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O objetivo deste texto é fazer um link entre o filme “Kramer x Kramer” (1979), e a Psicologia
do Desenvolvimento – idade adulta e velhice, que traz discussão sobre outra importante fase
do desenvolvimento humano que é a idade adulta, momento marcado por grandes
experiências no campo mental, emocional e comportamental que influenciam a vivência
diária, sendo algumas vezes determinante em alguns eventos.
O ser humano então é considerado adulto a partir de determinados eventos próprios desta
fase e não meramente por uma definição cronológica. Espera-se que na idade adulta haja uma
definição no campo profissional e social que promova certa estabilidade financeira e
emocional, gerando relacionamentos afetivos mais estáveis, uma maior independência. A
aparente proteção presente nas primeiras fases do desenvolvimento (infância e adolescência)
não existe mais nesta nova fase. A maturidade para encarar escolhas feitas e responder por
elas de forma responsável são posturas que marcam esse estágio.
O filme acima citado traz eventos importantes que caracterizam a fase adulta: relações
humanas, escolhas, valores, mudanças e responsabilidades. O filme, um drama familiar que se
inicia com uma situação muito complexa: a mãe, Joanna Kramer (Meryl Streep), mulher
cansada da vida desmotivante que levava e passando por uma crise existencial, comunica a seu
esposo, um bem sucedido publicitário, sua decisão de deixar a casa, ele e o filho. Ted Kramer
(Dustin Hoffman), diante da evidência do fato que sua esposa não retornaria, sente-se
desorientado. Passados os primeiros momentos de dor e de angústia, Ted entende que ele
deveria assumir outras responsabilidades além da área profissional e manutenção econômica
da família e então abraça a paternidade com o apoio de sua vizinha e amiga Margareth.
Com o passar do tempo Ted percebe a missão grandiosa que assumiu e busca a adaptação
com as novas exigências. Percebe então a dificuldade de conciliar as necessidades que são o
trabalho e a família. Joanna retorna num momento igualmente delicado onde a relação entre
pai e filho alcança patamar de estabilidade e grande envolvimento afetivo como não havia
antes da sua saída do lar.
O casamento é considerado um dos eventos normativos, ou seja, eventos sociais que a maioria
das pessoas experienciam. Erik Erikson fala da Intimidade como uma das etapas que marca a
vida adulta. O perigo desta etapa é o Isolamento, que significa a incapacidade de estabelecer
profundo comprometimento pessoal com os outros. Ted Kramer experimentou sentimentos
variados com a dissolução do seu casamento que lhe aparentava ter base sólida. Apenas
quando sozinho é que compreende que sua ausência foi um fato importante que pesou na
trágica decisão de sua esposa.
Eventos incomuns que não podem ser previstos, são chamados de não-normativos. Os eventos
não-normativos marcam a vida das pessoas assim como os normativos, a diferença é que os
primeiros mudam o curso esperado e o segundo, muda a vida mas é esperado. O divórcio de
Ted e Joanna, o abandono do lar, da vida conjugal e o fato de abandonar o filho, encaixam-se
aqui como eventos não-normativos por modificar o curso do que era esperado dentro de um
evento normativo que é a união de pessoas adultas.
Ted precisou agir com maior maturidade e comprometimento diante dos desafios que se
mostravam à sua frente: separação, tutela do filho, a perda do emprego e a briga no tribunal
pela guarda definitiva. O filme é considerado um divisor de águas pela decisão final da mãe ao
abrir mão da guarda concedida pelo juiz em prol do marido. Atualmente a guarda
compartilhada acaba com aquela regra de que o filho deve sempre ficar com a mãe.
Interessante colocar uma curiosidade descoberta nas pesquisas acerca do filme é que o ator
principal, Dustin Hoffman, enfrentava na vida real algo muito parecido com a proposta do
filme, o que o levou a não querer participar da filmagem por achar que seria muito doloroso e
que ele representaria sua própria história. Mas acabou concordando, desde que pudesse
influenciar no roteiro e diversas passagens foram baseadas na própria história de vida do ator.
A forma como o pai pega na criança, o tom de voz, o modo como brinca e interage,
distinguem-se dos da mãe, contribuindo favoravelmente para o desenvolvimento psicológico
da criança. O pai desempenha um papel fundamental no desenvolvimento emocional da
criança, mas radicalmente diferente do papel desempenhado pela mãe. O papel do pai é ainda
importante pois a criança mostra maior capacidade de desenvolvimento cognitivo, na
segurança da vida e no desenvolvimento das relações mais positivas na adolescência com o
sexo oposto.
Não é certo que o desenvolvimento da criança varia consoante a forma como é educada (pelo
pai ou pela mãe), como também é benéfico para o desenvolvimento pessoal do homem-pai.
Quanto surge um divórcio e tal como acontece no filme, os pais, normalmente, travam uma
batalha árdua no tribunal em busca da tutela dos filhos dizendo que eles têm mais capacidades
que o outro.
Para isso utilizam todos os recursos que têm à mão, desde colocar a criança contra o pai (ou
mãe), inventando histórias, denegrindo a vida desse mesmo progenitor, gerando ansiedade,
depressão, alterações de humor no seu próprio filho. O filho acaba por perder um dos
progenitores, que, por muito que tente, o tutor nunca irá conseguir substituir. Como já referi
estes desempenham funções diferentes.
Com este filme percebe-se que o divórcio pode trazer vários transtornos ao filho do casal
separado. Sendo importante o desenvolvimento a três na nossa sociedade complexa, um
divórcio poderá trazer várias consequências, que apesar de não estarem bem expressas no
filme, existem em outros casos que surgem todos os dias. Os pais devem ponderar bem o
melhor para o seu filho pois se estes só estiverem preocupados com o seu divórcio e a tutela
pelo seu filho, poderá esquecer-se do mais importante, a felicidade do fruto da “relação
estragada”.
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desenvolvimento empático pelos seus clientes e colegas. O filme é narrado por ele, e
o filme começa com ele contando a história dos Roses a um cliente. O próprio ato de
história que relata, vemos o seu envolvimento no caso de seu colega de trabalho. Ele
que ele vê que as coisas estão saindo do controle das partes, então sugere ao Oliver
Sabemos que o advogado não deve tomar para si “as dores” de seus clientes,
a esposa. Está tão envolvido consigo m esmo que não co nsegue en xergar os
como uma atenção seletiva, onde ele detecta apenas a quilo que angaria valor aos
seus preceitos. Em “A Guerra dos Roses” Oliver também possui este mesmo padrão,
guarda do filho, ela acredita ter o total direito de guarda do filho por ser a mãe, e além
disso, pelo modo como lembrava do relacionamento entre ela e seu esposo e ele e
seu filho. Sabemos que a emoção é fator relevante que af eta a sensação e, p or
indagadas por seus respectivos com panheiros (cena o nde Barbara pede o divórcio a
Oliver e a cena que Joanna diz a seu esposo Ted que vai e mbora). Há uma fa lta de
comunicação en tre eles, não relatam seus prob lemas, deixam “passar em branco” e
dos Roses”. Citado por Fiorelli & Mangini, Gogo & Lane dizem que através da
Essas são limitações impo stas pelo pensamento e pela percepção (FIORELLI&
Um aspecto que dá o tom no f ilme “A Guerra dos Roses” é a violência que vai
crescendo cena a cena, e que to rna o filme uma situação engraçada de certa f orma.
indesejado, que pode culminar em atos violentos. Tão violentos, que os personagens
na verdade, estão mais p ara princípios desvirtuados – os leva a se tornarem cada vez
mais violentos e vingativos, levando-os a destruir o objeto que os leva à briga: a casa.
1 GODO, W .; LANE, S.T. M. ap ud FI ORELLI, José Osmir & MANGINI, Rosana Cathya Ragazzoni.
Psicol ogia
2 FIORELLI, José Osmir & MANGINI, Rosana Cathya Ragazzoni. Psicologia Jurídica. 6ª Edição.
São Paulo:
Atlas, 2015
Vemos em “Kramer vs. Kramer” a importância dos modelos para as crianças.
Billy, filho de Ted e Joa nna, p erde a referência ao se dar conta que a mãe o
abandonou. Se torna irritadiço, faz “pirraça” ao pai; esta é a única maneira que tem de
Porém, após p ai e filho fazerem as pazes e ver que também pode conf iar no seu pai
como tutor, f az dele seu e xemplo e passa a colaborar com a rotina. As crianças são
familiar, havendo conflito ou caos, por exemplo, ele aprende por reforço e pa ssa a agir
para o hospital, vemos uma possível doença ou problema de saúde d ele por conta da
vida que leva. A vida de u m advogado não é exatamente tranquila, somada à f orma
como o indivíduo en cara a rea lidade, pode culmina r numa doença ou prob lema
por conta de seu trabalho. Ao unir à sua rotina os cuidados com o filho, os
compromissos com o seu trabalho ficam difíceis de cumprir. Além disso, seu chefe o
pressiona claramente para da r cabo do menino (mandar para parentes criarem), pois
ele não se importa com a situação da vida pessoal de Ted, muito menos se preocupa
com Billy.
Em “Kramer vs. Kramer” há a figura do juiz, nas ocasiões das audiências para
Ted grita com Joanna e n ão é advertido pelo juiz; também é visível n a ocasião em que
Margaret (amiga de Joanna e que depois se torna amiga de T ed) vai depor e o
advogado de Joanna fa z perguntas tendenciosas a ela, as quais não consegue
responder corretamente sem a interrupção do dito advogado. Tam bém aqui não
Ted se utiliza d os preceitos morais, que podem levar ao entrevistado à comoção e seu
estado de tensão como f orma de angariar pontos para a causa contra Joanna . P orém,
Oliver Rose, tem o esclarecimento e o cuidado de interpretar cada fala e cada atitude
3FIORELLI, José Osmir & MANGINI, Rosana Cathya Ragazzoni. Psicologia Jurídica. 6ª Edição. São
Paulo:
Atlas, 2015.
do casal Rose, aconselha seu colega de trabalho a fazer o que for me lhor para ele
sem que isso custe sua paz. Há uma verdadeira sintonia emocional de Gavin para
escada, tem seus sapatos serrados ao meio, há xingamentos, jogo psicológicos, ela
destrói o carro de Oliver, que che ga a expô -la frente a seus clientes. Porém, é
interessante que, nos dois f ilmes, não há utilização dos filhos para p rejudicar a outra
parte, não há alienação parental. É louvável a fo rma como Ted trata o assunto com
Billy; mesmo tendo a certeza d e que Joanna de u todos os mo tivos para não m erecer
a guarda do filho, ele explica de forma suave e mais fá cil possível para Billy que te rá
coloca-se aqui nesta posição as esposas Joanna e Barbara. Elas tomam a culpa de o
casamento não dar certo para si. Nã o desejam relatar o que pensam a seus esposos
personagens. Oliver e Barbara demonstram que, por uma causa mu ito valiosa, po dem
agressivo como fo rma de d efender seu s interesses. Sabemos que a violência ad vinda
Conforme evolui a história, verifica -se que as tática s de tentativas de sujeição vão
proativo) sã o positivas. Ele insiste com o entrevistador que QUER a vaga que está
sendo oferecida, e vai a lém, chega a se r um tanto arrogante quando diz “se me
quiserem para este trabalho, devem me dar uma resposta agora. Dep ois que sair
daqui p artirei para outra prop osta de emprego”. Ta mbém é incisivo quand o diz ao
médico que vai estar presente no curativo do filho, que sofrera um pequeno acidente ,
reação a e ssa f rustração. Não se constata esta prática em Ted Kramer, pois ele fica
tão envolvido com a vida profissional e com a maté ria de cuidar (aprender a cuidar)
do filho, que realmente não tem tempo para reagir da mesma ma neira que o Sr. Rose;
Referências
FIORELLI, José Osmir, FIORELLI, Maria Rosa e MALHADAS JUNIOR, Marcos Julio
1- KRAMER versus kramer. Direção: Robert Benton . Produção: Richard Fischoff, Stanley R.
Jaffe . Intérpretes: Dustin Hoffman, Meryl Streep e outros. Roteiro:Robert Benton, Avery
Corman , 1979. 1 DVD (101 minutos), color.
Texto do advogado