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O Programa também dispõe sobre as regras higiênico-sanitárias que devem ser adotadas
durante a despesca para que se minimize o prejuízo econômico advindo do rechaço na
indústria por contaminação ou má conservação do pescado. Desta forma, o “Aquicultura com
Sanidade” servirá ainda como ferramenta de saúde pública para fortalecer os mecanismos de
garantia de inocuidade do pescado.
Finalidade
O Programa Nacional de Sanidade de Animais Aquáticos de Cultivo (Aquicultura com
Sanidade) é um programa instituído pela Instrução Normativa Nº 4, de 04 de fevereiro de
2015, do extinto Ministério da Pesca e Aquicultura, para assegurar a prevenção, o controle e a
erradicação de doenças nos sistemas de produção de animais aquáticos.
Ações executadas
Promover a sanidade dos animais aquáticos (peixes, crustáceos, anfíbios, moluscos) no
estado do Maranhão;
Definir ações que visam à prevenção, controle e erradicação de doenças nos sistemas
de produção de animais aquáticos;
Cadastrar os estabelecimentos que cultivam ou mantém animais aquáticos;
Implantar e manter um sistema de vigilância ativa.
Doenças
Doenças de Notificação Obrigatória de Crustáceos (OIE)
Doença da cabeça amarela
Doença da cauda branca
Doença das manchas brancas (WSD)
Hepatopancreatite necrosante
Mionecrose infecciosa (IMN)
Necrose Hipodérmica e hematopoiética infecciosa (IHHN)
Praga do caranguejo do rio (Aphanomyces astaci)
Síndrome Taura
Doenças de Notificação Obrigatória de Peixes (OIE)
Anemia Infecciosa do Salmão (ISA)
Herpesvirose da carpa Koi (KHD)
Infecção por Gyrodactilus salaris
Iridovirose da dourada japonesa (RSIVD)
Necrose hematopoiética epizoótica (EHN)
Necrose hematopoiética infecciosa (IHN)
Septicemia hemorrágica viral (VHS)
Síndrome ulcerativa epizoótica (EUS)
Viremia primaveril da carpa (SVC)
Doenças de Notificação Obrigatória de Anfíbios (OIE)
Infecção por Batrachochytrium dendrobatidis
Infecção por Ranavirus
Doenças de Interesse para aquicultura nacional sem necessidade de notificação imediata à
OIE
Infecção por Aeromonas móveis
Infecção por Edwardsiella ictaluri
Infecção por Edwardsiella tarda
Infecção por Flavobacterium columnare
Infecção por Francisella noatunensis subsp. orientalis
Infecção por Lactococcus garvieae
Infecção por Photobacterium damselae subsp. Piscicidae e subsp. damselae
Infecção por Streptococcus agalactiae
Infecção por Streptococcus dysgalactiae
Infecção por Streptococcus iniae
Infecção por Vibrio sp.
Infecção por Weissella sp.
Detecção de Salmonella sp. em pescado
Doenças de Notificação Obrigatória de Moluscos – OIE e Interesse para a Aquicultura
Nacional
Infecção por Banamia exitosa
Infecção por Banamia ostrae
Infecção por Marteilia refringens
Infecção por Perkinsus marinus
Infecção por Perkinsus olseni
Infecção por “Herpesvírus Abalone”
Infecção por Xenohaliots californiensis
Infecção por Herpesvirus Ostreídeo tipo I
Legislação
Legislação Animais Aquático
Legislação Internacional
Código Sanitário para os Animais Aquáticos (http://www.oie.int/es/normas-
internacionales/codigo-acuatico/acceso-en-linea/)
Manual de Provas de Diagnóstico para os Animais Aquáticos
(http://www.oie.int/es/normas-internacionales/manual-acuatico/acceso-en-linea/)
Aged inicia treinamento para implantação do programa Aquicultura com Sanidade
Como uma das primeiras ações do programa Aquicultura com Sanidade, a Agência Estadual
de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged) promoveu, no último dia 11, um Dia de Campo
sobre Piscicultura para capacitar profissionais do serviço veterinário estadual, na Chácara
Santo Antônio, situada em Arari.
Segundo explica a veterinária Caroline Moura, o Programa Nacional de Sanidade de Animais
Aquáticos de Cultivo, que recebeu o nome de Aquicultura com Sanidade, é uma iniciativa
criada para assegurar a prevenção, o controle e a erradicação de doenças nos sistemas de
produção de peixes, anfíbios, moluscos, crustáceos e demais invertebrados aquáticos. “A
instrução normativa do Ministério de Pesca prevê que, a partir do próximo ano, todos os
estabelecimentos que cultivam animais aquáticos devem se ajustar ao programa. Para isso,
estamos orientando nossos veterinários na área para que possam fazer o cadastramento de
propriedades e o controle de doenças”, afirma Caroline.
Nesta primeira experiência em campo, 28 técnicos da Aged e da Agência Estadual de
Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Agerp) participaram das oficinas de Análise de
água, ministrada pelo consultor do Sebrae, Cláudio Urbano, e de Técnicas de Manejo e
Sanidade, oferecida pelo instrutor do Senar, Benedito Válter. “O dia de campo serviu como
um despertar para os técnicos; um ponto de partida para que a aquicultura maranhense tenha
sanidade; que seja quebrado o mito de que pra criar peixe é preciso apenas cavar um buraco e
encher de água. Muito ainda precisa ser feito”, defendeu a veterinária.
Na próxima etapa, a Aged promoverá também um Dia de Campo para os produtores, com o
objetivo de desmistificar a Instrução Normativa Nº 04/2015 do Ministério de Pesca e
Aquicultura (MPA) e de conscientizá-los da importância das medidas. “Queremos esclarecer
sobre o programa e mostrar que a adesão ao programa vai melhorar a produção e, além de
melhorar, eles terão um produto de qualidade, que vai facilitar a comercialização em todo o
estado”, declarou o presidente da Aged, Sebastião Anchieta.
Documentos Sanitários
Dentre as medidas que entram em vigor a partir de 2017, está a obrigatoriedade da emissão de
Guia de Trânsito Animal para o transporte de pescado vivo ou resfriado em gelo, antes de
passar por um processamento. “Alguns produtores ficaram receosos de que a medida
implicasse em aumento no custo de produção, mas a arrecadação da GTA será coerente com o
produto. O principal impacto dessa medida não será no bolso do produtor, mas na garantia de
que o pescado está vindo de um local que respeita as medidas sanitárias”, esclareceu a
veterinária Caroline Moura.
Ministério da Pesca consolida legislação para sanidade aquícola
As medidas reduzirão perdas motivadas por doenças nos criatórios e garantirão o melhor
aproveitamento do pescado encaminhado a indústrias de beneficiamento.
“Esse programa é o mais amplo e inovador já lançado pelo nosso ministério no setor de
sanidade pesqueira e coloca a aquicultura nacional em um patamar de excelência,
considerando o mercado interno e externo”, avalia o Ministro Helder Barbalho.
Segundo ele, a iniciativa permitirá que os produtores aumentem a sua renda e ofertem
produtos mais competitivos e de melhor qualidade aos consumidores.
Melhores práticas
O Programa Nacional de Sanidade de Animais Aquáticos de Cultivo apresenta novidades,
como regras para a manipulação de peixes durante a despesca (retirada dos peixes dos
ambientes de cultivo).
A iniciativa é importante para garantir que o pescado chegue em boas condições higiênico-
sanitárias às indústrias de beneficiamento, como exigem os serviços de inspeção sanitária
oficial.
“A manipulação correta desde as propriedades rurais evita perdas e aumenta a lucratividade
dos aquicultores, pelo melhor aproveitamento do pescado, ao destinarem a produção às
etapas de processamento e comercialização”, explica Eduardo Cunha, Coordenador-Geral de
Sanidade Pesqueira do MPA.
Outra novidade do programa são as regras de quarentena para animais aquáticos. O objetivo
do isolamento – que pode ser por prazo igual, maior ou menor do que 40 dias, conforme a
espécie envolvida - é verificar de forma preventiva doenças capazes de contaminar outros
animais. A iniciativa é necessária, por exemplo, para animais aquáticos vivos importados de
outros países.
O programa também define regras de trânsito para os animais aquáticos, em diferentes
situações: no próprio estado de origem, entre Estados, ou quando destinados à exportação ou
importação. Os produtores são esclarecidos ainda quanto aos critérios e formas de notificação
de casos suspeitos de doença no plantel.
Nesse contexto, os testes para a obtenção do diagnóstico oficial são processados pela Rede
Nacional de Laboratórios do Ministério da Pesca e Aquicultura (Renaqua), que possui padrões
internacionais de qualidade laboratorial.
Atualmente a rede de laboratórios dispõe de recursos para a detecção imediata de pelo menos
40 tipos de doença que afetam animais aquáticos.
Entre as doenças, 28 são de notificação obrigatória, como preconizado pela Organização
Mundial da Saúde Animal (OIE). A identificação das doenças é importante para a redução dos
riscos sanitários que possam comprometer o plantel dos aquicultores.
Descentralização
O Programa Nacional de Sanidade de Animais Aquáticos de Cultivo está sendo implantado
com o apoio dos órgãos executores da sanidade agropecuária dos Estados e Municípios, como
previsto no Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa), do Governo
Federal.
No caso dos animais aquáticos de cultivo, o MPA estabelece convênios com governos
estaduais e repassa recursos, de acordo com Eduardo Cunha.
Já foram estabelecidos convênios com os Estados de Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais,
Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco, Roraima e Goiás. Em breve o MPA concluirá convênio
com o Mato Grosso do Sul.
Iniciativas complementares
Antes de lançar o Programa Nacional de Sanidade de Animais Aquáticos de Cultivo, que
interessa a todas as cadeias produtivas da aquicultura, o MPA lançou outras medidas
complementares de sanidade pesqueira.
Em meados de 2013 criou, por exemplo, a Rede de Colaboração em Epidemiologia
Veterinária do Ministério da Pesca e Aquicultura (AquaEpi), responsável pelo suporte técnico
e científico para a definição e execução das políticas públicas em sanidade aquícola e
pesqueira.
Também instituiu o Programa Nacional de Controle Higiênico-Sanitário de Moluscos
Bivalves (PNCMB), com o objetivo de monitorar, controlar e combater micro-organismos
contaminantes e biotoxinas marinhas em moluscos bivalves provenientes da aquicultura
(ostras, mariscos, mexilhões e vieiras, dentre outros).
No final de 2014, o MPA instituiu o Programa Nacional de Monitoramento de Resistência a
Antimicrobianos em Recursos Pesqueiros, com a finalidade de garantir a sustentabilidade dos
sistemas de produção de animais aquáticos e a sanidade dos recursos pesqueiros e seus
derivados obtidos a partir dos cultivos nacionais.
Outra importante iniciativa foi o Embarque Nessa, Programa Nacional de Controle Higiênico-
Sanitário de Embarcações Pesqueiras e Infraestruturas de Desembarque de Pescado.
Até 2020, todas as embarcações pesqueiras e terminais portuários de pesca no País deverão
atender às exigências sanitárias do programa. O objetivo é destinar às indústrias e aos
consumidores pescado de melhor qualidade.
Fonte:
Ministério da Pesca e Aquicultura
CFMV