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Araraquara/SP
2018
CONCEITO
As enzimas são proteínas especializadas em catalisar reações biológicas, ou
seja, aumentam a velocidade de uma reação química sem interferir no processo.
Elas estão associadas a biomoléculas, devido à alta especificidade e poder
catalítico.
As enzimas representam mais de 90% das proteínas celulares. Elas estão
dissolvidas no citosol ou ligadas às estruturas celulares, por exemplo, a membrana
plasmática, núcleo, mitocôndrias, diversos compartimentos lissomicos, ribossomos,
retículo endoplasmáticos, aparelho de Golgi, microssomos, entre outros.
HISTÓRIA
O nome enzima provém de “in yeasts”, no qual suspeitava-se que as catálises
biológicas estavam envolvidas com a fermentação do açúcar em álcool.
O termo enzima foi introduzido por Kuhne em 1878 para designar a presença no
levedo de um princípio químico responsável por sua atividade fermentativa.
A catalise bioquímica foi inicialmente reconhecida e descrita no início do
século XIX, em estudos sobre a digestão da carne por secreções do estômago e a
conversão do amido em açúcares simples pela saliva e por vários extratos vegetais.
Na década de 50, Louis Pasteur concluiu que a fermentação do açúcar em
álcool pela levedura é catalisada por “fermentos”. Ele postulou que esses fermentos,
que na verdade, são enzimas, eram inseparáveis da estrutura das células vivas do
levedo, uma hipótese que prevaleceu por muitos anos como verdadeira.
A quimosina foi a primeira enzima derivada de fonte geneticamente
modificada, em 1988 na Suiça e nos EUA em 1990. Eduard Buchner, em 1897,
descobriu que os extratos de levedo podiam fermentar o açúcar até chegar ao
álcool, provou que as enzimas envolvidas na fermentação continuavam funcionando
mesmo quando removidas da estruturas das células vivas. Isso incentivou os
bioquímicos a tentarem o isolamento das numerosas enzimas diferentes e
examinarem suas propriedades catalíticas.
James Sumner isolou e cristalizou em 1926, a urease e isso propiciou um
grande avanço nos estudos das propriedades específicas das enzimas. Ele
demonstrou que os cristais de urease consistiam inteiramente de proteínas e
postulou que todas as enzimas são proteínas. Sem a comprovação de outros
estudos, a idéia permaneceu por muito tempo.
Na década de 30, depois que John Northrop e seus colegas cristalizaram a
pepsina e a tripsina bovinas e encontraram que essas também eram proteínas,
então a conclusão de Sumner foi aceita inteiramente por quase todos.
Durante esse período, J. B. S. Haldane escreveu um tratado intitulado
“Enzimas”, este livro continha a notável sugestão de que as interações por ligações
fracas entre a enzima e o seu substrato poderiam ser usada para distorcer a
molécula do substrato e catalisar a reação. Em 1965, foram propostos por Monod,
Wyman, Changeaux, dois modelos diferentes para explicar a fixação cooperativa
dos ligandos, nesse modelo as moléculas de enzimas repartem-se entre as duas
conformações que se encontram em um estado de equilíbrio.
Na metade de 2004, já estavam disponíveis mais de 83.000 enzimas
diferentes de 9.800 organismos diferentes. Todas as enzimas são classificadas
como pertencentes a seis classes, definidas por a reação química que catalisam.
Um sistema simples de numeração, consistindo de quatro números para cada
enzima, foi desenvolvido pela International Union of Biochemistry and Molecular
Biology, para caracterizar cada enzima.
WEIL, J.H. Bioquímica Geral. 2° ed. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2000