Вы находитесь на странице: 1из 17

4/20/2020 Protegendo nossas vidas e nossos meios de sobrevivência: o imperativo de nosso tempo | McKinsey


Brasil

Protegendo nossas vidas e nossos


meios de sobrevivência: o imperativo
de nosso tempo
março 2020 | Artigo

Por Sven Smit , Martin Hirt , Kevin Buehler , Susan Lund , Ezra Greenberg , e Arvind Govindarajan

Precisamos encontrar uma solução para o vírus e para a economia.


Combater o vírus é o começo.

Tudo mudou. Há apenas algumas semanas, todos nós vivíamos as nossas vidas
ocupadas normalmente. Agora, aquilo que muitas vezes era subestimado – uma noite com
amigos, deslocamentos diários, pegar um voo de volta para casa – não é mais possível.
Relatos diários de infecções e mortes crescentes em todo o mundo aumentam nossa
ansiedade e, em casos de perda pessoal, deixam-nos em luto. Há incertezas sobre o
futuro, a saúde e a segurança de nossas famílias, amigos e entes queridos, assim como
sobre nossa capacidade de viver a vida que amamos.

https://www.mckinsey.com.br/our-insights/safeguarding-our-lives-and-our-livelihoods-the-imperative-of-our-time 1/17
4/20/2020 Protegendo nossas vidas e nossos meios de sobrevivência: o imperativo de nosso tempo | McKinsey

Special Collection

Coronavirus
Insights on how organizations can respond,  
and what happens next
Explore the collection

https://www.mckinsey.com.br/our-insights/safeguarding-our-lives-and-our-livelihoods-the-imperative-of-our-time 2/17
4/20/2020 Protegendo nossas vidas e nossos meios de sobrevivência: o imperativo de nosso tempo | McKinsey

Além da preocupação imediata sobre o impacto real na vida humana, há o temor sobre a
grave recessão econômica que pode resultar de uma longa batalha contra o novo
coronavírus. Empresas estão sendo fechadas e as pessoas estão perdendo seus
empregos. Acreditamos e esperamos que haja uma alternativa diferente daquela
publicada no recente editorial do Wall Street Journal que sugere que, em breve,
enfrentaremos um dilema, uma terrível escolha entre prejudicar gravemente nossos meios
de subsistência com lockdowns prolongados ou sacrificar a vida de milhares, se não
milhões, por um vírus de rápida propagação. Nós discordamos. Ninguém quer ser
obrigado a fazer essa escolha e precisamos fazer tudo o que for possível para encontrar
soluções.

Por que este é o imperativo do nosso tempo? Com base em múltiplas fontes e em nossa
análise, o choque dos trabalhos de combate ao vírus nas nossas vidas e meios de
subsistência pode ser o maior em quase um século. Na Europa e nos Estados Unidos, os
lockdowns necessários da população e outros esforços para controlar o vírus devem levar
ao maior declínio trimestral da atividade econômica desde 1933. Nunca na história
moderna sugerimos que as pessoas não trabalhem, que a população de países inteiros
permaneça em casa e que nos mantenhamos a uma distância segura uns dos outros. Não
se trata de PIB ou economia: é sobre nossas vidas e nossa sobrevivência.

Vemos um enorme investimento de energia no combate ao vírus, enquanto muitos exigem


medidas ainda mais rápidas e rigorosas. Também vemos uma energia enorme aplicada à
estabilização da economia por meio de políticas públicas. No entanto, para evitar danos
permanentes aos nossos meios de subsistência, precisamos encontrar maneiras de
definir um "timebox"[ 1 ] para este evento: devemos pensar em como conter o vírus e
diminuir a duração do choque econômico (Quadro 1). E precisamos fazer ambos agora!

https://www.mckinsey.com.br/our-insights/safeguarding-our-lives-and-our-livelihoods-the-imperative-of-our-time 3/17
4/20/2020 Protegendo nossas vidas e nossos meios de sobrevivência: o imperativo de nosso tempo | McKinsey

Exhibit 1

Para encontrar uma solução tanto para o vírus como para a economia, precisamos
estabelecer comportamentos que impeçam a propagação do vírus, trabalhando para que
a maioria das pessoas possa voltar ao trabalho, às atividades familiares e à vida social.

Até o momento, a única forma comprovada de conter o vírus, uma vez que a transmissão
comunitária já é generalizada, é através da imposição de lockdowns significativos,
distanciamento físico disciplinado, testes e rastreamento de contatos. China, Japão,
Singapura e Coreia do Sul mostraram que essas medidas são capazes de impedir a
propagação do vírus e permitir a retomada da atividade econômica, pelo menos até certo
ponto. Todos estão acompanhando de perto os acontecimentos na Itália e em muitos
outros países para saber se as medidas de controle existentes são suficientes para frear o
aumento de infecções e mortes. Nosso objetivo comum deve ser implementar a melhor
resposta possível para deter essa crise.

https://www.mckinsey.com.br/our-insights/safeguarding-our-lives-and-our-livelihoods-the-imperative-of-our-time 4/17
4/20/2020 Protegendo nossas vidas e nossos meios de sobrevivência: o imperativo de nosso tempo | McKinsey

Ao mesmo tempo, líderes globais e locais também estão considerando o impacto


econômico dessas medidas. O que acontecerá se muitas empresas deixarem de operar ou
precisarem reduzir significativamente suas atividades? Por quanto tempo podemos fazer
isso? Até que ponto podemos sustentar um choque econômico sem causar um sofrimento
humano que nossa sociedade não é capaz ou não está disposta a suportar?

Nas próximas seções, apresentamos maneiras de pensar sobre essas questões


prementes. (Veja também o artigo “Beyond coronavirus: The path to the next normal” de
nossos colegas Kevin Sneader e Shubham Singhal, que busca imaginar como será o
futuro).

Lidando com as incertezas relacionadas


à COVID-19
A propagação da COVID 19. Quantas novas infecções teremos? A taxa de
mortalidade está caindo? A disseminação do vírus mostrará algum tipo de
sazonalidade? Uma nova cepa do vírus evoluirá?

A resposta da saúde pública em cada país, estado, município. Haverá lockdowns?


Ainda será possível ir ao trabalho? As fábricas terão permissão para operar?
Precisamos nos submeter a um centro oficial de quarentena ao chegar de uma
viagem ou podemos fazer uma “autoquarentena”?

O impacto na economia e nos nossos meios de sobrevivência. As empresas


padecerão e irão à falência? É possível manter o fornecimento de bens e serviços
essenciais? Teremos um emprego? Quanto tempo isso vai durar?

As consequências para nossas vidas. Conseguiremos evitar a infecção? Nossos


entes queridos estão seguros? Ainda podemos treinar para o evento esportivo para
o qual estamos nos preparando? Podemos obter um diploma universitário agora
que muitas instituições de ensino estão fechadas e os exames foram cancelados?

Essas e mais um milhão de perguntas têm passado por nossa mente, acentuando a já
desafiadora realidade de viver no tempo do coronavírus.

Duas coisas são razoavelmente certas: se não pararmos o vírus, muitas pessoas morrerão.
Se as nossas tentativas de conter a pandemia prejudicarem gravemente a nossa
economia, é difícil imaginar como não haverá um sofrimento ainda mais severo pela frente.

https://www.mckinsey.com.br/our-insights/safeguarding-our-lives-and-our-livelihoods-the-imperative-of-our-time 5/17
4/20/2020 Protegendo nossas vidas e nossos meios de sobrevivência: o imperativo de nosso tempo | McKinsey

Impacto do lockdown no consumo e na


atividade econômica
Estamos aprendendo o que acontece durante um lockdown como o implementado na
China, Itália e, cada vez mais, na Europa e nos Estados Unidos: a atividade econômica cai
mais acentuadamente do que qualquer um de nós jamais experimentou. As pessoas não
compram, a não ser o essencial; as pessoas não viajam; as pessoas não compram
automóveis.

Estimamos que 40% a 50% dos gastos discricionários do consumidor podem não
ocorrer. Em todas as recessões, as pessoas reduzem as compras que podem ser
facilmente adiadas (como carros e eletrodomésticos) e aumentam as economias por
precaução, em antecipação a uma crise cada vez maior. O que diferencia a pandemia do
coronavírus é que as pessoas também estão eliminando os gastos com restaurantes,
viagens e outros serviços que normalmente diminuem, mas não chegam a zero.

Uma queda de 40% a 50% nos gastos discricionários traduz-se em uma redução de
aproximadamente 10% no PIB – sem considerar os efeitos de segunda e terceira ordem.
Isso não é apenas inédito na história moderna, é historicamente quase inimaginável – até
agora.

Já temos algumas evidências fatuais de um choque econômico nessa escala, como a crise
econômica relacionada à COVID 19 na China, além de indícios precoces com "dados em
alta frequência" nos Estados Unidos, como gastos com cartões de crédito.

Quanto maior a duração do lockdown, pior será o impacto em nossas vidas. Para visualizar
o que isso significa para as pessoas nas áreas de lockdown, imagine taxistas cujos
clientes não podem ir às ruas; chefs profissionais cujos restaurantes foram forçados a
fechar; e comissários de bordo em solo, com seus aviões estacionados nos aeroportos –
por meses. Com 25% dos domicílios nos Estados Unidos vivendo de salário em salário, e
40% dos norte-americanos incapazes de cobrir uma despesa inesperada de USD 400
sem empréstimo, o impacto de um lockdown prolongado para muitas, muitas pessoas
será nada menos que catastrófico.

A resposta não pode ser a aceitação de que a pandemia sobrecarregará nosso sistema de
saúde, e milhares, se não milhões, morrerão. Mas será que a resposta pode ser causar um
sofrimento humano potencialmente ainda maior ao prejudicar de forma permanente a
economia?

https://www.mckinsey.com.br/our-insights/safeguarding-our-lives-and-our-livelihoods-the-imperative-of-our-time 6/17
4/20/2020 Protegendo nossas vidas e nossos meios de sobrevivência: o imperativo de nosso tempo | McKinsey

Limitando a incerteza em torno dessa


crise
As piores e mais típicas reações dos humanos diante de grandes incertezas são paralisar-
se ou dar uma resposta simplista como "esse problema irá desaparecer tão rapidamente
quanto surgiu, é igual à gripe de todos os anos". A COVID 19 é particularmente
desafiadora nesse sentido porque a maioria dos infectados sentirá apenas sintomas
menores ou nenhum tipo de sintoma. É um inimigo invisível, porém nefasto. Devemos
tentar limitar a incerteza através do uso da razão e pensar em soluções dentro de um
número limitado de cenários que podem evoluir.

A seguir, descrevemos o impacto da COVID 19 na economia mundial em duas dimensões,


que serão as principais alavancas dos resultados da crise para todos nós:

O impacto econômico da propagação do vírus: as características do vírus e da


doença, tais como modos e taxas de transmissão, e taxas de mortalidade; bem
como a resposta da saúde pública, tais como lockdowns, proibições de viagens,
distanciamento físico, testes abrangentes, rastreamento de contatos, capacidade
de prestação de serviços de saúde, introdução de vacinas e melhores métodos de
tratamento.

O impacto econômico dos efeitos colaterais das respostas de saúde públicas tais
como aumento do desemprego, fechamento de empresas, falências corporativas,
inadimplência, queda nos preços de ativos, volatilidade do mercado e
vulnerabilidades do sistema financeiro; bem como o impacto das respostas de
políticas públicas para mitigar esses efeitos colaterais, tais como políticas para
evitar falências generalizadas, apoiar a renda de trabalhadores em licença e
proteger o sistema financeiro e a viabilidade dos setores mais afetados.

Em termos de propagação do vírus e resposta da saúde pública, atualmente vemos três


"receitas" de intervenções e resultados:

. A resposta contundente da saúde pública apresenta sucesso no controle da


disseminação em um país dentro de dois a três meses, e o distanciamento físico
pode ser descontinuado rapidamente (como visto na China, Taiwan, Coreia e
Singapura).

https://www.mckinsey.com.br/our-insights/safeguarding-our-lives-and-our-livelihoods-the-imperative-of-our-time 7/17
4/20/2020 Protegendo nossas vidas e nossos meios de sobrevivência: o imperativo de nosso tempo | McKinsey

. A resposta da saúde pública é bem-sucedida no início, mas o distanciamento físico


precisa continuar (regionalmente) por vários meses adicionais para evitar a
ressurgência do vírus.

. A resposta da saúde pública não consegue controlar a disseminação do vírus por


um longo período, talvez até que as vacinas estejam disponíveis ou a imunidade de
grupo seja alcançada.

Em termos de efeitos colaterais e resposta das políticas públicas, antecipamos três


potenciais níveis de eficácia:

. Ineficaz: início da dinâmica de recessão que reforça a si mesma; falências e


inadimplência generalizadas; potencial crise bancária.

. Parcialmente eficaz: as respostas da política compensam os danos econômicos até


certo ponto; a crise bancária é evitada, mas o alto nível de desemprego e o
fechamento de empresas impedem a recuperação.

. Altamente eficaz: uma forte resposta política evita danos estruturais à economia;
uma sólida recuperação após o controle do vírus faz a economia reestabelecer os
níveis e o momentum pré-crise, comprovados pelos fundamentos da economia.

Se combinarmos essas três “receitas” de propagação viral e os três graus de eficácia da


política econômica, veremos nove cenários para o próximo ano ou mais (Quadro 2).

https://www.mckinsey.com.br/our-insights/safeguarding-our-lives-and-our-livelihoods-the-imperative-of-our-time 8/17
4/20/2020 Protegendo nossas vidas e nossos meios de sobrevivência: o imperativo de nosso tempo | McKinsey

Exhibit 2

Acreditamos que muitos atualmente esperam que um dos cenários sombreados (A1 A4)
se materialize. Neles, a propagação da COVID 19 é finalmente controlada e o prejuízo
econômico estrutural catastrófico é evitado. Esses cenários descrevem uma média geral,
embora os cenários vão inevitavelmente variar de acordo com o país e a região. De
qualquer forma, esses quatro cenários levam a recuperações em forma de V ou U.

Outros cenários mais extremos também podem ser concebidos, e alguns deles já estão
sendo discutidos (B1 B5). Não se pode excluir a possibilidade de um "cisne negro dos
cisnes negros", com danos estruturais à economia, causados por um ano inteiro de

https://www.mckinsey.com.br/our-insights/safeguarding-our-lives-and-our-livelihoods-the-imperative-of-our-time 9/17
4/20/2020 Protegendo nossas vidas e nossos meios de sobrevivência: o imperativo de nosso tempo | McKinsey

propagação do vírus até que uma vacina esteja amplamente disponível, combinada com a
falta de resposta política para prevenir falências em larga escala, desemprego e uma crise
financeira. Isso resultaria em uma trajetória econômica prolongada em forma de L ou W.
Com a expansão exponencial do número de novos casos em muitos países da Europa e
dos Estados Unidos, não podemos, por enquanto, excluir esses cenários mais extremos.

No entanto, como ainda temos pouca informação sobre a probabilidade de cenários mais
extremos, focamos nos quatro que são mais tangíveis por enquanto. Na próxima semana,
acrescentaremos amplitude e profundidade a essa visão, trabalhando em estreita
colaboração com a Oxford Economics para desenvolver vários cenários
macroeconômicos para cada país e para o mundo.

Trazendo à realidade: como isso poderia


evoluir
Com um pouco de sorte, a China passará por uma desaceleração aguda, porém breve, e
se recuperará de forma relativamente rápida até os níveis de atividade pré-crise. Embora
o PIB deva cair drasticamente no segundo trimestre de 2020, alguns sinais de vida normal
estão retornando a Pequim, Xangai e à maioria das grandes cidades fora de Hubei. Nesse
cenário, o crescimento anual do PIB da China para 2020 acabaria praticamente
estagnado, anulando a expectativa de crescimento de 6% há apenas três meses. No
entanto, até 2021, a economia da China estaria em vias de recuperar sua trajetória pré-
crise, se não for afetada negativamente pelos desdobramentos no restante do mundo.

Nesse cenário, o vírus na Europa e nos Estados Unidos seria eficazmente controlado com
dois a três meses de parada econômica. A política monetária e fiscal mitigaria parte dos
danos econômicos com alguns atrasos na transmissão, de modo que uma forte
recuperação pudesse começar depois que o vírus fosse contido no final do segundo
trimestre de 2020. Isso colocaria a Europa e os Estados Unidos no cenário A3 (Quadro 3).

https://www.mckinsey.com.br/our-insights/safeguarding-our-lives-and-our-livelihoods-the-imperative-of-our-time 10/17
4/20/2020 Protegendo nossas vidas e nossos meios de sobrevivência: o imperativo de nosso tempo | McKinsey

Exhibit 3

Mesmo nesse cenário otimista, porém, todos os países vivenciariam acentuados declínios
do PIB no segundo trimestre, a maioria dos quais sem precedentes. Os gastos do
consumidor nas economias mais avançadas representam cerca de dois terços da
economia, e cerca de metade disso é gasto discricionário do consumidor. Dados em
tempo real sugerem que os gastos com bens duráveis, incluindo automóveis, nas áreas
afetadas por paralisações, podem cair entre 50% e 70%; os gastos com voos e
transporte aéreo podem cair cerca de 70%; e os gastos com serviços como restaurantes
poderiam diminuir 50% a 90% nas cidades afetadas. Em geral, como mencionado
anteriormente, os gastos discricionários do consumidor podem cair abruptamente até
50% nas áreas sujeitas a paralisações.

Embora o aumento dos gastos públicos possa ajudar a compensar parte do impacto
econômico, é improvável que haja uma compensação rápida e total. Estimamos que os
Estados Unidos poderiam ver uma queda no PIB a um ritmo anualizado de 25% a 30% no
segundo trimestre de 2020 e espera-se que as grandes economias da zona do euro
apresentem números semelhantes no fim das contas. Para colocar isso em perspectiva, a

https://www.mckinsey.com.br/our-insights/safeguarding-our-lives-and-our-livelihoods-the-imperative-of-our-time 11/17
4/20/2020 Protegendo nossas vidas e nossos meios de sobrevivência: o imperativo de nosso tempo | McKinsey

maior queda trimestral do PIB na crise financeira de 2008 09 ocorreu a um ritmo


anualizado de 8,4% no quarto trimestre de 2008. O ritmo de declínio ultrapassaria de
longe qualquer recessão desde a Segunda Guerra Mundial (Quadro 4).

Exhibit 4

Uma imagem mais sombria do futuro


É claro que é totalmente possível que os países não sejam muito eficazes no controle do
vírus ou na mitigação dos danos econômicos que resultam dos esforços para controlar a
disseminação do vírus. Neste caso, os resultados econômicos em 2020 e mais adiante
seriam ainda mais severos.

Nesse cenário mais pessimista, a China se recuperaria mais lentamente e talvez


precisasse frear ressurgências regionais do vírus. Também seria prejudicada pela queda
nas exportações para o resto do mundo. Sua economia poderia enfrentar uma contração
potencialmente sem precedentes.

https://www.mckinsey.com.br/our-insights/safeguarding-our-lives-and-our-livelihoods-the-imperative-of-our-time 12/17
4/20/2020 Protegendo nossas vidas e nossos meios de sobrevivência: o imperativo de nosso tempo | McKinsey

Os Estados Unidos e a Europa também poderiam enfrentar resultados mais devastadores


neste cenário. Eles poderiam não conter o vírus em um trimestre e ser forçados a
implementar alguma forma de distanciamento físico e quarentenas durante o verão. Isso
poderia resultar em um declínio no PIB a um ritmo anualizado de 35% a 40% no segundo
trimestre, com grandes economias na Europa registrando desempenho similar. A política
econômica falharia em evitar um grande aumento no desemprego e fechamento de
empresas, provocando uma recuperação muito mais lenta mesmo depois que o vírus
fosse contido. Nesse cenário mais sombrio, poderia levar mais de dois anos para o PIB
recuperar-se ao nível pré-vírus, colocando tanto a Europa quanto os Estados Unidos no
cenário A1 (Quadro 5).

Exhibit 5

O impacto econômico nesses cenários seria inédito para a maioria das pessoas que vivem
hoje em economias avançadas. Países em desenvolvimento que enfrentaram crises
cambiais têm alguma experiência em eventos dessa ordem de grandeza.

Não pretendemos com isto fazer uma previsão do que irá acontecer, mas sim lançar um
chamado à ação: tomar as medidas necessárias para impedir a propagação do vírus e
evitar danos à economia o mais rápido possível. Enquanto escrevemos este artigo, países

https://www.mckinsey.com.br/our-insights/safeguarding-our-lives-and-our-livelihoods-the-imperative-of-our-time 13/17
4/20/2020 Protegendo nossas vidas e nossos meios de sobrevivência: o imperativo de nosso tempo | McKinsey

da Europa e os Estados Unidos ainda não adotaram as fortes respostas de políticas


públicas necessárias para conter eficazmente o vírus. Se não agirmos para contê-lo
rapidamente, a escala de destruição econômica que advém de um lockdown prolongado
se tornará mais provável, com graves consequências para nossos meios de sobrevivência.

Proteger nossas vidas e nossos meios de


sobrevivência
Para solucionar o problema de como salvar vidas sem destruir nossos meios de
sobrevivência, precisamos encontrar maneiras de tornar os lockdowns eficazes, de modo
que eles interrompam a trajetória do vírus o mais rápido possível. A eficácia dos
lockdowns será medida segundo a sua capacidade de controlar a propagação da COVID-
19.

Países do Leste Asiático mostraram que isso pode ser feito por meio da imposição de
lockdowns rigorosos, vigilância e monitoramento da circulação das pessoas. Enquanto
escrevemos este artigo, ações desse tipo na maior parte da Europa e nos Estados Unidos
têm sido até agora mais limitadas, menos vigorosas e menos eficazes. Para romper o
momentum do vírus, devemos agir com firmeza.

A resposta do mundo para resolver esse enigma deverá ser robusta, não importa se
controlamos totalmente a disseminação do vírus e evitamos a ressurgência (à frente de
vacinas ou inovações de tratamento) ou se não pudermos conter totalmente o vírus e
precisarmos contar com intervenções contínuas por algum tempo. Em ambos os casos,
devemos encontrar formas de proteger vidas e meios de sobrevivência.

Propomos avançar muito mais rapidamente no estabelecimento de protocolos


comportamentais abrangentes e claros para permitir que as autoridades aliviem com
segurança algumas partes das medidas de lockdown que sufocam nossos meios de
sobrevivência hoje. Esses mecanismos só podem funcionar se também encontrarmos
mecanismos aceitáveis de aplicação desses protocolos para não corrermos o risco de
impor exigências socialmente inaceitáveis nas pessoas.

Protocolos comportamentais

https://www.mckinsey.com.br/our-insights/safeguarding-our-lives-and-our-livelihoods-the-imperative-of-our-time 14/17
4/20/2020 Protegendo nossas vidas e nossos meios de sobrevivência: o imperativo de nosso tempo | McKinsey

Esses protocolos incluem diretrizes sobre como operar empresas e prestar serviços
governamentais em condições de pandemia. Alguns desses protocolos já estão em uso.
Mas eles podem ser mais amplamente adotados?

Profissionais de saúde corajosos trabalham em hospitais onde a presença do vírus é


altíssima; eles têm regras rígidas referentes a todos os aspectos de suas tarefas,
movimentos e comportamentos para manter a si mesmos e a seus pacientes
seguros. Será que o supermercado que você frequenta poderia operar com
segurança adotando os mesmos tipos de regras?

Atualmente, em fábricas de alta tecnologia na China, todas as pessoas devem


passar por um teste da COVID 19. Todos. Como você se sentiria ao entrar em um
avião hoje se soubesse que todos os passageiros, tripulantes e funcionários de
manutenção em contato com o avião tiveram resultado negativo para o vírus?

Alguns restaurantes já mudaram totalmente para entrega em domicílio, mudando


seu modelo de negócios e protocolos para se adaptar à situação. Você poderia
fazer sua empresa de serviços operar com segurança adotando novos protocolos?

Tais protocolos não podem ser estáticos. Hoje, os lockdowns são muitas vezes
implementados de modo uniforme para todos, em todos os lugares, independentemente
dos riscos específicos de infecção. Imagine um mundo em que, com base em um profundo
entendimento dos riscos infecciosos, conjuntos de protocolos adaptados com diferentes
níveis de rigor poderiam ser implementados em cada cidade, cada quarteirão e cada
bairro suburbano.

Esses protocolos dinâmicos são tecnicamente possíveis. Tecnologias modernas e data


analytics podem ajudar a monitorar e prever os níveis de ameaça de infecção para
segmentos e áreas vulneráveis da população. Do mesmo modo, protocolos e intervenções
de saúde pública podem ser ajustados dinamicamente para fornecer proteção quando e
onde necessário.

Com esses protocolos, as medidas de lockdown poderiam ser facilitadas mais


rapidamente, para mais pessoas, em mais lugares, enquanto a eficácia das intervenções
de saúde pública para controlar o vírus é mantida.

Mecanismos de cumprimento aceitáveis

https://www.mckinsey.com.br/our-insights/safeguarding-our-lives-and-our-livelihoods-the-imperative-of-our-time 15/17
4/20/2020 Protegendo nossas vidas e nossos meios de sobrevivência: o imperativo de nosso tempo | McKinsey

Esta é a parte mais difícil. Como fazer com que todos aceitem as consequências da
criação e implementação desses protocolos comportamentais? As áreas sensíveis são
muitas, incluindo nossa liberdade pessoal, direito à privacidade e justiça no acesso aos
serviços. Não há respostas genéricas para essas questões. O grau de sensibilidade de
cada uma dessas áreas é diferente em cada país, havendo também enormes diferenças
quanto ao que é socialmente aceitável. Em cada país, as pessoas deverão trabalhar juntas
para encontrar formas de aplicar protocolos comportamentais que se adaptem à sua
situação e circunstâncias específicas. Mas não se engane, o ponto de partida não serão as
normas sociais e comunitárias anteriores à COVID 19 –serão os lockdowns em vigor em
muitos países.

Em Hong Kong, o governo estendeu os testes de COVID 19 a todos os passageiros que


chegam, e permite que viajantes assintomáticos portadores da doença façam quarentena
por conta própria em casa. Entretanto, devido ao alto risco de transmissão, o país exige
que essas pessoas usem pulseiras eletrônicas para "delimitá-las" geograficamente em
sua casa. A conformidade com a medida é cumprida com a ameaça de longas penas de
prisão por violações.

Precisaremos desenvolver e aplicar protocolos que nos permitam, o mais rápido possível,
lançar algumas medidas mais rigorosas em locais apropriados. E para que isso aconteça,
cada governo precisará encontrar formas eficazes, porém socialmente aceitáveis, de
aplicar tais medidas e novos protocolos.

Precisamos de um plano para alcançar


ambos os imperativos – agora!
Continuaremos atualizando nossos cenários e esperamos ter, nas próximas semanas, uma
noção melhor de qual cenário o mundo irá seguir. No entanto, alguns pontos já estão
claros:

Este pode ser o choque mais abrupto para a economia global da história moderna.

Existe um risco real de que nossas vidas e nossos meios de sobrevivência sofram
danos permanentes e possivelmente irreversíveis com esta crise.

Enquanto é necessário tomar medidas vigorosas para controlar a propagação do


vírus e salvar vidas, devemos também tomar medidas para proteger nossos meios
de sobrevivência.

https://www.mckinsey.com.br/our-insights/safeguarding-our-lives-and-our-livelihoods-the-imperative-of-our-time 16/17
4/20/2020 Protegendo nossas vidas e nossos meios de sobrevivência: o imperativo de nosso tempo | McKinsey

Protocolos comportamentais e intervenções dinâmicas podem nos ajudar a aliviar


lockdowns mais precocemente, permitindo que a maioria das pessoas volte ao
trabalho e colocando a vida de todos de volta no rumo certo.

Como disse Ângela Merkel há alguns dias em um apelo à Alemanha, ecoado por outros
países: a nossa capacidade de atravessar esta crise dependerá principalmente do
comportamento de cada um de nós. Os lockdowns iniciais e imediatos são necessários
para interromper a propagação do vírus e salvar vidas. Acreditamos que com os
protocolos certos em vigor, e as pessoas seguindo esses protocolos, as restrições do
lockdown podem ser minimizadas gradualmente o quanto antes.

A questão é: podemos trabalhar com rapidez suficiente na criação desses protocolos e


obter a aceitação da sociedade para cumpri-los? Se pudermos, deveríamos ser capazes
de controlar o vírus, abrandar a inevitável crise econômica a níveis sustentáveis e proteger
nossas vidas e nossos meios de sobrevivência.

Esse é o imperativo do nosso tempo.

1. N. do T.: Timebox é uma ferramenta de gestão ágil de projetos utilizada para definir o tempo
máximo para atingir as metas, tomar uma decisão ou executar um conjunto de tarefas.

Sobre o(s) autor(es)

Sven Smit é sócio sênior da McKinsey no escritório de Amsterdã, Martin Hirt é sócio
sênior no escritório da Grande China, Kevin Buehler é sócio sênior no escritório de Nova
York, Susan Lund é sócia no escritório de Washington-DC, Ezra Greenberg é sócio
associado expert no escritório de Stamford e Arvind Govindarajan é sócio no escritório
de Boston.

https://www.mckinsey.com.br/our-insights/safeguarding-our-lives-and-our-livelihoods-the-imperative-of-our-time 17/17

Вам также может понравиться