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Canguilhem leitor de Darwin

Convém situar o tipo de leitura realizada por Georges Canguilhem acerca dos
conceitos de Charles Darwin, em sua teoria da evolução. Canguilhem é um filósofo que
desenvolve uma reflexão filosófica sobre as Ciências da vida segundo a perspectiva da
chamada Epistemologia francesa, da qual é um dos principais representantes. Assim, a
leitura desenvolvida por ele sobre os conceitos, a teoria e a metodologia científica de
Darwin, ocupara uma posição relevante em sua reflexão. O que pretendo explorar nesta
comunicação são as linhas gerais dessa leitura.

A Epistemologia consiste em uma investigação acerca dos “procedimentos de


produção do conhecimento científico; uma elucidação das operações da ciência; uma
avaliação da racionalidade científica – em suma, uma análise de cientificidade.”
(MACHADO, 2006, p. 15). Contudo, a Epistemologia de Canguilhem ultrapassa uma
mera análise da operacionalidade das ciências e de seus resultados. Existe algo de
específico nesse modo de investigação da cientificidade proposta por Canguilhem: ela é
uma história filosófica do conceito. Mas o que isso quer dizer?

A história das ciências pode, sem dúvida, distinguir e admitir vários


níveis de objetos no domínio teórico específico que ela constitui:
documentos a catalogar, instrumentos e técnicas a descrever, métodos
e questões a interpretar, conceitos a analisar e a criticar. Esta última
tarefa somente confere às precedentes a dignidade de história das
ciências. Ironizar sobre a importância conferida aos conceitos é mais
fácil que compreender por que sem eles não existe ciência.
(CANGUILHEM, 2012, p. 12).

Na descrição do domínio da História das Ciências percebe-se que ela engloba


numa reflexão todas as etapas do trabalho científico. No entanto, estas só terão sentido
científico devido ao conceito. É ele quem dota de cientificidade uma atividade que se
pretende científica. O privilégio, se assim podemos dizer, dado ao conceito, por
Canguilhem e sua história das ciências, se deve ao fato dele, o conceito, servir como
meio de expressão da racionalidade do discurso científico em sua historicidade.

Essa valorização do conceito resulta de uma mudança de perspectiva em


relação à ideia de história e de um fazer histórico tradicional sobre as ciências. De
acordo com Canguilhem (2012, p. 11) costumava-se fazer história das ciências com a
seguinte perspectiva: “frequentemente ela é feita como uma história natural porque
identifica a ciência com os cientistas, e os cientistas com sua biografia civil e
acadêmica, ou porque identifica a ciência com seus resultados e os resultados com seu
enunciado pedagógico atual.”. A epistemologia histórica não pode pretender esse tipo
de análise, pois esse tipo de história reforça uma concepção perigosa de que existe uma
verdade inscrita desde sempre no intelecto ou nas coisas. A ciência não reproduz uma
verdade, cada ciência produz a sua verdade. (MACHADO, 2006, p. 19).

Por isso, a Epistemologia histórica de Georges Canguilhem é uma reflexão


sobre as ciências, considerando-as em sua dimensão temporal. Mas, não uma história
que as coloca como meras descrições de resultados advindos de uma observação
empírica fissurada em identificação de fatos no senso comum, prolongando-o; ou como
decorrentes de uma descoberta realizada por um sujeito científico em seu laboratório. A
ciência é, sobretudo, uma construção de uma constelação conceitual, onde conceitos e
teorias são produzidos para tentar explicar e oferecer soluções a problemas advindos de
certa região de cientificidade.

A região que Canguilhem empreende suas investigações epistemológicas é a


das ciências da vida. Contudo, esta região não recebera a atenção devida dos filósofos.
Segundo Fichant (1974, p. 158), numa publicação de 1947 na Revista de Metafísica e
Moral, Canguilhem, por meio de um pequeno texto Nota Sobre a Situação da Filosofia
Biológica na França, observa o pequeno lugar conferido pela Epistemologia Francesa
aos problemas envolvendo a racionalidade originária dos discursos científicos
produzidos pela Biologia. Canguilhem estranha esse fato, pois é um campo permeado
por temas polêmicos e problemas a serem considerados pela filosofia. Assim,
percebendo as ricas possibilidades de reflexão presentes no campo das ciências da vida,
Canguilhem busca nelas os conceitos e as problemáticas mais relevantes, que a
possibilitaram enquanto ciência.

Depois dessa breve contextualização do projeto epistemológico de Canguilhem,


podemos passar ao objetivo dessa comunicação, que é a apresentação dos possíveis
resultados alcançados pela leitura de Canguilhem acerca dos conceitos fundamentais da
teoria da evolução darwiniana, nos textos: Os conceitos de “luta pela existência” e de
“seleção natural” em 1858: Charles Darwin e Alfred Russel Wallace e O homem e o
Animal do ponto de vista psicológico segundo Charles Darwin. Estes textos estão
presentes em sua obra, Estudos de História e de filosofia das ciências: concernentes aos
vivos e à vida.
Os conceitos de “luta pela existência” e de “seleção natural” em 1858: Charles
Darwin e Alfred Russel Wallace

O primeiro texto, oriundo de uma conferência realizada no Palais de la


Découverte, em 10 de janeiro de 1959, apresenta o corte, a ruptura, operada por
Darwin e, em certo sentido por Wallace, com uma tradição antiga relacionada ao
pensamento biológico sobre as espécies. De acordo com Canguilhem (2012) esta
perspectiva considerava as espécies numa perspectiva fixista. A ideia básica dessa visão
consiste em ignorar as variedades das espécies, ou seja, o aspecto quantitativo da
variabilidade das espécies a favor de uma crença a qual a espécie é universalmente e
necessariamente, uma unidade biológica real. De acordo com Abbagnano,
a doutrina tradicional da imutabilidade (ou fixidez) das espécies vivas
fora reflexo, no domínio biológico, da doutrina da substância, ou seja,
da necessidade da estrutura ontológica do mundo, que prevalecera
graças a Aristóteles na filosofia e na ciência antiga e medieval.
(ABBAGNANO, 2007, p. 393).

O filósofo por trás desta perspectiva é reconhecido: Aristóteles. Segundo a sua


metafísica, todas as formas substanciais são imutáveis, porque são necessárias; isso
significa que as espécies não podem ser criadas nem destruídas, porque possuem como
características as formas substanciais. Canguilhem, em um de seus textos magistrais, O
Novo conhecimento da vida – O conceito e a vida, comenta, parecendo defender o
estagirita de algumas compreensões equivocadas acerca de seu naturalismo. Aristóteles
buscou compreender a lógica dos viventes a partir deles mesmos, de suas relações com
seus semelhantes e díspares e também com seu ambiente. Parece haver movimento na
vida das espécies. Não é de Aristóteles a ideia de que o ser se manifesta de várias
maneiras? Assim, talvez o conhecimento naturalista de Aristóteles tenha sido
deformado por uma perspectiva de que tudo o que fora criado emana de um criador, no
caso Deus.
Contudo, alguns naturalistas do século XVIII começaram a questionar a rigidez
presente em uma taxonomia adepta da fixidez das espécies e começaram a considerar a
possibilidade real da transformação das espécies biológicas. (ABBAGNANO, 2007). O
primeiro a apresentar uma teoria com essa perspectiva foi Lamarck. Ele apresentou uma
teoria para responder a sua desconfiança de que as espécies realmente variavam. De
acordo com Lamarck ocorre uma variação na aparência do organismo devido a um
exercício de certo órgão, visando com isso à adaptação ao ambiente. Contudo, apesar de
inaugurar uma nova percepção acerca das espécies Lamarck ainda conservava a noção
de fixidez e substância do pensamento escolástico-cristão reduzindo a variação a uma
questão de acidentes.
Para Darwin a ideia por trás das variações das espécies era mais radical, que uma
mudança fenotípica. De acordo com Canguilhem (2012, p. 105) Darwin estava livre da
crença “na existência necessária e na estabilidade de uma ordem natural.”. A liberdade
dessa crença possibilitou Darwin um acesso direto ao material de sua observação. O
resultado disso, segundo Canguilhem (2012), foi o de possibilitar o desaparecimento da
representação científica do mundo animal e vegetal fixado em um sistema de relações
estanques entre os seres que o compõem.
Antes de Darwin todo o conhecimento das espécies era retirado de livros e da
autoridade de naturalistas consagrados. Darwin foi uma exceção, pois realizou uma
viagem no seu Beagle e rumou ao campo dos territórios naturais para observar as
espécies in loco e assim, submeter suas observações, à reflexões e análises
experimentais sobre a grande quantidade de material que conseguiu reunir. Darwin
rompeu com a atitude habitual dos naturalistas de seu tempo, que ficavam apenas nos
laboratórios. Desse modo, a revolução biológica rompeu com um pensamento
cristalizado acerca das espécies. A observação direta e a metodologia empregada por
Darwin possibilitaram essa transformação.
Essa nova atitude científica de Darwin desmontou a concepção até então vigente
promovendo a sua mudança, de uma teoria fixista (Antiga, escolástica e cristã) e
“transformista” (Lamarck) para uma verdadeira teoria da evolução. “Darwin, distingue
os que formaram ou aceitaram antes dele a ideia de mutabilidade das espécies e aqueles
para quem, a rigor, se poderia encontrar uma antecipação dos mecanismos da evolução
por ele propostos.”. (CANGUILHEM, 2012, p. 106). Apesar de se orgulhar de suas
descobertas, Darwin sentia que ainda não poderia lançar ao mundo seus achados, pois
não se dispunha de meios para responder a todas as objeções, que provavelmente iriam
surgir devido à sua impostura diante da tradição naturalista de seu tempo.
Contudo, outro naturalista, Alfred Russel Wallace parece ter chegado às mesmas
conclusões que Darwin, acerca da teoria da evolução e isso fez com que repensasse sua
decisão em apresentar seus resultados. Darwin se sentiu ao mesmo tempo orgulhoso e
receoso, pois sua demora em publicar seus achados, o colocou diante de um oponente à
altura: “nunca vi coincidência mais surpreendente; se Wallace tinha lido o manuscrito
de meu esquema de 1842, ele não poderia ter feito melhor resumo... Seus próprios
termos são os títulos dos meus capítulos.” (DARWIN, apud, CANGUILHEM, 2012, p.
107.).
Mas, ao examinar os escritos de Wallace e reconhecer várias semelhanças,
Darwin percebeu, além das diferenças metodológicas, que o termo seleção natural, o
conceito fundamental de sua teoria, não se encontrava presente em Wallace. Além dele,
o sentido dado a outro termo luta pela existência não era o mesmo se considerado os
seus efeitos. Wallace parece seguir uma perspectiva lamarckista, pois ele, de acordo
com Canguilhem (2012, p. 110) “não se interessa pelos progressos de organização senão
na medida em que as variações favorecem a adaptação.”. Outro termo de Darwin não
identificado na obra de Wallace diz respeito à questão da seleção sexual, à qual este
último ficará cada vez mais hostil.
O conceito chave de Darwin, seleção natural, é retificado, destituído de
significações personalistas, pois este,
não é uma força que se acrescenta à luta pela existência, ela não é uma
causa suplementar, ela é um conceito recapitulativo que retém sem o
realizar, com maior razão sem o personificar, o sentido de um
procedimento humano utilizado, como mecanismo analógico, na
explicação do fenômeno natural. A teoria de Darwin encerra, no
conceito de seleção natural, a referência a um de seus modelos de
explicação. (CANGUILHEM, 2012, p. 111).

A seleção natural é, portanto, um efeito necessário, considerando a


variabilidade, da concorrência vital. Assim, ela não se caracteriza como um poder de
escolha, tampouco resgata uma concepção antropomórfica ou divinizada. Ela tão
somente designa uma lei que exprime os efeitos de composição da variação acidental,
da hereditariedade e da concorrência vital. (CANGUILHEM, 2012, p. 111).

O homem e o Animal do ponto de vista psicológico segundo Charles Darwin

O Antropomorfismo Darwiniano

É bastante conhecida a afirmação de Freud (1916-1917) sobre as feridas


narcísicas sofridas pela humanidade. Opto aqui por me ater apenas à segunda ferida,
pois está diretamente ligada aos interesses dessa comunicação:
no decorrer dos tempos, a humanidade teve de tolerar dois grandes
insultos a seu ingênuo amor-próprio, por parte da ciência [...] O
segundo, quando a pesquisa biológica aniquilou a suposta prerrogativa
humana na criação, remetendo a descendência dos homens ao reino
animal e apontando o caráter indelével de sua natureza animalesca.
Essa reavaliação ocorreu em nossos dias sob a influência de Darwin,
Wallace e de seus predecessores, não sem enfrentar a mais veemente
oposição dos contemporâneos. (FREUD, 2014, p. 380-381).

A pesquisa biológica referida por Freud, que trata de uma descendência e uma
continuidade entre os animais e o homem, pode ser encontrada em duas obras de
Darwin: Descendência e Expressão das emoções no homem e nos animais. Nestas,
podem ser conhecidas as explicações de Darwin sobre a continuidade existente entre
homens e animais. Em a Descendência do homem, Canguilhem extrai uma ideia
fundamental da perspectiva darwiniana acerca dessa continuidade:
O homem é o ser mais recente, cujo devenir gerador deixou na
estrutura terminal as referências de um caminho. O homem é para ele
mesmo seus arquivos orgânicos. Ao olhar-se somente, ele pode
reconstituir uma boa parte do caminho de volta para as suas origens.
Ele é uma repetição, isto é uma recapitulação de sua linhagem animal.
(CANGUILHEM, 2012, p. 119).

Darwin, então, acreditava na descendência animal do homem. Contudo, o que


se observa é que Darwin, apesar de apostar nessa ideia, não conseguiu afastar de si o
fantasma do antropomorfismo, para explicar satisfatoriamente as relações de
continuidade ou descontinuidade entre homem e animal:
O homem e os animais possuem os mesmos órgãos sensoriais, tem as
mesmas intuições fundamentais, experimentam as mesmas sensações.
Em consequência, Darwin empresta ao animal: atenção, raciocínio e
razão, sentido moral e sentido religioso. Ele lhe empresta até a
capacidade de tornar-se louco. (CANGUILHEM, 2012, p. 122).

Os animais são abarrotados por características humanas, talvez para confirmar


a ideia da continuidade. Percebendo essa antropomorfização do animal, Canguilhem
(2012) levanta uma questão epistemológica: não é por se valer de conceitos da
psicologia inglesa de seu tempo que Darwin consegue não só descrever um psiquismo
animal, mas também reconstituir a filogênese psicológica do homem? Dessa maneira,
embora tenha acreditado ter se livrado de um modelo humano a priori ao considerar as
suas observações sobre a continuidade entre os animais e os homens, o que Darwin fez
foi antropomorfizar os primeiros.

O homem é um animal como todos os outros, revela Darwin em sua leitura


natural da condição humana. De acordo com Canguilhem (2012, p. 120) a “animalidade
é a lembrança do estado pré-específico da humanidade, é a sua pré-história orgânica, e
não sua antinatureza metafísica.”. Considerando a semelhança filogenética e
ontogenética as semelhanças são bem pertinentes, pois Darwin ainda considera que “não
há diferença fundamental entre o homem e os mamíferos mais elevados”. Essa
continuidade na ordem filogenética considerando as faculdades mentais possibilita o
surgimento de um estudo do psiquismo animal. (CANGUILHEM, 2012).
Mas, nos estudos de Darwin, tanto em Descendência quanto nas Expressões,
não consegue ainda sair de uma prerrogativa humana ao analisar os animais. Ele se vale
de conceitos da psicologia inglesa, para “reconstituir tão facilmente a filogênese
intelectual do homem”. Isso faz parecer que o estudo esteja fadado a mais uma das
repetições de explicações antropomórficas acerca da vida animal e não a obtenção de
um estudo independente. Continua-se, portanto, a “emprestar à inteligência animal os
poderes de uma inteligência humana”. Assim, ao dotar os animais de conceitos de uma
psicologia para elaborar as suas observações sobre a continuidade entre o homem e o
animal, Darwin não rompe com as explicações antropocêntricas.

Etologia e psicologia comparada

Apesar do antropomorfismo darwiniano, Darwin oferece algumas contribuições


interessantes à Etologia e a psicologia comparada. A primeira é o estudo científico do
comportamento social e individual dos animais em seu ambiente natural. Já a psicologia
comparada é um campo da Psicologia que busca compreender as diferenças
comportamentais de diferentes tipos de seres vivos, envolvendo as semelhanças e
diferenças entre as espécies, em suas relações com o meio ambiente.
Os conceitos de seleção natural, luta pela existência e seleção sexual forneceu a
essas duas áreas importantes concepções para a observação dos comportamentos dos
animais e assim contemplarem seus objetivos: compreender a vida animal e responder
de forma fidedigna a questão da continuidade ou descontinuidade entre animais e o ser
humano.
A etologia e a psicologia comparada buscam enxergar o animal sem recorrer a
conceitos oriundos de outras perspectivas, como a antropológica, por exemplo. Estas
duas disciplinas prezam por uma interpretação própria da vida animal tentando afastar
as analogias. Segundo Canguilhem (2012), a ordem da vida deve ser retirada dos
próprios viventes. Assim, por exemplo, se um etólogo deseja observar um grupo de
macacos a fim de conhecer seus comportamentos, deverá observá-los em seu habitat
natural. Todas as suas observações deverão colher informações do que ocorre ali na
vivência concreta dos macacos com os outros membros de seu grupo em suas relações
com o meio, considerando a seleção natural, a luta pela existência e a seleção sexual.
Por que se deve abrir mão, ao máximo possível, das analogias? De acordo com
Canguilhem (2012) somente assim para se chegar a um conhecimento mais aproximado
do fenômeno originário. A etologia e a psicologia comparada buscam compreender o
animal em relação ao homem e ao meio de acordo com dois princípios propostos por
Morgan e J. Von Uexküll: 1) para interpretar um comportamento animal, é preciso
evitar supor mais – isto é, poderes psíquicos mais “elevados”, se basta menos; 2) no
ambiente (Umwelt), o que o observador humano percebe é somente com um meio
específico de estimulação e de influências (Merkwelt) em que o animal se encontra em
relações com seu gênero de vida.
Assim, ao buscar compreender o animal em meio específico de vida, tem-se o
desenvolvimento de uma psicologia animal sem referência a uma psicologia humana e
também se compreende as relações meramente funcionais entre os organismos animais
e os diversos tipos de estímulos presentes no ambiente. Com esses dois princípios, “a
psicologia animal pôde, então, renunciar às rubricas abstratas que a psicologia humana
[...] impunha ainda na Descendência do homem, à comparação entre homens e
animais.” (CANGUILHEM, 2012, p. 129).
Darwin teve o mérito de ter substituído a ideia de que o animal é uma
aproximação ou um “defeito” do homem, pela ideia segundo a qual o homem é um
animal evoluído, isto é, aperfeiçoado. Contudo, o estudo do animal não necessariamente
está implicado com o futuro da humanidade, como faz crer sua teoria da evolução. O
estudo do animal enquanto positividade, fato objetivo, possibilita o desenvolvimento de
um saber independente de um modelo antropocêntrico a priori. Assim, é possível
concluir que o estudo psicológico foi favorecido por alguns conceitos de Darwin, sem,
entretanto, dizer que ele inaugurou essa nova perspectiva de conhecer a animalidade em
si mesma.

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