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Unidade 1

1.6 A Primeira Guerra Mundial


(1914-1918)
A guerra que decorreu entre 1914el918foio primeiro conflito armado que se
desenvolveu a uma escala global, nunca antes vista, e daí ter sido designada por
Primeira Guerra Mundial ou Grande Guerra. O conflito opôs, de um lado, a
Tríplice Entente (Inglaterra, França e Império Russo), liderada pela Inglaterra, e, do
outro lado, a Tríplice Aliança (Império Alemão, Império Austro-Húngaro e Itália),
liderada pela Alemanha. Após perdas humanas na ordem dos milhões e a
destruição de vários países, o conflito terminou com a vitória dos primeiros e impôs
ao mundo, e em especial à Europa, uma nova configuração e ordem política.

.
1 6.1 As causas da Primeira Guerra Mundial

Luta pela posse de novos mercados


No século XIX, o crescimento acelerado da indústria e o desenvolvimento do modo de
produção capitalista levaram a uma cada vez maior procura por matérias-primas e à
necessidade de encontrar novos mercados para escoar a crescente produção industrial.
\ Isto levou alguns países mais desenvolvidos a procurarem novos territórios - as
colónias -, onde pudessem impor o seu domínio militar, político e económico. A este
movimento deu-se o nome de imperialismo. Este movimento, porém, fez surgir novas
zonas de tensão entre as potências europeias, que entravam em confronto por causa dos
novos territórios que pretendiam ocupar, quer em África, quer na Ásia.

Conflito entre as potências imperialistas


Como já vimos, no fim do século XIX as rivalidades e os conflitos entre as grandes
potências europeias, provocados não só pelo expansionismo territorial, mas, sobretudo
pela crescente luta pelo poder e influência a nível mundial, aproximavam-se do ponto
de ruptura, quer na Europa, quer nos territórios coloniais. As tensões acumulavam-se e
sucessivos incidentes e conflitos localizados faziam prever o desencadear de um
conflito de grande dimensão.
Na Europa, como vimos, destacaram-se o conflito nos Balcãs, o qual deu origem a
duas guerras entre 1912el913, e também a disputa territorial entre a França e a
Alemanha pela posse da Alsácia e da Lorena.
Este último conflito contribuiu para agravar ainda mais a desconfiança mútua entre
estas duas nações. Por outro lado, a Alemanha tinha visto o seu crescimento

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As contradições imperialistas, dos finais do século XIX até ao final da Primeira Guerra Mundial

económico fortalecer-se imenso, sobretudo a partir da segunda metade do século XIX,


prolongando-se pelos inícios do século XX. Mas este crescimento económico, embora
tenha acompanhado o momento do nascimento da Alemanha, não fez, contudo,
aumentar a influência alemã na esfera mundial. Isto provocou um certo desequilíbrio
entre o poder económico e o poder político nos assuntos europeus. Os Alemães,
ansiosos por afirmarem as suas posições, optaram pelo reforço da política de
armamento e por uma estratégia de confronto com a França, esperando o momento
certo para afirmar o seu poderio.

Noutros locais do mundo, houve ainda disputas territoriais entre a França e a


Alemanha no Norte de África; revoltas na China contra os interesses e intervenção
europeia na política chinesa; a guerra entre o Império Russo e o Japão, provocada pela
oposição japonesa ao crescente interesse e intervenção da Rússia na sua área de
influência.
Acima de tudo, o sistema de alianças político-militares que tinha vindo a ser
desenvolvido desde os finais do século XIX fazia prever que, caso ocorresse um conflito
entre alguns dos países dos dois blocos, seria muito difícil evitar que estas alianças
fossem postas em prática. Se tal acontecesse, seria praticamente impossível evitar um
conflito generalizado. Parecia faltar apenas uma pequena «faísca» para que o mundo se
incendiasse. E essa faísca viria mesmo a acender-se.

A corrida ao armamento
Ao mesmo tempo que a Europa se dividia em dois blocos político-militares, assistiu-
se a uma corrida ao armamento, ao reforço vdo crédito para o financiamento militar, ao
desenvolvimento da indústria de guerra, ao incremento da legislação militar e ao
aumento da duração do serviço militar obrigatório. A situação europeia tornava-se,
assim, cada vez mais perigosa.
A unificação alemã após a guerra franco-prussiana (1870-1871) ea indemnização de
guerra paga pelos Franceses permitiu à Alemanha desfrutar de um período de grande
prosperidade. Uma das indústrias que mais se desenvolveu nessa altura foi a indústria
do armamento - ou seja, a Alemanha preparava-se já para, a qualquer momento,
expandir o seu império, quer nas colónias, quer, até, na própria Europa.
Outros países europeus investiram também no seu rearmamento: em França (que
esperava uma oportunidade para se vingar da Alemanha), na Inglaterra (que tinha um
grande império colonial a defender e, por isso, precisava de uma indústria militar naval
muito forte), na Rússia (que perdera uma guerra contra os Japoneses em 1905 e ansiava
por alcançar vitórias militares e políticas) e no Império Austro-Húngaro (que comprava
muito armamento à sua aliada Alemanha, esperando ter de afirmar as suas pretensões
nos Balcãs pela força). Esta corrida aos armamentos foi mais um dos factores que viria a
contribuir para o eclodir da Primeira Guerra Mundial.
37
___
r

U»daK3* 1

O atentado de Sarajevo a 28 de Junho de 1 9 1 4


Este acontecimento foi a faísca que faria desencadear o início da guerra. A 28
dejunho de 1914, o príncipe herdeiro do Império Austro-Húngaro, o arquiduque
Francisco Fernando, visitava Sarajevo, na Bósnia. Este território, habitado
maioritariamente por Sérvios, manifestava uma maior simpatia pelo reino sérvio do
que pelo Império Austro-Húngaro. Nesse mesmo dia, um grupo de estudantes sérvios,
pertencente a uma organização nacionalista sérvia denominada Mão Negra, assassinou
o príncipe herdeiro e a sua esposa.
Em resposta, o Império Austro-Húngaro, influenciado pela Alemanha, culpou os
serviços secretos sérvios pelo atentado, dizendo que a Sérvia pretendia colocar em
causa a soberania austro-húngara na região. De seguida, apresentaram um ultimato aos
Sérvios, com condições que violavam a sua soberania, nomeadamente a participação da
Áustria no julgamento dos estudantes sérvios.

:....Fig. 25 O atentado contra o arquiduque Francisco


Fernando, numa gravura da época.

Este atentado foi aproveitado pelas potências da Tríplice Aliança para «ajustar»
velhas contas e, numa sequência muito rápida, o conflito generalizou-se, envolvendo a
maioria dos países da Europa. É, por isso, considerado como a causa directa do início
da Primeira Guerra Mundial.
Existem, porém, para além deste acontecimento, três explicações que são apontadas
para o eclodir da Primeira Guerra Mundial.
A primeira e segunda explicações apontam a Alemanha como a principal
responsável pelo conflito: a primeira, pelas suas pretensões de expansão e reforço
bélico; a segunda, denominada risco de cálculo, afirma que a Alemanha convenceu-se
de que podia gerir o conflito dos Balcãs, tomando em consideração que o Império
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As contradições imperialistas, dos finais do século XIX até ao final da Primeira Guerra Mundial

Austro-Húngaro atacaria os Sérvios e que estes, por sua vez, não teriam qualquer
hipótese de obter auxílio da França no conflito.
A terceira explicação defende ter existido, na realidade, uma culpa colectiva de todos
os envolvidos, baseada na pressão que foi efectuada junto dos dirigentes políticos dos
diferentes países pelos movimentos nacionalistas e militaristas. Embora o apoio da
Alemanha à Áustria-Hungria tenha contribuído para o início das hostilidades, as outras
potências, visando essencialmente a defesa dos seus interesses, deixaram-se também
envolver no conflito.
A invasão da Bélgica pela Alemanha, a 4 de Agosto de 1914, iniciou verdadeiramente
as hostilidades da Primeira Guerra Mundial. Aos dois blocos iniciais viriam a juntar-se
muitas das outras grandes potências mundiais:

- às potências Aliadas, ou Tríplice Entente (França, Rússia e Inglaterra), viriam a


juntar-se, mais tarde, o Japão, Portugal, os EUA e a Itália (a 2 de Agosto de 1914 a
Itáia declarou-se neutral, afastando-se dos parceiros da Tríplice Aliança, e em 1915
juntar-se-ia aos Aliados);

- às potências centrais, a Alemanha e a Áustria-Hungria, viriam a juntar-se o


Império Otomano (Turquia) e a Bulgária.

A Rússia entrou na guerra apoiando a Sérvia contra a Áustria-Hungria e a Alemanha.


A Alemanha declarou guerra à França. A Inglaterra, sentindo-se ameaçada pelo avanço
da Alemanha, e por força do tratado do Entente, apoiou a França. O Japão, directamente
interessado nos territórios alemães do Extremo Oriente, declarou guerra à Alemanha. O
Império Otomano, ameaçado pelo expansionismo da Rússia, aliou-se à Alemanha.
Foi esta sucessão de acontecimentos que lançaram, num curto espaço de tempo, estas
potências e as suas colónias na vasta e generalizada guerra que ficaria conhecida como a
Primeira Guerra Mundial.

1.6.2 As fases da guerra


a
l. Fase - Guerra de movimento (principais
características)
A Alemanha tinha, na altura, uma superioridade militar terrestre (metralhadoras,
artilharia pesada e tropas bem treinadas). A Inglaterra era superior em força naval,
garantindo à Entente o domínio dos mares.
No início da guerra vivia-se, nalguns países europeus, um clima de euforia. As
pessoas acreditavam que a guerra seria breve e a mobilização fez-se em ambiente de
festa. No entanto, ela duraria cerca de quatro anos e teria custos pesadíssimos, quer em
destruição material, quer, especialmente, em vidas humanas.
As contradições imperialistas, dos finais do século XIX até ao final da Primeira Guerra Mundial

Numa primeira fase, a guerra foi essencialmente um conflito terrestre, tendo-se


desenrolado em duas grandes frentes: a frente ocidental, que se estendia do mar do
Norte até à fronteira suíça, e a frente oriental, na Rússia.
Esta primeira fase, à qual se deu o nome de guerra de movimento, decorreu durante
o ano de 1914, envolvendo os dois blocos compostos pelas principais potências
europeias, a Tríplice Aliança e a Tríplice Enterite. O principal cenário desta fase
desenrolou-se no Nordeste da França. Segundo o Plano Schlieffen - concebido pela
Alemanha, em 1905, para fazer frente à aliança franco-russa - a guerra seria curta e
ofensiva para, num período de 4 a 6 semanas, conseguir derrotar os Franceses na frente
ocidental e, de imediato, os Russos na frente oriental. Isso permitiria à Alemanha
sucessivas vitórias. Assim, as tropas alemãs invadiram a Bélgica, país neutro, e
entraram rapidamente e de surpresa em França, derrotando o exército francês. Mas, de
Agosto a Novembro, nas batalhas do Marne (a primeira, de 5 a 12 de Setembro) e de
Ypres (10 de Outubro a 10 de Novembro), não houve avanços significativos.
Na realidade, nenhum dos planos previamente traçados foi cumprido: a Alemanha
não conseguiu conquistar Paris e obter a capitulação da França; esta não chegou a
reconquistar a Alsácia e a Lorena, o seu mais importante objectivo; e a Rússia foi
obrigada a recuar após alguns ganhos em solo alemão.
No final de 1914, depois de duros combates entre os exércitos aliados e alemães,
estes, pelo facto de estarem mais bem preparados e equipados, revelavam alguma
superioridade e começaram a abrir uma rede de trincheiras defendidas por linhas
protegidas por arame farpado.
Entretanto, nos mares, as armadas da Inglaterra e da Alemanha envolviam-se em
violentos combates, ganhando vantagem os Ingleses. Com a entrada do Império
Otomano na guerra, surgiram novos confrontos no mar Negro e no canal de Suez.

a
2. Fase - Guerra de trincheiras
Nesta segunda fase, que decorreu entre 1915el916, o conflito teve dois momentos
diferentes. Num primeiro momento, que se prolongou por todo o ano de 1915, o
impasse e a estagnação marcaram o conflito. No primeiro ano de guerra nenhum dos
dois blocos conseguiu resultados rápidos. Adoptaram, por isso, uma estratégia
diferente: reforçaram as linhas da frente ocidental com fortificações ligadas entre si,
procurando desgastar o inimigo através de ataques que obrigavam os soldados a
defenderem as posições conquistadas até aí.
Os exércitos de ambas as partes abriram então trincheiras, onde os soldados se
protegiam e a partir das quais lançavam os ataques ao inimigo.
Umidade S

As condições de vida nas trincheiras


eram muito difíceis e foram mesmo uma
das maiores marcas desta guerra. Ao
longo
de três anos, os exércitos iriam
permanecer
enterrados em valas escavadas no chão,
protegidas por arame farpado. Foi um
período bastante penoso para os soldados:
mal alimentados, metidos na lama,
sujeitos
ao frio, atacados por vermes e sujeitos aos
gases tóxicos, uma arma terrível que teve
a sua aparição nesta guerra.
Vivendo nestas condições sub-
, . :.... Fig.
& 27 Soldados aliados nas trincheiras,
para conquistar posiçoes revelava-se mutil,
humanas,
pois rapidamente os soldados eram forçados a voltar ao ponto de partida, deixando
no campo de batalha inúmeros mortos.
Entretanto, a Leste continuava a guerra de movimento. Durante o ano de 1915,
a Alemanha tentou derrotar o exército russo para depois concentrar as suas tropas
na frente ocidental.
O segundo momento desta fase do conflito começou em 1916, tendo os Alemães
forçado o regresso à guerra de movimento, agora na frente ocidental. Em Fevereiro
de 1916 concentraram o seu ataque na cidade francesa de Verdun. Este ataque, que
começou com uma batalha que se prolongou entre Fevereiro e Julho deste ano, só
terminou no mês de Dezembro, tornando-o, assim, na acção mais longa da guerra.
Outras batalhas importantes neste ano de 1916 foram a batalha naval da Jutlândia,
no mar do Norte, entre Alemães
e Ingleses, de Maio a Junho
(da qual nenhum lado saiu
vitorioso), e a batalha do
Somme, de Julho a Novembro,
na qual triunfaram os exércitos
aliados.
Tanto as potências aliadas
como as potências centrais
procuraram novas alianças mas
não conseguiam sair de uma
situação de aparente impasse. .
:.... Fig. 28 Tanque de guerra britânico utilizado no conflito.
As contradições imperialistas, dos finais do século XIX até ao final da Primeira Guerra Mundial

A entrada dos EUA na guerra (razões e significado)


A Alemanha, devido às melhorias verificadas nos equipamentos e ao reforço dos
exércitos aliados, assim como a problemas internos no próprio país, não conseguia
vencer as potências aliadas. Decidiu, assim, intensificar a guerra submarina, atacando
todos os navios de guerra, de passageiros e de abastecimentos, não poupando sequer
as potências neutrais, como os EUA.
Perante esta atitude, os EUA declararam guerra à Alemanha. A entrada dos EUA
no conflito, em 1917, trouxe um novo alento às tropas aliadas, cansadas e desgastadas
com a guerra que se arrastava.
Não foram só os EUA a entrarem no decurso da guerra, outros países o fizeram.
Do lado dos aliados, a Itália (que inicialmente entrara na guerra do lado dos Alemães),
Portugal, o Japão, a China, o Brasil e outros. Do lado das potências centrais, o
Império Otomano e a Bulgária. A guerra estendia-se também ao Extremo Oriente e
a África.

A vida nas trincheiras


Nesses buracos, a que se chamam
trincheiras, com o seu sistema de
sapadores, de passagens estreitas
cheias
de água e excrementos, falta-nos prati-
camente tudo.
Cedo aprendi a pendurar o pão num
arame colocado no meio da esteira de
dormir para o pôr fora do alcance dos
ratos, a dormir com as botas apertadas
porque tentar calçá-las depois de as tirar
era uma ilusão, a dormir enrolado num
capote molhado, a dormir quatro horas
no meio de algazarra.de gritos humanos
e cheiros pestilentos, mas a dormir.
:— Fig- 29 Soldados australianos (aliados)
Florent Fels, in revista Voilá nas trincheiras, com máscaras de gás.
(adaptado)

No caso específico de Portugal, sabe-se que entrou no conflito junto dos Aliados: em
primeiro lugar, para defender as suas colónias (Angola e Moçambique, invadidas logo
em 1914); em segundo lugar, de modo a marcar a sua posição perante a Espanha que
estava do lado dos Alemães) e as potências europeias; e em terceiro e último lugar,
para legitimar o Partido Democrático no esforço de guerra. 43
Fig. 30 Soldados americanos em França.

Mensagem do Presidente Wilson ao Congresso Americano, a 2 de


Abril de 1917
A guerra actual da Alemanha contra o comércio é uma guerra contra a Humanidade; é
uma guerra contra todas as nações. Navios americanos perderam-se em circunstâncias
r que nos revoltam. Navios e cidadãos de nações neutras e amigas foram igualmente
afundados (...). Cada nação deve procurar a sua resposta. Quanto a nós, (...) o nosso
objectivo não será a vingança nem a afirmação da força física da nossa nação, mas
somente a reivindicação do direito, o direito humano, em cuja defesa somos os campeões.
Não suportaremos que os direitos mais sagrados da nossa nação e do nosso povo sejam
ignorados e violados (...). Recomendo ao Congresso que considere a conduta recente do
governo imperial da Alemanha como uma declaração de guerra ao governo e povo dos
EUA; que aceite a posição de combate que lhe foi imposta. A neutralidade não é possível
nem desejada quando está em risco a paz no mundo e a liberdade dos povos. A ameaça à
paz e à liberdade reside na existência de governos autoritários que não são apoiados pelo
povo (...) a Democracia deve ser assegurada em todo mundo. A paz no mundo deve ser
estabelecida com base na liberdade política.
Adaptado

a
3. Fase - Retorno à guerra de movimento ( 1 9 1 7- 1 9 1 8 )
Nesta última fase, ocorrida entre 1917el918, deve destacar-se a revolução russa de
1917 e a declaração de guerra às potências centrais por parte dos EUA.
As contradições imperialistas, dos finais do século XIX até ao final da Primeira Guerra Mundial

A saída da Rússia da guerra (razões e significado) ^


Como vimos, a Rússia foi um dos países a entrar na Primeira Guerra Mundial ao lado
das forças aliadas. Porém, a Rússia vivia uma época muito difícil da sua história, cheia
de conflitos sociais e lutas de poder. A revolução de Março de 1917 levou ao derrube e à
morte do czar (e da sua família) e permitiu que, algum tempo depois, com a Revolução
Soviética, ocorrida em Outubro de 1917, Lenine e os socialistas russos do partido
bolchevique tomassem o poder e instaurassem uma república socialista soviética.
Esta nova situação política na Rússia tornou muito difícil manter os exércitos russos
em campanhas militares tão exigentes. A Rússia assinou, então, com a Alemanha, o
Tratado de Brest-Litovsk, através do qual saía da guerra e obtinha a paz com os
Alemães. Em contrapartida, a Rússia teria de ceder os territórios das repúblicas do mar
Báltico, isto é, a Estónia, a Letónia e a Lituânia, territórios que seriam incorporados na
Polónia e na Bielorrússia (Rússia Branca).
Para os Aliados esta era uma situação difícil, pois perdiam um precioso aliado a
Leste. A saída da Rússia da Grande Guerra contribuiu também, em grande medida,
para o fortalecimento dos ideais antibelicistas, isto é, das ideias contra a guerra, que se
espalhavam por todos países envolvidos no conflito, mas sobretudo entre os socialistas
e sindicalistas destes países.
Os Alemães, revitalizados por este desenvolvimento, concentraram as suas forças na
frente ocidental. Lançaram, então, uma forte ofensiva, a 21 de Março de 1918, chegando
a estar a 80 quilómetros de Paris. Porém, o seu esgotamento humano e material e o
papel dos EUA no conflito levaram à sua derrota, já no fim de 1918.

Àctividades
1. Indica os antecedentes da Primeira Guerra Mundial.
2. Caracteriza as causas da Primeira Guerra Mundial.
3. Identifica as três fases da Primeira Guerra Mundial.
3.1 Caracteriza, de forma resumida, essas três fases.
4. Indica as razões que levaram os EUA a entrarem na Guerra.
5. Coloca um X nas afirmações correctas.
a) O Tratado de Brest-Litovsk foi assinado entre a Rússia e a França. D
b) O Tratado de Brest-Litovsk foi assinado entre a Rússia e a Inglaterra. Cl
c) A saída da Rússia da guerra fortaleceu os ideais antibelicistas. D

45
Unidade

O envolvimento dos Africanos

C) papel dos Africanos na Primeira Guerra Mundial


A guerra afectou profundamente África, à medida que crescia a necessidade de
pessoas para o esforço de guerra, havendo carência de mão-de-obra barata. Ocupando
os lugares deixados livres pela população branca envolvida na guerra, os negros
assumiram, assim, postos administrativos e comerciais em todas as colónias europeias.
As necessidades económicas da guerra impulsionaram também o aparecimento de
novas indústrias em territórios africanos.
Porém, as colónias africanas sofreram também graves consequências económicas. As
necessidades bélicas provocaram falta de bens de consumo e inflação, para além do
descontentamento generalizado em países como Madagáscar e o Senegal.
Estas perturbações chegaram ao Sul de África, onde se organizou um número sem
precedentes de sindicatos multirraciais, com o objectivo de exigir melhorias
económicas aos governos coloniais e denunciar o «saque» de recursos que debilitava
seriamente a população africana.
Em algumas zonas da África Oriental e Central a fome espalhou-se e algum tempo
depois eclodiram várias epidemias. A grande epidemia de gripe, proveniente da
Europa, que ocorreu nos finais da guerra, foi a pior de todas, originando a morte de
milhões de pessoas. Em alguns lugares, pereceu cerca de 6% da população. Apesar de,
em termos militares, África ter sido considerada um teatro militar secundário, o
continente sofreu consideráveis baixas humanas.
África foi também palco de uma série de revoltas contra o jugo colonial. O afrouxar
do controlo que havia sobre as populações submissas, devido à guerra, facilitou as
insurreições. Por todo o continente, os rebeldes pegaram em armas contra os Franceses,
contra os Italianos, contra os Ingleses e contra a administração europeia em geral. Um
outro estímulo para a revolta foi a proposta de paz apresentada no final da guerra pelo
presidente americano Wilson, intitulada «14 pontos», a qual incluía uma referência ao
direito à autodeterminação.
Regra geral, os Europeus saíram sempre vencedores destes conflitos. Ironicamente,
os governantes metropolitanos entenderam finalmente que as suas colónias africanas
tinham um grande valor material e que o investimento em infra- -estruturas urbanas
exigia muito mais dinheiro do que aquele que se tinha à disposição. Este
reconhecimento deu espaço a novas políticas, desenhadas para a satisfação destas
necessidades.
As contradições imperialistas, dos finais do século XIX até ao final da Primeira Guerra Mundial

Focos de confrontação em África durante a Guerra


A tomada de Lomé, capital do Togo, pelos exércitos coloniais britânicos, a 8 de
Agosto de 1914, foi a primeira grande incursão militar europeia no continente ifricano.
Toda a colónia alemã se rendeu aos aliados a 26 do mesmo mês.
Ainda em Agosto de 1914, as tropas anglo-francesas tentaram invadir os Camarões,
mas foram repelidas pelo maior poderio defensivo dos Alemães. Porém, a 27 de
Setembro, um ataque naval anglo-francês a Duala permitiu que, desse porto, saíssem is
tropas que conquistaram Buea, a capital.
A mais prolongada das campanhas coloniais foi a que teve origem na África Oriental
Alemã (a actual Tanzânia). As forças alemãs levaram a cabo, a partir de \gosto de 1914,
ataques às colónias inglesas e belgas na África Oriental, numa :ampanha de guerrilha
que se prolongou por mais de um ano. Em Novembro de 1914, os Ingleses, reforçados
por tropas vindas da índia, atacaram a cidade costeira de Tanga (na África Oriental
Alemã). O ataque, porém, não foi bem sucedido, devido à resposta dada pelas tropas
alemãs, comandadas pelo coronel alemão Lettow- -Vorbeck.

Fig. 31 Tropas aliadas na África Oriental.

Este comandante alemão prosseguiria as campanhas de guerrilha até ao final da


suerra, em 1918, sempre com o objectivo de enfraquecer os Ingleses, impedindo-os
desviarem tropas de África para a Europa para reforçarem a frente europeia.

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