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Auditoria Interna Operacional

AUDITORIA INTERNA OPERACIONAL -


TEORIA E PRÁTICA PARA EXECUÇÃO
EFICAZ

Autor: Ibraim Lisboa

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Auditoria Interna Operacional

AUDITORIA INTERNA OPERACIONAL - TEORIA E PRÁTICA


PARA EXECUÇÃO EFICAZ©

Autor: Ibraim Lisboa

Distribuição: Portal de Auditoria (www.portaldeauditoria.com.br) e Maph


Editora (www.maph.com.br) todos os direitos reservados.

 Atenção: esta obra é atualizável. Recomendamos baixá-la periodicamente em seu


computador, utilizando os mesmos dados de acesso ao site, no endereço
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SUMÁRIO: (clique no título para acessar o tema desejado)

APRESENTAÇÃO

1- INTRODUÇÃO

1.1 Diferenças Básicas entre Auditoria Contábil e Auditoria Operacional


1.2 Auditoria Externa
1.3 Auditoria Interna
1.4 Auditoria Operacional

2- OBJETIVOS E FINALIDADES DA AUDITORIA OPERACIONAL

2.1 Eficiência
2.2 Economicidade
2.3 Eficácia

3- MODALIDADES DE AUDITORIA INTERNA OPERACIONAL

3.1 Auditoria de Gestão


3.2 Auditoria Especial
3.3 Auditoria de Logística
3.4 Auditoria de Riscos
3.5 Auditoria de Sistemas

4- FUNÇÕES BÁSICAS DA AUDITORIA OPERACIONAL

4.1 Verificação da Estrutura Organizacional


4.2 Verificação de Rotinas e Procedimentos Operacionais
4.3 Análise das Atividades Empresariais
4.4 Análise dos Resultados Operacionais

5- PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA OPERACIONAL

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6- TÉCNICAS UTLIZADAS NA AUDITORIA OPERACIONAL

6.1 Inspeção Física


6.2 Contagem Física
6.3 Técnicas de Fluxograma
6.4 Exame e Obtenção de Comprovantes Autênticos
6.5 Confirmações por meio de Circularizações
6.6 Critérios de Avaliação e Exame de sua Conformidade com as Políticas e Metas
Estabelecidas

7- CONCEITOS, CLASSIFICAÇÃO, AMBIENTES E SISTEMAS DE CONTROLE


INTERNO

7.1 Classificação do Controle Interno


7.2 Ambiente do Controle Interno
7.3 Princípios Básicos do Controle Interno
7.4 Avaliação dos Controles Internos
7.5 Controle Interno Segundo o COSO (Committe of Sponsoring Organizations

8- NATUREZA E VANTAGENS DA APLICAÇÃO DA AUDITORIA OPERACIONAL

8.1 Processos da Auditoria Operacional


8.2 Análise da Afirmação
8.3 Aspectos Administrativos e de Controle da Auditoria Operacional
8.4 Vantagens para a Administração da Empresa
8.5 Vantagens para os Investidores
8.6 Vantagens para o Fisco
8.7 Relevância da Auditoria Operacional
8.8 Riscos da Auditoria Operacional

9-TÉCNICAS E EXECUÇÃO DE AUDITORIA OPERACIONAL

9.1 Exame Físico de Documentos


9.2 Contagens Físicas
9.3 Comparação e Análise de Registros
9.4 Conferência de Cálculos
9.5 Investigação Minuciosa
9.6 Entrevistas com as Áreas Auditadas
9.7 Utilização de Questionários
9.8 Inquéritos
9.9 Utilização da Circularização
9.10 Ponto de Controle
9.11 Amostragem
9.12 Confidencialidade de Informações
9.13 Verificação In Loco
9.14 Supervisão do Planejamento

10- DIAGNÓSTICO DA AUDITORIA OPERACIONAL

10.1 Como Estruturar o Diagnóstico

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11- DOCUMENTAÇÃO DA AUDITORIA OPERACIONAL

12- RELATÓRIOS DE AUDITORIA OPERACIONAL

12.1 Tipos de Relatórios


12.2 Dicas Práticas para Elaboração de Relatórios

13- EXEMPLOS DE RELATÓRIOS DE AUDITORIA INTERNA OPERACIONAL

14-ANEXO: Normas Internacionais para o Exercício da Auditoria Interna

15-COMENTÁRIOS FINAIS PARA REFLEXÃO: Por que Tenho Medo de ser Auditado?

GLOSSÁRIO

NORMAS PARA O EXERCÍCIO DE AUDITORIA INTERNA

CÓDIGO DE ÉTICA

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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AUDITORIA INTERNA OPERACIONAL - Teoria e Prática para Execução Eficaz

APRESENTAÇÃO

O exercício da auditoria operacional implica em mudança de atitude do auditor interno que a


pratica. Já não é mais a revisão e análise fria de números de alguns estados financeiros, nem
avaliar o comportamento e desempenho da administração. A atitude, agora, é mais ampla e
compreende um estudo profundo e da própria vida, sobrevivência e o desenvolvimento da
entidade para qual presta seus serviços.

O auditor operacional não procura respostas convincentes para justificar um bom ou mau
resultado no trabalho que realizou. Sua abordagem será sempre fazer perguntas, inteligentes
procurando respostas inteligentes. A ação do auditor operacional adotará um enfoque
socrático na busca da verdade, cuja resposta é infinita. Aplicando esse método, o auditor
induzirá o entrevistado a explicar os resultados da sua ação com o objetivo de melhorar e
implementar sua área operacional. O diálogo como uma forma de comunicação aberta e
franca dará ao auditor as repostas esperadas. Em tese, é preciso saber utilizar e aplicar esse
modelo de abordagem na avaliação de respostas obtidas, como por exemplo: Porque foram
esses os resultados? Porque não podem melhorar os resultados? Porque razão não otimizar a
utilização de recursos? Porque os funcionários não têm uma atitude positiva e decisiva?
Porque são obtidas justificativas em vez de propostas proativas? Porque há desperdícios,
negligência e apatia? Porque não somos melhores? Por que...?

Por outro lado, a auditoria operacional é um grande desafio para a capacidade e qualidade
profissional dos auditores internos. Para um bom desempenho desta especialidade é
necessário que haja treinamento continuado reforçando o aprendizado sobre outras
disciplinas, por exemplo: engenharia industrial para rever os custos, comercialização,
produção para rever as vendas, as relações de trabalho para a revisão da administração de
recursos humanos, etc. O desafio é infinito, tanto quanto a vontade de vencer e prestar melhor
serviço a entidade para qual trabalha.

A auditoria interna operacional pode realizar trabalhos de forma compartilhada com


profissionais de outras áreas, situação em que a equipe deverá fazer a divisão de tarefas
segundo a habilitação técnica e legal dos seus participantes.

A autoridade da auditoria operacional deverá residir na sua capacitação técnica, no


conhecimento e na habilidade de relacionamento interpessoal, formando um conjunto
harmônico capaz de desempenhar suas atividades profissionais a contento.

A auditoria operacional deve provocar melhorias. Para tal seus componentes precisam estar
bem treinados, atualizados com o que se passa dentro e fora da entidade, capacitados para
indicar aos gestores ações alternativas que otimizem a utilização dos recursos da entidade.

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Otimizar resultados da entidade, significa utilizar de forma eficiente os recursos


humanos e materiais da entidade, visando o alcançar os objetivos estabelecidos no
planejamento estratégico.
A presente obra aborda de forma ampla e objetiva os conceitos, práticas, técnicas
fundamentais, metodologias e princípios para a execução da Auditoria Interna Operacional.

Dirigida a auditores, contabilistas, controllers, empresários, consultores e demais profissionais


interessados em obter conhecimentos das atividades da Auditoria Interna Operacional, bem
como empresas em fase de implementação ou criação desta área.

Sobre o Autor

IBRAIM LISBOA é Administrador de Empresas, Auditor, Contabilista, Perito, Pós-


Graduado em Direito Empresarial e em Administração e Finanças, Mestre em Marketing,
Consultor em Gestão Empresarial com mais de 30 anos de experiência em Auditoria, Perícias,
Prevenção de Riscos Empresariais e Investigação de Fraudes Corporativas.

Ministra Cursos e Palestras nas áreas de Segurança Patrimonial e Corporativa, Auditoria,


Prevenção de Fraudes Corporativas e Riscos Empresariais, Redução de Riscos e Custos com
Passivo Trabalhista, Desenvolvimento e Gestão de Atividades Terceirizadas pelo Portal de
Auditoria.

Forte atuação em Treinamentos Empresariais realizados em todo o Brasil.

Autor das obras eletrônicas (E-book) “Manual de Auditoria Interna - Conceitos e Práticas para
Implementar a Auditoria Interna” e, “Como Formar uma Equipe de Auditores Internos -
Aspectos Técnicos e Comportamentais para a Formação Básica do Profissional de Auditoria
Interna” – Portal de Auditoria (WWW.portaldeauditoria.com.br) - Maph Editora Ltda
(WWW.maph.com.br) - Curitiba-PR.

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1. INTRODUÇÃO

1.1 Diferenças Básicas entre Auditoria Contábil e Auditoria Operacional

A auditoria possui uma evolução histórica baseada na necessidade da verificação do patrimônio


de entidades, pessoas e riquezas. Diversos períodos da historia contribuíram para o
desenvolvimento do que conhecemos por auditoria. As entidades, nos dias atuais, por
determinação legal, necessitam e têm o dever de prestar contas de sua gestão administrativa e
financeira à sociedade. Possuem também a obrigação de prestar contas ao governo e a outros
interessados no resultado apurado, como colaboradores, clientes e fornecedores, diante do papel
social que as organizações possuem.

Auditoria é uma das técnicas da contabilidade utilizada para mensurar por meio de estudo e
avaliação a adequação e a confiabilidade dos registros e das demonstrações contábeis. Consiste
em exame de documentos, livros, registros e inspeções.

Obtenção de informações e confirmações internas e externas, obedecendo às normas apropriadas


de procedimento. O objetivo da auditoria é verificar a adequação da situação patrimonial com
observância de critérios estabelecidos e uniformes para permitir a emissão de parecer sobre a
situação da entidade, assessorá-la em todos os seus setores e atividades, utilizando informações
obtidas em seus controles internos e contábeis para auxiliar a administração em sua conduta para
tomada de decisão.

Conforme Franco e Marra (1992, p. 22), auditoria pode ser definida como: A técnica contábil
que – através de procedimentos específicos que lhe são peculiares, aplicados no exame de
registros e documentos, inspeções, e na obtenção de informações e confirmações, relacionadas
com o controle do patrimônio de uma entidade – objetiva obter elementos de convicção que
permitam julgar se os registros contábeis foram efetuados de acordo com princípios
fundamentais e normas de Contabilidade e se as demonstrações contábeis deles decorrentes
refletem adequadamente a situação econômico-financeira do patrimônio, os resultados do
período administrativo examinado e as demais situações nelas demonstradas.

Auditoria, em linhas gerais, é a atividade de verificação dos diversos procedimentos que


envolvem as atividades, realizada por um especialista da área, que analisa o objeto ou
entidade no que diz respeito a sua eficácia no desenvolvimento e cumprimento de sua
atividade e desempenho, utilizando as evidências, a relevância e os riscos em seus diversos
aspectos para, de forma independente, expressar uma opinião

Para Herzmann (2009, p. 29), a auditoria “pode ser entendida como o estudo e a avaliação das
transações. Procedimentos, operações do dia-a-dia das entidades, com o objetivo de emitir sua
opinião”. Desta forma, com podemos observar, há vários conceitos que definem auditoria e, para
ficar ainda mais claro, vamos detalhar o que é auditoria externa e auditoria interna.

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1.2 Auditoria Externa

Como se pode observar, a auditoria é uma técnica autônoma entre as técnicas das Ciências
Contábeis. A auditoria externa ou auditoria independente, como também é conhecida, surgiu
como parte da evolução do sistema capitalista. Diante do crescimento das empresas, que no
início pertenciam a grupos familiares, ocorreu a necessidade de ampliar as instalações fabris e
administrativas. Houve também, consequentemente, o desenvolvimento tecnológico e o
aprimoramento dos controles e procedimentos internos, principalmente visando à diminuição de
custos, em função da concorrência e da competitividade, para se manter no mercado. Assim, para
acompanhar todas essas mudanças, houve a necessidade de empregar enormes recursos nessas
operações, fazendo com que as empresas tivessem de captar recursos com terceiros, na forma de
empréstimos bancários de longo prazo, ou abrindo seu capital social para novos sócios e
acionistas. Nesse sentido, os agentes bancários ou novos sócios, acionistas e “futuros
investidores”, precisavam conhecer a posição patrimonial e financeira e a capacidade de gerar
lucros das empresas. Havia, então, a necessidade de fornecer diversas informações para que o
investidor pudesse avaliar com segurança a liquidez e a rentabilidade de seu investimento.

Para Almeida (2008, p. 26), como consequência: As demonstrações contábeis passaram a ter
importância muito grande para os futuros aplicadores de recursos. Como medida de segurança
contra a possibilidade de manipulação de informações, os futuros investidores passaram a exigir
que essas demonstrações fossem examinadas por um profissional independente da empresa e de
reconhecida capacidade técnica.

Sendo assim, o trabalho de verificação da situação patrimonial e financeira das empresas passou
a ser realizado por um profissional independente, especializado em técnicas de auditoria, com
profundos conhecimentos de contabilidade e, sobretudo, das atividades das empresas.

Depois de aplicar testes de observância de acordo com a relevância de cada item a ser
considerado, o auditor emite sua opinião sobre a situação patrimonial e financeira das empresas.
Esta é a auditoria externa ou auditoria independente.

1.3 Auditoria Interna

Com a expansão das atividades e dos processos, sentiu-se a necessidade de dar maior ênfase
às normas ou aos procedimentos internos, diante do fato de que, de acordo com o crescimento
das organizações, o administrador, ou proprietário da empresa, não poderia supervisionar
pessoalmente todas as etapas das diversas atividades de seu negócio.O auditor externo ou
independente, de acordo com a sua opinião, por meio de seu parecer sobre as demonstrações
contábeis, passou a emitir um relatório-comentário, no qual apresentava sugestões para
solucionar os problemas da empresa, detectados no curso normal de seu trabalho de auditoria.
Porém, o auditor externo ou independente, de acordo com a sua forma contratual de atuar,
passava pouco tempo em suas visitas na empresa.Desta forma, para atender a necessidade da
administração das empresas seria necessário um auditor mais permanente, que pudesse
executar sua atividade com maior grau de profundidade, conhecendo melhor as diversas

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atividades da empresa que estão relacionadas com a contabilidade (controles internos,


administração de estoques, administração de pessoal e administração dos processos, entre
outros).

Attie (2006, p. 52) explica que: A importância que a auditoria interna tem em suas atividades
de trabalho serve para a administração como meio de identificação de que todos os
procedimentos internos e políticas definidas pela companhia, os sistemas contábeis e de
controles internos estão sendo efetivamente seguidos, e todas as transações realizadas estão
refletidas contabilmente em concordância com os critérios previamente definidos.

Nesse sentido, surgiu a auditoria interna, como uma ramificação da auditoria externa ou
independente. O auditor interno é um funcionário da empresa, e dentro da organização ele não
deve estar subordinado àqueles cujo trabalho examina. O auditor interno também não deve
desenvolver atividades que possa vir um dia a examinar, para que não interfira em sua
independência.

A Auditoria Interna, colocada dessa forma, em nível recomendável para efeito do bom
controle Interno, ficaria situada da seguinte forma em uma estrutura organizacional:

O organograma apresentado não é a única forma em que um departamento de auditoria


interna pode se apresentar na estrutura. Poderia ainda haver uma ramificação do departamento
de auditoria interna em cada diretoria, em função do tamanho e da dimensão de cada
departamento. Também devemos considerar empresas e sociedades que formam uma holding.
Nesse caso, apenas a administração da empresa investidora ou controladora possui
departamento de auditoria interna nas sociedades controladas e coligadas.

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Tanto a auditoria externa quanto a interna utilizam os mesmos procedimentos de auditoria,


quando cabíveis, baseados no ponto de controle interno identificado e de acordo com o grau
de extensão das atividades aplicadas. A auditoria externa muitas vezes utiliza os trabalhos da
auditoria interna para emitir sua conclusão sobre a opinião, de acordo com os trabalhos
desenvolvidos.Resumidamente, veja as principais diferenças entre auditoria externa e interna
no quadro a seguir.

Apesar da auditoria externa e auditoria interna aplicarem procedimentos semelhantes em suas


atividades, elas são diferentes e se identificam de acordo com a extensão de seus trabalhos e pela
independência da auditoria quando externa para formar opinião sem interferência da empresa.

1.4 Auditoria Operacional

A Auditoria Operacional é uma atividade especializada exercida nas empresas, que compreende
o levantamento de dados e análise da produtividade e a rentabilidade das empresas; custos das
operações, do equilíbrio e do crescimento estrutural e patrimonial da empresa, incluindo a
situação financeira e a viabilidade econômico financeira dos projetos de ampliação dos negócios.

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Segundo Araújo (1998,p.35), a auditoria operacional consiste em revisões sistemáticas de


programas, organizações, atividades ou segmentos operacionais dos setores públicos e privados,
com a finalidade de avaliar e comunicar se os recursos da organização estão sendo usados
eficientemente, bem como se estão sendo alcançados os objetivos operacionais.Dai, entende-se
que a Auditoria Operacional é o processo de avaliação do desempenho real, em confronto com o
esperado, o que leva, inevitavelmente, à apresentação de recomendações destinadas a melhorar o
desempenho e a aumentar o êxito dos negócios empresariais.

Outros especialistas conceituam também a Auditoria Operacional como Auditoria de Gestão,


Auditoria de Otimização de Recursos, Auditoria de Resultados, por esta representar o exame
dos três “Es”: Economicidade, Eficácia e Eficiência.

Independente da classificação utilizada, a Auditoria Operacional, por compreender o exame da


estrutura da organização, dos sistemas de controle, dos meios operacionais e do uso dos recursos
físicos e humanos, tem por fim auxiliar a gerência a estabelecer a adequada gestão dos processos
operacionais das empresas.

A auditoria operacional pode ser desenvolvida tanto pela auditoria externa ou pela auditoria
interna, mas, por ser necessária uma aplicação de caráter permanente, aplica-se mais ao perfil
de auditoria interna.

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2. OBJETIVOS, FINALIDADES DA AUDITORIA OPERACIONAL

O objetivo geral da auditoria operacional com o staff da administração é assessorar no


desempenho de suas funções e responsabilidades, de acordo com o planejamento e com o
programa de trabalho, avaliando se a organização, o departamento, as atividades, os sistemas,
os controles, as funções ou as operações estão atingindo os objetivos da empresa ou da
organização.Também é preciso considerar como premissa a busca dos três “Es”, sendo eles:.

2.1 Eficiência: é a relação entre a obtenção de níveis máximos de produção com o mínimo de
recursos possíveis, tendo em conta a quantidade e qualidade apropriada e os recursos
utilizados para produzi-los ou atingi-los; menor custo, maior velocidade, melhor qualidade.

2.2 Economicidade: é a utilização ótima dos recursos humanos, materiais e financeiros,


considerando a relação custo/benefício. É a parte da gerência das virtudes de poupança e da
boa economia doméstica.

2.3 Eficácia: são os resultados obtidos que estão de acordo com os objetivos propostos pela
empresa ou organização, conforme as políticas estabelecidas, as metas operativas e outros
resultados e efeitos previstos.
Jung Jung (2006, p. 114) escreve que esse objetivo geral pode ser desdobrado em diversos
outros objetivos específicos, dentro do mesmo escopo, como, por exemplo:.
 Avaliação dos controles gerenciais internos quanto à sua adequação e eficácia;
 Identificação de falhas e irregularidades no ciclo operacional;
 Validação do desempenho do setor auditado e do seu ciclo operacional;
 Aderência das ações operacionais administrativas às políticas, aos planos e às
diretrizes;
 Verificação das causas de ineficiência ou desperdícios.

Desta forma, podemos observar que o objetivo da auditoria operacional é dar subsídios para
todos os membros da administração, com o intuito de fazer melhorar a gestão na busca da
eficiência por meio da economicidade para atingir a eficácia.

A auditoria operacional caracteriza-se pela aplicação da avaliação operacional na empresa ou


na organização em que é implantada. Cada empresa ou organização possui necessidades
próprias e, sendo assim, é aplicado e desenvolvido um programa para a avaliação dos
controles internos de acordo com os processos, a carteira de clientes e fornecedores, os
projetos, as atividades segmentadas ou não, o sistema, os departamentos e as operações. A
auditoria operacional tem como característica utilizar a avaliação da gestão nos diversos
níveis hierárquicos de cada área, de acordo com o programa e também de acordo com a
extensão de exames tais como:.

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 Planejamento estratégico, políticas, planos e metas;


 Estrutura funcional, instalações, produção, processos etc.;
 Métodos e rotinas das atividades desenvolvidas de acordo com o planejamento;
 Controles internos e controles administrativos e gerenciais;
 Aproveitamento dos recursos, perdas prováveis e improváveis;
 Resultados alcançados;
 Verificação quanto à utilização e aplicação de normas, leis, regulamentação e
normatização aplicadas à atividade.

Para tanto, todas estas etapas que caracterizam a Auditoria Operacional (realizada de acordo
com o programa adequado às atividades da empresa/organização) visam à verificação das
atividades e processos na busca constante do aperfeiçoamento dos controles, da
racionalização dos processos e do aprimoramento da gestão administrativa e gerencial, de
forma a influenciar na tomada de decisões.

Para tanto, todas estas etapas que caracterizam a Auditoria Operacional (realizada de acordo
com o programa adequado às atividades da empresa/organização) visam à verificação das
atividades e processos na busca constante do aperfeiçoamento dos controles, da
racionalização dos processos e do aprimoramento da gestão administrativa e gerencial, de
forma a influenciar na tomada de decisões.

A finalidade da auditoria operacional é aplicar exames nos diversos setores a serem avaliados,
para observar se a empresa ou a organização desenvolve suas atividades adequadamente. A
auditoria operacional deve seguir o planejamento sobre as atividades e operações da empresa
ou organização, de acordo com a extensão dos exames a serem aplicados de forma ampla e
analítica. Jung (2006, p. 114), tendo em vista a finalidade da auditoria operacional, cita o
seguinte exemplo: Ao examinar a compra de 100 microcomputadores, o “auditor interno”
terá atingido os objetivos de sua tarefa, se verificar que a compra foi autorizada pela
autoridade competente; se foi realizado processo licitatório adequado; se os
microcomputadores foram pedidos e recebidos de forma correta; se a fatura do fornecedor foi
calculada corretamente; o eventual desconto também deduzido e o pagamento foi feito por
meio de cheque nominativo ao fornecedor e contabilizados corretamente.

Como se podem observar, as atividades da auditoria operacional vão além dos objetivos do
que as tarefas incluem. A auditoria operacional inclui, também, a verificação da necessidade
real de 100 microcomputadores e se os microcomputadores atendem às especificações e aos
fins a que estão propostos, de acordo com as necessidades especificadas pela empresa.Ao
observar o exemplo dos microcomputadores, podemos compreender que a finalidade da
auditoria operacional é seguir normalmente o planejamento ou plano de trabalho, que pode ser
considerado controle formal. Porém, as atividades no dia a dia da auditoria operacional
ultrapassam o controle formal e chegam até o que podemos qualificar como controle
essencial.

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A auditoria operacional vai além do que se propõe para certificar-se de que todos os cuidados
tenham sido tomados e que as pessoas envolvidas no processo realizaram corretamente sua
função

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3. MODALIDADES DE AUDITORIA INTERNA OPERACIONAL

Depois de vermos sobre os conceitos de auditoria e ver as diferenças entre auditoria externa e
auditoria interna, chegamos ao enquadramento do que é Auditoria operacional, suas
características, assim como suas finalidades e objetivos. Entretanto, precisamos entender que
as diversas nomenclaturas que vamos mencionar a seguir são modalidades de auditorias que
podemos caracterizar de acordo com a atividade desenvolvida pela Auditoria operacional.
Vejamos a seguir.

3.1 Auditoria de Gestão: auditoria que objetiva emitir opinião com vistas a certificar a
regularidade das contas, verificar a execução de contratos, acordos, convênios ou ajustes e a
probidade na aplicação dos recursos e na guarda e zelo dos valores e do patrimônio das
empresas ou organizações.

3.2 Auditoria Especial: tem o objetivo de examinar fatos ou situações que não estejam
atendendo aos objetivos das empresas ou organizações. Normalmente, é realizada a partir de
fatos relevantes, de natureza incomum ou extraordinário, sendo realizada para atender
determinação expressa de autoridade competente, administração, sócios e acionistas, entre
outros.

3.3 Auditoria de Logística: auditoria que atua na estrutura de logística da empresa ou


organização, com a verificação do gerenciamento do portfólio das atividades que compõem o
negócio, clientes, fornecedores, processos, marketing etc.

3.4 Auditoria de Riscos: as auditorias de riscos são realizadas em função dos riscos que as
empresas e organizações possuem e de acordo com os fatos significativos que podem criar
uma situação de impossibilidade para consecução dos objetivos de negócios estabelecidos.

3.5 Auditoria de Sistemas: faz-se necessária nos dias atuais, com a consolidação do
departamento de T.I. (tecnologia e informação) nas estruturas organizacionais, que de forma
integrada estão presentes em todas as organizações, e deve levar em conta a observância e a
avaliação da segurança, da vulnerabilidade, do controle e do back-up.Enfim, todas as formas
de auditoria que estejam ligadas à atividade das empresas e organizações, seja o nome que
estiver sendo utilizado, podem ser consideradas uma auditoria operacional, se estiver
enquadrada nas características, finalidades e nos objetivos apresentados nesta unidade.

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4- FUNÇÕES BÁSICAS DA AUDITORIA OPERACIONAL

A Função básica da auditoria operacional é elaborar diagnósticos que permitam visualizar e


avaliar a situação da empresa ou organização auditada de acordo com o desempenho relativo ao
funcionamento e desenvolvimento das atividades e à utilização dos recursos e meios da maneira
mais eficiente, com economicidade para atingir a eficácia.

Ainda podemos considerar como funções complementares da auditoria operacional as que


seguem.

4.1 Verificação da estrutura organizacional (departamentos, divisões, estrutura, funções) e a


delegação de responsabilidades (hierarquia funcional) de acordo com o plano de controles da
administração, que abrange todos os setores e atividades do negócio da empresa ou
organização.

4.2 Verificação, de acordo com as diversas atividades e rotinas, dos mais variados setores e
departamentos ou divisões da empresa ou organização e do cumprimento dos procedimentos
previamente estabelecidos pela administração e gerência.

4.3 Análise, de acordo com os acontecimentos das diversas atividades, dos vários relatórios e
registros sobre as operações, considerando se tais relatórios são reais, úteis e apresentam
informações completas e atualizadas.

4.4 Acompanhamento das atividades, analisando os padrões de acordo com o desempenho,


resumindo a análise de desempenho quanto ao provimento de uma base efetiva para uma
avaliação adequada dos resultados operacionais alcançados.De acordo com Gil (2000, p. 13),
a auditoria é exercida segundo dois focos, que devem ser considerados:

a) presente/passado: Auditoria Operacional com enfoque em controles, que é a


revisão/avaliação/emissão de opinião de processos e resultados exercidos em linhas de
negócios/ produtos/ serviços no horizonte temporal passado/ presente;
b) presente/futuro: Auditoria Operacional com enfoque em riscos.

Toda análise, verificação e todo acompanhamento das atividades precisam estar de acordo com o
que a empresa ou organização pretende com o trabalho a ser desenvolvido, mesmo considerando
as questões “presente/passado e presente/futuro”. Lembre-se que o passado das organizações é o
melhor parâmetro para aferir qualquer medição, medida ou definição de novas metas de acordo
com a capacidade instalada e de pessoal.

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5- PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA OPERACIONAL

A auditoria operacional é executada diferentemente das auditorias tradicionais, que, na maioria


dos casos, é auditoria sobre as demonstrações contábeis. A auditoria operacional exige
profissional qualificado nos aspectos administrativos, pois trata-se da aplicação de conhecimento
prático da estrutura organizacional e do negócio em que está sendo executado o trabalho.

O Auditor operacional necessita também de conhecimento e de técnicas sobre os controles


operacionais existentes nos departamentos, divisão ou setor da empresa ou organização.

Considera-se ainda que, além da utilização dos procedimentos e técnicas de uma auditoria
contábil e financeira, uma auditoria operacional precisa examinar os controles sobre as
operações ou controles operacionais, a gestão como um todo da organização e as estratégias,
de acordo com o planejamento da empresa ou organização, para poder avaliar a situação e
recomendar melhorias para atender esses planejamentos, controles e metas previstos
anteriormente.

O quadro abaixo apresenta um modelo ilustrativo com os procedimentos de uma auditoria


operacional.

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Conforme os procedimentos listados no quadro acima, devemos considerar que, além dos
apresentados aqui, é possível que haja outros necessários para a realização da auditoria
operacional. Entre eles citamos os seguintes:

a) Avaliar se os objetivos de um programa proposto são apropriados, convenientes, relevantes


e adequados.
b) Determinar um padrão de acordo com o programa estabelecido e os resultados alcançados e
desejados.
c) Considerar e avaliar a eficácia do programa aplicado.
d) Identificar os fatores inibidores de um desempenho satisfatório.
e) Verificar se o planejamento dos trabalhos pela administração considerou todas as
possibilidades do alcance do programa, que poderiam levar a condução dos trabalhos a obter
melhor resultado com maior eficiência.
f) Verificar se o programa segue uma ordem lógica e complementa ou entra em conflito com
os programas relacionados com o trabalho.
g) Recomendar medidas para melhorar e eficácia e a execução dos programas em próximos
trabalhos.
h) Considerar as leis, normas e regulamentações existentes de acordo com os programas
aplicados.
i) Avaliar os controles administrativos com observância quanto a qualidade e eficácia.
j) De acordo com o cumprimento dos programas, preparar os relatórios correspondentes.
k) Supervisionar a execução dos trabalhos de acordo com os programas, verificar se a equipe
envolvida está cumprindo o estabelecido.
l) Observar e avaliar verificando os relatórios apresentados pela administração, se são válidos e
confiáveis, de acordo com os pontos relacionados com os programas estabelecidos para a
aplicação do trabalho.

Diante de tantas possibilidades e procedimentos que podem ser aplicados nos trabalhos de
auditoria operacional, é necessário avaliar a adequação da estrutura de controle pela qual cada
departamento operacional é responsável, considerando ainda o controle departamental das
operações, conforme as políticas estabelecidas pela empresa, bem como outros departamentos
relacionados.

Há também a necessidade da administração departamental (separação de departamentos),


considerando os assuntos financeiros e contábeis de acordo com o andamento dos
acontecimentos naquele momento.

Desta forma, a auditoria operacional inicia a análise por meio do organograma da empresa ou
organização. Caso não haja organograma, deve ser feito um de acordo com a empresa ou
organização para analisar a estrutura organizacional, revisar as políticas definidas e avaliar se

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estão sendo cumpridas, avaliar os procedimentos que estão definidos para condução dos
trabalhos em cada departamento e verificar se os controles realizados e as atividades nas diversas
operações estão de acordo e em conformidade com as descritas e coletadas nos levantamentos de
auditoria feitos por vias orais e escritas.

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6. TÉCNICAS UTILIZADAS NA AUDITORIA OPERACIONAL

Para o desenvolvimento da auditoria operacional são utilizadas técnicas para que o auditor, no
desenvolvimento de seus trabalhos, possa obter provas e evidências por meio de métodos ou
técnicas apropriadas.

A idéia é mensurar, avaliar e relatar corretamente por intermédio de registros, ou escrituração,


sempre que for necessário propor ajustes e correções importantes para o andamento das
atividades, da divisão, do setor ou do departamento da empresa ou organização.

Sendo assim, podemos destacar como técnicas de auditoria operacional:

 Inspeção física;
 Contagem dos itens físicos;
 Técnicas de fluxograma;
 Exames, ou obtenção, de comprovantes autênticos;
 Confirmação externa por meio de circularização;
 Revisão profunda dos critérios de avaliação e exame de sua conformidade com as
políticas e metas estabelecidas pela empresa ou organização.

6.1 Inspeção Física

A inspeção física consiste em assegurar, por meio de verificação e inspeção, que a


empresa realmente possui seus bens, ou seja, que eles realmente existem. Desta forma, é
necessário inspecionar máquinas, veículos, móveis e utensílios, equipamentos diversos, o
próprio imóvel
Enfim, tudo que pertencer à empresa deve ser examinado e identificado, a fim de
comprovar sua localização e utilização, bem como sua permanência na empresa.

Entretanto, fazer a inspeção física implica possuir razoáveis conhecimentos da natureza do


bem examinado. O auditor deverá ter muita cautela quanto a análise de equipamentos
complexos em organizações das mais variadas possíveis (indústrias, hospitais, escolas e
universidades, órgãos de governo nas esferas municipal, estadual e federal, grandes empresas
do setor produtivo e administrativo, comércio, entre outras atividades).

6.2 Contagem Física

A contagem dos itens físicos é uma técnica muito utilizada nas organizações. Muitas
empresas fazem contagem periódica (em períodos a serem estabelecidos) e outras fazem em
caráter permanente (contínuo). Os trabalhos de auditoria devem fazer o inventário, não só

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para assegurar que a contagem e o controle dos estoques estão sendo feitos corretamente, mas
para verificar que todos os itens que devem ser inventariados estão sendo contemplados.

Segundo Marra e Franco (1992, p. 234), de acordo com os itens físicos, “Os estoques de
produtos, matéria-prima, materiais secundários, almoxarifado de reposição, materiais e
produtos em processo de fabricação, mercadorias e semelhados, são inventariados fisicamente
na data determinada”.

Para realização do inventário ou contagem física, devem ser estabelecidas instruções quanto
aos critérios a serem adotados de acordo com o tipo de estoque a ser contado. Além disso, as
instruções devem ser levadas a todos os integrantes da equipe responsável pela aplicação do
inventário, anotações e verificações, para que o serviço seja feito de maneira uniforme, em
horários estabelecidos e em boa ordem.

Ao iniciar os trabalhos de inventário, o responsável deve proceder ao “corte”, procedimento


que consiste em paralisar a entrada e saída de produtos, itens e até mesmo movimentação de
pessoas no ambiente onde estão as mercadorias e serão realizados os trabalhos. É também
necessário examinar as notas fiscais correspondentes às últimas entradas e às últimas saídas.
Tal procedimento tem por finalidade garantir que a movimentação de última hora sobre os
estoques não influenciará a integridade e a correta posição do inventário.

Durante os trabalhos do inventário, deve-se ter muito cuidado com produtos inventariados e,
principalmente, com os itens obsoletos, estragados, defeituosos etc. Esse tipo de problema em
produtos inventariados acontece e deve ser feita sua desvalorização correta para não
apresentar um falso resultado sobre o inventário.
Esse tipo de problema com produtos obsoletos é comum em gêneros alimentícios, remédios,
produtos que possuem prazo de validade. O tratamento dado a produtos nessa condição é de
inutilização, não aproveitando nada.

Ainda é importante mencionar que sobre estoques em poder de terceiros, caso de armazéns
gerais, produção terceirizada, entre outras situações, deve ser procedida a confirmação por
meio de circularização (que vamos detalhar na sequência no item 3.5). Ou ainda proceder a
contagem in loco, de acordo com a autorização das partes envolvidas.

6.3 Técnicas de Fluxogramas

Técnica de fluxograma é a representação gráfica que apresenta um trabalho em sequência, de


forma analítica, de um produto ou de um documento, caracterizando as operações, os
responsáveis ou as unidades organizacionais envolvidas no processo.
A utilização das técnicas de fluxograma nos trabalhos de auditoria operacional objetiva os
seguintes aspectos:

1. Padronizar a representação dos métodos e os procedimentos administrativos;

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2. Maior rapidez na descrição dos métodos administrativos;


3. Facilitar a leitura e o entendimento;
4. Facilitar a localização e a identificação dos aspectos mais importantes;
5. Maior flexibilidade e melhor grau de análise;
6. Evidenciar a sequência de um trabalho, permitindo a visualização dos movimentos ou
procedimentos ilógicos e a dispersão de recursos materiais e humanos;
7. Mostrar o modo pelo qual as coisas são feitas.

As vantagens para o uso do fluxograma nas empresas e organizações nos trabalhos de


auditoria operacional possibilitam:.

 A simplificação do trabalho pela eliminação, combinação e redefinição de fases ou


passos, apresentação do real funcionamento de todos os componentes de um método
administrativo;
 A visualização, localização, correção e eliminação dos movimentos desnecessários,
possibilitando a apresentação de uma filosofia de administração;
 O estudo, a correção e a obtenção da melhor sequência das fases necessárias,
possibilitando a visualização integrada de um método administrativo, o que facilita o
exame dos vários componentes do sistema e de suas possíveis repercussões;
 À chefia aplicar, de forma mais eficiente, as normas e as instruções definidas, assim
como propiciar o levantamento e a análise de qualquer método administrativo;
 O uso de convenções de simbologias, o que possibilita uma leitura mais simples e
lógica dos processos, tanto por parte dos especialistas em métodos administrativos
quanto de seus usuários;
 A identificação mais fácil e rápida dos pontos fortes e dos pontos fracos do método
administrativo considerado;
 Atualização e manutenção do método administrativo de maneira mais adequada, pela
melhor clareza das alterações introduzidas, incluindo suas causas e efeitos.

O fluxograma deve ser utilizado quando da implantação e ou revisão de um sistema, de uma


rotina, de formulários, de um método de trabalho. No planejamento e análise de rotinas de
trabalho, objetivando sua racionalização, no desenvolvimento de um estudo de leiaute, no
estudo de criação, racionalização ou extinção de formulários, sequência ou etapa.

Os símbolos utilizados nos fluxogramas têm o objetivo de evidenciar o início ou a origem, o


processo e o destino da informação ou componente de um sistema administrativo. Os
símbolos convencionais são padronizados e representam situações correntes da rotina. O
cuidado com a omissão de um passo pode acarretar prejuízo no resultado final do estudo. Não
se esqueça que uma rotina não existe de uma forma padronizada, salientando que é
conveniente vincular o estudo da rotina a um estudo do arranjo físico, leiaute.

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Ao desenvolver as técnicas de fluxograma, a cada detalhe observado aplicam-se as seguintes


perguntas: Recomenda-se, ao desenvolver as técnicas de fluxograma, eliminar passos para a
simplificação.

 Por que – esse sistema é necessário? Pode-se eliminar o sistema, o processo ou os


passos?
 O que – é feito? Quais os passos? Estão todos eles incluídos?
 Onde – deve isso ser feito? Pode ser feito em outro lugar?
 Quando – deve ser feito? Pode ser combinado ou simplificado? É feito na referência
correta?
 Quem – deve executar a tarefa? Outra pessoa pode executá-la melhor? Quem manipula
é a pessoa correta?
 Como – está sendo executada a tarefa? Pode ser executada com equipamento
diferente?
 Quanto – de volume de trabalho está envolvido? Pode ser reduzido? Precisa de
aumento?

Os símbolos utilizados nos fluxogramas têm o objetivo de evidenciar o início ou a origem, o


processo e o destino da informação ou componente de um sistema administrativo. Os
símbolos convencionais são padronizados e representam situações correntes.

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Símbolos utilizados nas técnicas de fluxograma. Vejamos a seguir um exemplo de


fluxograma.

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Exemplo de fluxograma de processo de compra:

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6.4 Exames e Obtenção de Comprovantes Autênticos

Os exames e/ou obtenção de comprovantes autênticos normalmente são realizados em base de


testes substanciais, mas, no caso da auditoria operacional, os testes e exames podem ser
realizados em base integral. Isto significa que serão muitas vezes verificados toda a etapa,
todo o processo ou todas as atividades.

Os exames, muitas vezes, podem iniciar na contabilidade, na seleção de lançamentos


contábeis. Porém, para a obtenção das comprovações autênticas os exames devem ir além,
examinando o documento que justifique ou que deu origem ao lançamento.

No caso dos processos, deve-se, com base nas técnicas apresentadas anteriormente, elaborar
um fluxograma que permita a visualização das rotinas das atividades e das diversas etapas que
a empresa possui. Também devemos lembrar que a contagem física, já comentada
anteriormente, é ponto fundamental para confirmação dos saldos dos registros legais.

Também se faz necessário estabelecer se os documentos são legítimos e autênticos; se eles se


referem realmente à operação escriturada; se as operações correspondem aos objetivos da
empresa; se o documento está corretamente preenchido, inclusive quanto a datas,

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destinatários, cálculos, entre outros pontos intrínsecos, sem deixar de conferir se o lançamento
tem a correspondente contrapartida e se está adequado.

Deve-se ainda averiguar a autenticidade dos documentos oficiais, contratos e escrituras e a


existência dos registros legais nos órgãos competentes, nos contratos e alterações contratuais
de cadastros de clientes.

6.5 Confirmação Externa por meio de Circularização

A circularização é um procedimento utilizado para dar segurança aos trabalhos de auditoria


operacional, com maior grau de confiabilidade do que a verificação na própria empresa. Desse
modo, a confirmação externa por meio da “circularização” é empregada nas mais variadas
situações em diferentes formas e fatos.

Neste sentido, a circularização consiste em fazer com que o cliente expeça cartas dirigidas a
empresas ou pessoas com as quais mantém relação de negócios, solicitando que confirmem
em carta dirigida diretamente ao auditor qual a situação desses negócios, em data
determinada.

De forma geral, os pedidos de confirmação são dirigidos aos devedores por:

 Duplicatas;
 Bancos e instituições financeiras;
 Fornecedores;
 Depositários de estoques, entre outros.

Os padrões desses documentos são escritos e assinados pela empresa solicitante, mas as
respostas devem ser endereçadas ao departamento de auditoria operacional. Assim, o
departamento de auditoria operacional deve, depois de feitas as cartas de circularização,
exercer supervisão da postagem, do endereçamento, para assegurar-se de que as cartas de
circularização foram remetidas.

Uma vez recebidas as respostas das cartas, elas serão confrontadas e, se for o caso,
conciliadas com os registros da empresa. O resultado desse confronto dará ao departamento
de auditoria operacional condições para avaliar o grau de confiabilidade e certeza dos
registros da empresa e organização.

É importante salientar que muitas cartas não são respondidas. Presume-se que o destinatário
não teria nada a contestar. Por este motivo, em alguns casos, dependendo da necessidade de
conformação que julgue importante a resposta, o departamento de auditoria operacional fará
expedir segunda ou terceira carta, reiterando o pedido e insistindo na resposta.

Para saber para quais clientes, bancos ou fornecedores devem ser enviados as cartas de
circularização pelo departamento de auditoria operacional, é preciso escolher de acordo com a

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relevância e importância que o assunto requer, lembrando ainda que em relação a saldos
antigos registrados sem movimentação ou liquidação pode existir maior grau de probabilidade
de erros.

Na sequência, apresentamos alguns modelos de cartas usadas para o envio de circularização:

 Modelo para fornecedores;


 Modelo para clientes
 Modelo para seguradoras.

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6.6 Critérios de Avaliação e Exame de sua Conformidade com as Políticas e Metas


Estabelecidas pela Empresa.

Todas as técnicas apresentadas anteriormente auxiliam na revisão profunda dos critérios de


avaliação e exame de sua conformidade com as políticas e metas estabelecidas pela empresa
ou organização.

Os valores apresentados nas demonstrações contábeis, mais especificamente o Balanço


Patrimonial, podem ser examinados sob vários aspectos entre aqueles que distinguem os

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bens, direitos e obrigações do patrimônio (aspectos qualitativos) e os que evidenciam seus


valores (aspectos quantitativos):

 O aspecto qualitativo: refere-se à composição física, aos elementos que integram


o patrimônio: máquinas, imóveis, equipamentos, mercadorias, títulos, direitos,
entre outros.
 O aspecto quantitativo: refere-se à avaliação dos bens patrimoniais em moeda
corrente.

Outro ponto muito importante a considerar é verificar, por meio das atas de diretoria e do
planejamento estratégico da empresa ou organização, as políticas e as metas estabelecidas,
que normalmente sejam definidas no início de cada ano em função dos resultados e das
metas que a organização deseja alcançar.

A função primordial dos trabalhos de auditoria operacional é verificar e expressar através


de seus relatórios a conformidade ou não da organização com as metas e políticas em
consonância com o Balanço Patrimonial elaborado pela empresa. Essa tarefa é difícil,
exige conhecimentos sólidos e muita segurança na formação da opinião sobre o
julgamento a respeito das diversas atividades, dos setores, departamentos e do negócio da
empresa ou organização.

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7. CONCEITOS, CLASSIFICAÇÃO, AMBIENTES E SISTEMAS DE CONTROLE


INTERNO.

O controle interno está presente e representa, em uma organização ou empresa, os diversos


conjuntos de procedimentos e métodos aplicados a uma rotina com o objetivo de garantir a
boa utilização dos recursos disponíveis e, consequentemente, proteger os ativos.

Os controles internos devem, à medida que são definidos e passam a ser realizados, produzir
informações que serão registradas por meio de dados, que, por sua vez, serão registros
contábeis confiáveis, assim ajudando a administração na conduta e na certeza de que o que
está acontecendo nas diversas atividades da organização ou empresa está alinhado com o
negócio previamente definido e estabelecido.

Jung (2006, p. 381) entende sobre controles internos que eles são“todos os instrumentos da
organização destinados à vigilância, fiscalização e verificação administrativa, que permitam
prever, observar, dirigir ou governar os acontecimentos que verificamos dentro da empresa e
que produzam reflexos em seu patrimônio”.

Segundo o American Institute of Certified Public Accountants – AICPA, o significado de


controle interno é bem amplo:

O controle interno compreende o plano de organização e todos os métodos e medidas


adotadas na empresa para salvaguardar seus ativos, verificar a exatidão e fidelidade dos
dados contábeis, desenvolver a eficiência nas operações e estimular o seguimento das
políticas administrativas prescritivas.

Com você pôde observar, o controle interno nas organizações é todo esforço reunido por
métodos e medidas estabelecidas e coordenadas, adotado pela organização ou empresa para
salvaguardar seus ativos, verificar a adequação e confiabilidade dos seus dados contábeis,
promovendo a eficácia operacional pelo cumprimento das políticas e rotinas administrativas
fixadas pela organização ou empresa por sua gestão.

Chamamos controle qualquer ação executada pelas gerências, diretoria e outros para
aperfeiçoar o gerenciamento de risco e incrementar a probabilidade de que os objetivos
estabelecidos e as metas hão de ser atingidos. A equipe de gerentes planeja, organiza e dirige
o desempenho de ações suficientes para prover razoável segurança na obtenção desses
resultados.

7.1 Classificação do Controle Interno

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Quando a American Institute of Certified Public Accountants – AICPA emitiu seu conceito
sobre controle interno, o qual, por sua abrangência e ampla divulgação, acabou tornando-se
referência internacional, classificou os controles internos, segundo o Statement Auditing
Standarts (SAS) nº 1, em:

 contábeis (envolvem segregação de funções, sistema de autorização e sistema de


registro); e
 administrativos (envolvem pessoal qualificado, estímulo à eficiência operacional e
obediência às normas).

Mas essa classificação não é a única que existe; outros autores e órgãos também fazem a
classificação dos controles internos. Segundo o Instituto dos Auditores Independentes do
Brasil (Ibracon -1998), no enfoque do auditor, os controles internos podem ser classificados
da seguinte forma:

Ambiente de controle: base em que se apoiam os controles, tais como a filosofia, os


valores e os compromissos emanados dos dirigentes.

Controles diretos:

- gerenciais - correspondem aos controles aplicados por níveis hierárquicos que


estejam acima dos processos operacionais;-

- independentes - aplicados por pessoas que não participam do processo, por exemplo,
a auditoria interna;

- de processamento - aplicado dentro do processo;

- de salvaguarda de ativos.

Controles gerenciais: permeiam toda a empresa, como, por exemplo, a segregação de


funções e salvaguarda de ativos. Abrangem os controles que permeiam todos os
processos da entidade e estão ligados à organização empresarial. São a segregação de
funções e a delimitação de responsabilidades.

Como se pode observar, existe mais de uma classificação, não existe um único sistema-
modelo a ser seguido, mas alguns princípios são essenciais à elaboração e ao
estabelecimento de um sistema de Controle Interno.

Assim, Pinho (2007, p. 48) afirma que um adequado sistema de controle interno está
baseado nos seguintes pilares:

 Delimitação de responsabilidade: determina quem faz o quê;

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 Segregação de funções: separa atividades complementares entre diferentes


responsáveis. Entende-se como tal: execução, aprovação, conferência, registro
e autorização;
 Definição do manual da organização: quando viável é importante;
 Qualificação de pessoal (seleção e contínuo treinamento): sem pessoal não há
controle;
 Rodízio de atividades: evita problemas de afastamento, demissões. Confere
versatilidade ao funcionamento;
 Procedimentos que permitam confrontação periódica com registros contábeis:
com vistas a garantir a confiabilidade dos dados;
 Criação de controles físicos, limitando o acesso aos ativos;
 Auditoria interna: quando viável é um controle controlando os demais;
 Relação custo x benefício: aplicável quando da implantação de uma norma de
controle interno;
 Comprovação da veracidade dos informes e relatórios contábeis, financeiros e
operacionais;
 Prevenção de fraudes e, em caso de ocorrência delas, possibilidade de
descobri-las o mais rapidamente possível e determinar sua extensão;
 Localização de erros e desperdícios promovendo, ao mesmo tempo, a
uniformidade e a correção ao registrarem-se as operações;
 Estímulo à eficiência do pessoal, mediante o controle que exerce por meio dos
relatórios
 Salvaguarda dos ativos e, de maneira geral, obtenção de um controle eficiente
sobre todos os aspectos vitais do negócio.

Diante da classificação dos cuidados a serem considerados ao elaborar um sistema de


controle interno apresentado, vamos trazer no subitem a seguir alguns ambientes que
podemos definir como grupos patrimoniais.

7.2 Ambientes do Controle Interno

Definimos como ambientes do controle interno os diversos grupos patrimoniais e operações


existentes nas organizações e empresas, destacando que, para garantir a sua eficácia no
sistema de controle interno, cada organização ou empresa, de acordo com suas necessidades
e dimensões dos diversos grupos patrimoniais e operações que mantém ou possui, deve
adotar um padrão próprio a ser seguido.
Apresentam-se grupos patrimoniais e operações a serem implantados nos controles internos
das organizações e empresas:
 Caixa;
 Bancos;
 Clientes;
 Outros créditos;

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 Estoques;
 Investimentos;
 Imobilizado;
 Fornecedores;
 Outras obrigações;
 Vendas;
 Recebimentos;
 Compras;
 Pagamentos em geral;
 Folha de pagamento;
 Assuntos diversos de interesse da organização.

É importante salientar que um sistema de controle interno deve procurar atender as necessidades
de acordo com os interesses da organização, lembrando que o controle deve ser o mais simples
possível, porém respeitando os pilares conforme apresentamos anteriormente.

7.3 Princípios Básicos de Controle Interno

Os princípios básicos para estabelecer um sistema de controles internos envolvem as


necessidades da administração da organização ou empresa que será responsável pelo
estabelecimento de acordo com suas necessidades, dimensões e com as informações que desejam
obter. Desta forma, não devemos definir um modelo de controle, tal como um manual que
pudesse ser seguido e implantado em qualquer empresa, pois isso certamente seria de grande
dificuldade para a execução.

Há que se levar em conta as particularidades e os detalhes específicos que são inerentes a cada
organização ou empresa, de acordo com o seu ramo de atividade e porte. Mas vale ressaltar que
alguns critérios e princípios mínimos básicos devem ser observados no momento da implantação
para um adequado sistema de controle interno.

7.3.1 Relação custo versus benefício

Consiste na minimização da probabilidade de falhas e desvios quanto ao atendimento dos


objetivos e metas. O custo do controle interno não deve exceder os benefícios que dele
espera-se obter. Vale dizer que os sistemas mais sofisticados, normalmente mais onerosos,
devem ser estabelecidos para transações de valores relevantes, enquanto os menos rígidos,
para as transações de menor importância.

7.3.2 Responsabilidade

As atribuições dos funcionários ou setores internos da empresa devem ser claramente


definidas e limitadas, de preferência por escrito, mediante o estabelecimento de manuais
internos de organização.

7.3.3 Rotinas internas e instruções devidamente formalizadas

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A empresa deve definir no manual de organização todas as suas rotinas internas,


compreendendo atividades e funções. E para atingir um grau de segurança adequado, é
indispensável que as ações, os procedimentos e as instruções sejam disciplinados e
formalizados por instrumentos eficazes, ou seja, claros e objetivos, e emitidos por autoridades
competentes.

7.3.4 Segregação de funções

A estrutura de um controle interno deve prever a separação entre as funções de


autorização/aprovação, de operações, execução, controle e contabilização de tal forma que
nenhuma pessoa detenha competência e atribuições em desacordo com este princípio.

7.3.5 Controles sobre transações

É imprescindível estabelecer o acompanhamento de fatos contábeis/financeiros e


operacionais, objetivando que sejam efetuados mediante atos legítimos, relacionados com a
finalidade da organização ou empresa e autorizados por quem de direito.

7.3.6 Aderência às diretrizes e normas legais

É necessária a existência, no órgão/entidade, de sistema estabelecido para determinarem e


assegurarem a observância de diretrizes, planos, normas, leis, regulamentos e procedimentos
administrativos internos.

7.3.7 Acesso restrito e limites de alçadas

A empresa deve limitar o acesso dos funcionários a seus ativos e estabelecer controles físicos
sobre eles, obedecendo ao regimento/estatuto e organograma adequados, em que a definição
de autoridades e consequentemente responsabilidades sejam claras e satisfaçam as
necessidades da organização.

7.3.8 Controles de acesso e salvaguarda dos ativos

A custódia dos bens da organização ou empresa é uma das principais responsabilidades de


uma administração. Evidentemente, um sistema contábil bem estruturado, sólido e que conte
com pessoal suficiente é um meio eficaz de proteger os bens da organização ou empresa. Ao
mesmo tempo, existem outros tipos de proteção que aumentarão a eficácia do controle
interno, quais sejam as medidas físicas e intrínsecas de proteção.

7.3.9 Auditoria interna e operacional

Não adianta a empresa implantar um excelente sistema sem que alguém verifique
periodicamente se os funcionários estão cumprindo o que foi determinado no sistema, ou se o
sistema interno está exatamente de acordo com o grau de observância das políticas
estabelecidas pela administração.

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Um controle adequado demonstra se o gerenciamento planejou sua concepção de tal maneira


que forneça razoável segurança de que os riscos da organização tenham sido administrados
efetivamente e que as metas da organização tenham sido atingidas eficiente e
economicamente.

7.4 Avaliação dos Controles Internos

Os controles internos devem ser avaliados observando todos os instrumentos da organização


ou empresa em determinar e cumprir seu papel de vigilância, fiscalização e verificação
administrativa, que permitam prever, observar, dirigir ou controlar as atividades que
acontecem na organização ou empresa e venham a produzir modificações em seu patrimônio.
Marra e Franco (1992, p. 207) afirmam que:

O principal meio de controle de que dispõe uma administração é a contabilidade. Esta,


entretanto, através da escrituração, registra os fatos após sua ocorrência (controle
consequência), enquanto outros meios de controle são utilizados para constatar a ocorrência
no momento em que ela se verifica (controle concomitante), existindo ainda aqueles que
preveem a ocorrência do fato por antecipação (controle antecedente).

Os controles internos a serem avaliados podem ter diversos meios, como registros, livros,
fichas, mapas, boletins de produção, papéis, formulários, pedidos de compras, notas fiscais,
faturas, documentos, guias, impressos, ordens internas, regulamentos e demais instrumentos
da organização ou empresa, que formam o sistema de segurança contemplando a vigilância,
fiscalização e verificação das atividades e ocorrências de todos os fatos que acontecem no dia
a dia das organizações e empresas que estão relacionadas com o funcionamento e o
patrimônio da organização ou empresa.

Os sistemas de controles internos podem ser avaliados utilizando:

 Fluxograma;
 Revisão analítica;
 Questionários de controles internos.

O fluxograma já foi apresentado anteriormente. Ele fornece ao auditor que está fazendo a
avaliação uma visão mais completa do fluxo da documentação e das informações na
organização ou empresa.

Herzmann (2009, p. 45) define revisão analítica como “a análise estatística dos controles
contábeis, com o objetivo gerencial. Tem como finalidade dar segurança a respeito da
exatidão do sistema contábil através da determinação da consistência e razoabilidade de
variáveis estatísticas, relatórios, etc.”.

Os questionários de controles internos são um conjunto sistemático de perguntas que


incorporam os pontos principais de um sistema de controle interno com o objetivo de permitir
a análise dos controles. Eles têm como finalidade verificar se as instruções e normas vigentes
estão sendo corretamente aplicadas e realizadas pelo setor ou pessoa responsável.

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A seguir apresentamosr modelo de questionário para aplicação da avaliação dos controles


internos, lembrando que, de acordo com a necessidade, ele deve ser adaptado, modificado ou
criado novo questionário para atender à real situação que os controles internos apresentam
alinhados com a organização ou empresa.

É preciso ainda considerar que o modelo abaixo descrito é só um modelo hipotético, que
atende em linhas gerais, mas todas as áreas devem ser avaliadas por meio questionário
apropriado, de acordo com a necessidade do item, subgrupo ou operação a ser avaliada.

Os questionários abaixo descritos foram adaptados de Franco e Marra (1992).

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Diante dos diversos modelos de questionários de controles internos, você pôde observar a
importância do auditor responsável em fazer a adequação desses questionários ou desenvolvê-
los de acordo com a necessidade da empresa ou organização, ainda, destacando-se que a
experiência do auditor é importante para o desenvolvimento do processo de análise sobre o
controle.

7.5 Controle Interno segundo o COSO (Commitee Of Sponsoring Organizations)

7.5.1 - Introdução

A Auditoria Interna vem passando por mudanças bastante profundas, que envolvem não só
alterações no instrumental e na metodologia, como também na sua própria função nas
empresas.

7.5.2 - O Que é o COSO?

Muito se tem falado sobre controles internos. O que é um controle interno? É um normativo?
É um sistema? Afinal, para que serve um controle interno? É uma ferramenta para auxiliar as
operações de uma empresa ou para atrapalhar? É um instrumento que só é útil à auditoria ou a
toda empresa?

Estas perguntas eram respondidas de diferentes maneiras, conforme a quem se perguntava.


Gerentes tinham uma opinião sobre controle interno que não era a mesma dos auditores
internos, que por sua vez tinham uma visão diferente dos funcionários da controladoria. A
falta de um denominador comum ajudava a aumentar a confusão sobre o papel e significado
dos controles internos para a empresa.

7.5.3 - O Trabalho do COSO

7.5.3.1 - Definição

Para os integrantes do COSO, o ponto de partida é a definição de controle interno. O que é e


para que servem os controles internos? O grupo chegou à seguinte definição:

"Controle Interno é um processo, desenvolvido para garantir, com razoável certeza, que
sejam atingidos os objetivos da empresa, nas seguintes categorias:

 Eficiência e efetividade operacional (objetivos de desempenho ou estratégia): esta


categoria está relacionada com os objetivos básicos da entidade, inclusive com os
objetivos e metas de desempenho e rentabilidade, bem como da segurança e
qualidade dos ativos;
 Confiança nos registros contábeis/financeiros (objetivos de informação): todas as
transações devem ser registradas, todos os registros devem refletir transações reais,
consignadas pelos valores e enquadramentos corretos;

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 Conformidade (objetivos de conformidade) com leis e normativos aplicáveis à


entidade e sua área de atuação.

De acordo com a definição acima, o objetivo principal dos controles internos é auxiliar a
entidade atingir seus objetivos. Controle interno é um elemento que compõe o processo de
gestão.

O controle interno é responsabilidade de todos.

Controle interno proporciona uma garantia razoável, nunca uma garantia absoluta. Controle
interno efetivo auxilia a entidade na consecução de seus objetivos, mas não garante que eles
serão atingidos. E por que? Por vários motivos:

 custo/benefício: todo controle tem um custo, que deve ser inferior à perda decorrente
da consumação do risco controlado;
 conluio entre empregados: da mesma maneira que as pessoas são responsáveis pelos
controles, estas pessoas podem valer-se de seus conhecimentos e competências para
burlar os controles, com objetivos ilícitos.
 eventos externos: eventos externos estão além do controle de qualquer organização.
Exemplo disso, foram os acontecimentos do dia 11/09/2001, nos Estados Unidos.
Quem poderia prever ou controlar os fatos ocorridos?

7.5.3.2 - Processo de Controles Internos

Como vimos, controle interno é um processo. Este processo é constituído de 5 elementos, que
estão interrelacionados entre si, e presentes em todos o controle interno. Os 5 elementos são:

 Ambiente de Controle
 Avaliação e Gerenciamento dos Riscos
 Atividade de Controle
 Informação e Comunicação
 Monitoramento

7.5.3.2.1 - Ambiente de Controle

Ambiente de controle é a consciência de controle da entidade, sua cultura de controle.


Ambiente de controle é efetivo quando as pessoas da entidade sabem quais são suas
responsabilidades, os limites de sua autoridade e se têm a consciência, competência e o
comprometimento de fazerem o que é correto da maneira correta. Ou seja: os funcionários
sabem o que deve ser feito? Se sim, eles sabem como fazê-lo? Se sim, eles querem fazê-lo?
A resposta não a quaisquer dessas perguntas é um indicativo de comprometimento do
ambiente de controle.

Ambiente de controle envolve competência técnica e compromisso ético; é um fator


intangível, essencial à efetividade dos controles internos.

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A postura da alta administração desempenha papel determinante neste componente. Ela deve
deixar claro para seus comandados quais são as políticas, procedimentos, Código de Ética e
Código de Conduta a serem adotados. Estas definições podem ser feitas de maneira formal ou
informal, o importante é que sejam claras aos funcionários da organização. O exemplo "vem
de cima": quem dá o tom de controle da entidade são seus principais administradores.

Dicas

 O ambiente de controle é mais efetivo na medida em que as pessoas tenham a


sensação que estão sendo controladas;
 Certifique-se que os funcionários conhecem suas responsabilidades e a função de seus
serviços;
 Verifique se há um plano adequado de treinamento;
 Verifique se os funcionários sabem qual o padrão de conduta e ética a serem seguidos;
 Verifique se são tomadas as ações corretivas disciplinares devidas, quando o
funcionário não agir de acordo com os padrões de conduta e comportamento esperados
ou de acordo com as políticas e procedimentos recomendados.

7.5.3.2.2 - Avaliação e Gerenciamento dos Riscos

As funções principiais do controle interno, como vimos, estão relacionadas ao cumprimento


dos objetivos da entidade. Portanto, a existência de objetivos e metas é condição "sine qua
non" para a existência dos controles internos. Se a entidade não tem objetivos e metas claros,
não há necessidade de controles internos.

Uma vez estabelecidos e clarificados os objetivos, deve-se:

 identificar os riscos que ameacem o seu cumprimento; e


 tomar as ações necessárias para o gerenciamento dos riscos identificados.

Avaliação de riscos é a identificação e análise dos riscos associados ao não cumprimento das
metas e objetivos operacionais, de informação e de conformidade. Este conjunto forma a base
para definir como estes riscos serão gerenciados.

Os administradores devem definir os níveis de riscos operacionais, de informação e


conformidade que estão dispostos a assumir. A avaliação de riscos é uma responsabilidade da
administração, mas cabe à Auditoria Interna fazer uma avaliação própria dos riscos,
confrontando-a com a avaliação feita pelos administradores. A identificação e gerenciamento
dos riscos é uma ação proativa, que permite evitar surpresas desagradáveis.

Identificação dos riscos

Risco é a probabilidade de perda ou incerteza associada ao cumprimento de um objetivo. Para


cada objetivo proposto deve ser feito um processo de identificação dos riscos.

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Como auxílio neste processo de identificação dos riscos, sugerimos que o auditor responda as
perguntas abaixo, para cada objetivo elencado, anotando as respostas que representarem uma
ameaça possível:

 O que pode dar errado?


 Como e onde podemos falhar?
 O que deve dar certo ?
 Onde somos vulneráveis?
 Quais ativos devemos proteger?
 Temos algum ativo líquido ou de uso alternativo?
 Como podemos ser roubados ou furtados?
 Como poderiam interromper nossas operações?
 Como sabemos se nossos objetivos foram (ou não) alcançados?
 Quais informações são as mais importantes ?
 Onde gastamos mais dinheiro?
 Como faturamos e cobramos nossas vendas?
 Quais decisões requerem mais análise?
 Quais atividades são mais complexas?
 Quais atividades são mais regulamentadas?
 Quais são nossas maiores exposição ao risco legal?

Análise dos Riscos

Uma vez identificados os riscos, devemos avaliá-los, levando em conta os seguintes aspectos:

 qual a probabilidade (freqüência) dos riscos ocorrerem?


 em caso de ocorrer, qual seria o impacto nas operações, considerando os aspectos
quantitativos e qualitativos?
 verifique, em sua opinião, quais ações seriam necessárias para administrar os riscos
identificados.

Dicas

 Certifique-se que a entidade tenha uma missão clara, e que as metas e objetivos
estejam formalizados
 Avalie os riscos a nível de dependência e setor
 Avalie os riscos a nível de processo
 Elabore um papel de trabalho para cada atividade relevante, priorize as atividades e
processos mais críticos e aquelas que podem ser melhoradas.

7.5.3.2.3 - Atividades de Controle

São aquelas atividades que, quando executadas a tempo e maneira adequados, permitem a
redução ou administração dos riscos. As atividades de controle compreendem o que, na
sistemática de trabalho anterior à do COSO, era tratado como controle interno. Podem ser de

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duas naturezas: atividades de prevenção ou de detecção. As principais atividades de controle,


e suas respectivas naturezas, são:

a) - Alçadas (prevenção): são os limites determinados a um funcionário, quanto a


possibilidade deste aprovar valores ou assumir posições em nome da instituição. Exemplos:

 Estabelecimento de valor máximo para um caixa pagar um cheque


 Estabelecimento dos tetos assumidos por um operador de mercado para cada horizonte
de investimento
 Estabelecimento de alçada operacional para o Comitê de Crédito de uma agência.

b) - Autorizações (prevenção): a administração determina as atividades e transações que


necessitam de aprovação de um supervisor para que sejam efetivadas. A aprovação de um
supervisor, de forma manual ou eletrônica, implica que ele (ou ela) verificou e validou a
atividade ou transação, e assegurou que a mesma está em conformidade com as políticas e
procedimentos estabelecidos. Os responsáveis pela autorização devem verificar a
documentação pertinente, questionar itens pouco usuais, e assegurarem-se de que as
informações necessárias à transação foram checadas, antes de darem sua autorização. Jamais
devem assinar em branco ou fornecerem sua senha eletrônica

c) - Conciliação (detecção): é a confrontação da mesma informação com dados vindos de


bases diferentes, adotando as ações corretivas, quando necessário

d) - Revisões de Desempenho (detecção): Acompanhamento de uma atividade ou processo,


para avaliação de sua adequação e/ou desempenho, em relação às metas, aos objetivos
traçados e aos benchmarks, assim como acompanhamento contínuo do mercado financeiro
(no caso de bancos), de forma a antecipar mudanças que possam impactar negativamente a
entidade. Exemplos:

 monitoração do comportamento de usuários de cartões de crédito (lugares inusitados,


produtos diferentes etc.)
 monitoração e questionamento de flutuações abruptas nos resultados de agências,
produtos, carteiras próprias e de terceiros
 monitoração de valores realizados e orçados em unidades, com o objetivo de
identificar dificuldades/problemas
 acompanhamento da concorrência, visando o lançamento de novos produtos

e) - Segurança Física (prevenção e detecção): os valores de uma entidade devem ser


protegidos contra uso, compra ou venda não-autorizados. Um dos melhores controles para
proteger estes ativos é a segurança física, que compreende controle de acessos, controle da
entrada e saída de funcionários e materiais, senhas para arquivos eletrônicos, „call-back‟ para
acessos remotos, criptografia e outros. Incluem-se neste controle os processos de inventário
dos itens mais valiosos para a entidade (p.ex., conferência de numerário)

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f) - Segregação de Funções (prevenção): a segregação é essencial para a efetividade dos


controles internos. Ela reduz tanto o risco de erros humanos quanto o risco de ações
indesejadas. Contabilidade e conciliação, informação e autorização, custódia e inventário,
contratação e pagamento, administração de recursos próprios e de terceiros, normatização
(gerenciamento de riscos) e fiscalização (auditoria) devem estar segregadas entre os
funcionários

g) - Sistemas Informatizados (prevenção e detecção): controles feitos através de sistemas


informatizados dividem-se em dois tipos:

 controles gerais: pressupõe os controles nos centros de processamentos de dados e


controles na aquisição, desenvolvimento e manutenção de programas e sistemas.
Exemplos: organização e manutenção dos arquivos de back-up, arquivo de log do
sistema, plano de contingência;
 controles de aplicativos: são os controles existentes nos aplicativos corporativos, que
têm a finalidade de garantir a integridade e veracidade dos dados e transações.
Exemplos: validação de informações (checagem das informações com registros
armazenados em banco de dados).

h) - Normatização Interna (prevenção): é a definição, de maneira formal, das regras


internas necessárias ao funcionamento da entidade. As normas devem ser de fácil acesso para
os funcionários da organização, e devem definir responsabilidades, políticas corporativas,
fluxos operacionais, funções e procedimentos.

As atividades de controle devem ser implementadas de maneira ponderada, consciente e


consistente. Nada adianta implementar um procedimento de controle, se este for executado de
maneira mecânica, sem foco nas condições e problemas que motivaram à sua implantação.
Também é essencial que as situações adversas identificadas pelas atividades de controles
sejam investigadas, adotando-se tempestivamente as ações corretivas apropriadas.

7.5.3.2.4 - Informação e Comunicação

A comunicação é o fluxo de informações dentro de uma organização, entendendo que este


fluxo ocorre em todas as direções - dos níveis hierárquicos superiores aos níveis hierárquicos
inferiores, dos níveis inferiores aos superiores, e comunicação horizontal, entre níveis
hierárquicos equivalentes.

A comunicação é essencial para o bom funcionamento dos controles. Informações sobre


planos, ambiente de controle, riscos, atividades de controle e desempenho devem ser
transmitidas à toda entidade. Por outro lado, as informações recebidas, de maneira formal ou
informal, de fontes externas ou internas, devem ser identificadas, capturadas, verificadas
quanto à sua confiabilidade e relevância, processadas e comunicadas às pessoas que as
necessitam, tempestivamente e de maneira adequada.

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O processo de comunicação pode ser formal ou informal. O processo formal acontece através
dos sistemas internos de comunicação - que podem variar desde complexo sistemas
computacionais a simples reuniões de equipes de trabalho - e são importantes para obtenção
das informações necessárias ao acompanhamento dos objetivos operacionais, de informação e
de conformidade. O processo informal, que ocorre em conversas e encontros com clientes,
fornecedores, autoridades e empregados é importante para obtenção das informações
necessárias à identificação de riscos e oportunidades.

A informação é o combustível que move as organizações.

Dicas

Informação e comunicação são conceitos simples. No entanto, comunicar e conseguir


informações com as pessoas, de maneira prática e tempestiva, é sempre um desafio. Quando o
auditor estiver preenchendo um PT sobre uma atividade ou processo, é importante avaliar a
qualidade dos sistemas e fluxos das informação pertinentes na dependência auditada. Uma
maneira de fazer esta avaliação é responder às seguintes perguntas:

 A dependência consegue a informação que necessita de maneira prática e tempestiva?


 A dependência tem conseguido obter as informações importantes para avaliação dos
riscos internos e externos?
 A dependência tem conseguido obter informações de desempenho - i.e., informações
que permitem saber se os objetivos operacionais, de informação e conformidade estão
sendo atingidos?
 A dependência identifica, captura, processa e comunica as informações necessárias a
seus clientes e fornecedores em tempo hábil e de maneira prática?

7.5.3.2.5 - Monitoramento

O monitoramento é a avaliação dos controles internos ao longo do tempo. Ele é o melhor


indicador para saber se os controles internos estão sendo efetivos ou não.

O monitoramento é feito tanto através do acompanhamento contínuo das atividades quanto


por avaliações pontuais, tais como auto-avaliação, revisões eventuais e auditoria interna.

A função do monitoramento é verificar se os controles internos são adequados e efetivos.


Controles adequados são aqueles em que os cinco elementos do controle (ambiente, avaliação
de riscos, atividade de controle, informação & comunicação e monitoramento) estão presentes
e funcionando conforme planejado. Controles são eficientes quando a alta administração tem
uma razoável certeza:

 Do grau de atingimento dos objetivos operacionais propostos;


 De que as informações fornecidas pelos relatórios e sistemas corporativos são
confiáveis; e
 Leis, regulamentos e normas pertinentes estão sendo cumpridos.

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7.5.4 - Proposta de Roteiro

Um dos grandes dificultadores das novas tecnologias é conciliar a teoria com a prática. É
comum ser tortuoso e sofrido o caminho que leva o profissional a entender, como os novos
conceitos são aplicados em sua atividade. O presente roteiro não tem a pretensão de eliminar
este caminho, pretende apenas torná-lo menos "sofrido".

7.5.4.1 - Objetivo

O primeiro passo é definir qual o objetivo que vamos auditar. No caso do Banco, já temos os
riscos pré-definidos, mas na maioria dos casos esta definição deve ser mais aprofundada. Os
riscos definidos pressupõem uma atividade, com os respectivos objetivos pré-estabelecidos.
Levante o maior número de informações sobre os seguintes pontos:

 Quais são as metas traçadas para o objetivo que vai ser auditado. Levante números que
permitam uma medição clara e objetiva (valores, quantidade, etc...).
 Quais são os sistemas e relatórios que permitirão o acompanhamento das metas
traçadas.
 Quais as leis e normativos que regem o objetivo que vai ser auditado.

7.5.4.2 - Riscos

Passo 2: Verifique os riscos ao cumprimento de cada objetivo. Faça as perguntas do item


"Identificação dos Riscos" para cada objetivo, registrando as respostas que você considera
importantes. Selecione os riscos com maior probabilidade de ocorrência e que causem perdas,
no caso de sua consumação. Anote os riscos no quadro, para cada objetivo.

7.5.4.3 - Atividades de Controle

Passo 3: Para cada risco elencado, verifique quais são, em sua opinião, as atividades de
controle que, se conduzidas de maneira adequada, podem mitigar ou permitir o gerenciamento
do risco. Como auxílio, utilize as atividades de controle do subtítulo "Atividades de Controle"
- veja quais, dos controles elencados, podem ser usados, e quais, em sua opinião, são os mais
recomendados para o risco em análise.

7.5.4.4 - Informação, Comunicação e Monitoramento

Passo 4: Verifique, para cada atividade de controle apontada, quais as que já estão sendo
cumpridas e estão sendo efetivas (estão efetivamente permitindo a mitigação/gerenciamento
do risco). Esta também é a ocasião para identificar as fontes de informações, métodos de
comunicação e atividades de monitoramento. Assinale S para os casos em que os controles
estão sendo efetivos e N para os casos em que não estão.

7.5.4.5 - O Papel de Trabalho

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Passo 5: Elaboração do PT. Para os assinalamentos „N‟, elabore as perguntas para avaliar as
ocorrências: as perdas estão acontecendo? A probabilidade do risco ocorrer é grande? Os
gestores estão cientes destes riscos?

Também é na fase da elaboração do PT que vamos incluir as verificações necessárias para


avaliação dos elementos ambiente de controle, informação & comunicação e monitoramento.
Uma dica é verificar os pontos das "Dicas" dos subtítulos que abordaram cada elemento.

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8. NATUREZA E VANTAGENS DA APLICAÇÃO DA AUDITORIA OPERACIONAL.

Em geral, a auditoria operacional procura realizar suas atividades em torno das operações da
empresa ou organização na qual está inserida, examinando e avaliando os sistemas de controles
internos que vão dar suporte para as auditorias independentes, para determinar se as
demonstrações contábeis ou financeiras e os respectivos registros contábeis merecem ou não
confiança. Isto é, os trabalhos da auditoria operacional estão estruturados de forma a validar a
situação dos diversos grupos de contas e aspectos do patrimônio que são frutos dos resultados
das operações que devem ser examinadas.

Os trabalhos são realizados de acordo com a natureza da auditoria operacional e através de suas
técnicas, que reconhecem uma série de afirmações, apresentadas como verdadeiras pela
administração da empresa, que define e é responsável pela execução e o resultado alcançado ou
apresentado.

A auditoria operacional atua juntamente com a administração sobre os aspectos a serem refeitos
ou melhorados. Uma vez aceita sua opinião e as sugestões a serem implementadas com o intuito
de provocar melhorias no processo, a auditoria operacional apresenta a real situação dos diversos
aspectos patrimoniais, que irão suportar as demonstrações contábeis ou financeiras.

8.1 Processos da Auditoria Operacional

A finalidade da auditoria operacional é a emissão de uma opinião que está fundamentada nos
procedimentos aplicáveis para verificar a fidelidade dessas afirmações e para se traçar um plano
estratégico de levantamentos dos pontos básicos, com o intuito deauxiliar os processos seguintes
das etapas que a auditoria operacional deva realizar.

Para Attie (2006, p. 43), quando se está nessa fase do trabalho:

Procura-se, por intermédio da leitura e visualização de cada fator, buscar a origem dos dados, a
complexidade, a relevância e o levantamento de perguntas a cada afirmação que venha a auxiliar
a confecção de um bom planejamento de trabalho.

8.2 Análise da Afirmação

Ao analisarmos a afirmação, devemos compreender que existe um caminho ou um roteiro a ser


considerado para realização da análise da afirmação, como apresentado na figura a seguir:

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Fonte: Attie, 2006, p. 43.

Observando o roteiro apresentado sobre a análise da afirmação, podemos observar que sua
análise permite identificar várias “afirmações” descritas por bens, direitos e obrigações a
cumprir, originados e lastreados em diversas naturezas, sendo cada verificação,
isoladamente, uma afirmação.

Deste modo, identificado a origem e a natureza das afirmações, épossível determinar os itens
cuja comprovação seja necessário, inclusive quanto ao grau de importância a ser dado a cada
uma das afirmações.

Fundamentalmente, uma análise adequada compreende, para efeitos de auditoria


operacional, três pontos importantes a considerar, como veremos a seguir.

8.2.1 Revisão Analítica

Já explicada anteriormente, trata-se da análise estatística dos controles contábeis, com o


objetivo gerencial. Tem como finalidade dar segurança a respeito da exatidão do sistema
contábil através da determinação da consistência e razoabilidade de variáveis estatísticas,
relatórios, etc. Cabe ressaltar a existência de um risco que pode ter menor significado no
trabalho como um todo. É importante questionar cada dado para poder obter o maior número
de informações possível e assim dar continuidade à fase de planejamento do trabalho

8.2.2 Planejamento

O planejamento pressupõe um adequado nível de conhecimento sobre a atividade operacional


e os processos, bem como a empresa ou entidade. É o alicerce sobre o qual todo o trabalho

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deve ser fundamentado e funciona como um mapa estrategicamente montado para fazer
percorrer as mais diversas rotinas e atividades com o intuito de identificar a real situação da
entidade. Ainda através do planejamento, são estabelecidos antecipadamente o que deve ser
feito, como e onde, quando e por quem, em nível de detalhes suficientes, sem sair do foco
principal

8.2.3 Conhecimento

Conhecimento sobre a empresa ou entidade e, principalmente, sua totalidade, sobre as


operações e atividades por ela praticadas, e sobre como e por que a empresa faz o que faz são
coisas essenciais para realizar uma auditoria operacional eficiente e eficaz. Quanto melhor o
auditor responsável pelas atividades compreender o dado em profundidade, maior
possibilidade haverá de o exame ser eficiente, e mais valioso será o serviço realizado.

Neste primeiro momento, estudamos a natureza dos processos e da análise da afirmação sobre
as atividades da auditoria operacional. No segundo momento, vamos estudar os aspectos
administrativos e de controle da auditoria operacional, visando às vantagens para
administração da empresa ou entidade, além das vantagens para os investidores e vantagens
para o fisco.

8.3 Aspectos Administrativos e de Controle da Auditoria Operacional

A auditoria, em linhas gerais, conta com um caráter preventivo e não policialesco. Em especial, a
auditoria operacional que é realizada em caráter permanente, pois ela se constitui em um
diferencial competitivo para as organizações que contam com estas atividades.

Para Crepaldi (2004, p. 29), a auditoria:

Atualmente é um meio indispensável de confirmação da eficiência dos controles e fator de maior


tranquilidade para a administração e de maior garantia para investidores, bem como para o
próprio fisco, que tem na auditoria o colaborador eficiente e insuspeito, que contribui
indiretamente para melhor aplicação das leis fiscais.

Os trabalhos de auditoria operacional em caráter permanente nas empresas e organizações


auxiliam as auditorias externas de acordo com sua independência, pois a auditoria operacional
não se envolve com o ambiente de trabalho, evitando embaraço e possíveis constrangimentos.
Além disso, há uma considerável redução de custo em função da permanência da auditoria
operacional.

Uma das principais vantagens da permanência de uma auditoria operacional, de acordo com sua
abrangência, além de fatores técnicos e fatores psicológicos, é que as pessoas, ao saberem que há
um controlador, inibem qualquer iniciativa de cometer irregularidades.

Podemos considerar como principais áreas de atuação da auditoria operacional as seguintes:

 Saldo das contas do balanço;

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 Contabilidade;
 Sistema de informática;
 Folha de pagamento;
 Faturamento;
 Estoques;
 Processos de produção;
 Controles internos sobre segurança, orçamento, entradas e saídas de pessoal, ponto,
horas extras, perdas, entre outros.

8.4 Vantagens para a Administração da Empresa

Os trabalhos de auditoria operacional demonstram várias vantagens para a administração das


empresas ou organizações. Entre estas vantagens podemos destacar:

8.4.1 Fiscaliza a eficiência dos controles internos permanentemente, aplicando as devidas


correções e melhorias necessárias ao bom desempenho da atividade ou negócio.

8.4.2 Assegura maior correção dos registros contábeis baseado em evidências que venham a
afiançar a real ordem e registro deve ser considerado.

8.4.3 Auxilia a adequação na elaboração das demonstrações contábeis ou financeiras,


principalmente o desenvolvimento das notas explicativas.

8.4.4 Dificulta desvios e erros sobre os saldos de bens patrimoniais e pagamentos indevidos
sobre as despesas.

8.4.5 Possibilita apuração de omissão no registro das receitas, na realização oportuna de


créditos ou na liquidação oportuna de débitos.

8.4.6 Contribui para obtenção de melhores informações sobre a real situação econômica,
patrimonial e financeira das empresas.

8.4.7 Aponta ocorrência de falhas na organização administrativa da empresa e nos controles


internos.

8.5 Vantagens para os Investidores

Considerando que os sócios ou acionistas quando investem em um negócio ou na montagem de


uma empresa ou organização ou se tornam detentores do capital, sejam minoritário ou
majoritário, buscam lucros ou resultados que venham justificar seu investimento, destacamos as
vantagens que a auditoria operacional pode proporcionar aos investidores:

8.5.1 Os trabalhos de auditoria operacional contribuem para maior exatidão da elaboração das
demonstrações contábeis ou financeiras das empresas ou organizações.

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8.5.2 Também possibilitam melhores informações sobre a real situação econômica, patrimonial e
financeira das empresas ou organizações.

8.5.3 Sobretudo, asseguram a maior exatidão dos resultados apurados de acordo com o
acompanhamento dos diversos controles que contribuem para o fechamento.

8.6 Vantagens para o Fisco

Devemos sempre lembrar que o governo (fisco) autoriza as empresas a funcionarem e, desta
forma, cobra sua parte através dos tributos sobre as atividades e os negócios para manter os
serviços que deve prestar à sociedade, como educação, segurança, saneamento, entre outros.
Assim, a auditoria operacional também apresenta papel de destaque para o fisco, como no
tocante às vantagens que seguem:

8.6.1 Permite maior exatidão e confiabilidade sobre a elaboração das demonstrações contábeis
ou financeiras apresentadas.

8.6.2 Consequentemente, a parcela de tributos ou impostos reservados à arrecadação através do


fisco também é confirmada e aceita com maior exatidão, proporcionando maior confiabilidade
do governo em suas três esferas: municipal, estadual e federal.

8.6.3 Contribui para maior observância e obediência das leis fiscais vigentes no país.

Apresentadas as vantagens da auditoria operacional, passamos a apresentar, a relevância da


auditoria operacional no curso de sua atividade ou processo da organização das empresas.

8.7 Relevância da Auditoria Operacional

Os trabalhos de auditoria devem ser planejados e executados a partir do entendimento do auditor


do que significa sua natureza e magnitude, na expectativa de que os eventos relevantes
relacionados influenciem as decisões de um usuário das demonstrações contábeis.

Há alguns pontos a serem considerados no planejamento da auditoria, para que sejam tomadas
decisões importantes sobre a extensão dos trabalhos, como, por exemplo:

 Determinar a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de auditoria a


serem aplicados.
 Avaliar o efeito das distorções sobre os saldos, denominação e classificação das
contas.
 Determinar a adequação da apresentação e da divulgação da informação contábil de
acordo com o patrimônio da empresa ou organização.

As decisões ainda podem estar associadas à experiência ou à visão do profissional envolvido


sobre determinada organização ou mesmo sobre a definição e planejamento dos trabalhos, bem
como a realização deles.

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8.8 Riscos da Auditoria Operacional

A auditoria operacional, como uma especificidade de auditoria como um todo, é desempenhada


para obter segurança razoável, oque não significa segurança absoluta, de que as demonstrações
contábeis ou financeiras não contêm classificações enganosas e materiais sobre os saldos e os
aspectos patrimoniais.

Assim, existe algum risco de que as demonstrações contenham algum erro que o auditor não
conseguiu detectar durante os trabalhos aplicados de auditoria.

Segundo Boyton (2002, p. 181): Se o auditor interpretar que segurança razoável representa 99%
de certeza de que as demonstrações contábeis não contêm classificação indevida relevante, o
risco de auditoria será de 1%; se interpretar que é 95%, o risco será de 5%. O desafio último da
auditoria é que auditores não podem examinar todas as possíveis evidências referentes a todas as
afirmações referentes a todos os saldos de contas e classes de transações. O modelo de risco de
auditoria orienta auditores na coleta de evidência, para que eles possam atingir o desejado grau
de segurança razoável.

Para melhor compreender os riscos da auditoria operacional e explicar a importância do conceito


de risco de auditoria, torna-se necessário mencionar e explicar os três componentes na
subdivisão a seguir.

8.8.1 Riscos da Auditoria e seus Componentes

Os riscos da auditoria não devem ser considerados apenas sobre a relevância dos saldos
materiais de cada conta ou classe de transação, mas devem ser compreendidos como riscos da
auditoria três componentes:

8.8.1.1 Riscos inerentes: é a suscetibilidade de uma afirmação a um erro ou classificação


indevida, supondo que não haja controles internos que com ela se relacionem.

8.8.1.2 Riscos de controle: é o risco de que um erro ou classificação indevida sobre materiais que
possam constar de uma afirmação não seja evitado ou detectado tempestivamente pelos controles
internos da entidade.

8.8.1.3 Riscos de detecção: é o risco de que o auditor não detecte um erro ou classificação
indevida de materiais que existam em uma afirmação.

Deve-se considerar que quanto mais a auditoria ocorrer em tempo real sobre os controles
internos, maior a segurança e menor o risco, pelo fato de que os problemas, os acontecimentos e
os eventos, bem como as pessoas envolvidas no processo estão presentes para relatar e compor
em detalhes as diversas situações que ocorrem no dia-a-dia das empresas.

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9. TÉCNICAS E EXECUÇÃO DE AUDITORIA OPERACIONAL

As técnicas e execução de auditoria operacional são as atividades de averiguação e investigação


formadas por um conjunto de etapas, utilizadas como ferramentas que possam dar condições
para o auditor formar uma opinião sobre as atividades da empresa ou entidade, a partir da análise
aprofundada das demonstrações contábeis e de todas as evidências e informações que
possibilitem a conferência dos fatos possíveis relacionados ao patrimônio.

Assim, através das técnicas e execução aplicadas cabe ao auditor identificar e atestar a validade
de qualquer informação que afirme e contribua para a formação da confirmação sobre a situação
real patrimonial. Isto é realizado através das diversas etapas que a empresa possui em sua
atividade, a partir da extensão e da profundidade que cada parte ou etapa do negócio requer, até
que se obtenham provas materiais que comprovem, satisfatoriamente, a afirmação analisada.

A execução dos trabalhos de auditoria muitas vezes é aplicada através de testes de


observância e testes substantivos.

Desta forma, Jung (2006, p. 467) define que:

Os testes de observância visam à obtenção de razoável segurança de que os procedimentos


de controle interno estabelecidos pela administração estão em efetivo funcionamento e
cumprimento.

Os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto à suficiência, exatidão e


validade dos dados produzidos pelo sistema contábil da entidade dividindo-se em:

a) testes de transações e saldos; e


b) procedimentos de revisão analíticos.

Mas os trabalhos da auditoria operacional precisam estar atrelados ao objetivo que se deseja
atingir de acordo com as metas a serem alcançadas, como exemplo, podemos citar a inspeção
física realizada sobre os ativos permanentes da empresa ou organização, que tem como
finalidade confirmar uma prova material e satisfatória sobre a existência e situação do mesmo.

De acordo com as técnicas de auditoria operacional, destacamos as seguintes etapas de execução,


que serão detalhadas na sequência abaixo:

 Exames físicos de documentos


 Contagens físicas
 Comparação e análise de registros

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 Conferências de cálculos
 Observação de procedimentos por meio de investigação minuciosa
 Realização de entrevistas
 Aplicação de questionários
 Inquéritos
 Aplicação de circularização
 Ponto de controle
 Definição da amostra
 Confidencialidade de informações
 Verificação in loco
 Acompanhar o planejamento

Conforme poderemos observar através da utilização destes procedimentos listados, a auditoria


operacional, de acordo com os objetivos a serem alcançados, deverá estabelecer suas metas em
seu programa, divididas por atividade, assim como a parte a ser investigada e analisada, de
acordo com os objetivos e com a segurança que os trabalhos necessitam.

9.1 Exames Físicos de Documentos

Podemos considerar o exame físico de documentos a verificação in loco de documentos legais


que dão suporte às atividades e às operações da empresa, com observância do conteúdo
descrito e o estado de conservação e apresentação. Deve-se considerar:
 Rasuras;
 Legibilidade;
 Existência;
 Organização;
 Armazenamento; e
 Autenticidade.

Os exames de auditoria compreendem, a partir da constatação dolocal, as características dos


documentos que suportam as operações, considerando o zelo e o estado que estes documentos
se encontram de acordo com os itens já mencionados: se os documentos são legíveis, sem
rasuras, se eles existem e estão arquivados de maneira a atender um mínimo de organização,
etc.

Diante das constatações já mencionadas, será definida a amostragem para análise física,
realizada nas dependências da empresa ou organização, considerando, também, o ambiente, a
forma de manuseio, a organização e o arquivamento dos documentos.

Ainda é importante considerar o nível de segurança que a empresa ou organização tem em seu
ambiente quanto à proteção e manuseio dos documentos em seus vários setores
organizacionais, como, por exemplo:

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a) controle de acesso físico: se somente pessoas autorizadas tem acesso , por exemplo, a
talões de cheques, talões de notas fiscais, entre outros documentos importantes no
desenvolvimento da atividade;
b) características de preenchimento dos documentos quanto a rasuras, adulterações,
falsificações de assinaturas, complementações, entre outras;
c) cuidados quanto a acidentes e proteção contra catástrofes de incêndios, enchentes,
inundações e desabamento.

Podemos considerar como exame físico de documentos os seguintes procedimentos:


 Documentos de aquisição de matéria-prima e imobilizados, confrontação do pedido
com a nota fiscal da mercadoria;
 Documentos de vendas realizadas de bens ou serviços deacordo com a natureza da
operação da empresa, confrontação do pedido com a nota fiscal fatura;
 Documentos de requisições internas e externas que autorizam a alocação e aquisição
de recursos para produção, despesas com viagens;
 Documentos de apontamento de controle ponto, alocação de mão-obra direta ou
indireta de acordo com sua utilização;
 Documentos de contratos obtidos e concedidos mencionados os detalhes legais a
serem considerados.

9.2 Contagens Físicas

As contagens físicas são procedimentos importantes para garantir a existência dos ativos da
empresa ou organização. Normalmente, deve ser feita em todos os setores, considerando tudo
que existe neles, como, por exemplo:
a) contagem das instalações: deve-se contar todos os itens existentes na organização, como
mesas, cadeiras, prateleiras, máquinas, equipamentos diversos, ferramental, etc. Lembre-se
que, dependendo da empresa, esta atividade pode ser muito grande, por estar relacionada com
tudo que a empresa possui;
b) contagem de matéria-prima: imagine em uma indústria como esta atividade pode ser ampla
e importante para o desempenho, controle e planejamento;
c) contagem de todos os insumos e materiais de consumo: são milhares de itens a serem
considerados dependendo do tipo de empresa, mesmo em empresas menores;
d) contagem dos produtos acabados: contagem que vai dar condição de elaborar a separação
de pedidos, processar as entregas ou definir a elaboração de novos lotes e assim por diante;
e) contagem de pessoas envolvidas no processo e na atividade da empresa ou organização;
f) contagem de todas as operações e processos que a empresa ou organização possui.

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Ainda é importante considerar que para a realização da contagem física, o auditor deve estar
informado sobre a unidade de medida utilizada para cada tipo de produto ou item a ser
contado, principalmente com relação ao estoque.

Também para a realização da contagem física, o auditor deve ter alguns cuidados a
considerar, como, por exemplo:
 Toda contagem realizada deve ser acompanhada pelo responsável pelo ativo, pelo
estoque, pelo imobilizado ou pelo item que esteja sendo conferido;
 Feita a contagem física, deve-se tomar o cuidado de elaborar um papel de trabalho
com todas as informações pertinentes, que deve conter a rubrica do auditor e do
auditado;
 Realizar a confrontação das quantidades apuradas com os registros de controle e a
contabilidade sobre todas as operações existentes;
 Registrar no relatório todas as divergências encontradas que deverão estar anotadas no
papel de trabalho, indicando as prováveis e possíveis causas das divergências e, se
possível, apresentar as soluções para possíveis correções e providências a serem
tomadas.

Deste modo, para um bom desenvolvimento desta atividade, é recomendável que o auditor
tenha um bom conhecimento sobre o tipo de contagem que deve ser feita, assim como sobre o
local e as dimensões, e considerar também qual o momento ideal para a aplicação da
contagem física. Um fator importantíssimo é considerar o fator surpresa.

9.3 Comparação e Análise de Registros

A comparação e a análise de registros são utilizadas para constatação da veracidade das


informações obtidas sobre as atividades operacionais em relação aos registros contábeis,
considerando a existência dos saldos, das conciliações, das quantidades, entre outros dados.

Estes procedimentos associados da informação a ser verificada, do local de constatação de


armazenamento ou depósito, da compreensão do conteúdo e da composição de saldos e da
evolução de cada conta ou item a ser analisado permitem alcançar um grau de segurança
quanto à veracidade dos registros existentes na empresa ou organização.

Como podemos observar, estas atividades são correlacionadas, mas exigem uma análise
detalhada e minuciosa de acordo com a origem ou destino dos itens a serem verificados.

Como exemplo de análise de contas a receber ou contas a pagar, precisamos verificar os


documentos fiscais de origem das operações com observância das notas fiscais, da fatura, das
quantidades descriminadas, dos valores destacados, do cliente, do fornecedor, da data e da
operação. Outro exemplo que pode ser considerado é a comparação do extrato bancário com a
contabilização sobre a movimentação bancária que pode gerar a conciliação bancária.

9.4 Conferência de Cálculos

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A conferência de cálculos é um procedimento muito importante para auditoria operacional.


Este procedimento possibilita a constatação e a conferência da adequação sobre as operações
contidas nos diversos documentos. A conferência de cálculos abrange aritmética e cálculos
financeiros, como juros simples e juros compostos, entre outras variáveis necessárias para
confirmação dos saldos.

Para Attie (2006, p. 138), esta técnica é amplamente utilizada em virtude de a quase totalidade
das operações dentro da empresa estar voltada para este processo contábil. Não se deve, em
qualquer que seja a situação, subestimar essa técnica, que pode revelar as situações em que
erros possam ter sido cometidos e que levaram, consequentemente, a distorções nas
demonstrações financeiras.

Os diversos cálculos apresentados normalmente são realizados e conferidos pela empresa em


seus diversos setores, mas a conferência destes cálculos é também uma atividade
imprescindível para o auditor e de grande importância para os resultados do trabalho. Por
diversas razões, estes cálculos podem conter erros dos mais variados.

A seguir, alguns procedimentos adotados pela auditoria operacional na conferência dos


cálculos:

a) cálculo da listagem dos estoques;

b) conferência das somas do livro razão auxiliar de clientes/fornecedores;

c) conferência das somas do livro diário auxiliar de clientes/fornecedores;

d) revisão do cálculo da equivalência patrimonial sobre os investimentos;

e) revisão do cálculo dos dividendos a distribuir aos acionistas;

f) conferência do cálculo da depreciação dos bens do imobilizado;

g) conferência do cálculo da variação cambial sobre empréstimos;

h) conferência dos cálculos de juros recebidos ou pagos e a receber/pagar.

9.5 Investigação Minuciosa

Através da observação de procedimentos por meio de investigação minuciosa pode-se


determinar a adequação das atividades operacionais da empresa ou organização sobre a
matéria auditada.

Podem haver apenas documentos com erros executados, duplicidade de procedimentos,


omissão de procedimentos, falta ou inexistência de procedimentos, ocorrências detectadas
como dolo, roubo, furto ou fraude, ainda assim, o auditor precisa de conhecimentos
específicos para detectar a existência de quaisquer anomalias, distorções ou erros.

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Para facilitar a verificação sobre os procedimentos, é comum a utilização das técnicas de


fluxograma já mencionadas e, a título de exemplo, podemos considerar alguns procedimentos
de investigação mais comuns a serem aplicados, como:

 Examinar a provisão para créditos de liquidação duvidosa;


 Conferir e confirmar todos os recursos disponíveis e investigá-los com muito cuidado
e de maneira minuciosamente aprofundada;
 Checar o departamento de cobrança;
 Examinar cartas de advogados recebidas pela empresa que podem revelar ou dar
subsídios para a probabilidade de indícios de contas a receber, a pagar ou
contingências que não estão evidenciadas na empresa ou organização;
 Conferir relatórios de despesas com viagens;
 Examinar minuciosamente documentos de compra e venda;
 Acompanhar através de análise aprofundada, conjuntamente com a verificação in loco,
a conta de manutenção e reparos;
 Atestar a veracidade da movimentação e da realização dos pagamentos realizados,
entre outras práticas.

9.6 Entrevistas com as Áreas Auditadas

A realização de entrevistas é a forma mais eficiente de captar informações dos profissionais e das
pessoas dos vários setores auditados.

Através da entrevista podem ser esclarecidas as operações feitas, os procedimentos adotados,


assim como pode ser avaliado o grau de conhecimento e interesse dos profissionais, bem
como é possível obter subsídios para formar o entendimento necessário também sobre o fator
psicológico dos envolvidos.

Para obter uma eficiente atuação e um bom resultado da entrevista, devem ser tomados alguns
cuidados em sua aplicação. São eles:

 Planejar a entrevista a ser aplicada;


 Identificar os profissionais que executam as tarefas ou detêm o conhecimento
necessário sobre o ambiente e a atividade auditada;
 Preparar um cheklist com todas as perguntas necessárias, como um roteiro, através de
um questionário, com o intuito de otimizar o tempo da entrevista;
 Agendar com antecedência o local e a hora da entrevista;
 Durante a realização da entrevista, procurar fazer anotações objetivas e concisas;
 Procurar fazer um formulário para anotação das respostas obtidas do entrevistado ou
do auditado e, ao final, colher a assinatura ou um ciente do entrevistado sobre as
informações fornecidas;
 Analisar as respostas e confrontar com os acontecimentos e como deveriam estar
sendo realizadas as atividades de acordo com as operações e as definições

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estabelecidas pela empresa ou organização através das suas normas de procedimentos


ou atas de reuniões;
 Cuidar e respeitar a hierarquia empresarial e os vínculos entre as áreas, evitando
informações em duplicidade ou em áreas inadequadas;
 Estabelecer um critério para o desenvolvimento e para a aplicação da entrevista, como
horário, sequência de assuntos e buscar abranger o assunto em uma única entrevista;
 Quando a entrevista for aplicada para uma equipe, procurar, também, se reunir em
equipe de auditores para atuar conjuntamente;
 Manter um clima de cordialidade e respeito profissional durante toda a entrevista.

Como se pode observar, a realização de uma simples entrevista requer bastante preparo por
parte do auditor e planejamento da auditoria, pois uma boa entrevista pode contribuir muito
para o andamento dos trabalhos a serem aplicados.

9.7 Utilização de Questionários

A utilização de questionários irá direcionar a condução dos trabalhos de auditoria,


considerando a cobertura de todas as situações a serem auditadas de acordo com os
questionamentos necessários ao bom andamento da auditoria.

Os questionários facilitam e contribuem de forma dinâmica com os processos de entrevistas in


loco. Eles podem ajudar e facilitar inclusive parte dos trabalhos a distância. Além disso, os
questionários propiciam uma maior facilidade na tabulação das respostas e na correlação entre
situações críticas e o ambiente auditado de acordo com interpretação relacionada.

Abaixo, apresentamos um modelo de questionário.

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Este modelo de questionário sobre as atividades da empresa deve ser adaptado, modificado e, até
mesmo, criado de acordo com a experiência do auditor e com a necessidade que a atividade ou o
departamento requerem para uma boa aplicação e para a avaliação a ser considerada em linhas
gerais do negócio, dos produtos ou serviços desenvolvidos.

9.8 Inquéritos

O inquérito consiste em uma etapa complementar a aplicação dos questionários. Trata-se da


formulação de perguntas e da obtenção de respostas satisfatórias, desde que corretamente
aplicado. As perguntas devem ser formuladas com muito cuidado e respeito, de forma a serem
concisas, objetivas e merecerem a atenção do entrevistado.

Attie (2006, p. 140) define o inquérito como:

[...] procedimento de auditoria, pode ser utilizado através de declarações formais, conversações
normais ou sem compromissos. Quando da aplicação do inquérito, o auditor deve ter em mente
que as respostas obtidas deverão ser examinadas para a comprovação das informações recebidas.

O inquérito é uma das técnicas mais utilizadas pelo auditor no curso de sua atividade de
auditoria operacional: na coleta de informações, na obtenção de conhecimentos do sistema de
controle interno, na obtenção de dados identificando as informações contidas através das
várias tarefas executadas ou nas explicações necessárias às matérias em exames.

No curso das atividades de inquérito, à medida que ocorre umaprofundamento do assunto, deve
haver, entre a pessoa entrevistada e o auditor, aceitação mútua e respeito. Normalmente, as
entrevistas envolvem vários pontos de vista, e nem sempre o que se quer saber é dito, mas o
auditor deve estar focado em coletar informações verdadeiras baseadas em fatos reais e
relevantes, que possam ser comprovadas.

Os inquéritos podem ser aplicados de diversas formas, a cerca do aumento ou da diminuição das
vendas, sobre a posição dos investimentos, sobre a utilização dos recursos materiais quanto ao
uso ou obsolescência, sobre a existência de títulos a receber com atrasos, sobre as causas
prováveis e sobre averiguação dos controles internos existentes quanto a sua eficiência ou não.

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9.9 Utilização da Circularização

A circularização já estudada anteriormente, onde se apresentou inclusive modelos a serem


aplicados, tem por finalidade confirmar a posição financeira de partes relacionadas com clientes,
fornecedores e bancos, entre outros, para garantir a realidade de uma situação, via confirmação
com mais de um interessado, admitindo-se o conceito de segregação de funções de acordo com
cada pessoa auditada no processo de circularização, conforme esclarece Gil (2000, p. 62).

Para o estabelecimento da aplicação de circularização deve ser definida a escolha do campo ou


da atividade de acordo com o universo, definindo os critérios de escolha da amostra a ser
circularizada conforme a definição das respostas a serem alcançadas.

O processo de circularização pode ser efetuado com o envio de cartas, a realização de


telefonemas ou o envio de e-mails, e deve buscar a confirmação com um terceiro da
informação que deseja ser obtida.

Ao receber as respostas, deve-se analisá-las e confrontá-las com as respostas esperadas,


identificando os desvios e apurados as suas causas, além dos desvios acentuados que devem
ser objeto de reconfirmações.

9.10 Ponto de Controle

O ponto de controle é um procedimento que acompanha a realização dos trabalhos e dos


testes aplicados durante os trabalhos de auditoria. Normalmente, o programa que estabelece o
direcionamento dos trabalhos a serem aplicados ou desenvolvidos apresenta em seu
arcabouço espaço para aplicar o ponto de controle ou o auditor deverá elaborar formulário
próprio para anotação sobre o ponto de controle a ser observado ou acompanhado.

No desenvolvimento do ponto de controle, deve-se apresentar e acompanhar o ambiente, os


recursos humanos, os materiais e as tecnologias integrantes, e apresentar e a identificar a
definição do enfoque do trabalho de auditoria de acordo com sua natureza, observando a
otimização desejada ou prevista.

Para tanto, podemos destacar como rotinas do ponto de controle algumas atividades
desenvolvidas durante o desenvolvimento da auditoria operacional, como as que seguem:

a) as áreas, os departamentos, a seção e as rotinas pertinentes a realização da atividade


empresarial;

b) processos e resultados apresentados;

c) operações, atividades e controles que apresentam as rotinas e dão respaldo através dos
controles internos;

d) irregularidades detectadas; e

e) deficiências encontradas que precisam ser melhoradas.

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9.11 Amostragem

Os trabalhos de auditoria necessitam, por parte do auditor, de um conhecimento aprofundado


do universo a ser auditado, via análise de documentos, controles internos, atividades e
operações da empresa ou organização antes de definir a amostra a ser trabalhada, tendo como
objetivo principal dar maior segurança possível para a formação da opinião.

Outro ponto a se considerar é estabelecer regras para a definição da amostra. Isto permite
maior velocidade e evita aplicação de testes repetitivos. É importante, então, definir algumas
regras para a obtenção da amostra:

a) as quantidades e valores de acordo com o percentual e o grau do risco;


b) datas períodos para o corte (a ocasião ideal a ser analisada);
c) uso da estatística, cálculo de média, desvio-padrão, definição do percentual; e
d) aplicação de tabelas e regras, definição de escolha aleatória, entre outras.

A escolha de uma amostra de acordo com estas regras permite a segurança necessária para
realização dos trabalhos de acordo com o universo, considerando ainda alguns aspectos, como
a escolha de contas sem movimentação, de contas com o maior saldo, de contas com
movimentação muito irregular sem uma característica de comportamento, de contas com a
maior intensidade na movimentação, de contas que apresentam anomalias no saldo, etc.

9.12 Confidencialidade de Informações

Todos os trabalhos de auditoria operacional devem apresentar um grau de confiabilidade das


informações obtidas através das várias atividades realizadas, como a aplicação de
questionários, o exame dos documentos, a verificação dos cálculos, o teor das entrevistas,
entre as várias técnicas de execução de auditoria operacional.

As etapas realizadas devem apresentar coerência de acordo comos objetivos do trabalho. Os


controles internos devem ser utilizados para formação da opinião e deve haver a conferência
documprimento das normas estabelecidas pela empresa ou organização.

Toda confidencialidade exige sigilo e ética dos profissionais envolvidos na atividade quanto
ao acompanhamento dos processos, a segregação das atividades e a sugestão de correção na
busca da melhoria e da eficácia do negócio.

9.13 Verificação In Loco

A verificação in loco permite a comprovação, através da presença física diante dos objetivos
dos trabalhos, das condições da situação operacional do ambiente auditado de acordo com o
conhecimento e a familiaridade da empresa ou organização.

Outro ponto muito importante é a oportunidade para a equipe de auditoria interagir


pessoalmente com a área auditada e todas as etapas do processo.

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Para realização da verificação in loco, é necessário obter a descrição prévia do ambiente


auditado para o estabelecimento do roteiro, dos tópicos e das etapas a serem constatadas:

a) determinar os objetivos da auditoria e da verificação in loco dos tópicos e etapas a serem


aplicados;

b) planejar detalhadamente o roteiro da visita;

c) observar, através do diálogo com os auditados, as fraquezas e suas causas e consequências;

d) constatar por sensibilidade do próprio auditor ou através de denúncia do auditado situações


irregulares, falta de segurança ou sugestões de melhorias;

e) realizar a visita em alguns casos utilizando o fator surpresa e, se necessário, acompanhado


dos profissionais responsáveis da empresa ou apenas levando uma autorização por escrito;

f) ter certeza de que os auditados estarão presentes e participarão da visita e da verificação in


loco;

g) documentar a visita, com a elaboração de relatório ou ata ou emissão de memorando;


quando necessário, utilizar recursos de fotografias para registro das condições ou do estado de
certos bens verificados na visita.

9.14 Supervisão do Planejamento

A Supervisão do planejamento dos trabalhos da auditoria operacional, conforme as diversas


etapas apresentadas, precisa ser apoiado, sugerido e discutido com a direção da empresa ou
organização de acordo com a estrutura organizacional existente e pretendida.

Os trabalhos precisam atender ao planejamento estratégico definido pela empresa ou


organização. Precisam, também, acompanhar o lançamento de novos produtos com atenção,
tendo em vista as metas estabelecidas e alcançadas.

Deste modo, a auditoria operacional precisa, através do convívio com as diversas áreas,
supervisionar os padrões definidos, as etapas cumpridas e o método dos trabalhos conforme o
enfoque do negócio e as metas e os padrões estabelecidos.

Uma forma bastante utilizada para a supervisão do planejamento é o feedback organizacional.


As informações apresentam os pontos que merecem maior atenção de acordo com o
desempenho e com os resultados apresentados.

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10. DIAGNÓSTICO DA AUDITORIA OPERACIONAL

Os trabalhos de auditoria operacional, de acordo com o que estudamos até agora, através dos
procedimentos e das técnicas de execução, através do levantamento feito por meio de
questionários, entrevistas, verificação in loco e através das demais atividades desenvolvidas
contribuem para a formação do diagnóstico, cujo objetivo básico é subsidiar a tarefa de
identificação dos pontos fracos e fortes da empresa ou organização. Com estas informações,
elaboram-se projetos de atuação de acordo com as necessidades específicas detectadas

De acordo com os controles internos e os objetivos da auditoria operacional na condução dos


trabalhos, além, é claro, dos interesses da empresa ou organização, o resultado alcançado na
condução das diversas etapas de investigação sobre a situação das partes onde foram
aplicados os trabalhos irá, posteriormente, contribuir para a formação de um diagnóstico.

Para formação do diagnóstico, é necessário obter algumas respostas através dos trabalhos de
auditoria operacional – que podem ser bastante amplos, por ser, por exemplo, a auditoria
operacional de caráter permanente um organismo da empresa ou organização, parte do staff da
direção. Deste modo é possível apresentar várias considerações para formação do diagnóstico.
Como exemplos, apresentamos alguns aspectos operacionais sobre produto, departamento
comercial e controles diversos:

a) Os atuais produtos ou serviços da empresa (doravante diremos apenas produtos, mesmo nos
referindo a serviços) realmente satisfazem às necessidades dos clientes? Existe alguma
fidelidade do cliente em relação ao produto? Qual o uso que o cliente faz do produto? Qual a
frequência de cancelamento de pedidos? As reclamações sobre os produtos são estudadas com
a finalidade de serem sanadas? Como funcionam os serviços pós-venda, elas contribuem para
a consolidação da clientela?

b) A empresa desenvolve uma atividade sistemática de verificação de necessidades,


tendências e atitudes dos consumidores, para tirar subsídios tanto para o desenvolvimento de
novos, como a reformulação dos produtos existentes para o estabelecimento de políticas de
preço, para a orientação de esforços publicitários, entre outras situações relacionadas?

c) No dia-a-dia os gerentes vão fazendo inferências sobre os consumidores com base em


experiências isoladas de relacionamento? Reclamações e sugestões são consideradas?

d) Os gerentes se empenham na produção, no desenvolvimento e na melhoria de produtos e


no desenvolvimento de novos produtos? Trabalham para obter o melhor preço e melhorar o
resultado?

e) As atividades detectadas no departamento comercial apresentam um bom nível sobre as


etapas, com o objetivo de aprimorar as rotinas e atividades? Considerando alguns aspectos
aplicados na empresa:

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 Cadastra todos os clientes e analisa os dados?


 Recolhe sistematicamente as informações trazidas por vendedores e realmente às
avalia?
 Verifica com os clientes como estes estão usando o produto e se o produto tem
satisfeito as expectativas?
 Analisa os porquês de propostas e orçamentos recusados?
 Tem pessoal fixo trabalhando em pesquisa de mercado (se o porte da empresa
justifica)?
 Realiza (regularmente / eventualmente / esporadicamente) pesquisa de mercado?
 Tem um canal estabelecido através do qual o consumidor faz suas reclamações e
críticas?
 Registra rigorosamente os dados de venda (procedência geográfica, tipo de cliente)
e os analisa?
 Faz testes de produto e preço, entre outros?
 Tem uma verba destinada à pesquisa e faz uso dela?

f) A empresa realiza um esforço para assegurar o fornecimento do produto e todas as


facilidades possíveis para que o cliente possa adquirir e receber o produto dentro da
expectativa? Considerando as seguintes questões:

 O sistema de distribuição adotado pela empresa assegura uma oferta constante do


produto à clientela?
 Quanto tempo o cliente espera para receber o produto após ter feito o pedido? Este
tempo poderia ser reduzido?
 A empresa faz um acompanhamento minucioso das vendas de representantes,
distribuidores, revendedores e procura se assegurar que haja produtos estocados
para pronta entrega?
 A empresa avalia em base regular o desempenho de representantes, distribuidores,
revendedores?
 A estratégia de distribuição é estudada de modo a fazer com que o cliente encontre
as maiores facilidades de tempo, transporte e meios de compra?
 A empresa revisa periodicamente suas estratégias de distribuição e procura
encontrar alternativas mais vantajosas para os clientes?

g) Qual é a situação atual da empresa ou organização no mercado? (muitas vezes será


necessária a aplicação de pesquisa e realizar o benchmarking). Considerando as seguintes
questões:

 Qual é o conceito dos produtos da empresa junto aos clientes?


 As vendas da empresa vêm crescendo satisfatoriamente? Se não, o que seria
responsável por isso?
 Quais foram os resultados brutos de vendas anuais dos últimos cinco anos (em
reais e em unidades)? Tais resultados, o que indicam?

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 As vendas de cada um dos produtos vêm crescendo satisfatoriamente? Se não, o


que seria responsável por isso?
 Há alguns produtos que vêm sendo responsáveis por parcelas muito grandes dos
resultados da empresa?
 A relação entre custos de marketing e faturamento tem se mantido ou vem se
alterando nos últimos anos? A alteração é positiva ou negativa? O que isto indica?
 A empresa tem mantido sua parcela de mercado? Qualquer que seja a resposta,
quais os dados que a demonstraram? Se ela não tem mantido sua parcela, por que
isso ocorre?
 As taxas de lucratividade de cada produto e da empresa como um todo vêm
aumentando, ou pelo menos vêm se mantendo? Se não, o que as explica?
 A empresa vem conseguindo manter sem dificuldade preços que julga justo? Se
não, por quê?
 Há algum indicador de que algum concorrente vem ganhando terreno em relação à
sua empresa? Se sim, por que isso ocorre?
 Qual é a posição da empresa em relação aos concorrentes?

h) A empresa exerce um efetivo controle sobre as operações financeiras de pagamento,


recebimento e imobilizações? Considerando as seguintes questões:

 A empresa controla rigorosamente as contas a pagar?


 Elas estão registradas pela data de vencimento, de tal modo que a empresa obtenha
descontos possíveis por pagamentos antecipados (se vantajosos) ou evite os juros
sobre atrasos?
 As contas a receber estão organizadas de modo que se possa tomar conhecimento
imediato dos pagamentos recebidos e cobrar com rapidez os atrasados?
 A empresa tem um controle das contas em atraso por data de vencimento e adota
todas as medidas de cobrança possíveis?
 A empresa controla os níveis de inventário de forma que se mantenham de acordo
com os que se julga adequado?
 Os pagamentos de impostos, taxas e encargos sociais são feitos em dia?
 As imobilizações são estudadas com cuidado, procura-se analisar o retorno sobre
investimento de cada uma?
 As imobilizações são controladas de modo a se manterem no nível almejado pela
empresa

i) Os demonstrativos de resultados mensais da empresa são claros, precisos, suficientemente


detalhados a ponto de permitir uma análise do desempenho de cada área de responsabilidade
por resultados (linha de produto, filial, loja, conforme o caso)? Eles possibilitam decisões
sobre adoção de medidas corretivas ou adoção de estratégias ou políticas que se mostrem
vantajosas? Considerando as seguintes questões:

 A empresa emite demonstrativos de resultados logo após o fim de cada mês?

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 Tais demonstrativos permitem uma visualização precisa do desempenho de cada


área?
 Eles permitem a percepção de discrepâncias significativas em custos e receitas?
 Eles são objetos, coerentes e ausentes de eventuais favoritismos a uma ou outra
área em questões de custos?
 São comparados ao orçamento previsto para o mês?
 Permitem verificação de necessidade de medidas corretivas?
 O nível de detalhes permite constatação, se necessário, de custos e receitas
unitárias (se é possível)?
 São analisados com a devida atenção e levam às ações gerenciais que se façam
necessárias?
 Para a análise dos demonstrativos são usados índices que se revelem válidos para a
empresa (custo de promoção x volume de vendas, taxa de contribuição de cada
área, etc.)?

j) Qual é a atual posição financeira de sua empresa? Considerando as seguintes questões:

A empresa tem algum grau de endividamento? Em caso afirmativo, este


endividamento é passageiro ou tem perspectiva de persistir?

 Se há endividamento, qual é a sua causa? A causa já desapareceu ou continuará


provocando efeitos indesejáveis?
 Qual é a posição do caixa da empresa? O índice de liquidez corrente é positivo?
 Caso o caixa esteja em posição de insuficiência, ou excessivamente baixo para as
operações, qual é o motivo? Tal motivo tende a persistir?
 Os resultados da empresa têm encontrado os orçamentos? Qual é a variação entre
os resultados reais e os orçados?
 O volume de contas a receber da empresa guarda boa proporção em relação ao
faturamento? Se não, por quê? A razão tende a persistir?
 As contas a pagar da empresa estão em dia? Se não, por quê? As razões dos atrasos
são passageiras ou tendem a persistir?
 Em que percentagens se distribuem os custos variáveis, fixos, de vendas e
administrativos no custo total dos produtos da empresa? As percentagens parecem
razoáveis ou alguns dos itens de custo parecem elevados? Se sim, qual é a causa?
 O número de credores em atraso significativo ou insolvente é considerável?
 A empresa dispõe de reservas para situações adversas?

k) A empresa mantém suas máquinas e equipamentos, prédios, móveis e instalações sempre em


boas condições? Considerando as seguintes questões:

 A empresa está consciente de que é necessário manter móveis, prédios, máquinas e


equipamentos, veículos e outros ativos sempre em boas condições?
 A empresa investe suficientemente em manutenção preventiva?
 Na observância de que algum equipamento, máquina ou veículo não está funcionando

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 dentro dos padrões, há um esforço imediato de manutenção?

10.1 Como Estruturar o Diagnóstico

A estruturação do diagnóstico está associada aos resultados obtidos a partir das atividades
desenvolvidas pela empresa, detectados durante os trabalhos de auditoria operacional. Assim,
oferecemos algumas dicas para formação da estruturação do diagnóstico a seguir.

1º) Ao aplicar cada pergunta de acordo com os trabalhos, questionários, entrevistas, entre as
diversas técnicas de execução da auditoria operacional, realizar:

2º) De acordo com cada item investigado por área específica, detalhar a área e formalizar a
interrogação, obtendo um sim ou um não. Na sequência, realizar comentário justificando a
resposta alcançada:

Estas formas de estruturação sugeridas do diagnóstico devem ser elaboradas em cada etapa, de
acordo com as atividades realizadas em cada área, departamento ou setor, com o objetivo de
facilitar a leitura e a interpretação dos resultados obtidos durante os trabalhos de auditoria
operacional realizados.

Todos os resultados obtidos de maneira empírica e sistemática irão fazer com que sejam
identificados os pontos fracos e os pontos fortes da empresa ou organização, de cada setor,
departamento ou área de atuação. Estes resultados irão facilitar o entendimento da real

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situação, para que a auditoria operacional possa fazer as sugestões para as devidas
implementações de melhorias na continuidade do negócio, considerando os princípios da
auditoria operacional já apresentados, os três Es: eficiência, economicidade e eficácia.

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11. DOCUMENTAÇÃO DA AUDITORIA OPERACIONAL

O Auditor deve documentar, através de papéis de trabalho, todos os elementos significativos


dos exames realizados e que evidenciam ter sido a auditoria executada de acordo com as
normas aplicáveis.

Os papéis de trabalho devem ter abrangência e grau de detalhes suficientes para propiciar o
entendimento e o suporte da auditoria executada, compreendendo a documentação do
planejamento, a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de auditoria, bem
como o julgamento exercido pelo auditor e as conclusões alcançadas.

Os papéis de trabalho devem ser elaborados, organizados e arquivados de forma sistemática e


racional.

Quando o Auditor se utilizar de análises, demonstrações ou quaisquer outros documentos


fornecidos pela área auditada, deve certificar-se da sua exatidão.

11.1. Papéis de Trabalho

11.1.1 Conceito

Os Papéis de Trabalho de auditoria constituem um registro permanente do trabalho efetuado


pelo auditor, dos fatos e informações obtidos, bem como das suas conclusões sobre os
exames. É com base nos Papéis de Trabalho que o auditor irá relatar suas opiniões, criticas e
sugestões.

11.1.2 Objetivos dos Papéis de Trabalho

 Auxiliar na execução de exames;


 Evidenciar o trabalho feito e as conclusões emitidas;
 Servir de suporte aos relatórios;
 Constituir um registro que possibilite consultas posteriores, a fim de se obter detalhes
relacionados com a auditoria;
 Fornecer um meio de revisão por Supervisores;
 Determinar se o serviço foi feito de forma adequada e eficaz, bem como julgar sobre a
solidez das conclusões emitidas;
 Considerar possíveis modificações nos procedimentos de auditoria adotados, bem
como no programa de trabalho para o exame subseqüente.

11.1.3 O que devem conter os Papéis de Trabalho

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Os papéis de Trabalho devem ser preparados de modo que apresentem os detalhes


importantes. Uma auditoria envolve tantos detalhes, que itens importantes podem passar
despercebidos, como resultados da elaboração imperfeita dos papéis. Por isso, os Papéis de
Trabalho devem ser completos quanto a:
 Informações e fatos importantes;
 Escopo do trabalho efetuado;
 Fonte das informações obtidas;
 Suas opiniões e conclusões.

Os Papéis de Trabalho devem ser preparados tendo-se em mente seu completo entendimento
por outro auditor que não teve ligação direta com o trabalho. É comum a consulta aos Papéis
de Trabalho em anos posteriores para se prestar esclarecimentos ou informações sobre algum
aspecto a área auditada.

Assim, podemos considerar nossos Papéis de Trabalho completos e perfeitos, toda vez que
tivermos possibilidade de responder satisfatoriamente às seguintes questões, com relação ao
conteúdo:

a) Os dados, fatos e informações estão colocados de maneira clara, concisa e bem


distribuídos?
b) Todas as informações contidas nos Papéis são importantes para a formação de uma
opinião sobre a área?
c) Todas as informações são necessárias para a perfeita visualização da profundidade do
exame efetuado?
d) Na possibilidade de uma revisão futura por um elemento que não participou do exame,
foram consideradas todas as informações úteis para permitir um rápido entendimento?
e) Todos os pontos do relatório possuem adequado suporte nos Papéis de Trabalho?
f) A omissão de alguma informação nos Papéis de Trabalho trará alguma conseqüência a
curto, médio ou longo prazo?

11.1.4 Divisão e arquivo dos Papéis de Trabalho

11.1.4.1 Arquivo Permanente

De modo geral, o arquivo permanente deve conter assuntos que forem de interesse para
consulta sempre que se quiserem dados sobre o sistema, área ou unidade objeto da auditoria.
Os papéis e anexos dessa natureza não devem ser incluídos nos arquivos Correntes, nem
duplicados por material neste arquivo, mas devem ser conservados somente no Permanente.
Referências cruzadas adequadas e o uso conveniente do arquivo Permanente tornarão tais
duplicações desnecessárias.

Os anexos juntados ao arquivo Permanente constituem parte integrante dos Papéis de


Trabalho para cada serviço e devem ser revistos e atualizados a cada exame. Material obsoleto
ou substituído deve ser removido e arquivado a parte, numa pasta Permanente separada, para
fins de registro.

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Como cada serviço tem características próprias, o conteúdo do arquivo Permanente pode,
naturalmente, variar. Assim, apresentamos a seguir, exemplos de materiais geralmente nele
incluído:

 Pontos de “pré-auditoria” a liquidar;


 Pontos de “pré-auditoria” liquidados;
 Organograma da área;
 Atas de reunião da diretoria;
 Atas importantes de reunião dos dirigentes locais;
 Memorando de procedimentos;
 Modelos de impressos e registros importantes;
 Fluxograma;
 Manuais;
 Dentre outros

11.1.4.2 Arquivos Correntes de Auditoria

Os arquivos correntes de Papéis de Trabalho contêm o programa de auditoria, o registro dos


exames feitos e as conclusões resultantes do trabalho de auditoria. Juntamente com o arquivo
Permanente, os Papéis de Trabalho Correntes devem constituir um registro claro e preciso do
serviço executado. Com exceção de certos casos, não é prática usar modelos padronizados de
Papéis de Trabalho, nem prescrever as informações que devem constar nos papéis.

Os Papéis de Trabalho devem ser delineados e elaborados de forma que apresentem detalhes
importantes à atenção de quem os use ou examine. Uma auditoria envolve tantos detalhes, que
itens importantes podem passar despercebidos como resultado da elaboração insatisfatória de
Papéis de Trabalho.

Os papéis devem ser organizados de forma que facilitem o confronto de dados relacionados
entre si. Para tanto, a estrutura em que são enquadrados é, em linhas gerais, a seguinte:

a) Folhas Índices

São papéis que apenas listam as várias áreas alvo dos exames de auditoria e a referência do
papel de trabalho onde podem ser encontradas as evidencia dos exames e dos levantamentos
executados.

b) Folhas Mestras de Trabalho

Usualmente há uma folha mestra separada para cada área importante dos exames. Essas folhas
mestras resumem as áreas individuais de exames e dão informações gerais. Por exemplo, a
folha mestra para exame na área de trabalho pode indicar apenas os saldos contábeis por
natureza de contas (movimento, arrecadação, pagamentos, etc.).

c) Folhas Subsidiárias

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Usualmente, há uma ou mais folhas de detalhe em apoio de cada mestra, na qual é registrado
o trabalho de auditoria e documentam as informações obtidas. Essas folhas contêm o registro
da análise e testes efetuados, e devem trazer a opinião do auditor quanto ao resultado
alcançado. Subfolhas de detalhes devem ser preparadas quando necessárias para testes dos
dados que comprovam as transações ou para efetuar outros trabalhos de auditoria necessários.

d) Organização

Para arquivamento dos Papéis de Trabalho Correntes é aconselhável que as pastas individuais
sejam de pequeno volume, de modo a facilitar o manuseio. Por conseguinte, os papéis devem
ser distribuídos em tantas pastas quanto forem necessárias, dependendo do vulto do trabalho.
A seqüência dos papéis, não obstante o número das pastas individuais deve ser relativamente
uniforme para todos os trabalhos. Sugere-se a seguinte ordem lógica:

1. Relação de pontos de auditoria identificados;


2. Rascunho de Relatórios;
3. Registro das horas aplicadas (Controle das Horas);
4. Folhas de revisão do trabalho, com os pontos levantados a completar/ completados;
5. Folhas Índices;
6. Folhas Mestras;
7. Folhas Subsidiárias.
e) Considerações Gerais

Cada Papel de Trabalho deve ter um cabeçalho mencionando o nome da área ou sistema, o
tipo de exame objeto, a denominação do Papel de Trabalho e a data do exame. É colocado no
canto superior direito da folha, o número do índice adequado. Se o papel consistir de mias de
uma página, isto é indicado numerando-se cada página “1 de 3”, “2 de 3”, etc. Cada papel
deve ser assinado e datado pelo auditor, de tal maneira que fique identificado o seu trabalho.

Os Seniores de auditoria assumem a responsabilidade pelos Papéis de Trabalho preparados


pelos Assistentes sob sua orientação e devem indicar seu exame e aprovação do trabalho,
apondo seu visto em cada papel.

Nitidez e exatidão são requisitos essências no preparo de todos os Papéis de Trabalho,


visando que sejam facilmente examináveis e que proporcionem um registro claro do trabalho
efetuado. É preferível usar espaços duplos em memorandos e usar várias folhas de papel, a
aglomerar muitas informações em uma só folha. Folhas mestras e subsidiárias devem da
mesma forma e preferivelmente, ser elaboradas usando-se espaço duplo; devem-se tomar
cuidados para não escrever informações entre as linhas e nas margens. A fim de facilitar a
reprodução fotográfica, não se devem fazer quaisquer anotações no verso dos Papéis de
Trabalho, visto que podem ser omitidas no processo de reprodução.

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12- RELATÓRIOS DE AUDITORIA OPERACIONAL

Os relatórios apresentam os trabalhos realizados de acordo com o objetivo da auditoria, pois


através deles o auditor conclui o trabalho e informa a empresa ou organização, a alta
administração, as pessoas ou departamentos envolvidos a quem se dirige o trabalho da seguinte
forma:

a) deve ser detalhado demonstrando que o trabalho foi realizado;

b) qual foi a abrangência, o grau de profundidade e o tamanho da amostra verificada;

c) a forma como foi realizado de acordo com as técnicas de execução que os trabalhos
necessitaram;

d) os fatos relevantes observados em cada etapa, de acordo com os apontamentos do diagnóstico


que o auditor julgar que devam ser divulgados;

e) as conclusões que os trabalhos permitiram obter na forma de opinião formada durante as


evidências encontradas e as confirmações realizadas sobre as partes envolvidas no escopo do
trabalho, de acordo com as peças e partes examinadas, que contribuam para o relatório dos
auditores.

A redação utilizada na elaboração dos relatórios deve ser objetiva, clara e concisa, pois é através
da apresentação dos relatórios que será avaliada a qualidade do trabalho perante os usuários,
empresa ou organização ou o responsável que for utilizá-lo.

O auditor deve aplicar-se ao máximo na elaboração do relatório. Franco e Marra (1992, p. 447)
explicam que “O auditor deve esmerar-se na elaboração do relatório, não somente por razões de
prestígio ou conceito profissional, mas para, também, atingir a finalidade informativa de seu
trabalho e atender às normas de auditoria relativas ao Relatório e Parecer do Auditor”.

Ainda cabe ressaltar que o relatório deve ser completo e fiel. Deve, também, relatar com
fidelidade os trabalhos executados e os fatos observados e tomar cuidado para não omitir fatos
relevantes que possam trazer prejuízos, pelos quais o auditor possa ser responsabilizado.

Lembrando, ainda, que a opinião final relatada deve sempre estar baseada em fatos concretos,
devidamente comprováveis através das várias etapas e através das técnicas de execução
utilizadas e devidamente formalizadas e documentadas.

12.1 Tipos de Relatórios

Os relatórios apresentados pela auditoria operacional variam de acordo com a amplitude da


atividade ou conteúdo auditado e, também, conforme o exame aplicado, a extensão e a

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profundidade dos procedimentos realizados. Deste modo, podemos considerar os seguintes


tipos de relatórios:

12.1.1 Relatórios Formais são elaborados de forma escrita, com redação clara e formal
atendendo aos objetivos propostos, além do que devem atender às normas e a legislação em
vigor, ainda podemos destacar os seguintes tipos de relatório a considerar:

a) Relatório na forma curta – bastante objetivo apenas de parte ou atividade específica


apresentada.

b) Relatório na forma longa – bastante detalhado e analítico quanto à descrição dos trabalhos
realizados, mas poderão não conter uma opinião final e formal do auditor.

c) Relatório sobre os controles internos – representa os comentários sobre os controles


internos da empresa ou organização, ressaltando deficiências detectadas através dos
diagnósticos e fazendo sugestões e recomendações construtivas, para melhoria dos processos
e atividades de controles

d) Relatórios especiais – poderão decorrer de trabalhos diversos executados pela auditoria


operacional como levantamentos de valores do ativo ou passivo, conciliações de contas,
apurações específicas de irregularidades detectadas e muitos outros possíveis.

12.1.2 Relatórios Informais são apresentados e compreendem apenas informações verbais,


transmitidas aos dirigentes e responsáveis pela empresa ou organização ou aos seus
subordinados, considerando assuntos não relevantes, que podem ser corrigidos sem que sejam
necessários relatórios formais.

12.2 Dicas Práticas para Elaboração de Relatórios de Auditoria

“...todo homem que usa da palavra verbal ou escrita, como um instrumento de trabalho, todo
aquele que fala ou escreve...deve estudar e conhecer a fundo a força e os recursos desse
elemento de sua atividade” (José de Alencar)

O trabalho de auditoria realiza-se essencialmente através de relatórios escritos. Ele é a imagem


do nível profissional, cumprindo duas finalidades distintas: primeiro, é o meio de comunicação
imediata entre a auditoria e as áreas/administração; segundo,é o registro permanente de nossas
atividades para referência futura.

Em síntese, o relatório escrito é sempre, a qualquer momento, a evidência mais concreta do


trabalho e a fonte de informações mais abundante e segura.

Assim, a forma com que se apresenta o relatório é talvez tão importante quanto seu conteúdo.
Qualquer leitor absorverá melhor uma idéia simples e bem descrita, do que uma idéia
brilhante desenvolvida obscuramente.

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Lembre-se que essas orientações são gerais, e a sua aplicação em cada caso vai depender do
bom senso de quem redige.

12.3 Estrutura Adequada

A estrutura do relatório deve ser a primeira e fundamental preocupação para quem escreve.
Num relatório bem estruturado, o desenvolvimento lógico dos assuntos fica facilitado. Assim,
não só fica mais fácil "vender" as idéias expostas (função de comunicação imediata), como se
torna simples encontrar informações desejadas (função de registro permanente).

12.4 Redação Objetiva


Antes de se iniciar a elaboração de um relatório, deve-se estabelecer com a máxima clareza
qual é o objetivo a ser atingido. Normalmente, isto não é feito no grau de detalhe que seria
necessário para definir sua estrutura.

Durante toda elaboração do relatório, não se deve perder o objetivo de vista. Ele deverá
orientar desde a escolha do título, até a organização dos tópicos e a forma de redigir.

Do ponto de vista prático, é útil manter uma folha a parte com o objetivo, em forma
esquemática, para consulta freqüente.

Naturalmente, isto é apenas uma sugestão. Cada um irá adaptá-lo ao seu próprio estilo. Não
obstante, o princípio permanece: definir com a máxima clareza o objetivo do relatório.
Definido o objetivo, metade do trabalho já esta feito.

12.5 Identificação com o Público Leitor

Durante toda elaboração do relatório temos que nos perguntar constantemente: quem vai ler
isso? Dependendo do público, teremos diferentes tipos de organização de relatório e
diferentes níveis de detalhes na redação. Num estudo para a diretoria iremos nos concentrar na
apresentação sintética das idéias gerais; num manual de procedimentos - o extremo oposto -
iremos segmentar, ou seja, desdobrar o assunto em vários itens e descrevê-lo em detalhes.

Na maioria dos casos, teremos várias classes de leitores para um mesmo trabalho.

Neste caso teremos que procurar atender as várias classes, jogando com as duas variáveis,
segmentação e profundidade. De um modo geral, podemos dizer que:
- O diretor irá ler a introdução, o objetivo, as conclusões e os quadros de resumo.
- O chefe de departamento irá ler, adicionalmente, as análises e justificativas.
- O encarregado de serviço irá ler o relatório completo, incluindo os anexos com
fluxos, modelos de formulários e dados que fundamentam e suportam as análises e
conclusões.

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Além de considerar o nível hierárquico do leitor, devemos considerar também o seu


conhecimento técnico. Não adianta, por exemplo, apresentar sofisticados esquemas de
contabilização para quem não domina a área. Isso só vai prejudicar a concentração do leitor,
desviando sua atenção daquilo que é importante.

Como regra, devemos apresentar a cada leitor apenas aquilo que lhe é importante,da maneira
mais simples possível e com o mínimo de detalhe que lhe seja necessário para poder entender
e utilizar a informação.

12.6 Organização dos Tópicos

A organização dos tópicos vai depender do objetivo, do público leitor e do encadeamento


lógico do assunto.

Dentro de conceitos clássicos, a exposição lógica de um assunto deve seguir a sequência:


introdução, objetivo, premissas, desenvolvimento, análise, conclusões e comentários. Esta
sequência auxilia, a quem está escrevendo, a organizar as idéias e é, portanto, bastante útil.

Não obstante, não podemos nos esquecer que estamos escrevendo para "vender" uma idéia e,
portanto, não devemos ficar restritos a esquemas rígidos. Devemos ressaltar aquilo que é
importante - seja em nível de relatório, seja em nível de tópico - antecipando os pontos de
interesse. Na abertura de uma seção ou de um item, muitas vezes é possível encaixar um
"sumário das conclusões" ou "considerações gerais", antecipando os pontos que serão
abordados a seguir.

Deve-se notar, entretanto, que o fato de anteciparmos alguns pontos não significa que estamos
abandonando a sequência lógica do relatório, estamos apenas acrescentando mais alguma
coisa além da sequência lógica. Assim, por exemplo, se acrescentarmos um item Sumário das
Conclusões antes do item Desenvolvimento, isto não nos desobriga de apresentar conclusões
detalhadas num item específico. O encadeamento lógico do assunto deve ser sempre
preservado. Isto facilita a compreensão do relatório.

Pela mesma razão, não devemos, dentro de um assunto, variar a profundidade em que ele está
sendo tratado, entrando em grandes níveis de detalhe; isto dispersa a atenção do leitor, que
muitas vezes tem que fazer um esforço para reencontrar o fio do raciocínio. Do corpo do
relatório deve fazer parte tudo aquilo que seja necessário ao desenvolvimento lógico do
assunto, mas apenas isso; detalhes devem ser colocados em anexo.

12.7 Apresentação

A apresentação está ligada à forma do relatório, em particular, aos aspectos estéticos e visuais.
Uma boa e clara apresentação torna a leitura agradável e propicia a compreensão.

12.8 Elaboração do Índice

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Podemos considerar que o índice é já o relatório na sua forma mais resumida. Ao ler o índice,
nós já montamos um modelo conceitual em preparação para a leitura do texto que se segue
(função de comunicação imediata).

Além disso, o índice serve para nos ajudar a encontrar informações desejadas (função de
registro permanente). Portanto, temos que prestar atenção nos títulos que vamos dar às seções
e aos itens, para que sejam significativos.

12.9 Segmentação dos Assuntos

A segmentação dos assuntos dentro de um relatório isola porções de conteúdo e promove uma
pequena pausa para que aquele conteúdo seja absorvido. Este critério deve orientar a
segmentação para evitar os dois extremos - blocos muito grandes ou excessiva fragmentação
ambos prejudiciais à compreensão.

De qualquer maneira, o fator determinante será sempre o desenvolvimento lógico das idéias,
que não deve ser comprometido; isto é, não devemos colocar dois assuntos no mesmo item
(blocos muito grandes), nem cortar um assunto, expondo-o em mais de um item
(fragmentação excessiva).

11.10 Coesão do Texto

A coesão do texto deve ser buscada com o objetivo de que, posteriormente, a leitura possa
fluir suavemente. Existem vários fatores que influenciam a coesão do texto, muitos deles
subjetivos. Entretanto, destacamos três que nos parecem importantes:

12.11 Unidade de Estilo e de Forma

É muito freqüente que vários redatores colaborem nas diversas partes de um relatório.
Naturalmente, cada redator tem seu estilo, e cada um tem seu julgamento a respeito de forma.
Nestes casos, existem duas medidas que devem ser tomadas. Antes da redação do relatório, a
estrutura e os aspectos de apresentação devem ser discutidos com todos os redatores. Após a
redação, deve existir um elemento que revisará o relatório completo, buscando a unidade de
estilo e de forma.

12.12 Constância e Coerência

Ao longo de todo o texto de um relatório, podemos conseguir constância e coerência através


da observação de dois princípios simples.
Primeiro, devemos chamar as coisas sempre pelo mesmo nome. Ao contrário de uma peça
literária, onde a repetição de palavras pode tornar a leitura enfadonha, um relatório objetiva
precisão de linguagem, e o uso de sinônimos atrapalha a leitura.

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Isto se aplica ao texto em geral, mas principalmente a nomes de setores , de cargos, de


impressos e de processos das empresas .
Segundo, devemos adotar padrões e segui-los. Assim, por exemplo, se para maior clareza
decidirmos nos referir aos impressos pelo seu nome seguido de seu código entre parênteses,
devemos repetir este procedimento todas as vezes que nos referirmos a qualquer impresso.
Padrões se aplicam, da mesma forma,ao texto em geral e aos nomes das coisas em particular.

12.13 Escrita Paralela

Muitas vezes, temos que nos referir num relatório a uma série de procedimentos,ações ou
tarefas. Para não quebrar o ritmo de leitura, ao descrever a série você deve iniciar cada
componente da série por palavras da mesma classe gramatical, ou um substantivo ou um
verbo, conforme o caso, e sempre da mesma forma. Eis alguns exemplos:
- Levantar as atividades da área
- Apresentar conclusões a diretoria
- Estudar alternativas
- Descrever os procedimentos adotados
- Implantar os novos procedimentos
- Avaliar os resultados

E assim por diante. Repare bem: ou só verbos, sempre no mesmo tempo verbal, ou só
substantivos, sempre com ou sempre sem artigos. Isto se chama escrita paralela.

12.14 Emprego de Padrões

Existem alguns padrões que devem ser seguidos, os quais praticamente independem do
relatório, do redator ou do leitor. São praticamente normas requeridas para uma boa redação.
Algumas vezes, são normas não gramaticais. Embora as regras devam ser rigorosamente
observadas, em termos de sintaxe e ortografia, em outros pontos existe certa flexibilidade
quando se trata de textos não literários. Dois padrões que nos parecem importantes são
destacados nos itens seguintes.

12.15 Padrões para Letras Maiúsculas

Como regra geral, podemos dizer que devem ser usadas letras maiúsculas todas as vezes que
substantivos comuns (normalmente iniciados por minúsculas), por seu significado no texto
adquirem o “status" de substantivos próprios (sempre iniciados por maiúsculas). Isso se aplica
naturalmente a todos os títulos de itens. Aplica-se também a todos os nomes oficiais de
setores, cargos e impressos de cada empresa.

Dessa maneira, se numa empresa a atividade contábil é desenvolvida no Departamento


Contábil, escreveremos este nome iniciado por maiúsculas. Se o nome não é oficial, podemos
nos referir, por exemplo, à contabilidade em minúsculas. Da mesma maneira, vamos nos

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referir ao Gerente Financeiro (maiúsculas) e à gerência da área financeira (minúsculas), ou ao


Livro de Entradas Diárias de Mercadorias (maiúsculas) e ao registro de entradas (minúsculas).

12.16 Padrões para Abreviaturas e Siglas

Abreviaturas e siglas são muito cômodas para serem escritas e normalmente incômodas para
serem lidas. De maneira geral devemos evitá-las.

Não obstante, podem ser usadas com vantagem em dois casos: primeiro, quando àquilo a que
nos referimos (setor, cargo, impresso, processo, sistema, etc.) é conhecido na empresa em
questão por uma abreviatura ou sigla; segundo, quando o nome pelo qual é conhecido e muito
longo.

Mesmo assim, devemos obedecer a uma certa norma. Devemos supor que nem todos os
leitores do relatório conhecem as abreviaturas e siglas. Por isso, ao nos referirmos a algo pela
primeira vez, devemos escrever o seu nome por extenso, seguido da abreviatura entre
parênteses. A partir daí poderemos usar a abreviatura ou sigla. Um exemplo, um pouco
forçado, seria assim:

- O Departamento de Contabilidade (DECON) inicia o Processo de Contabilização Diário por


Lotes (PCDL) preenchendo as Planilhas de Totais Diários. As planilhas, depois de revisadas,
são vistadas pelo encarregado e enviadas ao Departamento de Processamento de Dados
(DPD).

- O DPD executa a segunda etapa do PCDL, que abrange desde a digitação das planilhas até a
geração da Listagem de Consistência - Etapa 2. Essa listagem é enviada ao DECON para
acertos, juntamente
com as planilhas.

12.17 Estilos de redação

Neste item, abordamos a redação, a própria construção de frases. Embora ela seja bastante
subjetiva, dependendo essencialmente de formação, estilo, gosto e julgamento de cada um,
podemos apresentar algumas recomendações que se aplicam de forma geral.

Repare que as recomendações não se aplicam a todos os casos e muitas vezes elas são até
conflitantes entre si. Tudo vai depender do contexto da frase e do julgamento do redator. O
objetivo é sempre tornar o texto claro e conciso, eliminando estruturas complexas e palavras
supérfluas.

12.18 Fatores que prejudicam a eficiência da redação:

a) Repetição e/ ou ordem inadequada de palavras.


b) Excesso de adjetivos e advérbios.

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c) Verbos fracos.
d) Sentenças e parágrafos longos.
e) Uso da voz passiva.
f) Termos contábeis técnicos de conhecimento restrito.

12.19 Fatores que contribuem para uma redação eficiente:

a) Linguagem simples e entendível.


b) Sentenças curtas.
c) Palavras pessoais e ativas.
d) Tato. Reconheça e pense como o leitor. Adapte sua relação a ele.

12.20 Problemas Básicos de Redação

- Sentenças Longas
- Linguagem Floreada
- Verbos Passivos
- Substantivando o Verbo
- Forma Impessoal
- Palavras Desnecessárias

Sentenças Longas

- Use sentenças curtas sempre que possível.


- A função da sentença é expressar um pensamento completo.
- Dois pensamentos completos geralmente pertencem a duas sentenças.
- As sentenças longas podem ser encurtadas dividindo-se em duas ou mais sentenças curtas,
ou eliminando palavras desnecessárias.

Exemplos de redução de sentença, através da eliminação se palavras desnecessárias.

LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO OS 12
EFEITOS DELETÉRIOS DA PALAVRAS
INFLAÇÃO, HOUVEMOS POR BEM
RESOLVER:
DEVIDO AOS EFEITOS DA 06
INFLAÇÃO RESOLVEMOS: PALAVRAS
Redução de 06 palavras

NUMEROSOS OUTROS ITENS 12


PRODUZIDOS OU PROCESSADOS PALAVRAS
EM ADIÇÃO AOS ITENS ACIMA.
07

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NUMEROSOS OUTROS ITENS SÃO PALAVRAS


PRODUZIDOS OU PROCESSADOS.. Redução de 05 palavras

Exemplo de divisão em sentenças curtas:

Errado

A eliminação das deficiências de controle interno pode ser feita com a adoção do sistema de
fundo fixo de caixa, bem como com a segregação das funções executadas pelo caixa e
conciliando-se mensalmente as contas bancárias.

Certo

A eliminação das deficiências de controle interno pode ser feita:

a) Com a adoção do sistema de fundo fixo de caixa;


b) Com a segregação das funções executadas pelo caixa;
c) Conciliando-se mensalmente as contas bancárias.

Linguagem Floreada

Assim como a extensão da sentença afeta a sua leitura, o mesmo sucede com a escolha das
palavras. Mesmo uma sentença curta pode se tornar de difícil interpretação, se contiver
palavras confusas. A utilização de uma linguagem afetada distrai a atenção do leitor e não
contribui para que ele tenha melhor impressão sobre o conteúdo do relatório.

Exemplos de Linguagem Floreada:

Errado

ESTÁ CONSUBSTANCIADO NO MANUAL DE PROCEDIMENTOS Nº 9874, QUE A


RESPECTIVA COMPRA DE CIMENTO, QUANDO NECESSÁRIA, DEVE SER
ANALISADA E EFETIVAMENTE CONCRETIZADA PELO DEPARTAMENTO “Z”.

Certo

DE ACORDO COM O MANUAL DE PROCEDIMENTOS Nº 9874, COMPRA DE


CIMENTO DEVE SER EFETUADA PELO DEPARTAMENTO “Z”

Verbos Passivos

Use os verbos na forma “ativa”, o uso excessivo da forma “passiva” tira a objetividade do
relatório, cansa o leitor e pode dificultar a leitura.
Sendo objetivo você mostrará mais segurança e impressionará o leitor, obrigando-o a tomar
providências imediatas.

A forma “passiva” pode distorcer o sentido da frase, ou obscurecê-lo.

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Evite o uso excessivo da voz passiva, que torna o texto difícil de ser lido e desloca a ênfase da
frase. Quando falamos, dizemos "alguém fez alguma coisa", mas, quando escrevemos, temos
a tendência de inverter para"alguma coisa foi feita por alguém". Se fizermos isso por razões
de estilo ou por razões de uma suposta modéstia - nós não fizemos as coisas, mas as coisas
foram feitas , devemos lembrar que isso tudo está ultrapassado, e só contribui para tornar o
texto pesado e às vezes incompreensível. Use a voz passiva somente quando você julgar
necessário mudar a ênfase da frase.

Exemplos em que o aspecto importante é relegado a segundo plano:

As devidas providências foram tomadas pela gerência regional. Passiva

A gerência tomou as devidas providências. Ativa


Nenhum inventário físico completo tem sido efetuado pela Passiva
companhia
A companhia não efetuou inventários físicos completos Ativa

Exemplos em que as duas formas aparecem na mesma sentença:

Efetuamos os exames de ordens de imobilizaçao com base


em testes. Ativa
E,quando aplicável, os cálculos de participação financeira
foram conferidos. Passiva
Efetuamos os exames de ordens de imobilização com base
em testes e, quando aplicável, conferimos os cálculos de Totalmente
participação financeira. ativa

Substantivando o Verbo

Devemos evitar o uso de substantivo quando um verbo define melhor o que queremos dizer.

Exemplos de verbos transformados em substantivos:

As conciliações das contas foram efetuadas Não use


As contas foram conciliadas Use
A liquidação do saldo foi efetuada por Não use
O saldo foi liquidado por Use

Forma Impessoal

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Não relute em ser específico. Não deixe que a utilização de uma “forma impessoal” evidencie
insegurança nas suas afirmações. Define as responsabilidades para que o leitor não tenha
dúvidas sobre a ação a ser tomada e sobre o responsável pela sua execução.

Exemplos em que o sentido torna-se obscuro:

Obscuro

Maior atuação deve ser exercida junto aos bancos, agilizando-se as trasferências de numerário
arrecadado.

Claro

O escritório local deve exercer maior atuação junto aos bancos, agilizando as transferências
de numerário arrecadado.

Exemplos de como assumir a Responsabilidade:

Ao invés de escrever Escreva


Foi notado que... Notamos...
Foi sugerido que... Sugerimos...
É nosso entendimento que... Entendemos...

Exemplo de como definir de quem é a responsabilidade:

Forma Impessoal

É recomendável que seja tomada uma atitude imediata para resolver os problemas.

Definindo responsabilidades

Recomendamos que o setor “y” passe a conferir regularmente a documentação recebida.

Palavras Desnecessárias

Termos técnicos não devem ser empregados em relatórios. Também palavras tais como,
”outrossim,”, “não obstante”, etc., devem ser evitadas quando possível.
Não adicione à frase palavras que em nada contribuam para o entendimento da matéria. As
palavras desnecessárias podem se transformar em referências impróprias. Também tornam a
leitura monótona.

Referência Imprópria

A contagem dos valores que se encontravam no caixa foi efetuada no inicio dos trabalhos.

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Auditoria Interna Operacional

Correto

A contagem de caixa foi efetuada no inicio dos trabalhos.


Exemplos de eliminação de palavras desnecessárias:

AO INVÉS DE USE
Em muitos casos, os empréstimos foram Vários empréstimos foram
liquidados. liquidados.
As contas não têm sido pagas em todos os Nem todas as contas foram
casos. pagas.
Manter estes arquivos de forma que estejam Manter estes arquivos
atualizados. atualizados.
O exercício desta função em base satisfatória. O exercício satisfatório desta
função.
O fundo foi criado com o propósito de O fundo foi criado para
proporcionar. proporcionar.
Tal procedimento dificulta sobremaneira o Tal procedimento dificulta o
controle sobre a movimentação de ambos os controle sobre a movimentação
caixas. dos caixas.
Considerando o caráter de confidencialidade. Considerando a
confidencialidade
Arrecadação no montante de 5.000,00. Arrecadação de 5.000,00.

Verificamos que o almoxarifado efetua. O almoxarifado efetua.

12-21 Normas Relevantes para Elaboração de Relatórios

Conforme as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), emitidas pelo Conselho Federal de


Contabilidade (CFC), para melhor atendimento e com o intuito de facilitar o desenvolvimento
na elaboração de relatórios na auditoria operacional como um tipo de auditoria interna,
apresenta-se parte da Resolução 986/03 do CFC – NBC T 12. Veja abaixo:

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Auditoria Interna Operacional

Como podemos verificar, os relatórios emitidos provenientes dos trabalhos de auditoria


operacional, conforme orientação da resolução e o tipo de relatório pretendido, devem ser feitos
com muito cuidado e atenção no sentido de expressar a real situação detectada de acordo com
aplicação dos trabalhos e suas diversas etapas.

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Auditoria Interna Operacional

13- EXEMPLOS DE RELATÓRIOS DE AUDITORIA INTERNA OPERACIONAL

13-1- RELATÓRIO DE AUDITORIA OPERACIONAL EM RH-Nº 001/07 – Data


01/02/xx

Empresa: CALHAMBEQUE Empresa de Alimentos S.A.


Att.: Presidência – Sr. Osmar Tellos / Gerência de RH – Sr. João Cobrão

1. Introdução

Apresentamos o resultado da Auditoria realizada nos Processos de Admissões, Registros,


Folha de Pagamentos e Demissões ocorridas no período de Setembro a dezembro de 20xx.

2. Objetivo

Avaliar se a área de Administração de Pessoal atende as exigências da legislação trabalhista e


se observa as normas, políticas e procedimentos internos da Cia. para os processos de
admissões, registros de empregados, elaboração da folha de pagamento e demissões.

3. Áreas de Responsabilidade

Gerência de Recursos Humanos: Sr, João Cobrão


Chefia de Administração de Pessoal: Sr. Roberto Fraqueza

4. Desenvolvimento

Admissões e registros de Empregados


Detectamos falhas de controles internos no que se refere às normas e políticas da empresa:

a) documentação de admissões inadequadas, faltando aprovação dos superiores, campos de


documentos não preenchidos corretamente e rasuras
b) falta de documentos complementares nos Prontuários dos empregados, por exemplo:
requisição de pessoal aprovada, solicitação de emprego;
c) documentos obrigatórios, exigidos por lei inexistentes, quando existentes apresentam-se
incompletos, faltando dados, rasurados; como por exemplo: fichas de registro, contratos
de trabalho, recibos de férias

Recomendação 1:

Recomendamos ao Setor de Administração de Pessoal maiores atenções às normas, políticas e


procedimentos da Cia. quanto aos processos de admissões e registros e à aplicação correta da
legislação trabalhista pertinente.
Os problemas de atualizações e falta de documentos devem ser corrigidos imediatamente,
conforme já discutido com o responsável da área.

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ELABORAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO


Detectamos inúmeras falhas no processo de elaboração da Folha de Pagamento pondo em
risco os controles internos e os aspectos fiscais trabalhistas:

a) folha confeccionada manualmente, contendo erros de somas e cálculos


b) base de cálculos dos encargos errados por utilização incorreta das tabelas oficiais de
encargos sociais
c) líquido dos salários não conferem com os recibos e com a listagem de créditos da conta
corrente
d) salários constantes da folha não conferem com os registros de empregados
e) pagamento da folha efetuado fora do prazo estipulado por lei.

Recomendação 2:

Recomendamos ao Setor de Folha de pagamentos maior atenção na elaboração da folha


evitando-se os erros básicos detectados.

Ao responsável pela área Sr. Roberto Fraqueza recomendamos:

a) estudar a possibilidade de processar a folha através de meios informatizados


b) reciclar seu pessoal através de treinamento para que possam executar suas tarefas
eficientemente
c) substituir aqueles empregados que não tiverem condições de aproveitamento
d) corrigir imediatamente as falas apontadas, minimizando problemas futuros

PROCESSOS DE DEMISSÕES
Detectamos inúmeras falhas nos processos de demissões examinados:

a) não atendimento e/ou observação às obrigações constantes da legislação trabalhista


b) pagamentos de verbas rescisórias a maior, como por exemplo no caso de empregado que
fora dispensado por justa causa, quando contava com menos de um ano de trabalho na
empresa
c) falta de documentação comprobatória para caracterização de justa causa quando aplicada
d) Dispensa do trabalho no período do Aviso Prévio Trabalhado, ou seja dando-se uma
caracterização inexistente ao mesmo, pois Aviso Prévio Cumprido em casa não existe
perante a legislação e passível de descaracterização e outros agravantes
e) Permanência de empregados demitidos em Folhas de Pagamentos em meses subseqüentes
à demissão
f) Não execução de Exame Médico Demissional
g) Não observação quanto à exigência de registro no Ministério do Trabalho para o exercício
das funções de secretária

Recomendação 3:

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Auditoria Interna Operacional

Recomendamos maior observação à legislação pertinente evitando-se Passivos Trabalhistas.

Ademais, ainda recomenda-se que sejam efetuadas as correções imediatas das irregularidades
apontadas.

5. Conclusão
Com base em nossos trabalhos concluímos ser necessária a reestruturação geral da área de
Administração de Pessoal em razão das situações encontradas que poderão acarretar futuros
transtornos para a Cia., como nas autuações da ação fiscalizadora trabalhista e previdenciária.

Alertamos, ainda, quanto aos riscos e respectivos ônus pelos descumprimentos de normas,
políticas, procedimentos de controles internos da Cia., e em especial quanto à legislação
trabalhista, que não vem sendo observada com o rigor e critérios necessários.

6. Comentários da Gerência de Recursos Humanos


O responsável pela Gerência da área de Recursos Humanos, o Sr. João Cobrão, tomou ciência
das irregularidades apontadas pela Auditoria efetuada, em Relatórios próprios.

Quando da oportunidade em que obteve as informações teceu seus comentários e


justificativas, alegando que seu pessoal está desmotivado em razão dos baixos salários que a
empresa oferece e com a falta de uma política de benefícios para os empregados.

Alegou, também, que a empresa não aprova nenhum treinamento para a reciclagem e
atualização de seu pessoal.

Em razão dos motivos apresentados pelo Sr. João Cobrão, e ainda sob a ótica deste, o turn-
over é alto, não possibilitando a formação de uma equipe eficiente, integrada e estável.

CINCERO DO NASCIMENTO
Gerente de Auditoria

13.2 RELATÓRIO DE AUDITORIA OPERACIONAL-Nº 003/07 – Data 20/02/xx


Empresa: Cia Paulista de Transportes Urbanos Ltda
Att.: Presidência – Sr.Exigente

Introdução

Apresentamos o resultado da auditoria realizada em diversos setores, visando avaliar os


aspectos operacionais da empresa, verificados no período de 10/01/2xx a 15/02/2xx

Objetivo

Avaliar se os processos operacionais atendem às exigências internas da Companhia para os


processos de faturamento, Compras, Recursos Humanos, Frota e Consumo.

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Áreas de Responsabilidade

- Faturamento

- Compras

- Recursos Humanos

- Frota

- Consumo

Desenvolvimento

 Faturamento

Foram encontradas falhas operacionais, conforme descritas abaixo:

a) Vendas de passagens muito longe dos locais mais acessíveis;


b) Muitas filas e demora na compra das passagens;
c) Atualização de valores de passagens definida apenas pela Secretaria de Transportes e
índices inflacionários.

Recomendação I

Criação de novos pontos de venda das passagens, aumentando assim a eficácia e agilidade no
processo de vendas das mesmas. Verificar também uma possível negociação do preço das
passagens com a Secretaria de Transportes, levando em consideração os custos operacionais
da empresa.

 Compras

Foram encontradas falhas operacionais, conforme descritas abaixo:

a) Funcionários experientes há muito tempo desempenhando as mesmas funções;


b) Ausência de processo de cotação de preços para aquisição de peças de reposição para a
frota;
c) Ausência de um cadastro de fornecedores

Recomendação II

Recomendamos ao setor de compras que promova treinamentos específicos aos funcionários,


bem como reestruturação do setor segregando as funções do setor. Desenvolver um cadastro
de fornecedores adequado que atenda as necessidades da empresa quanto a: melhores preços,
qualidade, prazos de entrega dos produtos/mercadorias comprados e diminuir a centralização
das compras em fornecedores específicos.

 Recursos Humanos

Foram encontradas falhas operacionais, conforme descritas abaixo:

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Auditoria Interna Operacional

a) Ausência de normas, políticas para recrutamento, seleção e admissão de empregados;


b) Ausência de processos de avaliação e desempenho de funcionários.

Recomendação III

Recomendamos ao setor de Recursos Humanos implantar normas e políticas para


recrutamento, seleção e admissão de empregados bem como para avaliação e desempenho do
pessoal.

 Frota

Foram encontradas falhas operacionais, conforme descritas abaixo:

a) Constantes quebras de veículos devidas principalmente a idade da frota


b) Ausência de um programa de manutenção preventiva nos veículos

Recomendação IV

Recomendamos ao setor de frota que faça uma pesquisa de mercado para troca parcial ou total
da frota, conforme sua necessidade, verificando valores de compra e locação, levando também
em consideração o custo benefício para atender às novas demandas de rotas. Recomendamos
criar normas e políticas de manutenção preventiva e regular da frota.

 Consumo

Foram encontradas falhas operacionais, conforme descritas abaixo:

a) Aumento excessivo no consumo de combustível nos últimos três meses;


b) Equipamentos de controle de abastecimento obsoletos;
c) Ausência de acompanhamento para verificação de médias de consumo por veículo.

Recomendação V

Recomendamos que sejam adquiridos novos equipamentos para o controle de abastecimento


que atendam as necessidades da empresa, e um acompanhamento periódico de média de
consumo por veículo, gerando dados para o controle eficaz dos gastos com combustíveis.

Conclusão

Com base nos trabalhos de auditoria realizados, concluímos ser necessária a reestruturação
dos setores examinados, em razão das falhas encontradas, e que podem trazer prejuízos a
empresa, em função de custos desnecessários, riscos com fraudes e, operacionais no âmbito
dos Recursos Humanos pela falta de comprometimento em razão da ausência de normas e
políticas que estimulem a retenção, desenvolvimento de carreira dos talentos humanos da
empresa.

Recomendamos rápida decisão quanto a situação da frota de veículos que deve ser trocada em
razão do tempo de uso e os riscos operacionais que poderá trazer para a empresa onerando
ainda mais seus custos.

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Auditoria Interna Operacional

Era o que tínhamos a relatar, no momento.

Atenciosamente,

Sr. Eficiente

Auditor Interno

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Auditoria Interna Operacional

14-ANEXO: Normas Internacionais para o Exercício da Auditoria Interna

Introdução

A auditoria interna é uma atividade independente e objetiva que presta serviços de avaliação
e de consultoria com o objetivo adicionar valor e melhorar as operações de uma organização.
A auditoria auxilia a organização a alcançar seus objetivos através de uma abordagem
sistemática e disciplinada para a avaliação e melhoria da eficácia dos processos de
gerenciamento de risco, controle e governança corporativa.

As atividades da auditoria interna são realizadas nos mais diversos ambientes culturais e
legais; em organizações que possuem os mais variados objetivos, porte, complexidade e
estruturas, e por pessoas de dentro ou de fora da organização. Uma vez que as diferenças
podem afetar a prática da auditoria interna em cada ambiente, a adesão às Normas
Internacionais para o Exercício Profissional da Auditoria Interna é essencial para um
adequado desempenho das responsabilidades por parte dos auditores internos. Se os
auditores internos auditores estão proibidos, em virtude de leis ou regulamentações, de aderir
a determinadas regras estabelecidas nas Normas, devem então cumprir todos as demais
regras das Normas e apresentar as justificativas necessárias.

Os serviços de avaliação (assurance) compreendem uma avaliação objetiva da evidência por


parte do auditor interno com o objetivo de apresentar uma opinião ou conclusões
independentes sobre um processo ou outra matéria correlata. A natureza e o escopo do
trabalho de avaliação são determinados pelo auditor interno. Normalmente, três partes
participam dos serviços de avaliação:

(1) a pessoa ou grupo diretamente responsável pelo processo, sistema ou outro assunto
correlato – o proprietário do processo,

(2) a pessoa ou grupo que faz a avaliação – o auditor interno, e

(3) a pessoa ou grupo que faz uso da avaliação – o usuário.

Os serviços de consultoria são aqueles relacionados a assessoria e, normalmente, são


prestados por solicitação específica de um cliente de auditoria. A natureza e o escopo dos
trabalhos de consultoria estão sujeitos a uma acordo mútuo com o cliente do trabalho. Os
serviços de consultoria, normalmente, compreendem dois participantes: (1) a pessoa ou
grupo que oferece a consultoria –o auditor interno, e (2) a pessoa ou grupo que necessita e
recebe a consultoria –o cliente do trabalho. Ao realizar serviços de consultoria o auditor
interno deve manter a objetividade e não assumir responsabilidades gerenciais.

O propósito das Normas é:

1. Estabelecer princípios básicos que representam a prática da auditoria interna na forma em


que esta deveria ser.

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Auditoria Interna Operacional

2. Fornecer um modelo para a execução e promoção de uma amplo leque de atividades de


auditoria interna que representem valor agregado.

3. Servir de base para a avaliação da auditoria interna.

4. Incentivar a melhoria dos processos e operações da organização.

As Normas compreendem as Normas de Atributos (série 1000), as Normas de Desempenho


(série 2000) e as Normas Implantação. As Normas de Atributos tratam das características de
organizações e indivíduos que realizam atividades de auditoria. As Normas de Desempenho
descrevem a natureza das atividades da auditoria interna e apresentam critérios de qualidade
contra os quais o desempenho desses serviços é avaliado. Enquanto as Normas de Atributos
e de Desempenho aplicam-se a todos os serviços de auditoria interna, as Normas de
Implantação aplicam-se a tipos específicos de trabalhos de auditoria.

Existe apenas um conjunto de Normas de Atributos e de Normas de Desempenho, entretanto,


existem variados conjuntos de Normas de Implantação, ou seja, um conjunto para cada tipo
importante de atividade de auditoria interna.

As Normas de Implantação foram estabelecidas para as atividades de: Avaliação (Assurance)


(A) e de Consultoria (C).

As Normas são parte integrante da Estrutura de Práticas Profissionais de Auditoria Interna.


A Estrutura de Práticas Profissionais de Auditoria Interna inclui a definição de Auditoria
Interna, o Código de Ética, as Normas e outras orientações. Orientações quanto à forma
como as Normas podem ser aplicadas estão incluídas nas Orientações para a Prática emitidas
pelo Comitê de Assuntos Profissionais do IIA.

As Normas empregam termos aos quais foram atribuídos significados específicos e que
foram incluídos no Glossário.

O desenvolvimento e a publicação das Normas é um processo contínuo. O Comitê de


Normas de Auditoria Interna realiza uma extensiva consulta e análise antes da publicação
das Normas. Isto inclui a solicitação de comentários da parte do público de todas as partes do
mundo, através de um processo de apresentação de versão preliminar.

Todas as versões preliminares são colocadas no site da Web do IIA e são distribuídas a todos
as unidades afiliadas do IIA. Sugestões e comentários com relação às Normas podem ser
enviados ao: The Institute of Internal Auditors - Global Practices Center, Professional
Practices Group (247 Maitland Avenue - Altamonte Springs, FL 32701-4201 - U.S.A. - E-
mail: standards@theiia.org / Site: http://www.theiia.org)

As mais recentes adições e alterações feitas às Normas foram publicadas em Dezembro de


2003 e entraram em vigor em 1 de Janeiro de 2004.

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Auditoria Interna Operacional

CÓDIGO DE ÉTICA

Introdução

O propósito do Código de Ética do IIA é promover uma cultura ética na profissão de


Auditoria Interna.

A auditoria interna é uma atividade independente e objetiva, que presta


serviços de avaliação e de consultoria e tem como objetivo adicionar valor e
melhorar as operações de uma organização. A auditoria auxilia a organização
a alcançar seus objetivos através de uma abordagem sistemática e
disciplinada para a avaliação e melhoria da eficácia dos processos de gestão
de risco, controle e governança corporativa.

Um código de ética é apropriado e necessário para profissão de auditoria interna,


fundamentada como está na confiança colocada em assegurar o objetivo sobre
gerenciamento de risco, controle e governança corporativa. O Código de Ética do IIA vai
além da definição de auditoria interna para incluir dois componentes essenciais:

1. Princípios relevantes para a profissão e prática da auditoria interna;

2. Regras de Conduta que descrevem normas do comportamento esperado de auditores


internos. Estas regras são uma ajuda na interpretação dos Princípios em aplicações práticas e
tem o objetivo de orientar a conduta ética de auditores internos.

O Código de Ética associado ao Manual de Práticas Profissionais e outros relevantes


pronunciamentos do IIIA proporcionam orientação aos auditores internos sobre “servir aos
outros”. “Auditores Internos” se refere aos membro do IIA/AUDIBRA, profissionais
certificados ou candidatos à Certificação profissional e aqueles que prestam serviços de
auditoria interna conforme a definição de auditoria interna.

Aplicabilidade e Exigência de Conformidade

Este Código de Ética se aplica tanto a indivíduos como a entidades que prestam serviços
de auditoria interna.

Para membros do IIA e candidatos ou profissionais certificados, violações do Código de


Ética serão avaliadas e gerenciadas de acordo com os estatutos do IIA e as Políticas
Administrativas. O fato de que uma conduta em particular não seja mencionada nas Regras
de Conduta não evita que esta não seja inaceitável ou sem credibilidade e, portanto, o
membro, detentor de certificação, ou candidato pode estar a uma ação profissional.

Princípios

Os auditores Internos são exigidos a aplicar e manter os seguintes princípios:

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Auditoria Interna Operacional

Integridade

A integridade dos auditores internos exige confiança e assim, representa a base para a
confiabilidade em seu julgamento.

Objetividade

Auditores internos apresentam o mais alto grau de objetividade profissional na coleta,


avaliação, comunicação de informações sobre a atividade ou processo em exame. Auditores
internos geram uma avaliação equilibrada de todas as circunstâncias relevantes e não são
influenciados de forma indevida pelos seus próprios interesses ou por outros, na formulação
de julgamentos (opiniões).

Confidencialidade

Os auditores internos respeitam o valor e a propriedade das informações a que têm acesso e
não as divulgam sem a autorização apropriada a não ser em caso de obrigação legal ou
profissional.

Competência

Auditores internos aplicam o conhecimento, habilidades e experiência necessários na


realização de serviços de auditoria interna.

Regras de Conduta

1. Integridade

Auditores Internos:

1.1. Devem realizar seus trabalhos com honestidade, diligência e responsabilidade.

1.2. Devem observar a lei e divulgar informações exigidas pela lei e pela profissão.

1.3. Não devem, quando de conhecimento, fazer parte de qualquer atividade ilegal, ou se
envolver em atos que resultem em descrédito para a profissão de auditor interno ou para a
organização.

1.4. Devem respeitar e contribuir para o legítimo e éticos objetivos da organização.

2. Objetividade

Auditores internos:

2.1. Não devem participar de qualquer atividade ou relação que possa prejudicar ou que,
presumivelmente, prejudicaria sua avaliação imparcial. Esta participação inclui aquelas
atividades ou relações que podem envolver conflitos de interesses da organização.

2.2. Não devem aceitar qualquer coisa que possa prejudicar ou que, presumivelmente,
prejudicaria seu julgamento profissional.

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Auditoria Interna Operacional

2.3. Devem divulgar todos os fatos materiais de seu conhecimento que, se não divulgados,
podem distorcer relatórios das atividades sob sua revisão.

3. Confidencialidade

Auditores internos:

3.1. Devem ser prudentes no uso e proteção das informações obtidas no desempenho de suas
funções.

3.2. Não devem utilizar informações para qualquer vantagem pessoal ou de qualquer outra
maneira contrária à lei ou em detrimento dos objetivos legítimos e éticos da organização.

4. Competência

Auditores internos:

4.1. Devem realizar somente aqueles serviços para os quais possuam o conhecimento,
habilidades e experiência necessários.

4.2. Devem realizar serviços de auditoria interna em conformidade com as Normas para a
Prática Profissional da Auditoria Interna.

4.3. Devem continuamente melhorar seu conhecimento técnico e a eficácia e qualidade de


seus serviços.

NORMAS DE ATRIBUTOS

1000 – Propósito, Autoridade e Responsabilidade

O propósito, a autoridade e a responsabilidade da atividade de auditoria interna devem ser


formalmente definidos em um regulamento ou estatuto (charter), consistente com as Normas
e aprovado pelo Conselho de Administração.

1000.A1 – A natureza dos serviços de avaliação (assurance) prestados à organização


deve ser formalmente definida no regulamento ou estatuto da Auditoria. Se tais
serviços forem prestados a terceiros, externos à organização, a natureza desses
serviços deve também ser definida no regulamento ou estatuto.

1000.C1 – A natureza dos serviços de consultoria deve ser definida no estatuto ou


regulamento da Auditoria.

1100 – Independência e Objetividade

A atividade de auditoria interna deve ser independente e os auditores internos devem ser
objetivos na execução de seu trabalho.

1110 – Independência Organizacional

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Auditoria Interna Operacional

O diretor executivo de auditoria deve estar subordinado a um nível dentro da organização,


que permita à atividade de auditoria interna cumprir suas responsabilidades.

1110.A1 – A atividade de auditoria interna deve ser livre de interferências na


determinação do escopo da auditoria interna, na execução do trabalho e na
comunicação de resultados.

1120 – Objetividade individual

Os auditores internos devem ter atitude imparcial e isenta e evitar conflitos de interesses.

1130 – Prejuízos à Independência ou Objetividade

Se a independência ou objetividade forem prejudicadas de fato ou na aparência, os detalhes


de tal prejuízo devem

ser informados às partes apropriadas. A natureza da comunicação dependerá do prejuízo.

1130.A1 – Os auditores internos devem abster-se de avaliar operações específicas


pelas quais tenham sido responsáveis anteriormente. Presume-se prejudicada a
objetividade, se um auditor prestar serviços de avaliação para uma atividade pela qual
tenha sido responsável no ano anterior.

1130.A2 – Trabalhos de auditoria de avaliação relacionados a funções que estejam


sob a responsabilidade do diretor executivo de auditoria devem ser supervisionadas
por alguém externo à atividade de auditoria.

1130.C1 – Os auditores internos podem prestar serviços de consultoria relacionados


às operações pelas quais tenham sido responsáveis anteriormente.

1130.C2 – Caso os auditores internos constatem potenciais prejuízos à independência


ou objetividade relacionados a serviços de consultoria propostos, o cliente do trabalho
deve ser informado antes que a execução do mesmo seja aceita.

1200 – Proficiência e Zelo Profissional Devido

Os trabalhos de auditoria devem ser realizados com a proficiência e o cuidado profissional


devidos.

1210 – Proficiência

Os auditores internos devem possuir conhecimentos, habilidades e outras


competências necessárias à execução de suas responsabilidades individuais. A
atividade de auditoria interna, de forma coletiva, deve possuir ou obter o
conhecimento, habilidades e outras competências necessárias para o desempenho de
suas responsabilidades.

1210.A1 – O diretor executivo de auditoria deve obter assessoria competente e


assistência, se a equipe de auditoria interna não dispuser de conhecimentos,

www.portaldeauditoria.com.br 109
Auditoria Interna Operacional

habilidades ou outras competências necessárias à execução do todo ou parte do


trabalho de auditoria.

1210.A2 – O auditor interno deve possuir suficiente conhecimento para


identificar indicadores de fraude, mas não se espera que tenha a especialidade
de uma pessoa cuja responsabilidade principal seja detectar e investigar
fraudes.

1210.A3 – O auditores internos devem possuir conhecimento dos riscos e


controles chaves relacionados à tecnologia da informação bem como das
técnicas de auditoria baseadas em tecnologia para a execução dos trabalhos
sob sua responsabilidade. Entretanto, nem todos os auditores internos são
obrigados a possuir o conhecimento técnico que se espera de um auditor cuja
principal responsabilidade seja auditar a tecnologia da informação.

1210.C1 – O diretor executivo de auditoria deve declinar de realizar trabalhos


de consultoria, ou obter a competente orientação e assistência caso o pessoal
da auditoria interna não possua o conhecimento, habilidades ou outras
competências necessárias para desenvolver o todo ou parte do trabalho.

1220 – Zelo Profissional Devido

Os auditores internos devem aplicar cuidados e habilidades esperados de um


profissional razoavelmente prudente e competente. Zelo profissional devido não
implica infalibilidade.

1220.A1 – O auditor interno deve exercer o Zelo profissional devido, considerando:

• A necessária extensão do trabalho para alcançar os objetivos do trabalho de


auditoria.

• A relativa complexidade, materialidade ou importância dos assuntos sobre os quais


os procedimentos de auditoria são aplicados.

• A adequação e eficácia dos processos de gerenciamento de risco, de controle e de


governança corporativa.

• A probabilidade de erros significativos, irregularidades, ou desconformidades.

• Custo do trabalho de avaliação em relação a benefícios potenciais.

1220.A2 – No exercício do zelo profissional devido, o auditor interno deve considerar


a utilização de ferramentas de auditoria auxiliadas por computador bem como outras
técnicas de análise de dados.

1220.A3 – O auditor interno deve estar alerta aos riscos significativos que poderiam
afetar os objetivos, operações ou recursos. Entretanto, procedimentos de auditoria, por
si só, mesmo quando desenvolvidos

www.portaldeauditoria.com.br 110
Auditoria Interna Operacional

com o cuidado profissional devido, não garantem que todos os riscos significativos
serão identificados.

1220.C1 – O auditor interno deve exercer o cuidado profissional devido durante um


trabalho de consultoria, considerando:

• As necessidades e expectativas dos clientes, incluindo a natureza, o prazo e a


comunicação dos resultados do trabalho.

• A relativa complexidade e extensão requeridos pelo trabalho para alcançar os


objetivos do trabalho de auditoria.

• O custo do trabalho de consultoria em relação aos potenciais benefícios.

1230 – Desenvolvimento Profissional Contínuo

Os auditores internos devem aperfeiçoar seus conhecimentos, habilidades e outras


competências através do desenvolvimento profissional contínuo.

1300 – Programa de Garantia de Qualidade e Melhoria

O diretor executivo de auditoria deve desenvolver e manter um programa de garantia da


qualidade e de melhoria que inclua todos os aspectos da atividade de auditoria interna e
monitore de forma contínua sua eficácia. Este programa inclui avaliações periódicas,
internas e externas, da qualidade e a monitoração interna contínua. Cada parte do programa
deve ser desenvolvida para auxiliar a atividade de auditoria interna a adicionar valor e
melhorar as operações da organização, bem como proporcionar razoável certeza de que a
atividade de auditoria interna está em conformidade com as Normas e o Código de Ética.

1310 – Avaliações do Programa de Qualidade

A atividade da auditoria interna deve adotar um projeto para monitorar e avaliar a


eficácia geral do programa

de qualidade. O processo deve incluir tanto avaliações internas como externas.

1311 - Avaliações Internas

As avaliações internas devem incluir:

• Revisões contínuas do desempenho da atividade de auditoria interna; e

• Revisões periódicas executadas através de auto – avaliação ou por outras


pessoas da organização, com conhecimento das práticas internas de auditoria e
das Normas.

1312 – Avaliações Externas

As avaliações externas, tais como revisões de qualidade do trabalho de


auditoria, devem ser conduzidas ao menos uma vez a cada cinco anos por

www.portaldeauditoria.com.br 111
Auditoria Interna Operacional

revisor qualificado e independente ou por equipe de revisão externa à


organização.

1320 – Relatórios sobre o Programa de Qualidade

O diretor executivo de auditoria deve informar ao Conselho os resultados de avaliações


externas.

1330 – Uso da expressão “Realizado em Conformidade com as Normas”

Os auditores internos são estimulados a relatar que suas atividades são “conduzidas em
conformidade com as Normas para o Exercício Profissional de Auditoria Interna”.
Entretanto, os auditores internos somente podem utilizar a afirmação, se avaliações do
programa de desenvolvimento de qualidade demonstrarem que a atividade de auditoria
interna está em conformidade com as Normas.

1340 – Comunicação de Não Conformidade

Embora a atividade de auditoria interna deva manter total conformidade com as Normas e,
os auditores internos, com o Código de Ética, pode haver ocasiões em que a total
conformidade não seja atingida. Quando a falta de conformidade afetar o escopo geral ou a
operação da atividade de auditoria interna, uma comunicação deve ser feita à alta
administração e ao Conselho.

NORMAS DE DESEMPENHO

2000 – Gerenciamento da Atividade de Auditoria Interna

O diretor executivo de auditoria deve gerenciar de forma eficaz, a atividade de auditoria


interna para assegurar que adicione valor à organização.

2010 – Planejamento

O diretor executivo de auditoria deve estabelecer planos com base em análise de


riscos para determinar as prioridades da atividade de auditoria interna, consistentes
com as metas da organização.

2010.A1- O plano de trabalhos de auditoria da auditoria interna deve ser


baseado na avaliação de risco e realizado pelo menos uma vez ao ano.
Informações apresentadas pela alta gerência e o conselho de administração
devem ser consideradas nesse processo.

2010.C1 – O diretor executivo de auditoria deve considerar a aceitação de


trabalho de auditorias propostos para consultoria baseado no potencial destes
para melhorar o gerenciamento de riscos, adicionar valor e melhorar as
operações. Os trabalhos de auditoria aceitos devem ser incluídos no plano.

2020 – Comunicação e Aprovação

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Auditoria Interna Operacional

O diretor executivo de auditoria deve comunicar à alta administração e ao Conselho


para revisão e aprovação, os planos de atividades da auditoria e necessidades de
recursos, incluindo mudanças temporárias significativas. Deve também comunicar o
impacto de limitações de recursos.

2030 – Gerenciamento de Recursos

O diretor executivo de auditoria deve assegurar que os recursos de auditoria interna


sejam apropriados, suficientes e efetivamente utilizados para cumprimento do plano
aprovado.

2040 – Políticas e Procedimentos

O diretor executivo de auditoria deve estabelecer políticas e procedimentos para


orientar a atividade de auditoria interna.

2050 – Coordenação

O diretor executivo de auditoria deve compartilhar informações e coordenar


atividades com outros fornecedores internos e externos de serviços relevantes de
auditoria e de serviços de consultoria para assegurar apropriada cobertura e minimizar
a duplicação de esforços.

2060 – Comunicação com o Conselho e a Alta Administração

O diretor executivo de auditoria deve apresentar relatórios periódicos ao Conselho e à


alta administração sobre o propósito, autoridade, responsabilidade e desempenho em
relação a seus planos. Tais relatórios devem também incluir a exposição a riscos
significativos e matérias sobre controle, governança corporativa e outras matérias
necessárias ou solicitadas pelo Conselho ou pela alta administração.

2100 – Natureza do trabalho

A atividade de auditoria interna deve avaliar e contribuir para a melhoria dos processos de
gerenciamento de riscos, de controle e de governança corporativa aplicando uma abordagem
sistemática de disciplinada.

2110 – Gerenciamento de Riscos

A atividade de auditoria interna deve assistir à organização através da identificação e


avaliação de exposições significativas a riscos e da contribuição para a melhoria dos
sistemas de gerenciamento de riscos e de controle.

2110.A1 – A atividade de auditoria interna deve monitorar e avaliar a


efetividade do sistema de gerenciamento de risco da organização.

2110.A2 – A atividade de auditoria interna deve avaliar os riscos de exposição


no que diz respeito à governança corporativa da organização, operações e
sistemas de informação relativos a:

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Auditoria Interna Operacional

• Confiabilidade e integridade das informações financeiras e operacionais.

• Efetividade e eficiência das operações.

• Salvaguarda do patrimônio.

• Obediência às leis, regulamentos e contratos.

2110.C1 – Durante o trabalho de consultorias, os auditores internos devem


remeter-se ao risco consistente com os objetivos do trabalho de auditoria e
estar alertas à existência de outros riscos significativos.

2110.C2 – Os auditores internos devem incorporar o conhecimento sobre


riscos obtido em trabalhos de consultorias, ao processo de identificar e avaliar
exposições significativas de riscos da organização.

2120 – Controle

A atividade de auditoria interna deve assistir a organização na manutenção de controles


efetivos, avaliando sua efetividade e eficiência e promovendo contínuas melhorias.

2120.A1 – Com base nos resultados das avaliações de riscos, a atividade de auditoria
interna deve avaliar a adequação e a eficácia dos controles, abrangendo a governança,
as operações e os sistemas de informação. Isto deve incluir:

• A confiabilidade e integridade das informações financeiras e operacionais.

• A eficácia e eficiência de operações.

• A salvaguarda dos ativos.

• A conformidade às leis, regulamentos e contratos.

2120.A2 – Os auditores internos devem avaliar a extensão em que as operações e os


objetivos dos programas foram estabelecidos, em conformidade com os da
organização.

2120.A3 – Os auditores internos devem rever operações e programas para avaliar a


extensão em que os resultados são consistentes com as metas e os objetivos
estabelecidos, para determinar se as operações e programas estão sendo
implementados ou desenvolvidos como pretendidos.

2120.A4 – São necessários critérios adequados para avaliar os controles. Os auditores


internos devem avaliar a extensão em que as gerências estabeleceram critérios
adequados, para determinar se objetivos e metas foram atingidos. Se adequados, os
auditores internos devem usar tais critérios na sua avaliação. Se inadequados, os
auditores internos devem trabalhar com as gerências para desenvolver critérios
apropriados de avaliação.

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Auditoria Interna Operacional

2120.C.1 – Durante trabalhos de consultoria, os auditores internos devem avaliar os


controles de forma consistente com os objetivos do trabalho e manter-se alertas para a
existência de deficiências de controle.

2120.C.2 – Os auditores internos devem incorporar o conhecimento de controles


obtido em trabalhos de consultoria, ao processo de identificação e avaliação de
exposições significativas da organização a riscos.

2130 – Governança Corporativa

A atividade de auditoria interna deve avaliar e fazer recomendações apropriadas para a


melhoria do processo de governança corporativa no cumprimento dos seguintes objetivos:

• Promoção a ética e valores apropriados dentro da organização.

• Assegurar a gestão do desempenho eficaz da organização e a responsabilidade por


prestação de contas.

• Comunicar de forma eficaz às área apropriadas da organização, as informações


relacionadas a risco e controle.

• Coordenar de forma eficaz as atividades e comunicar a informação entre o conselho,


os auditores externos e internos e administração.

2130.A1 – A atividade de auditoria interna deve avaliar o desenho,a implantação e a


eficácia dos objetivos, programas e atividades da organização relacionados à ética.

2130.C1 – Os objetivos do trabalho de consultoria deve ser consistente com a


totalidade dos valores e das metas da organização.

2200 – Planejamento dos Trabalhos de Auditoria

Os auditores internos devem desenvolver e registrar um plano para cada trabalho de


auditoria, incluindo o escopo, objetivos, prazo e alocação de recursos.

2201 - Considerações de Planejamento

No planejamento do trabalho de auditoria, os auditores internos devem considerar:

• Os objetivos da atividade objeto da revisão e os meios pelos quais esta controla seu
desempenho.

• Os riscos significativos para a atividade, seus objetivos, recursos, e operações e os


meios pelos quais o impacto potencial de risco é mantido a nível aceitável.

• A suficiência e a efetividade do gerenciamento de risco e dos sistemas de controle


da atividade comparados a uma estruturação de controle pertinente ou modelo.

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Auditoria Interna Operacional

• As oportunidades para fazer melhorias significativas no gerenciamento de risco e


nos sistemas de controle da atividade.

2201.A1 – Ao planejar um trabalho de auditoria a ser executado por


prestadores de serviço (externos à organização), os auditores internos devem
estabelecer com estes um acordo escrito sobre os objetivos, o escopo,
respectivas responsabilidades e outras expectativas, incluindo-se restrições
para a distribuição dos resultados do trabalho e o acesso aos respectivos
registros.

2201.C1 - Os auditores internos devem estabelecer um entendimento com os


clientes do trabalho de consultoria, em relação aos objetivos, escopo,
respectivas responsabilidades e outras expectativas do cliente. Para trabalhos
de grande importância, esse entendimento deve ser documentado.

2210 – Objetivos do Trabalho de Auditoria

Devem ser estabelecidos objetivos para cada trabalho de auditoria

2210.A1 – Os auditores internos devem realizar uma avaliação preliminar dos


riscos relevantes relacionados à atividade objeto de auditoria. Os objetivos do
trabalho de auditoria devem refletir os resultados dessa avaliação.

2210.A2 - O auditor interno deve considerar a probabilidade de erros,


irregularidades, descumprimentos, e outras exposições significativas quando
estiver desenvolvendo os objetivos do trabalho de auditoria.

2210.C1 - Os objetivos do trabalho de auditoria de consultoria deve discutir


riscos, controles e processos de governança corporativa na extensão acordada
com o cliente.

2220 – Escopo do Trabalho de auditoria

O escopo estabelecido deve ser suficiente para satisfazer os objetivos do trabalho de


auditoria.

2220.A1 - O ambiente do trabalho de auditoria deve incluir a consideração de


sistemas relevantes, registros, pessoal e propriedades físicas, incluindo aquelas
sob controle de terceiros.

2220.A2 – Caso, durante um trabalho de auditoria de avaliação (assurance),


apareçam importantes oportunidades de consultoria um acordo específico e
escrito deve ser estabelecido sobre os objetivos, escopo, respectivas
responsabilidades e outras expectativas e, os resultados do trabalho de
consultoria divulgados em conformidade com as normas de consultoria.

2220.C1 – Ao executar as tarefas de consultoria agendadas, os auditores


internos devem assegurar que o ambiente do trabalho consultoria seja

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Auditoria Interna Operacional

suficiente para discutir os objetivos combinados. Se os auditores internos


criarem reservas sobre o ambiente durante a execução do trabalho de
consultoria, estas devem ser discutidas com o cliente para determinar se deve
ser dada continuidade à execução das tarefas agendadas.

2230 – Alocação de Recursos ao Trabalho de Auditoria

Os auditores internos devem determinar os recursos apropriados para alcançar os


objetivos do trabalho de auditoria. A formação da equipe deve ser baseada na
avaliação da natureza e da complexidade de cada trabalho de auditoria, das limitações
de tempo e de recursos disponíveis.

2240 – Programa de Trabalho de Auditoria

Os auditores internos devem desenvolver programas de trabalho que alcancem os


objetivos do trabalho. Estes programas de trabalho devem ser registrados.

2240.A1 – Os programas de trabalho devem estabelecer os procedimentos para


identificar, analisar, avaliar, e registrar informações durante o
desenvolvimento do trabalho de auditoria. O programa de trabalho deve ser
aprovado antes de seu início e quaisquer ajustes devem ser prontamente
aprovados.

2240.C1 – Os programas de auditoria para trabalhos de consultoria podem


variar na forma e conteúdo dependendo da natureza do trabalho.

2300 – Execução do Trabalho de Auditoria

Os auditores internos devem identificar, analisar, avaliar, e registrar informações suficientes


para alcançar os objetivos do trabalho de auditoria.

2310 – Coleta de informações

Os auditores internos devem coletar informações suficientes, fidedignas, pertinentes e


úteis para o alcance dos objetivos do trabalho de auditoria.

2320 - Análise e Avaliação

Os auditores internos devem basear as conclusões e os resultados da execução dos


trabalhos em análises e avaliações apropriadas.

2330 – Registro das Informações

Os auditores internos devem registrar informações relevantes como suporte das


conclusões e dos resultados da execução dos trabalhos.

2330.A1 - O diretor executivo-chefe de auditoria deve controlar o acesso aos


registros dos trabalhos. Para tanto, ele deve obter aprovação da alta

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Auditoria Interna Operacional

administração sênior e/ou conselho legal, antes de liberar tais registros a


terceiros, quando requisitado.

2330.A2 - O Diretor executivo de auditoria deve desenvolver requisitos de


guarda dos registros do trabalhos de auditoria. Estes requisitos devem ser
consistentes com as orientações da organização, quaisquer regulamentações
pertinentes ou outros requisitos.

2330.C1 – O diretor executivo de auditoria deve desenvolver políticas de


administração da custodia e guarda dos registros dos trabalhos de consultoria,
bem como sua liberação interna e externamente. Estas políticas devem ser
consistentes com as diretrizes da organização, quaisquer regulamentações
pertinentes ou outros requisitos.

2340 – Supervisão do Trabalho de Auditoria

Os trabalho de auditorias devem ser apropriadamente supervisionados para assegurar


que os objetivos sejam atingidos, a qualidade seja assegurada e as equipes se
desenvolvam.

2400 – Comunicação de Resultados

Os auditores internos devem comunicar os resultados dos trabalhos de auditorias com


oportunidade.

2410 – Critérios para Comunicações

As comunicações devem incluir os objetivos e o ambiente do trabalho de auditoria,


bem como as conclusões aplicáveis, recomendações e planos de ação.

2410.A1 – A comunicação final dos resultados deve, onde apropriado, conter a


opinião geral ou conclusões do auditor interno.

2410.A2 – Os auditores internos são incentivados a reconhecer o desempenho


satisfatório nas comunicações de resultados.

2410.A3 – Ao divulgar os resultados de trabalhos de auditoria para terceiros,


fora da organização, a comunicação deve conter limitações sobre a
distribuição e o uso dos resultados do trabalho.

2410.C1 – A comunicação sobre o progresso e os resultados de um trabalho de


consultoria irão variar em forma e conteúdo, dependendo da natureza do
trabalho e das necessidades do cliente.

2420 – Qualidade das Comunicações

As comunicações devem ser precisas, objetivas, claras, concisas, construtivas,


completas e oportunas.

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2421 – Erros e Omissões

Se uma comunicação final contiver erro significativo ou omissão, o diretor executivo


de auditoria deve comunicar a informação correta a todas as pessoas que tenham
recebido a comunicação original.

2430 – Divulgação da Não Conformidade com as Normas

Quando a falta de conformidade das Normas tiver impacto em um trabalho de


auditoria específico, a comunicação dos resultados deve divulgar:

• Norma (s) cuja conformidade total não foi atingida,

• Razão (ões) para a falta de conformidade e

• Impacto da não conformidade sobre o trabalho de auditoria

2440 – Disseminação de Resultados

O diretor executivo de auditoria deve divulgar os resultados às pessoas apropriadas.

2440.A1 – O diretor executivo de auditoria interna é responsável por


comunicar os resultados finais às pessoas que possam assegurar que aos
resultados sejam dadas a devida consideração.

2440.A1 – O diretor executivo de auditoria é responsável por comunicar os


resultados finais às partes que podem assegurar que os resultados recebam a
devida consideração.

2440.C1 – O diretor executivo de auditoria é responsável por comunicar os


resultados finais dos trabalhos de consultoria aos clientes.

2440.C2 – Durante a execução de trabalhos de auditoria, gerenciamento de


riscos, controle e assuntos de governança corporativa devem ser identificados.
Toda vez que os assuntos sejam significativos para a organização, eles devem
ser comunicados à alta gerência e ao Conselho.

2500 – Monitoração do Progresso

O diretor executivo de auditoria deve estabelecer e manter um sistema para monitorar o


estágio das ações decorrentes dos resultados apresentados à administração.

2500.A1 – O diretor executivo de auditoria deve estabelecer um processo de


acompanhamento para monitorar e assegurar que as ações gerenciais tenham sido
efetivamente implementadas ou que a alta gerência tenham aceitado o risco de não
haver implementado.

2500.C1 – A atividade de auditoria interna deve monitorar a liberação dos resultados


dos trabalho de auditorias de consultoria na extensão combinada com o cliente.

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Auditoria Interna Operacional

2600 – Resolução da Aceitação de Riscos pela Administração

Quando o diretor executivo de auditoria considerar que o nível de risco residual assumido
pela alta administração não deveria ser aceito pela organização, este deve revisar o assunto.
Caso a decisão relativa aos níveis de risco residual não seja consensada, o diretor executivo
de auditoria juntamente com a alta administração devem apresentar a matéria ao Conselho
para solução e deliberação.

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Auditoria Interna Operacional

GLOSSÁRIO

Adicionar Valor – As organizações existem para criar valor ou benefício para seus
proprietários, consumidores e clientes. Este conceito provê sentido para suas existências. O
valor é fornecido através do desenvolvimento de seus produtos e serviços e o uso de seus
recursos para promover aqueles produtos e serviços. No processo de reunir dados para
entender e avaliar o risco, os auditores internos desenvolvem significativa percepção das
operações e oportunidades para melhoria, que pode ser extremamente benéfica às suas
organizações. Estas informações valiosas podem ser na forma de consulta, aconselhamento,
comunicações escritas ou através de outros produtos que, em sua totalidade devem ser
adequadamente comunicados às gerencias apropriadas ou pessoal operacional.

Controle Adequado – Torna presente se o gerenciamento planejou sua concepção de tal


maneira que forneça razoável segurança de que os riscos da organização tenham sido
administrados efetivamente e que as metas da organização tenham sido atingidas eficiente e
economicamente.

Trabalho de Avaliação – Um exame objetivo da evidência para o propósito de prover


avaliação independente sobre os processos de gerenciamento de riscos, de controle e
governança corporativa para a organização. Exemplos podem incluir trabalhos de auditoria
financeira, de desempenho, de conformidade, de segurança de sistemas e de “due diligence”.

Conselho de Administração – Conselho de administração representa o corpo regulador da


organização, o conselho de supervisão, o responsável por uma agência ou corpo legislativo,
o conselho de diretores ou tutores de uma organização sem fins lucrativos, ou qualquer outro
corpos dirigente, incluindo o comitê de auditoria, a que pode estar funcionalmente
subordinado o diretor executivo de auditoria.

Regulamento ou Estatuto – O regulamento ou estatuto é um documento formal e escrito


que define o propósito, autoridade e responsabilidade da auditoria interna. O regulamento
deve: (a) definir a posição da atividade de auditoria interna dentro da organização; (b)
autorizar acesso a registros, pessoas e propriedades físicas relevantes ao desempenho dos
trabalhos de auditoria; e (c) definir o escopo das atividades da auditoria interna.

Diretor Executivo de Auditoria – Posição de cúpula dentro da organização, responsável


pelas atividades de auditoria interna. Em uma atividade interna tradicional de auditoria, esta
seria a do diretor de auditoria interna. No caso em que as atividades de auditoria interna
sejam desenvolvidas a partir de fornecedores externos, o diretor executivo de auditoria é a
pessoa responsável pela supervisão dos serviços contratados e pela totalidade da qualidade
dos trabalhos de auditoria, subordinado à alta administração e ao Conselho em relação às
atividades de auditoria interna e acompanhamento dos resultados dos trabalhos de auditoria.
O termo também inclui títulos tais como auditor geral, auditor interno chefe e inspetor geral.

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Auditoria Interna Operacional

Código de Ética – O propósito do Código de Ética do Instituto de Auditores Internos (IIA) é


promover cultura ética na profissão global de auditoria interna. É necessário e apropriado um
código de ética para a profissão de auditoria interna, fundada, como ela é, na verdade
colocada em sua objetiva avaliação sobre risco, controle e governança corporativa. O Código
de Ética aplica-se a ambos, indivíduos e entidades que forneçam serviços de auditoria
interna.

Conformidade – A habilidade para assegurar, razoavelmente, conformidade e aderência às


políticas organizacionais, planos, procedimentos, leis, regulamentos e contratos.

Conflito de interesses – Qualquer relacionamento que não seja ou não pareça ser o de
melhor interesse para a organização. O conflito de interesse prejudicaria a habilidade do
indivíduo para desempenhar objetivamente seus deveres e responsabilidades.

Serviços de Consultoria – Atividade de aconselhamento e serviços relacionados ao cliente,


cuja natureza e amplitude sejam com ele acordados e que se destinem a adicionar valor e
melhorar as operações da organização.

Exemplos incluem aconselhamento, assessoramento, facilitação, desenho de processos e


treinamento.

Controle – Qualquer ação executada pelas gerências, diretoria e outros para aperfeiçoar o
gerenciamento de risco e incrementar a probabilidade de que os objetivos estabelecidos e as
metas hão de ser atingidos. A equipe de gerentes planeja, organiza e dirige o desempenho de
ações suficientes para prover razoável segurança de que objetivos e metas sejam atingidos.

Ambiente de controle – A atitude e as ações da Diretoria e das Gerências relativamente ao


significado do controle dentro da organização. O ambiente de controle provê a disciplina e a
estrutura para consecução dos objetivos primários do sistema de controle interno. O
ambiente de controle inclui os seguintes elementos:

• Integridade e valores éticos.

• Filosofia de gerenciamento e estilo operacional

• Estrutura organizacional.

• Atribuição de autoridade e responsabilidade.

• Políticas e práticas de recursos humanos.

• Competência do pessoal.

Processos de Controle – As políticas, procedimentos e atividades que são parte da


estruturação do controle, concebidos para assegurar que os riscos sejam contidos dentro das
tolerâncias estabelecidas pelo processo de gerenciamento de riscos.

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Auditoria Interna Operacional

Trabalhos de Auditoria – Designação específica de auditoria interna, tarefa ou atividade de


revisão, tais como auditoria interna, revisão de Auto Avaliação de Controle, exame de
fraudes ou consultoria. Um trabalho de auditoria pode incluir múltiplas tarefas ou atividades
concebidas para atingir um grupo específico de objetivos a ele relacionados.

Objetivos do Trabalho de Auditoria – Declarações gerais desenvolvidas pelos auditores


internos, que definem as finalidades pretendidas pelos trabalhos de auditoria.

Programa de Trabalho de Auditoria – Um documento que lista os procedimentos a serem


seguidos durante a execução de um trabalho de auditoria, desenhado para atingir o plano
respectivo.

Fornecedores de Serviços Externos – Pessoa ou empresa, independente da organização,


que tem especial conhecimento, perícia e experiência em uma disciplina em particular. Os
fornecedores de serviços externos incluem, entre outros, atuários, contadores, avaliadores,
especialistas ambientais, investigadores de fraudes, advogados, engenheiros, geólogos,
especialistas em seguros, estatísticos, especialistas em tecnologia da informação, auditores
externos e outras organizações de auditoria. O Conselho de Administração, a alta
administração, ou o diretor executivo de auditoria podem contratar fornecedores de serviços
externos.

Fraude – Quaisquer atos ilegais caracterizados por engano, dissimulação ou violação da


verdade. Estes atos não dependem da aplicação de ameaça de violência ou força física. As
fraudes são perpetradas por indivíduos e organizações para obtenção de dinheiro,
propriedades ou serviços; para evitar o pagamento ou perda de serviços; ou para assegurar
vantagem pessoal ou nos negócios.

Processo de Governança corporativa – Procedimentos utilizados pelos representantes dos


proprietários (por exemplo, acionistas etc.) para atribuir responsabilidades sobre riscos e
processos de controle administrados pelas gerências.

Deficiências – Deficiências na objetividade individual e na independência organizacional


podem incluir conflitos de interesse pessoal, limitações de ambiente, restrições no acesso a
registros, pessoal e propriedades e limitações na disponibilidade de recursos (funding).

Atividade de Auditoria Interna – Departamento, divisão, equipe de consultores ou outros


profissionais que prestem serviços de avaliação independente e objetiva e serviços de
consultoria, destinados a adicionar valor e melhorar as operações da organização. A
atividade de auditoria interna auxilia a organização a atingir seus objetivos, pelo aplicação
de uma abordagem sistemática e disciplinada para avaliar e melhorar a eficácia dos
processos de gerenciamento de riscos, de controle e governança corporativa.

Objetividade – Atitude mental não tendenciosa, que é exigida aos auditores internos no
desempenho de seus trabalho de auditorias, de tal maneira que eles tenham honesta crença
no produto de seu trabalho e que não sejam feitas significativas concessões de qualidade, A

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Auditoria Interna Operacional

objetividade requer que os auditores internos não subordinem seu julgamento sobre as
matérias por eles julgadas aos julgamentos de outros.

Risco – A incerteza de um evento superveniente que possa ter impacto na consecução dos
objetivos. O risco é medido em termos de conseqüências e de probabilidades.

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permissão escrita do editor.

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Auditoria Interna Operacional

15- COMENTÁRIOS FINAIS PARA REFLEXÃO:

Por que Tenho Medo de Ser Auditado?

“Baseado no livro Modern Internal Auditing: What's it all about? The Grandfather's
Dialogue, de Lawrence B.Sawyer”.

Tenho me questionado muito sobre porque as pessoas não gostam de auditoria. Embora eu
acredite que ninguém goste de ser fiscalizado, não consigo entender como as pessoas criam
estereótipos tão fortes que se perpetuam pelos tempos.

Por mais que tentemos nos mostrar como "consultores" ou que realizemos um trabalho para
auxiliar a administração no desenvolvimento de suas atribuições, sempre somos vistos com
rejeição.

Se observarmos bem, vamos ver que nós auditores internos também alimentamos nosso ego
com o medo que as pessoas têm do nosso trabalho. Medo e poder andam lado a lado; se temos
medo de alguém é porque ele exerce um certo poder sobre nós. Assim, muitos auditores
preferem criar o terror para que seu poder seja exercido.

Muitas das vezes o auditor não percebe que está criando esse clima de medo e, talvez em
função da carga de trabalho que tem, não lhe sobre tempo para trabalhar suas relações com as
pessoas.

Se analisarmos o trabalho do auditor interno, vamos verificar que sua missão é informar aos
superiores do auditado as falhas encontradas. Quem gosta de ter seus erros expostos aos seus
superiores? É ai que está o grande dilema que o auditor tem que enfrentar para superar o medo
que as pessoas tem da auditoria.

Suas descobertas durante a auditoria normalmente chegam ao topo da empresa e existe uma
boa chance de que alguém tenha que dar explicações aos superiores, em razão das deficiências
apontadas pelo auditor.

Vamos imaginar que você foi contratado para executar uma tarefa, mas existe uma pessoa que
tem a função de avaliar sua atuação e confeccionar um relatório para seu chefe sobre a sua
atuação. O que você pensaria sobre aquela pessoa? Provavelmente, a palavra mais adequada
que você acharia para classificá-lo seria a de dedo-duro.

Com o auditor interno ocorre o mesmo. A cada auditoria ele tem que enfrentar um conjunto
de regras novas, fazer perguntas e obter cooperação para conseguir realizar o seu trabalho. Ele
nunca conseguirá realizar um bom trabalho se não conseguir a cooperação das pessoas.

Alguns auditores têm a noção clara de como as pessoas são importantes para a realização do
seu trabalho; outros podem sair dando pontapés e assustá-las. Mesmo conseguindo superar

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Auditoria Interna Operacional

essa postura, alguns auditores não sabem como lidar com pessoas. Existem auditores internos
muito bem intencionados, mas poucos são os que conhecem a arte de conquistar pessoas que
possam ajudá-los em seu trabalho.

Existe um provérbio índio que diz: "Não julgues um homem até que tenhas calçado por um
dia seus mocassins".

Isso significa que você deveria tentar pôr-se no lugar do outro para que possa realmente
entendê-lo ou tenha o direito de criticá-lo.

Se o auditor não atuar dessa maneira cometerá dois erros fatais: primeiro, ele fará com que as
pessoas questionem seus posicionamentos com o argumento de que ele nunca passou por isso
para compreender porque as pessoas erraram. Segundo, ele não conseguirá que os erros
detectados sejam corrigidos.

A palavra mais correta para definirmos a postura das pessoas é DEFESA. Todos estarão na
defesa com o auditor, ou seja, tentando se proteger. Neste caso, proteção contra o auditor.

O auditor nesse momento representa uma ameaça. Eles o vêem como alguém que descobrirá
seus erros, podendo até expô-los ao ridículo, relatando aos seus superiores. Elas ficam
ansiosas para conferir, ao término do trabalho de auditoria, se alguma tarefa sob sua
responsabilidade consta do relatório.

É só lembrarmos-nos de quando éramos crianças e aprontávamos alguma bagunça e nossa


mãe ameaçava-nos com a seguinte frase: "Vou contar para o seu Pai". Essa é mais ou menos a
visão que o auditado tem do auditor. Ele está em constante ameaça: "Vou contar para o seu
superior".

Outro problema é a postura do auditor frente aos achados de auditoria. Alguns auditores
quando encontram ou ouvem sobre alguma coisa que está sendo executada de modo errado, o
fazem de forma a tornar público e expor os envolvidos ao ridículo. É preciso que eles
entendam que estão tratando com pessoas e, desde de que elas não façam as coisas de má-fé, é
importante orientá-las e não ridicularizá-las por suas falhas.

Outro erro é a questão da relevância. Muitas vezes detectamos pequenos erros e fazemos
grande alarde sobre eles. Também erramos quando tentamos mostrar para as pessoas que
somos mais inteligentes do que elas, usando nosso conhecimento para que se sintam
estúpidas.

Os auditores internos devem levar em conta os problemas que as pessoas enfrentam no seu
trabalho, pois se não o fizerem as pessoas não darão crédito ao seu trabalho.

Algumas regras são fundamentais para tentar minimizar ao máximo o efeito do medo nos
trabalhos de auditoria.

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Auditoria Interna Operacional

Primeiro, antes de entrar no local onde realizará a auditoria, ligue para o responsável. Através
de uma conversa amigável, procure informar sobre sua chegada e assegure que procurará
interferir o mínimo possível na rotina diária dele. Procure deixá-lo à vontade, pois se você de
saída deixá-lo apreensivo, todas as outras pessoas que trabalham com ele também ficarão.
Mas lembre-se, você já comprometeu sua postura diante do responsável pelo setor/órgão
auditado, a primeira impressão é a que fica.

Segundo, no seu primeiro dia no local da auditoria, procure ser agradável com todos, desde o
administrador até o funcionário menos graduado. Passe a seguinte mensagem: "Eu sou um
convidado na casa de vocês." Essa tem que ser a sua atitude durante toda a auditoria. O
primeiro contato pode ser derradeiro para o sucesso de seu trabalho.

Terceiro, sempre que se dirigir às pessoas com perguntas ou pedidos de explicações seja
amigável e respeitoso, seja ele o administrador ou o menos graduado. A confiança não se
conquista imediatamente, ela vai sendo construída durante o trabalho.

Quarto, existem maneiras de agir frente aos erros encontrados. Ache alguma coisa errada e vá
diretamente ao gerente sem falar com a pessoa que cometeu o erro e você estará jogando todo
o seu trabalho na lata do lixo.

Procure passar para as pessoas envolvidas que você está analisando todo o sistema e não
apenas erros individuais. Os erros só são importantes se eles estiverem inseridos no contexto
total do sistema. O que você precisa é que o auditado lhe explique como funciona o sistema, o
que atrapalha o seu trabalho, etc. Esteja certo de que com essa abordagem as pessoas vão
ajudá-lo no desenvolvimento de seus trabalhos. Essas pessoas junto com você estarão jogando
no mesmo time.

Dessa forma você estará se mantendo longe de assuntos técnicos, interrogativos, pelo menos
no início. Você se concentrará nos sistemas de administração, onde somos peritos.

O auditor tem dois objetivos a serem atingidos: primeiro, relatar à administração superior
todos os seus achados.Segundo, deixar todo o lugar que ele audita, melhor do que encontrou.

Para que conquistemos a confiança das pessoas, temos que informar-lhes que discutiremos
com elas, imediatamente, todos os problemas encontrados. Que ela terá a oportunidade de
regularizar qualquer falha antes da emissão do relatório final; ou que as falhas que não
possam ser regularizadas no transcurso dos trabalhos serão informadas à administração
superior como em fase de regularização. Com isto você estará criando uma parceria e não um
jogo de polícia e ladrão.

Não fale apenas das coisas erradas que você encontrou, fale também das coisas boas, pois é
impossível que não existam virtudes nos ambientes que você está auditando.

Outro erro que o auditor comete é achar que as pessoas só gostam de ouvir coisas boas. Pode
parecer estranho, mas eu explico. Isto ocorre quando você termina um trabalho de auditoria e

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não encontra nada, ou apresenta falhas irrelevantes, quando todos sabem que existem falhas
interferindo em seu trabalho e que não foram detectadas pelo auditor. É a mesma coisa que
você receber um prêmio ou elogio por uma tarefa ridícula que você cumpriu com extrema
facilidade.

O respeito pelo trabalho de auditoria é conquistado quando o auditor: informa as pessoas


envolvidas antes de informar aos superiores; define corretamente a responsabilidade das
pessoas sobre os fatos constatados, não responsabilizando as pessoas indevidamente; decide
porque possui todos os fatos e dados que suportam suas afirmativas; não se concentra em
falhas irrelevantes; e tem uma visão abrangente dos sistemas e controles de modo a melhorar
o desempenho da unidade e não somente corrigir erros individuais.

As pessoas podem conseguir gostar do auditor interno, se ele realmente trabalhar para isto.
Isso porque nós reconhecemos que as pessoas têm medo e não querem ser ridicularizadas, que
elas nos admiram pela nossa capacidade de aprender com elas; que as pessoas podem
agradecer-nos porque conseguimos mostrar maneiras mais fáceis e melhores de fazer as
coisas ou porque conseguimos resolver ou ajudá-las a resolver problemas que as têm
aborrecido.

Outra coisa que causa medo nas pessoas é a forma como os auditores lhes colocam seus
questionamentos.

Quando você faz perguntas complicadas, ou não deixa as pessoas falarem, ou começa a fazer
julgamentos mentais ou expressos, fatalmente você não vai conseguir colaboração.

Quando o auditor se mostra interessado, simpático e compreensivo, encontrará disposição nos


seus interlocutores para o diálogo. Parece engraçado, mas quando as pessoas conseguem falar
com um auditor paciente, interessado e simpático, o problema será conseguir fazer com que
elas parem de falar.

Evite argumentos do tipo "ganha-perde". Não diga "deve ser feito deste modo ou então..." Use
palavras como "O modo como eu vejo isto...". Essas pequenas frases podem fazer grande
diferença para evitar conflitos.

Você tem que mostrar para todos os que o ouvem que você também está disposto a escutá-los.
Mas mostre isso também com o corpo, pois ele fala e as pessoas o entendem. Entenda como
uma pessoa se sente quando você a está criticando. Amenize o clima, pois certos
comportamentos, palavras ou gestos podem criar um clima de defesa e isso não será bom para
o seu trabalho.

Um clima de neutralidade também prejudica, pois a pessoa neutra se mantém fria, distante e
demonstrando pouca preocupação com o ouvinte. Por outro lado, um clima encorajador faz
com que o interlocutor escute e se comprometa com a resolução dos problemas.

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Nós já falamos, mas outro fator é a postura de superioridade que alguns auditores passam para
as pessoas.

Perceba que elas já estão em posição de inferioridade em relação a você, pelos diversos
aspectos que já comentamos. A igualdade é encorajadora, pois demonstra confiança mútua. A
diferença de "status" entre você e outra pessoa se é que podemos dizer que existe tem que
parecer sem importância.

Também existe a postura de controle, autoritária, que tenta influenciar alguém ou pedir-lhe
abertamente que ele faça aquilo que você esta mandando. Pelo lado encorajador você constrói
a solução junto com a pessoa, ambos são responsáveis. Significa que as perguntas e respostas
estão sendo construídas em conjunto, formando uma parceria para resolver problemas.

Você também não deve se sentir em inferioridade quando as pessoas apresentam alternativas
de solução diferentes das suas. Entenda que você pode não ter analisado todas as possíveis
soluções. Você não é infalível, reconheça seus erros e - mais importante - reconheça idéias
melhores que as suas.

As pessoas só conseguirão gostar dos auditores internos quando elas entenderem que fazem
parte de um sistema de controle interno, dentro do qual elas também contribuem para alcançar
resultados positivos ou negativos. Elas participam dos resultados do trabalho de auditoria.

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BIBLIOGRAFIA BÁSICA:

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MAUTZ, R.K. - Princípios de Auditoria – Ed. Atlas;
NERY, Clovis Rosa - Comunicação Intrapessoal & Interpessoal – Ed.Florêncio
PAULA, Maria Goreth Miranda Almeida – Auditoria Interna, Embasamento Conceitual e
Suporte Tecnológico – Ed. Atlas;
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SÁ, A. Lopes de - Curso de Auditoria – Ed. Atlas;
WADDEIL, Haroldo R. - Manual de Auditoria – Ed. Atlas.
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OLIVEIRA, Filho, Alves, Gomes-Luís Martins,André Diniz, Paulo Sávio Lopes da
Gama,Marliete Bezerra – Curso Básico de Auditoria-Ed.Atlas 2ª Edição
GIL, Raul Loureiro-Auditoria- Auditoria operacional e de gestão-qualidade da auditoria-Ed.
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CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil. São Paulo: Atlas, 2004
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a Auditoria Interna-Curitiba –Maph Editora Ltda.

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