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Poder de Polícia
Poder de Polícia
Sentido amplo: toda restriçã o à liberdade individual, especialmente a imposta pelo Poder Legislativo;
Sentido estrito: polícia administrativa = poder da Administraçã o de restringir e condicionar a
liberdade e a propriedade, com fundamento na lei.
Constituição Federal
Art. 145. A Uniã o, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderã o instituir os seguintes tributos: (...)
II - taxas, em razã o do exercício do poder de polícia ou pela utilizaçã o, efetiva ou potencial, de serviços
pú blicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposiçã o;
É devida taxa pelo exercício do poder de polícia, desde que essa competência seja efetivamente exercida
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administraçã o pú blica que, limitando ou disciplinando
direito, interesse ou liberdade, regula a prá tica de ato ou abstençã o de fato, em razã o de interesse pú blico
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produçã o e do mercado, ao
exercício de atividades econô micas dependentes de concessã o ou autorizaçã o do Poder Pú blico, à
tranquilidade pú blica ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Pará grafo ú nico. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo ó rgã o
competente nos limites da lei aplicá vel, com observâ ncia do processo legal e, tratando-se de atividade que a
lei tenha como discricioná ria, sem abuso ou desvio de poder.
Ciclo de polícia
Art. 1º Prescreve em cinco anos a açã o punitiva da Administraçã o Pú blica Federal, direta e indireta, no
exercício do poder de polícia, objetivando apurar infraçã o à legislaçã o em vigor, contados da data da prá tica
do ato ou, no caso de infraçã o permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
§ 1º Incide a prescriçã o no procedimento administrativo paralisado por mais de três anos, pendente de
julgamento ou despacho, cujos autos serã o arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte
interessada, sem prejuízo da apuraçã o da responsabilidade funcional decorrente da paralisaçã o, se for o
caso.
§ 2º Quando o fato objeto da açã o punitiva da Administraçã o também constituir crime, a prescriçã o reger-
se-á pelo prazo previsto na lei penal.
RESP 772.347
5. Os ''pardais'' nã o aplicam multas, apenas fornecem elementos fá ticos para que o DETRAN lavre o auto e
imponha sançõ es quando comprovadas as infraçõ es.
6. Deveras consoante assente no direito administrativo: ''Figure-se, agora, a mesma central controladora de
semá foros, comandada por um computador e que vá promovendo o cambiar de luzes em funçã o de sinais de
radar indicadores dos níveis de congestionamento de trá fegos na regiã o. Quem estará efetuando as
sucessivas ordens de ''siga'' ou ''pare'', simbolizadas pela cor das luzes, é uma má quina; nã o um homem.
Aliá s, no futuro, certamente serã o comuns atos praticados por má quinas. Hoje mesmo já existem outros
casos além do indicado. Há ''parquímetros'' que expedem multas, uma vez excedido o prazo de
estacionamento. Têm-se nesses casos, portanto, demonstraçõ es de que pode haver atos administrativos que
nã o sã o produzidos por homens. Nã o se pode, de outro lado, falar em uma vontade da má quina que os
expede.'' (Celso Antô nio Bandeira de Mello in Curso de Direito Administrativo, 15ª ed., Malheiros Editores,
Sã o Paulo, 2002, pá g:341/342).
''A funçã o da polícia administrativa envolve o ''poder de império'' sobre a vontade individual, devendo ser
exercida por entidade com personalidade jurídica de direito pú blico (administraçã o direta – centralizada –
ou, se descentralizada, só se pode outorgá -la para uma autarquia).
Para tanto, pode ser necessá rio o uso de insumos – pessoal e equipamentos – privados, o que nã o se
confunde com transferência do exercício do poder de polícia para o particular, o que representa um dos
limites à desestatizaçã o.'' (Marcos Juruena Villela Souto, in Direito Administrativo Regulatório, 2ª ediçã o,
Editora Lumen Juris, Rio de Janeiro, 2005, pá g:73/74).
7. Recurso especial desprovido.
REsp 817534
Ementa
ADMINISTRATIVO. PODER DE POLÍCIA. TRÂ NSITO. SANÇÃ O PECUNIÁ RIA APLICADA POR SOCIEDADE DE
ECONOMIA MISTA. IMPOSSIBILIDADE.
1. Antes de adentrar o mérito da controvérsia, convém afastar a preliminar de conhecimento levantada pela
parte recorrida. Embora o fundamento da origem tenha sido a lei local, nã o há dú vidas que a tese
sustentada pelo recorrente em sede de especial (delegaçã o de poder de polícia) é retirada, quando o
assunto é trâ nsito, dos
dispositivos do Có digo de Trâ nsito Brasileiro arrolados pelo recorrente (arts. 21 e 24), na medida em que
estes artigos tratam da competência dos ó rgã os de trâ nsito. O enfrentamento da tese pela instâ ncia
ordiná ria também tem por conseqü ência o cumprimento do requisito do prequestionamento.
2. No que tange ao mérito, convém assinalar que, em sentido amplo, poder de polícia pode ser conceituado
como o dever estatal de limitar-se o exercício da propriedade e da liberdade em favor do interesse pú blico.
A controvérsia em debate é a possibilidade de exercício do poder de polícia por particulares (no caso,
aplicaçã o
de multas de trâ nsito por sociedade de economia mista).
3. As atividades que envolvem a consecuçã o do poder de polícia podem ser sumariamente divididas em
quatro grupo, a saber: (i) legislaçã o, (ii) consentimento, (iii) fiscalizaçã o e (iv) sançã o.
4. No â mbito da limitaçã o do exercício da propriedade e da liberdade no trâ nsito, esses grupos ficam bem
definidos: o CTB estabelece normas genéricas e abstratas para a obtençã o da Carteira Nacional de
Habilitaçã o (legislaçã o); a emissã o da carteira corporifica a vontade o Poder Pú blico (consentimento); a
Administraçã o instala equipamentos eletrô nicos para verificar se há respeito à velocidade estabelecida em
lei (fiscalizaçã o); e também a Administraçã o sanciona aquele que nã o guarda observâ ncia ao CTB (sançã o).
5. Somente o atos relativos ao consentimento e à fiscalizaçã o sã o delegá veis, pois aqueles referentes à
legislaçã o e à sançã o derivam do poder de coerçã o do Poder Pú blico.
6. No que tange aos atos de sançã o, o bom desenvolvimento por particulares estaria, inclusive,
comprometido pela busca do lucro - aplicaçã o de multas para aumentar a arrecadaçã o.
7. Recurso especial provido.
Repercussão
Ao propor o reconhecimento de repercussã o geral à matéria, o relator do ARE, ministro Luiz Fux, lembrou
que também o Plená rio do STF se manifestou sobre a possibilidade de delegaçã o de poder de polícia a
entidade privada. Segundo ele, no julgamento da Açã o Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 1717, relatada
pelo ministro Sydney Sanches (aposentado), a Corte concluiu pela impossibilidade de delegar a entidade
privada atividade típica de Estado, que abrange também o poder de polícia, o de tributar e de punir, no que
tange ao exercício de atividades profissionais.
O ministro Luiz Fux reportou-se, ainda, a liminar concedida pelo ministro Marco Aurélio na ADI 2310, em
que ele suspendeu a eficá cia de dispositivos da Lei 9.986 (que dispõ e sobre a gestã o de recursos humanos
das agências reguladoras), que previam o aproveitamento de servidores da Telebrá s, celetistas, pela
Agência Nacional de Telecomunicaçõ es (Anatel), uma autarquia especial de cará ter pú blico, cujos
servidores exercem funçõ es típicas de servidor pú blico e, portanto, sujeitos a concurso pú blico para sua
admissã o no ó rgã o.
Diante disso, o ministro Luiz Fux argumentou que a questã o constitucional colocada no ARE “ultrapassa os
interesses das partes, avultando-se relevante do ponto de vista econô mico, político, social e jurídico”.
Licenças e autorizações
Autorizaçã o
“Ato administrativo unilateral, discricioná rio e precá rio pelo qual a Administraçã o faculta ao particular o uso
privativo de bem pú blico, ou o desempenho de atividade material, ou a prá tica de ato que, sem esse
consentimento, seriam legalmente proibidos.” (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. Sã o
Paulo: Atlas, 2000, p. 211).
Licenças
“No caso da licença, há um direito preexistente, embora nã o exequível, à atividade ou ao uso do bem. O
consentimento administrativo se vincula à constataçã o de que as limitaçõ es opostas foram removidas, ou
seja, a conditio iuris para seu exercício, satisfeita.” (DFMN, Curso de direito administrativo, p. 399).
Licença Autorizaçã o
natureza declarató ria, vinculada e irrevogá vel / natureza constitutiva, discricioná ria e precá ria =>
definitiva (porém: pode ser anulada, em caso de pode ser revogada e anulada
vício)
Atençã o: o que importa é a natureza jurídica, nã o a denominaçã o do ato!