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Este raciocínio levará a que, num mercado que funcione, ou seja, num mercado
eficiente em termos informacionais o movimento dos preços não seja
possível (ou, pelo menos, fácil) de se prever.
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Apenas informação nova (e não esperada) deverá afectar os preços pelo que as
variações dos preços deverão ser aleatórias e imprevisíveis.
Mas, na prática, nem toda a informação pode estar contida nos preços por
causa das fricções e custos de transacção:
- os mercados emergentes são menos analisados do que os mercados
desenvolvidos.
- as acções de reduzida capitalização são menos analisadas do que as
acções de elevada capitalização.
- os pequenos investidores não conseguem suportar os custos de
informação de muitas acções.
Paradoxo da eficiência
- mercado pode ser visto como mecanismo auto-correctivo.
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Implicações
- a eficiência de mercado não exige que os preços igualem o valor em todos
os momentos do tempo; o que se exige é que os desvios do preço face ao
valor sejam aleatórios.
- existe igual probabilidade de uma acção estar sub ou sobreavaliada em
qualquer momento do tempo e esse desvio não se apresenta
correlacionado com qualquer variável.
- em consequência, não existe nenhum grupo de investidores que possa,
de forma consistente e sistemática, ao longo do tempo, determinar as
acções que se encontram sub ou sobre avaliadas, através de uma qualquer
estratégia de investimento.
Mestrado em Finanças Faculdade de Economia do Porto Júlio Lobão
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Duas citações:
«Returns on speculative assets are nearly unforecastable; (…) One (…) argument
claims that because real returns are near unforecastable, the real price of stocks
is close to the intrinsic value, that is, the present value with constant discount
rate of optimally forecasted future real dividends. This argument for the efficient
market hypothesis represents one of the most remarkable errors in the history of
economic thought».
Robert Shiller (1984, pp. 458-9)
«It may be difficult to beat the market (…) for two different reasons. The market could
be fully efficient, with prices reflecting all available information, or the market
could be nothing more than a rich man’s gambling casino, with prices randomly
affected by shifts in moods and expectations. In both cases, futures prices are
“unpredictable”».
Joseph Stiglitz (2009b, pp. 267)
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Em resumo:
- correcta afectação dos recursos na economia pressupõe que os preços
dos activos financeiros reflictam as características (risco, rendibilidade)
dos activos subjacentes.
Mestrado em Finanças Faculdade de Economia do Porto Júlio Lobão
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I) Para o investidor
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Argumento:
Preços de mercado servem para orientar o financiamento para as empresas
com projectos com melhores perspectivas de rendibilidade/risco
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Contra-argumentos:
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Argumento:
Mercados ineficientes afectam a confiança dos investidores reduzindo a sua
participação e a formação de capital
Contra-argumentos:
Argumento:
Preços nos mercados secundários podem influenciar preços nos mercados
primários porque se tratam de bens substitutos
Contra-argumento:
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Argumento:
Preços nos mercados secundários podem ajudar os investidores a escolher o
seu nível óptimo entre poupança e consumo porque preço indica o valor da
sua riqueza
Contra-argumentos:
a) investidor de curto prazo, que planeia liquidar as suas acções de imediato,
preocupa-se com o preço das acções e não com o seu valor
b) investidor de médio prazo preocupa-se com variações de preço no futuro
(volatilidade) e não tanto com a precisão dos preços de mercado
c) investidor de longo prazo preocupa-se com tantos factores de incerteza
(futuro da economia em geral e da empresa em particular) que a eficiência
pode não ser uma questão muito relevante
Argumento:
Preços indicam aos investidores qual a qualidade da gestão da empresa e
determinam quem detém a empresa (mercado do controlo)
Contra-argumentos:
a) preço parece ser indicador pouco fiável da qualidade da gestão porque
depende de muitos outros factores (gerais e específicos)
b) preço de mercado não determina o preço que o comprador da empresa tem
que oferecer aos accionistas
- prémios de compra de acções atingem, por vezes, valores de mais de
100%
- comprador tem que convencer mais accionistas para além do
investidor marginal
- preço da acção pode servir como referência do mínimo a oferecer
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Conclusões:
Para o investidor:
- eficiência de mercado é uma questão importante porque determina a sua
estratégia de investimento
Para a sociedade:
- importância da eficiência nos mercados secundários é questão ainda
sujeita a debate
- é mais importante a eficiência em dois mercados privados que estão
separados dos mercados secundários de acções:
a) mercado de emissão de acções (empresa / banco de investimento)
b) mercado de controlo empresarial (comprador / accionistas)
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Preços verdadeiros: B, D, E, H
Preços gerados aleatoriamente: A, C, F, G
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Momentum:
Jegadeesh e Titman (1993) organizam as acções da NYSE em decis com base
na rendibilidade observada nos seis meses anteriores para todos os
meses entre Janeiro de 1963 e Dezembro de 1989
- calculam a rendibilidade média para cada um dos decis nos seis
meses seguintes
- concluem que decil com “ganhadores” no passado apresenta uma
rendibilidade superior à do decil com “perdedores” no passado em
10% ao ano
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Fama (1991, pp. 1601): «Event studies are the cleanest evidence we have on
efficiency (…)».
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Frankfurter e McGoun (1993, pp. 121): «Much of the research using the method
is misleading, if not meaningless».
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O preço das acções reage mesmo quando não parece existir informação
relevante.
- no crash de 19/10/1987, o índice Dow Jones caiu 22,6% sem que parecesse
existir qualquer informação justificativa
- movimentos fortes das acções não parecem ser causados por
notícias (Shiller, 1981; Cutler et al., 1991)
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Fonte: www.seekingalpha.com
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B. Anomalias temporais
B1. Efeito Janeiro
B2. Efeito Setembro
B3. Efeito fim-de-semana
B4. Outros efeitos sazonais
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Num mercado eficiente, escolher as acções com base nas suas características
que não se relacionem com o risco não deverá fazer ter uma maior
rendibilidade.
- no quadro do CAPM, só um maior nível de risco sistemático deveria
permitir ao investidor obter rendibilidades superiores
CAPM (Treynor, 1961, 1962; Sharpe, 1964; Lintner, 1965; Mossin, 1966)
- pressupostos
- papel da diversificação
- parâmetro beta
- problemas
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2) o CAPM pode não ser o melhor modelo para estimar o risco das acções das
pequenas empresas porque o beta subestima o verdadeiro risco das
acções dessas empresas.
- um prémio elevado reflectiria apenas a incapacidade do beta para
captar o risco.
- risco acrescido das acções das pequenas empresas poderia advir de:
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Acções de valor (value stocks): empresas com negócios cíclicos tais como a
indústria automóvel, petróleo e utilities, com perspectivas reduzidas
de crescimento nos lucros e maior influência do ciclo económico.
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β é similar mas não igual ao beta convencional porque há agora mais dois
factores de risco
EPC é o excesso de rendibilidade das acções de empresas de pequena
capitalização (EPC) face às empresas de maior capitalização
RPV é o excesso de rendibilidade das acções com um baixo rácio preço/valor
contabilístico (RPV) face às empresas com um elevado preço/valor
contabilístico
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Siegel (2008) conclui que o rácio preço/valor contabilístico tem menor poder
explicativo das rendibilidades do que outras variáveis como o PER, o
dividend yield ou os cash flows gerados.
Os estudos indicam que é mais provável que as acções com um PER baixo
estejam subavaliadas pelo que proporcionam rendibilidades
supranormais (Nicholson, 1960; Basu, 1977; Campbell e Shiller, 2001)
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Esses bons resultados seriam obtidos mesmo tendo em conta o beta das
acções com maior um dividend yield.
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Por exemplo, Asness et al. (2009) mostram que o efeito de valor se relaciona
com o efeito de momentum em diversas classes de activos (acções e
índices de acções de diversos países, obrigações do tesouro, taxas de
câmbio e mercadorias).