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CONTO DE NATAL

Charles Dickens

CLÁSSICO

Para mim, além da tradição que ele representa, o Natal é uma festa de perdão e de gratidão.
É a única época do ano em que toda gente abre um pouco o coração e trata o próximo como se
fosse seu irmão, seu companheiro de viagem nesta árdua jornada para o túmulo.
Só por isso eu já gostaria dele, mesmo que não ganhasse um só presente ou uma moeda a mais.
Adoro o Natal e fico feliz quando chega o seu dia que traz um pouco de alegria e beleza a esta terra
triste.
Deus abençoe o Natal!

O empregado, no seu canto escuro, aplaudia intimamente as palavras do rapaz.


Chegou a proferir as primeiras palavras de uma frase de solidariedade.
Mas caiu em si a tempo e, com medo do patrão, tratou logo de disfarçar, atiçando a chama do
lampião.

Scrooge, porém, que o ouvira, tratou logo de repreendê-lo.

— Se disser uma palavra a favor do Natal, está despedido!


E, em tom ainda mais áspero, acrescentou para o sobrinho:
— Você está desperdiçando sua eloquência aqui. Devia estar se candidatando a uma cadeira de
deputado!
— Não se zangue, tio! Eu vim aqui para convidá-lo para jantar comigo amanhã.
— Eu ir à sua casa? Nunca!
— Mas, por quê? Quer me explicar a razão?
— Quer me dizer por que se casou?
— Porque gostei de minha mulher, ora essa!
— Bela resposta! Pois fique sabendo que é um motivo ainda mais ridículo do que suas razões para
festejar o Natal. Boa noite, rapaz!
— Ora, deixe de desculpas, meu tio. O senhor também, nunca me visitou quando eu era solteiro.
— Boa noite, rapaz! — repetiu Scrooge.
— Tio! Eu não preciso de nada, nem vim aqui para lhe pedir favores. Por que não havemos de ser
bons amigos?
— Boa noite!
— Desejo-lhe um feliz Ano Novo!
— Boa noite — repetiu mais uma vez Scrooge.

Apesar da desagradável recepção, o sobrinho deixou o escritório sem uma palavra de protesto.
Ao abrir a porta da rua, parou um instante para desejar boas-festas ao empregado que, apesar de
tremer de frio, ainda teve energia suficiente para as receber e retribuir de coração.
— Mais um idealista! — repreendeu Scrooge, que o ouvira.
— Com um magro ordenado, que mal dá para sustentar a família, ainda se dá ao luxo de ficar
falando em "boas-festas" e "feliz Natal"!

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