Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Data e Local da Reunião: 08 de Junho de 2012, Indy Village, das 09h00 às 12h05
Este encontro que realiza-se há mais de 10 anos, e que conta com a presença dos mais altos
dirigentes do Aparelho do Estado com maior destaque para Sua Excelência o Primeiro Ministro,
tem por objectivos dar a conhecer o ponto de situação das acções levadas à cabo pelos
diversos Ministérios do Sector Público com vista à efectivação das Matrizes dos Pelouros da
CTA.
O primeiro CAC do ano de 2012, realizou-se à 08 de Junho no Indy Village. O encontro iniciou
com o discurso do Excelentíssimo Senhor Rogério Manuel, Presidente da CTA, que na sua
intervenção realçou o papel das reformas económicas propostas pela CTA no processo de
melhoria do desempenho do país no ranking do Doing Business. Adicionalmente, referiu que as
propostas de reforma para o presente ano são do domínio do Governo, pelo que espera-se
maior brevidade na adopção das mesmas com vista à um melhor ambiente de negócios.
O discurso de abertura do encontro foi proferido por Sua Excelência o Primeiro Ministro, Aires
Aly, que, em forma de nota prévia, agradeceu a compreensão dos presentes pelo facto de se
ter alterado a data de realização do CAC, de 06 de Junho para 08 de Junho corrente.
No que diz respeito ao Modelo de Diálogo Público Privado (MDPP), Aires Aly referiu que o
mesmo ainda não é perfeito, pelo que é necessário aprimorá-lo. Adicionalmente, referiu que o
Governo compremete-se à tudo fazer para que as prioridades e reformas de política sejam
implementadas num curto espaço de tempo, com vista a melhorar o ambiente de negócios e,
por sua vez, o bem-estar social.
O encontro serviu ainda para fazer a apresentação dos novos membros do Conselho
Empresarial Nacional (CEN). Receberam das mãos de Sua Excelência o Primeiro Ministro
certificados de membros do CEN, os seguintes empresários:
Após essa premiação seguiu-se o momento mais aguardado do encontro, que foi o de
apresentação das prioridades e progresso de implementação das reformas. A apresentação foi
proferida pelo Excelentíssimo Senhor Eduardo Macuacua, Assessor Sénior da CTA.
Foram, portanto, apresentados os desafios de cada Pelouro da CTA para o presente ano,
nomeadamente:
1. Pelouro do Agro-Negócio
a) IVA na Agricultura;
b) Diploma Ministerial 18/2005;
c) Taxa Rodoviária para Exportação;
2. Pelouro da Construção Civil
a) Revisão do preço dos contratos de empreitada em casos de mudança de
circunstâncias;
b) Diploma Ministerial 83/2002;
3. Pelouro da Indústria e Comércio
a) Fundo de Fomento Industrial;
b) Lei do Medicamento;
c) Lei das Pescas;
d) Isenção de Direitos e demais isenções fiscais sobre o gasóleo destinado às
embarcações de Pesca;
4. Pelouro dos Transportes
a) Tarifas do Sector Rodoviário;
b) Centro de Formação Profissional;
c) Órgão Regulador do Sector dos Transportes;
d) Instituto de Aviacção Civil de Maputo;
e) Clearance;
f) Liberalização Efectiva do Espaço Aéreo;
5. Pelouro do Turismo
a) Liberalização Efectiva do Espaço Aéreo;
b) Predominância da Caça Furtiva;
6. Pelouro da Política Financeira
a) Central de Risco de Crédito Privada;
7. Pelouro da Política Fiscal, Aduaneira e Comércio Internacional
a) Inspecção não intrusiva de mercadorias (Scanner);
b) Inspecção Pré-embarque;
c) Inspecção dos Códigos do IVA, IRPC e IRPS;
8. Pelouro do Trabalho e Acção Social
a) Regulamentos sobre a Lei do Trabalho;
9. Política de Serviços Públicos
a) Energias Renováveis;
b) Integração de Plataformas Electrónicas;
O pontapé de saída foi dado por Sua Excelência o Ministro das Finanças, Manuel Chang, que
reconheceu as prioridades apresentadas e o trabalho feito para a resolução das questões
constantes da Matriz. Do esclarecimento dado por Sua Excelência Manuel Chang, cita-se o
seguinte:
No ponto 2.1. relativo ao IVA na Agricultura, menciona-se que “o Código do IVA prevê a
isenção no sector agrícola, mas o mecanismo não funciona. O imposto é cobrado em todas as
transacções, o que contrapões a ideia de promoção do agro-processamento. Até chegar à
indústria, os produtos agrícolas encarecem, devido ao número de vezes que o IVA é taxado”.
Em resposta, Manuel Chang, informou que já existe uma equipa criada pela AT que está a
trabalhar com a CTA/FENAGRI para aprofundamento das questões de natureza fiscal referidas
como constituindo constragimento para o desenvolvimento do sector agrícola, pecuário e de
agro-processamento. Aguardamos pois que o trabalho seja concluído em tempo útil por forma a
apreciarmos as conclusões e recomendações e verificar as medidas de política tributária
possíveis de serem tomadas no actual contexto em que cada um é chamado a contribuir a
medida dos rendimentos que agora tendo em vista a sustentabilidade da carteira fiscal.
No ponto 2.2. relativo ao Diploma Ministerial 18/2005 (GASÓLEO), “A CTA recomenda a
criação de mecanismos de acesso e este incentivo e a divulgação do Diploma Ministerial quer
junto dos agriculturores e funcionários do Estado com vista a permitir a sua implementação
efectiva”.
Em resposta, Manuel Chang, referiu que esta proposta é acolhida, sendo ainda de referir que a
AT miistrou em 2009, formação para os agentes económicos em todo o país, por regiões,
relativamente a este incentivo, constando também do Plano de Actividades da DGI/CTA, para o
presente ano a formação nesta área.
No ponto 3.1. relativo a revisão do preco dos contratos de empreitada em casos de mudança
de circunstância, faz-se referência a necessidade da elaboração de Diploma Ministerial
Conjunto, complementar ao Decreto nr° 15/2010 para regular aspectos relacionados com a
variação de preços de materiais de construção no decurso de uma empreitada.
Deve-se aqui referir que de facto existe esta provisão legal e está em curso um trabalho
tendente à aprovação do referido Diploma, com a maior brevidade possível.
Assim, pelo Diploma Ministerial nr° 118/2005 de 13 de Junho, foram aprovadas as Instruções
Específicas Sobre o Uso do Incentivo da Taxa Incidente sobre o Gasóleo, que estabelece
redução em 50%, tendo-se fixado um limite em termos de quantidades com direito a este
incentivo.
Este Diploma, teve primeiramente a validade de 6 meses, tendo sido prorrogado sucessivas
vezes, através dos Diplomas Ministeriais, números 51/2006 de 22 de Fevereiro; 124/2006 de
05 de Julho; 156/2007 de 28 de Dezembro; 268/2009 de 29 de Dezembro, e Diploma
Ministerial nr° 17/2012 de 01 de Fevereiro.
Uma vez que as médias de consumo mensal consideradas no Diploma Ministerial nr°
118/2005, de 13 de Junho, afiguravam-se significativamente abaixo dos consumos reais, a
pedido do sector das pescas, estas foram reajustadas por duas vezes, nos Diplomas
Ministeriais números 124/2006, de 05 de Julho e 156/2007 de 28 de Dezembro.
No ponto 7.3. faz-se referência à participação das empresas nacionais de TICʹs nos concursos
públicos, solicitando-se que seja incluída na legislação uma cláusula que conceda primazia à
empresas nacionais nos concursos públicos.
De salientar que o Regulamento também define para efeitos de contratação pública, como
concorrente nacional, a pessoa colectiva que tenha sido constuída nos termos da legislação
moçambicana e cujo capital social seja detido em mais de 50% por pessoa singular
moçambicana; ou por pessoa colectiva moçambicana cujo capital social seja maioritariamente
detido em mais de 50% por pessoa singular moçambicana.
Ainda no concernente à participação de empresas nacionais nos concursos públicos, para além
da aplicação das margens de preferência o Regulamento acima referido estabelece nos termos
do nr° 2 do artigo 26, que os órgãos e instituições do Estado, podem restringir apenas a
participação de concorrentes nacionais nos concursos cujo valor estimado não seja superior à
10.500.000,00 Meticais para empreitadas de obras públicas, e 5.250.000,00 Meticais para bens
e serviços.
Assim sendo, trata-se de uma questão já prevista na legislação, importando pois a realização
de um trabalho de divulgação para conhecimento por parte dos potenciais actores.
No ponto 9.1. relativo à Inspecção Não Intrusiva, a CTA propõe a revisão da legislação sobre a
implementação da inspenção não intrusiva com base nas boas prácticas do comércio
internacional e a revisão igualmente das tarifas.
Aqui importa esclarecer que as tarifas em vigor resultam de um trabalho conjunto entre o
Governo e a CTA.
O modelo adoptado pelo Governo para a operacionalização da inspecção não intrusiva, foi de
concessionar estes serviços à um privado apurado em concurso público internacional, dado ao
elevado custo de investimento e de manutenção associado aos equipamentos e às limitações
de ordem orçamental para o financiamento desta actividade.
Assim, queremos encorajar a apresentar os seus comentários sobre a proposta de
procedimentos para se poder avançar com esta matéria.
A lista positiva das mercadorias sujeitas a inspecção pré-embarque tem sido regularmente
revista, numa acção conjunta na qual a própria CTA também participa. A CTA deve harmonizar
internamente esta matéria dado que as associações representativas do sector industrial
solicitam inclusivamente, o reforço da lista positiva.
De referir que o Banco Mundial já retirou dos critérios de classificação para o Doing Business a
questão da inspecção pré-embarque, não consistindo por isso um critério de avaliação do país
no ranking, uma vez não ser mais considerada uma barreira ao comércio.
No ponto 9.3. propõe-se a Revisão dos Códigos do IVA, IRPC e IRPS, nomeadamente: a
simplificação dos procedimentos e flexibilização dos pagamentos, a redução do número de
impostos e a redução da carga fiscal.
Trata-se de matéria recorrente e têm sido introduzidas medidas simplificadas nestes impostos,
em articulação com a própia CTA.
Quanto à questão da redução das taxas, importa referir que primeiro deve-se garantir a
ampliação da base produtiva sobre a qual incide a tributação. É preciso que primeiro se
aumente para se garantir uma maior captação de receitas.
Deve-se ainda frisar que a carga fiscal em Moçambique encontra-se dentro dos padrões da
SADC, sendo ainda importante garantir-se a sustentabilidade da carteira fiscal.
Num contexto de crise financeira internacional, o que se assiste a nível mundial incluindo em
países desenvolvidos, é o aumento das taxas dos impostos como IVA e sobre o rendimento e
redução substancial dos subsídios em diversos sectores de actividade. Propostas em sentido
contrário em Moçambique configuram-se como não tendo mérito.
Sobre estes e outros assuntos, uma vez mais manisfestamos completa abertura para o
aprofundamento do diálogo.
Seguidamente a Sua Excelência Fernando Sumbana, Ministro do Turismo, parabenizou a
apresentação do relatório de prioridades para o presente ano. Contudo, referiu ser de extrema
importância a elaboração de estudos internos sobre as reformas económicas, em alternativa ao
Doing Business. No que tange à problemática da Caça Furtiva, Fernado Sumbana garantiu que
já existe uma proposta de Lei que prevê penalizar de forma grave aos praticantes desta
infracção, que será depositada na Assembleia da República. Em relação à política de aviação
civil, Fernando Sumbana referiu que o Governo já aprovou a legislação referente ao espaço
aéreo.
A intervenção de Sua Excelência o Vice-Ministro dos Recursos Minerais, Abdul Razac, foi em
torno da Lei do Trabalho. Segundo Abdul Razac o Regulamento do Trabalho Mineiro está já em
curso.
O Excelentíssimo Senhor Luís Frade, Presidente do Pelouro dos Transportes, referiu de forma
clara e franca que há cerca de quatros anos é, praticamente, impossível dialogar com o
Ministério dos Transportes e Comunicações. Pelo que, solicitou a intervenção de Sua
Excelência o Primeiro Ministro no processo.
Como forma de contrapor os argumentos levantados pela CTA em torno da Lei dos
Medicamentos, Sua Excelência a Vice-Ministra da Saúde Mariza Carimo Abdula afirmou que já
foi feita a revisão da proposta de Lei, e que já foi submetida à AR. A discussão da mesma está
prevista para o próximo dia 14 de Junho corrente. Mariza Abdula assegurou, ainda, que no
próximo CAC este assunto estaria ultrapassado.
De seguida, o Excelentíssimo Senhor Rogério Manuel deu a conhecer aos presentes o novo
Director Executivo da CTA, o Engenheiro Gabriel Tomás Machado.
Por fim, Sua Excelência o Primeiro Ministro Aires Aly, proferiu algumas notas conclusivas sobre
o encontro. De entre as quais destaca-se, por exemplo, o actual modelo de diálogo público
privado que precisa ser aprimorado. Adicionalmente Aires Aly definiu três pontos à atacar de
forma conjunta pelos sectores público e privado, nomeadamente: Mecanismos de Auto-
Avaliação em alternativa ao Doing Business; Mecanismos de distribuição justo e equitativo da
riqueza nacional; Formação de técnicos e quadros das organizações.
Em jeito de conclusão, Aires Aly levantou a questão de como a banca nacional pode estimular
o empresariado nacional.
Marlene Muzezela
Assistente dos Mecanismos Consultivos