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Abstract. This work presents a Boundary Integral Equation for the direct evaluation of the
normal flux, at one point ξ, for 2-D potential problems governed by the Laplace Equation.
The convergence of this Integral Equation is studied when the point belongs to the boundary,
and then a formulation is developed for the Boundary Element Method with continuous linear
elements. The effects of the boundary curvatures next to the point ξ are also studied.
Comparisons between the analytical solutions to solve problems and the numerical results
show the accuracy of the presented formulation.
A clássica formulação direta do método dos elementos de contorno (MECC) tem como
base uma equação integral que fornece diretamente as incógnitas essenciais em um certo
ponto ξ como função das variáveis essenciais e naturais ao longo do contorno.
Em um estudo sobre refinamento autoadaptativo de malhas com a formulação linear
contínua clássica (para problemas bidimensionais de elasticidade), notou-se que em regiões
próximas a singularidades, a análise do erro não era tão eficaz como em outras regiões.
Imaginou-se que uma formulação baseada numa equação integral para as forças de superfície
resolveria este problema.
Desenvolveram-se então formulações, para problemas de elastostática e de potencial,
em que a equação clássica para um ponto interno é derivada e a seguir este ponto é levado ao
contorno. As equações integrais obtidas para as variáveis naturais têm a ordem de
singularidade aumentada em uma unidade e por isso são denominadas Equações Integrais
Hipersingulares de Contorno (EIHC).
Os resultados iniciais obtidos com a implementação destas equações (Prado, 1991)
foram promissores, mas não apresentavam bons resultados em alguns problemas a solução
não era sempre convergente. O estudo das causas dessa não-convergência e uma solução para
esse problema são os principais objetivos deste trabalho.
A solução apresentada é de fácil implementação, pois tem como variáveis nos nós
apenas o potencial e a sua derivada normal que daqui para frente será chamada de fluxo
normal. Também não tem restrições quanto à localização do ponto fonte, que pode estar em
cantos ou onde se tenha descontinuidades de potencial ou fluxo.
Algumas formulações que têm sido propostas, entre elas Cruse (1967), Cerrolaza (1988),
Okada, Rajiyah e Atluri, Ingber e Mitra (1989), têm alguma(s) destas restrições. Young (1996)
apresenta uma formulação contínua para a análise de mecânica da fratura, mas em cantos as
forças de superfície não são diretamente calculadas.
Outras formulações baseadas em Equações Integrais Hipersingulares de Contorno foram
desenvolvidas. Mansur et al. (1997) desenvolveram a partir de Prado (1991) uma formulação
que permite a obtenção da derivada tangencial do potencial. Guimarães e Telles (1994)
desenvolveram uma formulação mista, para problemas de Mecânica da Fratura, com as duas
Equações Integrais: a Clássica e a Hipersingular.
Inicialmente será apresentada a dedução de uma Equação Integral Hipersingular de
Contorno (EIHC) e as condições para que seja convergente. Em seguida será desenvolvida
uma solução aproximada que garante a convergência da EIHC, solução esta que pode ser
facilmente implementada para qualquer formulação com interpolação contínua tradicional.
Por último será apresentada a solução de um problema exemplo resolvido com três
formulações: MECC, MECHt e MECHe. Os resultados obtidos são comparados com as
respectivas soluções exatas, que são conhecidas.
A partir da derivação, em relação a uma direção dada por um vetor unitário m, da Equação
Integral de Contorno Clássica para o potencial u em um ponto interno ξ
u (ξ ) + ∫ p * (ξ , x) u ( x) dΓ ( x) = ∫ u* (ξ , x) p( x) dΓ ( x) − ∫ u* (ξ , x) b( x) dΓ ( x) (1)
Γ Γ Ω
onde
1
u* (ξ , x) = − ln(r ) (2)
2π r
∂u* (ξ , x) 1 ∂r
p* (ξ , x) = =− (3)
∂n 2π r ∂n
pode-se obter uma equação integral de contorno para o fluxo p interno nesta direção m,
conforme fig.1.
onde
∂u (ξ )
pm (ξ ) = (5)
∂m
∂u* (ξ , x) 1 ∂r
U * (ξ , x) = =− (6)
∂m 2π r ∂m
∂p* (ξ , x) 1 ∂r ∂r
P * (ξ , x) = = 2
2 + mi ni (7)
∂m 2π r ∂n ∂m
A kA
θ A (ε ) = θ − ε + O(ε 2 )
2 (8)
D kD
θ D (ε ) = θ − ε + O(ε 2 )
2 (9)
onde,
t A tangente ao elemento Antes de ξ
t D tangente ao elemento Depois de ξ
θ A ângulo entre a tangente tA e o eixo positivo x, no sentido anti-horário
θ D ângulo entre a tangente tD e o eixo positivo x, no sentido anti-horário
)
Γε = Γ ε + Γ K A + Γ K D contorno do semicírculo de raio ε
Γε trecho entre as tangentes tA e tD
Γ K A trecho que é função da curvatura do contorno Γ Antes de ξ (kA)
Γ K D trecho que é função da curvatura do contorno Γ Depois de ξ (kD)
f 2(θ A ,θ D )
[ ]
C p(ξ ) + C ' u, x (ξ )n x (ξ ' ) + u, y (ξ )n y (ξ ' ) − u(ξ ) f 1(θ A ,θ D , k A , k D ) + lim
ε
=
ε →0
lim ∫ U (ξ , x) p( x)dΓ ( x) − lim ∫ P (ξ , x)u( x)dΓ ( x)
* *
ε →0 Γ −Γε ε →0 Γ −Γε
(10)
com
∆θ D A
C = 1− sendo ∆θ = θ − θ (11)
2π
C ' = n xA n yD − n yA n xD
(12)
A D
f 1(θ , θ , k A , k D ) = m k cos θ D + k cos θ A + m k sen θ A + k sen θ D
1
x D
4π
A
y
A D
(13)
1
m x sen θ + sen θ − m y cosθ − cosθ
A D D A D A
f 2(θ ,θ ) =
2π (14)
∇uA=∇uD (15)
como demonstrado em Prado (1998). Se esta condição é garantida, tem-se, também, que
sendo p(ξ) e p(ξ’) os fluxos normais nos pontos ξ e ξ’ que têm coordenadas idênticas, mas
pertencem a trechos do contorno que podem ter normais distintas (nó duplo).
onde f(kA,kD) depende do vetor m e ∆ϕ é o ângulo entre as tangentes. Mas nota-se que, à
medida que se refina a malha, ∆ϕ vai diminuindo e portanto f1 também.
u ( x) ≅ u ( s) = N ( s) u (19)
não garantem esta continuidade, portanto a seguir é apresentada uma interpolação especial que
garantirá esta continuidade. Esta formulação poderá ser facilmente implementada em
programas computacionais do Método dos Elementos de Contorno.
~
u ( −l E ) = u ( −l E ) (20)
u~ (ξ ) = u (ξ ) (21)
∂u~ ∂u
E
(ξ ) = E (ξ ) (22)
∂t ∂t
Figura 3 - Interpolação especial no elemento Antes de ξ
Esta função especial será a soma da função de interpolação tradicional e uma certa função
g(s) que suaviza a distribuição do potencial em ξ.
u~ ( s) = u ( s ) + g ( s ) (23)
g (−l E ) = 0 (24)
g (ξ ) = 0 (25)
∂g ∂u ∂u
E
(ξ ) = EO (ξ ) − EE (ξ ) (26)
∂t ∂t ∂t
∂g
g (s) = E
(ξ ) s N ( s) + O( s 2 ) (27)
∂t
satisfaz as restrições (24) e (25), desde que N(s) seja uma função contínua no elemento lE e
satisfaça as seguintes condições:
1 em ξ
N (s) = (28)
0 nos demais nós
∂u ∂u
u~ ( s ) = u ( s ) + EO (ξ ) − EE (ξ ) s N ( s ) + O( s 2 ) (29)
∂t ∂t
No outro elemento que tem ξ como extremo, a derivada do potencial em relação a
tangente ao elemento com interpolação especial, pode ser calculada em função das derivadas
tangenciais e normais do potencial neste outro elemento, e da geometria do contorno neste
ponto. Ou seja,
onde
∂uO
(ξ ) = pO (ξ ) (31)
∂n O
4 APLICAÇÃO
Aqui será apresentado um exemplo onde serão feitas comparações entre os valores obtidos
das soluções analíticas, que são conhecidas, e das implementações numéricas:
• da formulação hipersingular apresentada neste trabalho (MECHe);
• da formulação clássica (MECC);
• da formulação hipersingular sem a garantia da continuidade da derivada tangencial do
potencial (MECHt) somente interpolação tradicional.
Em todas as implementações numéricas são utilizados elementos lineares contínuos.
O problema analisado trata da distribuição de potencial
Para as soluções numéricas, foram usadas duas malhas: uma primeira com 3 elementos
iguais em cada lado e uma segunda com 6 elementos iguais. As condições de contorno
prescritas são as seguintes: potencial nos lados AB e CD e o fluxo nos lados BC e DA.
Os resultados são mostrados nos gráficos a seguir.
1
0,9
0,8
0,7
0,6
FLUXO
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0 0,3333 0,6666 1
0,8
0,7
0,6
FLUXO
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0 0,1666 0,3333 0,5 0,6666 0,8333 1
1,2
0,8
POTENCIAL
0,6
0,4
0,2
0
0 0,3333 0,6666 1
EXATA MECHe MECC MECHt
0,8
POTENCIAL
0,6
0,4
0,2
0
0 0,1666 0,3333 0,5 0,6666 0,8333 6
5 CONCLUSÕES