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RESUMO
ABSTRACT
The juridical regulation of the matter judged, which was produced with the
purpose of stabilizing the juridical relations, notwistanding the fact it has been enough
analyzed both by the doctrine and the Jurisprudence as well as it has been ranked to
the condition of fundamentally4 Constitutional warranty it still has one of its aspects a
little obscure. It refers to the interpretation of the Article 474 of the CPC, which is known
1
MOLINA, André Araújo. A Eficácia Preclusiva da Coisa Julgada. Revista O Trabalho, v. 148, 2009, p. 5050-
5060.
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Mestrando em Direito do Trabalho pela PUC-SP. Pós-graduado, em nível de especialização, em Direito do
Trabalho e Direito Processual Civil. Bacharel em Direito pela UFMT. Diretor e Professor da Escola Superior da
Magistratura Trabalhista da 23ª Região (ESMATRA XXIII). Juiz do Trabalho na 23ª Região. Associado ao Instituto
Brasileiro de Direito Constitucional (IBDC).
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“a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada” (artigo 5º, XXXVI, CF).
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The law will not spoil the acquired right, the perfectly juridical act plus the judged thing (Article 5, XXXVI, FC).
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as a precluding efficacy of the matter judged that still brings about misunderstanding
among the Law students.
It is in this view that we will develop study by showing the interpretation of the
process and, the right way of dealing with the Article 474 of the CPC.
1. INTRODUÇÃO
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concluindo com a proposição de uma terceira posição, intitulada de intermediária, mista
ou eclética.
2. CONCEITUAÇÃO
Art. 467. Denomina-se coisa julgada material a eficácia, que torna imutável e indiscutível a
sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário.
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Aplicabilidade das Normas Constitucionais, p. 22.
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Curso de Processo Civil: Processo de Conhecimento, p.484-485.
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Pode haver um certo de estabilidade de que as partes podem desfrutar, quando, num dado
processo, se tenham esgotado todos os recursos admissíveis, por meio dos quais se poderia
impugnar a sentença nele proferida, sem contudo evitarem-se impugnações e controvérsias
subseqüentes, quando postas como objeto de processos diferentes. A esta estabilidade
relativa, através da qual, uma vez proferida a sentença e exauridos os possíveis recursos
contra ela admissíveis, não mais se poderá modificá-la na mesma relação processual, dá-se
o nome de coisa julgada formal, por muitos definida como preclusão máxima, à medida em
que encerra o respectivo processo e as possibilidades que as partes teriam, a partir daí, de
reabri-lo para novas discussões, ou para os pedidos de modificação daquilo que fora
decidido.
Logo, não existe a coisa julgada material sozinha, pois ela sempre será
precedida da coisa julgada formal. Já a coisa julgada formal poderá aparecer em um
dado processo extinto sem resolução do mérito e após o transito em julgado sem que
apareçam os efeitos da coisa julgada material.
Por força de lei, a coisa julgada material tem força obrigatória, não só entre
as partes, como em relação a todos os juízes, que deverão respeitá-la.
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Instituições de Direito Processual Civil, p. 314-315.
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seria a utilidade social da jurisdição porque deixaria sempre o caminho aberto para o
reacender de conflitos.
Faz, todavia, coisa julgada a resolução de questão prejudicial, se a parte o requerer (arts. 5º
e 325), o juiz for competente em razão da matéria e constituir pressuposto necessário para o
julgamento da lide.
É muito comum alguns juízos, por descuido da melhor técnica, trazer para o
capítulo dispositivo de sua sentença o resultado das questões incidentes, podendo
gerar a falsa impressão de que a questão incidente, por integrar o dispositivo (parte
topográfica da decisão assim intitulada), passaria a ostentar os efeitos da coisa julgada.
Com efeito, tal confusão não ocorreria se todas as partes do processo estivessem
conscientes que dispositivo não é a parte formal da decisão intitulada como tal,
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De acordo com o novel inciso III do artigo 475-N do CPC.
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Artigos 461 e 461-A do CPC.
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geralmente ao final da peça processual, mas ele é a decisão proferida pelo juiz,
acolhendo ou rejeitando o pedido, pouco importando a parte geográfica da sentença
intitulada de fundamentação ou de dispositivo.
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Por todos: REsp 639.233/DF – 1ª Turma – Rel. Min. José Delgado – DJ 14.09.2006.
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As citadas Súmulas são reflexo do efeito translativo dos recursos que
devolve ao Tribunal ad quem a possibilidade, de ofício, de se reconhecer a ausência de
alguns dos pressupostos processuais ou condições da ação. No mesmo exemplo
acima, se o recurso se deu apenas em relação a B e o pedido A transitou em julgado,
mesmo que o Tribunal reconheça a ilegitimidade de parte, o capítulo que passou em
julgado não pode ser atingido pelos efeitos do acórdão.
Sob pena de ofensa à garantia constitucional da coisa julgada, não pode o tribunal eleitoral,
sob a invocação do chamado efeito translativo do recurso, no âmbito de cognição do que foi
interposto apenas pelo prefeito, cujo diploma foi cassado, por captação ilegal de sufrágio,
cassar de ofício o diploma do vice-prefeito absolvido por capítulo decisório da sentença que,
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não impugnado por ninguém, transitou em julgado.
Por exemplo, segundo o artigo 831 da CLT, o termo em que for lavrado a
conciliação, valerá como decisão irrecorrível, que só poderá ser atacado por ação
rescisória.
11
Idem, 8.
12
STF – AC 112, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ 04.02.2005.
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de periculosidade cessará com a eliminação do risco a sua saúde ou integridade física".
A lei processual do trabalho, nada diz expressamente quanto a este procedimento. O
CPC prevê a alteração dos efeitos das sentenças, mas não identifica o meio processual
adequado: "Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas, relativas á
mesma lide, salvo: 1- Se, tratando-se de relação jurídica continuativa, sobreveio
modificação no estado de fato ou de direito; caso em que poderá a parte pedir a revisão
do que foi estatuído na sentença." (artigo. 471).
Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação de alimentos, o juiz, quanto a esta parte,
poderá ordenar ao devedor constituição de capital, cuja renda assegure o pagamento do valor
mensal da pensão.
(...)
A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não beneficiando, nem
prejudicando terceiros. Nas causas relativas ao estado de pessoa, se houverem sido citados
no processo, em litisconsórcio necessário, todos os interessados, a sentença produz coisa
julgada em relação à terceiros.
Coisa diversa é quando uma relação jurídica for resolvida por uma primeira
ação e as mesmas partes discutem, em uma nova demanda judicial, outra questão
diversa, mas que tem àquela primeira como questão prejudicial, objeto da
fundamentação. Nesses casos, o juiz ao invés de extinguir o processo em razão da coisa
julgada, deve passar ao julgamento de mérito partindo do pressuposto que a questão
prejudicial é aquela já resolvida e que reflete seus efeitos para as partes.
Art. 474. Passada em julgado a sentença de mérito, reputar-se-ão deduzidas e repelidas todas
as alegações e defesas, que a parte poderia opor assim ao acolhimento como à rejeição do
pedido.
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primeiro julgamento? Responde-se negativamente com apoio em José Carlos Barbosa
Moreira13 que:
Sucede que admitir semelhante possibilidade seria pôr fim em xeque a estabilidade da
pretensão jurisdicional dispensada. Lucraria talvez, aqui e ali, a justiça, mas com pesado
detrimento para outro interesse fundamental a que deve servir o processo: a segurança. Afinal,
é sempre concebível que alguém se lembre, findo o processo, de agitar questão que nele não
se cogitara. A certeza jurídica ficaria a pender de tênue fio, até a consumação dos séculos, se,
apenas por essa razão se autorizasse a indefinida reiteração do pleito. Diante de dois males
pontenciais, os ordenamentos jurídicos têm de optar pelo menos grave. A alternativa é a
seguinte: ou se abre ensejo a repetição, desde que alegada questão nova, ou se estabelece
que, após a formação da coisa julgada, e enquanto esta subsistir, qualquer questão perde
relevância, torna-se inútil suscitá-la para tentar reverter o desfecho. Em outras palavras: ou se
nega ou se reconhece à res judicata eficácia preclusiva em relação às questões não
examinadas no processo.
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Quanto à causa de pedir, que é, segundo o nosso ordenamento (que adota a teoria da
substanciação), a soma dos fatos (remota) e fundamentos jurídicos do pedido (próxima),
merece ser feita a seguinte observação. Quando há uma pluralidade de fundamentos fático-
jurídicos constitutivos de diferentes causas de pedir para um mesmo pedido, ocorre o
chamado concurso de ações. Se o autor obtiver êxito ao invocar em uma ação um desses
fundamentos, forma-se a coisa julgada que impede o exercício de outra pretensão baseada
nos outros fundamentos (por exemplo, um pedido de indenização baseado em vários
fundamentos fáticos).
Para afastar de vez a dúvida é importante socorrer das lições de Liebman que
foi quem diretamente influenciou o legislador processual civil de 1973. Com efeito, na
vigência do CPC de 1939 haviam sérias dúvidas acerca dos limites objetivos da coisa
julgada: 1) se a fundamentação e as prejudiciais também eram alcançadas pela coisa
julgada e 2) se a coisa julgada alcançava apenas as questões trazidas e discutidas no
processo. Foi dele, inclusive, a idéia encampada na redação do artigo 474 do CPC atual,
sem correspondente no código anterior.
Cumpre notar que a freqüente afirmação, segundo a qual a coisa julgada se estende a todas
as questões debatidas e decididas na causa, é duplamente errada.
Em primeiro lugar porque não se estende apenas ao que foi discutido e julgado, mas até
mesmo ao que não foi objeto de debate entre os litigantes. Assim se uma questão podia ser
discutida num processo, mas de fato não o foi, não obstante isso a coisa julgada se estende
mesmo a ela, no sentido de que não poderá ser utilizada para se negar ou contestar o
resultado a que se chegou no processo. Por exemplo: se o réu, em defesa, poderia opor uma
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Na mesma linha de interpretação da professora paulista estão os afamados Egas Dirceu Moniz de Aragão, José
Manuel de Arruda Alvim Neto, Sérgio Gilberto Porto e José Carlos Barbosa Moreira. De outra banda, interpretando
o texto de lei de forma mais ampla e conforme a literalidade do preceito, posicionam-se os professores Ovídio
Araújo Baptista da Silva e Araken de Assis, conforme inventário das correntes feito na obra da citada professora
paulista. Idem, 12.
16
Questões prévias e limites objetivos da coisa julgada, p. 97.
17
Estudos sobre o Processo Civil Brasileiro, p. 161.
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série de argumentos, e não o fez, vindo a ser condenado, não mais poderá deles se valer para
contestar a coisa julgada, pois a tanto se opõe a finalidade prática desse instituto, que exige o
respeito à coisa julgada ainda quando importantes questões tenham sido discutidas por acaso
de modo incompleto. Nela estão compreendidas tanto as questões que foram discutidas, como
as que o poderiam ser.
12. CONCLUSÕES
Por fim, ainda na primeira parte propedêutica, tratou-se dos limites subjetivos
da coisa julgada, ou seja, quem são os pessoas alcançadas pela coisa julgada e seus
efeitos. Teve-se oportunidade de apontar que, regra geral, apenas as partes do
processo é que são alcançadas pelos efeitos da coisa julgada, ressalvadas as
exceções apontadas no corpo do trabalho, como, v. g., em ações coletivas.
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Acredita-se que com essa posição jurídica compatibilizaram-se os interesses
em conflito, dando equilíbrio ao artigo 474 do CPC e, principalmente, fixando um critério
técnico e objetivo para a interpretação dos dispositivos, sem os vacilos e casuísmos
que a doutrina e a jurisprudência vêem demonstrando.
13. BIBLIOGRAFIA
ARRUDA ALVIM, Thereza Celina Diniz de. Questões prévias e os limites objetivos da
coisa julgada. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1977.
DE PAULA, Alexandre. Código de Processo Civil Anotado. Volume 2. 3ª ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 1986.
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2007.
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Paulo: LTr, 2004.
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Bushatsky Editor, 1976.
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Atlas, 2005.
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Comentado e Legislação Extravagante. 9ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.
PORTO, Sérgio Gilberto. Coisa Julgada Civil. 3ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2006.
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SILVA, José Afonso da. Aplicabilidade das Normas Constitucionais. 6ª ed. São Paulo:
Malheiros, 2003.
SILVA, Ovídio Baptista da. Curso de Processo Civil: Processo de Conhecimento. Volume
1. 5ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.
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