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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
HIDROLOGIA BÁSICA

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

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CURSO DE
HIDROLOGIA BÁSICA

MÓDULO II

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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MÓDULO II

6 PRECIPITAÇÃO

Entende-se por precipitações atmosféricas como sendo o conjunto de águas


originadas do vapor de água atmosférico que cai em estado líquido ou sólido, sobre
a superfície da terra. O conceito engloba, portanto, não somente a chuva, mas
também a neve, o granizo, o nevoeiro, o sereno e a geada (GARCEZ & ALVAREZ,
1988).
A chuva é a causa mais importante dos processos hidrológicos de interesse
da engenharia e é caracterizada por uma grande aleatoriedade espacial e temporal
(COLLISCHONN & TASSI, 2008). Conhecer o padrão de precipitações de uma
região é importante para se conhecer a disponibilidade hídrica do local; para isso
são necessários estudos a partir de séries históricas de precipitação com longos
períodos de observação (o ideal é de no mínimo 30 anos). Esses estudos têm a
função de fornecer o padrão de comportamento das precipitações e permitir que os
projetos e planos que envolvem essa variável sejam feitos com maior confiabilidade
(FINOTTI et al, 2009).

6.1 FORMAS DE PRECIPITAÇÃO

A quantidade de vapor d’água presente na atmosfera é essencial para que


possa ocorrer a precipitação, porém existem outros fatores meteorológicos
importantes nesse processo.
As formas de precipitação onde a umidade atmosférica precipita sobre a
superfície terrestre segundo Lima (2008), podem ser:

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 Garoa: precipitação uniforme consistindo de gotas de diâmetro inferior
a 0,5 mm, de intensidade geralmente baixa (inferior a 1 mm/h) (Figura 9).

FIGURA 9 - GAROA EM CIDADE

FONTE: Disponível em: <bocoiola.blogspot.com.br>.


Acesso em: 04 jan. 2014.

 Chuva: precipitação cujas gotas apresentam diâmetro superior a 0,5 mm. A


intensidade pode geralmente enquadrar-se em três categorias: leve (até 2,5
mm/h), moderada (2,6 a 7,5 mm/h), pesada (superior a 7,5 mm/h) (Figura 10).

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FIGURA 10 - CHUVA NO ASFALTO

FONTE: Disponível em: <http://morandonaamerica.com/2011/06/caindo-do-ceu/>.


Acesso em 06 jan. 2014.

 Granizo: precipitação na forma de pedras de gelo. Ocorre durante


tempestades, quando há formação de violentas correntes ascendentes e
descendentes nas nuvens. É um fenômeno que ocorre no final da primavera ou do
verão, ao invés de no inverno, pois uma das condições é que a temperatura próxima
ao solo seja superior a 0ºC (Figura 11).

FIGURA 11 - GRANIZO NO ASFALTO

FONTE: Disponível em: <http://tribunadeuruguaiana.blogspot.com.br/2011/09/choveu-5mm-granizo-e-


temperatura-ronda.html>. Acesso em: 07 jan. 2014.

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 Neve: cristais de gelo formados a partir do vapor de água quando a
temperatura do ar é de 0ºC ou menos (Figura 12).

FIGURA 12. NEVE PRÓXIMO AS MONTANHAS.

FONTE: Disponível em: <http://cienciaeagua.blogspot.com.br/search?updated-max=2011-05-


07T13:52:00-07:00&max-results=7&start=14&by-date=false>.
Acesso em: 07 jan. 2014.

6.2 CAUSAS E TIPOS DA PRECIPITAÇÃO

O processo de formação das nuvens de chuva está associado ao movimento


ascendente de uma massa de ar úmido. Neste processo a temperatura do ar vai
diminuindo até que o vapor do ar começa a condensar. Isto ocorre porque a
quantidade de água que o ar pode conter sem que ocorra condensação é maior para
o ar quente do que para o ar frio. Quando este vapor se condensa, pequenas gotas
começam a se formar, permanecendo suspensas no ar por fortes correntes
ascendentes e pela turbulência. Porém, em certas condições, as gotas das nuvens
crescem, atingindo tamanho e peso suficiente para vencer as correntes de ar que as
sustentam.
Nestas condições, a água das nuvens se precipita para a superfície da
Terra, na forma de chuva. A formação das nuvens de chuva está, em geral,
associada ao movimento ascendente de massas de ar úmido. A causa da ascensão

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do ar úmido é considerada para diferenciar os principais tipos de chuva: frontais,
convectivas ou orográficas (COLLISCHONN & TASSI, 2008).

 Chuva frontal ou cliclônica


São chuvas associadas às chamadas frentes, ou seja, o conflito entre
massas de ar (Figura 13a).

 Chuvas convectivas
Resultam da ascensão do ar cuja temperatura ficou maior que a do meio. O
contraste de temperatura que dá início ao processo de convecção pode resultar de
várias causas, como por exemplo, pelo aquecimento da superfície. Chuvas
convectivas podem variar de leve a pesada, dependendo das condições de umidade
e do contraste térmico. Frequentemente as tempestades com trovão são do tipo
convectivo, originando pancadas fortes de chuva, que despejam grande volume de
água, em curto período de tempo, e sobre uma área relativamente pequena (Figura
13b).

 Chuvas orográficas
Resultam da ascensão do ar sobre barreiras físicas, como as montanhas,
por exemplo. (Figura 13c) A orografia é menos efetiva em remover a umidade do ar,
em comparação com os outros dois mecanismos de ascensão. Todavia, ela é muito
efetiva em causar precipitação numa mesma área ou região, ano após ano, ou
mesmo continuamente durante longos períodos (GILMAN, 1964).

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FIGURA 13 - TIPOS DE CHUVAS

FONTE: COLLISCHONN & TASSI, 2008.

6.3 MEDIDAS PLUVIOMÉTRICAS

De modo geral a medida das precipitações atmosféricas é simples, sendo


feita pela computação da quantidade de água recolhida em uma determinada área
(GARCEZ & ALVAREZ, 1988), essas medidas podem ser realizadas em aparelhos
denominados pluviômetros ou pluviógrafos, geralmente em intervalos de tempo de
24 horas.

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6.3.1 Grandezas Características das medidas pluviométricas

Conforme Tucci (2009) as grandezas características das medidas


pluviométricas podem ser definidas como:

 Altura pluviométrica (P ou r)
É a espessura mediada lâmina de água precipitada que recobriria a região
atingida pela precipitação admitindo-se que essa água não infiltrasse, não
evaporasse, nem escoasse para fora dos limites da região. A unidade habitual é o
milímetro de chuva, definido como quantidade de precipitação correspondente ao
volume de 1L por m2.

 Duração (t)
É o período de tempo durante o qual a chuva cai. As unidades normalmente
utilizadas são o minuto ou a hora.

 Intensidade da precipitação (i)


É a precipitação por unidade de tempo, obtida com a relação .

Expressa-se normalmente em mm/h ou mm/min.

 Frequência de probabilidade ou tempo de recorrência (Tr)


O Tr é o número médio de anos durante o qual espera-se que a precipitação
analisada seja igualada ou superada. O seu inverso é a probabilidade de um
fenômeno igual ou superior ao analisado, se apresentar em um ano qualquer
(probabilidade anual).

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6.3.2 Instrumentos de Medição

Os principais aparelhos utilizados para realizar as medidas da precipitação


atmosférica são os pluviômetros e os pluviógrafos, os quais são descritos a seguir:
 Pluviômetros
São recipientes para coletar a água precipitada com algumas dimensões
padronizadas. O pluviômetro mais utilizado no Brasil tem uma forma cilíndrica com
uma área superior de captação da chuva de 400 cm 2, de modo que um volume de
40 mL de água acumulado no pluviômetro corresponda a 1 mm de chuva (Figura
14). O pluviômetro é instalado a uma altura padrão de 1,50 m do solo e a uma certa
distância de casas, árvores e outros obstáculos que podem interferir na quantidade
de chuva captada (COLLISCHONN & TASSI, 2008).

FIGURA 14 - CARACTERÍSTICAS DE UM PLUVIÔMETRO.

FONTE: COLLISCHONN & TASSI, 2008.

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 Pluviógrafos
Os pluviógrafos são instrumentos que fazem o registro contínuo das
variações das alturas da precipitação ao longo do tempo (Figura 15). Segundo
Garcez & Alvarez (1988), quando é necessário conhecer a intensidade da chuva, é
necessário realizar o registro contínuo das precipitações, ou seja, quantidade de
água recolhida no aparelho, sendo assim utiliza-se o pluviógrafo.

FIGURA 15 - ESQUEMA DE FUNCIONAMENTO DE UM PLUVIÓGRAFO.

FONTE: Disponível em: <http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/Dren02.html>.


Acesso em 04 jan. 2014.

A principal vantagem do pluviógrafo em relação ao pluviômetro é que


permite analisar detalhadamente os eventos de chuva e sua variação ao longo do
dia.

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6.4 ANÁLISE DOS DADOS DE PRECIPITAÇÃO

O objetivo de uma estação pluviométrica é o de obter uma série histórica


sem interrupções das precipitações e suas intensidades ao longo dos eventos de
chuva. Porém, podem ocorrer casos em que exista períodos sem informações ou
com erros nas observações, sendo assim, é importante que inicialmente esses
dados sejam analisados e corrigidos para posteriormente serem utilizados.

De acordo com Garcez & Alvarez (1988) o preparo inicial dos dados consta
de:

 Tabulação e correção
Eliminação e correção de erros grosseiros e sistemáticos (por exemplo, os
devido ao mau funcionamento dos aparelhos de relojoaria etc.). As séries assim
corrigidas devem ser tabuladas e dispostas em fichas padronizadas.

 Análise comparativa da validade dos dados médios


Para garantir a correção das observações é sempre útil comparar as
precipitações mensais, anuais (e mesmo semanais ou determinadas chuvas) e suas
distribuições com as obtidas nos mesmos períodos (ou em períodos equivalentes)
em estações vizinhas. Essas comparações podem fornecer indicações sobre a
validade dos dados.
Podem ocorrer falhas nas observações, devido a problemas com aparelhos
de registro e/ou com o operador do posto. Essas falhas devem ser preenchidas por
métodos estatísticos. Dentre eles, os mais comuns para preenchimento de falhas
são o Método de Ponderação Regional e o Método de Regressão Linear.

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6.5 DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL

A variabilidade espacial de chuvas é aleatória, ou seja, sem padrões


definidos assim como na distribuição temporal. Estas informações são raras dentro
da realidade brasileira. Esta variabilidade levou a dois procedimentos básicos: a
padronização de isoietas que produzem as condições mais favoráveis, e a
determinação da curva altura pluviométrica-área-duração que permite transferir o
resultado pontual para o espacial. Adota-se cerca de 10 milhas² ou cerca de 25 km²
em que os valores pontuais de intensidade média máximas não se reduzem. A
medida que a intensidade aumenta esses valores podem ser reduzidos (TEIXEIRA,
2010).

6.6 DISTRIBUIÇÃO TEMPORAL

Estudos realizados mostram que existe uma grande viabilidade na


distribuição temporal das chuvas durante as tempestades. Para esta variação, não
existe um padrão definido e o processo é totalmente aleatório diferente do registro
de um pluviômetro onde se lê total precipitado em um determinado período. Por este
motivo que alguns padrões foram desenvolvidos para as condições mais
desfavoráveis ou que produzem maiores hidrogramas, com a finalidade de
representar a distribuição temporal das chuvas (TEIXEIRA, 2010).

7 EVAPOTRANSPIRAÇÃO

Como a evaporação é o conjunto de fenômenos físicos que transformam em


vapor a água precipitada sobre a superfície do solo e a água dos mares, lagos, rios

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e dos reservatórios de acumulação; e a transpiração é o processo de evaporação
decorrente de ações fisiológicas dos vegetais. A evapotranspiração define-se como
conjunto de processos físicos e fisiológicos que transformam a água da existente na
superfície da Terra em vapor.

7.1 GRANDEZAS CARACTERÍSTICAS

De acordo com Garcez & Alvarez (1988), são grandezas características da


evapotranspiração:

 Perdas por evaporação ou por transpiração


Quantidade de água evaporada (ou transpirada) por unidade de área
horizontal durante um certo tempo. Essa grandeza costuma ser medida em mm.

 Intensidade de evaporação ou de transpiração


Rapidez com que se processa o fenômeno de evaporação ou de
transpiração. Essa grandeza é expressa comumente em mm/hora ou mm/dia.

7.2 FATORES QUE INTERFEREM NA EVAPOTRANSPIRAÇÃO

Os principais fatores que afetam a evaporação são a temperatura, a


umidade do ar, a velocidade do vento e a radiação solar.

 Temperatura
À medida que a temperatura aumenta a intensidade de evaporação é
favorecida porque torna maior a quantidade de vapor de água que pode estar
presente no mesmo volume de ar, quando é atingido o grau de saturação do ar.

 Grau de umidade relativa do ar atmosférico

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O grau de umidade relativa do ar atmosférico pode ser definido como a
relação entre a quantidade de vapor de água presente e a quantidade de vapor de
água que o mesmo volume de ar conteria se estivesse saturado de umidade
(PINTO, HOLTZ & MARTINS, 1967), expresso em porcentagem.
Quanto maior o grau de umidade, menor a intensidade de evaporação. O
fenômeno é regulado pela lei de Galton descrita pela equação:

Onde:
E = intensidade de evaporação;
C = constante que faz parte de fatores relacionados à evaporação;
p0 = pressão de saturação do ar à temperatura da água;
pa = pressão de vapor de água no ar atmosférico.

 Vento
O vento intervém ativamente no fenômeno da evaporação, aumentando a
intensidade desta por afastar a proximidade das superfícies de evaporação as
massas de ar de elevado grau de umidade (Garcez & Alvarez, 1988).

 Radiação solar
O calor radiante fornecido pelo Sol constitui a energia motora do ciclo
hidrológico (GARCEZ & ALVAREZ, 1988).

7.3 INSTRUMENTOS DE MEDIDA DE EVAPORAÇÃO

A evaporação é medida de forma semelhante à precipitação, utilizando


unidades de mm para caracterizar a lâmina evaporada ao longo de um determinado
intervalo de tempo. As formas mais comuns de medir a evaporação são o Tanque
Classe A e o Evaporímetro de Piche (COLLISCHONN & TASSI, 2008).

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7.3.1 Tanque Classe A

O tanque Classe A (Figura 16) é um recipiente metálico que tem forma


circular com um diâmetro de 121 cm e profundidade de 25,5 cm. Construído em aço
ou ferro galvanizado, deve ser pintado na cor alumínio e instalado numa plataforma
de madeira a 15 cm da superfície do solo. Deve permanecer com água variando
entre 5,0 e 7,5 cm da borda superior (COLLISCHONN & TASSI, 2008).

FIGURA 16 - TANQUE CLASSE A PARA MEDIÇÃO DA EVAPORAÇÃO.

FONTE: COLLISCHONN & TASSI, 2008.

A medição de evaporação no Tanque Classe A é realizada diariamente


diretamente numa régua, ou ponta linimétrica, instalada dentro do tanque, sendo que
são compensados os valores da precipitação do dia. Por essa razão o Tanque

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Classe A é instalado em estações meteorológicas em conjunto com um pluviômetro
(COLLISCHONN & TASSI, 2008).

7.3.2 Evaporímetro de Piche

O evaporímetro de Piche é constituído por um tubo cilíndrico, de vidro, de 25


cm de comprimento e 1,5 cm de diâmetro (Figura 17). O tubo é graduado e fechado
em sua parte superior; a abertura inferior é tampada por uma folha circular de papel
de filtro padronizado fixada por capilaridade e pressionada por uma mola (GARCEZ
& ALVAREZ, 1988). A extremidade inferior é tapada, depois de o tubo estar cheio
com água destilada, com um disco de papel de filtro de 3 cm de diâmetro e 0,5 cm
de espessura, que deve ser previamente molhado com água (COLLISCHONN &
TASSI, 2008). A água destilada se evapora progressivamente pela folha de papel de
filtro, e a diminuição do nível de água no tubo permite calcular a taxa de evaporação
(GARCEZ & ALVAREZ, 1988).

FIGURA 17 - EVAPORÍMETRO DE PICHE.

FONTE: Disponível em: <http://www.soilcontrol.com.br/produto/92573/evaporimetro-de-piche.aspx>.


Acesso em: 07 jan. 2014.

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7.4 TRANSPIRAÇÃO

A vegetação retira água do solo e transmite à atmosfera por ação da


transpiração das suas folhas. Este fenômeno é função da capacidade de
evaporação da atmosfera, dependendo, portanto, do grau de umidade relativa do ar,
da temperatura e da velocidade do vento (PINTO, HOLTZ & MARTINS, 1967).
Como vimos, a transpiração é a transferência da água do solo, e uma das
variáveis mais importantes é a umidade do solo. Quando o solo está úmido as
plantas transpiram livremente, e a taxa de transpiração é controlada pelas variáveis
atmosféricas. Porém, quando o solo começa a secar o fluxo de transpiração começa
a diminuir. As próprias plantas têm certo controle ativo sobre a transpiração ao
fechar ou abrir os estômatos, que são as aberturas na superfície das folhas por onde
ocorre a passagem do vapor para a atmosfera (COLLISCHONN & TASSI, 2008).

7.4.1 Medida de Transpiração

Os processos de medida da transpiração podem ser classificados em três


categorias de acordo com GARCEZ & ALVAREZ (1988):

 Processo baseado na medida direta do vapor de água transpirado;


 Processo baseado na medida da mudança de peso da planta e do
terreno que a alimenta;
 Processo baseado na medida da quantidade de água necessária para
a alimentação da planta e de sua transpiração (lisímetros).
Os lisímetros (Figura 18) são depósitos ou tanques enterrados, abertos na
parte superior, os quais são preenchidos com o solo e a vegetação característica
dos quais se deseja medir a evapotranspiração. O solo recebe a precipitação, e é
drenado para o fundo do aparelho onde a água é coletada e medida. O depósito é

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pesado diariamente, assim como a chuva e os volumes escoados de forma
superficial e que saem por orifícios no fundo do lisímetro (COLLISCHONN & TASSI,
2008).

FIGURA 18 - LISÍMETRO PARA MEDIÇÃO DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO.

FONTE: COLLISCHONN e TASSI, 2008.

7.5 MEDIDA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO

A evapotranspiração pode ser medida em condições ideais de umidade do


solo, sendo assim chamada de evapotranspiração potencial. Enquanto a taxa que
ocorre para condições reais de umidade do solo é a Evapotranspiração Real. Sendo
que a evapotranspiração real é sempre igual ou inferior à evapotranspiração
potencial segundo GANGOPADHYAYA et al. (1968).

A medição da evapotranspiração é relativamente mais complicada do que a


medição da evaporação. Existem dois métodos principais de medição de
evapotranspiração: os lisímetros (que foram citados anteriormente) e as medições
micrometeorológicas.

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Com os dados obtidos com o auxílio do lisímetro se calcula a
evapotranspiração por balanço hídrico entre dois dias subsequentes de acordo com
a equação:

E = P - Qs – Qb – ΔV

Onde:
E = evapotranspiração;
P = chuva (medida num pluviômetro);
Qs = escoamento superficial (medido);
Qb = escoamento subterrâneo (medido no fundo do tanque);
ΔV = variação de volume de água (medida pelo peso).

A medição de evapotranspiração por métodos micrometeorológicos envolve


a medição das variáveis do vento e umidade relativa do ar em alta frequência. Para
a realização dessas medições são necessários sensores de resposta muito rápida
para medir a velocidade do ar e sua umidade, e um processador capaz de integrar
os fluxos de velocidade ascendente do vento (w’) e umidade (q’) ao longo do tempo
(COLLISCHONN & TASSI, 2008).

8 INFILTRAÇÃO

Infiltração é a passagem da água da superfície para o interior do solo.


Portanto, é um processo que depende fundamentalmente da água disponível para
infiltrar, da natureza do solo, do estado da sua superfície e das quantidades de água
e ar, inicialmente presentes no seu interior (TUCCI, 2009). A infiltração de água no
solo é importante para o crescimento da vegetação, para o abastecimento dos
aquíferos (reservatórios de água subterrânea), para armazenar a água que mantém
o fluxo nos rios durante as estiagens, para reduzir o escoamento superficial, reduzir
as cheias e diminuir a erosão (COLLISCHONN & TASSI, 2008).

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8.1 GRANDEZAS CARACTERÍSTICAS

Garcez & Alvarez (1988) apresentam as sete grandezas características da


infiltração, sendo elas:

 Capacidade de infiltração
É a quantidade de água máxima que um solo, em condições
preestabelecidas, pode absorver por unidade de superfície horizontal, durante a
unidade de tempo. Pode ser medida pela altura de água que se infiltrou, expressa
em mm/hora.

 Distribuição granulométrica
É a distribuição das partículas constitutivas de solos granulares em função
das dimensões das mesmas. Costuma ser representada graficamente pela curva de
distribuição granulométrica.

 Porosidade
É a relação entre o volume de vazios e o volume total do solo; geralmente é
expressa em porcentagem. A porosidade está em relação íntima com a
granulometria e com a forma dos grãos.

 Velocidade de filtração
É a velocidade média fictícia de escoamento da água através de um solo
saturado, considerando-se como seção de escoamento não apenas a soma das
seções dos interstícios, mas toda a superfície atuante. Numericamente é igual a
quantidade de água que passa através da unidade de superfície de material filtrante
durante a unidade de tempo. É expressa em m/s, ou em m/dia ou em m 3/m2dia ou
ainda em mm/s.

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 Coeficiente de permeabilidade
É a velocidade da filtração da água em um solo saturado, quando se tem um
escoamento com perda de carga unitária a uma certa temperatura. Esse coeficiente
mede a maior ou menor facilidade que cada solo, quando saturado, oferece ao
escoamento da água através de seus interstícios. Ele é expresso em m/dia, cm/s,
m3/m2dia.

 Suprimento específico
É a quantidade máxima de água que se pode obter de um solo saturado por
meio de drenagem natural. Geralmente é expresso em porcentagem do volume de
solo saturado.

 Retenção específica
É a quantidade de água que fica retida (por adesão e capilaridade) no solo,
após este ser submetido a um máximo de drenagem natural. É expressa em
porcentagem do volume do solo saturado.

8.2 FATORES QUE INTERFEREM NA INFILTRAÇÃO

A infiltração é um processo que depende, em maior ou menor grau, de


diversos fatores, dentre eles PINTO, HOLTZ & MARTINS (1967) define alguns:

 Tipo de solo
A capacidade de infiltração varia diretamente com a porosidade, o tamanho
das partículas do solo e o estado de fissuração das rochas. As características
presentes em pequena camada superficial, com espessura da ordem de 1 cm, tem
influência sobre a capacidade de infiltração.

 Cobertura vegetal
A presença da vegetação atenua ou elimina a ação da compactação da
água da chuva e permite o estabelecimento de uma camada de matéria orgânica em

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decomposição que favorece a atividade escavadora de insetos e animais, favorece
também a infiltração, pois dificulta o escoamento superficial da água. Cessada a
chuva retira a umidade do solo, pelas suas raízes, possibilitando maiores valores da
capacidade de infiltração no início das precipitações.

 Grau de umidade do solo


Parte da água que precipita sobre o solo seco é absorvida por ação de
capilaridade que se soma a ação da gravidade. Se o solo, no início da precipitação,
já apresenta certa umidade, tem uma capacidade de infiltração menor do que a que
teria se estivesse seco.

 Efeito da precipitação sobre o solo


A água da chuva chocando-se contra o solo promovem a compactação da
sua superfície, diminuindo a capacidade de infiltração, destacam e transportam os
materiais finos que pela sua sedimentação posterior tendem a diminuir a porosidade
da superfície; umedecem a superfície do solo, saturando as camadas próximas
aumentando a resistência à penetração da água e, atuam sobre as partículas de
substâncias coloidais que ao entumecer reduzem a dimensão dos espaços
intergranulares.

 Compactação devido ao homem e aos animais


Em locais onde há tráfego constante homens, veículos, animais (pastagens)
a superfície é submetida a compactação que a torna relativamente impermeável.

 Influência de outros fatores


A capacidade de infiltração pode ser elevada pela atuação de fenômenos
naturais que provocam o aumento da permeabilidade como:
- escavações feitas por animais;
- decomposição das raízes dos vegetais;
- temperatura da água que influi na sua viscosidade, fazendo com que a
infiltração nos meses frios seja menor que nos meses quentes.
- presença de ar nos vazios do solo, sendo expulso pela água quando
penetra no solo.

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8.3 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO DA CAPACIDADE DE INFILTRAÇÃO

Os métodos comumente utilizados para se determinar a capacidade de


infiltração da água no solo são:

 Infiltrômetro de anel com aplicação de água por inundação.


Aplicam-se uma determinada vazão de água em uma área delimitada por
tubos e a capacidade de infiltração em um dado instante é obtida pelo quociente
entre a vazão de admissão da água e a área de seção do tubo, conforme a Figura
19.

FIGURA 19 - REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE UM INFILTRÔMETRO DE


ANEL.

FONTE: Disponível em: <http://cientec.net/cientec/InformacoesTecnicas_Irriga/Solo_Infiltracao.asp>.


Acesso em: 05 jan. 2014.

 Simuladores de chuva ou infiltrômetro de aspersão


Nesse caso em uma área delimitada a água é aplicada por meio de
aspersores horizontais e a capacidade de infiltração em um dado instante é medida
pela diferença entre as vazões de admissão e de efluência superficial dividida pela
área de aplicação (Figura 20).

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FIGURA 20 - SIMULADOR DE CHUVA

FONTE: Edino Ferreira da Silva. Disponível em:


<http://www.iapar.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=162&evento=52>.
Acesso em: 07 jan. 2014.

FIM DO MÓDULO II

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