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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

DEPARTAMENTO DE FÍSICA
FIS 224 – Física Experimental A

ERROS E ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS


1. NOÇÕES SOBRE A TEORIA DE ERROS
O ato de medir é, em essência, um ato de comparar, e essa comparação envolve erros de diversas
origens (dos instrumentos, do operador, do processo de medida etc.). Pretende-se aqui estudar esses erros e
suas conseqüências, de modo a expressar os resultados de dados experimentais em termos que sejam
compreensíveis a outras pessoas.
Quando se pretende medir o valor de uma grandeza, pode-se realizar apenas uma ou várias medidas
repetidas, dependendo das condições experimentais particulares ou ainda da postura adotada frente ao
experimento. Em cada caso, deve-se extrair do processo de medida um valor adotado como melhor na
representação da grandeza e ainda um limite de erro dentro do qual deve estar compreendido o valor real.

1.1 ERROS E DESVIOS

Algumas grandezas possuem seus valores reais conhecidos e outras não. Quando conhecemos o
valor real de uma grandeza e experimentalmente encontramos um resultado diferente, dizemos que o valor
obtido está afetado de um erro.

ERRO é a diferença entre um valor obtido ao se medir uma


grandeza e o valor real ou correto da mesma.
Matematicamente: erro = valor medido − valor real

Entretanto o valor real ou exato da maioria das grandezas físicas nem sempre é conhecido. Quando
-19
afirmamos que o valor da carga do elétron é 1,60217738 x 10 C, este é, na verdade, o valor mais provável
desta grandeza, determinado através de experimentos com incerteza de 0,30 partes por milhão. Neste caso,
ao efetuarmos uma medida desta grandeza e compararmos com este valor, falamos em desvios e não erros.

DESVIO é a diferença entre um valor obtido ao se medir uma grandeza


e um valor adotado que mais se aproxima do valor real.
Na prática se trabalha na maioria das vezes com desvios e não erros.

1.2 CLASSIFICAÇÃO DE ERROS

Por mais cuidadosa que seja uma medição e por mais preciso que seja o instrumento, não é possível
realizar uma medida direta perfeita. Ou seja, sempre existe uma incerteza ao se comparar uma quantidade de
uma dada grandeza física com sua unidade.
Segundo sua natureza, os erros são geralmente classificados em três categorias: grosseiros,
sistemáticos e aleatórios ou acidentais.

1.2.1 ERROS GROSSEIROS:

Ocorrem devido à falta de prática (imperícia) ou distração do operador. Como exemplos, podemos
citar a escolha errada de escalas, erros de cálculo, etc. Devem ser evitados pela repetição cuidadosa das
medições.

1.2.2 ERROS SISTEMÁTICOS:

Os erros sistemáticos são causados por fontes identificáveis, e, em princípio, podem ser eliminados
ou compensados. Estes fazem com que as medidas feitas estejam consistentemente acima ou abaixo do valor
real, prejudicando a exatidão da medida. Erros sistemáticos podem ser devidos a vários fatores, tais como:

• Ao instrumento que foi utilizado;

Ex: intervalos de tempo feitos com um relógio que atrasa;


1
• Ao método de observação utilizado;

Ex: medir o instante da ocorrência de um relâmpago pelo ruído do trovão associado;

• A efeitos ambientais;

Ex: a medida do comprimento de uma barra de metal, que pode depender da temperatura ambiente;

• As simplificações do modelo teórico utilizado;

Ex: não incluir o efeito da resistência do ar numa medida da aceleração da gravidade baseada na medida do
tempo de queda de um objeto a partir de uma dada altura.

1.2.3 ERROS ALEATÓRIOS OU ACIDENTAIS:

São devidos a causas diversas e incoerentes, bem como a causas temporais que variam durante
observações sucessivas e que escapam a uma análise em função de sua imprevisibilidade. Podem ter várias
origens, entre elas:
• Os instrumentos de medida;
• Pequenas variações das condições ambientais (pressão, temperatura, umidade, fontes de ruídos, etc.);
• Fatores relacionados com o próprio observador sujeitos à flutuações, em particular a visão e a audição.
De um modo simples podemos dizer que uma medida exata é aquela para qual os erros sistemáticos
são nulos ou desprezíveis. Por outro lado, uma medida precisa é aquela para qual os erros acidentais são
pequenos.

O erro é inerente ao próprio processo de medida, isto é, nunca será completamente


eliminado. Poderá ser minimizado procurando-se eliminar o máximo possível as fontes
de erros acima citadas. Portanto, ao realizar medidas, é necessário avaliar
quantitativamente os erros cometidos.

1.3 DESVIO MÉDIO − VALOR MÉDIO

Quando um mesmo operador efetua uma série de medidas de uma grandeza, utilizando um mesmo
instrumento, as medidas obtidas terão valores que poderão não coincidir na maioria das vezes, isso devido
aos erros experimentais inerentes a qualquer processo de medida.
Suponha que um experimentador realize 10 vezes a medida do comprimento L de uma barra. Essas
medidas foram realizadas com uma régua cuja menor divisão era 1 cm (régua centimetrada), de modo que os
milímetros foram avaliados (é costume fazer estimativas com aproximações até décimos da menor divisão
da escala do instrumento).
Em qualquer das medidas efetuadas encontraram-se, como comprimento da barra, 5 cm completos
mais uma fração avaliada da menor divisão, de modo que as flutuações, neste caso, residem nas diferentes
avaliações da menor divisão. A tabela ao lado mostra os valores obtidos nas dez medidas realizadas.

n Ln(cm) ΔL n  (L n  L)(cm)
1 5,7 0,0
2 5,8 + 0,1
3 5,5 - 0,2
4 5,6 - 0,1
5 5,5 - 0,2
6 5,7 0,0
7 5,8 + 0,1
8 5,7 0,0
9 5,9 + 0,2
10 5,8 + 0,1
N=10
L n  57cm  L n  1,0cm

2
Calculando-se a média aritmética das medidas efetuadas tem-se:

L
L n

5,7  5,8  5,5  5,6  5,5  5,7  5,8  5,7  5,9  5,8
cm 
57
cm  5,7cm
N 10 10

que é o valor mais provável para o comprimento da barra.

O valor médio é mais preciso e exato quanto


maior for o número N de medidas.

Define-se o desvio de uma medida como sendo a diferença entre o valor medido (L ) e o valor médio
n
( L ).

ΔLn = (Ln − L )

O desvio de cada medida, no caso do exemplo, está indicado na tabela. Desse conjunto deve-se
extrair a incerteza que afeta o valor médio. Considera-se, para esse fim, a média aritmética dos valores
absolutos dos desvios denominada desvio médio ( Δ L ):

ΔL 
 ΔL n

0,0  0,1  0,2  0,1  0,2  0,0  0,1  0,0  0,2  0,1
cm 
1,0
cm  0,1cm
N 10 10

Esse desvio significa que o erro que se comete ao adotar o valor médio (L= 5,7 cm) é de 0,1 cm. Em
outras palavras, o valor real deve estar entre 5,6 e 5,8 cm. Dessa maneira, o comprimento da barra pode ser
expresso como:
L=( L   L ) ou seja L= (5,7 ± 0,1) cm

1.4 DESVIO AVALIADO OU INCERTEZA

Se o experimentador realiza apenas uma medida da grandeza, o valor medido evidentemente será o
valor adotado, já que não se tem um conjunto de dados para ser analisado, como no caso anterior. Aqui,
também, o valor adotado representa a grandeza dentro de certo grau de confiança. A incerteza de uma única
medida, em geral, depende de vários fatores como: o instrumento utilizado, as condições em que a medida se
realiza, o método utilizado na medida, a habilidade do experimentador, a própria avaliação do último
algarismo (fração avaliada da menor divisão da escala do instrumento) etc...

É costume tomar a incerteza de uma medida como sendo a metade


da menor divisão da escala do instrumento utilizado.

1.5 DESVIO PADRÃO

O desvio padrão σ de uma série de medidas é definido como sendo:

 L n 
2
 , (5)
N 1
onde Ln é definido como na equação (2).
O valor final para L é, então, escrito como
  
L   L   . (6)
 N

3
1.6 DESVIO RELATIVO PERCENTUAL E ERRO RELATIVO PERCENTUAL

O desvio relativo percentual ou o erro relativo percentual são obtidos, multiplicando-se o desvio
relativo ou o erro relativo por 100%.
O desvio relativo/erro relativo nos dá, de uma certa forma, uma informação a mais acerca da
qualidade do processo de medida e nos permite decidir, entre duas medidas, qual a melhor. Isto é, quanto
menor o desvio relativo, maior a precisão da medida.

a) No caso de uma única medida:

valor medido - valor esperado


E%= X100%
valor esperado

b) No caso de uma série de medidas:

valor médio das medidas - valor esperado


E%= X100%
valor esperado

2. ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS (A.S.)

A medida de uma grandeza física é sempre aproximada, por mais capaz que seja o operador e por
mais preciso que seja o aparelho utilizado. Esta limitação reflete-se no número de algarismos que usamos
para representar as medidas. Ou seja, só utilizamos os algarismos que temos certeza de estarem corretos,
admitindo-se apenas o uso de um algarismo duvidoso. Claramente o número de algarismos significativos está
diretamente ligado à precisão da medida, de forma que quanto mais precisa a medida, maior o número de
algarismos significativos. Assim, por exemplo, se afirmamos que o resultado de uma medida é 3,24 cm
estamos dizendo que os algarismos 3 e 2 são corretos e que o algarismo 4 é duvidoso, não tendo sentido
físico escrever qualquer algarismo após o 4.
Portanto, denominam-se algarismos significativos de uma medida os algarismos exatos acrescidos
de um único algarismo duvidoso.

Algarismos significativos = Algarismos exatos + um único algarismo duvidoso

Algumas observações devem ser feitas:

i- Não é algarismo significativo o zero à esquerda do primeiro algarismo significativo diferente de zero.
Assim, tanto L=32,5 cm como L=0,325 m representam a mesma medida e tem três algarismos
significativos. Outros exemplos são:
2 3
5 = 0,5x10 = 0,05x10 = 0,005x10 (1 A.S. )
2 3
26 = 2,6x10 = 0,26x10 = 0,026x10 (2 A.S. )
-3 -4
0,00034606 = 0,34606x10 = 3,4606x10 (5 A.S.)

ii- O zero à direita de algarismo significativo também é algarismo significativo. Portanto, L=32,5 cm e
L=32,50 cm são diferentes, ou seja, a primeira medida tem 3 A.S. enquanto que a segunda é mais precisa
e tem 4 A.S.

iii- É significativo o zero situado entre algarismos significativos. Por exemplo:


L = 3,25 m tem 3 A.S. enquanto que L=3,025 m tem 4 A.S.

iv- Quando tratamos apenas com matemática, podemos dizer, por exemplo, que 5 = 5,0 = 5,00 = 5,000.
Contudo, ao lidarmos com resultados de medidas devemos sempre lembrar que 5 cm ≠ 5,0 cm ≠ 5,00 cm

4
≠5,000cm, já que estas medidas tem 1 A.S., 2 A.S., 3 A.S. e 4 A.S., respectivamente. Em outras
palavras, a precisão de cada uma delas é diferente.

v- Arredondamento: Quando for necessário fazer arredondamento de algum número, utilizaremos a


seguinte regra: quando o último algarismo significativo for menor ou igual a 5 este é abandonado;
quando o último algarismo significativo for maior que 5, somamos 1 unidade ao algarismo significativo
anterior. Por exemplo:

8,234 cm é arredondado para 8,23 cm


8,235 cm é arredondado para 8,23 cm
8,238 cm é arredondado para 8,24 cm

Em seguida serão fornecidos alguns exemplos de como escrever corretamente o resultado de uma
medida realizada em laboratório com os números corretos de algarismos significativos.

Exemplo 1:

Foram efetuadas 8 medidas do diâmetro (D) de um cabo, como mostra a tabela abaixo.

n Dn(mm) ΔD n  10 2 (mm)
1 12,20 -1,25
2 12,30 +8,75
3 12,10 -11,25
4 12,20 -1,25
5 12,20 -1,25
6 12,10 -11,25
7 12,40 +18,75
8 12,20 -1,25
N=10
D n  97,70mm  D n  (55,00 x10 2 )mm

Com esse conjunto de medidas, obtém-se o valor médio e o desvio médio.


Valor médio:

D
D n

97,7
mm  12,2125mm
N 8
Desvio médio:

ΔD 
 ΔD n

55,00x102
mm  0,06875mm  0,07mm
N 8
O valor da grandeza é D = (12,2125 ± 0,06875) mm. No entanto, observa-se que a incerteza no
valor médio, isto é, o desvio médio, afeta a segunda casa decimal desse valor. Assim, os outros algarismos
posteriores perdem o significado e não são significativos, já que entre os algarismos significativos é
admitida a presença de um único algarismo duvidoso. No entanto, esses algarismos presentes tanto no valor
médio quanto no desvio médio devem ser considerados para efeito de cálculo, devendo ser desprezados na
apresentação final. Escreve-se o resultado final da seguinte maneira:
D = (12,21 ± 0,07) mm

Normalmente, ao serem feitas aproximações, como no caso acima, é costume, quando o primeiro
algarismo desprezado for maior ou igual a cinco, acrescentar uma unidade ao último algarismo mantido.

Exemplo 2:

Suponha-se que um processo de medidas e cálculos tenha originado para a resistividade por uma
unidade de área de material o valor médio de 32,765 Ω/m com um desvio médio de 0,0241 Ω/m.

5
Tem-se então:

 
 (32,765  0,0241) / m   (32,77  0,02) / m
m m

Deve-se notar que o valor médio pode apresentar um número de algarismos significativos maior que
as medidas individuais. Esse resultado, aparentemente sem sentido, é explicável já que está se tratando
estatisticamente um conjunto de dados, e as medidas individuais deixam de ter importância, prevalecendo o
conjunto como um todo, ou seja, o valor médio.

Exemplo 3:

O resultado de uma experiência forneceu o valor médio e o desvio médio iguais a:

1) m = (13,4258 ± 0,0342) g → m = (13,43 ± 0,03) g = (1,343 ± 0,003) x 10 g


3
2) m = (7836,6 ± 12,8) g → m = (784 ± 1) x 10 g = (7,84 ± 0,01) x 10 g
Ao se trabalhar com algarismos significativos, não se deve esquecer de que os zeros à esquerda não
são significativos, mas os da direita o são. Portanto, são significativos todos os números isentos de dúvida, a
partir do primeiro não nulo, e também o primeiro algarismo duvidoso e mais nenhum.

2.1 OPERAÇÕES COM ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS − REGRAS ADOTADAS

a) Na adição e subtração: faz-se a operação normalmente e no final reduz-se o resultado, usando critério de
arredondamento, para o número de casas decimais da grandeza menos precisa.

Exemplos:
Adição - (12.441 + 57,91 + 1,987 + 0,0031 + 119,20) = 12.620,1001 = 12.620
Subtração - (12.441,2 − 7.856,32) = 4.584,88 = 4.584,9

b) Na multiplicação e divisão: o resultado deverá ter igual número de algarismos (ou um algarismo a mais)
que a grandeza com menor quantidade de algarismos significativos que participa da operação.

Exemplos:
Multiplicação - (12,46 x 39,83) = 496.2818 = 496,28
Divisão - (803,407 / 13,1) = 61,328 = 61,33

c) Na potenciação e radiciação: o resultado deverá ter o mesmo número de algarismos significativos da


base (potenciação) ou do radicando (radiciação).

Exemplos:
3 2 6
Potenciação - (1,52 x 10 ) = 2,31 x 10
4 1/2 2
Radiciação - (0,75 x 10 ) = 0,87 x 10

2.2 ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS EM MEDIDAS COM ERRO:

Suponhamos que uma pessoa ao fazer uma série de medidas do comprimento de uma barra L, tenha
obtido os seguintes resultados:

- comprimento médio, L = 82,7390 cm


- erro estimado, ΔL = 0,538 cm

Como o erro da medida está na casa dos décimos de cm, não faz sentido fornecer os algarismos
correspondentes aos centésimos, milésimos de cm e assim por diante. Ou seja, o erro estimado de uma
medida deve conter apenas o seu algarismo mais significativo. Os algarismos menos significativos de erro
são utilizados apenas para efetuar arredondamento ou simplesmente são desprezados. Neste caso ΔL deve ser
expresso apenas por ΔL = 0,5 cm.

6
Os algarismos 8 e 2 do valor médio são exatos, porém o algarismo 7 já é duvidoso porque o erro
estimado afeta a casa que lhe corresponde. Deste modo, os algarismos 3 e 9 são desprovidos de significado
físico e não é correto escrevê-los: estes algarismos são utilizados para efetuar arredondamento ou
simplesmente são desprezados. O modo correto de escrever o resultado final desta medida será então:

L = (82,7 ± 0,5) cm

Nos casos em que o erro da medida não é estimado devemos também escrever os algarismos
significativos da grandeza mensurada com critério.

3. PROPAGAÇÃO DE ERROS: MEDIDAS INDIRETAS

Seja y uma função das variáveis x1, x2, ..., xn, ou seja:
y = f(x1, x2, ..., xn), (7)
onde xi é uma medida experimental com incerteza xi, ou seja:
xi = xi  xi. (8)
A incerteza y em y devido aos erros xi das medidas de xi pode ser obtido através da expressão:
y y y
y  x 1  x 2      x n (9)
x 1 x 2 x n

O resultado final é escrito como:


y = f(x1, x2, x3, ..., xn)  y (10)
Exemplo: Para se calcular o volume de um cilindro foram feitas medidas de sua altura L e de seu diâmetro
D. Os resultados foram:
L = (5,00  0,02) cm D = (2,00  0,01) cm (11)
Sabemos que o volume de um cilindro é dado pela expressão:

D 2 L
V . (12)
4
Portanto temos:

 2,002 5,00
V  15,70796   cm 3 , (13)
4
e

V V DL D 2   2,00  5,00   2,00 2


V  D  L  D  L   0,01   0,02
D L 2 4 2 4 (14)
 0,21991   cm .
3

Arredondando o valor de V para um único algarismo significativo vemos que a incerteza em V está na
primeira casa decimal. Portanto, arredondando o valor de V para apenas uma casa decimal temos o resultado
final:

V = (15,7  0,2) cm3.

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