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Resumo
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Doutora em Educação: Currículo, pela PUCSP. Coordenadora do Setor de Extensão Comunitária e Professora
do Componente Curricular – Projeto Comunitário do Centro Universitário - Católica de Santa Catarina. E-mail:
divar@catolicasc.org.br.
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Mestre em Educação: Cultura, Escola, Ensino, pela UFPR. Responsável pelo Serviço de Orientação
Universitária – SOU, Núcleo de Educação a Distância - NEaD e professora da disciplina de Metodologia
Científica do Centro Universitário - Católica de Santa Catarina. E-mail: julipatip@catolicasc.org.br.
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Mestranda em Educação: Currículo, pela PUCSP. Assistente Social do Núcleo de Projetos Comunitários (NPC)
do Centro Universitário - Católica de Santa Catarina. E-mail: anapc@catolicasc.org.br.
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Doutoranda em Educação e Currículo pela PUC-SP. Pró-Reitora Acadêmica do Centro Universitário: Católica
de Santa Catarina. Membro do Grupo de Pesquisa credenciado pelo CNPq Formação de Professores e Cotidiano
Escolar – PUC/SP, coordenado pela Profª Drª Marina Graziela Feldmann. E-mail: anadir@catolicasc.org.br
ISSN 2176-1396
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possibilitou que seu interesse e atenção fossem “afetados” levando-o a assumir a posição de
autores na construção do ensino e da aprendizagem. Nesse sentido, acredita-se que a ação
proposta possibilitou que os estudantes conhecessem e experimentassem as fases de
elaboração do conhecimento científico.
Introdução
A Metodologia Científica é uma disciplina cujo objetivo é o estudo dos métodos, das
técnicas e dos instrumentos necessários para a construção do conhecimento. Método, do grego
métodos é entendido como sendo o ”[...] caminho para chegar a um fim ou pelo qual se atinge
um objetivo.” (FERREIRA, 1993, p.1128).
Segundo Ruiz (1985), ao ingressar na faculdade, o aluno se depara com uma realidade
diversa da experienciada na Educação Básica. Por isso, a disciplina de Metodologia Científica
se faz necessária neste primeiro momento em que o estudante ingressa no ambiente
acadêmico no sentido de auxiliar no desenvolvimento de “[...] hábitos de estudo e técnicas de
trabalho que tornem realmente produtivos os anos de vida universitária, tão preciosos e, não
raro, tão mal aproveitados.” (BOTELHO, 2015).
Tem-se como intencionalidade, a partir desta disciplina, auxiliar os acadêmicos no
desenvolvimento de habilidades necessárias para a construção do espírito científico. Ela
contribui, também, para a sistematização da pesquisa acadêmica, para a organização do
pensamento e para a comunicação formal das aprendizagens realizadas ao longo do estudo.
Para Severino (1993, p.23) “[...] toda atividade desenvolvida no contexto da vida de estudos
universitários deve fundar-se numa disciplina lógica rigorosa.”.
É relevante, ainda, salientar que os temas discutidos na disciplina auxiliam os
acadêmicos no desenvolvimento de uma leitura e escrita mais eficientes. Além disso, a
disciplina serve como suporte para a produção escrita feita com embasamento científico,
elaborada segundo as técnicas da ABNT.
Nesse sentido, o presente estudo objetiva partilhar uma experiência metodológica
vivida na disciplina de Metodologia Científica, ministrada no primeiro semestre dos cursos de
graduação de uma Instituição de Ensino Superior do norte de Santa Catarina, em relação ao
desenvolvimento do espírito científico e aos procedimentos da investigação científica.
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A pesquisa
exemplo dessas perguntas, organizadas pelos estudantes das turmas das Engenharias e da
turma de Moda, pode-se citar:
a) “Até que ponto o Engenheiro Civil pode ajudar para a melhoria do nosso ciclo de
vida?”;
b) “Qual a importância do Engenharia Civil com o meio ambiente?”;
c) “Será que estamos tendo atitudes responsáveis para melhorar as condições de
vida do nosso planeta?”;
d) “O que é necessário para transformar um veículo movido à combustão em um
elétrico e como ocorre essa transformação?”;
e) “Quais os materiais que podem ser utilizados para desenvolver um look
experimental utilizando material sustentável a partir do tema borboletas?”;
f) “Qual a importância de produzir roupas sustentáveis?”.
Para Freire e Faundez (1985, p.48), quando a pergunta pode “[...] parecer ingênua, mal
formulada, nem sempre o é para quem a fez. Em tal caso, o papel do educador, [...] é ajudá-lo
a refazer a pergunta, com o que o educando aprende, fazendo, a melhor pergunta.”. De
acordo, ainda, com os autores, a proposição de perguntas parte da curiosidade “ingênua” para
uma curiosidade “epistemológica”. Assim, as perguntas de pesquisa permitem “[...] respostas
reflexivas sobre as representações, aproximando-se da essência de sua significação.”
(RANGHETTI, 1999a, p.85).
Nesse sentido, as perguntas iniciais são analisadas pelo grupo, que discute e reflete
sobre elas com o objetivo de organizar uma única pergunta geradora de pesquisa, ou seja, uma
pergunta epistemológica. Para isso, mobiliza-se novamente a turma com vídeos, reflexões e
exemplos que evidenciam a importância da pergunta epistemológica e de suas características,
diferentes da pergunta “ingênua”. As perguntas, reconstruídas, são socializadas e discutidas
no grande grupo (classe), com a mediação da professora. Todos participam e fazem
considerações sobre as perguntas dos colegas de modo que as equipes consigam apresentar
uma pergunta articulada, objetiva e clara sobre o foco da investigação que se seguirá.
Atenta-se para que todos observem como uma pergunta de pesquisa deve se constituir.
Questões que iniciam com Quem? Qual? não suscitam pesquisa, apenas constatação dos fatos
e estes poderão ser respondidos com a consulta em um único texto informativo. Assim, “uma
pergunta de pesquisa é a declaração de uma indagação específica que o pesquisador deseja
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disso, também se traça a metodologia a ser utilizada. Desse momento em diante os grupos
continuam a pesquisa, a partir da metodologia traçada. Algumas dificuldades observadas nos
acadêmicos no trabalho em grupo são: aceitar a ideia do outro, ouvir, silenciar, argumentar
sobre as próprias ideias e convicções. Tal prática exige do aluno uma atitude interdisciplinar
que supõe princípios tais como humildade, respeito, espera, desapego, coerência, além de
ousadia, comprometimento, envolvimento, negociação, partilha, cooperação, colaboração,
observação e afetividade.
No desenvolvimento do projeto algumas certezas são (re)significadas e dúvidas
relativizadas. Duvidar, fazer, refazer, em parceria, colocam mais uma vez em evidência que o
ensino e a pesquisa devem coexistir no mesmo espaço, já que ensinar é atribuir signo e para
isso precisamos investigar, conhecer, apreender esse algo para depois atribuir-lhe significado.
Isso é pesquisar. Aprender, apreender para compreender. Nesse contexto, a compreensão tem
sua existência a partir do momento que o ser humano pode habitar esse conhecimento que
busca. É nesse movimento “com-junto” que o ensino se materializa.
Essa estratégia didática utilizada para a iniciação do acadêmico na pesquisa tem
evidenciado, em seus resultados, que o processo vivido na elaboração da pergunta e,
consequentemente, nas demais etapas da pesquisa é fundamental para a inserção do
acadêmico na vida universitária, tendo como um dos princípios de aprendizagem a pesquisa.
Desse modo, a disciplina Metodologia Científica tem caráter formativo na cultura do
estudante universitário uma vez que, por meio dela, procura-se evidenciar a relevância do
espirito investigativo e da autonomia no desenvolvimento dos processos de aprendizagem e
construção do conhecimento.
Considerações finais
REFERÊNCIAS
CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa em ciências humanas e sociais. 3. ed. São Paulo: Cortez,
1998.
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DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. 12. ed. São Paulo: Cortez, 2006.
FREIRE, Paulo; FAUNDEZ, A. Por uma pedagogia da pergunta. 3. ed. São Paulo: Paz e
Terra, 1985.
GRAZIOSI, Maria Elisabete Salvador; LIEBANO, Richard Eloin; NAHAS, Fabio Xerfan.
Elaboração da pergunta norteadora de pesquisa. In:______. Módulo Científico. São Paulo,
Universidade Federal de São Paulo, 2011. Disponível em:
<http://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/1/modulo_cientifico/Unidade_12.pdf>.
Acesso em: 10 ago. 2015.
RANGHETTI, Diva Spezia. A força do ato de perguntar na ação reflexiva. In: FAZENDA,
Ivani (Org.). A virtude da força nas práticas interdisciplinares. Campinas, SP: Papirus,
1999a. p.79-87.
RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. São Paulo:
Atlas, 1985.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 19. ed. São Paulo: Cortez, 1993.