da fonte
 n ( )
sono ra, cu ja po sição no ambie nte é x0,y0, z0.

O f a t o r d e n o r m a l i z a ç ã o n é d a d o p o r :

L
 i1 ( ) i 2 ( )  
 n ( )  1  2   2 
2 2
(11)
2   n ( )  1 
2 2
 n ( )   2  
 

o n d e 1 e  2 é s ã o a s a d m i t â n c i a s d e u m p a r d e p a r e d e s p a r a l e l a s

O termo wn, presente em  , é a frequencia natural sendo


definida como

1/ 2
  x2   x2  y2   y2  z2   z2 
wn ( )  c  2
   . (12)
 Lx L2y L2z 

O termo kn, também presente em , é a constante de


amortecimento, sendo definida como:

   y y  z  z 
k n ( )  c  x x   . (13)
  x Lx  y Ly  z Lz 

2 . 5 R e s s o na d or de He l m h ol t z

18
Os ressonadores têm como principal característica a absorção
de sons em baixas freqüências, sendo assim muito usados para
tratamento de modos acústicos e como silenciadores em sistemas
de ventilação.

O ressonador de Helmholtz, nomeado em homenagem ao


Físico alemão Hermann Von Helmholtz, é um muito empregado em
tratamentos de modos acústicos e salas. O princípio de
funcionamento dos ressonadores envolve uma massa vibrando
contra uma mola, no caso do ressonador de Helmholtz, uma massa
de ar ocupando as cavid ades formadas por uma chapa perfurada,
como na Figura 8 [10].

Figura 8 - Chapa perfurada do ressonador de Helmholtz

O princípio de funcionamento do ressonador de Helmholtz é o


mesmo de um instrumento musical de sopro, porém para se obter
absorção, é necessário um mecanismo de perdas de energia
acústica, que é fornecido pela utilização de absorvedores
porosos.

Os materiais porosos/fibrosos utilizados em ressonadores, por


si só, não são bons absorvedores de som em baixas freqüências,
a menos que sejam muito espessos, o que os tornam inviáveis
para serem aplicados em salas pequenas.

Variando-se os parâmetros característicos do ressonador é


possível calibrar o sistema, para assim obter a absorção sonora
necessária na faixa de freqüências de interesse. Esses
parâmetros podem ser visualizados na Figura 9.

19
Figura 9 - Parâmetros característicos do ressonador de Helmholtz

Como pode ser observado na Figura 9, t é a espessura da


chapa, D é a distância entre, a é o raio dos furos, d1 é a
espessura do material absorvedor poroso/fibroso e d2 é a
distancia entre a chapa e o material absorvedor. Quanto maior a
cavidade, maior a absorção nas altas freqüências; havendo
também um aumento na freqüência de ressonância.

Para integrar o cálculo do ressonador com o método de Morse


e Bolt, é necessário o calculo da impedância do ressonador de
Helmholtz. O cálculo dessa impedância é dividido em três etapas:
Cá lcu lo da impedân cia z1, no topo do r essonador; cá lculo da
impedân cia z2, no topo da camada de a r e lo go a baixo à
pe rf ura ção; cálcu lo da impedâ ncia z3, im pedância to tal do
ressonador de Helmholtz. Seguem abaixo, as fórmulas para o
cálculo dessas impedâncias [10].

z1   jz i cot(ki d1 ) (14)

 z1 jc cot(kd2 )   2c 2
z2  (15)
z1  jc cot(kd2 )

 t  j
z3    1 8  (2a  t )  z2 (16)
  2a  

On de zi é a im pedân cia do abso rvedo r po roso , ki é o nume ro de


onda do absorvedor poroso,  é a porosidade de área aberta, dada
a 2
por   ,  é a viscosidade do ar (15x10 -6 m2s-1),  é o fator de
D2
2
c o r r e ç ã o , d a d o p o r   0,8(1  1,4 1 / 2 ) , k  , onde  é o comprimento

de onda.

20
3 Adaptati vid ade

Segundo J. J. Neto, “adaptatividade é a capacidade de um


sistema de, sem a interferência de qualquer agente externo, tomar
a decisão de modificar seu próprio comportamento, em resposta
ao seu histórico de operação e aos dados de entrada. Assim, “a
experiência anterior“ adquirida por um sistema ou dispositivo
adaptativo é decisiva quanto ao tipo de alteração comportamental
resultante do exe rcício da adaptatividade, e duas instâncias
idênticas de um mesmo sistema adaptativo podem evoluir para
comportamentos finais completamente diferentes, de acordo com a
diversidade dos eventos a que forem submetidas em suas
operações”.[1]

Em outras palavras, um sistema adaptativo é capaz de


“aprender” soluções para um determinado problema, e se auto -
modificar para salvar a solução deste problema, de forma que
quando um problema semelhante apareça novamente o sistema já
tenha a solução pronta ou ao menos enca minhada para aplicar. E
mais ainda, um software adaptativo pode inclusive aprender novas
soluções para um mesmo problema, podendo à medida que o
programa ganhe “experiência” ele resolva um mesmo problema de
uma maneira completamente distinta da anterior.

Uma importante aplicação da adaptatividade em um sistema,


que será aplicada neste projeto, é no auxílio à tomada de
decisões, de forma a otimizar os resultados obtidos e reduzir o
tempo de processamento.

Uma maneira de representar as tomadas de decisões em um


software é utilizando uma tabela de decisão, conforme a Figura 10
[2].

21
Figura 10 - Estrutura de uma tabela de decisão não adaptativa

A idéia é bem simples: de acordo com as condições


apresentadas na entrada do sistema é execut ada a ação
correspondente. Cada combinação de condições e a respectiva
ação a ser tomada correspondem a uma coluna da tabela.

A tabela acima é estática, de modo que ela não permite que


as regras mudem com o uso. Uma tabela de decisão adaptativa é
uma extensão da tabela de decisão tradicional, conforme a Figura
11[2].

Figura 11 - Estrutura de uma tabela de decisão adaptativa

22
A tabela de decisão adaptativa possui novas linhas, que
correspondem ao mecanismo adaptativo. Esta tabela fu nciona da
seguinte maneira: primeiramente são levantadas as condições,
como no modo convencional. Então são executadas as ações
“before-“ adaptativas, depois as ações convencionais e finalmente
as ações “after-“.

Caso uma entrada no sistema não esteja nas condições pré-


determinadas, o sistema irá realizar o processamento necessário
e levantar as ações a serem aplicadas para aquelas condições.

Outra abordagem para representar a tomada de decisões em


um sistema é o método de arvore de decisão, que também pode
ser estendido para aplicar o conceito de adaptatividade.

Uma arvore de decisão é uma ferramenta gráfica, que permite


representar as decisões a serem tomadas em um sistema, as
possíveis opções e caminhos a serem seguidos, as conseqüências
de cada decisão e os resultados finais obtidos.

Os vértices de uma árvore de decisão representam os testes a


serem feitos, e as arestas representam os possíveis resultados.

Definindo mais formalmente, “(...) uma arvore de decisão


consiste de uma representação de uma funçã o discreta sobre
múltiplas variáveis. Os vértices representam os testes a serem
efetuados em uma variável X, e as arestas representam os
possíveis valores assumidos por X”. [6]

Suponha os conjuntos N={0,1,2}, L={a,b}, C={sim, não} e a


função:

F: N x L -> C = {((0,a), sim), ((0,b), sim), ((1,a), não), ((1,b),


não), ((2,a),sim), ((2,b),não)}

Esta função pode ser representada por qualquer uma das


árvores de decisão da Figura 12 [6].

23
Figura 12 - Duas árvores de decisão para uma mesma função

A Figura 12 ilustra árvores de decisão convencionais, não


adaptativas. Uma arvore de decisão pode ter suas funcionalidades
estendidas, de forma a incluir o conceito de adaptatividade,
fazendo com que ela se modifique e crie novos caminhos ou altere
caminhos já existentes de acordo com o seu uso. A Figura 13 [7]
ilustra a evolução de uma árvore de decisão à medida que ela
recebe novas entradas:

Figura 13 - Execução de uma árvore de decisão adaptativa

Os conceitos de adaptatividade serão utilizados neste projeto


para tomar uma decisão sobre como melhorar a qualidade sonora
de um ambiente, e os detalhes deste uso serão apresentados no
seção 4.

24
4 INTEGRAÇÃO

A adaptatividade será importante neste projeto no que diz


respeito à tomada de decisões, ou seja, será fundamental na
“inteligência” do software a ser desenvolvido.

O software que será implementado, conforme detalhado na


seção 5, terá sua execução dividida em dois passos principais: o
levantamento de parâmetros acúst icos do ambiente e a proposta
de soluções para o tratamento dos modos acústicos da sala em
questão, utilizando o Ressonador de Helmholtz para realizar o
tratamento nesta sala. O software deverá dimensionar as medidas
de um ressonador e selecionar em quais paredes ele deverá ser
colocado, de modo a tratar os modos nas freqüências desejadas.

4 . 1 L e v a n t a m e n t o de pa r â m e t r os a c ús t i c o s
O levantamento de parâmetros acústicos tem como objetivo
traçar a curva de resposta em freqüência da sala , a partir das
impedâncias de suas paredes, utilizando para tanto, a teoria de
acústica apresentada em itens anteriores.

Além disso, o programa determina a impedância de uma


parede ao ser tratada com ressonador de Helmholtz. Esta nova
impedância será utilizada para calcular o n ovo comportamento da
curva de resposta em freqüência da sala e assim poder oferecer
uma solução de tratamento.

4 . 2 P a r â m e t r o d e c u s t o U t i l i za d o
O primeiro passo para iniciar o desenvolvimento da
inteligência do software é determinar qual o parâmetro que s erá
utilizado para avaliar a qualidade da curva de resposta em
freqüência da sala, ou seja, qual será o critério para avaliar que
uma determinada solução é melhor que outra. Em termos mais
técnicos, qual será a figura de mérito (parâmetro de custo)
utilizado para avaliar o sistema.
25
A figura de mérito adotada será baseada na curva de
resposta em freqüência da sala. Seu valor será obtido pelo
somatório de três notas atribuídas à curva, como segue:

 O desvio padrão da reta calculada pelo método dos


mínimos quadrados aplicado à curva de resposta em
freqüência da sala (mesmo método utilizado em [14]). A
fórmula do desvio padrão é dada por
n
   ( L p ,n  mf n  c) (17)
n 1

onde Lp,n é o valor do eixo Y do gráfico em um certo


ponto, fn é o valor do eixo X e m e c são os parâmetros
da reta da melhor aproximação, que tem o formato
y=mx+c (ver Figura 14).

 O valor total gerado pela soma da diferença entre a


resposta obtida e a resposta desejada (0 dB), para
cada freqüência.

 A existência ou não de picos. Esta nota será formada


subdividindo a curva de resposta em freqüência da sala
em 10, 8, 6 e 4 bandas de freqüência de mesma
largura. Em cada uma dessas divisões é verificada a
diferença entre o máximo e mínimo, sendo somados os
valores obtidos para cada b anda, assim constituindo a
nota.

Figura 14 – Curva de resposta em freqüência da sala com a reta da melhor


aproximação traçada pelo método dos mínimos quadrados

26
4 . 3 S ol u ç õe s pa r a o t r a t a m e nt o d os m o do s a c ús t i c o s
A proposta para so luções no tratamento dos modos acústicos
da sala será divido em 2 grandes etapas:

 Identificar qual a tabela de decisão a ser utilizada.

 Identificar o melhor ressonador, interar as suas


medidas (utilizando como ferramenta de auxilio a
primeira parte do prog rama) e armazenar o melhor
resultado encontrado.

4 . 3 . 1 I de nt i f i c a r a t a be l a de de c i s ã o ut i l i z a da .
O sistema terá ao todo quatro tabelas de decisão: solução
encontrada com um ressonador, dois ressonadores, quatro
ressonadores ou cinco ressonadores (decidiu -se não tratar o chão
da sala).

A definição destas tabelas deu -se através de testes com o


módulo acústico isolado. Constatou -se que as melhores
combinações de impedâncias foram obtidas quando paredes em
paralelo apresentavam as mesmas impedâncias.

Figura 15 – Resultados de testes com diferentes impedâncias

27
Na Figura 15 é observado um tratamento de paredes em
paralelo para salas com as dimensões de (2 m, 2 m, 2 m) e de (3
m, 3 m, 3m). As impedâncias de paredes paralelas são iguai s.

Para a Figura 16, tem -se salas com dimensões de (5 m, 6 m,


3 m) e de (4 m, 6 m,3 m).

Figura 16 – Mais resultados de testes com diferentes impedâncias

4 . 3 . 2 I de nt i f i c a r o m e l h or r e s s o na d or , i n t e r a r a s s ua s
m e di da s e a r m a z e n a r o m e l ho r r e s ul t a d o
O usuário terá a opção de selecionar quantas e quais paredes
estarão disponíveis para serem modificadas. Munido desta
informação, a escolha da tabela adaptativa a ser utilizada se torna
intuitiva.

Utilizando a tabela correta, é feita uma busca pelo menor


parâmetro de custo com as dimensões da sala selecionada. Neste
caso há duas possibilidades:

 Caso 1: O ambiente já foi analisado no passado, assim a


busca retorna um ressonador. Neste caso, é feita uma
interação sobre os seus parâmetros de modo que o
programa, ao final de um período de utilização do
sistema, possa propor um melhor resultado para este
tipo de tratamento.

 Caso 2: O ambiente nunca foi analisado no passado


(não há histórico de tratamento). É feita uma busca por
ambientes já tratados, cujas características sejam
parecidas com o ambiente escolhido, optando pelo
28
tratamento que apresentar o melhor resultado para este
novo ambiente. Com esta aproximação inicial é utilizado
em sequencia o mesmo processo do caso 1.

Conforme observado na Figura 17, o software além de


realizar iterações com os parâmetros do ressonador, também
gerará buscas aleatórias.

Para as iterações com os parâmetros, são realizadas buscas


por resultados já populados no banco de dados, ou seja,
resultados de “exp eriências anteriores”. A partir destas, uma
calibragem dos parâmetros é feita, de modo a tentar gerar uma
melhor solução.

As buscas aleatórias são feitas de forma a sempre ampliar o


horizonte de busca – não concentrar os esforços em apenas uma
direção. Uma busca aleatória é feita a cada três iterações com
valores de experiências anteriores.

Toda vez que uma nova solução é encontrada (melhor


solução), ela é armazenada no banco de dados, assim passando a
fazer parte do histórico. Desta forma a base para tomad a de
decisões cresce a cada novo resultado encontrado.

29
Figura 17 - Fluxograma do funcionamento do software

30
5 SOFTWARE

O sistema será executado em um ambiente desktop, isto é,


rodará inteiramente dentro do co mputador do usuário sem conexão
com a internet. Este sistema será dividido em duas grandes
frentes, a primeira será levantar os parâmetros acústicos de uma
sala com os dados fornecidos pelo usuário (dimensões da sala) e
a outra será fornecer soluções confo rme a requisição do usuário.

5 . 1 E s pe c i f i c a ç ã o d e r e qui s i t o s
As funcionalidades previstos no software são:

 Obter a resposta em frequência de uma sala e exibila


em forma de um gráfico.

 Obter a impedância de um ressonador ao variar suas


medidas.

 Obter uma solução para tratar os modos acústicos de


uma sala utilizando para isso um conjunto de
ressonadores.

 Deve ser utilizado métodos adaptativos para obter uma


solução utilizando ressonadores.

5 . 1 D o c u m e nt a ç ã o d o S of tw a re

5 . 1 . 1 No m e d o p r oj e t o

Tratamento de Modos Acústicos em Salas de Audição Crítica.

5 . 1 . 2 E s c o po

Acústica está presente no dia a dia da maior parte da


população, como por exemplo:

31
 Através da utilização de sistemas sonoros como home
theater e micro system.

 Salas de cinema e teatro.

 Salas de aula.

 Diversos ambientes profissionais de áudio.

A importância deste assunto esta aumentando e gerando


conseqüentemente uma necessidade por ambientes acusticamente
tratados.

Como a teoria de acústica é de difícil entendimento (muitos


conceitos sobre esse assunto ainda estão sendo pesquisados) e
utiliza algoritmos matemáticos complexos, é uma tarefa muito
difícil para um usuário leigo sobre o assunto fazer um tratamento
acústico adequado sem a ajuda de um especialista.

O software entra justamente no auxí lio na obtenção de


soluções acústicas para ambientes pequenos utilizando para isso
informações de simples entendimento fornecidas por usuários
leigos no assunto.

5 . 1 . 3 Ca s o s d e us o

5 . 1 . 3 . 1 At o r e s
O sistema trabalhará apenas com um tipo de usuário, que t erá
permissão total sobre as funcionalidades do sistema. Como o
sistema estará instalado em um ambiente desktop, não haverá
necessidade de criar diversos perfis de usuário.

Este usuário não precisará ter nenhum conhecimento


específico sobre o assunto abord ado, apenas as dimensões do
ambiente que será analisado.

32
5 . 1 . 3 . 2 Di a gr a m a d e c a s os de us o

Figura 18 – Diagrama de Casos de Uso

5 . 1 . 3 . 3 De s c r i ç ã o d os c a s os de us o

Obter Parâmetro Acústico:

i. D e s c r i ç ã o : Descreve o levantamen to dos


parâmetros acústicos de uma sala.
ii. E v e n t o I n i c i a d o r : U s u á r i o r e q u i s i t a o s p a r â m e t r o s
de uma sala.
iii. A t o r e s : U s u á r i o .
iv. P r é - c o n d i ç ã o : N e n h u m a .
v. S e q ü ê n c i a d e E v e n t o s :
1. Usuário abre o sistema.
2. Sistema retorna uma tela com os dados
necessários para o levantame nto acústico de
uma sala.
3. Usuário preenche os dados requisitados e
requisita a geração de parâmetros acústicos.

33
4. Sistema calcula os parâmetros acústicos e
retorna para o usuário em forma de dados e
gráficos.
vi. P ó s - c o n d i ç ã o : D a d o s a c ú s t i c o s d e u m a s a l a s ã o
levantados e exibidos.
vii. E x t e n s õ e s :
1. (Passo 3) Usuário não preenche os dados
corretamente:
1.1. Sistema acusa dados inválidos e
retorna à tela de inicial.
viii. I n c l u s ã o : D a d o s l e v a n t a d o s d o a m b i e n t e s ã o
gravados no banco.

Gerar Soluções acústicas

i. D e s c r i ç ã o : D e s c r e v e o l e v a n t a m e n t o d e s o l u ç õ e s
acústicas de uma sala.
ii. E v e n t o I n i c i a d o r : U s u á r i o r e q u i s i t a a s s o l u ç õ e s
acústicas de uma sala.
iii. A t o r e s : U s u á r i o .
iv. P r é - c o n d i ç ã o : D a d o s a c ú s t i c o s d a s a l a j á f o r a m
levantados.
v. S e q ü ê n c i a d e E v e n t o s :
1. Usuário requisita o levantamento de sol uções
acústicas de uma sala.
2. Sistema retorna uma tela com os dados
necessários para o levantamento de
soluções.
3. Usuário preenche os dados requisitados e
requisita a geração de soluções acústicos.
4. Sistema retorna as possíveis soluções do
ambiente requisitado.
vi. P ó s - c o n d i ç ã o : Soluções acústicas de um
ambiente são levantadas.
vii. E x t e n s õ e s :
1. (Passo 3) Usuário não preenche os dados
corretamente:
1.1. Sistema acusa dados inválidos e
retorna à tela de anterior.
viii. I n c l u s ã o : D a d o s d a s o l u ç ã o e n c o n t r a d a s ã o
gravados no banco.

34
5 . 1 . 4 Di a gr a m a Ar q ui t e t ô ni c o

Figura 19 - Diagrama Arquitetônico

5 . 1 . 5 Fu n ç õ e s d o s i s t e m a

Gerar Parâmetros acústicos: Para que o sistema consiga


levantar soluções acústicas de um ambiente, todos os parâmetros
envolvidos necessá rios devem ser levantados. Deste modo esta
funcionalidade tem como objetivo aplicar toda teoria de acústica
descrita em itens anteriores para gerar as respostas acústicas do
ambiente em questão.

Procurar Soluções acústicas: Com os dados levantados na


funcionalidade descrita anteriormente, o sistema irá buscar uma
solução que atenda o à especificação do ambiente solicitado pelo
usuário. Para isso, esta funcionalidade se baseará nas

35
experiências obtidas em simulações anteriores para tomar
decisões adequadas quanto ao tratamento a ser utilizado.

5 . 1 . 6 Di a gr a m a de c l a s s e s

Figura 20 - Diagrama de Classes

5 . 1 . 6 . 1 De s c r i ç ã o da s Cl a s s e s :

Interface de Usuário

InterfaceUsuário: corresponde às telas do software que são


exibidas para o usuário

Classes de Cálculo e Otimização:

36
CalculoAcustico: contem os métodos responsáveis por realizar
os cálculos acústicos

CalculoImpedancia: contem os métodos para calcular a


impedância do ressonador de Helmholtz

CalculoOtimização :

RootNewton: classe que encontra as raízes da equação


utilizando o método de Newton

ComplexNumber: classe que contem a estrutura para realizar


operações com números complexos

Camada DTO (Data Transfer Objects)

RessonadorDoisPares: armazena e transfere dados relativos a


soluções com ressonadores em dois pares de paredes

RessonadorTodasParedes: armazena e transfere dados


relativos a soluções com ressonadores em todas as paredes

Ressonador: armazena e transfere dados relativos ao


ressonador de Helmholtz

DimensoesSala: armazena e transfere dados relativos às


dimensões de uma sala

RessonadorUmaParede : armazena e transfere dados relativos


a soluções com ressonadores em uma parede

RessonadorUmPar : armazena e transfere dados relativos a


soluções com ressonadores em um par de paredes

Camada de Acesso a Dados:

DimensoesSalaData : classe que contem os métodos CRUD


das dimensões de uma sala

RessonadorData: classe que contem os métodos CRUD do


ressonador e das soluções (salas com ressonadores)

37
5 . 1 . 7 Ba nc o de da d os

Figura 21 - Banco de Dados

Descrição das Tabelas:

tb_ressonador

Descrição: armazena os parâmetros dos ressonadores de Helmholtz

Campo Função
d1 (float) parâmetro d1 do ressonador
d2 (float) parâmetro d2 do ressonador
D (float) parâmetro D do ressonador
f (float) parâmetro f do ressonador
a (float) parâmetro a do ressonador
Material_id (int) material do ressonador
tb_ressonador_id (pk, int) chave primária da tabela

tb_dimensoes_paredes

Descrição: armazena as dimensões de diversas sala


38
Campo Descrição
Lx (float) dimensão do eixo X da sala
Ly (float) dimensão do eixo Y da sala
Lz (float) dimensão do eixo Z da sala
tb_dimensoes_paredes_id (pk, int): chave primária da tabela

tb_ressonador_uma_parede

Descrição: armazena soluções encontradas para salas utilizando


ressonadores em um par de paredes

Campo Descrição
tb_dimensoes_paredes_id (fk, int) chave estrangeira da tabela
tb_dimensoes_paredes
parede (int) indica em qual parede será instalado
o ressonador
result (float) valor utilizado para avaliar a eficácia
de uma solução
media (float) valor do desvio padrão do gráfico em
relação à reta de aproximação
calculada pelo MMQ
maxValue (float) valor máximo apresentado pelo
gráfico
passo (int) Parâmetro utilizado nos cálculos
adaptativos
tb_ressonador_id (fk, int) chave estrangeira da tabela
Tb_ressonador

tb_ressonador_um_par

Descrição: armazena soluções encontradas para salas utilizando


ressonadores em um par de paredes

Campo Descrição
tb_dimensoes_paredes_id (fk, int) chave estrangeira da tabela
tb_dimensoes_paredes
parede (int) indica em qual par de paredes serão
instalados os ressonadores
result (float) valor utilizado para avaliar a eficácia
de uma solução
media (float) valor do desvio padrão do gráfico em
relação à reta de aproximação
39
calculada pelo MMQ
maxValue (float) valor máximo apresentado pelo
gráfico
passo (int) Parâmetro utilizado nos cálculos
adaptativos
tb_ressonador_id1 (fk, int) chave estrangeira da tabela
Tb_ressonador
tb_ressonador_id2 (fk, int) chave estrangeira da tabela
Tb_ressonador

tb_ressonador_dois_par

Descrição: armazena soluções encontradas para salas utilizando


ressonadores em dois pares de paredes

Campo Descrição
tb_dimensoes_paredes_id (fk, int) chave estrangeira da tabela
tb_dimensoes_paredes
result (float) valor utilizado para avaliar a eficácia
de uma solução
media (float) valor do desvio padrão do gráfico em
relação à reta de aproximação
calculada pelo MMQ
maxValue (float) valor máximo apresentado pelo
gráfico
passo (int) Parâmetro utilizado nos cálculos
adaptativos
tb_ressonador_id_x1 (fk, int) chave estrangeira da tabela
Tb_ressonador
tb_ressonador_id_x2 (fk, int) chave estrangeira da tabela
Tb_ressonador
tb_ressonador_id_y1 (fk, int) chave estrangeira da tabela
Tb_ressonador
tb_ressonador_id_y2 (fk, int) chave estrangeira da tabela
Tb_ressonador

tb_ressonador_todas_paredes

Descrição: armazena soluções encontradas para salas utilizando


ressonadores em todas as paredes

40
Campo Descrição
tb_dimensoes_paredes_id (fk, int) chave estrangeira da tabela
tb_dimensoes_paredes
result (float) valor utilizado para avaliar a eficácia
de uma solução
media (float) valor do desvio padrão do gráfico em
relação à reta de aproximação
calculada pelo MMQ
maxValue (float) valor máximo apresentado pelo
gráfico
passo (int) Parâmetro utilizado nos cálculos
adaptativos
tb_ressonador_id_x1 (fk, int) chave estrangeira da tabela
Tb_ressonador
tb_ressonador_id_x2 (fk, int) chave estrangeira da tabela
Tb_ressonador
tb_ressonador_id_y1 (fk, int) chave estrangeira da tabela
Tb_ressonador
tb_ressonador_id_y2 (fk, int) chave estrangeira da tabela
Tb_ressonador
tb_ressonador_id_Z2 (fk, int) chave estrangeira da tabela
Tb_ressonador

5 . 1 . 8 De t a l ha m e n t o de t e l a s

Este item tem como objetivo apresentar as características


gerais das telas utilizadas no Sistema.

5 . 1 . 8 . 1 Di a gr a m a d e n a v e g a ç ã o de Te l a s
O diagrama apresentado pela figura abaixo representa o
diagrama de navegação entre as telas do sistema

Figura 22 - Diagrama de navegação de Telas

41
5 . 1 . 8 . 2 Te l a s do S i s t e m a

Figura 23 - Levantamento de parâmetros acústicos

Figura 24 - Resultados dos Cálculos Acústicos

42
Figura 25 - Depois do tratamento – Parâmetros do Ressonador

5 . 2 D e s e n v ol v i m e n t o d o s of t w a r e

5 . 2 . 1 Le v a nt a m e n t o de pa r â m e t r o s a c ú s t i c os

5 . 2 . 1 . 1 M é t o d o de New t on

Como para cada conjunto de paredes analisado é necessário


encontrar um novo co njunto de raízes complexas da equação 7
(novo conjunto de paredes = novo conjunto de impedâncias),
houve a necessidade de implementar um método que retornasse
x
um conjunto de raízes complexas para um novo conjunto de .
x
O Método de Newton, conforme mencionado anteriormente é
utilizado para resolver a equação 7. Este método parte do
principio que existe pelo menos uma raiz entre 0 e 1, outra, entre
1 e 2, e assim por diante.
Deste modo, foi utilizado como “chute inicial” os valores 0, 1 ,
2, 3,...,n (n depende do número de raízes que pretende se
encontrar) para raízes da equação a ser resolvida, com estes
43
valores iniciais é realizado um loop de até 100 interações (quanto
mais iterações, mais preciso) da equação 8 ou até que a raiz
tenha precisão de 0.0001.
Como a faixa de freqüência que está sendo analisada é de
20 Hz a 200 Hz não é necessário obter mais do que quatro raízes
para excitar os modos acústicos do ambiente. Sendo assim, será
usado um conjunto das 3 primeiras raízes encontradas pelo
a
método. A 4 raiz começa a ser necessária em freqüências mais
altas.

Teste 1:
Resultados esperados:

Figura 26 - Resultados Esperados

Tabela dos resultados obtidos:

Figura 27 - Resultados Obtidos

44
Teste 2:
Resultados esperados:

Figura 28 - Resultados Esperados


Resultados obtidos:

Figura 29 - Resultados Obtidos

Conforme ilustram as Figuras 30 e 31, quanto mais raízes


utilizadas para o cál culo da resposta em frequencia da sala, mais
modos são encontrados nas regiões de maior frequencia.

Figura 30 - Resposta do Ambiente com 3 raízes

45
Figura 31 - Resposta do Ambiente com 5 raízes

5 . 2 . 1 . 2 G r á f i c o da r e s p o s t a e m f r e qü ê nc i a do a m bi e n t e

Para obter o gráfico da resposta em freqüência do ambiente


em um ponto o problema foi dividido em algumas etapas:
 Para cada freqüência (20 à 200hz) obter sua respectiva
resposta do ambiente (pressão em um po nto).
 Para cada par de paredes e freqüência atual obter as
variáveis acústicas necessárias.
 Excitar os modos acústicos e realizar a somatória dos
valores obtidos para conseguir a pressão no ponto onde
se encontra o microfone.

5 . 2 . 1 . 2 . 1 V a r i á v e i s a c ús t i c a s c a l c ul a da s

Inicialmente está sendo considerando que todas as paredes


d a s a l a q u e i r á s e r a n a l i s a d a t ê m a i m p e d â n c i a m é d i a d e 300  i0 ,
isto é, são consideradas paredes duras.
Como são calculadas 3 raízes para cada par de paredes,
tem-se que para cada variável calculada é obtido um grupo de 3
respostas.

46
Com as raízes complexas encontradas são calculadas a
freqüência natural (formula 12), a constante de amortecimento
(formula 13), o fator de normalização n (formula 11) e a

velocidade potencial no ponto da fonte sonora e do ponto de


captação.
A fonte sonora foi definida no ponto (0, 0, 0), pois nos
cantos da sala é possível excitar uma maior quantidade de modos
acústicos. Em relação à localização do ponto de captação foi
escolhido o centro da sala.

5 . 2 . 1 . 2 . 2 E x c i t a r os m o d os a c ús t i c o s e o bt e r a
v e l o c i da de p ot e n c i a l

Para conseguir excitar todos os modos acústicos da sala em


tratamento é utilizada uma combinação entre os resultados, isto é,
é feito a somatória de 27 comb inações possíveis das listas
obtidas no passo anterior (ex: (1, 0, 0), (0, 1, 0), (0. 0. 1)...) para
obter  e com isso obter a pressão acústica buscada.

5 . 2 . 1 . 2 . 3 O bt e r i m pe dâ n c i a do r e s s on a d or de He l m h ol t z

Para conseguir impedânc ias diferentes, foram variadas as


medidas (d1, d2, D, a, t, w) da fórmula 16 obtendo deste modo,
novas respostas em frequencia do ambiente. Tais respostas
podem ser melhores ou piores que a do ambiente inicial.
Na figura 32 é possível visualizar a impedânc ia final do
ressonador para valores fixos de seus parâmetros e diferentes
freqüências angulares.

Na implementação do software, estes parâmetros variados dentro das seguintes


faixas, seguindo valores da referência [14].

 d2: de 0,01m – 0,05m

 D: de 0,005m – 0,01m
47
 t: 0,001m – 0,007m

 a: 0,0005m – 0,005

 d1: 0,0381m ou 0,0635m ou 0,0889m.

Os valores de d1 são fixos, pois para tais espessuras tem-se conhecimento de


suas impedâncias [14].

Resultados encontrados:

Figura 32 - Parâmetros do Ressonador Obtidos

5 . 2 . 2 Bi bl i ot e c a s d e a p ói o

Grande parte dos cálculos acústicos descritos anteriormente


trabalha com números complexos. Como na linguagem de
programação escolhida (c#) não existe nenhuma biblioteca que
desse o suporte que o proje to demandava neste aspecto, optou -se
por desenvolver uma classe própria para auxiliar neste tipo de
cálculo.
Esta classe foi nomeada “Complex”, formado pelo conjunto
das variáveis real e imaginaria, ambas do tipo double. A classe
também utiliza o conceito de overloading operators , onde cálculos
entre o tipo complex e double são realizados automaticamente.
48
Este conceito esta presente na linguagem c# facilitando deste
modo toda a implementação do projeto.
Todas as operações simples com o complex (*,/,+, -) utilizam
overloading operators. Além disso, devido à necessidade, esta
classe também dá suporte para cálculos como cosseno, seno,
tangente, cosseno hiperbólico e seno hiperbólico para números
complexos.

As seguintes equações matemáticas foram implementada s


para a classe “Complex”:

x  a  bi

i * x  c  di

e a * cos(b)  i * sen(b)  e  a * cos(b)  i * sen(b)


senh( x) 
2

e a * cos(b)  i * sen(b)  e  a * cos(b)  i * sen(b)


conh( x) 
2

e c * cos(d )  i * sen(d )  e c * cos(d )  i * sen(d )


sen( x) 
2i

e c * cos(d )  i * sen(d )  e c * cos(d )  i * sen(d )


cos( x) 
2

Além de um suporte para cálculos com números complexos,


também se fez necessário uma biblioteca que desse suporte para
gerar gráficos na plataforma de desenvolvimento escolhida.
Como se trata de um projeto acadêmico, foi dada preferência
para soluções de código aberto. Após uma pesquisa, foi
encontrada uma solução que a tendesse todas as especificações:
“ZedGraph”. Essa biblioteca é de fácil utilização para desenhar
gráficos de linha 2D (espera como entrada apenas uma lista de
pares de pontos), é de fácil customização e possui grande
interatividade com o usuário final (zo om in e zoom out do gráfico).

49
5 . 2 . 3 Ba s e hi s t ó r i c a ut i l i z a d a

A busca por soluções vai utilizar como apoio 4 tabelas. Estas


tabelas armazenam um histórico de todas as análises realizadas
pelo software até então, guardando nelas quais os ressonadores
foram utilizados para uma dada sala e a nota que o tratamento
recebeu.
Para tanto foi realizada uma pequena rotina para popular
e s t a s t a b e l a s , f a z e n d o t e s t e s c o m m e d i d a s d e d i v e r s a s s a l a s . Para
tanto foi realizada uma pequena rotina para popular estas tabelas, fazendo testes
com medidas de diversas salas. A rotina utilizada basicamente realiza variações nos
parâmetros dos ressonadores para cada medida de sala, e armazena os valores
obtidos no banco de dados.
Desta forma, é criada uma base histórica inicial para o programa, que será
utilizada para encontrar a melhor solução. Essa base histórica inicial vai crescendo, à
medida que novos valores são testados.

Figura 33 - Dimensões de Salas Iniciais


50
Este histórico também é importante pa ra tornar possível
tratar mais adequadamente salas cujas medidas nunca foram
analisadas pelo sistema. Foi observado ao testar isoladamente o
levantamento de parâmetros acústicos que salas com medidas
parecidas apresentavam um comportamento semelhante.

51
6 TESTES

Após a implementação do software seguindo as


especificações descritas, foram realizados testes para verificar a
eficácia das soluções obtidas. Dessa forma, foi verificado se a
inteligência do programa obteve resultados com melhoras
efetivas.
Em um primeiro momento é apresentado na Figura 34 o
gráfico da resposta em freqüência de uma sala com dimensões
(3m, 3m, 3m) sem o tratamento com ressonadores.

Figura 34 - Resposta em freqüência para sala sem ressonador - Caso 1

É possível observar picos de até 20dB em relação à resposta


esperada, como em 140Hz, 175Hz e 190Hz.
Escolhendo-se ressonadores em quatro paredes, após
algumas iterações, observa -se na Figura 35 uma melhora na
resposta em freqüência.

52
Figura 35 - Resposta em freqüência para uma sala com ressonador - Caso 1

Na Figura 36, após mais algumas iterações, é possível ver


um refinamento das soluções com o auxilio da adaptatividade.
Observa-se em azul a curva inicial – resposta em freqüê ncia sem
ressonadores; em verde, a curva para uma solução com
ressonadores; e em vermelho, a reposta após mais uma serie de
iterações. É importante notar que para certos pontos do gráfico,
houve uma melhora de até 15 dB, como em 140Hz.

Figura 36 - Resposta em freqüência próxima da ideal - Caso 1

Os ressonadores encontrados para a resposta em freqüência


da Figura 36 têm todos os seguintes parâmetros:

53
 d1 = 0,0635 m
 d2 = 0,01 m
 a = 0,005 m
 t = 0,001 m
 D = 0,0045 m
A seguir estão ilustrados os resultados obtidos para uma
sala com dimensões (4m, 3m, 2,5m). A figura 37 mostra a
resposta em freqüência desta sala.

Figura 37 - Resposta em freqüência para sala sem ressonador - Caso 2

Finalmente, na figura 38 é possível visualizar a resposta em


freqüência para esta mesma sala após o tratamento com dois
pares de ressonadores.

Figura 38 - Resposta em freqüência para uma sala com ressonador - Caso 2


54
Foi possível notar uma nítida diminuição nos picos do
gráfico. Para este caso, os valores dos parâmetros dos
ressonadores obtidos foram:
 d1 = 0,0635 m
 d2 = 0,01 m
 a = 0,005 m
 t = 0,004 m
 D = 0,0035 m

55
7 CONCLUSÃO

7 . 1 C om e nt á r i os s o br e a m u da n ç a no e s c o po i ni c i a l
Houve uma mudança no escopo inicial do projeto, devido
principalmente à complexidade dos cálculos envolvidos por trás da
teoria de acústica, o que restringiria de certa forma a capacidade
de criar um software auto -suficiente para realizar o estudo
acústico do ambiente. Para uma análise tão ampla como proposto
inicialmente seria necessário o envolvimento de softwares
externos, o que dificultaria e limitaria a capacidade de
aprofundamento no problema e a proposta de soluções.

O objetivo inicia l era analisar e propor soluções para melhorar


a acústica de ambientes de qualquer formato. O escopo foi
reduzido, e o novo foco foi o estudo de ambientes no formato de
paralelepípedo. Esta redução de escopo permitiu uma maior
autonomia na proposta e desen volvimento do software, além de
ter ajudado na aplicação dos conceitos de adaptatividade mais
livremente.

7 . 2 Tr a b a l ho s F u t ur o s

Tendo em vista que houve uma redução do escopo inicial, um


possível trabalho futuro seria implementar um software capaz de
gerar respostas em frequencia para ambientes em qualquer
formato. Para tanto, seria necessário o estudo de ferramentas
mais poderosas, como elementos finitos.

Outra possibilidade seria usar o método de Morse e Bolt já


implementados e propor outros tipos de t ratamento acústico.
Painéis absorvedores, ressonadores de Helmholtz micro -
perfurados são apenas dois possíveis tratamentos.

Vale lembrar, porém, que para a aplicação do método de


Morse e Bolt é necessário saber a impedância acústica dos
materiais usados no tratamento. Tal fato pode ser um empecilho,
56
levando-se em conta que o coeficiente de absorção de materiais é
mais facilmente encontrado do que sua impedância.

O método para obtenção da raiz da equação 7 pode ser


melhorado utilizando métodos matemáticos m ais precisos. Estes
métodos acham outras raízes próximas de zero, como o Homotopic
Continuation. Com um número maior de raízes é possível excitar
um número maior de modos acústicos, e assim obter um resultado
mais preciso na região analisada.

A inteligência do software também poderia ser melhorada,


seja aprofundando a técnica adaptativa utilizada ou mesmo
introduzindo novas técnicas de inteligência artificial, de forma que
os resultados obtidos sejam os melhores possíveis.

Também poderiam ser utilizadas out ras metodologias para


encontrar picos de gráficos, como métodos matemáticos para
prever picos globais. Desta forma, seria possível otimizar a
procura pelo gráfico da melhor sala.

Existem trabalhos na área de adaptatividade que buscam


utilizar técnicas adap tativas para auxiliar na tomada de decisão
em problemas envolvendo múltiplas variáveis, como em [ 15].
Estes conceitos poderiam ser explorados para aprimorar o
presente trabalho.

Uma possibilidade para trabalhos futuros é tornar o sistema


on-line. Com isso, existiria um banco de dados onde os usuários
fariam uploads de suas soluções, bem como downloads de
soluções já calculadas para outros usuários.

7 . 3 C om e nt á r i os f i n a i s

O trabalho mostrou -se extremamente gratificante, pois foi


possível integrar com sucesso conhecimentos de duas áreas
distintas: acústica e adaptatividade. A integração entre diferentes
campos da engenharia traz resultados positivos e inovadores, e
este caso não foi exceção.

Fazendo-se um balanço geral de todo o projeto, pode -se


afirmar que a experiência mostrou -se bastante complexa e
desafiadora.
57
Alguns tópicos trouxeram dificuldades ao desenvolvimento do
trabalho, principalmente no que se refere à complexidade do tema
acústica. Neste aspecto, a experiência e ajuda dos orientadores
foi fundamental para a superação dos entraves.

Tendo sido concluída a proposta de trabalho com êxito, é


possível afirmar que este trabalho representa apenas um passo
inicial no que diz respeito a soluções adaptativas no campo da
acústica, podendo assim, ser mais apr ofundado e explorado em
trabalhos futuros.

58
8 BIBLIOGRAFIA

[1] NETO, J. J. Um Levantamento da Evolução da


Adaptatividade e da Tecnologia Adaptativa. Revista IEEE
América Latina. Vol. 5, Num. 7, ISSN: 1548 -0992, Novembro
2007. (p. 496-505)

[2] NETO, J. J. Adaptive Rule -Driven Devices - General


Formulation and Case Study. Lecture Notes in Computer Science.
W atson, B.W . and W ood, D. (Eds.): Implementation and
Application of Automata 6th International Conference, CIAA 2001,
Vol.2494, Pretoria, South Africa, July 23-25, Springer-Verlag,
2001, pp. 234-250.

[3] EVEREST, F. A. The Master Handbook of Acoustics. 3 rd


Edition. 1994 TAB Books.

[4] NUNES, Alexandre Analise Modal Teórica e Experimental


Acústica de Cavidades com Absorção Sonora. Universidade
Estadual de Campinas – Mestrado

[5] YOUNG, Robert W ., Sabine Equation and Sound Power


Calculations, J. Acous. Soc. Am., 31, 12, 1959, 1681.

[6] Pistori, Hemerson e Neto, João José. AdapTree -


Proposta de um Algoritmo para Indução de Árvores de Decisão
Baseado em Técnicas Adaptativas. Anais Conferência Latino
Americana de Informática - CLEI 2002. Montevideo, Uruguai,
Novembro, 2002.

[7] PISTORI, H.; NETO, J. J.; PEREIRA, M. C. Adaptive Non-


Deterministic Decision Trees: General Formulation and Case
Study. INFOCOMP Journal of Computer Science, Lavras, MG,
2006 (accepted).

[8] FIGUEIREDO, F.L. Parâmetros Acústicos Subjetivos:


Critérios para avaliação da qualidade acústica de sala de música.

[9] MORSE, P.M.; The Transmission of sound inside pipes,


The Journal of the Acoustical Society of America 11 (1939) 205 –
210.

59
[10] COX, T.J. and D‟ANTONIO, P.; Acoustic Absorbers and
Diffusers – Theory, Design and Application. SPON Press, 2004.

[11] BISTAFA, S.R. and MORRISSEY, J.W .; Numerical


Solutions of the acoustic eigenvalue equ ation in the rectangular
room with arbitrary (uniform) wall impedances. Journal of Sound
and Vibration 263 (2003) 205 -218.

[12] BISTAFA, S.R.; Acoustics of Small Rooms. First Pan -


American Iberian Meeting on Acoustics, 2002.

[13] http://www.caraudiomag.com/ . Retirado no dia


05/10/2009.http://image.caraudiomag.com/f/9346998+w750+st0/0
612_caep_09z+rockford_fosgate_3sixty2_processor+maximally_fl
at_frequency_response.jpg

[14] COX, T.J. and D‟ANTONIO, Determining Optimun Room


Dimensions for Critical Listening Enviroments: A New Metodology

[15] Tchemra, Angela Hum. Tabela de Decisão Adaptativa na


Tomada de Decisão Multicritério. Tese de Doutorado, EPUSP,
São Paulo, 2009

60

Вам также может понравиться