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2. Impedimentos dirimentes
Dirimentes dizem-se os impedimentos que determinam uma incapacidade
matrimonial susceptível de afectar a validade do casamento.
3. Impedimentos impedientes
Os impedimentos impedientes, ou simplesmente impedientes, são os obstáculos
legais que afectam a capacidade dos nubentes mas não em termos susceptíveis de determinar
a anulabilidade do casamento.
a) Prazo internupcial
Nos termos da lei, mais especificamente nos termos dos Arts. 34 da LF e 169 do CRC,
este impedimento verifica-se no período que deverá decorrer entre a dissolução de um
casamento e a celebração de novo casamento pelo cônjuge ou cônjuges em relação aos quais
a dissolução se verificou.
Esta regra não se funda em razões de convivência, uma espécie de luto legal, mas têm
sim o objectivo de garantir que não há incerteza sobre o verdadeiro pai da criança que pode vir
a nascer após o divórcio.
O prazo internupcial é de 6 meses, cessando nos casos previstos no n.º 3 do Art. 35 da
LF. A sanção prevista para a violação deste preceito legal encontra-se no Art. 78 da LF,
perdendo, a pessoa que contrair o novo casamento, todos os bens que tenha recebido do
primeiro cônjuge por doação ou sucessão.
b) Parentesco até o 4º grau da linha colateral
O parentesco no 4º grau da linha colateral, nos termos do Art. 34 da LF, constitui
apenas um impedimento impediente. A ressalva do legislador é que este impedimento só será
considerado se os vínculos de filiação em que se baseia estiverem legalmente reconhecidos.
Pretende-se aqui evitar casamentos entre parentes muito próximos, considerando em
particular o tipo de família que se mostra mais presente na realidade moçambicana. Apesar
de tudo, este impedimento é susceptível de dispensa, havendo motivos ponderosos,
conforme o formulado no nº 2 e 3 do Art. 39 da LF.
Caso seja efectuado sem dispensa terá como sanção o previsto no n.º 2 do Art 78 da
LF.
c) O vínculo de tutela, curatela ou administração legal de bens
Este impedimento, nos termos do Art. 34 da LF, constitui um simples obstáculo
temporário à celebração do casamento entre os respectivos sujeitos.
O vínculo de tutela, curatela ou administração legal de bens impede o casamento do
incapaz com o tutor, curador ou administrador ou dos parentes ou afins na linha recta, irmãos,
cunhados ou sobrinhos destes, enquanto não tiver decorrido um ano sobre o termo de
incapacidade e não estiverem aprovadas as respectivas contas, se houver lugar a elas.
Pretende evitar que o representante exerça alguma influência sobre o representado,
resultante do temor reverencial e evitar que através deste acto se sanem as irregularidades
nas contas.
Este impedimento é insusceptível de dispensa antes de as contas estarem aprovadas
(alínea c) do n.º 1 do Art. 38). Caso seja efectuado sem respeito pelas medidas estabelecidas
terá como sanção o previsto no n.º 2 do Art 78 da LF.
d) Vínculo que liga o acolhido aos cônjuges ou companheiros da família de acolhimento
Este vínculo, nos termos do Art. 34 da LF determina que a criança seja tratada como
filho, ressalvadas as especificidades quanto a ligação com a família biológica. Nesse caso faz
todo o sentido que exista por parte do legislador alguma protecção, pois poderíamos ter
situações próximas das que resultam do casamento entre pais e filhos.
Mesmo assim, o legislador colocou-o como um impedimento susceptível de dispensa,
havendo motivos ponderosos, conforme o formulado no nº 2 e 3 do Art. 39 da LF.
O desrespeito as medidas protectoras estabelecidas dará lugar à sanção prevista no
n.º 2 do Art 78 da LF.
e) Pronúncia do nubente pelo crime de homicídio doloso, ainda que não consumado, contra
cônjuge ou companheiro do outro, enquanto não houver despronúncia ou absolvição por
decisão transitada em julgado
Para haver impedimento dirimente, de acordo com a alínea e) do Art. 32 da LF tem de
haver condenação, não bastando a simples pronúncia por, embora seja uma situação em que
haja embora indícios sérios, ainda não houve condenação. Diverge do previsto no
impedimento dirimente por se referir a fases diferentes do processo judicial.
Este impedimento não é susceptível de dispensa, visto que podem resultar duas
soluções distintas, despronuncia ou absolvição, podendo este casar ou condenação, situação
em que ser torna um impedimento dirimente relativo conforme previsto pela alínea d) do Art.
32 da LF.
f) A oposição dos pais ou do tutor do nubente menor
Nos termos do Art. 39 da LF o impedimento existe quando não há a autorização dos
pais ou tutores, para os casamentos de menores de 18 anos.
Esta autorização pode ser suprida judicialmente, quando o Tribunal julgue a oposição
injustificada. Casado em respeito pelas regras do LF este é emancipado, logo adquire todos os
direitos e deveres de um maior, mas caso se case irregularmente, este é considerado
emancipado, mas com limitações quanto à administração e disposição dos seus bens (Art. 77
da LF).