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Esta pesquisa tem como objeto de estudo o sistema de ensino de metais criado pelo
tubista Arnold Jacobs e a sua abordagem, em particular, no ensino da respiração.
Este sistema ficou conhecido como Escola de Chicago.
Procuramos responder à seguinte pergunta: como funciona essa escola e quais
pontos são relevantes no ensino do trompete?
Por meio de pesquisa bibliográfica e alinhado aos autores Kristian Steenstrup e
Brian Frederiksen, além de textos do próprio Arnold Jacobs, descreve-se os
conceitos do pesquisador no ensino musical, sua abordagem física e psicológica
com o instrumento e, por fim é apresentado uma compilação de exercícios de
respiração. Observamos que a escola de Jacobs pode ser caracterizada por sua
filosofia de “Song and Wind”, segundo a qual as dificuldades com a técnica em
instrumentos de metal e de sopro podem ser resumidas a duas causas principais:
respiração insuficiente ou falta de foco mental adequado sobre a expressão musical.
Para a Escola de Chicago, é necessário aprimorar a técnica do instrumento através
do estudo diário e da criação de bons hábitos.
This research has the study object the brass education system created by the tubist
Arnold Jacobs and his approach, particularly in the breath teaching. This system
became known as the Chicago School.
We seek to answer the following question: How does this school works and what
points are relevant in the trumpet teaching?
Through literature research and aligned to the authors Kristian Steenstrup, Brian
Frederiksen, and Arnold Jacobs's own texts, we describe the Jacobs concepts in
musical education, his physical and psychological approach to the instrument, and
finally we present a breathing exercises compilation.
We observed that the Jacobs's School can be characterized by his philosophy of
"Song and Wind", whereby the difficulties with instrumental technique on brass and
woodwind instruments could be summarized down to two main causes: insufficient
breathing or lack of proper mental focus on the musical expression. For the Chicago
School, is necessary to improve the technique of the instrument through the daily
study and creating good habits.
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 5
3. 2. Controle ........................................................................................................... 25
CONCLUSÃO .......................................................................................................... 28
INTRODUÇÃO
descritas a função e definição de cada uma dessas partes e também, será explicado
como tornar a respiração, os lábios e língua mais eficazes na produção do som do
trompete.
Já é conhecido na literatura o conceito de que a abordagem para a prática do
trompete não é somente física, mas também psicológica, o que segundo Steenstrup
(2007) proporciona ao músico o máximo de bem-estar durante a performance,
elevando o nível de desempenho artístico.
No segundo capítulo se elucidadará a abordagem de Jacobs com o ensino
dos instrumentos de metais, através de aspectos psicológicos.
E, no terceiro capítulo, será apresentada uma compilação de exercícios
práticos para o desenvolvimento da respiração, dividida em duas partes: exercícios
para a expansão da capacidade respiratória; e exercícios para o controle dessa
capacidade.
Serão propostos na primeira parte, alguns estudos usados por grandes
músicos para desenvolver e ampliar a capacidade respiratória sem o uso do
instrumento.
No último tópico do terceiro capítulo, a compilação de uma série de exercícios
específicos criados por Arnold Jacobs será desenvolvida para que o trompetista
aprenda como controlar a coluna e velocidade do ar. Absorvendo os conceitos
propostos e através da prática diária, torna-se apto a aplicá-los durante a execução
de qualquer repertório.
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1.1. Respiração
Gordon (1987) comenta alguns estudos feitos pelo Dr. Larry Miller (autoridade
em medicina esportista e especialista na área cardiovascular e pulmonar do
Cardiovascular Testing Laboratory in Paradise, California), com trompetistas
profissionais, que obtiveram alguns achados em relação à "respiração
diafragmática":
O diafragma não parece de forma alguma ser controlado voluntariamente,
mas se move em resposta a mudanças de pressão de ambos os lados até que um
nível necessário seja alcançado. Talvez muitas das notas tocadas no trompete são
alcançadas sem o movimento do diafragma, particularmente as que estão abaixo do
"sol" na segunda linha do pentagrama.
O elemento essencial para produzir adequado fluxo de ar na produção sonora
do trompete é o desenvolvimento do peito, costas e da musculatura abdominal. E é
a coordenação desses esforços musculares, que controlam e produzem a pressão
necessária para o movimento do diafragma.
O termo “respiração diafragmática” é um equívoco, você não controla o
diafragma, mas pode-se fazê-lo trabalhar. O mais importante é: o que faz o ar se
mover? A resposta é clara: a pressão (GORDON, 1987, p.17).
Baptista (2010) comenta que há três formas de respiração ensinadas e
conhecidas entre os instrumentistas de sopro: a) Respiração Clavicular ou Torácica
Superior (respiração alta); b) Respiração Intercostal (respiração média); e c)
Respiração Abdominal (respiração baixa).
Contudo, existe ainda uma quarta forma que utiliza toda a capacidade
pulmonar, ela é conhecida pelos Yogues e descrita por Ramacháraca (2011) como
“Respiração Completa”. Jacobs comenta que essa é a respiração mais indicada na
execução do trompete (NELSON, 2006).
Segundo Schulueter (1996), Simões (2002), Steenstrup (2007) e Baptista
(2010), não se deve dividir a respiração em partes e, sim, respirar plenamente.
O método da “Respiração Completa” consiste no fato dos músculos
inspiratórios entrarem em completo funcionamento com o menor gasto de energia e
maior eficácia. Essa respiração é a combinação dos outros três sistemas juntos, em
que se enche de ar as partes alta, média e baixa dos pulmões. Os músculos que se
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1.2. Lábios
Quando um músico de metal coloca o bocal em sua boca ele isola, da parte
externa do bocal, uma parte dos lábios. Essa parte isolada dentro do aro do bocal
estará livre para vibrar no instrumento. Steenstrup (2007) comenta que a qualidade
do som depende da habilidade de fazer os lábios vibrarem na altura e afinação
corretas dentro do “copo” do bocal.
Ao ser questionado sobre como um trompetista pode ter energia nas notas
agudas, Jacobs (2000) ensina que a pequena superfície da embocadura necessária
para agudo e a grande energia necessária para a amplitude do som, torna essa,
uma situação delicada. O perigo reside na luta contra a resistência. Em vez de
pensar na pressão do ar, deve-se pensar no fluxo de ar, direcionando-o a um som de
maior intensidade, pensando apenas na vibração dos lábios.
Frederiksen (2010) lembra que se deve praticar o “zumbido” dos lábios em
uma oitava abaixo e, em seguida, buscando a mesma sensação de conforto, tocar
na oitava superior.
Uma vez que a produção do som no trompete é gerada através da vibração
dos lábios, Steenstrup (2007) declara que quanto mais juntos, relaxados e ao
mesmo tempo flexíveis eles estiverem, maior será a vibração e mais harmônicos o
som terá.
1.3. Língua
lábios. Ele aponta que: “a língua muda a altura das notas, mas o ar faz todo o
trabalho” (GORDON, 1981, p.3).
Baptista (2010, p.9) elucida como a língua deve trabalhar:
Figura 1 – Exemplo de como não deve ser a articulação de língua no staccato, segundo
Steenstrup (2007, p.102)
Isso não significa que não há nenhuma música que deve ser tocada com
notas realmente muito curtas, entretanto deve ser visto como uma forma extrema e
não a forma convencional de se tocar um staccato (STEENSTRUP, 2007).
De acordo com Jacobs (2000), posicionando a língua na vogal “A” (Fig.3) e
mantendo a garganta aberta cria-se a melhor condição para os lábios vibrarem, uma
vez que esta posição garante mínima resistência ao fluxo de ar dos pulmões,
liberando-o livremente. Com base no conceito de som do músico, uma corrente de
ar livre permite aos lábios encontrar o seu estado ideal para uma determinada nota.
Enquanto uma corrente de ar mais obstruída (como a vogal “I”, Fig.4) limita a
liberdade de vibração dos lábios.
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Steenstrup (2007, p.120) diz que a vogal “I” só deve ser usada em casos
extremos, “como escolha consciente de um timbre pequeno e mais fino” ou mais
brilhante e, nos casos de notas muito agudas. Ele defende a mesma idéia de Jacobs
aconselhando a usar a vogal “A” ou “O” para a produção de som no trompete,
inclusive em diferentes alturas.
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A inteligência, por sua vez, depende do estudo do mundo “ao redor de nós” e não,
do mundo “dentro de nós” (FREDERIKSEN, 2010, p.135.).
Steenstrup (2007) afirma que é função do cérebro controlar todas as funções
necessárias durante a performance. O artista deve dizer ao corpo que posição os
lábios devem assumir, bem como providenciar o ar necessário e pressão do mesmo
para produzir uma determinada nota.
Frederiksen (2010) comenta que Jacobs usa a analogia de quando se toma
um copo de água para explicar como funciona a complexidade do cérebro. Não se
pensa como a musculatura do tríceps e bíceps devem agir para auxiliar o braço ao
levantar o copo de água. Simplesmente se manda o comando ao cérebro de que irá
beber a água, logo o cérebro controla todas as complexidades dessa ação.
O cérebro envia e recebe informações através do sistema nervoso sendo
dividido em: autônomo, sensorial (receptor) e motor (efetor). Esses nervos
transmitem impulsos nervosos do, e para o cérebro, em uma única direção, como
uma via de mão única. Frederiksen (2010) explica a função desses sistemas dizendo
que quando se fala, se usa o sistema motor e, quando se ouve o sensorial.
O ambiente externo é observado através dos nervos sensoriais e afetado por
meio dos nervos motores. Ao tocar um instrumento, o cérebro envia comandos para
os nervos motores. Para a observação, os nervos sensoriais enviam dados para o
cérebro para a avaliação. Embora existam relações complexas entre os nervos e os
tecidos, o corpo responde melhor a ordens simples. Jacobs aconselha estudar o
“produto” em vez da metodologia, e diz que infelizmente muitos músicos,
especialmente estudantes, se concentram apenas no aspecto mecânico da
performance. Segundo ele, a maioria das respostas está na simplicidade da
psicologia e não na complexidade da anatomia (FREDERIKSEN, 2010).
Para Jacobs (2000) o importante não é como você está soando e sim como
você quer soar. Ele esclarece que tocar uma música sem a concepção do resultado
final definida, é como construir um prédio sem uma planta. Sempre que se toca o
instrumento com as mãos, mas não com a mente, erros acontecem frequentemente.
Deve-se conceitualizar o “produto” final.
Uma maneira de ensinar o cérebro como soar é através do canto. Segundo
Jacobs (2000) o solfejo é um grande exercício musical e mental, visto que
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transforma notas escritas em sons. Deve-se ler uma partitura da mesma forma que
se lê um texto e transformar essas notas em música o mais rápido possível.
Frederiksen (2010) relata que Jacobs sempre dizia que tocava duas tubas
simultaneamente, uma com suas mãos e outra com sua mente. A tuba em suas
mãos é o reflexo do pensamento no espelho. Ela toca uma fração de segundo após
o sinal apropriado ser enviado a partir da tuba na mente - o cérebro. Jacobs dizia:
Não importa qual oitava você canta na mente. O que soa para fora
do instrumento é a imagem espelhada do pensamento conceitual do
cérebro. É um som concebido (FREDERIKSEN, 2010, p.137) .
Uma técnica bem desenvolvida permite regular o fluxo do ar, o que segundo
Damrow (1999), é vital para todos os instrumentistas de metal, porque a força e
energia necessária para a produção sonora é consequência da maneira que
respiramos.
Jacobs diz que uma boa música pode ser feita sem o conhecimento
específico do corpo. No entanto, para um instrumentista de sopro o conhecimento
dos mecanismos de respiração faz-se necessário. Quanto mais o músico se
especializar na respiração, tocando seu instrumento, mais entenderá da fisiologia da
respiração e, como consequência, poderá se beneficiar da melhora de sua
performance (FREDERIKSEN, 2010).
Guggenberger (2004, p.3) lembra que “a respiração sempre se inicia a partir
de um estado de relaxamento” e, respiração para o músico de sopro siginifica: “ar
em movimento”.
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3.1. Expansão
C. Exercícios práticos criados por Arnald Jacobs e descritos no livro “Song and
Wind” de Frederiksen (2010, p.133-134):
3. 2. Controle
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FARKAS, P. The Art of Brass Playing. Atlanta, Georgia: Wind Music, 1989.
FREDERIKSEN, B. Arnold Jacobs: Song and Wind. USA: WindSong Press Limited,
2010.
GORDON, C. Brass Playing is no Harder Than Deep Breathing. New York: Carl
Fischer, 1987.
GORDON, C. Systematic Approach to Dayle Practice. New York: Carl Fisher: 1965.
GORDON, C. Tongue Level Exercises for Trumpet. New York: Carl Fischer, 1981.
JOHNSON, K. The Art of Trumpet Playing. 2nd ed. Denton, Texas: Gore Publishing
Company, 1994.
MACBETH, C. Original Louis Maggio System for Brass. New York: Charles Colin
Music, 1985.
NELSON, B. Also sprach Arnold Jacobs. A developmental guide for brass and wind
musicians. Mindelheim, Germany: Polymnia Press, 2006.
SCHULUETER, C. Zen and The Art of Trumpet Playing. Boston: Não editado, 1996.
30
STAMP, J. Warm-ups and Studies for Trumpet. 9th ed. Swiss: Editions Bim, 2005.
STEENSTRUP, K. Teaching Brass. 2nd ed. Aarhus, Royal Academy of Music, 2007.