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Documentos Técnicos

Ambientais
MATERIAL TEÓRICO
UNIDADE 6

Tabela e Representação
Gráfica de Dados

Autoria:
Profa. Ms. Ana Claudia Aoki Santarosa

Revisão Textual:
Profa. Ms. Sandra Regina F. Moreira
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja uma maior aplicabilidade
na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas:

Seja original! Conserve seu


Procure manter contato Nunca plagie material e local
com seus colegas e tutores trabalhos. de estudos sempre
para trocar ideias! Isso organizados.
amplia a aprendizagem.

Não se esqueça
de se alimentar
Aproveite as e se manter
indicações hidratado.
de Material
Complementar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com Determine
as redes sociais. um horário fixo
para estudar.

Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer
parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um
dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que


uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca
de ideias e aprendizagem.
Unidade 6
Tabela e Representação Gráfica de Dados

Organização de Dados
Gráficos e tabelas são modos de apresentação e ex-
posição de dados e informações, universalmente uti-
lizados, com o objetivo de facilitar e agilizar o enten-
dimento sobre um determinado assunto em questão.

Desta forma, esses recursos gráficos e visuais co-


laboram para a(o):

• Organização de dados e informações;


• Descrição e análise de números;
• Interdisciplinaridade e conexão entre
diversos temas;
• Comparação entre diversos parâmetros
e variáveis;
• Estabelecimento de conclusões;
• Apresentação da síntese dos levantamentos
de dados de forma objetiva e dinâmica.
Objetivos Assim, para que as informações sejam utilizadas
nas tomadas de decisões, devemos sempre verificar
• Mostrar ao aluno as diversas
formas de se organizar
atenciosamente a origem (fonte) dos dados utili-
e apresentar os dados e zados quanto à sua veracidade, consistência e aos
informações levantadas, seja procedimentos aplicados para se obter tais infor-
através de gráficos, oferecendo
mações, através de uma avaliação crítica da fase de
uma visão mais clara e imediata
sobre o comportamento do obtenção de dados.
fenômeno que está sendo
descrito, seja através de tabelas Você viu anteriormente que o profissional do meio
e/ou quadros, conforme as ambiente coleta e faz levantamento de um grande vo-
classes de informação. lume de dados e informações. Essas informações po-
dem ser sobre qualidade da água de um determinado
corpo receptor, variação de temperatura e umidade ao
longo do ano, padrão de relevo e litologia de uma re-
gião, dados de biomas e fauna, Índice de Desenvolvi-
mento Humano (IDH) de um município, entre muitos
outros. Nesta unidade, vamos aprender como essas in-
formações são organizadas em tabelas e gráficos para
auxiliar a leitura e interpretação. Mas antes, vamos
entender o que são dados e o que são variáveis.

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De acordo dom Vieira (2011), variável é um estado ou uma característica de
determinada unidade socioambiental que pode ser representada por números e
assumir diferentes valores. Como exemplo, a idade da população residente no
Brasil pode ser considerada uma variável, e os valores dessa variável em estudo
são chamados de dados, os quais podem ser obtidos por meio de uma amostra.

Exemplo 1: A secretaria de meio ambiente de uma cidade quer saber a qua-


lidade do ar na sua região metropolitana. O que é variável e o que são dados
nessa situação hipotética?

Resposta: Neste caso, a variável de interesse é a qualidade do ar. Os dados


serão obtidos somente quando o especialista em meio ambiente for a campo
medir essas informações, ou fizer um levantamento em bancos de dados
gerados por estações manuais ou automáticas. Então, após as medições,
por exemplo, de partículas totais em suspensão (PTS), os dados coletados
poderão ser hipoteticamente 80 µg/m3, 110 µg/m3.

GLOSSÁRIO
De acordo com a CETESB (2017, p. 22), Partículas Totais em Suspensão (PTS) “são
partículas de material sólido ou líquido que ficam suspensas no ar, na forma de po-
eira, neblina, aerossol, fumaça, fuligem, entre outras. Sua faixa de tamanho é igual
ou inferior a 50 micrômetros. As principais fontes destes poluentes são processos
industriais, veículos motorizados (exaustão), poeira de rua ressuspensa, queima de
biomassa, além das fontes naturais, como pólen, aerossol marinho e solo”.

Podemos classificar as variáveis em dois tipos:

• Qualitativas ou categorizadas;

• Quantitativas ou numéricas.

Uma variável é classificada como qualitativa (categorizada) quando os dados


podem ser distribuídos em qualidades (categorias) mutuamente exclusivas. Al-
guns exemplos de variáveis qualitativas são: sexo (masculino ou feminino); país
de nascimento (se a pessoa nasceu no Brasil, automaticamente ela não nasceu
em outro país); espécies de aves (caso seja classificada como uma determinada
espécie, não pode ser também considerada de outra espécie).

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Unidade 6
Tabela e Representação Gráfica de Dados

Por sua vez, essas variáveis qualitativas podem ser classificadas em dois tipos:

• Nominal - quando as categorias podem ser indicadas em qualquer ordem,


por exemplo, gênero (masculino, feminino), tipo sanguíneo (O, A, B, AB), cor
dos olhos (preto, castanho, azul, verde), religião (católico, evangélico, espí-
rita, entre outras);

• Ordinal - quando as categorias têm alguma ordem natural, por exemplo,


classe social (A, B, C, D, E), escolaridade (primeiro, segundo e terceiro grau),
gravidade de um impacto (baixo, médio, alto), classificação granulométrica
(argila, silte, areia, cascalho, seixo), entre outras.

Já uma variável quantitativa (numérica) é aquela que pode ser mensurada, ou


seja, representada por números. Alguns exemplos de variáveis quantitativas são:
número de adultos em uma população, temperatura da água, número de aves em
determinado parque estadual, concentração de um poluente atmosférico.

Por sua vez, as variáveis quantitativas podem ser classificadas em dois tipos:

• Discreta - quando as variáveis podem assumir apenas valores contáveis e


inteiros em um determinado intervalo, por exemplo, número de espécies
vegetais em um bioma, número de bactérias por litro de leite, níveis de
metais pesados em peixes;

• Contínua – quando as variáveis assumem quaisquer valores reais em uma


escala contínua em um determinado intervalo, e os valores fracionais
fazem sentido, por exemplo, quantidade de chuva, peso de um animal,
concentrações químicas, pressão atmosférica, temperatura do ar, e outras.

Veja o resumo da classificação das variáveis no esquema abaixo:

Variáveis

Categorias Numéricas
(Qualitativas) (Quantitativas)

Nominais Ordinais Discretas Contínuas

Figura 1 - Classificação das Variáveis

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Apresentação de Dados em Tabelas
Tabelas são formas de apresentação de dados ou informações numéricas, e é re-
comendada a sua elaboração conforme as normas técnicas estabelecidas pela Funda-
ção Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 1993). Sempre que possível,
as tabelas devem ser inseridas na ordem em que aparecem no texto e apresentadas
próximas ao trecho onde são mencionadas pela primeira vez. Adicionalmente, de-
vem apresentar os dados ou as informações de modo claro e resumido.

De acordo com as normas referidas acima, uma tabela deve conter:

• Título – elemento explicativo sobre o conteúdo da tabela, como por


exemplo, o período ao qual se refere, o local de estudo, o fenômeno natural
descrito, entre outros;
• Corpo – conteúdo da tabela formado pelos dados/informações sobre o
tema, os quais são apresentados em linhas e colunas;
• Cabeçalho – elemento que descreve o conteúdo de cada coluna;
• Coluna indicadora – elemento que descreve o conteúdo de cada linha;
• Rodapé – elemento de natureza informativa, como fontes e notas.

Tabela 1 - Informações sobre Saneamento Básico nos Municípios do Litoral Paulista


Carga Poluidora
População IBGE
Atendimento (%)2
(2016)1
UGRHI Município (kg DBO/dia) Corpo Receptor

Total Urbana Coleta Tratamento Potencial Removida Remanescente

Ubatuba 87.364 85.246 30% 100% 4.603 1.231 3.372 Rios Diversos / Mar

Caraguatatuba 115.071 111.136 69% 100% 6.001 3.721 2.280 Rios Diversos / Mar
3
São Sebastião 84.294 83.343 36% 55% 4.501 809 3.691 Rios Diversos / Mar

Ilha Bela 32.782 32.556 28% 4% 1.758 18 1.741 Rios Diversos / Mar

Sub-total 4 Municípios 319.511 312.282 45% 38% - - - -

Fonte: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/população/
Fonte: Divisão de Apoio ao Controle de Fonte de Poluição (CETESB)

Fonte: CETESB, 2017

Observe o Título:
Informações sobre Saneamento Básico nos Municípios do Litoral Paulista

Conforme o exemplo acima, recomenda-se que o título indique todo o con-


teúdo da tabela de forma clara e objetiva. Quando cabível, uma sugestão de
ordem de apresentação é: natureza do estudo, variáveis escolhidas, local de
estudo e período ou época compreendida.

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Unidade 6
Tabela e Representação Gráfica de Dados

O cabeçalho é constituído por:

Carga Poluidora
População IBGE
Atendimento (%)2
(2016)1
UGRHI Município (kg DBO/dia) Corpo Receptor

Total Urbana Coleta Tratamento Potencial Removida Remanescente

A coluna indicadora contém as especificações das linhas:

Ubutuba
Caraguatatuba
3
São Sebastião
Ilha Bela
Sub-total 04 Municípios

O corpo da tabela é formado pelos números e outras informações:

87.364 85.246 30% 100% 4.603 1.231 3.372 Rios Diversos / Mar
115.071 111.136 69% 100% 6.001 3.721 2.280 Rios Diversos / Mar

84.294 83.343 36% 55% 4.501 809 3.691 Rios Diversos / Mar
32.782 32.556 28% 4% 1.758 18 1.741 Rios Diversos / Mar
319.511 312.282 45% 38% - - - -

E por fim, observe o rodapé, onde são citadas as fontes dos dados:
Fonte: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/população/

Fonte: Divisão de Apoio ao Controle de Fonte de Poluição (CETESB)

A tabela deve ser delimitada por riscos horizontais, mas não por riscos verti-
cais. Os riscos verticais podem ser utilizados apenas para separar as colunas, e não
devem ser aplicados nas extremidades laterais para fechar a tabela. Já o cabeçalho
deve ser destacado do corpo da tabela através de um risco horizontal.

ATENÇÃO!
As principais diferenças entre quadros e tabelas se referem ao seu conteúdo e forma-
tação. Embora as normas da ABNT não façam menção sobre o conteúdo do quadro, ge-
ralmente utiliza-se o quadro para a reunião de informações textuais, e as tabelas para
a síntese de dados numéricos. Com relação à formatação, o quadro irá apresentar suas
laterais fechadas, ou seja, linhas verticais delimitando o seu exterior, e nas tabelas não há
o emprego da moldura para a delimitação das laterais (Brandão, 2005; FSP/USP, 2015).

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As tabelas podem também conter fontes e notas em seu rodapé. As fontes
podem ser os pesquisadores ou as instituições que publicaram ou forneceram os
dados/informações, ou seja, responsáveis pelo levantamento dos dados/infor-
mações. Novamente, observando o exemplo anterior, podemos verificar a apre-
sentação de duas fontes: IBGE e CETESB (Divisão de Apoio ao Controle de Fontes
de Poluição), instituições que publicaram os dados.

Já as notas informam aspectos ou fatos relevantes do levantamento ou da


análise dos dados. Atentando para o exemplo 2, podemos notar o fornecimento de
mais detalhes e explicações sobre o tema e o conteúdo da tabela (elementos que
compõem o ICTEM – Índice de Coleta e Tratabilidade de Esgotos da População
Urbana de Municípios).

Exemplo 2: Tabela contendo informações sobre o saneamento básico nos


municípios do litoral paulista, com notas explicativas ao final. ETE: Estação
de Tratamento de Esgoto.

Tabela 2 - Elementos de Composição do ICTEM

Elementos do Indicador Composição (%) Ponderação


Coleta 15 1,5
Tratamento e Eficiência de Remoção 15 1,5
Eficiência Global de Remoção 65 6,5
Destino adequado de Lodos e Resíduos de Tratamento 2 0,2
Efluente da Estação não desenquadrada a classe do corpo receptor 3 0,3
Total 100 10

Notas:
i) coleta % da população urbana atendida por rede de esgotos ou sistemas isolados;
ii) tratamento e eficiência de remoção: % da população urbana com esgoto tratado;
iii) a efeiciência global de remoção depende da eficiência unitária das ETEs. Se a eficiência global for igual ou maior que 90% o valor para esse elemento
do indicador será de 6,5.

Fonte: CETESB, 2017

Ao observarmos os dados qualitativos, podemos classificar cada amostra em


uma determinada categoria, o que permite calcular frequências relativas. Isso
aumenta o nosso conhecimento sobre os dados e, consequentemente, sobre o
assunto em questão. Neste caso, a tabela pode ser útil para resumir as informações
de forma que mostre as contagens e respectivas frequências de cada categoria,
consistindo em uma tabela de distribuição de frequências.

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Unidade 6
Tabela e Representação Gráfica de Dados

Exemplo 3: Foi realizado um estudo anual sobre a balneabilidade de 4 praias


do litoral norte de São Paulo, ou seja, a qualidade da água para fins de recre-
ação. Para tal, foram feitas análises químicas e biológicas das águas semanal-
mente, totalizando 52 amostragens ao longo do ano, em cada praia. De acordo
com os resultados das análises, as amostras são classificadas como excelente,
muito boa, satisfatória e imprópria, indicando assim a qualidade (balneabili-
dade) das praias. A praia de Picinguaba obteve 23 amostras classificadas como
excelente, 20 como muito boa, 5 como satisfatória e 4 como imprópria. Todas
as amostras (52) da praia de Prumirim foram classificadas como excelente. A
praia de Félix obteve 44 amostras classificadas como excelente e 8 como muito
boa. Por fim, a praia da Enseada obteve 35 amostras classificadas como exce-
lente, 11 como muito boa e 6 como satisfatória. Como organizar em uma tabela
de distribuição de frequências o conjunto de dados apresentados?

Resposta: Na Tabela 1 estão as praias que foram analisadas (primeira coluna


ou coluna indicadora) e as frequências das classificações das amostras (se-
gunda a quinta coluna ou corpo da tabela). A soma das frequências é 52 (nú-
mero de análises efetuadas por praia) e está representada na última coluna.

Tabela 1 - Classificação da Qualidade das Amostras de quatro praisa do Litoral Norte de São Paulo

Praia Excelente Muito boa Satisfatória Imprópria Total


(Local de Amostragem) (Amostras)

PICINGUABA 23 20 5 4 52
PRUMIRIM 52 0 0 0 52
FÉLIX 44 8 0 0 52
ENSEADA 35 11 6 0 52

Fonte: Adaptado de CETESB, 2017

Assim, nas tabelas de distribuição de frequências, é bastante comum apresentar a


proporção (frequência relativa) de unidades (amostras) que pertencem a cada classe
(categoria). Essas frequências relativas podem ser apresentadas em porcentagens, e
consistem em informações mais interessantes (tabela 2). Contudo, é recomendado
apontar sempre também o total de unidades de amostras, pois indica a credibilidade
da informação dada (caso o número de amostras seja representativo).

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Para se calcular as frequências relativas em porcentagem para uma determinada
categoria, aplica-se a seguinte fórmula:

Frequência Relativa = Frequência ÷ tamanho da amostra × 100

Portanto, para a Praia de Picinguaba, por exemplo, temos:

Frequência Relativa (Excelênte) = 23 ÷ 52 × 100 = 44%


Frequência Relativa (Muito boa) = 20 ÷ 52 × 100 = 38%
Frequência Relativa (Satisfatória) = 5 ÷ 52 × 100 = 10%
Frequência Relativa (Imprópria) = 4 ÷ 52 × 100 = 8%

Tabela 2 - Frequência Relativa (em porcentagem) de ocorrência em cada categoria


de qualidade, de quatro praias do litoral norte de São Paulo.

Praia Excelente Muito boa Satisfatória Imprópria


(Local de Amostragem)

PICINGUABA 44 38 10 8
PRUMIRIM 100 0 0 0
FÉLIX 85 15 0 0
ENSEADA 67 21 12 0

Fonte: Adaptado de CETESB, 2017

Apresentação de Dados em Gráficos


Os gráficos são recursos utilizados para auxiliar a visualização da distribuição
das variáveis, permitindo ao leitor realizar uma interpretação dos dados de for-
ma mais objetiva e imediata. Desta forma, além de resumir um conjunto grande
de dados, os gráficos são capazes também de expor o que não é tão óbvio, evi-
denciando ideias e tendências que dificilmente seriam notadas.

Por isso, destaca-se que os gráficos possuem uma capacidade de sintetizar


informações, o que é imensamente útil para se processar e analisar dados e in-
formações. Assim, os gráficos devem ser atrativos, autoexplicativos e facilmente
compreensíveis, buscando sempre a simplicidade, objetividade e clareza na ex-
posição dos dados.

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Unidade 6
Tabela e Representação Gráfica de Dados

Em trabalhos científicos e relatórios técnicos, a principal meta dos gráficos


é evidenciar informações. Desta forma, a representação gráfica de um conjunto
de dados tem como propósito a apresentação dos resultados obtidos, subsidiando
a elaboração de conclusões mais consistentes sobre o assunto estudado.

Nesta seção, veremos como apresentar dados e informações em gráficos. Como


regras gerais iniciais podemos citar:

• Todos os gráficos devem apresentar títulos (do próprio gráfico e dos res-
pectivos eixos do plano cartesiano) e escalas;
• Os títulos devem ser colocados acima do gráfico;
• As escalas devem aumentar de baixo para cima (no eixo das ordenadas) e
da esquerda para a direita (no eixo das abscissas);
• As legendas autoexplicativas devem ser inseridas à direita do gráfico,
preferencialmente.

ATENÇÃO!
Apesar de hoje existirem programas computacionais, como o Excel e qualquer
software de estatística que geram gráficos automaticamente, é importante co-
nhecer o processo de elaboração de um gráfico para compreender o que ele re-
presenta e, assim, ajudar na escolha do tipo de gráfico mais adequado para a
variável que se quer representar e analisar.

Apresentação de Dados Qualitativos

Gráfico de Barras

O gráfico de barras pode ser usado para apresentar tanto as variáveis qualita-
tivas nominais quanto as ordinais, e a altura da barra representa as frequências
de cada categoria. Uma sequência adequada para produzir um gráfico de barras é:

• Desenhar o sistema de eixos cartesianos;

• Inserir as categorias da variável em questão no eixo horizontal (abscissas);

• Inserir as frequências ou as frequências relativas no eixo vertical (ordena-


das), respeitando a escala estabelecida;

• Desenhar as barras verticais para representar as frequências de cada cate-


goria da variável em questão, onde a altura de cada barra é proporcional à
frequência da categoria;

• Inserir os títulos dos eixos e o título geral da figura.

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Exemplo 4: O monitoramento do gás ozônio (O3), considerado um poluente
secundário, é efetuado regularmente na Região Metropolitana de São Paulo
(RMSP). No ano de 2015, a distribuição percentual anual da qualidade do ar
com relação a este poluente foi de 84,92% (das medições) para boa; 10,99%
para moderada; 3,20% para ruim; 0,82% para muito ruim e 0,08% para pés-
sima. Em 2016, os resultados indicaram 87,31% para boa; 10,12% para mode-
rada; 2,28% para ruim; 0,27% para muito ruim e 0,02% para péssima. Como
organizar estes dados em uma tabela de distribuição de frequências e desenhar
o gráfico de barras?

Resposta: Na tabela, as categorias (boa, moderada, ruim, muito ruim e péssi-


ma) se localizam na coluna indicadora e as porcentagens, no corpo da tabela.

Para desenhar este tipo de gráfico, pode-se utilizar a opção no Excel “gráfico
de colunas 100% empilhadas”, onde diversas séries são verticalmente empilhadas
até atingirem o total, ou seja, 100% (figura 2).

Tabela 3 - Distribuição percentual da qualidade do ar com relação a O3 na RMSP

Categoria 2015 2016


Boa 84,92% 87,31%
Moderada 10,99% 10,12%
Ruim 3,20% 2,28%
Muito Ruim 0,82% 0,27%
Péssima 0,08% 0,02%

Fonte: Adaptada de CETESB, 2017

Figura 2 - Exemplo de Gráfico de Barras


Fonte: Adaptada de CETESB, 2017

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Unidade 6
Tabela e Representação Gráfica de Dados

Em gráficos de barras verticais, os nomes das categorias às vezes podem ser


muito longos, o que torna a estrutura inadequada para esta apresentação. Assim,
a representação pode ser alternada para um gráfico de barras horizontais, mais
adequado para encaixar nomes longos sem ter que cortá-los.

Exemplo 5: Um dos critérios para a avaliação da balneabilidade das praias é


a contagem do número de colônias de bactérias indicadoras de contaminação
fecal. O resultado dessa análise microbiológica é expresso em Unidades For-
madoras de Colônias (UFC/100mL). Na figura 3, está representado um exemplo
de gráfico de barras horizontais, com o resultado de análises microbiológicas
realizadas em 6 praias do município de São Sebastião (São Paulo).

Figura 3 - Exemplo de Gráfico de Barras Horizontais


Fonte: Adaptada de CETESB, 2017

Gráfico de Setores

O gráfico de setores, conhecido informalmente também como gráfico de pizza,


é indicado, sobretudo, para representar variáveis qualitativas nominais. Os setores
do gráfico possuem área proporcional a sua frequência. É importante ressaltar que
este tipo de gráfico é recomendado para amostras cujo número de categorias seja
pequeno, pois, caso contrário, o grande número de setores pode dificultar a análise
dos dados ao não evidenciar a diferença existente entre as frequências.

Para elaborar um gráfico de setores:

• Traçar uma circunferência (possui 360°), que será correspondente ao total,


ou seja, 100%;

• A circunferência deverá então ser dividida em setores, correspondentes ao nú-


mero de categorias da variável que se quer analisar. Para o cálculo do ângulo de
cada setor, basta multiplicar a proporção de respostas na categoria por 360°;

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• Após a marcação dos ângulos na circunferência, deve-se traçar os raios;
• Colocar título na figura e nomear os eixos.

Exemplo 6: O Boletim do Desmatamento da Amazônia Legal (Fonseca et al.,


2014), mostrou que em outubro de 2014, o desmatamento se concentrou nos
estados de Rondônia (27%), Mato Grosso (23%), seguido pelo Pará (22%) e
Amazonas (13%), com menores ocorrências nos estados de Roraima (9%),
Acre (5%) e Amapá (1%).

Para construir um gráfico de setores (figura 4) sobre os dados acima fornecidos,


é necessário calcular o ângulo de cada setor do gráfico correspondente a sua
respectiva frequência relativa (proporção) (Tabela 4).

Tabela 4 - Percentual do desmatamento nos Estados


da Amazônia Legal em Outubro de 2014

Estado Porcentagem Porporção Ângulo


Rondônia 27% 0,27 0,27 x 360 = 97,2°
Mato Grosso 23% 0,23 0,23 x 360 = 82,8°
Pará 22% 0,22 0,22 x 360 = 79,2°
Amazonas 13% 0,13 0,13 x 360 = 46,8°
Roraima 9% 0,09 0,09 x 360 = 32,4°
Acre 5% 0,05 0,05 x 360 = 18°
Amapá 1% 0,01 0,01 x 360 = 3,6

Fonte: Fonseca et al. 2014

Figura 4 - Exemplo de Gráfico de Setores


Fonte: Fonseca et al. 2014

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Unidade 6
Tabela e Representação Gráfica de Dados

Apresentação de Dados Numéricos


Histograma
O histograma é a representação mais comum de dados numéricos, sendo indi-
cado, principalmente, quando estes são contínuos e o volume de dados é maior.
Assim, pode ser mais vantajoso condensar os dados, ou seja, criar uma tabela de
distribuição de frequências, com intervalos iguais e consecutivos, e a partir dessas
novas informações, desenhar um histograma. Como resultado, teremos retângulos
justapostos, organizados sobre as classes da variável que está sendo estudada.

Cada retângulo representante de uma classe possui uma altura que corresponde à
frequência observada desta classe. É possível elaborar um histograma tanto com as
frequências absolutas quanto com as frequências relativas.

Adicionalmente, podemos obter uma análise estatística básica dos dados atra-
vés da observação do histograma, através de informações sobre a forma, ponto
central e variação da distribuição.

Para elaborar um histograma:

• Desenhar o sistema de eixos cartesianos;


• Nomear as classes no eixo das abscissas. Para intervalos de classes iguais,
desenhar retângulos com bases (larguras) iguais e proporcionais aos in-
tervalos de classe;
• Traçar as barras com alturas iguais às frequências (ou às frequências rela-
tivas) das respectivas classes. A fim de se demonstrar a natureza contínua
da variável, as barras devem ser justapostas;
• Inserir os títulos dos eixos e o título geral da figura.

Exemplo 7: Considere uma pesquisa feita para analisar o pH de 73 amostras


de águas de chuva, coletadas ao longo de um ano. Os valores do pH variaram
entre 4 e 6,4. Devido ao grande número de dados e para melhor visualização
dos valores obtidos, estes foram separados em intervalos de pH de valor igual
a 0,5 (tabela 5) e posteriormente foi feito um histograma (figura 5) com os
dados da tabela.

Tabela 5 - Distribuição de Frequências ou Número de Eventos dos Valores de pH

Estado Porcentagem
4,0 ├ 4,5 9
4,5 ├ 5,0 14
5,0 ├ 5,5 24
5,5 ├ 6,0 11
13 13
6,5 ├ 7,0 2

Fonte: Adaptado de Flues et al. 2003

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Figura 5 - Exemplo de Gráfico de Histograma
Fonte: Flues et al. 2003

ATENÇÃO!
Há certa confusão na escolha de uso de gráfico de barras e histogramas, e frequente-
mente eles são empregados de maneira errada. O histograma é utilizado para dados
contínuos, e a base dos retângulos ou das barras representam intervalos consecutivos,
portanto, não há “espaço” entre as barras no gráfico; já um gráfico de barras é utilizado
para dados discretos e, neste caso, a base das barras representam categorias.

Polígono de Frequências

Assim como no histograma, os dados elaborados em tabelas de distribuição


de frequências também podem ser exibidos em gráficos denominados polígo-
nos de frequências. Este gráfico é, portanto, uma representação gráfica alter-
nativa aos histogramas.

O polígono de frequência é um gráfico de linha, cujas frequências são marcadas


sobre as perpendiculares ao eixo das abcissas a partir dos pontos médios de cada
intervalo de classe.

Para desenhar esse tipo de gráfico:

• Inicie traçando o sistema de eixos cartesianos;

• Marcar, no eixo das abscissas, os pontos correspondentes ao ponto médio


ou valores centrais de um intervalo, que equivale à média entre os dois
extremos do intervalo de uma classe;

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Unidade 6
Tabela e Representação Gráfica de Dados

• No eixo das ordenadas, marcar as frequências de classe;

• Unir os pontos obtidos por segmentos de reta;

• Por fim, para se obter um polígono, deve-se unir os limites da figura com
o eixo horizontal. Para isso, deve-se encontrar os valores médios no eixo
das abcissas da classe imediatamente inferior à primeira classe e superior
à ultima, respectivamente.

A figura 6 mostra o polígono de frequências construído a partir dos dados do


exemplo anterior (exemplo 7). Note que as informações obtidas pelo polígono de
frequências são análogas às verificadas no histograma.

Figura 6: Exemplo de Gráfico de Polígono de Frequências


Fonte: Adaptado de Flues et al. (2003)

Gráfico de Linhas

Os gráficos de linhas são bastante utilizados para visualizar variações e tendên-


cias das medidas de uma dada variável. Um caso particular deste tipo de gráfico é
a série temporal, onde as medições são realizadas ao longo do tempo e a variável
“tempo” está indicada no eixo das abcissas.

Para entender o processo de elaboração de um gráfico de linhas, vamos considerar


duas variáveis numéricas e denominar uma delas de X e a outra de Y. Portanto, cada
unidade da amostra fornece uma dupla de valores, um para cada variável.

Ao analisarmos a variação da variável Y em função da variável X, podemos


dizer que Y é a variável dependente e que X é a variável explanatória.

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Por exemplo, a temperatura terrestre varia em função dos meses do ano. En-
tão, a temperatura é a variável dependente e o mês é a variável explanatória.

Os profissionais da área ambiental costumam estudar a maneira como uma va-


riável oscila ao longo do tempo, analisando sua apresentação em um gráfico de
linhas. Esse gráfico pode ser elaborado de acordo com os itens abaixo:

• Escolher o conjunto de dados que indicam variação de determinado parâ-


metro ao longo do tempo que se pretende estudar;

• Traçar um sistema de eixos cartesianos, representando a variável tempo


(X) no eixo das abscissas e a variável Y no eixo das ordenadas;

• Estabelecer as escalas em cada eixo, efetuando as graduações necessárias;

• Desenhar no eixo cartesiano os pontos correspondentes a cada par de


valores (X, Y), unindo-os, em seguida, por segmentos de reta;

• Nomear os eixos de acordo com as respectivas variáveis e inserir o título


do gráfico.

Exemplo 8: Para se analisar a variação de temperatura ao longo dos meses


de maio e junho de 2017 para a região de Copacabana (Rio de Janeiro), foram
baixados dados do site do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) (tabela
6). Em seguida, para melhor visualização das variações diárias, os dados de
temperatura (Y) foram plotados em função do tempo (X), em um gráfico de
linhas (figura 7).

Tabela 6 - Temperaturas diárias entre Maio e Junho para a região de Copacabana (RJ)

Dia Temperatura Dia Temperatura Dia Temperatura


(continuação) (continuação)

18 - mai 20,6 29 - mai 20 9 - jun 28,3

19 - mai 19,8 30 - mai 18,7 10 - jun 19,1

20 - mai 19,7 31 - mai 19,9 11 - jun 17

21 - mai 19,9 1 - jun 20,4 12 - jun 18,3

22 - mai 19,9 2 - jun 21,1 13 - jun 19,9

23 - mai 19,5 3 - jun 19,1 14 - jun 20,1

24 - mai 17,8 4 - jun 19,3 15 - jun 19,1

25 - mai 20,6 5 - jun 22,3 16 - jun 20,3

26 - mai 21,7 6 - jun 23,1 17 - jun 19,5

27 - mai 20,1 7 - jun 20,9 18 - jun 20,9

28 - mai 21,1 8 - jun 22

Fonte: Inmet

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Unidade 6
Tabela e Representação Gráfica de Dados

Figura 7 - Exemplo de Série Temporal, um tipo de Gráfico de Linhas


Fonte: Inmet

22
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

  Livros
A Prática da Estatística nas Ciências da Vida.
BALDI, B.; MOORE, D. S. A Prática da Estatística nas Ciências da Vida. 2.ed. Rio de Janeiro:
LTC, 2014.

Estatística Aplicada com Excel: para cursos de Administração e Economia


BRAULE, R. Estatística aplicada com Excel: para cursos de administração e economia. Rio de
Janeiro: Campus, 2001.

Introdução à Estatística
DORIA, U. Introdução à Estatística. São Paulo: Negócio Ed., 1999.

Introdução à Estatística
KOKOSKA, S. Introdução à Estatística: uma abordagem por resolução de problemas. 2. ed. Rio
de Janeiro: LTC, 2013.

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Unidade 6
Tabela e Representação Gráfica de Dados

Referências
BRANDÃO, M. L. Pedagogia Médica – Tema: Tabelas, Quadros e Figuras. Revista
da SOCERJ. v.18, n.6, p. 566 – 568.

CETESB. Qualidade do Ar no Estado de São Paulo 2016 [recurso eletrônico]. São


Paulo: CETESB, 2017. p.198.

CETESB. Relatório de Qualidade das Praias no Estado de São Paulo 2016. São
Paulo: CETESB, 2017. p.184.

FLUES, M.; HAMA, P.; FORNARO, A. Avaliação do Nível da Vulnerabilidade do


Solo devido à presença de termelétrica a carvão (Figueira, PR- Brasil). São
Paulo: Química Nova, 26(4), p. 479-483, 2003.

FONSECA, A.; SOUZA Jr., C.; Veríssimo, A. Boletim do desmatamento da Amazônia


Legal (outubro de 2014) SAD. Belém: Imazon. 2014. p. 1-10.

FSP/USP – FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO


PAULO.  Guia de Apresentação de Teses. 2.ed. São Paulo: FSP/USP. Recurso
eletrônico.  Disponível em: www.biblioteca.fsp.usp.br/guia.

IBGE. Normas de Apresentação Tabular. 3 ed. Rio de Janeiro: IBGE, 1993. p.61.

VIEIRA, S. Introdução à Bioestatística [recurso digital]. Rio de Janeiro: Elsevier,


2011. p.345

24
São Paulo
2017

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