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Ana Maria Mauad

Doutora em História Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Professora do Departamento
de História da UFF. Pesquisadora do CNPq. Autora, entre outros livros, de Poses e flagrantes: ensaios
sobre história e fotografias.
A ênfase desse estudo recai sobre uma abordagem comparativa de dois fotógrafos: Genevieve
Naylor (1915-1989) e Sebastião Salgado (1944). Eles fotografaram as mesmas regiões do Brasil, em
dois tempos distintos, com uma diferença de cerca de 40 anos.
Essas fotografias são compreendidas como imagens-documentos e imagens-monumentos

A revista Photograma — publicação mensal do Foto Clube Brasileiro, responsável pela difusão da
fotografia amadora no Rio de Janeiro, na qual eram ensinadas teoria e prática fotográficas — dividia
a fotografia em três tipos, a anedótica, a documentária e a artística ou pictorial, e explicava essa
distinção da seguinte maneira:

A fotografia anedótica é a que trata apenas de criar recordações de fatos, pessoas ou coisas […] É
a mais fácil das três divisões, e a que realmente os ‘amadores’ praticam. Assim um grupo de amigos,
um recanto de jardim, um folguedo de criança, etc., são fotografias anedóticas de interesse
estritamente limitado a quem conheça o fato, pessoa ou coisa. A fotografia documentária é a que
visa, de modo mais aproximativo da verdade, grafar fatos, pessoas ou coisas, como sejam a
fotografia de reportagem, a topografia, a microfotografia, a de identificação, etc. Fotografia
artística ou pictorial é a que traduz a sentimentalidade ou estado de alma experimentado pelo
artista ao contemplar um motivo […] na fotografia pictorial aplicam-se na generalidade as mesmas
normas de composição e perspectiva do desenho e da pintura […] O pictorialista deverá antes de
tudo ser um hábil manipulador e técnico consciente de todos os processos, sem o que não poderá
obter desde a ‘exposição’ até a impressão do fotograma, o cunho de individualidade que é básico e
imprescindível em qualquer obra de arte.3

Qual seria a importância do historiador em utilizar a fotografia como fonte da iconografia.


A importante é quando se trabalha com qualquer tipo de documento, o que importa é o problema
que você levanta para o passado, o documento não vem primeiro, vem primeiro é a pergunta. Já
temos uma discussão ampla sobre isso, aponta para isso, no caso tanto a fotografia, como os visuais,
como a própria fonte oral que eu trabalho, ela só deve ser deve ser acionada se o problema da
história envolve aquilo que a fotografia tem de diferencial em relação ao outros documento que é a
dimensão visual, então você vai trabalhar com história que discute a visualidade, o papel da imagem
na conformação de determinados sentidos, a ideia do que é visível do que é invisível, as formas de
ver, ver como forma de produzir conhecimentos. Então desde quando comecei a trabalhar com
fotografia nos anos oitenta, até hoje, eu acho que o campo historiográfico ele sensibilizou e se
aprofundou nas discussões sobre o papel da fotografia, tanto como fonte como objeto, não é só a
informação fotográfica, é fundamental entender os circuitos sociais, as biografias, que papel ela
cumpre, a sua historicidade, mas tudo isso só faz sentido se a pergunta que o historiador fizer para o
passado pudesse ser respondida por meio de imagens.

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