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1.

Introdução

O transtorno bipolar (TBP) é uma condição psiquiátrica relativamente frequente, com


prevalência na população entre 1% e 2%.

É caracterizado por episódios de alteração do humor de difícil controlo - depressão ou


mania (bipolar I) ou depressão e hipomania (bipolar II).

Os seus sintomas podem aparecer em qualquer idade, sendo mais comum o surgimento
entre o início da segunda e meio da terceira década de vida.

A etiologia da doença ainda não é conhecida, mas muitos estudos apontam para a
existência de disfunções complexas, incluindo alterações nos recetores e nos pós-
recetores de neurotransmissores.

Desta forma, conjuntamente, por intermedio desta pesquisa bibliográfica, decidimos focar
nos aspectos principais sobre a complexidade desta psicopatologia para melhor
compreensão da sua dimensão enquanto doença psíquica.
2. Definição

A Perturbação Bipolar, anteriormente denominada de perturbação maníaco-depressiva é


uma Perturbação do Humor que implica, segundo o DSM-V (2013), a presença ou história
de Episódios Maníacos ou Hipomaníacos, habitualmente concomitantes com a existência
de Episódios Depressivos Maiores.

Normalmente, as pessoas com este tipo de problemática sentem oscilações de humor


entre:

Episódios Depressivos: - Momentos em que sentem tristeza, culpa, baixa autoestima,


menor energia e quando se isolam das outras pessoas;
Episódios Maníacos: - E outros momentos em que sentem euforia, grande agitação e
dificuldade no controlo de impulsos.

Os transtornos afetivos ainda não foram totalmente classificados. Provavelmente nos


próximos anos surgirão novos subtipos de transtornos afetivos, melhorando a precisão
dos diagnósticos.

A alternância de estados depressivos com maníacos é a tônica dessa patologia. Muitas


vezes o diagnóstico correto só será feito depois de muitos anos.

Uma pessoa que tenha uma fase depressiva, recebe o diagnóstico de depressão e anos
depois apresente um episódio maníaco, tem na verdade o transtorno bipolar, mas sem que
a mania surgisse antes, não seria possível conhecer o diagnóstico verdadeiro.

Popularmente, o termo mania é entendido como tendência a fazer várias vezes a mesma
coisa. Mas MANIA em psiquiatria significa um estado exaltado de humor.

A depressão do transtorno bipolar é igual a depressão recorrente que só se apresenta como


depressão, mas uma pessoa deprimida do transtorno bipolar não recebe o mesmo
tratamento do paciente bipolar.

3. Surgimento

Geralmente se inicia em torno dos 20 a 30 anos de idade, mas pode iniciar até mesmo na
terceira idade. O início pode se dar tanto pela fase depressiva como pela maníaca,
iniciando gradualmente ao longo de semanas, meses ou abruptamente em poucos dias, já
com sintomas psicóticos o que muitas vezes confunde com síndromes psicóticas. Além
dos quadros depressivos e maníacos, há também os quadros mistos (sintomas depressivos
simultâneos aos maníacos) o que muitas vezes confunde os médicos quanto a precisão do
diagnóstico da fase em atividade.
4. Tipos de transtornos Bipolares

Segundo o DSM-5 ( Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5.ª


edição), existe uma classificação que divide o transtorno afetivo bipolar em dois tipos: o
tipo I e o tipo II. Mas considera-se atualmente também a Ciclotimia

O tipo I é a forma clássica em que o paciente apresenta os episódios de mania alternados


com os depressivos. As fases maníacas não precisam necessariamente ser seguidas por
fases depressivas e vice - e - versa. Geralmente observamos muito mais uma tendência
dos pacientes a fazerem várias crises de um tipo e poucas do outro, há pacientes bipolares
que nunca fizeram fases depressivas e há deprimidos que só tiveram uma fase maníaca
enquanto as depressivas foram numerosas.

O tipo II caracteriza-se por não apresentar episódios de mania, mas de hipomania com
depressão.

Ciclotimia – Perturbação do humor crónica e instável que engloba períodos de sintomas


hipomaníacos e depressivos que não são em número, intensidade, duração e globalidade
suficientes para se enquadrarem num Episódio Maníaco e Episódio Depressivo Maior,
respetivamente. Para que a Ciclotimia possa ser diagnosticada, é necessário que durante
um período de dois anos (um ano para crianças ou adolescentes), a pessoa não esteja
isenta dos sintomas por mais de dois meses seguidos e que nos 2 primeiros anos da
perturbação, não ocorra nenhum Episódio Depressivo ou Maníaco.

4.1. Como é a Fase Maníaca? / Sintomas

Tipicamente leva de uma a duas semanas para começar e quando não tratada pode durar
meses. O estado de humor apresenta-se elevado, podendo isso significar uma alegria
contagiante ou uma irritação agressiva. Junto a essa elevação encontram-se alguns outros
sintomas como elevação da autoestima, sentimentos de grandiosidade podendo chegar a
manifestação delirante de grandeza considerando-se uma pessoa especial, dotada de
poderes e capacidades únicas.

Aumento da atividade motora apresentando grande vigor físico e apesar disso com uma
diminuição da necessidade de sono.

O paciente apresenta uma forte pressão para falar ininterruptamente, as ideias correm
rapidamente a ponto de não concluir o que começou e ficar sempre emendando uma ideia
não concluída em outra sucessivamente. (conhecido como fuga de ideias).

O paciente apresenta uma elevação da percepção de estímulos externos levando-o a


distrair-se constantemente com insignificantes acontecimentos alheios à conversa em
andamento. Ocorre também um aumento do interesse e da atividade sexual, a perda da
consciência a respeito de sua própria condição patológica, tornando-se uma pessoa
socialmente inconveniente ou até mesmo insuportável. Se expõe em atividades
potencialmente perigosas sem manifestar preocupação com isso.

Os pacientes nessa fase não conseguem ficar parados, sentados por mais do que alguns
minutos ou relaxar. O senso de perigo fica comprometido, e envolve-se em atividade que
apresentam tanto risco para integridade física como patrimonial. O comportamento sexual
fica excessivamente desinibido e mesmo promíscuo podendo ter inumerosos parceiros
num curto espaço de tempo.

Podem surgir sintomas psicóticos típicos da esquizofrenia, o que não significa uma
mudança de diagnóstico, mas um agravamento no quadro geral quando isso acontece.

Exemplos:

• A pessoa sente -se bem, muito bem..., na verdade quase invencível. Sente-se como
não tendo limites para suas capacidades e energia. Poderia até passar dias sem
dormir. Está cheio de ideias, planos, conquistas e se sentiria muito frustrado se a
incapacidade dos outros não o deixasse ir além.
• O paciente mal consegue acabar de expressar uma ideia e já está falando de outra
numa lista interminável de novos assuntos. Em alguns momentos ele se aborrece
para valer, não se intimida com qualquer forma de cerceamento ou ameaça, não
reconhece qualquer forma de autoridade ou posição superior a sua.
• Com a mesma rapidez com que se zanga, esquece o ocorrido negativo como se
nunca tivesse acontecido nada. As coisas que antes não o interessava mais lhe
causam agora prazer; mesmo as pessoas com quem não tinha bom relacionamento
são para ele amistosas e bondosas.

4.2. Como é a Fase Depressiva? / Sintomas

Podemos considera -la o oposto da fase maníaca, o humor está depressivo, a autoestima
em baixa, com sentimentos de inferioridade, a capacidade física esta comprometida, pois
a sensação de cansaço é constante. As ideias fluem com lentidão e dificuldade, a atenção
é difícil de ser mantida e o interesse pelas coisas em geral é perdido bem como o prazer
na realização daquilo que antes era agradável. Nessa fase o sono também está diminuído,
mas ao contrário da fase maníaca, não é um sono que satisfaça ou descanse, pois o
paciente acorda indisposto.

O paciente fica com sentimentos irrealistas de tristeza, desespero e autoestima baixa. Não
se interessa pelo que costumava gostar ou ter prazer, cansa-se à-toa, tem pouca energia
para suas atividades habituais, também tem dificuldade para dormir, sente falta do sono
e tende a permanecer na cama por várias horas.

As dificuldades são maiores no início do dia, no período da manhã, pois os deprimidos


sabem que terão um longo dia pela frente.
Apresenta dificuldade em concentrar-se no que faz e os pensamentos ficam inibidos,
faltam ideias ou demoram a ser compreendidas e assimiladas.

Da mesma forma, a memória também fica prejudicada. Os pensamentos costumam ser


negativos, sempre em torno de morte ou doença. O apetite fica inibido e pode ter perda
significativa de peso.

5. Causas e fatores de risco

Sua causa propriamente dita é desconhecida, mas há fatores que influenciam ou que
precipitem seu surgimento como o fator genético, Em aproximadamente 80 a 90% dos
casos os pacientes apresentam algum parente na família com transtorno bipolar, ou
traumas, incidentes ou acontecimentos fortes.

Diversos fatores podem estar envolvidos nas oscilações de humor provocadas pela
perturbação, contudo a sua causa exata ainda é desconhecida.

Os fatores biológicos parecem ter grande peso na sua ocorrência. Um desequilíbrio nos
níveis de um ou mais neurotransmissores (noradrenalina, serotonina e dopamina) pode
conduzir ao aparecimento da doença bipolar.

Vários estudos demonstram predisposição genética para a doença bipolar sendo este o
maior fator de risco. A magnitude do risco diminui com os graus de parentesco: pais,
irmãos e avós.

Fatores ambientais, como contextos familiares disfuncionais ou acontecimentos de vida


stressantes (morte de uma familiar, desemprego, acidentes, mudanças abruptas de vida
etc.) parecem ter um papel importante no desencadear da doença.

O consumo abusivo de certas substâncias (cocaína ou anfetaminas) e/ou de álcool


aumenta o risco de desenvolver a primeira crise, podendo aumentar também a frequência
das recorrências.
6. Generalidades

Entre uma fase e outra a pessoa pode ser normal, tendo uma vida como outra pessoa
qualquer. Outras pessoas podem apresentar leves sintomas entre as fases, não alcançando
uma recuperação plena.

Há também uma minoria, que não se recuperam, tornando-se incapazes de levar uma vida
normal e independente.

A nomenclatura Transtorno Afetivo Bipolar é adequada até certo ponto, mas o nome
supõe que os pacientes tenham duas fases, mas nem sempre isso é observado. Há
pacientes que só apresentam fases de mania, de exaltação do humor, e mesmo assim são
diagnosticados como bipolares.

O termo mania popularmente falando não se aplica a esse transtorno. Mania tecnicamente
falando em psiquiatria significa apenas exaltação do humor, estado patológico de alegria
e exaltação injustificada.

O transtorno de personalidade, especialmente o borderline pode em alguns momentos se


confundir com o Transtorno Afetivo Bipolar. Essa diferenciação é essencial porque a
conduta com esses transtornos é bastante diferente.

A Doença Bipolar afecta cerca de 1.5% da população (Jones, 2004) e vários estudos
indicam que a Doença Bipolar ocorre igualmente em homens e mulheres.

Quanto à idade média de ocorrência: 18 anos na Doença Bipolar I, 25 anos na Doença


Bipolar II e adolescência na Ciclotimia (nesta última há um risco variável entre 15% a
50% de que a pessoa desenvolva uma Doença Bipolar I ou II).

7. Tratamento

Até o presente momento, não é conhecida uma cura para o Transtorno Afetivo Bipolar.
Todavia, a doença pode ser controlada através de tratamento adequado, assim como
diversos transtornos mentais. Por ser uma doença causada por fatores biopsicossociais.

O tratamento geralmente é feito através de medicamentos e psicoterapia. É de extrema


importância que o paciente também esteja inserido em um ambiente saudável, com
pessoas que o apoiam e tentam ajudar na sua melhora.

O tratamento medicamentoso é geralmente feito com estabilizadores de humor,


antidepressivos, anti psicóticos e, em casos de urgência, tranquilizantes.
Os remédios devem ser prescritos por um profissional da saúde mental e o tratamento não
deve ser descontinuado sem o consentimento do profissional.

Por ser uma doença que dura a vida inteira e pode se tornar invisível (hibernar) durante
alguns meses ou anos, há o risco de que pacientes que se sintam bem e acreditem estarem
curados e, por isso, pararem de tomar os remédios sem que o médico tenha ciência. É
preciso que o profissional explique que a bipolaridade é uma doença crônica e o
tratamento é para a vida toda, podendo sofrer alterações e ajustes de acordo com as
necessidades do paciente.

Quais medicamentos serão prescritos depende muito do estado do paciente. O mais


comum é começar com estabilizadores de humor, para evitar as oscilações. Se necessário,
pode haver a prescrição de antidepressivos algumas semanas após o estabilizador de
humor. Em geral, não é comum que seja prescrito um antidepressivo sem o estabilizador,
pois seu uso exclusivo poderia desencadear um episódio de mania.

Estabilizadores de humor

Os estabilizadores de humor podem ser facilmente apontados como os remédios mais


importantes no tratamento do transtorno bipolar, pois são os que auxiliam o controlo do
processo de ciclagem (oscilações), evitando episódios maníacos ou depressivos. Alguns
medicamentos a serem usados como estabilizadores são: Carbonato de lítio;
Carbamazepina; Oxcarbazepina; Valproato de Sódio; Lamotrigina; Gabapentina;
Topiramato.

É interessante notar que, fora o Carbonato de Lítio, os estabilizadores de humor também


são usados como anti convulsivantes no tratamento da epilepsia.

Anti depressivos

Os antidepressivos são, em geral, prescritos durante episódios depressivos. Devem ser


usados em conjunto com os estabilizadores de humor, para evitar o desencadeamento de
episódios maníacos. Alguns antidepressivos usados são: Cloridrato de Imipramina;
Cloridrato de Clomipramina; Cloridrato de Amitriptilina; Cloridrato de Nortriptilina;
Cloridrato de Maprotilina; Tranilcipromina; Moclobemida; Citalopram; Cloridrato de
Paroxetina; Cloridrato de Sertralina; Fluvoxamina; Cloridrato de Venlafaxina;
Mirtazapina; Tianeptina; Reboxetina; Cloridrato de Bupropiona.

Anti psicóticos

Os anti psicóticos são usados por terem efeito anti maníaco e anti psicóticos, ou seja,
auxiliam no controle de sintomas como alucinações e delírios. Alguns anti psicóticos
usados são: Haloperidol; Clorpromazina; Trifluoperazina; Periciazina;Tioridazina;
Tiotixeno; Risperidona; Clozapina; Olanzapina; Hemifumarato de Quetiapina.

Tranquilizantes

Os tranquilizantes devem ser usados apenas durante crises, enquanto os estabilizadores


de humor ainda não fizerem efeito. Alguns exemplos são: Diazepam; Clonazepam;
Lorazepam; Bromazepam.
Antes da prescrição, o médico precisa saber todos os medicamentos que o paciente f az
uso regular, mesmo que não sejam relacionados à saúde mental, incluindo medicamentos
sem prescrição, suplementos naturais e terapias alternativas. Isso porque alguns
medicamentos e ativos podem interagir com outros, cancelando resultados ou
potencializando efeitos colaterais perigosos.

8. Como pode ajudar a psicoterapia?

Não há nenhum tratamento que cure a doença por completo, mas é possível regulá-la
diminuindo o número de recaídas, antecipando e reduzindo o número de episódios de
humor mais depressivos ou maníacos e assim aumentar a estabilidade do humor.
Simultaneamente, a psicoterapia pode ajudar a realizar um trabalho cognitivo, emocional
e comportamental que permita fortalecer o equilíbrio do humor, tendo em conta os
contextos em que a pessoa se desenvolve.

A Terapia Familiar pretende melhorar o conhecimento sobre a doença, realçar o


funcionamento global do paciente, assim como focar a forma de lidar com os sintomas,
verificando-se com esta terapia um aumento da adesão à medicação.

O método utilizado pela Terapia familiar envolve fases de avaliação, educação sobre a
doença, aperfeiçoamento das capacidades de comunicação, bem como da capacidade de
resolução de problemas com a família.

A Psico-educação pode fornecer às famílias, cuidadores e aos pacientes, informações


sobre a doença e respetivo tratamento, tendo como objetivo a sua aceitação e gestão.

A Psico-educação adquire igualmente importância na adesão à medicação, o evitamento


de abuso de substâncias e a identificação e antecipação de sintomas de recaída.

Nesta problemática, é fundamental o tratamento farmacológico prescrito por médicos


psiquiatras e conjugado com a psicoterapia.
9. Conclusão

O Transtorno Bipolar é um transtorno mental grave e com muitos riscos, mas esse
transtorno não deve incapacitar o paciente e, não o faz ser menos merecedor de cuidados,
porém, para cuidar de alguém com transtorno bipolar, que é um transtorno mental grave,
é preciso ter conhecimentos específicos acerca da patologia, dos riscos, do diagnóstico e
do cuidado que deve ser prestado a essa pessoa. Assim, é necessário desenvolver técnicas
de cuidados e que promovam conhecimentos para a população no intuito desses pacientes
receberem o cuidado necessário a ponto de terem os riscos e consequências da doença
minimizados.
10. Referencias Bibliográficas

http://www.uece.br/eventos/seminarioppcclisenfermaio/anais/resumos/10747.html

http://www.psicologoscampinas.com.br/sub/psicopatologia-transtorno-bipolar-2011.html

https://www.psinove.com/perturbacao-bipolar

https://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_bipolar

https://pt.wikipedia.org/wiki/DSM-5

https://www.passeidireto.com/arquivo/47511738/introducao-ao-transtorno-bipolar

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