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NOVO SUMÁRIO
DIREITO CONSTITUCIONAL.....................................................................................................................3
LEITURA DE VÉSPERA – LEGISLAÇÃO.................................................................................................................................... 3
LEITURA DE VÉSPERA – JURISPRUDÊNCIA/INFORMATIVO.......................................................................................... 18
LEITURA DE VÉSPERA – SÚMULAS ........................................................................................................................................ 44
DIREITO ADMINISTRATIVO.....................................................................................................................46
LEITURA DE VÉSPERA – LEGISLAÇÃO .................................................................................................................................. 46
LEITURA DE VÉSPERA – JURISPRUDÊNCIA/INFORMATIVO ......................................................................................... 49
LEITURA DE VÉSPERA – SÚMULAS ........................................................................................................................................ 50
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ESTUDO DIRIGIDO DELTA 2020 – VOLUME 01
DIREITO CONSTITUCIONAL
PROFESSOR RESPONSÁVEL: FREDERICO PEREIRA MARTINS
01
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liber-
dade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
(...)
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercí-
cio dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias;
(...)
VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
(...)
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consenti-
mento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,
durante o dia, por determinação judicial;
XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados
e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na
forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
(...)
XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente con-
vocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
(...)
XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de pro-
priedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
(...)
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XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da socie-
dade e do Estado;
(...)
XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática
da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo
evitá-los, se omitirem;
XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar
o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucesso-
res e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos.
XLVII – não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis.
XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza
do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
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L – às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus
filhos durante o período de amamentação;
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,
praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entor-
pecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;
LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas
hipóteses previstas em lei;
LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no
prazo legal;
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da inti-
midade ou o interesse social o exigirem;
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propria-
mente militar, definidos em lei;
LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imedia-
tamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu inter-
rogatório policial;
LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;
LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribui-
ções do Poder Público;
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Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem,
observados os princípios desta Constituição.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta
Constituição.
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais
de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regula-
mentação.
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas,
aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítro-
fes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de inte-
resse comum.
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
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INTERVENÇÃO
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I – manter a integridade nacional;
II – repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III – pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV – garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V – reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo
motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro
dos prazos estabelecidos em lei;
VI – prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII – assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta;
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida
a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e
serviços públicos de saúde.
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localiza-
dos em Território Federal, exceto quando:
I – deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida
fundada;
II – não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desen-
volvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;
IV – o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância
de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem
ou de decisão judicial.
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
I – no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto
ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra
o Poder Judiciário;
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Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impes-
soalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(...)
V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de dire-
ção, chefia e assessoramento;
VI – é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;
VII – o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;
VIII – a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portado-
ras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
(...)
XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas;
(...)
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SEGURANÇA PÚBLICA
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
09
SÚMULA VINCULANTE
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante
decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitu-
cional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vincu-
lante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e
indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou can-
celamento, na forma estabelecida em lei.
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas deter-
minadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e
a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de
processos sobre questão idêntica.
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§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cance-
lamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de
inconstitucionalidade.
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que
indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a
procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determi-
nará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.
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MINISTÉRIO PÚBLICO
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Nesse contexto, a Corte ponderou que, sendo a finalidade da imunidade formal proteger
o livre exercício do mandato parlamentar contra interferências externas, a “ratio” da norma
constitucional não pode ser contornada pela via das medidas cautelares diversas da prisão.
Assim, ato emanado do Poder Judiciário que houver aplicado medida cautelar que
impossibilite direta ou indiretamente o exercício regular do mandato legislativo, deve
ser submetido ao controle político da Casa Legislativa respectiva, nos termos do art. 53,
§ 2º, da CF.
Vencidos os ministros Edson Fachin, Roberto Barroso, Luiz Fux, Rosa Weber e Celso de
Mello, que julgaram improcedente o pedido. Entenderam que os poderes conferidos ao Con-
gresso para sustar processos penais em curso são estritos, circunscritos às hipóteses especi-
ficamente limitadas na CF, pois as medidas cautelares penais não são instrumentais apenas
ao processo penal, mas também meios de tutela da fase pré-processual investigativa e da
ordem pública.
Nesse sentido, a outorga constitucional de poder para sustar um processo penal não com-
preende a concessão de poderes para impedir a adoção de providências cautelares neces-
sárias à tutela da ordem pública (visando a impedir reiteração delitiva), bem como, à tutela da
investigação e completa elucidação dos fatos.
(1) CPP: “Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: I – comparecimento perió-
dico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades;
II – proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para
evitar o risco de novas infrações; III – proibição de manter contato com pessoa determinada
quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permane-
cer distante; IV – proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conve-
niente ou necessária para a investigação ou instrução; V – recolhimento domiciliar no período
noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho
fixos; VI – suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica
ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais;
VII – internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou
grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do
Código Penal) e houver risco de reiteração; VIII – fiança, nas infrações que a admitem, para
assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em
caso de resistência injustificada à ordem judicial; IX – monitoração eletrônica”.
(2) CF: ”Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quais-
quer de suas opiniões, palavras e votos. (...) § 2º Desde a expedição do diploma, os membros
do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável.
Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para
que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão”.
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ADI 5526/DF, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julga-
mento em 11.10.2017. (ADI-5526)
EMENTA DO JULGADO
CONSTITUCIONAL E PROCESSO PENAL. INAPLICABILIDADE DE PRISÃO PREVEN-
TIVA PREVISTA NO ARTIGO 312 DO CPP AOS PARLAMENTARES FEDERAIS QUE, DESDE
A EXPEDIÇÃO DO DIPLOMA, SOMENTE PODERÃO SER PRESOS EM FLAGRANTE DELITO
POR CRIME INAFIANÇAVEL. COMPETÊNCIA PLENA DO PODER JUDICIÁRIO PARA IMPO-
SIÇÃO DAS MEDIDAS CAUTELARES PREVISTAS NO ARTIGO 319 DO CPP AOS PARLA-
MENTARES, TANTO EM SUBSTITUIÇÃO A PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO POR CRIME
INAFIANÇÁVEL, QUANTO EM GRAVES E EXCEPCIONAIS CIRCUNSTANCIAS. INCIDÊN-
CIA DO §2º, DO ARTIGO 53 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL SEMPRE QUE AS MEDIDAS
APLICADAS IMPOSSIBILITEM, DIRETA OU INDIRETAMENTE, O PLENO E REGULAR
EXERCÍCIO DO MANDATO PARLAMENTAR. AÇÃO PARCIALMENTE PROCEDENTE.
1. Na independência harmoniosa que rege o princípio da Separação de Poderes, as imuni-
dades do Legislativo, assim como as garantias do Executivo, Judiciário e do Ministério Público,
são previsões protetivas dos Poderes e Instituições de Estado contra influências, pressões,
coações e ingerências internas e externas e devem ser asseguradas para o equilíbrio de um
Governo Republicano e Democrático.
2. Desde a Constituição do Império até a presente Constituição de 5 de outubro de 1988, as
imunidades não dizem respeito à figura do parlamentar, mas às funções por ele exercidas, no
intuito de preservar o Poder Legislativo de eventuais excessos ou abusos por parte do Executivo
ou Judiciário, consagrando-se como garantia de sua independência perante os outros poderes
constitucionais e mantendo sua representação popular. Em matéria de garantias e imunidades,
necessidade de interpretação separando o CONTINENTE (“Poderes de Estado”) e o CONTE-
ÚDO (“eventuais membros que pratiquem ilícitos”), para fortalecimento das Instituições.
3. A imunidade formal prevista constitucionalmente somente permite a prisão de parlamen-
tares em flagrante delito por crime inafiançável, sendo, portanto, incabível aos congressistas,
desde a expedição do diploma, a aplicação de qualquer outra espécie de prisão cautelar,
inclusive de prisão preventiva prevista no artigo 312 do Código de Processo Penal.
4. O Poder Judiciário dispõe de competência para impor aos parlamentares, por autori-
dade própria, as medidas cautelares a que se refere o art. 319 do Código de Processo Penal,
seja em substituição de prisão em flagrante delito por crime inafiançável, por constituírem
medidas individuais e específicas menos gravosas; seja autonomamente, em circunstancias
de excepcional gravidade.
5. Os autos da prisão em flagrante delito por crime inafiançável ou a decisão judicial de
imposição de medidas cautelares que impossibilitem, direta ou indiretamente, o pleno e regu-
lar exercício do mandato parlamentar e de suas funções legislativas, serão remetidos dentro
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de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-sê-lhes as regras desta Cons-
tituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato,
licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.”
(3) CF/1988: “Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com
o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Munici-
pal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constitui-
ção do respectivo Estado e os seguintes preceitos: (...) VIII – inviolabilidade dos Vereadores
por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município;”
ADI 5823 MC/RN, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 8.5.2019. (ADI-5823)
ADI 5824 MC/RJ, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgamento
em 8.5.2019. (ADI-5824)
ADI 5825 MC/MT, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgamento
em 8.5.2019. (ADI-5825)
03
Afastamento de Deputado Federal do cargo por decisão judicial (Informativo 824 do STF)
ATENÇÃO
O entendimento abaixo foi emanado no ano de 2016, por unanimidade, mas foi alterado em
2018, conforme se pode perceber da leitura do item “01” acima, de modo que o entendimento
atual do STF, por maioria, é no sentido de que qualquer medida cautelar que implique o
afastamento do mandato requer deliberação da respectiva casa do Congresso Nacional
no prazo de 24 horas (ADI 5526), conforme o art. 53, § 2º, da CF/1988. De todo modo,
recomenda-se a leitura do julgado para o conhecimento amplo do tema e percepção da
evolução jurisprudencial a respeito.
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ESTUDO DIRIGIDO DELTA 2020 – VOLUME 01
inserida no rol das competências originárias do relator das ações penais (Lei 8.038/1990, art.
2º, “caput” e parágrafo único), a decisão fora levada a referendo do Plenário pela relevância
institucional de suas consequências. O Colegiado reputou que de forma minuciosa o Minis-
tério Público Federal descrevera diversos fatos supostamente criminosos e praticados com
desvio de finalidade, sob a atuação direta do referido parlamentar que estaria a utilizar o cargo
de deputado federal e a função de Presidente da Câmara dos Deputados para fins ilícitos e,
em especial, para obtenção de vantagens indevidas. Apontou que a reforma positivada pela
Lei 12.403/2011 no CPP trouxe alterações quanto à decretação de medidas de cautela, entre
as quais o estabelecimento da preferencialidade do uso de meios alternativos à prisão pre-
ventiva. É o que dispõe o art. 282, § 6º da referida norma [“Art. 282. As medidas cautelares
previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a: ... § 6º. A prisão preventiva será
determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar (art. 319)]”.
Entretanto, o cabimento da medida suspensiva reclama inevitável leitura a respeito da existên-
cia de riscos que possam transcender a própria instância processual penal, sobretudo quando
se tratar do exercício de funções públicas relevantes. Nestes casos, a decretação da medida
servirá a dois interesses públicos indivisíveis: a) a preservação da utilidade do processo (pela
neutralização de uma posição de poder que possa tornar o trabalho de persecução mais aci-
dentado); e b) a preservação da finalidade pública do cargo (pela eliminação da possibilidade
de captura de suas competências em favor de conveniências particulares sob suspeita).
AC 4070/DF, rel. Min. Teori Zavascki, 5.5.2016. (AC-4070)
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O preceito trabalha com uma lógica de harmonia entre Poderes, que não interdita o
funcionamento de qualquer um deles. Pelo contrário, permite que cada um funcione dentro
de suas respectivas competências. O Poder Judiciário se pronuncia quanto à formação
da culpa, enquanto o Poder Legislativo se manifesta sobre a cessação do mandato,
cabendo a esta última instância justificar o seu entendimento sobre a subsistência de vínculo
de representatividade já debilitado no seu substrato de legitimidade diante dos apelos da
opinião pública. Segundo o Plenário, a ascensão política do investigado à posição de Presi-
dente da Câmara, além de não imunizá-lo de eventuais medidas penais de caráter cautelar,
concorre para que o escrutínio a respeito do cabimento dessas medidas seja ainda mais apro-
fundado. Afinal, de acordo com o art. 282, II, do CPP, o exame deve considerar as condições
pessoais do agente, o que remete, quando a medida postulada for aquela do art. 319, VI, do
mesmo Código, a investigação sobre a realidade de Poder em que ele está inserido (“Art. 282.
As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a: ... II –
adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do
indiciado ou acusado”). Por óbvio, quando se trata de responsabilidades da liderança de uma
das duas Casas Legislativas mais importantes da Nação, que exige escrúpulos compatíveis
com a sua altíssima honorabilidade, mais intensa deve ser a crítica judiciária a respeito da
presença de riscos para o bom desenvolvimento da jurisdição penal. Depoimentos de teste-
munhas, documentos e mensagens em telefones celulares demonstraram a atuação do parla-
mentar que, de forma reiterada, agiria com aparente desvio de finalidade e para o alcance de
fins ilícitos, entre eles o recebimento ilícito de valores expressivos. Ainda, teria o parlamentar
colocado seus aliados em cargos chaves de importante CPI para fins de constranger colabo-
radores, bem como para evitar que ele próprio fosse investigado, além de desqualificar pes-
soas, empresas e políticos que se disponibilizaram a colaborar com a elucidação dos crimes.
AC 4070/DF, rel. Min. Teori Zavascki, 5.5.2016. (AC-4070)
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compromete a harmonia entre os Poderes da República. Ainda que não seja o momento de
se formular juízo definitivo acerca dos fatos narrados, há indícios de que o requerido, na con-
dição de parlamentar e, mais ainda, na de Presidente da Câmara dos Deputados, tem meios
e é capaz de efetivamente obstruir a investigação e a colheita de provas, intimidar testemu-
nhas e impedir, ainda que, indiretamente, o regular trâmite da ação penal em curso no STF,
assim como das diversas investigações existentes nos inquéritos regularmente instaurados.
Frisou haver fato superveniente ao pedido ora analisado consistente no fato de o Conselho
de Ética daquela Casa Legislativa haver admitido a representação formulada em desfavor do
requerido. Além disso, o estado de suspeição que paira sobre a figura do atual ocupante da
presidência da Casa Legislativa — formalmente acusado por infrações penais e disciplinares
— contracena negativamente com todas suas responsabilidades, principalmente quando há
ponderáveis elementos indiciários a indicar que ele articulou uma rede de obstrução contra as
instâncias de apuração dos pretensos desvios de conduta que lhe são imputados.
AC 4070/DF, rel. Min. Teori Zavascki, 5.5.2016. (AC-4070)
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No mérito, prevaleceu o voto do ministro Edson Fachin (relator), reajustado nesta sessão
com os acréscimos do voto do ministro Roberto Barroso no sentido do afastamento do cargo
não se dar de forma automática.
O relator afirmou a necessidade de superar os precedentes da Corte na dimensão de uma
redenção republicana e cumprir a promessa do art. 1º, “caput”, da Constituição Federal (CF),
diante dos reiterados e vergonhosos casos de negligência deliberada pelas assembleias legis-
lativas estaduais, que têm sistematicamente se negado a deferir o processamento de gover-
nadores. Asseverou ser refutável a referida autorização prévia em razão de: a) ausência de
previsão expressa e inexistência de simetria; b) ofensa ao princípio republicano (CF, art. 1º,
“caput”); c) ofensa à separação de poderes (CF, art. 2º, “caput”) e à competência privativa da
União (CF, art. 22, I); e d) ofensa à igualdade (CF, art. 5º, “caput”).
Esclareceu não haver na CF previsão expressa da exigência de autorização prévia de
assembleia legislativa para o processamento e julgamento de governador por crimes
comuns perante o STJ. Dessa forma, inexiste fundamento normativo-constitucional expresso
que faculte aos Estados-membros fazerem essa exigência em suas Constituições estaduais.
Não há, também, simetria a ser observada pelos Estados-membros. No ponto, o relator
considerou que, se o princípio democrático que constitui nossa República (CF, art. 1º, “caput”)
se fundamenta e se concretiza no respeito ao voto popular e à eleição direta dos represen-
tantes do povo, qualquer previsão de afastamento do presidente da República é medida
excepcional e, como tal, é sempre prevista de forma expressa e taxativa, sem exceções.
O afastamento do presidente da República é medida excepcional, e, no caso de crime
comum, seu processamento e julgamento devem ser precedidos de autorização da Câmara
dos Deputados (CF, arts. 51, I; e 86, “caput” e § 1º, I). Essa exigência foi expressamente
prevista apenas para presidente da República, vice-presidente e ministros de Estado.
Essa é uma decorrência das características e competências que moldam e constituem o cargo
de presidente da República, mas que não se observam no cargo de governador.
Diante disso, verifica-se a extensão indevida de uma previsão excepcional válida para
o presidente da República, porém inexistente e inaplicável a governador. Sendo a exceção
prevista de forma expressa, não pode ser transladada como se fosse regra ou como se esti-
vesse cumprindo a suposta exigência de simetria para governador. As eventuais previsões em
Constituições estaduais representam, a despeito de se fundamentarem em suposto respeito à
Constituição Federal, ofensa e usurpação das regras constitucionais.
Segundo o relator, afastado o argumento de suposta obediência à simetria, a consequên-
cia da exigência de autorização prévia de assembleia legislativa para processamento e julga-
mento de governador por crime comum perante o STJ é o congelamento de qualquer tentativa
de apuração judicial das eventuais responsabilizações dos governadores por cometimento de
crime comum. Essa previsão afronta a responsividade exigida dos gestores públicos, o
que viola o princípio republicano do Estado.
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ESTUDO DIRIGIDO DELTA 2020 – VOLUME 01
A exigência viola, ainda, a separação de poderes, pois estabelece condição não prevista
pela CF para o exercício da jurisdição pelo Poder Judiciário. Assim, o STJ fica impedido de
exercer suas competências e funções até a autorização prévia do Poder Legislativo estadual.
Esse tipo de restrição é sempre excepcional e deve estar expresso na CF. Além disso, a pre-
visão do estabelecimento de condição de procedibilidade para o exercício da jurisdição penal
pelo STJ consiste em norma processual, matéria de competência privativa da União (CF, art.
22, I), portanto impossível de ser prevista pelas Constituições estaduais.
O relator afirmou que estabelecer essa condição de procedibilidade equivale a alçar um
sujeito à condição de desigual, supostamente superior por ocupar relevante cargo de repre-
sentação. No entanto, tal posição deveria ser, antes de tudo, a de servidor público. A autori-
zação prévia de assembleias estaduais para o processamento e julgamento de governador
por crime comum perante o STJ é, portanto, afronta cristalina à cláusula geral de igualdade
estabelecida na CF.
Destacou que a Emenda Constitucional (EC) 35/2001 alterou a redação do art. 53, § 1º, da
CF e aboliu a exigência de autorização prévia das casas legislativas para o processamento e
julgamento de deputados federais e estaduais. O mesmo entendimento de valorização da igual-
dade e “accountability” dos representantes do povo deve ser aplicado aos governadores, sem
as exigências prévias que consubstanciam privilégios e restrições não autorizados pela CF.
Por fim, sustentou inexistir inconstitucionalidade na expressão “ou queixa”, por considerá-la
coerente com o disposto no art. 105, I, “a”, da CF. Explicou que a CF não fez nenhuma distin-
ção ao se referir a “crimes comuns”, ou seja, não fez diferenciação entre crimes de ação penal
pública ou crimes de ação penal privada. Da mesma forma, a Constituição do Estado de Minas
Gerais previu o afastamento do governador no caso de recebimento de denúncia ou queixa.
Nesta assentada, o ministro Roberto Barroso esclareceu acompanhar o relator, e o minis-
tro Marco Aurélio esclareceu, ultrapassada a preliminar de admissibilidade da ação, também
acompanhar o relator.
Vencidos os ministros Dias Toffoli e Celso de Mello, que julgaram improcedente a ação,
na linha da jurisprudência até então prevalecente na Corte no sentido de considerar legítimas
as normas de Constituições estaduais que subordinam a deflagração formal de um processo
acusatório contra o governador a um juízo político da assembleia legislativa local.
ADI 5540/MG, rel. Min. Edson Fachin, julgamento em 3.5.2017. (ADI-5540)
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ESTUDO DIRIGIDO DELTA 2020 – VOLUME 01
Com base nesse entendimento, o Plenário, em conclusão e por maioria, julgou procedente
pedido formulado em ações diretas para declarar a inconstitucionalidade de dispositivos das
Constituições dos Estados do Acre, de Mato Grosso e do Piauí. Os preceitos tratam da com-
petência privativa da assembleia legislativa local para processar e julgar o governador nos
crimes de responsabilidade e cuidam do processo e julgamento de chefe do Executivo esta-
dual em crimes comuns, mediante admissão da acusação pelo voto de 2/3 da representação
popular local — ver Informativo 793.
O Supremo Tribunal Federal (STF) alterou o entendimento a respeito da necessidade de
autorização prévia das assembleias legislativas para instauração de ação penal. Afirmou que
a orientação anterior, que privilegiava a autonomia dos Estados-membros e o princípio fede-
rativo, entrou em linha de tensão com o princípio republicano, que prevê a responsabilização
política dos governantes. Verificou que, ao longo do tempo, as assembleias legislativas blo-
quearam a possiblidade de instauração de processos contra governadores.
Há três situações que legitimam a mutação constitucional e a superação de jurispru-
dência consolidada:
a) mudança na percepção do direito;
b) modificações na realidade fática; e
c) consequência prática negativa de determinada linha de entendimento.
Para o Colegiado, as três hipóteses estão presentes no caso concreto.
Fora as situações expressamente previstas na Constituição Federal (CF), o poder consti-
tuinte estadual não pode alterar a competência e o desempenho das funções materialmente
típicas do Poder Judiciário e do Ministério Público.
A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas
de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União. Isso consta da
Súmula Vinculante 46.
Por fim, o afastamento do governador não é automático no caso de abertura de ação
penal. O simples recebimento de uma denúncia, ato de baixa densidade decisória, não pode
importar em afastamento automático do governador. Esse afastamento somente pode ocorrer
se o STJ entender que há elementos a justificá-lo. O governador pode ser afastado, mas não
como decorrência automática do recebimento da denúncia.
Vencido em parte o ministro Celso de Mello (relator), que julgou parcialmente procedentes
os pedidos nos três casos. Pontuou que o crime de responsabilidade, por sua natureza jurí-
dica político-constitucional, tem caráter extrapenal, razão pela qual o Estado-membro pode
legislar a respeito.
ADI 4764/AC, rel. Min. Celso de Mello, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgamento em
4.5.2017. (ADI-4764)
ADI 4797/MT, rel. Min. Celso de Mello, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgamento em
4.5.2017. (ADI-4797)
ADI 4798/PI, rel. Min. Celso de Mello, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgamento em
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ESTUDO DIRIGIDO DELTA 2020 – VOLUME 01
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A Primeira Turma, por maioria, julgou procedente pedido formulado em extradição ajui-
zada pelo Governo dos Estados Unidos da América para assentar a possibilidade de entrega
da extraditanda, brasileira nata naturalizada americana, acusada da suposta prática de homi-
cídio doloso contra seu marido naquele país.
Inicialmente, a Turma relembrou que a perda da nacionalidade brasileira da extradi-
tanda, decretada pelo Ministério da Justiça, teria sido validada no julgamento do Mandado de
Segurança 33864/DF (DJE de 9.12.2016).
Asseverou que, na ocasião, a Turma, por maioria, firmou entendimento no sentido de que
a Constituição Federal (CF), ao tratar da perda da nacionalidade brasileira, estabeleceu duas
hipóteses:
a) o cancelamento judicial da naturalização, em virtude da prática de ato nocivo ao inte-
resse nacional, o que somente alcança brasileiros naturalizados (art. 12, § 4º, I); e
b) a aquisição voluntária de outra nacionalidade secundária, o que alcança, indistinta-
mente, brasileiros natos e naturalizados.
Nesta última hipótese — a de aquisição de outra nacionalidade —, não se perde a nacio-
nalidade brasileira em duas situações que constituem exceção à regra:
a) tratar-se não de aquisição de outra nacionalidade, mas do mero reconhecimento
de outra nacionalidade originária, considerada a natureza declaratória deste reconheci-
mento (art. 12, § 4º, II, “a”); e
b) ter sido a outra nacionalidade imposta pelo Estado estrangeiro como condição de
permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis (art. 12, § 4º, II, “b”).
Entretanto, a situação da então impetrante não se enquadra em nenhuma dessas exce-
ções, porque ela já detinha, desde muito antes de 1999, quando requereu a naturalização, o
denominado “green card”, cuja natureza jurídica é a de visto de permanência e que confere,
nos Estados Unidos da América, os direitos que alega ter pretendido adquirir com a naturali-
zação: a permanência em solo norte-americano e a possibilidade de trabalhar naquele país.
Em razão disso, desnecessária a obtenção da nacionalidade norte-americana para os
fins que constitucionalmente revelam exceção à regra da perda da nacionalidade brasileira
(CF, art. 12, II, § 4º, “a” e “b”).
Ao contrário, a extraditanda pretendeu integrar-se àquela comunidade nacional, o que jus-
tamente constitui a razão central do critério adotado pelo constituinte originário para a perda da
nacionalidade brasileira, critério este não excepcionado pela Emenda Constitucional 3/1994,
que introduziu as exceções previstas nas alíneas “a” e “b” do § 4º do inciso II do art. 12 da CF.
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Prevaleceu o voto do ministro Alexandre de Moraes, redator para o acórdão. Para ele, ao
dispor sobre os órgãos do Poder Judiciário, o art. 92 da Constituição Federal (CF) (1) previu
como regra que a primeira e a segunda instâncias constituem juízo natural com cognição plena
para a questão criminal. Apenas excepcionalmente a CF conferiu prerrogativas de foro
para as autoridades federais, estaduais e municipais. No ponto, citou, como exemplo, a
competência do Supremo Tribunal Federal (STF) para processar e julgar o presidente da Repú-
blica, o vice-presidente, membros do Congresso Nacional, seus próprios ministros e o procu-
rador-geral da República; a competência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para processar
e julgar os desembargadores; e a competência dos tribunais de justiça para processar e julgar
os membros do ministério público estadual, os próprios magistrados e os prefeitos municipais.
Sublinhou a inviabilidade de se aplicar, nesse caso, o princípio da simetria, uma vez
que a CF já estabelece prerrogativa de foro nos três níveis: federal, estadual e municipal.
Ressaltou que interpretação que conferisse às constituições estaduais a possibilidade de
definir foro, considerando o princípio federativo e com esteio no art. 125, § 1º, da CF (2), per-
mitiria aos Estados dispor, livremente, sobre essas prerrogativas, o que seria equivalente a
assinar um cheque em branco.
Por fim, esclareceu que o vice-governador, os secretários de Estado e o comandante dos
militares estaduais, por determinação expressa do art. 28 da CF (3), também possuem prerro-
gativa de foro, independentemente de a constituição estadual fixá-la ou não.
Vencidos, em parte, os ministros Gilmar Mendes e Celso de Mello, que julgaram o pleito
procedente apenas para declarar a inconstitucionalidade da expressão “delegados de polícia”,
incluída no art. 81, IV, da Constituição estadual.
Consideraram que a competência dos tribunais de justiça é estabelecida pela constituição
estadual (CF, art. 125, § 1º). Portanto, eventualmente, a competência originária do tribunal de
justiça pode ser estendida mesmo para autoridades para as quais a Constituição Federal não
resguarda paralelo. Ademais, reputaram não violado o art. 22, I, da CF (4), visto que a ques-
tão relativa à prerrogativa possui mais natureza constitucional e política do que processual.
Quantos aos delegados de polícia, a despeito da relevância de suas atribuições, a juris-
prudência do STF impede que seja conferida essa prerrogativa.
(1) CF/1988: “Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: I – o Supremo Tribunal Federal; I-A
– o Conselho Nacional de Justiça II – o Superior Tribunal de Justiça; II-A – o Tribunal Supe-
rior do Trabalho; III – os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; IV – os Tribunais e
Juízes do Trabalho; V – os Tribunais e Juízes Eleitorais; VI – os Tribunais e Juízes Militares;
VII – os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.”
(2) CF/1988: “Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios
estabelecidos nesta Constituição. § 1º A competência dos tribunais será definida na Constitui-
ção do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.”
(3) CF/1988: “Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para
mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e
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A suspensão de direitos políticos prevista no art. 15, III, da CF, aplica-se tanto para con-
denados a penas privativas de liberdade como também a penas restritivas de direitos
(Informativo 939 do STF)
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são do exercício de direitos políticos. Até porque, na inelegibilidade, os efeitos nada mais
são do que uma parcial suspensão da capacidade eleitoral passiva, ou seja, de poder ser
votado. E, para isso, não se exige, no campo civil, sequer o trânsito em julgado.
Entretanto, nos casos mais graves, em que se aplica o Direito Penal, a CF determina que,
enquanto durar o cumprimento da pena aplicada, ficam suspensos os direitos políticos.
Vencidos os ministros Marco Aurélio e Rosa Weber, que negaram provimento ao recurso extra-
ordinário. Assentaram que, vindo a pena inicial a ser convertida em restritiva de direitos, tem-se
quadro decisório que não atrai a suspensão dos direitos políticos prevista no art. 15, III, da CF.
(1) CF/1988: “Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão
só se dará nos casos de: (...) III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto dura-
rem seus efeitos;”
(2) Constituição de 1824: “Art. 8. Suspende-se o exercício dos Direitos Políticos (...) Por
Sentença condenatória a prisão, ou degredo, enquanto durarem os seus efeitos.”
(3) CF/1988: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legali-
dade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) § 4º
Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda
da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gra-
dação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.”
(4) CF/1988: “Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto
direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: (...) § 9º Lei com-
plementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim
de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada
vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência
do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração
direta ou indireta.”
RE 601182/MG, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julga-
mento em 8.5.2019. (RE-601182)
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negou provimento a recurso extraordinário em que se discutia, à luz do art. 5º, XI, LV e LVI, da
Constituição, a legalidade das provas obtidas mediante invasão de domicílio por autoridades
policiais sem o devido mandado de busca e apreensão. O acórdão impugnado assentara o
caráter permanente do delito de tráfico de drogas e mantivera condenação criminal fun-
dada em busca domiciliar sem a apresentação de mandado de busca e apreensão. A Corte
asseverou que o texto constitucional trata da inviolabilidade domiciliar e de suas exceções no
art. 5º, XI (“a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consen-
timento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro,
ou, durante o dia, por determinação judicial”). Seriam estabelecidas, portanto, quatro exce-
ções à inviolabilidade:
a) flagrante delito;
b) desastre;
c) prestação de socorro; e
d) determinação judicial.
A interpretação adotada pelo STF seria no sentido de que, se dentro da casa estivesse
ocorrendo um crime permanente, seria viável o ingresso forçado pelas forças policiais, inde-
pendentemente de determinação judicial. Isso se daria porque, por definição, nos crimes per-
manentes, haveria um interregno entre a consumação e o exaurimento. Nesse interregno, o
crime estaria em curso. Assim, se dentro do local protegido o crime permanente estivesse
ocorrendo, o perpetrador estaria cometendo o delito. Caracterizada a situação de flagrante,
seria viável o ingresso forçado no domicílio. Desse modo, por exemplo, no crime de tráfico
de drogas (Lei 11.343/2006, art. 33), estando a droga depositada em uma determinada casa,
o morador estaria em situação de flagrante delito, sendo passível de prisão em flagrante.
Um policial, em razão disso, poderia ingressar na residência, sem autorização judicial, e rea-
lizar a prisão. Entretanto, seria necessário estabelecer uma interpretação que afirmasse a
garantia da inviolabilidade da casa e, por outro lado, protegesse os agentes da segurança
pública, oferecendo orientação mais segura sobre suas formas de atuação. Nessa medida,
a entrada forçada em domicílio, sem uma justificativa conforme o direito, seria arbitrária. Por
outro lado, não seria a constatação de situação de flagrância, posterior ao ingresso, que jus-
tificaria a medida. Ante o que consignado, seria necessário fortalecer o controle “a posteriori”,
exigindo dos policiais a demonstração de que a medida fora adotada mediante justa causa,
ou seja, que haveria elementos para caracterizar a suspeita de que uma situação a autorizar
o ingresso forçado em domicílio estaria presente. O modelo probatório, portanto, deveria
ser o mesmo da busca e apreensão domiciliar — apresentação de “fundadas razões”,
na forma do art. 240, §1º, do CPP —, tratando-se de exigência modesta, compatível com
a fase de obtenção de provas. Vencido o Ministro Marco Aurélio, que provia o recurso por
entender que não estaria configurado, na espécie, o crime permanente. RE 603616/RO, rel.
Min. Gilmar Mendes, 4 e 5.11.2015. (RE-603616)
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lizatório nacional” (art. 215, § 1º (5), da CF). Nessa perspectiva, o modo de ser e viver das
comunidades, bem como a experiência da liberdade religiosa são vivenciadas com base em
práticas não institucionais.
Ademais, entendeu não ter havido violação aos princípios da laicidade e da igual-
dade. A proteção legal às religiões de matriz africana não representa um privilégio, mas sim
um mecanismo de assegurar a liberdade religiosa, mantida a laicidade do Estado. De fato,
o Estado não pode estar associado a nenhuma religião, nem sob a forma de proteção nem
de perseguição, numa separação formal entre Igreja e Estado. A laicidade do Estado veda o
menosprezo ou a supressão de rituais, principalmente no tocante a religiões minoritárias ou
revestidas de profundo sentido histórico e social.
A CF promete uma sociedade livre de preconceitos, entre os quais o religioso. A cultura
afro-brasileira merece maior atenção do Estado, por conta de sua estigmatização, fruto
de preconceito estrutural. A proibição do sacrifício negaria a própria essência da pluralidade
cultural, com a consequente imposição de determinada visão de mundo. Essa designação de
especial proteção aos cultos de culturas historicamente estigmatizadas não ofende o princípio
da igualdade, sendo válida a permissão do sacrifício de animais a determinado segmento
religioso, como previsto na norma questionada.
Por fim, a Corte entendeu que admitir a prática de imolação não significa afastar o amparo
aos animais estampado no art. 225, § 1º, VII (6), da CF. Deve-se evitar que a tutela de um
valor constitucional relevante aniquile o exercício de um direito fundamental, revelando-se
desproporcional impedir todo e qualquer sacrifício religioso quando diariamente a população
consome carnes de várias espécies.
Vencidos, em parte, os ministros Marco Aurélio (relator), Alexandre de Moraes e Gilmar
Mendes, que admitiram a constitucionalidade da lei, porém para dar interpretação conforme à
Constituição no sentido de ser estendida a excludente de responsabilidade a cultos de quais-
quer religiões que realizem a sacralização com abates de animais, afastando maus-tratos e
tortura. O relator ainda condicionou o abate ao consumo da carne.
(1) Lei 11.915/2003 do estado do Rio Grande do Sul: “Art. 2º É vedado: I – ofender ou agredir
fisicamente os animais, sujeitando-os a qualquer tipo de experiência capaz de causar sofrimento
ou dano, bem como as que criem condições inaceitáveis de existência; II – manter animais em
local completamente desprovido de asseio ou que lhes impeçam a movimentação, o descanso
ou os privem de ar e luminosidade; III – obrigar animais a trabalhos exorbitantes ou que ultrapas-
sem sua força; IV – não dar morte rápida e indolor a todo animal cujo extermínio seja necessário
para consumo; V – exercer a venda ambulante de animais para menores desacompanhados por
responsável legal; VI – enclausurar animais com outros que os molestem ou aterrorizem; VII –
sacrificar animais com venenos ou outros métodos não preconizados pela Organização Mundial
da Saúde – OMS –, nos programas de profilaxia da raiva. Parágrafo único. Não se enquadra
nessa vedação o livre exercício dos cultos e liturgias das religiões de matriz africana.”
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(2) Lei 9.605/1988: “Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna
silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da
autoridade competente, ou em desacordo com a obtida: (...) Art. 37. Não é crime o abate de
animal, quando realizado: I – em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de
sua família; II – para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destrui-
dora de animais, desde que legal e expressamente autorizado pela autoridade competente;
(...) IV – por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente.”
(3) CF/1988: “Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concor-
rentemente sobre: (...) § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão
a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.”
(4) CF/1988: “Art. 5º (...) VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos
locais de culto e a suas liturgias.”
(5) CF/1988: “Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais
e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das
manifestações culturais. § 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares,
indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório
nacional. ”
(6) CF/1988: “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gera-
ções. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: (...) VII –
proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua
função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.”
RE 494601/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgamento
em 28.3.2019. (RE-494601)
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ESTUDO DIRIGIDO DELTA 2020 – VOLUME 01
(1) Lei 9.503/1997 – Código de Trânsito Brasileiro: “Art. 124. Para a expedição do novo
Certificado de Registro de Veículo serão exigidos os seguintes documentos: VIII – compro-
vante de quitação de débitos relativos a tributos, encargos e multas de trânsito vinculados ao
veículo, independentemente da responsabilidade pelas infrações cometidas;”
(2) Lei 9.503/1997 – Código de Trânsito Brasileiro: “Art. 128. Não será expedido novo Certi-
ficado de Registro de Veículo enquanto houver débitos fiscais e de multas de trânsito e ambien-
tais, vinculadas ao veículo, independentemente da responsabilidade pelas infrações cometidas.”
(3) Lei 9.503/1997 – Código de Trânsito Brasileiro: “Art. 131. O Certificado de Licenciamento
Anual será expedido ao veículo licenciado, vinculado ao Certificado de Registro, no modelo e
especificações estabelecidos pelo CONTRAN. § 2º O veículo somente será considerado licen-
ciado estando quitados os débitos relativos a tributos, encargos e multas de trânsito e ambien-
tais, vinculados ao veículo, independentemente da responsabilidade pelas infrações cometidas.”
(4) Lei 9.503/1997 – Código de Trânsito Brasileiro: “Art. 161. Constitui infração de trân-
sito a inobservância de qualquer preceito deste Código, da legislação complementar ou das
resoluções do CONTRAN, sendo o infrator sujeito às penalidades e medidas administrativas
indicadas em cada artigo, além das punições previstas no Capítulo XIX. Parágrafo único. As
infrações cometidas em relação às resoluções do CONTRAN terão suas penalidades e medi-
das administrativas definidas nas próprias resoluções.”
(5) Lei 9.503/1997 – Código de Trânsito Brasileiro: “Art. 288. Das decisões da JARI cabe
recurso a ser interposto, na forma do artigo seguinte, no prazo de trinta dias contado da publi-
cação ou da notificação da decisão. § 2º (Revogado pela Lei n. 12.249, de 2010)”
(6) CF/1988: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: II – nin-
guém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;”
ADI 2998/DF, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento
em 10.04.2019. (ADI-2998)
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Súmula Vinculante n. 5/STF: A falta de defesa técnica por advogado no processo admi-
nistrativo disciplinar não ofende a Constituição.
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Súmula Vinculante n. 10/STF: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a deci-
são de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucio-
nalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta a sua incidência no todo ou em parte.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR RESPONSÁVEL: GUSTAVO SCATOLINO
01
Lei n. 9.784/1999
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Lei n. 9.784/1999
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas,
salvo disposição legal diversa.
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Lei n. 8.429/1992
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não,
contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimô-
nio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade
praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo,
fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário
haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita
anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a con-
tribuição dos cofres públicos.
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Lei n. 8.429/1992
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades mencionadas no artigo anterior.
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Lei n. 8.429/1992
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não
sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se
beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
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Lei n. 8.429/1992
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou
pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar.
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CF
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ESTUDO DIRIGIDO DELTA 2020 – VOLUME 01
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CF
Art. 37, XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando
houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de 2001)
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Lei n. 8.666/1993
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CF
Art. 37, XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a ins-
tituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
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ESTUDO DIRIGIDO DELTA 2020 – VOLUME 01
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CTB pode exigir a quitação do pagamento dos tributos, encargos e multas como
condição para que o veículo possa circular. O CTB prevê que só poderá ser expedido novo
certificado de registro de veículo e novo certificado de licenciamento anual se ficar compro-
vado o pagamento dos débitos relativos a tributos, encargos e multas vinculadas ao veículo,
independentemente da responsabilidade pelas infrações cometidas (arts. 124, VIII, 128, e
131, § 2º). Tais dispositivos são constitucionais e não limitam o direito de propriedade. Além
disso, não se constituem em sanções políticas. STF. Plenário. ADI 2998/DF, rel. Min. Marco
Aurélio, red. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 10/04/2019 (Info 937)
É constitucional a remarcação de curso de formação para o cargo de agente peni-
tenciário feminino de candidata que esteja lactante à época de sua realização, indepen-
dentemente da previsão expressa em edital do concurso público. STJ. 1ª Turma. RMS
52.622-MG, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 26/03/2019 (Info 645)
Não ocorre a prescrição do fundo de direito no pedido de concessão de pensão por
morte, estando prescritas apenas as prestações vencidas no quinquênio que precedeu
à propositura da ação. STJ. 1ª Seção. EREsp 1.269.726-MG, Rel. Min. Napoleão Nunes
Maia Filho, julgado em 13/03/2019 (Info 644).
É inconstitucional lei que preveja a possibilidade de o indivíduo aprovado no concurso
público ingressar imediatamente no último padrão da classe mais elevada da carreira.
Essa disposição afronta os princípios da igualdade e da impessoalidade, os quais regem o con-
curso público. Por essa razão, o STF declarou a inconstitucionalidade do § 1º do art. 18 da Lei nº
8.691/93. STF. Plenário. ADI 1240/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 28/2/2019 (Info 932).
O STF entendeu que o teto remuneratório de Procuradores Municipais é o subsídio
de Desembargador de TJ. Isso porque, a expressão "Procuradores", contida na parte final do
inciso XI do art. 37 da Constituição da República, compreende os procuradores municipais, uma
vez que estes se inserem nas funções essenciais à Justiça, estando, portanto, submetidos ao
teto de 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) do subsídio mensal, em
espécie, dos ministros do STF. Logo, não estariam submetidos aos limites impostos aos demais
servidores do Poder Executivo, não sendo o teto para os Procuradores Municipais o subsídio
do Prefeito. STF. Plenário. RE 663696/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 28/2/2019 (Info 932)
O Estado responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais
que, no exercício de suas funções, causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso
contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administra-
tiva. O Estado possui responsabilidade civil direta, primária e objetiva pelos danos que notários
e oficiais de registro, no exercício de serviço público por delegação, causem a terceiros. STF.
Plenário. RE 842846/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 27/2/2019 (repercussão geral) (Info 932)
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Art. 72. No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente.
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Art. 22. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.
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Art. 33. A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de
detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado.
§ 4º O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de
regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à
devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais.
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Art. 111. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr:
V – nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos
neste Código ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito)
anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal.
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em sentido concreto. Essa é justamente a situação dos autos, de furto de um galo, quatro gali-
nhas caipiras, uma galinha garnizé e três quilos de feijão, bens avaliados em pouco mais de
cem reais. O valor dos bens é inexpressivo e não houve emprego de violência. Enfim, é caso
de mínima ofensividade, ausência de periculosidade social, reduzido grau de reprovabilidade
e inexpressividade da lesão jurídica. Mesmo que conste em desfavor do paciente outra ação
penal instaurada por igual conduta, ainda em trâmite, a hipótese é de típico crime famélico. A
excepcionalidade também se justifica por se tratar de hipossuficiente. Não é razoável que o
Direito Penal e todo o aparelho do Estado-polícia e do Estado-juiz movimente-se no sentido de
atribuir relevância a estas situações. (1) CP: “Art. 155 – Subtrair, para si ou para outrem, coisa
alheia móvel: § 4º – A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
IV – mediante concurso de duas ou mais pessoas.” HC 141440 AgR/MG, rel. Min. Dias Toffoli,
julgamento em 14.8.2018. (Informativo 911, Segunda Turma)
Roubo e extorsão e a continuidade delitiva. Por não constituírem delitos da mesma espécie,
não é possível reconhecer a continuidade delitiva na prática dos crimes de roubo e extorsão.
Com base nesse entendimento, a Primeira Turma, por maioria, denegou a ordem de “habeas
corpus”. A defesa alegou ser cabível a continuidade delitiva, pois o roubo e a extorsão teriam
sido praticados contra a mesma pessoa, no mesmo lugar e em contexto semelhante. Sustentou,
ainda, que os crimes são da mesma espécie, pois tangenciam o mesmo bem jurídico e revelam
elementos e sanções similares. O Colegiado considerou evidente a divisão de desígnios das
condutas, uma vez que o paciente já havia consumado o roubo quando passou a exigir algo que
apenas a vítima podia fornecer, de modo a caracterizar a consumação do crime de extorsão.
Vencido o ministro Marco Aurélio (relator), que deferiu a ordem. Entendeu que estava carac-
terizada a continuidade delitiva. HC 114667/SP, rel. org. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min.
Roberto Barroso, julgamento em 24.4.2018. (HC – 114667) (Informativo 899, Primeira Turma)
Cumprimento da Pena Fixação de regime menos gravoso: princípio da insignificância e
reincidência – A Primeira Turma, por maioria, concedeu ordem de “habeas corpus” para fixar o
regime de cumprimento de pena semiaberto a condenado reincidente por crime de furto sim-
ples [CP, art. 155, caput (1)]. O paciente foi condenado por furto simples a um ano e quatro
meses de reclusão, em regime inicial fechado. A defesa postulou a aplicação do regime aberto
com base no princípio da insignificância, considerado o objeto furtado ter sido apenas uma
garrafa de licor. Para o colegiado, o regime semiaberto é o mais plausível para o paciente. De
um lado, o regime fechado deve ser afastado. Por outro, o aberto não beneficia condenado
reincidente, uma vez que esse regime pode se tornar um incentivo à criminalidade, mais ainda
em cidades menores, onde o furto é, via de regra, perpetrado no mesmo estabelecimento. A
reincidência delitiva do paciente, que praticou o quinto furto em pequeno município, eleva a
gravidade subjetiva de sua conduta. (Informativo 910, Primeira Turma)
Prescrição Recurso exclusivo da defesa: “reformatio in pejus” e prescrição – A Segunda
Turma concedeu, de ofício, “habeas corpus” impetrado em favor de pronunciado pela prática
do crime de homicídio, para reconhecer a extinção da punibilidade e determinar o trancamento
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da ação penal. Em 19.10.2000, o paciente foi denunciado pela prática do crime de homicídio
qualificado e de quatro tentativas de homicídio, com base nos arts. 121, § 2º, I e III, e 121, §
2º, I e III, c/c o art. 14, II, do Código Penal (CP). A denúncia foi recebida em 31.10.2000, mas o
juízo de origem desclassificou a acusação para homicídio culposo e lesões corporais. Contra
essa decisão o Ministério Público interpôs recurso em sentido estrito, que foi provido. Em
2007, o tribunal do júri condenou o paciente, pela prática do crime de homicídio duplamente
qualificado, à pena de doze anos de reclusão, acrescida de 1/6 em razão do concurso formal.
O conselho de sentença afastou as quatro tentativas de homicídio e reconheceu a existência
de quatro crimes de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor. Posteriormente à
condenação, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em 2009, reconheceu, em habeas corpus,
a nulidade do acórdão do tribunal de justiça que provera o mencionado recurso em sen-
tido estrito. Naquela ocasião, o STJ desconstituiu a pronúncia e impôs novo julgamento por
câmara constituída de acordo com o disposto na Constituição Federal e na Lei Complemen-
tar estadual 646/1990. Em 21.7.2009, o tribunal de justiça estadual, em apelação interposta
exclusivamente pela defesa, reexaminou o recurso em sentido estrito interposto pelo Ministé-
rio Público e pronunciou novamente o paciente, dessa vez pela infração do art. 121, caput, do
CP. Em outubro de 2018, o juízo de origem afastou o pedido de reconhecimento de prescrição
apresentado pelo paciente e designou sessão plenária do júri para dezembro. A defesa impe-
trou habeas corpus no tribunal de justiça, o qual foi indeferido liminarmente, e, na sequência,
um outro no STJ, também indeferido liminarmente. A Turma entendeu ter ocorrido a prescrição
da pretensão punitiva do Estado. Esclareceu que o paciente foi condenado a quatorze anos
de reclusão, mas, nos termos do art. 119 do CP (1), a pena inicialmente fixada para o crime de
homicídio duplamente qualificado foi de doze anos. Dessa forma, a prescrição da pretensão
punitiva passou a se regular com base nesse lapso temporal, notadamente porque a capitu-
lação imposta na nova pronúncia é menos grave do que aquela que subsidiou a condenação
inicial pelo tribunal do júri. Observou, também, incidir o art. 115 do CP (2), já que o paciente
tinha dezoito anos de idade na época do crime. Fixada a pena de doze anos pelo juízo de
origem na primeira condenação, seria inviável, haja vista o recurso exclusivo da defesa, a
exasperação desse montante no segundo julgamento, marcado para dezembro de 2018. Por
isso, o prazo prescricional a ser observado, na espécie, é de oito anos, de acordo com o dis-
posto no art. 109, II, do CP (3). O colegiado registrou ainda que, entre a data do recebimento
da denúncia, 31.10.2000, e a da pronúncia, 21.7.2009, e entre esta data e a atual, já teriam
transcorrido dois prazos superiores a oito anos. Ressaltou que a soberania relativa do vere-
dito do conselho de sentença não enseja o agravamento da pena com base em novo julga-
mento pelo tribunal do júri em consequência de recurso exclusivo da defesa. Asseverou que o
Supremo Tribunal Federal tem admitido o reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva
derivada de contagem de prazo adstrito à pena fixada em condenação posteriormente anu-
lada quando questionada exclusivamente por recurso da defesa. Acrescentou que, na decisão
do tribunal de justiça, não há fundamento concreto para o indeferimento da medida liminar lá
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Súmula n. 715/STF: A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumpri-
mento, determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de
outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais favorável de execução.
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