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FUNDAMENTOS DE SISTEMAS

DE COMUNICAÇÕES
AULA 1

Prof. Mauro José Kummer


CONVERSA INICIAL

A informação é um dos elementos constituintes da comunicação, a qual,


por sua vez, é um sistema em que não se pode apontar o início ou o fim, ou
mesmo qual elemento é mais importante.
Na área de humanas, a comunicação tende a ser vista com ênfase na
informação e nos elementos humanos associados a ela. Nas ciências sociais
aplicadas, que é o caso dos estudos da administração, a ênfase é mercadológica
ou de produtividade.
O desafio tecnológico implica explorar as diferentes possibilidades na
transmissão da informação, entre elas os diferentes tipos de modulação para
que os sinais sejam transmitidos, assim como quais são os limites teóricos das
comunicações.
Para a engenharia elétrica, o interesse é centrado nos elementos
tecnológicos, com ênfase em circuitos e softwares relacionados. Isto nos conduz
a propor os seguintes objetivos para esta disciplina:

• Compreender o conceito de comunicação;


• Estudar os elementos constituintes da comunicação;
• Apropriar-se do ferramental matemático que dá suporte ao entendimento
de como o sinal se comporta em sistemas de comunicação.

TEMA 1 – O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO

Trata-se de um conceito muito amplo, sendo objeto de estudo de diversas


áreas do conhecimento. Para a engenharia elétrica, o interesse se encontra na
aplicação tecnológica e como ela pode ser realizada satisfatoriamente. A
comunicação pode ser dar por meio de baixa tecnologia ou de alta tecnologia.

Figura 1 – Representação de pessoas se comunicando

Crédito: Lina Truman/Shutterstock.

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Como área de acelerado desenvolvimento, a comunicação exigiu
adequações ao longo do tempo. Pode-se citar a transmissão via equipamentos
de rádio a partir do final do século XIX e início do século XX. Embora houvesse
necessidades a serem supridas, os custos iniciais e as dificuldades tecnológicas
limitaram as comunicações a poucas situações.

Figura 2 – Representação da recepção de sinal musical, uma forma de


comunicação não verbal

Crédito: Jemastock/Shutterstock.

Na parte da telefonia fixa, utilizando-se de rede física, o limite era a


extensão das redes. Na medida em que conexões a distâncias de centenas de
quilômetros eram estabelecidas, foram utilizadas novas tecnologias, como
amplificadores de sinal – no caso da telegrafia. Ao longo das ferrovias era
possível encontrar postes telegráficos, e cada cabo correspondia a um canal de
informação. Se entre dois pontos fosse necessária a comunicação simultânea,
era necessário dobrar o número de canais. Isto aumentava consideravelmente
os custos de instalação e operação dos sistemas de então.

Figura 3 – Postes ferroviários utilizados para comunicação telegráfica

Crédito: Jerry Horbert/Shutterstock.

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As primeiras comunicações entre computadores utilizavam a estrutura
analógica existente para a comunicação de voz. Os sinais digitais dos
computadores precisavam ser transformados em sinais analógicos, na faixa de
frequências dos canais de voz disponíveis. E na outra ponta do sistema de
comunicações, a informação analógica mais uma vez era convertida em
informação digital. Os responsáveis por este processo eram os modens. Modem
é um acrônimo das palavras modulador e demodulador.

Figura 4 – Modem no início das comunicações entre computadores

Crédito: Doug McLean/Shutterstock.

As velocidades de comunicação eram bastante baixas, e transferir


arquivos entre computadores podia levar horas, além de que era frequente a
queda do sinal entre os pontos. Os custos também eram significativamente altos
e isto limitava bastante o seu uso, restringindo basicamente a empresas. Em
muitos casos, era necessário carregar a informação em um dispositivo físico,
como um disquete ou uma fita K7, e enviá-lo por transporte terrestre até o destino
e então fazer o upload da informação.

Figura 5 – Pilha de disquetes de computador

Crédito: Candus Camera /Shutterstock.

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Figura 6 – Gravador com fitas K7

Crédito: Jiri Hera/Shutterstock.

1.1 Sistema

Uma forma de definir sistema é como um arranjo de componentes


diversos, intelectualmente organizados, que realizam uma atividade específica.

No caso de um sistema de comunicações, esta atividade específica é a


comunicação. Um sistema pode ser representado por uma caixa preta, com uma
entrada e uma saída.

1.1.1 Características de um sistema

1.1.1.1 Sistema com e sem memória

Sistema sem memória ou estático é aquele em que a saída depende


apenas do que está acontecendo no tempo t e não depende de situações
anteriores. Sistemas com memória precisam de condições anteriores para
produzir uma saída.

1.1.1.2 Inversibilidade e sistemas inversos

Um sistema inversível é aquele em que, ao se conhecer a saída, pode-se


determinar a entrada de maneira única.

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1.1.1.3 Causabilidade ou realizabilidade

Diz-se que um sistema é causal se a saída em determinado tempo t


depende apenas dos valores para instantes de tempo atuais ou passados.

𝑦𝑦(𝑡𝑡) = 𝑥𝑥(𝑡𝑡) + 𝑥𝑥(𝑡𝑡 − 2)

Sistemas não causais são aqueles em que a saída depende da entrada


em (t+1), portanto, ainda não aconteceu. Todos os sistemas físicos são causais.

1.1.1.4 Estabilidade de sistemas

São aqueles em que sinais de pequena intensidade produzem saídas que


não divergem. Outra forma é expressar que entradas limitadas produzem saídas
limitadas (BIBO – Bounded Imput, Bounded Output).

1.1.1.5 Invariância no tempo

É dito que um sistema é invariante no tempo quando um atraso no sinal


de entrada produz o mesmo atraso no sinal de saída.

𝑆𝑆{𝑥𝑥(𝑡𝑡 − 𝑡𝑡0 )} = 𝑦𝑦 (𝑡𝑡 − 𝑡𝑡0)

1.1.1.6 Linearidade

É chamado linear todo o sistema no qual vale o princípio da superposição.


Se a entrada é dada pela combinação de diversos sinais, a saída será dada pela
combinação linear das respostas de cada uma das saídas a cada sinal de
entrada. Na prática, os sistemas quase não são lineares, porém, naqueles em
que a não linearidade implicar efeitos não significativos, eles podem ser
desprezados. Sistemas de comunicação normalmente são lineares, invariantes
no tempo, estáveis e sem energias iniciais no instante de excitação.

TEMA 2 – COMPONENTES BÁSICOS DE UM SISTEMA DE COMUNICAÇÕES

Um sistema de comunicações pode ser compreendido pelos seus


elementos constituintes. São elementos: a informação, o meio, o transmissor, o
receptor e o ruído. Informação pode ser: a voz, a música e arquivos de dados
em suas formas de imagem, vídeos ou somente dados.

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Figura 7 – Elementos de um sistema de comunicações unidirecional

Créditos: Incomible/Shutterstock; Lumpenmoiser/Shutterstock.

O transmissor é o elemento incumbido de realizar a transmissão da


informação. Para tanto, ele deve de conciliar os aspectos da informação com os
do meio de transmissão. O meio de transmissão, ou canal de comunicação, é o
elemento que une o transmissor ao receptor. O canal pode ser físico como um
cabo ou não físico como o vácuo. O receptor realiza o trabalho de receber do
transmissor a informação. O ruído é o elemento que representa todas as
perturbações que podem ocorrer no sistema e que prejudicam a compreensão
da informação.
Um sistema de informação pode ser unidirecional ou bidirecional.
Sistemas unidirecionais podem ser dirigidos a um único receptor ou a vários
receptores. Exemplos bastante comuns são o rádio e a televisão.

Figura 8 – Sistema bidirecional

Créditos: Incomible/Shutterstock; Irina Adamovich/Shutterstock.

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Sistemas bidirecionais permitem que haja troca de funções: o transmissor
opera como receptor e vice-versa. É o caso da telefonia ou da internet. Estes
sistemas também podem ser unidirecionais ou bidirecionais, como no caso das
videoconferências ou audioconferências.
Além dos sistemas bidirecionais ou ponto a ponto, existem os sistemas
multiponto, nos quais podem ser adicionadas outras fontes de informação.

2.1 Abordagem por camadas

Os sistemas de comunicações modernos começaram a ser desenhados


da década de 1980 e destinavam-se a servir de modelo às comunicações de
protocolo aberto – base da internet – que se destinam aos sistemas de
comunicação.
A organização internacional para padronização (International Stardart
Organization – ISO) foi a responsável pelo modelo de 7 camadas, ou modelo
OSI (Open System Intercomunnication), ilustrado a seguir.

Figura 9 – Sistema de comunicações com a rede de camadas de controle

Créditos: Incomible/Shutterstock; Irina Adamovich/Shutterstock.

O modelo OSI é composto por sete camadas, e cada qual realiza uma
atividade específica na comunicação.

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Figura 10 – Representação das camadas no modelo OSI

Créditos: Beebright/Shutterstock.

O modelo OSI é mais adequado às comunicações digitais do que às


analógicas. Muitos sistemas digitais utilizam um conjunto menor de camadas. O
conjunto formado pelo transmissor, canal e receptor é chamado de camada física
(physical), e este será o tema principal deste estudo. As demais camadas de
protocolo serão abordadas futuramente.
Cada camada na pilha é representada por um protocolo e é bem definida
em relação às camadas adjacentes. Contudo, o que cada camada executa está
relacionado apenas à camada correspondente no outro elemento (a camada do
transmissor se conecta à mesma camada do receptor). A conexão das camadas
com seus correspondentes não tem meio físico específico e usa o mesmo canal.
Isto implica que em determinados instantes o canal de transmissão é ocupado
pelo protocolo da camada e depois liberado para uso de outra camada ou pela
informação. A Figura 11 representa como as camadas se estabelecem.

Figura 11 – Camadas de protocolos OSI

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2.2 Modelo simplificado para um transmissor e para um receptor

Um modelo simplificado de transmissor para um sistema de


comunicações via rádio é mostrado na Figura 12.

Figura 12 – Diagrama simplificado de um transmissor

Créditos: Incomible/Shutterstock; Irina Adamovich/Shutterstock.

O modulador é responsável pelas informações e demais protocolos e por


adaptá-los às características do meio de transmissão. No modulador é
adicionada a frequência portadora do sinal. O conversor ascendente translada o
sinal modulado para a faixa de frequências destinada ao meio de transmissão, e
o filtro impede que os sinais estranhos ou espúrios acompanhem a informação.
O amplificador de rádio frequência eleva o sinal do conversor para o nível de
potência necessário para que o receptor receba a informação. O elemento final
é a antena responsável por irradiar a informação no espaço.
Na figura está representado um sistema de comunicações por rádio. As
comunicações AM ou FM não utilizam o sistema de protocolos. No caso de mais
de uma fonte de informação, é necessário recorrer à multiplexação dos sinais. A
multiplexação permite que a mesma estrutura seja utilizada por mais de uma
informação simultaneamente, e, para isso, o espectro de frequências é dividido,
o que requer o uso de protocolos.
O receptor tem um modelo mais complexo que o do transmissor. Observe
na Figura 13:

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Figura 13 – Representação de um receptor

Créditos: Incomible/Shutterstock; Irina Adamovich/Shutterstock.

No receptor, o sinal proveniente da antena precisa ser amplificado, pois é


muito atenuado no canal de comunicação. O conversor descente deve transferir
o sinal em alta frequência para um nível de frequência adequado ao
demodulador. O demodulador retira a informação e a recupera. Sistemas digitais
utilizam um circuito de clock para cadenciar a sequência de bits.
Nos sistemas digitais pode ocorrer diferenças entre o clock do transmissor
e do receptor. Desta forma, é necessário sincronizar o receptor com o
transmissor. A equalização de canal atua especificamente nas distorções
ocorridas, o que melhora a performance da transmissão.
Na pilha de protocolos, cada um é separado e destinado ao seu uso,
restando apenas a informação recebida.

TEMA 3 – TIPOS DE COMUNICAÇÃO

3.1 Comunicação analógica

A comunicação analógica é toda aquela que usa o sinal analógico, e este,


mesmo que modulado, é utilizado em todo o processo de comunicação. O sinal
analógico varia continuamente ao longo do tempo (ex.: sinais senoidais).

Figura 14 – Sinais senoidais com diferentes ângulos de fase

Crédito: Marisha/Shutterstock.

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Um sinal senoidal puro normalmente é utilizado como onda portadora. A
informação é melhor representada por um conjunto de frequências.

Figura 15 – Representação da voz humana em um osciloscópio

Crédito: Science Photo/Shutterstock.

A frequência da voz humana está compreendida entre 50Hz e 3.500Hz,


mas pode variar de 20Hz a 20kHz. Sons nasais (vogais) se situam entre 100Hz
e 200Hz para homens e entre 200Hz e 400Hz para mulheres. Sons gerados
pelos maxilares, língua e lábios se apresentam com variação aleatória e espectro
contínuo.

Figura 16 – Espectro de voz humana

Em uma comunicação normal, a maior parte da potência sonora está


concentrada em frequências de até 500Hz, mas se houver emoção na voz, as
frequências tendem a ser mais altas, como se pôde ver na figura.
Selecionar parte do espectro de voz significa abrir mão de parte das
frequências em troca de desempenho na largura do canal a ser ocupado.
Aproximadamente 95% da potência sonora da voz está compreendida na faixa
até 3.500Hz, e mais de 90% da compreensão da informação está nesta faixa.
Estas perdas são compensadas quando o receptor pede ao transmissor para
falar mais alto ou para repetir determinada palavra.

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A comunicação analógica é bastante conhecida, sendo os exemplos mais
comuns os sistemas de telefonia analógicos, nos quais a largura do canal é de
4kHz; os sistemas de rádio com modulação em amplitude (AM – Amplitud
Modulation), com largura de canal de 5kHz; e sistemas de rádio com modulação
em frequência (FM – Frequency Modulation), com largura de canal de 15kHz. A
diferença na largura dos canais destinados à comunicação AM e FM explica a
percepção qualitativa da mesma música tocada em uma rádio AM outra FM.

3.2 Comunicação digital

Na comunicação digital, a fonte da informação continua sendo a analógica


no caso da voz humana e da música. Outras fontes de dados já estão no formato
digital de zeros e uns. Para ser transmitida em um sistema digital, uma
informação analógica precisa ser digitalizada, precisando, então, de um
conversor de sinais. Este equipamento tem a função de transformar o sinal
analógico em uma série de zeros e uns.

Figura17 – Sinal analógico e sequencias digitais

Crédito: Marisha/Shutterstock.

É preciso fazer uma amostragem do sinal, pois sem isso não haveria uma
sequência suficientemente grande para varrer toda a amplitude dos sinais
analógicos.

3.3 Amostragem de sinais

Este é um conceito estatístico. Por exemplo, você não precisa comer um


prato inteiro de macarronada para saber que está apimentado. Uma pequena
porção do prato de macarronada já basta para se ter uma ideia de como será o
restante do prato.
No estudo de sinais, aplica-se o chamado teorema da amostragem de
Nyquist. O teorema determina que, para que um sinal amostrado seja
recuperado, a frequência de amostragem deve ser no mínimo duas vezes
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superior à maior frequência transmitida. Como o canal de voz foi definido como
de 4kHz de largura, a frequência de amostragem deve ser de 8kHz ou superior.

Figura 18 – Sinal senoidal

Crédito: Teerawat Chitprung/Shutterstock.

A amostragem consiste em obter uma pequena amostra do sinal a


intervalos regulares. Lembrando que, se a frequência do sinal é de 4kHz, a
frequência de amostragem é de 8kHz, ou seja, serão feitas duas amostras do
sinal. Se a frequência do sinal é de 2 kHz para a mesma frequência de
amostragem, tem-se 4 amostras do sinal, e se o sinal é de 1kHz, tem-se oito
amostras do sinal.

Figura 19 – Sinal senoidal amostrado

Crédito: Teerawat Chitprung/Shutterstock.

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Figura 20 – Sinal amostrado

O próximo passo é atribuir a cada pulso um valor em amplitude.

Figura 21 – Atribuir o valor da amplitude de cada pulso do sinal

A seguir, a cada amplitude de pulso será associada uma palavra binária,


que será o código de cada pulso. Desta forma, o sinal que antes era analógico
agora tem o seu correspondente em código binário.

Figura 22 – Característica de um quantificador linear

Cada degrau corresponde a um nível de sinal. Se a cada degrau for


estabelecida uma palavra binária, pode-se comparar o sinal original com os
degraus e relacionar o sinal com uma palavra binária, o que é feito por meio de
um circuito comparador.

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TEMA 4 – TIPOS DE MODULAÇÃO

4.1 Modulação em amplitude e frequência

Haykin e Moher (2011) nos ensinam que modulação é o processo pelo


qual alguma característica de uma onda portadora varia de acordo com uma
onda modulante (sinal).
A chamada modulação em amplitude consiste em alterar a característica
de amplitude de uma onda portadora de forma correspondente à frequência do
sinal. A onda portadora é senoidal, de frequência muito superior à do sinal que
irá modulá-la.

Figura 23 – Formas de onda de sinais modulados

Crédito: Designua/Shutterstock.

Observa-se na Figura 23 que um sinal analógico interferirá em uma onda


portadora e alterará a sua amplitude (AM). As demais características da onda
portadora, como a frequência e a fase, não são alteradas. Pode-se observar
ainda que existe uma envoltória no sinal modulado que corresponde à forma de
onda do sinal original. O mesmo é válido para um sinal digital no qual se pode
perceber mais claramente a alteração de amplitude, mas de forma discretizada.

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A chamada modulação em frequência se diferencia da modulação em
amplitude porque a informação alterará a frequência da onda portadora. Se o
sinal é de baixa frequência, a onda portadora terá sua frequência reduzida. Se a
frequência do sinal aumenta, a frequência da portadora aumenta. Os demais
parâmetros não são modificados. A Figura 23 ainda mostra a fonte de sinal e a
portadora alterada (informação).

4.2 Espectro de frequência

Quando se representa um sinal senoidal, a frequência normalmente é


apresentada no domínio do tempo:

Figura 24 – Forma de onda de uma função seno

Crédito: Kicky_Princess/Shutterstock.

Pode-se observar a amplitude variando ao longo do eixo dos tempos. Se


fosse necessário representar mais de um sinal, no mesmo canal e no mesmo
instante de tempo, ficaria difícil a representação. A Figura 25 mostra um caso de
sinal com algumas de suas harmônicas.

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Figura 25 – Sinal e harmônicas em um mesmo canal

Crédito: Fouad A. Saad/Shutterstock.

Nesta figura temos a frequência fundamental no lado esquerdo e a soma


de sinais no lado direito. Na segunda linha de imagens, vê-se a segunda
harmônica e do lado direito a soma da primeira frequência com a segunda
frequência, assim como a frequência resultante. Isto se repete para a terceira e
quarta harmônicas.
A somatória destes sinais representa um pouco a complexidade de sinais
de voz ou de música analógicos. A representação de um sinal complexo pode

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ser feita de outra forma, não mais no domínio do tempo, mas no domínio da
frequência. No domínio da frequência, um dos eixos mostra as diversas
frequências, e o outro eixo, a potência atribuída ao sinal medido ou observado.
Este tipo de observação não pode ser feito por meio de um osciloscópio, mas de
um analisador de espectro de frequências.

Figura 26 – Representação de uma frequência de 100 rd/s

A Figura 26 mostra a representação de uma frequência de 100 radianos


por segundo. Usualmente, as frequências são representadas em Hertz ou ciclos
por segundo. 100 rd/s correspondem a aproximadamente 15,9 Hz. Na figura, a
amplitude do sinal é de 2 volts. Desta forma, é possível representar muitas
frequências simultaneamente. Um sinal complexo como o da Figura 19 seria
representado como na Figura 21.

Figura 27 – Espectro de frequências do sinal complexo da Figura 19

Embora todos os níveis de potência ou de tensão representados sejam


iguais, eles podem assumir diferentes valores.
O espectro de frequências existente é contínuo e nele podem ser
encontrados sinais de baixa e alta frequência.
A Figura 28 mostra o espectro contínuo de frequências:

Figura 28 – Espectro eletromagnético

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As ondas utilizadas para sistemas de comunicação correspondem a uma
pequena parcela de todo o espectro de frequências.
As chamadas ondas eletromagnéticas ou radiações podem ser divididas
em dois grupos: não ionizante e ionizante. Radiações são processos físicos de
emissão ou de propagação de energia. O termo ionizante decorre a nível
atômico, no qual os elementos constituintes – prótons, neutros e elétrons –
podem ser retirados ou adicionados ao átomo. Desta forma, ocorre um
desequilíbrio na estrutura atômica. Radiações ionizantes têm esta característica
de afetar a estrutura do átomo.

TEMA 5 – LIMITES TECNOLÓGICOS DAS COMUNICAÇÕES

A tecnologia de comunicações é limitada por fatores eletrônicos, humanos


e legais. A matéria-prima da eletrônica é o silício, e à medida que as frequências
de operação dos equipamentos aumentam, é necessário que os circuitos
eletrônicos acompanhem esta necessidade. Isto implica construir circuitos na
casa dos nanômetros. A consequência, contudo, é que a área dos circuitos
diminui e, para que a dissipação de potência não exceda as características da
matéria-prima, é preciso reduzir os níveis de tensão de operação e a
consequente potência. Na prática isto significa que a distância entre os zeros e
uns fica menor, o que por sua vez implica potencializar os erros de sinal. Outros
materiais que empregam o germânio e o gálio têm sido utilizados para
compensar esta questão.
À medida que as velocidades aumentam são necessárias mais
frequências espectrais. No caso de frequências mais elevadas, os canais de
comunicação têm apresentado problemas de desempenho. A transmissão por
cabos ou fibras ópticas apresenta perdas de resposta com o consequente
decaimento do sinal em função da distância. Isto exige mais equipamentos que
amplifiquem os sinais e que os regenerem. Pulsos de onda quadrada tendem a
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distorcer e ficar arredondados. A ampliação de faixas do espectro implica ocupar
espaços mais próximos das radiações ionizantes. A Figura 29 mostra a relação
entre as frequências o e perigo à saúde humana associado.

Figura 29 – Espectro de frequências e os perigos associados a elas

Crédito: Polina Kudelkina/Shutterstock.

Os raios laser utilizados nas fibras ópticas, situados na faixa do espectro


correspondente à luz invisível, podem causar cegueira se dirigidos à retina.
Tratamentos de câncer são feitos por radioterapia, que mata as células
cancerígenas. Raios-X são utilizados na medicina para auxílio nos diagnósticos.
Exposições prolongadas e sinais de alta intensidade, mesmo para
frequências não ionizantes, devem ser evitadas. Radiações não ionizantes
carregam níveis muito elevados de potência, e sua exposição pode causar
queimaduras, como no caso das micro-ondas. Radiações ultravioletas podem
causar cegueira em pessoas e animais.

FINALIZANDO

Nesta aula, introdutória aos fundamentos de comunicações, tratamos dos


sistemas de comunicações, dos diferentes tipos de comunicação, da modulação
de um sinal e dos limites impostos aos sistemas de comunicações.

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REFERÊNCIAS

HAYKIN, S. Sistemas de comunicação. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011.

LATHI, B. P. Sinais e sistemas lineares. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2008.

SOARES NETO, V. Sistemas de comunicação: serviços, modulação e meios


de transmissão. 1. ed. São Paulo: Érica, 2015.

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