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Archives of Veterinary Science ISSN 1517-784X

v.22, n.4, p. 73-80, 2017 www.ser.ufpr.br/veterinary

ORQUIECTOMIA EM CAVALOS: COMPARAÇÃO ENTRE TRÊS TÉCNICAS EM


RELAÇÃO AO TEMPO CIRÚRGICO, COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS E
TEMPO PARA ALTA HOSPITALAR
(Orchyectomy in horses: comparison between three techniques by surgical time,
post-operatory complications and medical release time)

Jéssica Rodrigues Silva-Meirelles*, Monalisa Lukascek Castro, Lilian Pamela Tapia Carreno
Dornbusch, Rogério Luizari Guedes, Ivan Roque Barros-Filho, Peterson Triches Dornbusch
¹Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias. Setor de Ciências Agrárias. Universidade Federal do Paraná.

*Correspondência: jerodrigues_vet@yahoo.com.br

RESUMO: A orquiectomia é utilizada para esterilizar cavalos de baixo valor


genético, melhorando o manejo. Pode ser realizada com anestesia geral ou local,
em decúbito dorsal ou em estação. Algumas complicações podem ocorrer como
hemorragia, edema, infecção e peritonite. O objetivo deste trabalho foi comparar o
tempo cirúrgico, a ocorrência de complicações pós-operatórias e o tempo de
internamento de cavalos submetidos à orquiectomia eletiva por meio de três
diferentes técnicas empregadas por alunos e residentes do curso de medicina
veterinária. Foram utilizados 25 cavalos, sendo separados em três grupos: grupo 1
(EMA, n=8), submetidos à orquiectomia bilateral em posição quadrupedal, bloqueio
local e sedação, hemostasia com emasculador onde a túnica vaginal foi mantida
aberta; grupo 2 (BRA, n= 8), submetidos à orquiectomia bilateral em posição
quadrupedal, bloqueio local e sedação, hemostasia com duas abraçadeiras de
náilon de 2,5mm e túnica vaginal mantida aberta; grupo 3 (ING, n=9), submetidos à
orquiectomia bilateral em decúbito dorsal e anestesia geral, hemostasia com
emasculador, e túnica vaginal e pele suturadas. O tempo médio dos procedimentos
foi de 16,3±2,5min no grupo EMA, 14,5±1,6min no grupo BRA e 64,4±16,6min no
grupo ING. No pós-operatório dos animais não foi observado sangramento no grupo
ING; no grupo EMA houve sangramento grau 2 e no grupo BRA houve sangramento
grau 1. O tempo médio de internamento foi de 22,7±3,2 dias, 20,75±0,7 dias e
10,7±4,5 dias respectivamente. A orquiectomia bilateral sob efeito de anestesia
geral e fechamento da túnica vaginal, demanda maior tempo cirúrgico quando
comparada às orquiectomias realizadas com os cavalos em posição quadrupedal e
manutenção da túnica aberta. Porém, não foram observadas complicações pós-
operatórias nos animais castrados com essa técnica, diminuindo assim o tempo de
internação hospitalar e os cuidados pós-operatórios.

Palavras-chave: castração; cirurgia; equinos

ABSTRACT: Orchiectomy is used to neuter low genetic value horses, improving


management. Can be performed under general or local anesthesia, supine or
quadrupedal position respectively. Some complications can occur such as bleeding,
swelling, infection and peritonitis. The aim of this study was to compare the surgical
time, the occurrence of postoperative complications and length of hospital care of
horses undergoing elective orchiectomy through three different techniques used by
veterinary school students and residents. 25 horses were selected, divided into three
Recebido em 01/03/2017
Aprovado em 03/11/2017
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Orquiectomia em cavalos: comparação entre três técnicas em relação ao tempo cirúrgico,
Complicações pós-operatórias e tempo para alta hospitalar

groups: group 1 (EMA, n=8) underwent bilateral orchiectomy in standing position,


local anesthesia and sedation, hemostasis with emasculator and Tunica kept open;
Group 2 (BRA, n=8), underwent bilateral orchiectomy in standing position, local
anesthesia and sedation, hemostasis with two 2.5mm nylon tiewraps and Tunica
vaginalis kept open; Group 3 (ING, n=9), underwent bilateral orchiectomy in supine
position and general anesthesia, hemostasis with emasculator, and closure of
Tunica vaginalis and skin. The mean surgical times were 16.3±2.5min in EMA,
14.5±1.6min in ARB and 64.4±16.6min in ING. There isn’t postoperative bleeding in
ING Group; EMA had a grade 2 bleeding and ARB had a grade 1 bleeding. The
mean hospitalization time were 22.7±3.2 days in EMA, 20.75±0.7 days in BRA and
10.7 ± 4.5 days in ING. Bilateral orchiectomy under general anesthesia and closure
of the Tunica vaginalis, promotes longer surgical times when compared to
orchiectomy in standing positions maintaining the surgical wounds opened.
However, postoperative complications in the neutered animals weren’t observed with
this technique, thus reducing the length of hospital stay and postoperative care.

Key Words: neutering; surgery; equine

INTRODUÇÃO adequado ao animal e às possibilidades


econômicas (SOARES, 2009). A
A orquiectomia, também escolha da técnica é influenciada pela
denominada emasculação ou castração, experiência pessoal do profissional
está entre os procedimentos mais (FINGER et al., 2011) e pelo
realizados nos cavalos e é utilizada para comportamento animal, sendo que os
esterilização desses animais, cavalos que permitem palpação escrotal
principalmente dos que possuem baixo sem sedação são os principais
valor genético, facilitando o manejo candidatos à orquiectomia em posição
(COLAHAN et al., 1991). Este quadrupedal (ADAMS; FESSLER, 2000;
procedimento também está indicado nos AUER; STICK, 2006).
casos de orquite, epididimite, neoplasia As principais técnicas utilizadas
testicular, hidrocele, varicocele, traumas para castração de equídeos são
testiculares, torção do cordão definidas como aberta, fechada e
espermático e hérnias inguinais (AUER; semifechada (AUER; STICK, 2006;
STICK, 2006). Previamente à cirurgia, SEARLE et al., 1999) e o acesso pode
os testículos devem ser palpados e ser escrotal ou inguinal (AUER; STICK,
avaliados para garantir que ambos 2006; SEDRISH; ACVS; LEONARD,
estão na bolsa escrotal e que não há 2001). A técnica aberta consiste na
presença de hérnia inguinal (COLAHAN incisão completa da túnica vaginal e
et al., 1991). O procedimento pode ser liberação do ligamento da cauda do
realizado com o animal em estação, sob epidídimo pela ruptura do mesórquio.
efeito de sedação, ou em decúbito, sob Ligadura ou emasculação do plexo
efeito de anestesia geral (AUER; STICK, pampiniforme e ducto deferente são
2006; THOMAS et al., 1998). realizadas, seguida de remoção do
Várias técnicas de castração têm testículo, epidídimo e porção distal do
sido desenvolvidas e aplicadas, cada cordão espermático (AUER; STICK,
uma com indicações e desvantagens 2006). Na técnica fechada não há
que, o médico veterinário em conjunto abertura da túnica vaginal, com ligadura
com o proprietário, devem analisar, ou emasculação em bloco, da túnica
optando pelo procedimento mais vaginal, cordão espermático e plexo

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pampiniforme (AUER; STICK, 2006; idade entre dois e 10 anos, sendo


FOSSUM, 2013). A técnica semi- separados em três grupos, por
fechada é semelhante à técnica randomização:
fechada, porém há incisão da porção Grupo 1 (EMA): formado por oito
parietal da túnica vaginal. A cavalos, nos quais realizou-se
emasculação das estruturas ocorre da orquiectomia bilateral, com incisão
mesma maneira que a técnica fechada escrotal de aproximadamente 6 cm,
(AUER; STICK, 2006). paralela à rafe mediana. A incisão
Os cuidados no pós-operatório da estendeu-se às túnicas dartos e vaginal,
orquiectomia incluem avaliação da até a exposição testicular. O mesórquio
presença de dor ou de complicações foi rompido com o auxílio manual ou de
secundárias ao ato cirúrgico, como tesoura romba e uma pinça hemostática
hemorragia e infecção. São indicadas a curva de 24 cm foi aplicada no
administração de analgésicos, a segmento mais proximal do plexo
realização de curativos no local da vascular. O cordão espermático foi
cirurgia e a restrição da movimentação ocluído com emasculador Reimer de 24
ou realização de exercícios controlados cm, por três minutos para promoção de
nos primeiros dias (FOSSUM, 2013). hemostasia da artéria e veias
Segundo França (2005), os cavalos testiculares e o plexo foi seccionado um
submetidos à orquiectomia eletiva, centímetro abaixo do local emasculado.
independente da técnica utilizada, são A túnica vaginal foi mantida aberta, bem
liberados para o trabalho em um prazo como a incisão, sendo o procedimento
máximo de 30 dias. realizado com os cavalos em posição
Complicações pós orquiectomia quadrupedal, com sedação e anestesia
podem ocorrer em curto ou longo prazo, local.
sendo relatadas as hemorragias, edema Grupo 2 (BRA): formado por oito
escrotal, infecção incisional, peritonite, animais, nos quais foi realizada
trauma peniano e eventração como orquiectomia bilateral com a mesma
principais ocorrências (THOMAS et al., técnica cirúrgica do grupo 1, porém, o
1998; THOMASSIAN, 2005). Com o cordão espermático, foi ocluído com
intuito de minimizar essas complicações duas abraçadeiras de nylon de 2,5
os veterinários devem estar cientes das milímetros de espessura, esterilizadas
principais ocorrências, reconhecer os por autoclavagem. As braçadeiras foram
fatores que predispõem seu colocadas na porção mais proximal do
desenvolvimento e serem capazes de cordão espermático, com uma distância
resolvê-los (SCHUMACHER, 1996). O de um centímetro entre elas. O plexo foi
objetivo deste trabalho foi comparar o seccionado um centímetro abaixo da
tempo cirúrgico, a ocorrência de segunda abraçadeira e a túnica vaginal
complicações pós-operatórias e o tempo foi mantida aberta, bem como a incisão,
de internamento de cavalos submetidos sendo o procedimento realizado com os
à orquiectomia eletiva por meio de três cavalos em posição quadrupedal, com
diferentes técnicas abertas, empregadas sedação e anestesia local.
por alunos e residentes do curso de Grupo 3 (ING): formado por nove
medicina veterinária. animais, nos quais foi realizada
orquiectomia bilateral com incisão
MATERIAL E METODOS inguinal, segundo técnica descrita por
Sedrish et al. (2001) modificada. O
Neste trabalho foram testículo foi manualmente manipulado
selecionados 25 cavalos, de variadas do escroto à região inguinal e
raças e sem raça definida (SRD), com exteriorizado por incisão de

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Orquiectomia em cavalos: comparação entre três técnicas em relação ao tempo cirúrgico, complicações pós-operatórias e
tempo para alta hospitalar

aproximadamente 6 cm, incluindo na aplicação intratesticular de lidocaína


incisão as túnicas dartos e vaginal. O 2%, sendo administrado 20 mL em cada
mesórquio foi rompido com o auxílio dos testículo.
dedos ou tesoura romba e uma pinça Para todos os grupos, a
hemostática curva de 24 cm foi aplicada analgesia pós-operatória foi realizada
no segmento mais proximal do plexo com flunixin meglumine na dose de 1,1
vascular. O cordão espermático foi mg/kg por via intravenosa durante três
ocluído com emasculador Reimer de 24 dias e antibioticoterapia com
cm, por três minutos, para promoção de administração intramuscular de
hemostasia da artéria e veias penicilina benzatina, na dose de 20000
testiculares e o plexo foi seccionado um UI/kg, totalizando três aplicações com
centímetro abaixo do local emasculado. intervalo de 24 horas entre elas.
A túnica vaginal foi suturada com fio O tempo dos procedimentos
poliglactina 910 2-0, em padrão cirúrgicos nos diferentes grupos foram
contínuo simples e fixada à musculatura mensurados, sendo que nos grupos
adjacente com um ponto simples. O EMA e BRA o tempo considerado foi
espaço subcutâneo foi reduzido com desde a incisão de pele até a secção do
sutura padrão Cushing e a dermorrafia plexo vascular do segundo testículo e
foi realizada com sutura intradérmica, no grupo ING, o tempo considerado foi
com fio poliglactina 910 2-0, em padrão desde a incisão de pele até o término da
contínuo simples. O procedimento foi sutura de pele.
realizado com os animais em decúbito Após todos os procedimentos, os
dorsal, sob anestesia geral. animais foram observados durante 24
Para realização dos horas para verificar presença e grau de
procedimentos os animais foram sangramento, estando os critérios
submetidos à jejum hídrico de seis e utilizados nesta avaliação descritos na
alimentar de 12 horas. Nos Tabela 1.
procedimentos realizados com os
animais em estação, a sedação ocorreu
por meio da administração intravenosa
de 0,05mg.kg-1 de cloridrato de
acepromazina, seguida de 1 mg/kg
xilazina 10% associada a 0,036 mg/kg
de butorfanol. Decorridos cinco minutos
da sedação, era realizada aplicação
intratesticular de ropivacaína 0,2%, num
volume de 20 mL por testículo, para Durante 28 dias após o
bloqueio local. procedimento, em todos os animais foi
Nas orquiectomias realizadas avaliado grau de edema prepucial,
com os cavalos em decúbito dorsal, a presença de infecção local,
medicação pré-anestésica foi realizada manifestação de claudicação, tempo de
com acepromazina 1% (0,05 mg/kg), por internamento ou qualquer outra
via intramuscular e 30 minutos após, era alteração física que o animal pudesse
administrado xilazina 10%, na dose de apresentar. As avaliações foram
0,5 mg/kg por via intravenosa. A realizadas de forma direta, até mesmo
indução ocorria pela administração nos animais que receberam alta antes
intravenosa de guaifenesina 5% de 28 dias.
(75mg/kg) associada ao propofol Neste estudo, para análise
(2mg/kg), a manutenção anestésica com estatística com comparação dos grupos,
isofluorano 1% e o bloqueio local com foi utilizada análise de variância One-

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way com comparação múltipla de Segundo os critérios pré-


Tukey. estabelecidos para avaliação do grau de
sangramento, todos os animais do
RESULTADOS E DISCUSSÃO grupo EMA apresentaram Grau 2 de
sangramento, todos os animais do
O tempo médio em minutos e o grupo BRA apresentaram Grau 1 e no
desvio padrão dos procedimentos grupo ING não foi observado
cirúrgicos foi de 16,3±2,5 no grupo sangramento pós-operatório em
EMA, 14,5±1,6 no grupo BRA e nenhum dos cavalos (Gráfico 2).
64,4±16,6 no grupo ING, como ilustrado
no Gráfico 1.

Num estudo em que os autores Sedrish et al. (2001) afirmam que


compararam o tempo cirúrgico há aumento na incidência de
necessário para realização de hemorragia pós-operatória nas
orquiectomias com a utilização de orquiectomias realizadas com
diferentes materiais na hemostasia emasculadores quando comparadas às
(abraçadeira de náilon, emasculador e realizadas com ligaduras. A experiência
categute), notou-se que, com a que tivemos com este estudo corrobora
utilização da braçadeira de náilon o com a afirmativa do autor, visto que os
tempo de procedimento é reduzido animais do grupo EMA apresentaram
(FRANÇA, 2005). grau de sangramento maior do que os
Sedrish et al. (2001), ao animais do grupo BRA. A hemorragia
realizarem 35 orquiectomias em cavalos pós-operatória é comum nos primeiros
criptorquidas, através do acesso 15 minutos e pode ser causada por
inguinal, obtiveram um tempo médio de utilização de emasculadores
procedimento de 35 minutos. O maior inapropriados ou por aplicação incorreta
tempo de realização dos procedimentos deste instrumento na castração,
neste trabalho, quando comparado ao necessitando em alguns casos de
tempo cirúrgico citado por Sedrish et al. reintervenção (SCHUMACHER, 1996).
(2001), pode estar relacionado à menor Neste trabalho o sangramento não
experiência dos alunos e residentes na perdurou por mais de 60 minutos, não
realização da orquiectomia. necessitando maior atenção ou
reintervenção cirúrgica.

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tempo para alta hospitalar

A presença de edema prepucial é esteroidal, independente da ocorrência


comum após orquiectomias, sendo mais ou ausência de edema. No entanto, nos
evidente no quarto ou quinto dia pós- animais que manifestaram aumento de
operatório e quando excessiva, pode volume pós-operatório, foram realizadas
acarretar em contaminação local duchas, compressas com gelo e
(SCHUMACHER, 1996). Exercícios caminhadas supervisionadas até a
controlados após o procedimento redução do volume.
cirúrgico podem ser realizados para Nos cavalos do grupo EMA a alta
diminuir o edema local (SEDRISH; hospitalar ocorreu em média 22,7±3,2
ACVS; LEONARD, 2001). Os grupos dias após o procedimento cirúrgico. Nos
EMA e BRA apresentaram grau de animais do grupo BRA ocorreu por volta
edema semelhante entre si e muito de 20,75±0,7 dias e no grupo ING esta
maior do que o observado no grupo ING média caiu para 10,7±4,5 dias (Gráfico
(Gráfico 3), no entanto não houve 4). Para proprietários de cavalos de
edema excessivo em nenhum animal esporte, o tempo de internamento é um
deste estudo. Segundo Dart et al. parâmetro importante no momento da
(1999), a castração em decúbito dorsal tomada de decisão em relação à técnica
é mais laboriosa do que a realizada em de castração (SOARES, 2009).
posição quadrupedal, porém, é menor a Segundo Dart et al. (1999), quando o
ocorrência de edema pós-operatório, e animal é castrado sob anestesia geral
quando este ocorre, é menos grave. com sutura da incisão cirúrgica o tempo
Sedrish et al. (2001) utilizaram no de recuperação é menor, podendo este
tratamento do edema pós-cirúrgico na voltar às atividades normais entre sete e
orquiectomia a associação de 10 dias depois do procedimento.
antibióticos de amplo espectro,
antinflamatórios não esteroidais, duchas
de água fria e aumento de exercícios.

Presença de secreção purulenta


na ferida cirúrgica, caracterizando
infecção local foi observada em dois
animais do grupo EMA e em três do
grupo BRA. No grupo ING não foi
Em todos os animais deste
observada presença de secreção em
estudo foi realizada administração pós-
nenhum dos cavalos operados.
operatória de antibióticos de amplo
Segundo Sedrish et al. (2001), a técnica
espectro e antinflamatório não
de orquiectomia com acesso inguinal e

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fechamento primário reduz a ocorrência quadrupedal e manutenção da túnica


de infecções incisionais. Nos animais aberta. Porém, não foram observadas
que apresentarem infecção pós- complicações pós-operatórias como
operatória sugere-se utilizar doses infecção, edema e hemorragia nos
elevadas de antibióticos, analgésicos e animais castrados com essa técnica,
antinflamatórios não esteroidais, bem diminuindo assim o tempo de internação
como remover as secreções e tecidos hospitalar.
necrosados do local, realizando limpeza
local (BRINSKO et al., 2003). REFERENCIAS
Outras complicações, que não ADAMS, S. B.; FESSLER, J. F. Atlas of
foram verificadas em nenhum dos equine surgery. 1. ed. [s.l.] Saunders,
animais deste estudo, também podem 2000.
ser encontradas no pós-operatório da
orquiectomia, como evisceração, AUER, J. A.; STICK, J. A. Reproductive
funiculite séptica, hidrocele, peritonite system. In: Equine Surgery. 3. ed. St.
(SCHUMACHER, 1996) e febre Louis, Missouri: Saunders, 2006. p. 775–
(SEDRISH; ACVS; LEONARD, 2001) 810.
Pode-se verificar nitidamente que BRINSKO, S. P. et al. Manual of equine
no grupo ING o tempo de procedimento reproduction. 3. ed. [s.l.] Elsevier -
cirúrgico foi muito maior do que nos Health Sciences Division, 2003.
grupos EMA e BRA. Em contrapartida,
nestes grupos houve sangramento e COLAHAN, P. T. et al. Equine medicine
presença de edema no pós-operatório, and surgery. 4. ed. Goleta: American
os quais não foram observados no Veterinary Publications, 1991.
grupo ING. O tempo de internamento FINGER, M. A. et al. Comparação de
dos cavalos do grupo EMA e BRA foi duas técnicas de orquiectomia em
mais que o dobro do tempo de equinos empregadas o ensino da técnica
internamento dos animais do grupo ING, cirúrgica veterinária. Archives of
ocasionando assim, um maior custo ao Veterinary Science, v. 16, p. 53–59,
proprietário e um maior desgaste ao 2011.
animal. Possivelmente, as complicações
cirúrgicas, a dor causada por elas e a FOSSUM, T. W. Small Animal Surgery.
necessidade de cicatrização por 4. ed. St. Louis, Missouri: Elsevier
segunda intenção elevaram o tempo de Mosby, 2013.
internamento dos animais nos grupos FRANÇA, R. O. Ovariectomia e
EMA e BRA. Sedrish et al. (2001), orquiectomia em equinos: uso da
sugerem que a técnica inguinal com abraçadeira de náilon na hemostasia
fechamento primário reduz as preventiva em comparação ao
complicações pós-operatórias, o que categute e emasculador. [s.l.]
condiz com o observado nos animais Universidade Federal de Goiás, 2005.
deste estudo.
SCHUMACHER, J. Complications of
castration. Equine Veterinary
CONCLUSÃO
Education, v. 8, n. 5, p. 254–259, 1996.
A orquiectomia bilateral realizada SEARLE, D. et al. Equine castration:
sob efeito de anestesia geral e com review of anatomy, approaches,
fechamento da túnica vaginal, demanda techniques and complications in normal,
um maior tempo cirúrgico quando cryptorchid and monorchid horses.
comparada às orquiectomias realizadas Australian veterinary journal, v. 77, n.
com os cavalos em posição 7, p. 428–434, 1999.

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tempo para alta hospitalar

SEDRISH, S. A.; ACVS, D.; LEONARD,


J. M. How to Perform a Primary Closure
Castration Using an Inguinal Incision.
Animals, v. 47, p. 423–425, 2001.
SOARES, A. S. P. Estudo de uma
técnica de castração de cavalos por
laparoscopia. [s.l.] Universidade
Técnica de Lisboa, 2009.
THOMAS, H. L. et al. Postcastration
eventration in 18 horses: the prognostic
indicators for long-term survival (1985-
1995). Canadian Veterinary Journal, v.
39, n. 12, p. 764–768, 1998.
THOMASSIAN, A. Enfermidades dos
Cavalos. 4. ed. São Paulo: Varela, 2005.

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