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Língua Portuguesa – Professor Michel Marques

(michelmarques@id.uff.br)

Aula Remate – Questões UNICAMP

1) UNICAMP 2019

Alguns pesquisadores falam sobre a necessidade de


um “letramento racial”, para “reeducar o indivíduo
em uma perspectiva antirracista”, baseado em
fundamentos como o reconhecimento de
privilégios, do racismo como um problema social
atual, não apenas legado histórico, e a capacidade
de interpretar as práticas racializadas. Ouvir é
sempre a primeira orientação dada por qualquer
especialista ou ativista: uma escuta atenta, sincera
e empática. Luciana Alves, educadora da Unifesp,
afirma que "Uma das principais coisas é atenção à
linguagem. A gente tem uma linguagem sexista,
racista, homofóbica, que passa pelas piadas e pelo
uso de termos que a gente já naturalizou. ‘A coisa O efeito de humor aqui se deve ao fato de que a
tá preta’, ‘denegrir’, ‘serviço de preto’... Só o fato montagem
de você prestar atenção na linguagem já anuncia
uma postura de reconstrução. Se o outro diz que a) refuta as razões para a desobediência civil com
tem uma carga negativa e ofensiva, acredite”. base na desculpa apresentada pela criança.
(Adaptado de Gente branca: o que os brancos de um país
racista podem fazer pela igualdade além de não serem racistas. b) antecipa uma possível avaliação negativa da
UOL, 21/05/2018) desobediência sustentada pelo livro.
Segundo Luciana Alves, para combater o racismo e c) equipara as razões da desobediência civil à
mudar de postura em relação a ele, é fundamental justificativa apresentada pela criança.
a) ouvir com atenção os discursos e orientações de d) contesta a legitimidade da desobediência civil
especialistas e ativistas. defendida por Thoreau.
b) reconhecer expressões racistas existentes em
práticas naturalizadas. 3) UNICAMP 2018
c) passar por um “letramento racial” que dispense
o legado histórico. Numa entrevista ao jornal El País em 26 de agosto
d) prestar atenção às práticas históricas e às de 2016, o jornalista Caco Barcellos comenta uma
orientações da educadora. afirmação sua anterior, feita em um congresso de
jornalistas investigativos, de que novos
2) UNICAMP 2019 profissionais não deveriam “atuar como porta-
Uma página do Facebook faz humor com vozes de autoridades”. “Tenho o maior encanto e
montagens que combinam capas de livros já admiração e respeito pelo jornalismo de opinião. O
publicados e memes que circulam nas redes que critiquei lá é quando isso vai para a
sociais. Uma dessas postagens envolve a obra de reportagem. Não acho legítimo. O repórter tem o
Henry Thoreau, para quem a desobediência civil é dever de ser preciso. Pode ser até analítico, mas
uma forma de protesto legítima contra leis ou atos não emitir juízo. Na reportagem de rua, fico
governamentais considerados injustos pelo cidadão imbuído, inclusive, de melhor informar o meu
e que ponham em risco a democracia. colega de opinião. Se eu não fizer isso de modo
preciso e correto, ele vai emitir um juízo errado
sobre aquele universo que estou retratando. E não
só ele, mas também o advogado, o sociólogo, o
antropólogo e mais para frente o historiador (...) Considerando os sentidos produzidos pela tirinha,
Por exemplo, essa matança que a polícia militar é correto afirmar que o autor explora o fato de que
provoca no cotidiano das grandes cidades palavras como “ontem”, “hoje” e “amanhã”
brasileiras – isso é muito mal reportado pela mídia a) mudam de sentido dependendo de quem fala.
no seu conjunto. Quem sabe, lá no futuro, o b) adquirem sentido no contexto em que são
historiador não passe em branco por esse momento enunciadas.
da história. Não vai poder dizer ‘olha, os negros c) deslocam-se de um sentido concreto para um
pobres do estado mais rico da federação estão abstrato.
sendo eliminados com a frequência de três por dia, d) evidenciam o sentido fixo dos advérbios de
um a cada oito horas’. Se o repórter não fizer esse tempo.
registro preciso e contundente, a cadeia toda pode
falhar, a começar pelo jornalista de opinião.”
(“Caco Barcelos: ‘Erros históricos nascem da imprecisão 5) UNICAMP 2018
jornalística’ ”. El País. 26/08/2016. Entrevista concedida a
Camila Moraes. Disponível em
https://brasil.elpais.com/brasil/2016/07/19/cultura/1468956578_9 Em maio deste ano, uma festa do 3º ano do Ensino
24541.html. Acessado em 13/07/2017.) Médio de uma escola do Rio Grande do Sul propôs
aos alunos que se preparavam para o vestibular
De acordo com a posição defendida por Caco
uma atividade chamada “Se nada der certo”. O
Barcellos com relação a seus leitores, uma
objetivo era “trabalhar o cenário de não aprovação
reportagem exige do jornalista
no vestibular”, e como “lidar melhor com essa
fase”. Os alunos compareceram à festa
a) conhecimento preciso do assunto, uma vez que
“fantasiados” de faxineiros, garis, domésticas,
seu objetivo é convencer o leitor a concordar com
agricultores, entre outras profissões consideradas
o que escreve para evitar que ele cometa erros.
de pessoas “fracassadas”. O evento teve
b) investigação e precisão no tratamento do
repercussão nacional e acirrou o debate sobre a
assunto, porque ela vai servir de base a outros
meritocracia. Para Luis Felipe Miguel, professor de
artigos, permitindo que o leitor tire suas próprias
ciência política, “o tom de chacota da festa-recreio
conclusões.
era óbvio”, e teria sido mais interessante “discutir
c) investigação e precisão na abordagem dos fatos,
como se constrói a hierarquia que define algumas
já que ele também emite seu juízo sobre o assunto,
ocupações como subalternas e outras como
conduzindo o leitor a aceitar a história que narra.
superiores; discutir como alguns podem desprezar
d) conhecimento preciso dos fatos tratados, para
os saberes incorporados nas práticas dessas
que, no futuro, o leitor seja levado a crer que o
profissões (subalternas apenas porque contam com
repórter registrou sua opinião de forma
quem as faça por eles); discutir como o que
equilibrada.
realmente ‘deu certo’ para eles foi a loteria do
nascimento, que, na nossa sociedade, determina a
4) UNICAMP 2018
parte do leão das trajetórias individuais”.
(Adaptado de Fernanda Valente, Dia do ’se nada der certo’
acende debate sobre meritocracia e privilégio. Carta Capital,
06/06/2017. Disponível em
http://justificando.cartacapital.com.br/2017/06/06/dia-do-se-
nada-der-certoacende-debate-sobre-meritocracia-e-privilegio/.
Acessado em 08/06/2017.)
As alternativas a seguir reproduzem trechos de
uma entrevista do professor Sidney Chalhoub
(Unicamp e Harvard) sobre o mito da meritocracia.
(Manuel Alves Filho, A meritocracia é um mito
que alimenta as desigualdades, diz Sidney
Chalhoub. Jornal da Unicamp, 07/06/2017.)
Assinale aquela que dialoga diretamente com a
notícia acima.
a) É preciso promover a inclusão “e fazer com que é uma das chaves para abrir essas portas. Eu nunca
o conhecimento que essas pessoas trarão à me esqueço de uma frase linda que eu ouvi de um
Universidade seja reconhecido e disseminado”. educador, camponês de um grupo de Sem Terra:
b) Com a adesão da Unicamp ao sistema de cotas, pela força do nosso trabalho, pela nossa luta,
um “novo contingente de alunos colocará em cortamos o arame farpado do latifúndio e entramos
cheque vários hábitos da universidade”. nele, mas quando nele chegamos, vimos que havia
c) “As melhores universidades do mundo (que outros arames farpados, como o arame da nossa
servem de referência) adotam a diversidade no ignorância. Então eu percebi que quanto mais
ingresso dos inocentes, tanto melhor somos para os donos do
estudantes há bastante tempo”. mundo. (…) Eu acho que essa é uma tarefa que
d) “O ideal seria que todos aqueles que tivessem não é só política, mas também pedagógica. Não há
condições intelectuais e interesse em entrar na Reforma Agrária sem isso.”
universidade obtivessem uma vaga”. (Adaptado de Roseli Salete Galdart, Pedagogia do Movimento
Sem Terra: escola é mais que escola. São Paulo: Expressão
Popular, 2008, p. 172.)
6) UNICAMP 2017 No excerto adaptado que você leu, há menção a
outros arames farpados, como “o arame da nossa
ignorância”. Trata-se de uma figura de linguagem
para
a) a conquista do direito às terras e à educação que
são negadas a todos os trabalhadores.
b) a obtenção da chave que abre as portas da
educação a todos os brasileiros que não têm terras.
c) a promoção de uma conquista da educação que
Na tira acima, o autor retoma um célebre lema tenha como base a propriedade fundiária.
retirado do Manifesto Comunista (1848), de Karl d) a descoberta de que a luta pela posse da terra
Marx e Friedrich Engels: “Operários do mundo, pressupõe também a conquista da educação.
uni-vos!”.
8) UNICAMP 2017
Considerando os sentidos produzidos pela tirinha,
é correto afirmar que nela se lê
a) uma apologia ao Manifesto Comunista, atenuada
pela onomatopeia que imita o som (“zzzzzz”) das
abelhas.
b) uma paródia do lema do Manifesto Comunista,
baseada na semelhança fonética entre “uni-vos” e Assinale a alternativa correta.
“zuni-vos”. a) A pergunta lançada no último quadrinho (“Você
c) uma parábola para explicar o Manifesto sabe quem inventou o avião?ˮ) remete-nos a
Comunista por meio da semelhança fonética entre Santos Dumont, portanto confirma o que se diz no
“uni-vos” e “zuni-vos”. primeiro e segundo quadrinhos.
d) uma fábula que recria o lema do Manifesto b) A pergunta lançada no último quadrinho (“Você
Comunista, com base na linguagem onomatopaica sabe quem inventou o avião?ˮ) retifica a afirmação
das abelhas (“zzzzzz”) do primeiro quadrinho (“Não há lei que o brasileiro
não burle.ˮ).
7) UNICAMP 2017 c) A afirmação do segundo quadrinho (“Há a lei da
Em depoimento, Paulo Freire fala da necessidade Gravidade.ˮ) refere-se a uma lei da física que
de uma tarefa educativa: “trabalhar no sentido de nenhum brasileiro é capaz de burlar, como se
ajudar os homens e as mulheres brasileiras a admite no primeiro quadrinho.
exercer o direito de poder estar de pé no chão, d) A pergunta lançada no último quadrinho (“Você
cavando o chão, fazendo com que o chão produza sabe quem inventou o avião?ˮ) é retórica, já que
melhor é um direito e um dever nosso. A educação
não há uma resposta para ela nem no primeiro nem
no segundo quadrinhos. Texto para as questões 10 e 11

Questão 9 – UNICAMP 2017 É possível fazer educação de qualidade sem


escola É possível fazer educação embaixo de um
No dia 21 de setembro de 2015, Sérgio Rodrigues, pé de manga? Não só é, como já acontece em 20
crítico literário, comentou que apontar no título do cidades brasileiras e em Angola, Guiné-Bissau e
filme Que horas ela volta? um erro de português Moçambique. Decepcionado com o processo de
“revela visão curta sobre como a língua funciona”. “ensinagem”, o antropólogo Tião Rocha pediu
E justifica: “O título do filme, tirado da fala de um demissão do cargo de professor da UFOP
personagem, está em registro coloquial. Que ano (Universidade Federal de Ouro Preto) e criou em
você nasceu? Que série você estuda? e frases do 1984 o CPCD (Centro Popular de Cultura e
gênero são familiares a todos os brasileiros, mesmo Desenvolvimento).
com alto grau de escolaridade. Será preciso Curvelo, no Sertão mineiro, foi o
reafirmar a esta altura do século 21 que obras de laboratório da “escola” que abandonou mesa,
arte têm liberdade para transgressões muito cadeira, lousa e giz, fez das ruas a sala de aula e
maiores? Pretender que uma obra de ficção tenha o envolveu crianças e familiares na pedagogia da
mesmo grau de formalidade de um editorial de roda. “A roda é um lugar da ação e da reflexão, do
jornal ou relatório de firma revela um jeito ouvir e do aprender com o outro. Todos são
autoritário de compreender o funcionamento não educadores, porque estão preocupados com a
só da língua, mas da arte também.” aprendizagem. É uma construção coletiva”,
(Adaptado do blog Melhor Dizendo. Post completo disponível explica.
em
http://www.melhordizendo.com/a-que-horas-ela-volta-em-que- O educador diz que a roda constrói
ano-estamos-mesmo/. consensos. “Porque todo processo eletivo é um
Acessado em 08/06/2016.) processo de exclusão, e tudo que exclui não é
Entre os excertos de estudiosos da linguagem educativo. Uma escola que seleciona não educa,
reproduzidos a seguir, assinale aquele que porque excluiu alguns. A melhor pedagogia é
corrobora os comentários do post. aquela que leva todos os meninos a aprenderem. E
todos podem aprender, só que cada um no seu
a) Numa sociedade estruturada de maneira ritmo, não podemos uniformizar.”
complexa a linguagem de um dado grupo social Nesses 30 anos, o educador foi engrossando
reflete-o tão bem como suas outras formas de seu dicionário de terminologias educacionais, todas
comportamento. (Mattoso Câmara Jr., 1975, p. 10.) calcadas no saber popular: surgiu a pedagogia do
b) A linguagem exigida, especialmente nas aulas abraço, a pedagogia do brinquedo, a pedagogia do
de língua portuguesa, corresponde a um modelo sabão e até oficinas de cafuné. Esta última foi
próprio das classes dominantes e das categorias provocada depois que um garoto perguntou: “Tião,
sociais a elas vinculadas. (Camacho, 1985, p. 4.) como faço para conquistar uma moleca?” Foi a
c) Não existe nenhuma justificativa ética, política, deixa para ele colocar questões de sexualidade na
pedagógica ou científica para continuar roda.
condenando como erros os usos linguísticos que Para resolver a falência da educação, Tião
estão firmados no português brasileiro. (Bagno, inventou uma UTI educacional, em que “mães
2007, p. 161.) cuidadoras” fazem “biscoito escrevido” e “folia do
d) Aquele que aprendeu a refletir sobre a livro” (biblioteca em forma de festa) para ajudar na
linguagem é capaz de compreender uma gramática alfabetização. E ainda colocou em uso termos
– que nada mais é do que o resultado de uma como “empodimento”, após várias vezes ser
(longa) reflexão sobre a língua. (Geraldi, 1996, p. questionado pelas comunidades: “Pode [fazer tal
64.) coisa], Tião?” Seguida da resposta certeira: “Pode,
pode tudo”. Aos 66 anos, Tião diz estar convicto
de que a escola do futuro não existirá e que ela será
substituída por espaços de aprendizagem com
todas as ferramentas possíveis e necessárias para b) A criação da palavra “empodimento” é resultado
os estudantes aprenderem. de um processo: sufixação.
“Educação se faz com bons educadores, e o c) A repetição do verbo no enunciado “Pode, pode
modelo escolar arcaico aprisiona e há décadas dá tudo” exemplifica o estilo reiterativo do texto.
sinais de falência. Não precisamos de sala, d) O discurso direto presente no trecho tem a
precisamos de gente. Não precisamos de prédio, função de dar voz às comunidades.
precisamos de espaços de aprendizado. Não
precisamos de livros, precisamos ter todos os 12) UNICAMP 2015
instrumentos possíveis que levem o menino a Leia o texto abaixo:
aprender.” “Boas coisas acontecem para quem espera. As
Sem pressa, seguindo a Carta da Terra e melhores coisas acontecem para quem se levanta e
citando Ariano Suassuna para dizer que “terceira faz.” (Domínio público.)
idade é para fruta: verde, madura e podre”, Tião Considerando o texto acima e a maneira como ele
diz se sentir “privilegiado” de viver o que já viveu é estruturado, podemos afirmar que:
e acreditar na utopia de não haver mais nenhuma a) O uso encadeado de “Boas coisas” e “As
criança analfabeta no Brasil. “Isso não é uma melhores coisas” possibilita a valorização do
política de governo, nem de terceiro setor, é uma primeiro enunciado e a desvalorização do segundo.
questão ética”, pontua. b) A repetição do termo “coisas” garante que “boas
(Qsocial, 09/12/2014. Disponível em coisas” e “as melhores coisas” remetem ao mesmo
http://www.cpcd.org.br/portfolio/e_possivel_fazer_educacao_de
_qualidade_100_escola/.) referente.
10) UNICAMP 2016 c) Entre as expressões “para quem espera” e “para
A partir da identificação de várias expressões quem se levanta e faz” estabelece-se uma relação
nominais ao longo do texto, é correto afirmar que: de temporalidade.
a) As expressões “pedagogia do abraço”, d) A sequenciação desse texto ocorre por meio da
“pedagogia da roda”, “pedagogia do sabão”, recorrência de expressões e de estruturas sintáticas.
“pedagogia do
brinquedo”, “oficinas de cafuné” são referências a Texto para as questões 13 e 14.
terminologias educacionais de caráter técnico.
b) As expressões “biscoito escrevido”, “processo O trecho a seguir foi retirado da apresentação da
de ensinagem” e “folia do livro” são neologismos obra Pioneiras da ciência no Brasil. O livro traz
criados por meio da manipulação de processos de biografias de cientistas brasileiras que iniciaram
formação de palavras. suas carreiras nos anos 1930 e 1940.
c) A expressão “escola” está entre aspas porque se
refere aos espaços de aprendizagem diferentes da Cabe uma reflexão sobre a divisão dos papéis
escola tradicional de hoje e que não serão masculino e feminino dentro da família, para tentar
encontrados no futuro. melhor entender por que a presença feminina no
d) A expressão “processo eletivo”, compreendida mundo científico mantém-se minoritária. Constata-
no texto como exclusão social, pressupõe a se que, no Brasil, ainda cabem às mulheres,
existência de um projeto educacional que tem por fortemente, as responsabilidades domésticas e de
objetivo a uniformização da aprendizagem. socialização das crianças, além dos cuidados com
os velhos. Assim, ainda que dividindo o espaço
11) UNICAMP 2016 doméstico com companheiros, as mulheres têm, na
Em relação ao trecho “E ainda colocou em uso maioria dos lares, maior necessidade de articular os
termos como ‘empodimento’, após várias vezes ser papéis familiares e profissionais. A ideia de que
questionado pelas comunidades: ‘Pode [fazer tal conciliar vida profissional e familiar representa
coisa], Tião?’ Seguida da resposta certeira: ‘Pode, uma dificuldade é reforçada pela análise da
pode tudo’”, é correto afirmar: população ocupada feminina com curso superior,
a) A expressão “Seguida da resposta certeira” feita por estudiosos, que constata que cerca de 46%
indica a elipse de uma outra expressão. dessas mulheres vivem em domicílios sem
crianças. Como as cientistas são pessoas com
diplomas superiores, elas estão compreendidas
nesse universo. Por outro lado, talvez a sociedade
brasileira ainda mantenha uma visão estereotipada
– calcada num modelo masculino tradicional - do
que seja um profissional da ciência. E certamente
faltam às mulheres modelos positivos, as grandes
cientistas que lograram conciliar sucesso 15) UNICAMP 2015
profissional com vida pessoal realizada. Para
quebrar os estereótipos O cartaz a seguir foi usado em uma campanha
femininos, para que novas gerações possam se pública para doação de sangue.
mirar em novos modelos, é necessário resgatar do
esquecimento figuras femininas que, inadvertida
ou deliberadamente, permaneceram ocultas na
história da ciência em nosso país.
(Adaptado de Hildete P. de Melo e Lígia Rodrigues, Pioneiras
da ciência no Brasil. Rio de Janeiro: SBPC, 2006, p. 3-4.)

13) UNICAMP 2015


Indique a alternativa correta. No texto,
a) a informação numérica indica a desproporção
entre o número de homens e o de mulheres
presentes no mundo da ciência.
b) o último período tem a finalidade de justificar a
publicação do livro Pioneiras da ciência no Brasil,
estabelecendo os objetivos da obra.
c) a visão estereotipada de mulher cientista é
exemplificada pelos modelos positivos das
pioneiras brasileiras na ciência, tema da obra.
d) as informações sobre o envolvimento das
mulheres nos afazeres domésticos não constituem (Disponível em
www.facebook.com/pages/HEMORIO/144978045
argumentos importantes para justificar a obra. 579742?fref=ts. Acessado em 08/09/2014.)
Glossário
14) UNICAMP 2015 Rolezinho: diminutivo de rolê ou rolé; em
Releia o período: “Assim, ainda que dividindo o linguagem informal, significa “pequeno passeio”.
espaço doméstico com companheiros, as mulheres Recentemente, tem designado encontros
têm, na maioria dos lares, maior necessidade de simultâneos de centenas de pessoas em locais
articular os papéis familiares e profissionais.” como praças, parques públicos e shopping centers,
A expressão sublinhada organizados via internet.
a) delimita a amostra de lares em que a mulher Anonymous riot: rebelião anônima.
precisa articular tarefas profissionais e domésticas.
b) restringe o universo das mulheres mencionadas Considerando como os sentidos são produzidos no
no trecho ao das que se dedicam à vida doméstica. cartaz e o seu caráter persuasivo, pode-se afirmar
c) informa o local social em que circulavam as que:
mulheres referidas no trecho. a) As figuras humanas estilizadas, semelhantes
d) destaca o fato de que a maioria das mulheres umas às outras, remetem ao grupo homogêneo das
vive com companheiros. pessoas que podem ajudar e ser ajudadas.
b) A expressão “rolezinho” remete à meta de se
reunir muitas pessoas, em um só dia, para doar
sangue.
c) O termo “até” indica o limite mínimo de pessoas
a serem beneficiadas a partir da ação de um só
indivíduo.
d) O destaque visual dado à expressão (Adaptado de Michael D. Lemonick, A busca por vida fora da
Terra. National Geographic, jul. 2014, p. 38-40.)
“ROLEZINHO NO HEMORIO” tem a função de
16)
enfatizar a participação individual na campanha.
A partir da leitura do texto, pode-se afirmar que:
a) O robô está presente tanto no lago congelado no
ártico como na gruta nos trópicos.
Texto para as questões 16 e 16.1
b) O jovem engenheiro do JLP e a
geomicrobióloga carregam respiradores para ajudá-
A busca por vida fora da Terra
los a respirar.
c) O jovem engenheiro do JLP e a
Um sinal eletrônico é emitido pelo Laboratório de
geomicrobióloga estão executando suas pesquisas
Propulsão a Jato (JPL, sigla em inglês) da NASA,
sozinhos.
em Pasadena, Califórnia, e viaja até um robô
d) O holofote do robô é ligado a partir de um sinal
fixado na parte inferior da camada de gelo de 30
emitido pelo laboratório JPL.
centímetros de espessura em um lago do extremo
norte do Alasca. O holofote do robô começa a
16.1)
brilhar. “Funcionou!”, exclama John Leichty, um
Assinale a alternativa que resume adequadamente
jovem engenheiro do JPL, que está em uma
o texto.
barraca perto do lago congelado. Embora não
a) Estudos sobre formas de vida em ambientes
pareça uma grande
extremos podem preparar os cientistas para
façanha tecnológica, esse talvez seja o primeiro
enfrentar a questão da busca pela vida fora da
passo para a exploração de uma lua distante. Mais
Terra.
de sete mil quilômetros ao sul do Alasca, no
b) A partir de uma caverna no Alasca, um robô
México, a geomicrobióloga Penelope Boston
revela pistas sobre outras formas de vida no nosso
caminha por uma água turva que bate em seus
sistema solar.
tornozelos, em uma gruta, cerca de 15 metros
c) os trabalhos científicos desenvolvidos em
abaixo da superfície. Como os outros cientistas que
qualquer lugar da Terra permitem compreender
a acompanham, Penelope carrega um respirador
formas de vida em outros planetas.
pesado, além do tanque adicional de ar, de modo
d) Cientistas, trabalhando em ambientes extremos,
que possa sobreviver em meio ao sulfeto de
desenvolveram procedimentos capazes de detectar
hidrogênio, monóxido de carbono e outros gases
vida fora da terra.
venenosos da caverna. Aos seus pés, a água
corrente contém ácido sulfúrico. A lanterna no
É preciso deixar claro que a transgressão da
capacete ilumina a gotícula de uma gosma espessa
eticidade jamais pode ser vista como virtude, mas
e semitranslúcida que
como ruptura com a decência. O que quero dizer é
escorre da parede. “Não é incrível?”, exclama.
o seguinte: que alguém se torne machista, racista,
Esses dois locais (um lago congelado no ártico e
classista, sei lá o quê, mas se assuma como
uma gruta nos trópicos) talvez possam fornecer
transgressor da natureza humana. Não me venha
pistas para um dos mistérios mais antigos e
com justificativas genéticas, sociológicas ou
instigantes: existe vida fora do nosso planeta?
históricas ou filosóficas para explicar a
Criaturas em outros mundos, seja em nosso sistema
superioridade da branquitude sobre a negritude,
solar, seja em órbita ao redor de estrelas distantes,
dos homens sobre as mulheres, dos patrões sobre
poderiam muito bem ter de sobreviver em oceanos
os empregados. Qualquer discriminação é imoral
recobertos de gelo, como os que existem em um
e lutar contra ela é um dever por mais que se
dos satélites de Júpiter, ou em grutas fechadas e
reconheça a força dos condicionamentos a
repletas de gás, que talvez sejam comuns em
enfrentar."
Marte. Portanto, se for possível determinar um
(Paulo Freire - Pedagogia da Autonomia, 1996).
procedimento para isolar e identificar formas de
vida em ambientes igualmente extremos aqui na
Não posso proibir que os oprimidos com quem
Terra, então estaremos mais preparados para
trabalho numa favela votem em candidatos
empreender a busca pela vida em outras partes do
reacionários, mas tenho o dever de adverti-los do
Universo.
erro que cometem, da contradição em que se
emaranham. Votar no político reacionário é
ajudar a preservação do status quo. Como posso
votar, se sou progressista e coerente com minha
opção, num candidato cujo discurso, faiscante de
desamor, anuncia seus projetos racistas?”
(Paulo Freire - Pedagogia da Autonomia, 1996).

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