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A garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes não pode ser dissociada
do contexto em que eles vivem. Isto fica muito claro em casos de violência
doméstica. Vários estudos apontam o impacto do testemunho de atos de violência
na vida das crianças e dos adolescente, por vezes até maior do que a vivência
direta da violência.
Não é por outra razão que a violência doméstica é considerada uma questão de
violação de direitos humanos. Por meio da Convenção Sobre a Eliminação de
Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher, ao considerarem a violência
doméstica a mais cabal expressão de discriminação e preconceito, vários Estados
acordaram em promover esforços para a mudança de padrões sociais e culturais
de conduta de homens e mulheres (art. 5º).
A violência doméstica afeta não apenas a dignidade das mulheres, mas todo o
bem-estar da família – especialmente dos filhos – e da própria sociedade.
Estamos falando, portanto, não apenas de direitos humanos de mulheres, mas
também de crianças e de adolescentes, cujo direito de não serem expostos a
qualquer forma de violência vem igualmente prevista na Convenção Internacional
dos Direitos da Criança. (art. 19).
É por essa razão que, ao considerar uma nova lei, como a Maria da Penha (lei
11.340, de 2006), que instaura um regime de prevenção e proteção de mulheres,
responsabilizando os agressores, devemos ter presente como os direitos das
crianças e dos adolescentes podem ser por ela igualmente garantidos. Estamos
falando, portanto, de situações em que crianças e adolescentes não são vítimas
diretas de violência, mas testemunham estes atos, padecendo de um sofrimento
de difícil mensuração.
Este fluxo pauta-se por alguns fatos, como a violência sofrida e as ações que
serão tomadas para a proteção da mulher e da criança/adolescente, assim como
para a responsabilização do agressor, evitando-se uma nova situação de
exposição ao risco e à violação do direito.