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PROPOSTA DE REDAÇÃO

TEXTO 1: Quando se fala em quilombo, logo se pensa no Quilombo dos Palmares, um local isolado com
escravos negros fugidos e seu herói Zumbi, o mais conhecido do Brasil. E o que seriam quilombolas?
Quilombolas são os atuais habitantes de comunidades negras rurais formadas por descendentes de africanos
escravizados, que vivem, na sua maioria, da agricultura de subsistência em terras doadas, compradas ou
ocupadas há bastante tempo. São grupos sociais cuja identidade étnica – ou seja, ancestralidade comum,
formas de organização política e social, elementos linguísticos, religiosos e culturais – os distingue do
restante da sociedade. A identidade étnica é um processo de auto-identificação que não se resume apenas a
elementos materiais ou traços biológicos, como a cor da pele, por exemplo. São comunidades que
desenvolveram processos de resistência para manter e reproduzir seu modo de vida característico em um
determinado lugar. Não são comunidades necessariamente isoladas ou compostas por um tipo de população
homogênea. As comunidades quilombolas foram constituídas por processos diversos, incluindo, além das
fugas para ocupação de terras livres, heranças, doações, recebimento de terras como pagamento de serviços
prestados ao Estado, compra ou a permanência em terras que eram ocupadas e cultivadas em grandes
propriedades.  Dependendo da área geográfica onde estão localizadas, são também conhecidas como
mocambos ou terra de preto. Até hoje não há certeza sobre o número de comunidades quilombolas existente
no Brasil, mas estima-se que há, pelo menos, três mil em todo o território nacional, localizadas nos estados
do Amazonas, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio
Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Os estados brasileiros que
possuem a maior quantidade de comunidades quilombolas são a Bahia, o Maranhão, Minas Gerais e o Pará.
Segundo dados oficiais da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e do
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), órgãos responsáveis pela identificação,
reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas pelos quilombolas, existem
atualmente mais de setecentas comunidades oficialmente registradas pela Fundação Palmares, do Ministério
da Cultura e mais de duzentos processos de regularização fundiária em andamento, envolvendo mais de
trezentas comunidades espalhadas por 24 estados brasileiros. A partir da Constituição Federal de 1988,
devido à mobilização do movimento negro no País, a questão quilombola passou a fazer parte das políticas
públicas brasileiras. O Artigo 68, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) diz que: Aos
remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a
propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.
(Disponível em: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?
option=com_content&view=article&id=857:quilombolas&catid=51:letra-q. Acessado em: 01/08/19).

TEXTO 2: Não se sabe ao certo quantos quilombolas existem, hoje, no Brasil. Segundo um levantamento da
Fundação Cultural Palmares, são 3.524 grupos remanescentes. Desses, só 154 foram titulados — fase final
do processo de reconhecimento e proteção de quilombolas no Brasil. Pelos dados da Coordenação Nacional
de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), outros 1.700 grupos estão
aguardando a conclusão dos estudos antropológicos ou a emissão de laudos técnicos para conquistar um
título. Segundo os próprios quilombolas, todos esses números estão nivelados por baixo. Originalmente, os
quilombos foram regiões de grande concentração de escravos escondidos nas matas e montanhas do Brasil
colonial. O isolamento foi parte da estratégia que garantiu a sobrevivência naquela época, mas também
tornou difícil reunir informações precisas sobre as comunidades de hoje. Por isso é que são desconhecidos
dados básicos, como o total de integrantes, números de natalidade e óbito e demais condições demográficas
dos quilombolas, algo que deve mudar a partir de 2020, quando serão incluídos no censo do IBGE pela
primeira vez. As palavras "quilombo" e "quilombola" hoje estão associadas a um povo que teria
desaparecido com o fim da escravidão. O que hoje se chama de "comunidade remanescente de quilombo"
são agrupamentos que herdaram as principais características desses espaços, formados por netos e bisnetos
de escravos. E, se no tempo de colônia os quilombolas enfrentavam senhores de engenho, escravocratas e
seus caçadores de aluguel, hoje os inimigos são as grandes corporações da construção civil, que esbarram
em proteção legal ao tentar construir condomínios e resorts em áreas tituladas — e, portanto, protegidas pelo
Decreto 4887/2003. A relação conturbada das lideranças quilombolas com os interesses imobiliários já
rendeu episódios que extrapolaram a disputa judicial, escalando para ameaças, agressões e até homicídios.
Em Pitanga dos Palmares, na Região Metropolitana de Salvador, o líder comunitário Flavio Gabriel
Pacífico, o Binho do Quilombo, foi morto com dez tiros numa emboscada. A investigação está em aberto,
mas já indica que a motivação do crime teria sido a disputa pelo controle de terras. No Pará, Paulo Sérgio
Almeida Nascimento foi executado dentro de sua casa, depois de o Ministério Público ter alertado que a
associação quilombola da qual ele fazia parte estava recebendo ameaças de policiais. O MP pediu proteção
aos integrantes do grupo, mas a Secretaria de Segurança Pública do Pará negou. O ano de 2017 foi o mais
violento da última década, com 113 ocorrências. Foram 29 casos de ameaça ou perseguição, seguidos por 22
ocorrências de perda ou possibilidade de perda de território por invasão e, finalmente, 18 assassinados
consumados. Num corte de dez anos, o número assusta ainda mais: entre o início de 2008 e o fim 2017, 32
homens e seis mulheres foram assassinados. A Região Nordeste foi a mais recorrente, com 49% dos casos.
Bahia e Pará foram os estados mais violentos, seguidos por Minas Gerais, Rio de Janeiro e Piauí. Dados da
Conaq revelam que o meio mais empregado nos assassinatos foi a arma de fogo (68,4%), seguido de objetos
perfurocortantes, como facas (13,2%). Pelo menos 66% das mulheres quilombolas nessa estatística foram
mortas com uso de arma branca ou métodos de tortura. Em homens, esse número ficou em 21%. A lista de
abusos relatados pelas lideranças é longa, com várias citações a cortes ilegais de energia e demolição
arbitrária de casas e locais de congregação.
(Disponível em: https://epoca.globo.com/comunidades-quilombolas-tentam-resistir-ao-avanco-de-grandes-empreiteiras-23613697.
Acessado em: 01/08/19).

TEXTO 3:

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa
sobre o tema “A necessidade da proteção e preservação das comunidades quilombolas no Brasil”,
apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de
forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

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