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Os parágrafos seguintes são dois casos clínicos de pacientes atendidos por Freud
e apresentados em um de seus textos intitulado “os que fracassam no triunfo” (FREUD,
1916 p. 195-196).
“De boa família e bem educada, quando jovem não pôde refrear sua vontade de
viver, deixando a casa paterna e aventurando-se pelo mundo, até conhecer um artista
que soube apreciar seu encanto feminino e também vislumbrar a fina natureza daquela
moça rebaixada. Acolheu-a em sua casa e nela teve uma fiel companheira, para cuja
felicidade completa parecia faltar apenas à reabilitação na sociedade. Após anos de vida
em comum, ele conseguiu que a sua família fizesse amizade com ela, e pretendia torná-
la sua esposa diante da lei. Foi então que ela começou a malograr. Negligenciou a
casa de que se tornaria a senhora legal, acreditou-se perseguida pelos parentes que
desejavam aceita-la na família, obstruiu as relações sociais do companheiro mediante
um absurdo ciúme, impediu o seu trabalho artístico e depois sucumbiu a uma incurável
doença psíquica.”
1
O adoecimento vem muitas vezes pelo fator satisfação do desejo. Por não saber como buscar novos
interesses e sentidos para minha vida. Como eu tenho me relacionado com o que tenho desejado? É
possível buscar outros objetos para o meu desejo?
2
Imagine, por exemplo, uma criança que cresce ouvindo dos pais que ela não é boa o suficiente pra
realizar algo. Já adulta, mesmo que tenha vontade de ter sucesso, há uma voz interior que sussurra que ela
não irá conseguir. Então, num momento que ela está psicologicamente vulnerável, a tendência é acreditar
neste pensamento destrutivo prejudicando sua autoconfiança.
Além da visão psicanalítica referente à infância, outra possibilidade mais ampla
pensada é com relação a experiências negativas ao longo da vida de uma forma geral.
Alguém que possui um acúmulo de perdas de pessoas, relacionamentos ou conquistas,
ao deparar-se com situações novas, podem, inconscientemente, acreditar que não são
capazes de seguir em frente. Há um peso que os puxa para trás e os impede de
vislumbrar um novo cenário em suas vidas. A baixa autoestima surge aqui como um
fator complicador que merece atenção. Ao não reconhecer a mim mesmo, esqueço as
minhas habilidades, competências e potencialidades, o que leva a criação de resistências
ao novo e me lança na repetição de um ciclo.
Apesar de aparentemente ser fácil de falar sobre autossabotagem, este é um tema
que envolve muita complexidade. Todos somos sujeitos a ela, e geralmente este é um
daqueles pontos difíceis de nós mesmos enxergarmos em nós. Apontamos com
facilidade o argueiro no olho do outro, mas esquecemos da dor que a trave tem causado
no nosso. Diante disso, se encontra a necessidade da busca pela psicoterapia. É no
processo psicoterápico que o autoconhecimento surge como uma importante ferramenta
contra estas crenças disfuncionais, e que possibilitará o rompimento de um ciclo.
Além da psicoterapia, algumas atitudes que podem ajudar no processo de
enfrentamento da autossabotagem, são:
Acreditar que é possível mudar.
Motivação
Paciência
Consciência
Equilíbrio
Bem, diante do que foi exposto, como você avaliaria a sua história. Já existem
processos de autossabotagem que você reconhece? Como está a motivação e
disponibilidade para continuar este processo de descoberta?