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AGU

Contador

1. Juros e descontos simples. 1.1. Juros e descontos compostos. 1.2. Equivalência financeira. 1.3.
Sistemas de amortização de empréstimos e financiamentos. 1.4. Métodos de avaliação de fluxos de
caixa.. ....................................................................................................................................................... 1
2. Valor do dinheiro no tempo, Valor Presente e Taxa Interna de Retorno. ....................................... 42
3. Microeconomia e Finanças. ........................................................................................................... 48
3.1. Teoria do Consumidor. 3.1.1. Teoria da utilidade: conceitos e aplicações. 3.1.2. Curva de
demanda. ............................................................................................................................................... 56
3.2. Teoria da firma. 3.2.1. Tecnologia da produção: isoquanta, isocustos, fatores fixos e variáveis.
3.2.2. Custos marginais de curto e longo prazos. 3.2.3. Aplicações do conceito de custos marginais. 3.2.4.
Custo total e custo médio. ...................................................................................................................... 67

Candidatos ao Concurso Público,


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Bons estudos!

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1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
1. Juros e descontos simples. 1.1. Juros e descontos compostos. 1.2.
Equivalência financeira. 1.3. Sistemas de amortização de empréstimos e
financiamentos. 1.4. Métodos de avaliação de fluxos de caixa.

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foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores@maxieduca.com.br

JUROS SIMPLES1

Em regime de juros simples (ou capitalização simples), o juro é determinado tomando como base
de cálculo o capital da operação, e o total do juro é devido ao credor (aquele que empresta) no final da
operação. As operações aqui são de curtíssimo prazo, exemplo: desconto simples de duplicata, entre
outros.
No juros simples o juro de cada intervalo de tempo sempre é calculado sobre o capital inicial
emprestado ou aplicado.

- Os juros são representados pela letra J.


- O dinheiro que se deposita ou se empresta chamamos de capital e é representado pela letra C (capital)
ou P(principal) ou VP ou PV (valor presente) *.
- O tempo de depósito ou de empréstimo é representado pela letra t ou n.*
- A taxa de juros é a razão centesimal que incide sobre um capital durante certo tempo. É representado
pela letra i e utilizada para calcular juros.

*Varia de acordo com a literatura estudada.

Chamamos de simples os juros que são somados ao capital inicial no final da aplicação.

Exemplo
1) Uma pessoa empresta a outra, a juros simples, a quantia de R$ 4. 000,00, pelo prazo de 5 meses,
à taxa de 3% ao mês. Quanto deverá ser pago de juros?

Resposta
- Capital aplicado (C): R$ 4.000,00
- Tempo de aplicação (t): 5 meses
- Taxa (i): 3% ou 0,03 a.m. (= ao mês)

Fazendo o cálculo, mês a mês:


- No final do 1º período (1 mês), os juros serão: 0,03 x R$ 4.000,00 = R$ 120,00
- No final do 2º período (2 meses), os juros serão: R$ 120,00 + R$ 120,00 = R$ 240,00
- No final do 3º período (3 meses), os juros serão: R$ 240,00 + R$ 120,00 = R$ 360,00
- No final do 4º período (4 meses), os juros serão: R$ 360,00 + R$ 120,00 = R$ 480,00
- No final do 5º período (5 meses), os juros serão: R$ 480,00 + R$ 120,00 = R$ 600,00

Desse modo, no final da aplicação, deverão ser pagos R$ 600,00 de juros.

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MARIANO, Fabrício – Matemática Financeira para Concursos – 3ª Edição – Rio de Janeiro: Elsevier,2013.

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Fazendo o cálculo, período a período:
- No final do 1º período, os juros serão: i.C
- No final do 2º período, os juros serão: i.C + i.C
- No final do 3º período, os juros serão: i.C + i.C + i.C
--------------------------------------------------------------------------
- No final do período t, os juros serão: i.C + i.C + i.C + ... + i.C

Portanto, temos:
J=C.i.t

1) O capital cresce linearmente com o tempo;


2) O capital cresce a uma progressão aritmética de razão: J=C.i
3) A taxa i e o tempo t devem ser expressos na mesma unidade.
4) Nessa fórmula, a taxa i deve ser expressa na forma decimal.
5) Chamamos de montante (M) ou FV (valor futuro) a soma do capital com os juros, ou seja:
Na fórmula J= C . i . t, temos quatro variáveis. Se três delas forem valores conhecidos, podemos
calcular o 4º valor.

M = C + J → M = C.(1+i.t)

Exemplo
A que taxa esteve empregado o capital de R$ 25.000,00 para render, em 3 anos, R$ 45.000,00 de
juros? (Observação: Como o tempo está em anos devemos ter uma taxa anual.)

C = R$ 25.000,00
t = 3 anos
j = R$ 45.000,00
i = ? (ao ano)
C.i.t
j=
100
25000.i.3
45 000 =
100
45 000 = 750 . i
45.000
i=
750
i = 60
Resposta: 60% ao ano.

Quando o prazo informado for em dias, a taxa resultante dos cálculos será diária; se o prazo for
em meses, a taxa será mensal; se for em trimestre, a taxa será trimestral, e assim sucessivamente.

Questões

01. (AL/RR – Economista – FUNRIO/2018) Paulo contraiu uma dívida do Banco X, no valor de R$
400,00 que foi quitada em dois trimestres, depois de contraída.
A taxa linear mensal praticada pelo Banco X, que teve como resultado a cobrança de juros de R$
150,00, foi de

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(A) 8,70%.
(B) 7,50%.
(C) 6,25%.
(D) 5,10%.

02. (EBSERH – Técnico em Contabilidade – CESPE/2018) No que se refere a matemática financeira


e finanças, julgue o item seguinte.
Se R$ 10.000 forem aplicados pelo prazo de 45 dias à taxa de juros simples de 12% ao ano, o montante
ao final do período será inferior a R$ 10.140.
( )Certo ( )Errado

03. (BANESTES – Assistente Securitário – FGV/2018) Caso certa dívida não seja paga na data do
seu vencimento, sobre ela haverá a incidência de juros de 12% a.m.. Se essa dívida for quitada com
menos de um mês de atraso, o regime utilizado será o de juros simples.
Considerando-se o mês comercial (30 dias), se o valor dessa dívida era R$ 3.000,00 no vencimento,
para quitá-la com 8 dias de atraso, será preciso desembolsar:
(A) R$ 3.096,00;
(B) R$ 3.144,00;
(C) R$ 3.192,00;
(D) R$ 3.200,00;
(E) R$ 3.252,00.

04. (BANPARÁ – Técnico Bancário – INAZ do Pará) Na capitalização de juros simples:


(A) A capitalização de juros ocorre sobre o capital inicial
(B) Os juros são pagos no vencimento, que é fixo.
(C) Os juros são pagos durante o período de capitalização
(D) Os juros são incorporados ao capital durante a capitalização
(E) Todas as alternativas acima estão erradas

05. (IESES) Uma aplicação de R$ 1.000.000,00 resultou em um montante de R$ 1.240.000,00 após


12 meses. Dentro do regime de Juros Simples, a que taxa o capital foi aplicado?
(A) 1,5% ao mês.
(B) 4% ao trimestre.
(C) 20% ao ano.
(D) 2,5% ao bimestre.
(E) 12% ao semestre.

06. (EXATUS-PR) Mirtes aplicou um capital de R$ 670,00 à taxa de juros simples, por um período de
16 meses. Após esse período, o montante retirado foi de R$ 766,48. A taxa de juros praticada nessa
transação foi de:
(A) 9% a.a.
(B) 10,8% a.a.
(C) 12,5% a.a.
(D) 15% a.a.

07. (UMA Concursos) Qual o valor do capital que aplicado por um ano e meio, a uma taxa de 1,3%
ao mês, em regime de juros simples resulta em um montante de R$ 68.610,40 no final do período?
(A) R$ 45.600,00
(B) R$ 36.600,00
(C) R$ 55.600,00
(D) R$ 60.600,00

08. (TRF- 3ª REGIÃO – Analista Judiciário – FCC) Em um contrato é estabelecido que uma pessoa
deverá pagar o valor de R$ 5.000,00 daqui a 3 meses e o valor de R$ 10.665,50 daqui a 6 meses. Esta
pessoa decide então aplicar em um banco, na data de hoje, um capital no valor de R$ 15.000,00, durante
3 meses, sob o regime de capitalização simples a uma taxa de 10% ao ano. No final de 3 meses, ela
resgatará todo o montante correspondente, pagará o primeiro valor de R$ 5.000,00 e aplicará o restante
sob o regime de capitalização simples, também durante 3 meses, em outro banco. Se o valor do montante

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desta última aplicação no final do período é exatamente igual ao segundo valor de R$ 10.665,50, então
a taxa anual fornecida por este outro banco é, em %, de
(A) 10,8%.
(B) 9,6%.
(C) 11,2%.
(D) 12,0%.
(E) 11,7%.

Comentários

01. Resposta: C
O capital será de: 400,00
2 trimestres: 2.3 = 6 meses
J = 150 reais.
Utilizando a fórmula básica para juros compostos teremos:

C.i.t
j=
100
150 . 100 = 400 . i . 6
15000
i = 2400 = 6,25% ao mês

02. Resposta: Errado


C.i.t
Pela fórmula de juros simples teremos j =
100
Mas antes devemos converter os dados para a mesma unidade de tempo.
i = 12% ao ano = 1% ao mês
t = 45 dias = 1,5 meses
C = 10000
Montante foi de 10140, logo o juros foi de 10140 – 10000 = 140 reais.
Vamos lá!
C.i.t
j=
100
10000 . 1 . 1,5 15000
j= 100
= 100 = 150 reais, que é superior à 140 reais conforme dito no enunciado.

03. Resposta: A
Antes de resolvermos devemos fazer as devidas conversões, vamos lá!
i = 12% ao mês = 12 : 30 = 0,4% ao dia

C.i.t
j=
100
3000 . 0,4 . 8 9600
j= 100
= 100
= 96 reais

Assim deverá pagar 3000 + 96 = 3096 reais

04. Resposta: A
Na capitalização simples o juros sempre incide sobre o capital inicial, por isto a alternativa A está
correta.

05. Resposta: E
C = 1.000.000,00
M = 1.240.000,00
t = 12 meses
i=?
M = C.(1+it) → 1240000 = 1000000(1 + 12i) → 1 + 12i = 1240000 / 1000000 → 1 + 12i = 1,24 → 12i =
1,24 – 1 → 12i = 0,24 → i = 0,24 / 12 → i = 0,02 → i = 0,02x100 → i = 2% a.m

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Como não encontramos esta resposta nas alternativas, vamos transformar, uma vez que sabemos a
taxa mensal:
Um bimestre tem 2 meses → 2 x 2 = 4% a.b.
Um trimestre tem 3 meses → 2 x 3 = 6% a.t.
Um semestre tem 6 meses → 2 x 6 = 12% a.s.
Um ano tem 1 ano 12 meses → 2 x 12 = 24% a.a.

06. Resposta: B
Pelo enunciado temos:
C = 670
i=?
n = 16 meses
M = 766,48
Aplicando a fórmula temos: M = C.(1+in) → 766,48 = 670 (1+16i) → 1 + 16i = 766,48 / 670 →1 + 16i =
1,144 → 16i = 1,144 – 1 → 16i = 0,144 → i = 0,144 / 16 → i = 0,009 x 100 → i = 0,9% a.m.
Observe que as taxas das alternativas são dadas em ano, logo como 1 ano tem 12 meses: 0,9 x 12 =
10,8% a.a.

07. Resposta: C
C=?
n = 1 ano e meio = 12 + 6 = 18 meses
i = 1,3% a.m = 0,013
M = 68610,40
Aplicando a fórmula: M = C (1+in) → 68610,40 = C (1+0,013.18) → 68610,40 = C (1+0,234) → C =
68610,40 = C.1,234 → C = 68610,40 / 1,234 → C = 55600,00.

08. Resposta: C
j= 15.000*0,10*0,25 (0,25 é 3 meses/12)
j=15.000*0,025
j=375,00
Montante 15.000+375,00= 15.375,00
Foi retirado 5.000,00, então fica o saldo para nova aplicação de 10.375,00 o valor a pagar da segunda
parcela (10.665,50) é o mesmo valor do saldo da aplicação dos 10.375,00 em 03 meses.
10.665,50-10.375,00= 290,50, esse foi o juros, então é só aplicar a fórmula dos juros simples.
j=c.i.t
290,5=10.375,00*i*0,025
290,5=2.593,75*i
i= 290,5/2.593,75
i= 0,112
i=0,112*100=11,2%

JUROS COMPOSTOS

O capital inicial (principal) pode crescer, como já sabemos, devido aos juros, segundo duas
modalidades, a saber:

Juros simples (capitalização simples) – a taxa de juros incide sempre sobre o capital inicial.

Juros compostos (capitalização composta) – a taxa de juros incide sobre o capital de cada
período. Também conhecido como "juros sobre juros".

Na prática, as empresas, órgãos governamentais e investidores particulares costumam reinvestir as


quantias geradas pelas aplicações financeiras, o que justifica o emprego mais comum de juros
compostos2 na Economia. Na verdade, o uso de juros simples não se justifica em estudos econômicos.

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MARIANO, Fabrício – Matemática Financeira para Concursos – 3ª Edição – Rio de Janeiro: Elsevier,2013.

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Exemplo
Considere o capital inicial (C) $1500,00 aplicado a uma taxa mensal de juros compostos (i) de 10% (i
= 10% a.m.). Vamos calcular os montantes (capital + juros), mês a mês:
Após o 1º mês, teremos: M1 = 1500 x 1,1 = 1650 = 1500(1 + 0,1)
Após o 2º mês, teremos: M2 = 1650 x 1,1 = 1815 = 1500(1 + 0,1)2
Após o 3º mês, teremos: M3 = 1815 x 1,1 = 1996,5 = 1500(1 + 0,1)3
.....................................................................................................
Após o nº (enésimo) mês, sendo M o montante, teremos evidentemente: M = 1500(1 + 0,1)t
De uma forma genérica, teremos para um capital C, aplicado a uma taxa de juros compostos (i) durante
o período (t):
M = C (1 + i)t

Onde:
M = montante,
C = capital,
i = taxa de juros e
t = número de períodos que o capital C (capital inicial) foi aplicado.
(1+i)t ou (1+i)n = fator de acumulação de capital

Na fórmula acima, as unidades de tempo referentes à taxa de juros (i) e do período (t), tem de
ser necessariamente iguais. Este é um detalhe importantíssimo, que não pode ser esquecido!
Assim, por exemplo, se a taxa for 2% ao mês e o período 3 anos, deveremos considerar 2% ao mês
durante 3x12=36 meses.

Graficamente temos, que o crescimento do principal(capital) segundo juros simples é LINEAR,


CONSTANTE enquanto que o crescimento segundo juros compostos é EXPONENCIAL, GEOMÉTRICO
e, portanto tem um crescimento muito mais "rápido".

- O montante após 1º tempo é igual tanto para o regime de juros simples como para juros
compostos;
- Antes do 1º tempo o montante seria maior no regime de juros simples;
- Depois do 1º tempo o montante seria maior no regime de juros compostos.

Juros Compostos e Logaritmos


Para resolução de algumas questões que envolvam juros compostos, precisamos ter conhecimento de
conceitos de logaritmos, principalmente aquelas as quais precisamos achar o tempo/prazo. É muito
comum ver em provas o valor dado do logaritmo para que possamos achar a resolução da questão.

Exemplo
Um capital é aplicado em regime de juros compostos a uma taxa mensal de 2% (2% a.m.). Depois de
quanto tempo este capital estará duplicado?

Resolução
Sabemos que M = C (1 + i)t. Quando o capital inicial estiver duplicado, teremos M = 2C.
Substituindo, vem: 2C = C(1+0,02)t [Obs: 0,02 = 2/100 = 2%]
Simplificando, fica:
2 = 1,02t , que é uma equação exponencial simples.
Teremos então: t = log1,022 = log2 /log1,02 = 0,30103 / 0,00860 = 35

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Nota: log2 = 0,30103 e log1,02 = 0,00860; estes valores podem ser obtidos rapidamente em máquinas
calculadoras científicas. Caso uma questão assim caia no vestibular ou concurso, o examinador teria de
informar os valores dos logaritmos necessários, ou então permitir o uso de calculadora na prova, o que
não é comum no Brasil.
Portanto, o capital estaria duplicado após 35 meses (observe que a taxa de juros do problema é
mensal), o que equivale a 2 anos e 11 meses.
Resposta: 2 anos e 11 meses.

- Em juros simples quando a taxa de juros(i) estiver em unidade diferente do tempo(t), pode-se
colocar na mesma unidade de (i) ou (t).
- Em juros compostos é preferível colocar o (t) na mesma unidade da taxa (i).

Questões

01. (UFLA – Administrador – UFLA/2018) A alternativa que apresenta o valor futuro correto de uma
aplicação de R$ 100,00 à taxa de juros compostos de 10% ao ano pelo período de dois anos é:
(A) R$ 121,00
(B) R$ 112,00
(C) R$ 120,00
(D) R$ 110,00

02. (BANPARÁ – Técnico Bancário – FADESP/2018) Na realização de um empréstimo de R$


8.000,00 por três meses, havia duas possibilidades de sistema a considerar: juros simples a 5%a.m ou
juros compostos a 4%a.m. Comparando os montantes obtidos nesses dois sistemas, é correto afirmar
que o de juros simples é, aproximadamente,
(A) inferior ao de juros compostos em R$ 300,00.
(B) inferior ao de juros compostos em R$ 200,00.
(C) igual ao de juros compostos.
(D) superior ao de juros compostos em R$ 200,00.
(E) superior ao de juros compostos em R$ 300,00.

03. (STM – Analista Judiciário – CESPE/2018) Uma pessoa atrasou em 15 dias o pagamento de uma
dívida de R$ 20.000, cuja taxa de juros de mora é de 21% ao mês no regime de juros simples.
Acerca dessa situação hipotética, e considerando o mês comercial de 30 dias, julgue o item
subsequente.
No regime de juros compostos, o valor dos juros de mora na situação apresentada será R$ 100 menor
que no regime de juros simples.
( )Certo ( )Errado

04. (TRANSPETRO – Engenheiro Junior – CESGRANRIO/2018) Uma empresa captou R$ 100.000


reais a uma taxa de juros compostos de 1% ao mês.
Ao cabo de seis meses no futuro, essa dívida terá um valor em reais, no presente, de
(A) R$ 103.030
(B) R$ 104.060
(C) R$ 105.101
(D) R$ 106.000
(E) R$ 106.152

05. (EXÉRCITO BRASILEIRO) Determine o tempo necessário para que um capital aplicado a 20 % a.
m. no regime de juros compostos dobre de valor. Considerando que log 2 = 0,3 e log 1,2 = 0,08.
(A) 3,75 meses.
(B) 3,5 meses.
(C) 2,7 meses.
(D) 3 meses.
(E) 4 meses.

06. (FCC) Saulo aplicou R$ 45 000,00 em um fundo de investimento que rende 20% ao ano. Seu
objetivo é usar o montante dessa aplicação para comprar uma casa que, na data da aplicação, custava

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R$ 135 000,00 e se valoriza à taxa anual de 8%. Nessas condições, a partir da data da aplicação, quantos
anos serão decorridos até que Saulo consiga comprar tal casa?
Dado: (Use a aproximação: log 3 = 0,48)
(A) 15
(B) 12
(C) 10
(D) 9
(E) 6

07. (CESGRANRIO) Um investimento de R$1.000,00 foi feito sob taxa de juros compostos de 3% ao
mês. Após um período t, em meses, o montante foi de R$1.159,27. Qual o valor de t? (Dados: ln(1.000)
= 6,91; ln(1.159,27) = 7,06; ln(1,03) = 0,03).
(A) 1
(B) 2
(C) 3
(D) 4
(E) 5

08. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – MPE-GO/2017) Fábio aplicou R$ 1.000,00 em uma aplicação
que rende juros compostos de 2% ao mês. Ao final de 3 meses qual será o montante da aplicação de
Fábio, desprezando-se as casas decimais?
(A) R$ 1.060
(B) R$ 1.061
(C) R$ 1.071
(D) R$ 1.029
(E) R$ 1.063

Comentários

01. Resposta: A
C = 100
i = 10%a.a = 0,1
t = 2 anos (taxa e tempo na mesma unidade, ok!)
M=?

M = 100.(1 + 0,1)²
M = 100.1,21 = 121 reais

02. Resposta: D
Nesta questão precisamos calcular o valor obtido no regime de juros simples e o valor obtido em juros
compostos, para depois calcularmos.
- Juros Simples
M=?
J=?
C = 8000
i = 5%a.m. = 0,05
t = 3 meses
J = 8000.0,05.3 = 1200
M = 8000 + 1200 = 9200

- Juros compostos

M=?
C = 8000
i = 4% a.m. = 0,04
t = 3 meses
M = 8000.(1 + 0,04)³ = 8000.1,04³ = 8998,12

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Fazendo a variação entre os valores teremos 9200 – 8998,12 = 201,09, que aproximadamente será
200 reais, assim o sistema de juros simples será superior em 200 reais se compararmos com o regime
de juros compostos.

03. Resposta: Certo


Neste exercício devemos saber no regime de juros simples e no regime de juros compostos para então
podermos compará-los.

- Juros Simples
C = 20000
i = 21%a.m. = 0,21
t = 15 dias (observe que a taxa e o tempo estão em unidades diferentes, assim iremos converter o
tempo na unidade da taxa)
t = 15/30 = ½ mês
1
J = 20000.0,21 . 2 = 2100

- Juros Compostos
C = 20000
i = 21%a.m. = 0,21
t = 15 dias (observe que a taxa e o tempo estão em unidades diferentes, assim iremos converter o
tempo na unidade da taxa)
t = 15/30 = ½ mês
1
M = 20000.( 1 + 0,21)2
1
M = 20000.1,212
Muita atenção neste momento, pois o expoente é uma fração e para isto você deve lembrar de algumas
𝑚 1
𝑛 2 2
propriedades de potência, 𝑎 𝑛 = √𝑎𝑚 , portanto no nosso exercício temos 1,212 = √1,211 = √1,21 = 1,1.

Prosseguindo,
1
M = 20000.1,212
2
M = 20000. √1,21
M = 20000.1,1 = 22000

Sendo de Juros = 22000 – 20000 = 2000


Portanto em juros simples = 2100
Juros compostos = 2000
Em juros simples é 100 reais maior que em juros compostos

04. Resposta: E
Vamos captar as informações:
M=?
C = 100000
i = 1%a.m. = 0,01
t = 6meses

M = 100000.(1 + 0,01)6
M = 100000.1,016
M = 100000. 1,06152 = 106152 reais

05. Resposta: A
M=C(1+i)t
2C=C(1+0,2)t
2=1,2t
Log2=log1,2t
Log2=t.log1,2 → 0,3=0,08t → T=3,75 meses

. 9
1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
06. Resposta: B
M = C. (1 + i)t
C = 45.000
i = 0,2
--------------------
C = 135.000
i= 0,08
45.000 (1+ i)t = 135.000 (1 + i)t
45.000 (1 + 0,2)t = 135.000 (1 + 0,08)t
45.000 (1,2)t = 135.000 (1,08)t
135.000/45.000 = (1,2/1,08)t
3 = (10/9)t
log3 = t.log (10/9) → 0,48 = (log10 - log9).t → 0,48 = (1 - 2log3).t
0,48 = (1 - 2.0,48).t → 0,48 = (1 - 0,96).t → 0,48 = 0,04.t
t = 0,48/0,04 → t = 12

07. Resposta: E
M = C (1 + i) t
1159,27 = 1000 ( 1 + 0,03)t
1159,27 = 1000.1,03t
ln 1159,27 = ln (1000 . 1,03t)
7,06 = ln1000 + ln 1,03t
7,06 = 6,91 + t . ln 1,03 → 0,15 = t . 0,03 → t = 5

08. Resposta: B
Juros Compostos
M = 1000 .(1,02)^3
M = 1000 . 1,061208
M = 1061,20

DESCONTOS

Entende-se por Valor Nominal o valor de resgate, ou seja, o valor definido para um título em sua data
de vencimento. Representa, em outras palavras, o próprio montante da operação.
A operação de se liquidar um título antes de seu vencimento envolve geralmente uma recompensa, ou
um desconto pelo pagamento antecipado. Desta maneira, desconto pode ser entendido como a diferença
entre o valor nominal de um título e o seu valor atualizado apurado n períodos antes de seu vencimento.
Por outro lado, Valor Descontado de um título é o seu valor atual na data do desconto, sendo
determinado pela diferença entre o valor nominal e o desconto, ou seja:

Valor descontado = Valor nominal – Desconto

As operações de desconto podem ser realizadas tanto sob o regime de juros simples como no de juros
compostos. O uso do desconto simples é amplamente adotado em operações de curto prazo,
restringindo-se o desconto composto para as operações de longo prazo.
Tanto no regime linear como no composto ainda são identificados dois tipos de desconto:
(a) desconto “por dentro” (ou racional) e;
(b) desconto “por fora” (ou bancário, ou comercial).

Exemplo
Ao resgatar uma duplicata dois meses, antes da data do vencimento (04/03/2005), o credor José da
Silva (aquele que irá receber o valor da mesma) recebe uma quantia de R$ 460,00.
A essa diferença entre o valor título (valor nominal) e o valor recebido (valor atual) damos o nome
de desconto.
D=N–A
Onde:
D = desconto
N = valor nominal
A = valor atual

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1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
O desconto concedido pelo banco, para o resgate de um título antes do vencimento é maior, resultando
num resgate de menor valor para o proprietário do título. O desconto é o contrário da capitalização.

Comparando com o regime de juros, observamos que:

- o Valor Atual, ou valor futuro (valor do resgate) nos dá ideia de Montante;


- o Valor Nominal, nome do título (valor que resgatei) nos dá ideia de Capital;
- e o Desconto nos dá ideia de Juros.

DESCONTOS SIMPLES3

Desconto Racional Simples (por dentro)


O desconto racional, também denominado de desconto “por dentro”, incorpora os conceitos e relações
básicas de juros simples. Assim, sendo Dr o valor do desconto racional, C o capital (ou valor atual), i a
taxa periódica de juros e n o prazo do desconto (número de períodos que o título é negociado antes de
seu vencimento), tem-se a conhecida expressão de juros simples

𝐷𝑟 = 𝐶 . 𝑖 . 𝑛

Pela própria definição de desconto e introduzindo-se o conceito de valor descontado no lugar de capital
no cálculo do desconto, tem-se:

𝐷𝑟 = 𝑁 − 𝑉𝑟

Sendo N o valor nominal (ou valor de resgate, ou montante) e V o valor descontado racional (ou valor
atual) na data da operação.

Como:
𝑁
𝑉𝑟 = 𝐶 =
1 + 𝑖. 𝑛

Tem-se:

𝑁. 𝑖. 𝑛
𝐷𝑟 =
1 + 𝑖. 𝑛

A partir dessa fórmula é possível calcular o valor do desconto racional obtido de determinado valor
nominal (N), a uma dada taxa simples de juros (i) e a determinado prazo de antecipação (n).
Já o valor descontado, conforme definição apresentada, é obtido pela seguinte expressão de cálculo:

𝑁
𝑉𝑟 =
1 + 𝑖. 𝑛

Observe, uma vez mais, que o desconto racional representa exatamente as relações de juros simples.
É importante registrar que o juro incide sobre o capital (valor atual) do título, ou seja, sobre o capital
liberado da operação.
A taxa de juro (desconto) cobrada representa, dessa maneira, o custo efetivo de todo o período do
desconto.

Desconto Comercial Simples (por fora)


Esse tipo de desconto, simplificadamente por incidir sobre o valor nominal (valor de resgate) do título,
proporciona maior volume de encargos financeiros efetivos nas operações. Observe que, ao contrário dos
juros “por dentro”, que calculam os encargos sobre o capital efetivamente liberado na operação, ou seja,
sobre o valor presente, o critério “por fora” apura os juros sobre o montante, indicando custos adicionais
ao tomador de recursos.

3
NETO. A. Alexandre. Matemática Financeira e suas aplicações. 12ed. Atlas, São Paulo.

. 11
1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
A modalidade de desconto “por fora” é amplamente adotada pelo mercado, notadamente em
operações de crédito bancário e comercial a curto prazo.
O valor desse desconto, genericamente denominado desconto “por fora” (Df) no regime de juros
simples é determinado pelo produto do valor nominal do título (N), da taxa de desconto periódica “por
fora” contratada na operação (d) e do prazo de antecipação definido para o desconto (n). Isto é:

Df = N . d . n

O valor descontado “por fora” (Vf), aplicando-se a definição, é obtido:

Vf = Nx(1 – d . n)

Desconto comercial (bancário) acrescido de uma taxa pré-fixada


Em alguns casos teremos acréscimos de taxas pré-fixadas aos títulos, que são as taxas de despesas
bancárias/administrativas (comissões, taxas de serviços, ...) cobradas sobre o valor nominal (N). Quando
as mesmas aparecem nos enunciados, devemos somá-la à taxa de juros, conforme a fórmula abaixo:

Df = N. (i.t + h)

Onde:
Df = desconto comercial ou bancário
N = valor nominal
i = taxa de juros cobrada
t = tempo ou período
h = taxa de despesas administrativas ou bancárias.

Temos ainda o valor bancário recebido, que nada mais é que: V = N – Db na qual podemos escrever
da seguinte forma:

V = N – Db → V = N – N (i.t + h) → V = N . [1 - (i.t + h)]

Relação entre Desconto Comercial (Dc) e Desconto Racional (Dr)


Algumas questões propõem a utilização dessa relação para sabermos o valor do desconto caso fosse
utilizado o desconto comercial e precisássemos saber o desconto racional e vice-versa. A relação é dada
por:

Df = Dr . (1 + i.t)

Questões

01. Um banco ao descontar notas promissórias, utiliza o desconto comercial a uma taxa de juros
simples de 12% a.m. O banco cobra, simultaneamente uma comissão de 4% sobre o valor nominal da
promissória. Um cliente do banco recebe R$ 300.000,00 líquidos, ao descontar uma promissória vencível
em três meses. O valor da comissão é de:
(A) R$ 20.000,00
(B) R$ 30.000,00
(C) R$ 40.000,00
(D) R$ 50.000,00
(E) R$ 60.000,00

02. (FCC) Dois títulos são descontados em um banco 4 meses antes de seus vencimentos com uma
taxa de desconto, em ambos os casos, de 2% ao mês. O valor atual do primeiro título foi igual a R$
29.440,00 e foi utilizada a operação de desconto comercial simples. O valor atual do segundo título foi
igual a R$ 20.000,00 e foi utilizada a operação de desconto racional simples. A soma dos valores nominais
destes dois títulos é igual a
(A) R$ 53.600,00.
(B) R$ 54.200,00.
(C) R$ 55.400,00.

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(D) R$ 56.000,00.
(E) R$ 56.400,00.

03. O desconto simples comercial de um título é de R$ 860,00, a uma taxa de juros de 60% a.a. O
valor do desconto simples racional do mesmo título é de R$ 781,82, mantendo-se a taxa de juros e o
tempo. Nesse as condições, o valor nominal do rótulo é de:
(A) R$ 9000,00
(B) R$ 8600,22
(C) R$ 8000,00
(D) R$ 9600,22
(E) R$ 10.600,00

Respostas

01. Resposta: A.
h = 0,04
t=3
iB = 0,12 . 3
AB = N . [1 - (iB + h)]
300 000 = N . [1 - (0,12.3 + 0,04)]
300 000 = N . [1 – 0,4]
N = 500 000
Vc = 0,04 . N
Vc = 0,04 . 500 000
Vc = 20 000

02. Resposta: A.
1º título - Dcs
t = 4 meses
i = 2% a.m
A = 29440
N1 = ?
D=N–A
Dcs = N.i.t → N – A = N.i.t → N – 29440 = N.0,02.4 → N – 29440 = N.0,08 → N – 0,08N = 29440 →
0,02N = 29440 → N = 29440 / 0,02 → N = 32000

2º título - Drs
t = 4 meses
i = 2% a.m
A = 20000
N2 = ?
N = A (1 + i.t) → N = 20000 (1 + 0,02.4) → N = 20000 (1 + 0,08) → N = 20000.1,08 → N = 21600
Como o enunciado da questão pede a soma dos valores nominais, então teremos:
N1 + N2 → 32000 + 21600 = 53600.

03. Resposta: B.
Dc = 860
Dr = 781,82
Usando N = (Dc . Dr) / (Dc – Dr),
N = (860 . 781,82) / (860 – 781,82) = 672365,2 / 78,18 = 8600,22

DESCONTOS COMPOSTOS4

Desconto Racional Composto (por dentro)


As fórmulas estão associadas com os juros compostos, assim teremos:

4
NETO. A. Alexandre. Matemática Financeira e suas aplicações. 12ed. Atlas, São Paulo.

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Onde:
D = Desconto Racional Composto
A = Valor Atual
i = taxa
t = tempo ou período

Onde:
N = Valor Nominal
A = Valor Atual
i = taxa
t = tempo ou período

Desconto Comercial Composto (por fora)

Como a taxa incide sobre o Valor Nominal (maior valor), trocamos na fórmula o N pelo A e vice versa,
mudando o sinal da taxa (de positivo para negativo).

Onde:
N = Valor Nominal
A = Valor Atual
i = taxa
t = tempo ou período

Questões

01. (FCC) Dois títulos, um com vencimento daqui a 30 dias e outro com vencimento daqui a 60 dias,
foram descontados hoje, com desconto racional composto, à taxa de 5% ao mês. Sabe-se que a soma
de seus valores nominais é R$ 5.418,00 e a soma dos valores líquidos recebidos é R$ 5.005,00. O maior
dos valores nominais supera o menor deles em
(A) R$ 1.195,00.
(B) R$ 1.215,50.
(C) R$ 1.417,50.
(D) R$ 1.484,00.
(E) R$ 1.502,50.

02. (CESPE) Na contração de determinada empresa por certo órgão público, ficou acordado que o
administrador pagaria R$ 200.000,00 para a contração do serviço, mais quatro parcelas iguais no valor
de R$ 132.000,00 cada a serem pagas, respectivamente, no final do primeiro, segundo, terceiro e quarto
anos consecutivos à assinatura do contrato. Considere que a empresa tenha concluído satisfatoriamente
o serviço dois anos após a contração e que tenha sido negociada a antecipação das duas últimas parcelas
para serem pagas juntamente com a segunda parcela. Com base nessa situação hipotética, julgue o item
a seguir.

. 14
1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
Se para o pagamento for utilizado desconto racional composto, a uma taxa de 10% ao ano, na
antecipação das parcelas, o desconto obtido com o valor da terceira parcela será o mesmo que seria
obtido se fosse utilizado desconto racional simples.
( ) Certo ( ) Errado

03. (FCC) O valor do desconto de um título de valor nominal igual a R$ 15.961,25, resgatado 2 anos
antes de seu vencimento e segundo o critério do desconto composto real, é igual a R$ 3.461,25. A taxa
anual de desconto utilizada foi de
(A) 11%.
(B) 13%.
(C) 14%.
(D) 15%.
(E) 16%.

Respostas

01. Resposta: C.
t = 30 dias = 1 mês (1º título) e 60d = 2 meses(2º título)
Drc
i = 5% a.m = 0,05
N1 + N2 = 5418
A1 + A2 = 5005 → A1 = 5005 – A2
Temos que o Drc é dado por :
N = A (1 + i)t → N1 = A1 (1 + 0,05)1 e N2 = A2 (1,05)2 → N2 = A2.(1,1025)
N1 + N2 = 5418 , substituindo teremos:
A1 (1,05) + A2(1,1025) = 5418 , como temos que A1 = 5005 – A2 :
(5005 – A2).(1,05) + A2(1,1025) = 5418 → 5255,25 – 1,05 A2 + 1,1025 A2 = 5418 →
0,0525 A2 = 5418 – 5255,25 → 0,0525 A2 = 162,75 → A2 = 3100 e A1 = 5005 – 3100 = 1905
N1 = 1,05 .1905 = 2000,25 e N2 = 1,1025. 3100 = 3417,75
O maior é N2 e o menor N1 , assim faremos N2 – N1 = 3417,75 – 2000,25 = 1417,5

02. Resposta: CERTO.


Como ele pede para saber se antecipássemos o valor da 3º parcela em um 1 ano, termos:
N = 132.000
t=1
i = 10% a.a = 0,10
- Para o Desconto Racional Composto: A = N / (1 + i)t
A = 132.000 / (1 + 0,1)¹ → A = 132.000 / 1,1
- Fazendo no Desconto Racional Simples: A = N / (1 + i.t)
A = 132.000 / (1 + 0,1.1)
A = 132.000 / 1,1
Ao anteciparmos 3° parcela em um ano, o desconto obtido com o valor desta parcela será o mesmo
que seria obtido se fosse utilizado desconto racional simples.

03. Resposta: B.
O termo real faz referência a racional.
N = 15961,25
t = 2 anos
Drc = 3461,25
i=?
D = N – A → 3461,25 = 15961,25 – A → A = 15961,25 – 3461,25 → A = 12500
N = A (1 + i)t → 15961,25 = 12500.(1 + i)2 → (1 + i)2 = 15961,25 / 12500 → (1 + i)2 = 1,2769 → 1 + i =
√ 1,279 → 1,13 = 1 + i → i = 1,13 – 1 → i = 0,13 → i = 13%

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1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS

A equivalência de capitais5 é uma das ferramentas mais poderosas da matemática financeira e tem
sido constantemente pedida nas provas de concursos públicos.
Aprendemos a calcular o Montante, em uma Data Fatura, de um capital que se encontrava na data
presente. Relativo a descontos, aprendemos a calcular o Valor Atual, em uma Data Presente, de um valor
nominal que se encontrava em uma data futura.

Conceito de Equivalência

Dois ou mais capitais que se encontram em datas diferentes, são chamados de equivalentes quando,
levados para uma mesma data, nas mesmas condições, apresentam o mesmo VALOR nessa data.
Para você entender melhor esse conceito, vamos lhe propor um problema. Vamos fazer de conta que
você ganhou um prêmio em dinheiro no valor de R$ 100,00, que se encontra aplicado, em um banco, à
taxa de juros simples de 10% a.m. O banco lhe oferece três opções para retirar o dinheiro:

1a) você retira R$ 100,00 hoje;


2a) você deixa o dinheiro aplicado e retira R$ 140,00 dentro de 4 meses;
3a) você deixa o dinheiro aplicado e retira R$ 190,00 em 9 meses.

Qual delas é a mais vantajosa para você?


Para sabermos a resposta, precisamos encontrar um jeito de comparar os capitais R$ 100,00, R$
140,00, e R$ 190,00, que se encontram em datas diferentes. Vamos determinar, então, o valor dos três
capitais numa mesma data ou seja, vamos atualizar os seus valores. Escolheremos a data de hoje. A
Data Comum, também chamada de Data de Comparação ou Data Focal, portanto, vai ser hoje (= data
zero).
O capital da primeira opção (R$ 100,00) já se encontra na data de hoje; portanto, já se encontra
atualizado.
Calculemos, pois, os valores atuais Va1 e Va2 dos capitais futuros R$ 140,00 e R$ 190,00 na data de
hoje (data zero). Esquematizando, a situação seria esta:
Podemos fazer este cálculo usando desconto comercial simples ou desconto racional simples. Vamos,
arbitrariamente, escolher a fórmula do valor atual racional simples:
N
Vars =
1 + in

140,00
Vars1 = = 100,00
1 + 0,10 .4

190,00
Vars2 = = 100,00
1 + 0,10 .9
Verificamos que os três capitais têm valores atuais idênticos na data focal considerada (data zero).
Podemos, portanto, dizer que eles são Equivalentes: tanto faz receber R$ 100,00 hoje, ou R$ 140,00
daqui a 4 meses ou R$ 190,00 daqui a nove meses, se a taxa de juros for de 10% ao mês e o desconto
racional simples.
Vejamos o que acontece se utilizarmos o critério do desconto comercial, em vez do desconto racional,
para calcular os valores atuais dos capitais R$ 140,00 e R$ 190,00:
Vacs = N (1 – in)
Vacs1 = 140 ( 1 – 0,10 . 4) = 140 (0,6) = 84
Vacd2 = 190 (1 – 0,10 . 9) = 190 (0,1) = 19
Mudando-se a modalidade de desconto, portanto, os três capitais deixam de ser equivalentes.
E se mudarmos a data de comparação, ou data focal, para o mês 2, por exemplo, continuando a utilizar
o desconto racional simples?
Acontecerá o seguinte:

O capital R$ 140,00, resgatável na data 4, será antecipado de 2 meses, ficando com o seguinte valor
atual racional simples:

5
SAMANEZ, C.P., Matemática Financeira, 3ª edição. São Paulo: Pearson-Prentice Hall, 2002.
NETO, Alexandre Assaf. Matemática Financeira e suas Aplicações.12 ed. São Paulo: Atlas, 2012.
NETTO, Scipione Di Pierro; TEIXEIRA, James. Matemática Financeira. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 1998.

. 16
1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
140,00
Vars1 = = 116,67
1 + 0,10 .2

O capital R$ 190,00, resgatável na data 9, será antecipado de 7 meses, ficando com o seguinte valor
atual racional simples:
190,00
Vars2 = = 111,76
1 + 0,10 .7

Ao capital R$ 100,00 (resgatável na data zero) acrescentar-se-ão dois meses de juros, conforme
segue:
Vars3 = C (1 + in) = 100 (1 + 0,10 . 2) = 120

No mês dois, portanto, temos que os capitais nominais R$ 140,00; R$ 190,00 e R$ 100,00 estarão
valendo, respectivamente, R$ 116,67; R$ 111,76 e R$ 120,00. Na data focal 2, portanto, eles não serão
mais equivalentes.
No regime de capitalização Simples a equivalência ocorre em apenas uma única data, para uma
determinada taxa e modalidade de desconto. Ao mudarmos a Data Focal, capitais que antes eram
equivalentes podem deixar sê-lo. É bom você saber desde já que, no regime de capitalização Composta,
isto não acontece: na capitalização composta, para a mesma taxa, capitais equivalentes para uma
determinada data o são para qualquer outra data.
Podemos então concluir que:
Para juros simples, a equivalência entre dois ou mais capitais somente se verifica para uma
determinada taxa, para uma determinada data focal e para uma determinada modalidade de desconto.
Podemos, agora, definir equivalência de dois capitais de uma mesma maneira mais rigorosa da
seguinte forma:
Dois capitais C1 e C2, localizados nas datas n1 e n2, medidas a partir da mesma origem, são ditos
equivalentes com relação a uma data focal F, quando os seus respectivos valores atuais, Va1 e Va2 ,
calculados para uma determinada taxa de juros e modalidade de desconto nessa data focal F, forem
iguais.
A equivalência de capitais é bastante utilizada na renegociação de dívidas, quando há necessidade de
substituir um conjunto de títulos por um outro conjunto, equivalente ao original (isto porque o conceito de
equivalência é aplicado não só para dois capitais, mas também para grupos de capitais).
Às vezes um cliente faz um empréstimo num banco e se compromete e quitá-lo segundo um
determinado plano de pagamento. Todavia, devido a contingências nos seus negócios, ele percebe que
não terá dinheiro em caixa para pagar as parcelas do financiamento nas datas convencionadas. Então,
propõe ao gerente do banco um outro esquema de pagamento, alterando as datas de pagamento e os
respectivos valores nominais de forma que consiga honrá-los, mas de tal sorte que o novo esquema seja
EQUIVALENTE ao plano original.
No cálculo do novo esquema de pagamento, a visualização do problema fica bastante facilitada com
a construção de um diagrama de fluxo de caixa no qual representa-se a dívida original na parte superior,
e a proposta alternativa de pagamento na parte de baixo, conforme se vê nos problemas a seguir.

Equação de Valor

Em síntese, para que um conjunto de títulos de valores nominais N1, N2, N3 …, exigíveis nas datas n1,
n2, n3 …, seja equivalente a um outro conjunto de títulos Na , Nb , Nc …, exigíveis nas datas na , nb , nc …,
basta impormos que a soma dos respectivos valores atuais Va1 , Va2 , Va3 … dos títulos do primeiro
conjunto, calculados na data focal considerada, seja igual à soma dos valores atuais Vaa , Vab , Vac … dos
títulos do segundo conjunto, calculados para essa mesma data, isto é:
Va1 + Va2 + Va3 + … = Vaa + Vab + Vac + …
A equação acima é chamada de Equação de Valor.

Roteiro para Resolução de Problemas de Equivalência

Ao começar a resolução de problemas que envolvem equivalência de capitais utilize o seguinte roteiro:
1. leia o problema todo;
2. construa, a partir do enunciado do problema, um diagrama de fluxo de caixa esquemático, colocando
na parte de cima o plano original de pagamento e na parte de baixo o plano alternativo proposto, indicando
todos os valores envolvidos, as datas respectivas e as incógnitas a serem descobertas – esse diagrama

. 17
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é importante porque permite visualizar os grupos de capitais equivalentes e estabelecer facilmente a
equação de valor para resolução do problema;
3. observe se os prazos de vencimento dos títulos e compromissos estão na mesma unidade de
medida de tempo periodicidade da taxa; se não estiverem, faça as transformações necessárias (ou você
expressa a taxa na unidade de tempo do prazo ou expressa o prazo na unidade de tempo da taxa –
escolha a transformação que torne os cálculos mais simples);
4. leve todos os valores para a data escolhida para a negociação (data focal), lembrando sempre que
capitais exigíveis antes da data focal deverão ser capitalizados através da fórmula do montante M = C (1
+ in), dependendo da modalidade de desconto utilizada;
5. tendo transportado todos os capitais para a data focal e com base no diagrama de fluxo de caixa
que você esquematizou, monte a EQUAÇÃO DE VALOR, impondo que a soma dos valores dos títulos
(transportados para a data focal) da parte de cima do diagrama de fluxo de caixa seja igual à soma dos
valores dos títulos (transportados para a data focal) da parte de baixo do diagrama de fluxo de caixa;
6. resolva a equação de valor;
7. releia a PERGUNTA do problema e verifique se o valor que você encontrou corresponde ao que o
problema está pedindo (às vezes, devido à pressa, o candidato se perde nos cálculos, encontra um
resultado intermediário e assinala a alternativa que o contém, colocada ali para induzi-lo em erro, quando
seria necessário ainda uma passo a mais para chegar ao resultado final correto).

Desconto e Equivalência

Por fim, gostaríamos de dar uma dica para ajudá-lo a perceber quando um problema é de desconto e
quando é de equivalência. Em linhas gerais, nos problemas de Desconto, alguém quer vender papéis
(duplicatas, promissórias, letras de câmbio, etc.), enquanto que nos problemas de Equivalência, alguém
quer financiar ou refinanciar uma dívida.

Questões

1. No refinamento de uma dívida, dois títulos, um para 6 meses e outro 12 meses, de R$ 2.000,00 e
de R$ 3.000,00, respectivamente, foram substituídos por dois outros, sendo o primeiro de R$ 1.000,00,
para 9 meses, e o segundo para 18 meses. A taxa de desconto comercial simples é de 18% a.a. O valor
do título de 18 meses, em R$, é igual a:
(A) 4.678,08
(B) 4.000,00
(C) 6.000,88
(D) 4.500,48
(E) 4.288,00

2. O pagamento do seguro de um carro, conforme contrato, deve ser feito em 3 parcelas quadrimestrais
de R$ 500,00. O segurador, para facilitar ao seu cliente, propõe-lhe o pagamento em 4 parcelas trimestrais
iguais. Utilizando-se a data focal zero, a taxa de juros de 24% a.a. e o critério de desconto racional
simples, o valor das parcelas trimestrais será, em R$:
(A) 258,68
(B) 453,68
(C) 285,89
(D) 300,00
(E) 371,68

3. A aplicação de R$ 2.000,00 foi feita pelo prazo de 9 meses, contratando-se a taxa de juros de 28%
a.a. Além dessa aplicação, existe outra de valor nominal R$ 7.000,00 com vencimento a 18 meses.
Considerando-se a taxa de juros de 18% a.a., o critério de desconto racional e a data focal 12 meses, a
soma das aplicações é, em R$:
(A) 8.000,92
(B) 9.950,92
(C) 8.000,00
(D) 8.950,92
(E) 9.000,00

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Comentários

01. Resposta: A.
A taxa de juros é anual. Entretanto, como os prazos de pagamento estão expressos em meses, vamos
transformá-la em mensal:
i = 18% a.a. = 1,5% a.m. = 0,015 a.m.
A modalidade de desconto é o comercial simples, mas o problema não mencionou qual a data focal a
ser considerada. Em casos como este, presumimos que a data focal seja a data zero.
Vamos, então, calcular o total da dívida na data zero para cada um dos planos de pagamento, e igualar
os resultados, pois os dois esquemas devem ser equivalentes para que se possa substituir um pelo outro.
Além disso, para transportarmos os capitais para a data zero, utilizaremos a fórmula do valor atual do
desconto comercial simples:
Vacs = N (1 – in). Obteremos a seguinte equação:
2.000 (1 – 0,015 . 6) + 3.000 (1 – 0,015 .12) = 1.000 (1 – 0,015 . 9) + x (1 – 0,015 . 18) (total da dívida
conforme o plano Alternativo Original de pagamento, proposto, atualizado para a data zero).
Calculando o conteúdo dos parênteses, temos:
2.000 (0,91) + 3.000 (0,82) = 1.000 (0,865) + x (0,73)
1.820 + 2.460 = 865 + 0,73x
0,73x = 1.820 + 2.460 – 865
x = 3.415/0,73 = 4.678,08

02. Resposta: E.
Fazendo o diagrama dos pagamentos, temos:
i = 24% a.a. = 2% a.m. = 0,02 a.m.
Uma vez que o critério é de desconto racional simples, ao transportarmos os valores para a data zero,
teremos que utilizar a fórmula do valor atual racional simples
Vars = N/1 + in . Podemos escrever, então, que:
Total da dívida conforme o plano original de pagamento, atualizado racionalmente para a data zero
500/1 + 0,02 . 4 + 500/1 + 0,02 . 8 + 500/1 + 0,02 . 12 = x/1 + 0,02 . 3 + x/1 + 0,02 . 6 + x/1 + 0,02 . 9 +
x/1 + 0,02 . 12
Total da dívida conforme o plano alternativo proposto, atualizado racionalmente para a data zero
500/1,08 + 500/1,16 + 500/1,24 = x/1,06 + x/1,12 + x/1,18 + x/1,24
1.297,22 = 3,49 . x
x = 1.297,22/3,49
x = 371,68

03. Resposta: D.
Inicialmente, precisamos calcular o valor nominal da primeira aplicação. Considerando n = 9 meses =
0,75 anos, temos que:
N = C (1 + in)
N = 2.000 (1 + 0,28 . 0,75) = 2.000 (1,21) = 2.420
Observando o diagrama de fluxo de caixa, vemos que, para serem transportados à data doze, o título
de 2.420 terá que ser capitalizado de três meses, ao passo que o título de 7.000 terá que ser
descapitalizado de 6 meses. Além disso, a taxa de 18% a.a., considerando-se capitalização simples, é
equivalente a 1,5% a.m. = 0,015 a.m. Desta forma, podemos escrever que:
2.420 (1 + 0,015 . 3) + 7.000/1 + 0,015 . 6 = x
2.420 (1,045) + 7.000/1,09 = x
2.528,9 + 6.422,02 = x
x = 8.950,92

SISTEMAS DE AMORTIZAÇÕES

Muito utilizado hoje quando se faz um empréstimo/financiamento6, transações de pagamentos de


compra de imóveis, entre outros, transações feitas a longo prazo.

6
SAMANEZ, C.P., Matemática Financeira, 3ª edição. São Paulo: Pearson-Prentice Hall, 2002.
NETO, Alexandre Assaf. Matemática Financeira e suas Aplicações.12 ed. São Paulo: Atlas, 2012.
NETTO, Scipione Di Pierro; TEIXEIRA, James. Matemática Financeira. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 1998.

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1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
- Alguns conceitos:

Amortização (A)  é um processo que extingue dívidas através de pagamentos periódicos, é


a extinção de uma dívida através da quitação da mesma. Parte da prestação que não incide juros.

Prestação (P)  É a amortização acrescida de juros.

P=A+J

Juros (J)  Taxa que incide sobre o saldo devedor do período anterior (note que quando trabalhamos
com sistemas de amortização, estamos trabalhando com o regime de juros compostos).

Postecipadas Algo que será realizado posteriormente. Em outras palavras você irá usar e depois
pagar.

Antecipadas O contrário de postecipada.

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC)

Exemplo

Para um empréstimo de R$ 10.000,00, a uma taxa de 5% ao mês, qual será a sua tabela de
amortização sabendo que serão pagas em 4 parcelas.

1º Passo: Determinar o valor da cota de amortização:

𝐸 10000
𝐴= ⟹ = 2500
𝑛 4

Em um sistema de amortização constante, as amortizações são iguais para todos os períodos:

O período 0(zero), é o do valor do empréstimo/financiamento.


Com a cota de amortização, podemos calcular o Saldo Devedor para todos os períodos. Observe que
no período 4 o saldo é 0(zero), é onde temos a quitação total da dívida.

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2º Passo: Calcular o Juros para cada período. (Atenção: o Juros sempre irá incidir sobre o
Capital/Saldo Devedor do período anterior.)

Período 1 J = C.i.t (t=1)  J= 10000 . 0,05 .1  J = 500 ∴ Observe que o juros incidiu sobre o
capital do Período 0(período anterior) e não do Período 1.

3º Passo: Calcular o valor da prestação para cada período. Lembrando que P= A+J

Período 1 P = 2500+500  P = 3000

4º Passo: Calcular o Juros para o Período 2.

Período 2  J = C.i.t (t = 1)  J = 7500 . 0,05 .1  J = 375 ∴ Observe que o juros incidiu sobre o
capital do Período 1 (período anterior) e não do Período 2.

5º Passo: Calcular o valor da prestação para cada período. Lembrando que P = A + J

Período 2 P = 2500+375  P = 2875

E vamos fazendo assim para cada período, temos:

. 21
1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
Principais características:
- As cotas de amortização são iguais;
- As prestações são decrescentes;
- Os juros são decrescentes;
- As amortizações serão sempre constantes.
- Nas colunas dos Juros e das Prestações observa-se de uma PA (Progressão Aritmética) de razão
decrescente.

Fórmulas do Cálculo da Prestação (Séries Postecipadas)

𝟏
Para séries antecipadas (com entrada), basta multiplicar o valor da prestação por (𝟏+𝐢).

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO FRANCÊS OU TABELA PRICE (SAF)

Exemplo

Para um empréstimo de R$ 8.660,00 a uma taxa de 5% ao mês, qual será a sua tabela de amortização
sabendo que serão pagas em 5 parcelas. Dado que FRC = 0,231.

1º Passo: Determinar o valor da prestação

Em um sistema de amortização francês, as prestações são iguais para todos os períodos, e é possível
acha-la através da fórmula:

1
Com isso podemos reescrever da seguinte forma, sabendo que 𝐹𝑉𝐴 = 𝐹𝑅𝐶 :

𝟏 𝑷
𝑬 = 𝑷. → 𝑬. 𝑭𝑹𝑪 = 𝑷 → 𝑭𝑹𝑪 =
𝑭𝑹𝑪 𝑬

Aplicando ao exemplo:
1
E = P . FVA  𝐸 = 𝑃. 𝐹𝑅𝐶  E .FRC= P  8660 . 0,231 = P  P = 2000,46 (vamos arredondar para
2000.)

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1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
2º Passo: Calcular o Juros para cada período. (Atenção: o Juros sempre irá incidir sobre o
Capital/Saldo Devedor do período anterior.)

Período 1 J = C.i.t (t = 1)  J = 8660 . 0,05 .1  J = 433 ∴ Observe que o juros incidiu sobre o
capital do Período 0 (período anterior) e não do Período 1.

3º Passo: Calcular o valor da amortização para cada período. Lembrando que P= A+J, logo A = P - J

Período 1 A = 2000 - 433  A = 1567


Com a Amortização já podemos descobrir o Saldo Devedor do Período 1.

4º Passo: Calcular o Juros para cada período.

Período 2 J = C.i.t (t=1)  J= 7093. 0,05 .1  J = 354,65 ∴ Observe que o juros incidiu sobre o
capital do Período 1(período anterior) e não do Período 2.

5º Passo: Calcular o valor da amortização para cada período.

Período 2 A = 2000 – 354,65  A = 1645,35


Com a Amortização já podemos descobrir o Saldo Devedor do Período 2.

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E vamos fazendo assim para cada período, temos:

Obs.: Por estarmos trabalhando com números com vírgulas, podem ocorrer erros de aproximação,
fazendo com que na coluna do Saldo Devedor ainda reste algum valor.

Principais características:
- As prestações são constantes;
- Juros decrescentes;
- Amortizações crescentes.
- Na coluna Juros, temos uma PG (Progressão geométrica) de razão descrente.

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO MISTO (SAM).

Principais características:
- A prestação é a média entre a do SAC e a do Sistema Francês.

Para efetuar os cálculos basta utilizar todo os conceitos aprendidos acima.

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO VARIÁVEL

No sistema de amortizações variáveis (SAV), a devolução do financiamento não segue uma sequência
que obedeça a um critério ou modelo matemático. Neste sistema, o devedor paga o principal,
periodicamente por valores variáveis de acordo com a combinação realizada previamente com o credor.
A única restrição consiste em que o somatório das parcelas de amortização seja idêntico ao valor do
financiamento, enquanto os juros sobre o saldo devedor sejam pagos em cada período, juntamente com
a parcela de amortização e, na hipótese de não estar prevista amortização em um determinado período,
os juros, necessariamente, sejam pagos.

Exemplo

Supondo um financiamento de $ 50 mil a uma taxa de 12,0% a.a. e prazo de 12 meses, imaginando-
se que tenha sido combinado o fluxo de pagamentos seguinte:

. 24
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Referências
http://www.premioabecip.org.br/2010/tema1/universitario/marcelo-dos-santos.pdf
REZENDE, Teotonio Costa. Os sistemas de amortização nas operações de crédito imobiliário: a falácia da capitalização de juros e da inversão do momento de
deduzir a quota de amortização. Rio de Janeiro: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2003.

SISTEMA AMERICANO DE AMORTIZAÇÃO

O Sistema Americano de Amortização é um tipo de quitação de empréstimo que favorece aqueles que
desejam pagar o valor principal através de uma única parcela, porém os juros devem ser pagos
periodicamente ou, dependendo do contrato firmado entre as partes, os juros são capitalizados e pagos
junto ao valor principal. Observe as planilhas demonstrativas desse modelo de amortização.

Exemplo 1
Um empréstimo de R$ 50.000,00 será pago através do sistema americano no prazo de 10 meses, a
juros mensais de 3% ao mês. Veja: De acordo com o modelo de amortização americana, a quitação do
empréstimo ocorrerá no último mês, então nos meses anteriores a pessoa irá pagar somente o valor
dos juros.
Juros = 3% de 50.000 = 1.500

Observe que os juros do último período também são pagos pelo devedor.

Exemplo 2
Construa a planilha e determine o valor total dos juros pagos pelo empréstimo referente a R$
25.250,00, pagos pelo sistema americano durante 5 meses, a uma taxa de 2,5% ao mês.
Juros mensais = 2,5% de 25.250,00 = 0,025 * 25.250,00 =

. 25
1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
O valor total dos juros é equivalente a R$ 3.156,25.

Questões

01. (Banco do Brasil – Técnico bancário – FCC) Um empréstimo de R$ 800.000,00 deve ser
devolvido em 5 prestações semestrais pelo Sistema de Amortizações Constantes (SAC) à taxa de 4% ao
semestre. O quadro demonstrativo abaixo contém, em cada instante do tempo (semestre), informações
sobre o saldo devedor (SD), a amortização (A), o juro (J) e a prestação (P) referentes a esse empréstimo.
Observe que o quadro apresenta dois valores ilegíveis.

Se o quadro estivesse com todos os valores legíveis, o valor correto da prestação P, no último campo
à direita, na linha correspondente ao semestre 5, da tabela, seria de
(A) 170.300,00.
(B) 167.500,00.
(C) 166.400,00.
(D) 162.600,00.
(E) 168.100,00.

02. (TRT 6ª REGIÃO- ANALISTA JUDICIÁRIO-CONTABILIDADE - FCC) Um empréstimo foi obtido


com taxas de juros simples de 18% a.a., para pagamento em 12 prestações mensais, consecutivas,
vencendo a primeira 30 dias após a obtenção do empréstimo. Sabendo-se que foi adotado, neste caso,
o sistema de amortização constante (SAC) e que o valor principal do empréstimo era R$ 120.000,00, o
valor da 8a parcela foi
(A) R$ 9.750,00
(B) R$ 10.600,00
(C) R$ 10.750,00
(D) R$ 12.000,00
(E) R$ 11.250,00

03. (UFGD – Analista Administrativo – Economia – AOCP) O sistema que consiste no plano de
amortização de uma dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes, em progressão
aritmética, denomina-se
(A) Sistema de Amortização Misto.
(B) Sistema Price.
(C) Sistema de Amortização Constante.
(D) Sistema Americano com fundo de amortização.
(E) Sistema Alemão.

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04. (BNDES – Profissional Básico – Ciências Contábeis – CESGRARIO) Um cliente solicitará um
empréstimo bancário e, para tirar suas dúvidas, antes de ir ao banco, contratou um consultor particular.
Ele informou ao consultor que gostaria de que o empréstimo fosse nas seguintes condições: na prestação
calculada, já estivesse incluída parte da amortização da dívida e que, no final da operação, tivesse pagado
a menor quantidade de juros possível. Ele não tem restrições quanto ao valor das prestações.
Baseando-se nas informações do seu cliente, qual sistema de amortização o consultor deve indicar?
(A) Americano
(B) Alemão
(C) Francês (PRICE)
(D) SAC (Amortização Constante)
(E) SAM (Amortização Misto)

05. (UFRB – Economista – FUNRIO) Sobre o sistema de amortização constante (SAC) e o sistema
de amortização francês (SAF), é correto afirmar que:
(A) no SAC as parcelas são decrescentes.
(B) no SAF as parcelas são crescentes.
(C) os juros são calculados sobre o valor da amortização em ambos os sistemas.
(D) o pagamento total de juros é igual em ambos os sistemas.
(E) o saldo devedor após o pagamento da primeira parcela é maior no SAC do que no SAF.

06. (Pref. Florianópolis/SC – Auditor Fiscal de Tributos Municipais – FEPESE) Uma pessoa
financiou 100% de um imóvel no valor de R$ 216.000,00 em 9 anos. O pagamento será em prestações
mensais e o sistema de amortização é o sistema de amortização constante (SAC).
Sabendo que o valor da terceira prestação é de R$2.848,00, a taxa de juros mensal cobrada é de:
(A) 0,2%.
(B) 0,4%.
(C) 0,5%.
(D) 0,6%.
(E) 0,8%.

07. (TRE/BA – Técnico Judiciário – CESPE/2017) Um banco emprestou a uma empresa R$ 100.000,
entregues no ato, sem prazo de carência, para serem pagos em quatro prestações anuais consecutivas
pelo sistema de amortização constante (SAC). A taxa de juros compostos contratada para o empréstimo
foi de 10% ao ano, e a primeira prestação será paga um ano após a tomada do empréstimo.
Nessa situação, o valor da segunda prestação a ser paga pela empresa será?
(A) Superior a R$ 33.000,00.
(B) Inferior a R$ 30.000,00.
(C) Superior a R$ 30.000,00 e inferior a R$ 31.000,00.
(D) Superior a R$ 31.000,00 e inferior a R$ 32.000,00.
(E) Superior a R$ 32.000,00 e inferior a R$ 33.000,00.

08. (ELETROBRAS – Contabilidade – FCC) O Banco Comitê S.A. emprestou para a empresa
Empreende S.A. a quantia de R$ 1.000.000,00, por 3 anos, a taxa de juros de 2,5%, ao ano, com
pagamentos anuais. O sistema de amortização pactuado é o sistema Price. Com base nos dados, o valor
a ser registrado pela empresa, considerando que a mesma não pretende liquidar o empréstimo
antecipadamente, é
(A) o pagamento de três parcelas de R$ 374.137,17.
(B) um total de juros pagos, pelo empréstimo de R$ 50.411,50.
(C) uma amortização do valor principal, referente a terceira parcela de R$ 350.137,17.
(D) uma amortização do valor da segunda parcela de R$ 25.000,00.
(E) o pagamento de juros no valor de 8.539,93, relativos a primeira parcela.

Respostas

01. Resposta: C.
Parcela 5 = Amortização 5 + Juros 5
Juros 5 = Saldo devedor 4 x taxa de juros
Juros 5 = 160.000 x 0,04 = 6.400,00
P5 = 160.000 + 6.400 = 166.400,00

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02. Resposta: D.
SAC = P e J decrescente.
i = 18% a.a /12 = 1,5% a.m. = 0,015
A = E/n  120 000/12 = 10 000
Vamos utilizar a fórmula do termo geral da PA
Pn = P1 + (n - 1).r  P8 = P1 + 7.r ,
Onde: J1= 0,015 . 120 000 = 1800
P1 = A + J = 10 000 + 1800 = 11 800
r = - i.A = - 0,015 x 10 000 = - 150
P8= 11 800 + 7.(- 150)  P8= 11 800 – 1050  P8 = 10 750,00

03. Resposta: C.
Como vimos no estudo dos tipos de Amortização, a única que apresenta esta característica é o Sistema
de Amortização Constante (SAC).

04. Resposta: D.
Principais características:
- As cotas de amortização são iguais;
- As prestações são decrescentes;
- Os juros são decrescentes;
- As amortizações serão sempre constantes.
- Nas colunas dos Juros e das Prestações observa-se de uma PA (Progressão Aritmética) de razão
decrescente.

05. Resposta: A.
(A) correto
(B) as parcelas são constantes
(C) vimos que no SAC as amortizações são constantes.
(D) Cada sistema tem um pagamento de juros diferentes. No SAC é em progressão aritmética e no
SAF é em progressão geométrica.
(E) Na verdade no SAF o saldo devedor após o pagamento da primeira parcela é maior que no SAC,
pois a amortização é crescente o que torna o saldo devedor menor a cada pagamento.

06. Resposta: B.
Sabemos que no SAC Amortizações são constantes:
Sabemos que E = 216.000
n = 9 anos x 12(mensal) = 108 parcelas
A=?
𝐸 216000
𝐴= = = 2000
𝑛 108
Com a cota de amortização, podemos calcular o Saldo Devedor para todos os períodos:

Sabemos a prestação do período 3 que é R$ 2.848,00. Lembrando que P = A + J, temos que para o
período 3:
P = A + J  2 848 = 2 000 + J  J = 2 848 – 2 000 = 848. O juros incide sobre o capital do período
anterior que neste caso é o 2.O tempo é 1
J = C.i.t  848 = 212 000.i.1  i = 848 / 212 000  i = 0,004 x 100%  i = 0,4%.

07. Resposta: E.
D = 100.000
A = 100.000/4 = 25.000
i = 10% a.a
P2 = ??

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P2 = A + J2
P2 = 25.000 + (100.000-25.000) x 0,1
P2 = 25.000 + 75.000x0,1
P2 = 25.000 + 7500
P2 = 32.500

08. Resposta: B.
Como é pela tabela Price, vamos encontrar primeiramente o valor da prestação

(1+0,025) 3 −1 0,07689062
1000000 = P.[0,025.(1+0,025) 3 ] =P. 0,02692226 = P. 2,856023

1000000
P = 2,856023= 350137,24, este é o valor pago por prestação, vamos montar a tabela para descobrir o
valor dos juros e da amortização.

J = 25000 + 16871,57 + 8539,92 = 50411,49

FLUXO DE CAIXA

Um fluxo de caixa7 representa uma série de pagamentos ou de recebimentos que se estima ocorrer
em determinado intervalo de tempo. É bastante comum, na prática, defrontar-se com operações
financeiras que se representam por um fluxo de caixa. Por exemplo, empréstimos e financiamentos de
diferentes tipos costumam envolver uma sequência de desembolsos periódicos de caixa. De maneira
idêntica, têm-se os fluxos de pagamentos/recebimentos de aluguéis, de prestações oriundas de compras
a prazo, de investimentos empresariais, de dividendos etc.
Os fluxos de caixa podem ser verificados das mais variadas formas e tipos em termos de períodos de
ocorrência (postecipados, antecipados ou diferidos), de periodicidade (períodos iguais entre si ou
diferentes), de duração (limitados ou indeferidos) e de valores (constantes ou variáveis). Os termos dos
fluxos de caixa são genericamente simbolizados por PMT, sendo para as demais variáveis empregada a
mesma simbologia adotada em capítulos anteriores (PV, FV n, i).

Modelo Padrão

Os fluxos de caixa podem ser representados sob diferentes formas e tipos, exigindo cada um deles
um tratamento específico em termos de formulações. Esquematicamente, os fluxos de caixa são
identificados com base na seguinte classificação:

𝑃𝑜𝑠𝑡𝑒𝑐𝑖𝑝𝑎𝑑𝑜𝑠
1. Período de Ocorrência { 𝐴𝑛𝑡𝑒𝑐𝑖𝑝𝑎𝑑𝑜𝑠
𝐷𝑖𝑓𝑒𝑟𝑖𝑑𝑜𝑠

𝑃𝑒𝑟𝑖ó𝑑𝑖𝑐𝑜𝑠
2. Periodicidade {
𝑁ã𝑜 𝑃𝑒𝑟𝑖ó𝑑𝑖𝑐𝑜𝑠

7
FARIA, Rogério Gomes de. Matemática Comercial e Financeira. 5 ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2000.
FRANCISCO, Walter De. Matemática Financeira. 7 ed. São Paulo: Atlas, 1991.
NETO, Alexandre Assaf. Matemática Financeira e suas Aplicações.12 ed. São Paulo: Atlas, 2012.
NETTO, Scipione Di Pierro; TEIXEIRA, James. Matemática Financeira. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 1998.

. 29
1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
𝐿𝑖𝑚𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 (𝐹𝑖𝑛𝑖𝑡𝑜𝑠)
3. Duração { 𝐼𝑛𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜𝑠
(𝐼𝑛𝑑𝑒𝑓𝑖𝑛𝑖𝑑𝑜𝑠)

𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠
4. Valores {
𝑉𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑖𝑠

O modelo-padrão de um fluxo de caixa, conforme grifado no esquema acima, é verificado quando os


termos de uma sucessão de pagamentos ou recebimentos apresentam, ao mesmo tempo, as seguintes
classificações:

Postecipados - indica que os fluxos de pagamentos ou recebimentos começam a ocorrer ao final do


primeiro intervalo de tempo. Por exemplo, não havendo carência, a prestação inicial de um financiamento
é paga ao final do primeiro período do prazo contratado, vencendo as demais em intervalos sequenciais.

Limitados - o prazo total do fluxo de caixa é conhecido a priori, sendo finito o número de termos
(pagamentos e recebimentos). Por exemplo, um financiamento por 2 anos envolve desembolsos neste
intervalo fixo de tempo sendo, consequentemente, limitado o número de termos do fluxo (prestações do
financiamento).

Constantes - indica que os valores dos termos que compõem o fluxo de caixa são iguais entre si.

Periódicos - é quando os intervalos entre os termos do fluxo são idênticos entre si. Ou seja, o tempo
entre um fluxo e outro é constante.

Graficamente, o fluxo de caixa uniforme (padrão) é representado da forma seguinte:

Observe que a estrutura desse fluxo obedece à classificação-padrão apresentada anteriormente:


- o PMT inicial ocorre em n = 1: postecipado;
- a diferença entre a data de um termo e outro é constante: periódico;
- o prazo do fluxo é preestabelecido (fixo), apresentando n períodos: limitado ou finito;
- os valores PMT são uniformes (iguais): constantes.

Valor presente e fator de valor presente

O valor presente de um fluxo de caixa uniforme, conforme discutido no item precedente, para uma taxa
periódica de juros, é determinado pelo somatório dos valores presentes de cada um de seus valores.
Reportando-se à representação gráfica do fluxo-padrão apresentado, tem-se:

Logo:

𝑃𝑀𝑇 𝑃𝑀𝑇 𝑃𝑀𝑇 𝑃𝑀𝑇 𝑃𝑀𝑇


𝑃𝑉 = + + + ⋯+ 𝑛−1
+
(1 + 𝑖) (1 + 1)² (1 + 𝑖)³ (1 + 𝑖) (1 + 𝑖)𝑛

Colocando-se em evidência:

1 1 1 1 1
𝑃𝑉 = PMT [ + + 3
+⋯+ 𝑛−1
+ ]
(1 + 𝑖) (1 + 𝑖)² (1 + 𝑖) (1 + 𝑖) (1 + 𝑖)𝑛

𝑃𝑉 = PMT [(1 + 𝑖)−1 + (1 + 𝑖)−2 + (1 + 𝑖)−3 + ⋯ + (1 + 𝑖)−𝑛+1 + (1 + 𝑖)−𝑛 ]

. 30
1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
FPV
A expressão entre colchetes é denominada de Fator de Valor Presente, sendo representada pela
Matemática Financeira da forma seguinte:

FPV (i, n)

Com isso, a formulação genérica do valor presente assume a expressão:

PV = PMT x FPV (i,n)

Observe que FPV, conforme é apresentado na formulação anterior entre colchetes, equipara-se à
soma de uma progressão geométrica (PG) DE n termos, sendo o primeiro termo ( 1) e a razão (q) igual
a (1 + i)-1, e o n-ésimo termo ( n) igual a (1 + i)-n.

A fórmula de cálculo da soma de uma PG é dada por:

𝑎1 − 𝑎𝑛 × 𝑞
𝑆𝑛 = 𝐹𝑃𝑉 (𝑖, 𝑛) =
1−𝑞

Substituindo-se os valores da expressão na soma dos termos de uma PG, tem-se:

(1 + 𝑖)−1 − (1 + 𝑖)−𝑛 × (1 + 𝑖)−1


𝐹𝑃𝑉(𝑖, 𝑛) =
1 − (1 − 𝑖)−1

Seguindo-se a sequência de dedução adotada por Mathias e Gomes8 multiplica-se o numerador e o


denominador por (1 + i), obtendo-se:

[(1 + 𝑖)−1 − (1 + 𝑖)−𝑛 × (1 + 𝑖)−1 ] × (1 + 𝑖)


𝐹𝑃𝑉 (𝑖, 𝑛) =
[1 − (1 + 𝑖)−1 ] × (1 + 𝑖)

(1 + 𝑖)−1 × (1 + 𝑖) − (1 + 𝑖)−𝑛 × (1 + 𝑖)−1 × (1 + 𝑖)


𝐹𝑃𝑉 (𝑖, 𝑛) =
(1 + 𝑖) − (1 + 𝑖)−1 × (1 + 𝑖)

(1 + 𝑖)−1+1 − (1 + 𝑖)−𝑛 × (1 + 𝑖)−1+1


𝐹𝑃𝑉 (𝑖, 𝑛) =
(1 + 𝑖) − (1 + 𝑖)−1+1

1 − (1 + 𝑖)−𝑛
𝐹𝑃𝑉 (𝑖, 𝑛) =
1+𝑖−1

1 − (1 + 𝑖)−𝑛
𝐹𝑃𝑉 (𝑖, 𝑛) =
𝑖

Essa expressão é muitas vezes representada da maneira seguinte:


1
1−
(1 + 𝑖)𝑛
𝐹𝑃𝑉 (𝑖, 𝑛) =
𝑖
(1 + 𝑖)𝑛 − 1
(1 + 𝑖)𝑛
𝐹𝑃𝑉 (𝑖, 𝑛) =
𝑖

(1 + 𝑖)𝑛 − 1
𝐹𝑃𝑉 (𝑖, 𝑛) =
(1 + 𝑖)𝑛 𝑥 𝑖

8
MATHIAS, N. Franco; GOMES, J. Maria. Matemática financeira. 2ed.. São Paulo: Atlas, 1998. p. 242.

. 31
1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
Mediante o FPV, a fórmula do valor presente de um fluxo de caixa uniforme é apresentada da maneira
seguinte:

1 − (1+𝑖)−𝑛
PV = PMT x 𝑖

ou

PV = PMT x FPV (i,n)

Exemplo

Determinar o valor presente de um fluxo de 12 pagamentos trimestrais, iguais e sucessivos de $ 700,00


sendo a taxa de juros igual a 1,7% a.m.

Resposta

PMT = $ 700,00
n = 12 pagamentos trimestrais
i = 1,7% a.m. ou: (1,017)3 - 1 = 5,19% a.t.
PV = PMT x FPV (i, n)
PV = $ 700,00 x FPV (5,19%, 12)
PV = $ 700,00 x 8,769034
PV = $ 6.138,30
Valor futuro e fator de valor futuro

O valor futuro, para determinada taxa de juros por período, é a soma dos momentos de cada um dos
termos da série de pagamentos/recebimentos. Graficamente, tem-se a seguinte representação:

O valor futuro pelo padrão ocorre junto com o último termo do fluxo de caixa. Capitalizando-se cada
um dos valores da série, apura-se a seguinte expressão:

FV = PMT + PMT x (1 + i) + PMT x (1 + 𝑖)2 +


PMT x (1 + 𝑖)3 + ... + PMT x (1 + 𝑖)𝑛 - 1

Colocando-se PMT em evidência:

Identicamente, a expressão entre colchetes é definida por Fator de Valor Futuro e representada por:

FFV (i,n)

A formulação genérica do valor futuro de um fluxo de caixa uniforme é expressa da forma seguinte:

FV = PMT x FFV (i, n)

Da mesma maneira em relação ao desenvolvimento da fórmula do valor presente, observe que a


expressão do FFV representa a soma dos termos de uma progressão geométrica, onde 𝑎1 = 1; q = (1 +
i) e 𝑎𝑛 = (1 + 𝑖)𝑛−1 . Pela mesma equação de cálculo da soma dos valores de uma PG, tem-se:

. 32
1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
𝑎1 − 𝑎𝑛 𝑥 𝑞
𝑆𝑛 = FFV x (i,n) = 1−𝑞

Promovendo os mesmos ajustes e simplificações desenvolvidos na identidade do valor presente,


chega-se a:

(1+𝑖)𝑛
FFV (i, n) = 𝑖

Assim, a partir do FFV pode-se elaborar a expressão de cálculo do valor futuro (montante) de um fluxo
de caixa uniforme, ou seja:

(1+𝑖)𝑛 −1
FV = PMT x
𝑖

Ou

FV = PMT x FFV (i,n)

Exemplo

Calcular o montante acumulado ao final do 7º mês de uma sequência de 7 depósitos mensais e


sucessivos, no valor de $ 800,00 cada, numa conta de poupança que remunera a uma taxa de juros de
2,1% a.m.

Resposta

O valor futuro pode ser calculado pela soma do montante de cada depósito, isto é:

FV = 800,00 + 800,00 (1,021) + 800,00 (1,021)2


+ 800,00 (1,021)3 + ... + 800,00 (1,021)6
FV = $ 5.965,41

Aplicando-se a fórmula-padrão de apuração do valor futuro, tem-se, de forma abreviada, o mesmo


resultado:

FV = PMT x FFV (i,n)

(1+𝑖)𝑛 −1
FV = PMT x 𝑖

(1,021)7−1
FV = 800,00 x 0,021

FV = 800,00 x 7,456763 = $ 5.965,41

Equivalência financeira e fluxos de caixa

Deve ser ressaltado também no estudo do fluxo de caixa o conceito de equivalência financeira. Esse
raciocínio é de fundamental importância para a Matemática Financeira, permitindo o correto entendimento
e uso de seus resultados. A equivalência financeira encontra extensas aplicações práticas, estando
presente na tomada de decisões financeiras, na seleção de planos de empréstimos e financiamentos
mais atraentes, em propostas de refinanciamento e reescalonamento de dívidas etc.
De acordo com o que foi desenvolvido anteriormente, diz-se que dois ou mais fluxos de caixa (capitais)
são equivalentes quando produzem idênticos valores presentes num mesmo momento, convencionando-
se determinada taxa de juros.

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1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
Por exemplo, os 4 fluxos de caixa ilustrados a seguir são equivalentes para uma taxa de juros de 5%
ao mês, pois geram, para uma mesma taxa e juros, valores iguais em qualquer data focal escolhida.

Definindo-se 𝑡0 (momento presente como data focal):


190,00 220,00 267,00 414,00
(1,05)2
= (1,05)5 = (1,05)9 = (1,05)18

Registre-se, uma vez mais, que a equivalência financeira no regime de juros compostos, para dada
taxa de juros, pode ser verificada em qualquer momento tomado como referência (data focal). Por
exemplo, se a data for definida em 𝑡18 , tem-se:

414,00 = 267,00 (1,05)9 = 220,00 (1,05)13


= 190,00 (1,05)16

e assim por diante.

A equivalência de dois ou mais capitais, para determinada taxa de juros, ocorre em qualquer data
tomada como referência. Alterando-se a taxa, a equivalência evidentemente deixa de existir, dado que o
conceito depende da taxa de juros. Algumas ilustrações práticas evidenciando o uso do conceito de
equivalência financeira são desenvolvidas a seguir.

Exemplo

Admita que uma empresa esteja avaliando quatro planos de pagamentos de um financiamento de $
300.000,00 conforme apresentados a seguir. A taxa de juros considerada nas propostas é de 7% a.m.
Qual a opção de pagamento economicamente mais atraente?

Resposta

Os planos de pagamento formulados apresentam o mesmo valor presente (data zero) quando
descontados à taxa de juros de 7% a.m. O resultado atualizado continua igual, mesmo se definida outra
data focal. Logo, conclui-se que os fluxos de pagamento do financiamento são equivalentes,
apresentando o mesmo custo.
Assim, em termos estritamente econômicos de atratividade, torna-se indiferente (equivalente) a
escolha de uma ou outra forma de pagamento. Mesmo que a soma das prestações seja diferente em
cada proposta, o fundamental na avaliação econômica é a comparação entre valores expressos em uma
mesma unidade de tempo.

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1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
A decisão, dessa forma, deve ser tomada levando em conta o aspecto financeiro do desembolso, pois
os fluxos de caixa são diferentes em cada plano em termos de valores e data de ocorrência. A forma de
pagamento escolhida deve, evidentemente, adequar-se à capacidade financeira do tomador de recursos
e ao comportamento das taxas de juros de mercado.

Fluxos de caixa não convencionais

Os fluxos definidos no denominado modelo-padrão foram amplamente estudados no início do capítulo.


Esta parte dedica-se, mais especificamente, aos demais tipos de caixa, não considerados no modelo-
padrão. A seguir são desenvolvidos as várias classificações não convencionais dos fluxos de caixa.

Período de ocorrência

Com relação ao período em que a ocorrer, o fluxo de caixa pode ser identificado como postecipado,
antecipado e diferido.

- Postecipado

No tipo postecipado, a série de pagamentos/recebimentos começa a acorrer exatamente ao final do


primeiro período, de acordo com a ilustração gráfica acima. Esse fluxo enquadra-se no modelo-padrão
detalhado inicialmente, não havendo nada mais a acrescentar.

- Antecipado

O fluxo de caixa antecipado indica que a série de valores começa a ocorrer antes do final do primeiro
período, conforme é representado graficamente acima. Por exemplo, um aluguel pago no início do período
de competência (geralmente no início do mês) enquadra-se como um fluxo de caixa antecipado por um
período (mês). Se dois aluguéis forem adiantados ao locador, a antecipação é de dois períodos, e assim
por diante.
A determinação do valor presente e montante de um fluxo de caixa antecipado não apresenta maiores
novidades. Além de ter-se sempre a opção de atualizar ou corrigir os seus termos individualmente, pode-
se também utilizar a fórmula do modelo-padrão para a parte convencional do fluxo, e adicionar os termos
antecipados (corrigidos) a esse resultado.
Por exemplo, admita o seguinte fluxo de caixa com antecipação de dois períodos:

Para uma taxa de juros de 4% por período, tem-se:


PV = [70,00 × FPV (4%, 8)] + 70,00 + 70,00 × (1,04)
PV = (70,00 × 6,732745) + 70,00 + 72,80
PV = 471,29 + 70,00 + 72,80 = $614,09
FV = [70,00 × FPV (4%, 8) + 70,00(1,04)8 ] + 70,00 (1,04)9
FV = (70,00 × 9,214226) + 95,80 + 99,63
FV = 645,00 + 95,80 + 99,63 = $ 840,43

. 35
1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
- Diferido (Carência)

O diferimento indica que os termos da série começam a ocorrer após o final do primeiro período,
conforme ilustrado no gráfico anterior.
Nessa ilustração, a série inicia-se no período imediatamente após o final do primeiro intervalo de
tempo, indicando consequentemente uma carência de um período. Se a série começar a ocorrer no
momento 3 do gráfico, a carência atinge dois períodos: no momento 4 tem-se uma carência de 3 períodos;
e assim por diante.
Em suma, a base de comparação para se definir uma carência é o final do primeiro período. Para a
matemática financeira, a carência existe quando o primeiro fluxo de caixa se verificar após o final do
primeiro período, ou seja, após ter decorrido c períodos de tempo.
A determinação do montante de um fluxo de caixa com carência segue a formulação desenvolvida do
modelo-padrão. Deve ser ressaltado, uma vez mais, que nesse caso n representa o número de termos
da série, e não o seu prazo total.
A formulação do valor presente, no entanto, requer um pequeno ajuste, de forma a ser expresso na
data zero, ou seja:

PV = PMT x FPV (i, n) x FAC (i, c)

Onde:
c = número de períodos de carência.
FAC = Fator de Atualização de Capital (valor presente).
FAC = 1/ (1 + i)n

Por exemplo, admita o seguinte fluxo de caixa diferido por 2 períodos:

- Diferido (Carência)

Observe que o fluxo de caixa apresenta um prazo total de 9 períodos, sendo o número determos igual
a 7 (n = 7), e a carência de 2 períodos (c = 2).
Para uma taxa de juros de 2,2% por período, têm-se os seguintes resultados:
PV = 100,00 x FPV (2,2%, 7) x FAC (2,2%, 2)
PV = 100,00 x 6,422524 x 0,957410 = $ 614,90
FV = 100,00 x FFV (2,2%, 7)
FV = 100,00 x 7,479318 = $747,93

Periodicidade

A periodicidade reflete os intervalos de tempo em que os fluxos de caixa ocorrem. Se esses intervalos
forem sempre iguais, diz-se que os fluxos são periódicos, enquadrando-se no modelo-padrão
apresentado. Se, por outro lado, os termos se verificarem em intervalos irregulares (diferentes entre si),
tem-se o que se denomina de fluxos de caixa não periódicos. O gráfico a seguir ilustra um fluxo de caixa
não periódico, onde os valores não se verificam uniformemente em termos de sua periodicidade.

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1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
Tanto o cálculo do valor presente, como o do valor futuro, devem ser processados, respectivamente,
pelo somatório da atualização e capitalização de cada um dos termos.
Genericamente, têm-se as seguintes expressões:

𝑃𝑉 = ∑𝑛𝑗=0 𝑃𝑀𝑇𝑗 / (1 + 𝑖)𝑗

𝑃𝑉 = ∑𝑛𝑗=0 𝑃𝑀𝑇𝑗 / (1 + 𝑖)𝑛−𝑗

Ilustrativamente, admita o seguinte fluxo de caixa não periódico:

Para uma taxa de juros de 1,9% a.m., tem-se:


𝟏𝟎𝟎,𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟎,𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟎,𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟎,𝟎𝟎
PV = 100,00 + (𝟏,𝟎𝟏𝟗)𝟑 + (𝟏,𝟎𝟏𝟗)𝟒 + (𝟏,𝟎𝟏𝟗)𝟖 + (𝟏,𝟎𝟏𝟗)𝟏𝟓

PV= 100,00 + 94,51 + 92,75 + 86,02 + 75,40

PV = $ 448,68

FV = 100,00 + 100,00 (1,019)7 + 100,00 (1,019)11 + 100,00 (1,019)12 + 100,00 (1,019)15

FV = 100,00 + 114,08 + 123,00 + 125,34 + 132,62

FV = $ 595,04 ou FV = 448,68 x (1,019)15 = $ 595,04.

Duração

A duração de um fluxo de caixa pode ser finita, característica do modelo-padrão, ou indeterminada


(indefinida), quando o prazo não é conhecido previamente. No caso de uma série infinita, determina-se
unicamente o seu valor presente. Para algumas situações específicas podem ser atribuídas
probabilidades para se definir a duração de um fluxo, como é o caso da atividade de seguros. No entanto,
este tipo de situação não será tratada aqui, ficando mais restrito estudo da Matemática Atuarial.
A representação gráfica de uma série indefinida pode ser ilustrada da forma seguinte:

O cálculo do valor presente é efetuado pelo somatório do valor atualizado de cada um de seus termos,
isto é:
𝑃𝑀𝑇 𝑃𝑀𝑇 𝑃𝑀𝑇 𝑃𝑀𝑇
𝑃𝑉 = (1+𝑖)
+ (1+𝑖)2
+ (1+𝑖)3
+ ⋯+ (1+𝑖)∞

. 37
1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
Genericamente:

𝑃𝑀𝑇𝑗
𝑃𝑉 = ∑
(1 + 𝑖)𝑗
𝑗=1

Detalhando a formulação:
𝑃𝑀𝑇 𝑃𝑀𝑇 𝑃𝑀𝑇 𝑃𝑀𝑇 𝑃𝑀𝑇
𝑃𝑉 = (1+𝑖)
+ (1+𝑖)2
+ (1+𝑖)3
+ (1+𝑖)4
+ ⋯+ (1+𝑖)∞

1 1 1 1 1
𝑃𝑉 = 𝑃𝑀𝑇 [(1+𝑖) + (1+𝑖)2
+ (1+𝑖)3
+ (1+𝑖)4
+ ⋯+ (1+𝑖)∞
]

Os valores entre colchetes representam a soma dos termos de uma progressão geométrica indefinida,
cuja razão é menor que 1. Aplicando-se o teorema de limite na fórmula da soma dos termos, tem-se:
𝑎1 + 𝑎𝑛 ×𝑞
𝐹𝑃𝑉 = lim
𝑛→∞ 1−𝑞

Processando-se as deduções e simplificações pertinentes a partir dessa expressão, chega-se ao valor


presente de um fluxo de caixa igual, constante, periódico e indeterminado, ou seja:
𝑃𝑀𝑇
PV =
𝑖

Em outras palavras, o valor presente desse fluxo é determinado pela relação entre o
pagamento/recebimento periódico, igual e sucessivo, e a taxa de juros considerada. As séries
indeterminadas encontram aplicações práticas principalmente em avaliações de imóveis efetuadas com
base nos rendimentos de aluguéis, na apuração do preço de mercado de uma ação a partir do fluxo
previsto de dividendos etc. Com o intuito de proceder a uma aplicação prática do cálculo do valor presente
de um fluxo indeterminado, admita que um imóvel esteja rendendo $ 2.000,00 de aluguel mensalmente.
Sendo de 2% a.m.o custo de oportunidade de mercado (ganho da melhor alternativa de aplicação
disponível), pode-se avaliar preliminarmente que o valor deste imóvel atinge $ 100.000,00, isto é:
2.000,00
𝑃𝑉 = = $ 100.000,00
0,02

O valor de referência do imóvel, válido para uma avaliação inicial, é o valor presente do fluxo de
rendimentos mensais (aluguéis) previsto por um prazo indeterminado, descontado a um custo de
oportunidade.

Valores

No que se refere aos valores, os termos de caixa podem ser constantes, se os fluxos de caixa
apresentarem-se sempre iguais, ou variáveis, se os fluxos não forem sempre iguais entre si. Se os valores
de caixa forem constantes, o fluxo identifica-se com o modelo-padrão estudado. No entanto, se os valores
de caixa apresentarem-se desiguais (variáveis), o valor presente é calculado pela soma dos valores
atualizados de cada um de seus termos. O valor futuro, por seu lado, é determinado pelo somatório dos
montantes de cada um dois termos ou, ainda, capitalizando-se o valor presente para a data futura.
Identicamente aos fluxos de caixa não periódicos, têm-se as seguintes generalizações:
𝑃𝑉 = ∑𝑛𝑗=0 𝑃𝑀𝑇𝑗 / (1 + 𝑖)𝑗

𝐹𝑉 = ∑𝑛𝑗=0 𝑃𝑀𝑇𝑗 × (1 + 𝑖)𝑗


Ou

𝐹𝑉 = 𝑃𝑉 × (1 + 𝑖)𝑛

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Por exemplo, admita um fluxo de caixa com os seguintes valores, ocorrendo respectivamente ao final
de cada um dos próximos 5 anos: $ 80,00, $ 126,00, $ 194,00, $ 340,00 e $ 570,00. Para uma taxa de
juros de 4% a.a., têm-se os seguintes resultados:

𝟖𝟎,𝟎𝟎 𝟏𝟐𝟔,𝟎𝟎 𝟏𝟗𝟒,𝟎𝟎 𝟑𝟒𝟎,𝟎𝟎 𝟓𝟕𝟎,𝟎𝟎


𝑷𝑽 = (𝟏,𝟎𝟒)
+ (𝟏,𝟎𝟒)𝟐 + (𝟏,𝟎𝟒)𝟑
+ (𝟏,𝟎𝟒)𝟒
+ (𝟏,𝟎𝟒)𝟓

𝑃𝑉 = 76,92 + 116,49 + 172,46 + 290,63 + 468,50

𝑃𝑉 = $1.125,00

FV = 570,00 + 340,00 (1,04) + 194 (1,04)2 126,00 (1,04)3 + 80,00 (1,04)4

𝑭𝑽 = 𝟓𝟕𝟎, 𝟎𝟎 + 𝟑𝟓𝟑, 𝟔𝟎 + 𝟐𝟎𝟗, 𝟖𝟑 + 𝟏𝟒𝟏, 𝟕𝟑 + 𝟗𝟑, 𝟓𝟗

𝐹𝑉 = $ 1.368,80

Ou

𝐹𝑉 = 1.125,00 × (1,04)5 = $ 1.368,80

Questões

01. Uma mercadoria é vendida a prazo em 5 pagamentos mensais de $ 700,00. Sendo de 3,5% a.m.
a taxa de juros, determinar o seu preço à vista admitindo que o primeiro pagamento é efetuado no ato da
compra:
(A) R$ 3.500,00
(B) R$ 3.377,50
(C) R$ 3.271,16
(D) R$ 3.200,85
(E) R$ 3.429,29

02. Uma pessoa irá necessitar de $ 7.000,00 daqui a 10 meses. Quanto deverá ela depositar
mensalmente num fundo de poupança que rende 1,7% a.m. de juros?
(A) 𝑅$ 625,15
(B) 𝑅$ 586,10
(C) 𝑅$ 648,10
(D) 𝑅$ 500,18
(E) 𝑅$ 700,00

03. Um veículo, cujo preço à vista é de $ 30.000,00, está sendo vendido nas seguintes condições:
a) entrada = 30%
b) saldo em 6 prestações mensais, iguais e sucessivas, vencendo a primeira daqui a dois meses.
Determinar o valor de cada prestação, admitindo uma taxa de juros de 2% a.m.
(A) $ 4.541,50
(B) $ 4.000,00
(C) $ 3.010,02
(D) $ 2.100,02
(E) $ 3.824,02

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04. Determinado produto está sendo vendido por $ 1.800,00 a vista, ou em 3 pagamento mensais e
iguais de $ 650,00. Estando atualmente em 3,3% a.m. as taxas de juros de mercado, a melhor alternativa
de compra é a compra a vista.
( )Certo ( )Errado

05. Determinada mercadoria é vendida por $ 2.500,00 a vista ou por 20% de entrada mais prestações
mensais de $ 309,00. Sendo de 2% a.m. a taxa corrente de juros, determinar o número de prestações
mensais.
(Dado: log 1,2 = 0,008600 e log 0,870550 = − 0,060206)
(A) 6 prestações
(B) 7 prestações
(C) 8 prestações
(D) 9 prestações
(E) 10 prestações

06. Determinado bem é vendido em 7 pagamentos mensais, iguais e consecutivos de $ 4.000,00. Para
uma taxa de juros de 2,6% a.m., até que preço compensa adquirir o aparelho à vista?
(A) $ 25.000,00
(B) $ 26.001,18
(C) $ 23.300,18
(D) $ 25.301,18
(E) $ 21.201,00

07. Um veículo novo está sendo vendido por $ 4.000,00 de entrada mais 6 pagamentos mensais, iguais
e consecutivos de $ 3.000,00. Sabendo-se que a taxa de juros de mercado é de 5,5% a.m., determinar
até que preço interessa comprar o veículo a vista.
(A) 18.986,59
(B) 20.586,59
(C) 17.746,50
(D) 16.500,50
(E) 19.999,59

Respostas

01. Resposta: C.

PV = 700,00 + [700,00 x FPV (3,5%, 4)]


PV = 700,00 + (700,00 x 3,673079)
PV = R$ 3.271,16

02. Resposta: C.

FV = PMT x FFV (i, n)


7.000,00 = PMT x FFV (1,7%, 10)
7.000,00 = PMT x 10,800733
7.000,00
PMT = 10,800733 = 𝑅$ 648,10

. 40
1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
03. Resposta: E.

Valor a financiar = 30.000,00 - 9.000,00 = $ 21.000,00


PV = PMT x FPV (2%, 6) x FAC (2%, 1)

1− (1,02)−6
21.000,00 = PMT x x (1,02)-1
0,02

21.000,00 = PMT x 5,601431 x 0,980392


21.000,00 = pmt X 5.491598
21.000,00
PMT = 5,491598
= $ 3.824,02

04. Resposta: Certo.


A indicação da alternativa de compra mais interessante pode ser obtida pelo valor presente das duas
propostas (escolhe-se evidentemente aquela de menor PV), ou pela determinação do custo mensal da
venda a prazo (o percentual apurado é comparado com a taxa de mercado).
PV (a vista) = $ 1.800,00
PV = (a prazo) = 650,00 x FPV (3,3%, 3)
650,000 x 2,812375
= $ 1.828,04

A venda a prazo, por apresentar um PV maior que o valor a vista, indica um custo maior que a taxa de
mercado (3,3% a.m.). Interessa a compra à vista.
O custo mensal da compra a prazo é calculado:

PV = PMT x FPV (i, n)

1− (1+𝑖)−3
1.800,00 = 650,00 x
𝑖
i = 4,11% a.m.
Confirma-se um custo embutido na venda a prazo de 4,11% a.m. maior que os juros de mercado (3,3%
a.m.).

05. Resposta: B.
Valor a financiar: 2.500,00 - 20% = $ 2.000,00
PV = PMT + FPV (i, n)
2.000,00 = 309,00 x FPV (2,0%, n)
2.000,00
309,00
x 0,02 = 1 - (1,02)-n

0,129450 = 1 - (1,02)-n
(1,02)-n = 0,870550

Aplicando-se a propriedade de logaritmo:


- n x log 1,02 = log 0,870550

log 0,870550
n=- log 1,02

− 0,060206
n=- 0,008600
= 7 meses (prestações mensais)

. 41
1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
06. Resposta: D.
PMT = $ 4.000,00 PV= ?
𝑖 = 2,6 % 𝑎. 𝑚.
𝑛=7

1− (1+𝑖)−𝑛
𝑃𝑉 = 𝑃𝑀𝑇 × 𝑖

Ou

𝑃𝑉 = 𝑃𝑀𝑇 × 𝐹𝑃𝑉 (𝑖, 𝑛)

1− (1,026)−7
𝑃𝑉 = 4.000,00 × 0,026

𝑃𝑉 = 4.000,0 × 6,325294 = $ 25.301,18.

O valor presente pode também ser calculado pela atualização de cada uma dos termos do fluxo, ou
seja:
4.000,00 4.000,00 4.000,00 4.000,00
𝑃𝑉 = (1,026)
+ (1,026)2 + (1,026)3 + ... + (1,026)7

Resolvendo-se a expressão chega-se, evidentemente, ao mesmo resultado: PV = $ 25.301,18.

07. Resposta: A.

O preço à vista é formado pela entrada de $ 4.000,00 mais a soma dos valores atuais das prestações
de $ 3.000,00 cada, ou seja:
PV = Entrada + [PMT x FPV (i,n)]
PV = 4.000,00 + 3.000,00 x FPV (5,5%, 6)
PV = 4.000,00 + 3.000,00 x 4,995530
PV = 18.986,59

2. Valor do dinheiro no tempo, Valor Presente e Taxa Interna de Retorno.

TAXAS DE RETORNO E TAXAS INTERNAS DE RETORNO

Taxa Mínima de Atratividade (TMA) 9

Os métodos de avaliação que serão apresentados, para efeito de avaliar méritos de alternativas para
investimento, apresentam como principal característica o reconhecimento da variação do valor do dinheiro
no tempo. Este fato evidência a necessidade de se utilizar uma taxa de juros quando a análise for efetuada
através de um deles. A questão é definir qual será a taxa a ser empregada.

A TMA é a taxa a partir da qual o investidor considera que está obtendo ganhos financeiros
Existem grandes controvérsias quanto a como calcular esta taxa. Alguns autores afirmam que a taxa
de juros a ser usada pela engenharia econômica é a taxa de juros equivalente à maior rentabilidade das
aplicações correntes e de pouco risco. Uma proposta de investimento, para ser atrativa, deve render, no
mínimo, esta taxa de juros.

9
Assaf Neto – Livro Administração Financeira

. 42
1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
Outro enfoque dado a TMA é a de que deve ser o custo de capital investido na proposta em questão,
ou ainda, o custo de capital da empresa mais o risco envolvido em cada alternativa de investimento.
Naturalmente, haverá disposição de investir se a expectativa de ganhos, já deduzido o valor do
investimento, for superior ao custo de capital. Por custo de capital, entendesse a média ponderada dos
custos das diversas fontes de recursos utilizadas no projeto em questão.

Taxa Interna de Retorno (TIR)


Vamos analisar as taxas de retorno e taxas internas de retorno. Qual o significado de Taxa interna de
Retorno?
Esta taxa é muito utilizada na analise de viabilidade de projetos.
A Taxa Interna de Retorno (TIR), em inglês IRR (Internal Rate of Return), é uma taxa de desconto
hipotética que, quando aplicada a um fluxo de caixa, faz com que os valores das despesas, trazidos ao
valor presente, seja igual aos valores dos retornos dos investimentos, também trazidos ao valor
presente.O conceito foi proposto por John Maynard Keynes, de forma a classificar diversos projetos de
investimento: os projetos cujos fluxos de caixa tivessem uma taxa interna de retorno maior do que a taxa
mínima de atratividade deveriam ser escolhidos.1
Assim, a TIR é a taxa necessária para igualar o valor de um investimento (valor presente) com os seus
respectivos retornos futuros ou saldos de caixa gerados em cada período. Sendo usada em análise de
investimentos, significa a taxa de retorno de um projeto.
Por exemplo, utilizando uma calculadora financeira, encontramos para o projeto "P1" uma Taxa Interna
de Retorno de 15% ao ano.
Esse projeto será atrativo se a empresa tiver uma TMA menor do que 15% ao ano.
A solução dessa equação pode ser obtida pelo processo iterativo, ou seja "tentativa e erro", ou
diretamente com o uso de calculadoras eletrônicas ou planilhas de cálculo.

A Taxa Interna retorno (TIR)


É a taxa de atualização do projeto que dá o VPL nulo.
A TIR é a taxa que o investidor obtém em média em cada período (ano, mês,...) sobre os capitais que
se mantêm investidos no projeto, enquanto o investimento inicial é recuperado progressivamente.
A TIR é um critério que atende ao valor de dinheiro no tempo, valorizando os cash-flows – Fluxo de
caixa -atuais mais do que os futuros, constitui com a VPL e o PAYBACK atualizado os três grandes
critérios de avaliação de projetos.
Como o VPL – TIR é um metodo de analise de investimento derivado do VPL, segue a mesma regra,
ou seja, A Taxa Interna de Retorno de um investimento pode ser
1- Maior do que a Taxa Mínima de Atratividade: significa que o investimento é economicamente
atrativo.
TIR>TMA – PROJETO VIAVEL
2- Igual à Taxa Mínima de Atratividade: o investimento está economicamente numa situação de
indiferença.
TIR=TMA – PROJETO PODERÁ SER VIAVEL
3- Menor do que a Taxa Mínima de Atratividade: o investimento não é economicamente atrativo
pois seu retorno é superado pelo retorno de um investimento com o mínimo de retorno já
definido.
TIR<TMA – PROJETO INVIAVEL
Entre vários investimentos, o melhor será aquele que tiver a maior Taxa Interna de Retorno.
Matematicamente, a Taxa Interna de Retorno é a taxa de juros que torna o valor presente das entradas
de caixa igual ao valor presente das saídas de caixa do projeto de investimento.
Desta forma, a TIR é a taxa de desconto que faz com que o Valor Presente Líquido (VPL) do projeto
seja zero. Um projeto é atrativo quando sua TIR for maior do que o custo de capital do projeto

Método da Taxa Interna de Retorno (TIR)10


Por definição, a taxa interna de retorno de um projeto é a taxa de juros para a qual o valor presente
das receitas torna-se igual aos desembolsos. Isto significa dizer que a TIR é aquela que torna nulo o valor
presente líquido do projeto. Pode ainda ser entendida como a taxa de remuneração do capital.

10
GITMAN, 2002

. 43
1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
A TIR deve ser comparada com a TMA para a conclusão a respeito da aceitação ou não do projeto.
Uma TIR maior que a TMA indica projeto atrativo. Se a TIR é menor que a TMA, o projeto analisado passa
a não ser mais interessante. O cálculo da TIR é feito normalmente pelo processo de tentativa e erro, pois
necessitamos de planilhas eletrônicas ou calculadoras financeiras para efetuar estes cálculos.
A Taxa Interna de Retorno (TIR) é a taxa de juros (desconto) que iguala, em determinado momento do
tempo, o valor presente das entradas (recebimentos) com o das saídas (pagamentos) previstas de caixa.
A TIR é usada como método de análise de investimentos, onde o investimento será economicamente
atraente se a TIR for maior do que a taxa mínima de atratividade (taxa de retorno esperada pelo
investimento).
A TIR também é utilizada na comparação entre dois ou mais projetos de investimentos, quando estes
forem mutuamente excludentes. Neste caso, o projeto que apresentar o maior valor da TIR será o projeto
economicamente mais atraente.
O cálculo da TIR é um processo muito complexo quando calculado à mão, sendo normalmente
calculado com o uso de calculadoras financeiras ou programas de computador. Entretanto, para efeito
didático, não é possível exigir dos alunos que tenham uma calculadora financeira, visto que estas são
normalmente de alto custo. Além disso, quando o aluno realiza o cálculo à mão, ele se familiariza mais
com o conceito da TIR.
Assim, neste trabalho está sendo proposta uma técnica de cálculo da TIR pelo método de tentativa e
erro (proposta inicialmente por GITMAN, 2002), mas que terá um refinamento para melhorar o grau de
precisão dos resultados em relação ao método original de Gitman (2002). Foram realizados testes com
diferentes configurações de fluxo de caixa para testar o método, verificando-se que o método de tentativa
e erro, embora mais lento do que quando se usa uma calculadora financeira ou um software de
computador, produz resultados bastante precisos.
De acordo com Hoji (2006), a Taxa Interna de Retorno (TIR) é conhecida também como taxa de
desconto do fluxo de caixa. A TIR é uma taxa de juros implícita numa série de pagamentos (saídas) e
recebimentos (entradas), que tem a função de descontar um valor futuro ou aplicar o fator de juros sobre
um valor presente, conforme o caso, para trazer ou levar cada valor do fluxo de caixa para uma data focal
(data base de comparação de valores correntes de diversas datas). Geralmente, adota-se a data de início
da operação – momento zero – como a data focal de comparação dos fluxos de caixa (NETO, 2006). A
soma das saídas deve ser igual à soma das entradas, em valor da data focal, para se anularem (HOJI,
2006).
Segundo Neto (2006), normalmente, o fluxo de caixa no momento zero (fluxo de caixa inicial) é
representado pelo valor do investimento, ou empréstimo ou financiamento; os demais fluxos de caixa
indicam os valores das receitas ou prestações devidas.
Ainda de acordo com Hoji (2006), o conceito de TIR é utilizado para calcular a taxa “i” quando existe
mais de um pagamento e mais de um recebimento ou quando as parcelas de pagamento ou recebimento
não são uniformes.
O método da Taxa de Retorno, usado para análise de investimentos, assume implicitamente que todos
os fluxos intermediários de caixa são reinvestidos à própria TIR calculada para o investimento. O critério
de decisão, quando a TIR é usada para tomar decisões do tipo “aceitar-rejeitar”, é o seguinte: Se a TIR
for maior que o custo de capital (taxa mínima de atratividade), aceita-se o projeto; se for menor, rejeita-
se o projeto. Esse critério garante que a empresa esteja obtendo, pelo menos, sua taxa requerida de
retorno. Tal resultado deveria aumentar o valor de mercado da empresa e, consequentemente, a riqueza
dos seus proprietários (GITMAN, 2002). Entre duas alternativas econômicas com TIR diferentes, a que
apresentar maior taxa representa o investimento que proporciona o maior retorno. A TIR não deve ser
confundida com a taxa mínima de atratividade que o valor investido deverá proporcionar para que o
investimento seja interessante (HOJI, 2006).
A taxa interna de retorno, apesar de ser consideravelmente mais difícil de calcular à mão do que o VPL
(Valor Presente Líquido – outro método de análise de investimentos) é possivelmente a técnica sofisticada
mais usada para a avaliação de alternativas de investimentos. Como a TIR é a taxa de desconto que faz
com que o VPL de uma oportunidade de investimento iguale-se a zero (já que o valor presente das
entradas de caixa é igual ao investimento inicial), matematicamente, a TIR é obtida resolvendo-se a
Equação 1 para o valor de k que torne o VPL igual a zero (GITMAN, 2002).

n
FC t
VPL    I0 (01)
t 1 (1  k ) t

. 44
1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
n
FCt
0  I0 (02)
t 1 (1  TIR)t
Onde: FCt – valor presente das entradas de caixa;
I0 – investimento inicial;
k – taxa de desconto (igual ao custo de capital de empresa);
t – tempo de desconto de cada entrada de caixa;
n - tempo de desconto do último fluxo de caixa.

De acordo com Gitman (2002) a TIR pode ser calculada tanto por tentativa e erro como se recorrendo
a uma calculadora financeira sofisticada ou a um computador. Como será demonstrado a seguir, o cálculo
da TIR à mão, empregando-se a Equação 2, não é um trabalho fácil.
Será demonstrada a abordagem de tentativa e erro, visto que o objetivo deste trabalho é demonstrar
um método para cálculo da TIR a ser usado em sala de aula, onde a maioria dos alunos não têm acesso
a uma calculadora financeira (normalmente de alto custo).
Avaliação de alternativas de investimento em economia após a classificação dos projetos tecnicamente
corretos é imprescindível que a escolha considere aspectos econômicos. E é a engenharia econômica
que fornece os critérios de decisão, para a escolha entre as alternativas de investimento.
Os principais métodos de avaliação que formam a base da engenharia econômica, e com eles
podemos avaliar e escolher os melhores projetos são:
- Método do valor presente líquido (VPL);
- Método da taxa interna de retorno (TIR).
- Método do PAY-BACK (PB).

Os métodos VPL e TIR, são exatos, e equivalentes, não apresentam os problemas na análise e decisão
e escolha do melhor projeto, no entanto o PAY-BACK descontado apesar de ser muito utilizado na
avaliação de projetos ele não realiza o exato prazo de retorno do investimento.
O método, que é muito utilizado, e que possui limitações do ponto de vista conceitual é o PAY-BACK
ou método do tempo de recuperação do investimento. O método do PAY-BACK consiste simplesmente
na determinação do número de períodos necessários para recuperar capital investido, ignorando as
consequências além do período de recuperação e o valor do dinheiro no tempo. Normalmente é
recomendado que este método seja usado como critério de desempate, se for necessário após o emprego
de um dos métodos exatos.
Estes métodos são equivalentes e indicam sempre a mesma alternativa de investimento, que é a
melhor do ponto de vista econômico. Embora indicarem o mesmo resultado, existe é claro vantagens e
desvantagens um em relação ao outro, e que serão comentadas a seguir.

CRITÉRIOS ECONÔMICOS DE DECISÃO11

Método do valor presente líquido (VPL)

O método do valor presente líquido, também conhecido pela terminologia método do valor atual,
caracteriza-se, essencialmente, pela transferência para o instante presente de todas as variações de
caixa esperadas, descontadas à taxa mínima de atratividade. Em outras palavras, seria o transporte para
a data zero de um diagrama de fluxos de caixa, de todos os recebimentos e desembolsos esperados,
descontados à taxa de juros considerada.
Se o valor presente for positivo, a proposta de investimento é atrativa, e quanto maior o valor positivo,
mais atrativa é a proposta.
n
FC t
VPL    I0
t 1 (1  k ) t
Onde: FCt – valor presente das entradas de caixa;
I0 – investimento inicial;
k – taxa de desconto (igual ao custo de capital de empresa);
t – tempo de desconto de cada entrada de caixa;
n - tempo de desconto do último fluxo de caixa.

11
http://www.iepg.unifei.edu.br/edson/download/Engecon2/CAP3EEA.pdf

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1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
Tir= 17,3%
VPL = 7.171,30

Explicações da tabela:
Coluna 1 –DATAS - data zero em economia consideramos a data do Valor presente.
As outras datas são exatamente a vida útil do projeto (maquinários e outros bens relacionados),

Coluna 2 – VALORES - R$ 55.000,00 é o investimento – valor negativo para representar que este
dinheiro sairá do caixa da empresa para o projeto.
Os outros valores R$ 25.000,00 do ano 1 ao ano 3 é exatamente os valores de retorno se o projeto
for implantado.

Coluna 3 – ITEM – são as nomenclaturas respectivas de investimentos e redução de custo – neste


caso podemos também lançar como retorno dependendo do caso.
Coluna 4 – FATOR DE CÁLCULO - o fator de cálculo utilizado para análise de investimento é
baseado na metodologia de JURO COMPOSTO, lembra-se?
É claro que esta formula é do montante, mas em nosso caso, neste item vamos usar somente o fator.
VF  VP (1 i)
n

Então o que é fator de cálculo a juro composto? É exatamente - um mais taxa elevado ao período
respectivo, como segue:

(1 i)
n

Para que serve então o fator de cálculo? Serve para “trazer para a data presente um valor que está no
futuro”!
É evidente que se dividirmos um valor pelo seu respectivo fator teremos como resulta o valor presente.
Se multiplicarmos teremos o respectivo valor futuro. Entendeu? Grande dica para concursos.

Coluna 5 - VPS – valor presente respectivo de cada ano, ou seja estamos calculando aqueles valores
que a empresa terá no futuro, verificando qual será seu respectivo valor na data zero- valor presente,
..ok.?
VF
VP 
(1 i)
n

Coluna 6 - SALDOS – calculamos os respectivos saldos em cada ano. Ou seja, teremos que “pagar
os investimentos efetuados pela empresa”, então temos que ir pagando de acordo com as entradas de
caixa ou neste caso será a redução de custos, entendeu?
Quando o saldo se transforma em positivo é sinal que conseguimos cobrir o valor dos investimentos,
portanto fique alerta neste período temos a viabilidade do projeto.
Podemos também utilizar a formula do valor presente líquido para cálculo direto:

Em concurso utilizamos um método ainda não comprovado cientificamente, mas que pode dar um
parâmetro para as respostas corretas. Ou seja

. 46
1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
EXEMPLO 1: Fluxo de caixa de uma anuidade (entradas constantes).
A seguir é apresentado um esquema de fluxo de caixa com investimento inicial no ano
Zero.

Dica para concurso:


Taxa de retorno -Aproximação = média de retorno / investimentos =60/100 = 0,6
Pegue este valor e dívida por dois ou seja 0,60/2 =0,3; portanto temos duas taxas de retorno taxa
máxima = 0,6 e taxa mínima 0,3
Faça agora a média entre as taxas máxima e a mínima, em alguns casos funciona.
0,60+0,30=0,90 e agora dívida por 2 para acha a média aritmética das taxas que será igual a 0,45 =
45% é uma taxa aproximada a TIR real que é de 47,2%, lembre-se que é uma alternativa não cientifica.

Questões

01. Uma organização fez um desembolso inicial de $ 3.000,00 esperando receber $ 700,00 ao final de
um ano, $ 900,00 ao final de dois anos, $1.400,00 ao final de três anos e $ 1.700,00 ao final de quatro
anos. Determine o seu VPL supondo uma taxa de atratividade é de 10% aa.
(A) $593,12
(B) $700,00
(C) $1.000,00
(D) $1.200,00
(E) $358,77

02. (CVM/FCC) O esquema abaixo representa o fluxo de caixa de um investimento no período de 3


anos, valores em reais:

Sabendo-se que a taxa interna de retorno (TIR) é de 10% ao ano, o valor do desembolso inicial (D) é
de:
(A) R$ 17.325,00
(B) R$ 16.500,00
(C) R$ 16.000,00
(D) R$ 15.500,00
(E) R$ 15.000,00

Comentários

01. Resposta: A.
n
FCt
VPL    I0
t 1 (1  k )
t

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1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
02. Resposta: D.
n
FCt
Sabendo que 0  I0
t 1 (1  TIR)t
Então
0 9075 10.648
0= +
1,1²
+ 1,1³
- I0
1,1¹
I0 = 7.500 + 8000 = 15.500

3. Microeconomia e Finanças.

MICROECONOMIA E FINANÇAS12

Existem muitas maneiras de conceber a economia como um ramo do conhecimento. Para os


economistas clássicos, como Adam Smith, David Ricardo e John Stuart Mill, a economia é o estudo do
processo de produção, distribuição, circulação e consumo dos bens e serviços (riqueza).
Por outro lado, para os autores ligados ao pensamento econômico neoclássico, a economia pode ser
definida como a ciência das trocas ou das escolhas. Neste caso, para seguir a definição proposta por
Lionel Robbins, a economia lidaria com o comportamento humano enquanto condicionado pela escassez
dos recursos: a economia trata da relação entre fins e meios (escassos) disponíveis para atingi-los. Deste
modo, o foco da ciência econômica consistiria em estudar os fluxos e meios da alocação de recursos para
atingir determinado fim, qualquer que seja a natureza deste último. Segundo os economistas austríacos,
especialmente Mises, a economia seria a ciência da ação humana proposital para a obtenção de certos
fins em um mundo condicionado pela escassez.
A palavra economia deriva do grego oikonomía: oikos - casa, moradia; e nomos - administração,
organização, distribuição. Deriva também do latim oeconomìa: disposição, ordem, arranjo.

A economia moderna foi muito influenciada pela contribuição do escocês Adam Smith. Adam Smith,
na sua obra A Riqueza das Nações, estabeleceu alguns dos princípios fundamentais da economia, que
ainda hoje servem de guia aos economistas. Adam Smith foi o primeiro a defender que os interesses
privados dos indivíduos produziam benefícios públicos. Porém, diferentemente do atual senso comum,
Adam Smith nunca afirmou que o mercado independe do Estado, ideia esta difundida pelos neoliberais.
No entanto, algumas escolas atuais reconhecem que Aristóteles, outros pensadores gregos e os
pensadores escolásticos do final da Idade Média também deram contribuições importantes à ciência
econômica.
No século XIX, Karl Marx fez a crítica mais influente à economia de mercado e à ciência econômica
ao defender que esta forma de organização econômica é uma forma de exploração do homem pelo
homem. Marx defendia que toda riqueza era produzida pelo trabalho humano e que os donos do capital
se limitavam a apropriar-se da riqueza produzida pelos trabalhadores.
Os argumentos de Karl Marx não convenceram os defensores da economia de mercado já que foram
criticados por Böhm-Bawerk e outros economistas mais tarde. Estes constituíam a escola neoclássica
que dominou o pensamento económico até à década de 30 do século XX. Segundo a escola neoclássica,
o preço de um bem ou serviço não representa o valor do trabalho nele incorporado. Assim sendo é o
equilíbrio entre oferta e demanda que determina os preços. Depois de estabelecido, o preço atua como
um sinalizador das quantidades dos estoques de bens e serviços. Por exemplo, uma variação nos preços
indicaria aos consumidores que determinado bem requer mais ou menos unidades monetárias para ser
adquirido, o que incentivaria ou inibiria o consumo. Já para os produtores, indicaria que os consumidores
estariam dispostos a pagar mais ou menos unidades monetárias pelo bem ou serviço, o que, novamente,
incentivaria ou inibiria o produtor a ofertar o bem ou serviço (dado seu custo de produção constante).
Assim sendo, o mercado, através da sinalização dos preços, tenderia ao equilíbrio ideal em termos de
alocação de recursos escassos.
Nos anos 30, a teoria econômica neoclássica foi posta em causa por John Maynard Keynes. A teoria
macroeconômica de Keynes previa que uma economia avançada poderia permanecer abaixo da sua

12
http://www.fea.usp.br/feaecon/econoteen/o-que-e-economia.php

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1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
capacidade, com taxas de desempregos altas tanto da mão de obra quanto dos outros fatores de
produção, ao contrário do que previa a teoria neoclássica.
Keynes propôs intervenções estatais na economia com o objetivo de estimular o crescimento e baixar
o desemprego. Para intervir, os estados deviam aumentar os seus gastos financiados e não aumentar
seus impostos gerando uma diferença entre a arrecadação e os gastos. Esta diferença seria preenchida
com a emissão de moeda, que por sua vez geraria inflação.
As ideias de Keynes permaneceram em voga nas políticas econômicas dos países ocidentais até os
anos 70. A partir daí, a política econômica passou a ser orientada pelos economistas neoclássicos. Os
keynesianos, contudo, ainda são muito numerosos. Apontam os neoclássicos que o estado
empreendedor de Keynes era oneroso, burocrático e ineficiente e devia subordinar-se ao mercado.

A economia estuda a maneira como se administram os recursos escassos, com o objetivo de produzir
bens e serviços e distribuí-los para seu consumo entre os membros da sociedade.
De forma intuitiva, pode-se dizer que a economia se preocupa com a maneira como os indivíduos
“economizam” seus recursos, isto é, como empregam sua renda de forma cuidadosa e sábia, de modo
obter o maior aproveitamento possível. Dentro da economia, temos a microeconomia e a macroeconomia,
daremos enfoque à microeconomia:

Microeconomia13

A Microeconomia trata das escolhas dos indivíduos quanto à afetação dos recursos escassos que têm
disponíveis, a afetação das coisas. Assim, estuda os fundamentos das escolhas económicas de cada
indivíduo e a sua evolução com a alteração dos preços das coisas. A microeconomia é o ramo da
economia que estuda o comportamento das unidades de consumo representadas pelas famílias e
indivíduos, e pelo estudo das empresas, representados pela produção em seus respectivos custos, além
dos mercados de atuação de cada empresa.
Estuda o comportamento de consumidores e produtores e o mercado no qual interagem. Preocupa-se
com a determinação dos preços e as quantidades em mercados específicos. A microeconomia é aquela
parte da teoria econômica que estuda o comportamento das unidades, tais como os consumidores, as
indústrias e empresas, e suas inter-relações. A microeconomia ou teoria dos preços analisa a formação
de preços no mercado, ou seja, como a empresa e o consumidor se interagem e decidem o preço e a
quantidade de um produto ou serviço. Estuda o funcionamento da oferta e da demanda (procura) na
formação do preço. A microeconomia se preocupa em explicar como é fixado o preço e seus fatores de
produção.
Além de considerar as decisões individuais, a Microeconomia pode ainda considerar um certo nível de
agregação. No entanto, a agregação é sempre de coisas idênticas (homogêneas) e em quantidades. Por
exemplo, podem ser considerados em conjunto os consumidores de laranjas e em conjunto os
vendedores de laranjas, sendo que, apesar de haver muitas variedades de laranjas, é assumido que para
um certo grau de abstração são idênticas.

Oposto à Microeconomia que se debruça sobre as escolhas individuais, existe a Macroeconomia que
estuda realidades agregadas ao nível dos países, sendo que a agregação é feita em termos monetários
(multiplicando as quantidades pelo preço de mercado). A “Economia Industrial” que estuda realidades ao
nível da “indústria” (que genericamente são conjuntos de empresas que usam tecnologias idênticas e/ou
produzem bens idênticos) é a disciplina intermédia entre esta duas, podendo considerar agregações em
valor ou em quantidades.

Definição de Macroeconomia14
Estuda a determinação e o comportamento dos grandes agregados como PIB, consumo global,
investimento global, exportação, inflação, desemprego, com o objetivo de delinear uma Política
Econômica.”
A macroeconomia estuda o funcionamento da economia em seu conjunto. Seu propósito é obter uma
visão simplificada da economia que, porém, ao mesmo tempo, permita conhecer e atuar sobre o nível da
atividade econômica de um determinado país ou de um conjunto de países.

13
EDINEIDE. Curso: Conceitos Básicos de Microeconomia. Agosto/2010.
VIEIRA, P. C. C. Introdução à Teoria do Consumidor. Faculdade de Economia do Porto, 2004.
14
DANTAS, I. INTRODUÇÃO À ECONOMIA. CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ – CEAP.
BERGAS, C. A. M. CONCEITOS BÁSICOS DE ECONOMIA, 2011. Disponível em: http://www.cnf.org.br/documents/19/fd534a67-8d62-4f38-b412-
c52308259740.

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Divisão do estudo da microeconomia
Voltando à microeconomia, podemos dividir o estudo da microeconomia em três grupos bem distintos:
1 – Estudará o comportamento do consumidor e o comportamento do indivíduo, face das respectivas
rendas poderem se apropriar de uma combinação de bens que lhe propicie a maximização de sua
satisfação.
2 – Revelará o comportamento da empresa, que reflete o funcionamento do setor produtivo da
economia dentro da empresa, em virtude das diversas rendas que poderemos apropriar para produzirmos
determinados bens e serviços.
3 – Interpretará o funcionamento dos mercados, em que cada empresa estará atuando, suas
respectivas características e a formação de preços de cada mercado.

Característica da Microeconomia
As características da microeconomia confundem-se com as características da economia, da qual ela
faz parte. Por isso, podemos classificar as seguintes características: hipóteses, natureza dedutiva,
natureza estática comparativa, economia positiva e análise de equilíbrio parcial:

-HIPÓTESE: as hipótese geralmente estão incluídas dentro de modelos econômicos, dos quais, por
meio da criação de hipóteses, podemos extrapolar as conclusões dos modelos.
-NATUREZA DEDUTIVA: partindo de situações do mundo real, seleciona as variáveis mais relevantes
para a análise, obtendo assim um modelo lógico, mediante deduções adequadas, que, caso não estejam
coerentes com a realidade, voltarão para a reestruturação do modelo inicialmente concebido.
NATUREZA ESTÁTICA COMPARATIVA: comparando-se duas situações de equilíbrio, podemos
verificar as suas igualdades e as suas diferenças, sem termos que analisar o que ocorreu entre uma
situação e a outra de equilíbrio.
ECONOMIA POSITIVA: este aspecto é muito importante, pois a microeconomia vai interpretar os fatos
tais como eles aparentam ser, ou seja, vai simplesmente mostrar os fatos, sem se posicionar a favor ou
contra eles.
ANÁLISE DO EQUILÍBRIO PARCIAL: parte da hipótese que todas as condições do modelo econômico,
que possam influenciar duas variáveis, permanecem constante, ou seja para analisar um mercado
específico, a Microeconomia se vale da hipótese de tudo o mais permanece constante (em latim, coeteris
paribus). O foco de estudo é dirigido apenas àquele mercado, analisando-se o papel que a oferta e a
demanda nele exercem, supondo que outras variáveis interfiram muito pouco, ou que não interfiram de
maneira absoluta.
O objetivo deste instrumento de análise é propiciar uma série de vantagens:
a) exige menos tempo
b) é menos complexa e mais maleável
c) aproxima bem perto do resultado
d) adequação e utilidade maior
e) operacionalmente é mais exequível

Podemos apresentar as análises microeconômicas de diversas formas, a saber:


a) através de expressões matemáticas ou algébricas;
b) através de linguagem gráfica;
c) através de linguagem tabular;
d) através de parábolas.

- Empresa: Trata-se de uma organização destinada a produção e/ou comercialização de bens e


serviços, tendo como objetivo o lucro.
Em função do tipo de produção, distingue-se quatro categorias de empresas:
- agrícola, industrial, comercial e financeira

Podemos destacar também que o entendimento da microeconomia tem por base dois conceitos
fundamentais que vamos explicar: primeiro que as pessoas atribuem valor às coisas e segundo que
realizam ações de forma a maximizar o valor total das coisas que possuem/consomem.
-Em termos de mercado, as ações possíveis de implementar reduzem-se à realização de compras e
de vendas e as coisas reduzem-se a mercadorias e serviços. No entanto, os conceitos de ação e de coisa
são mais gerais e não se reduzem às transações efetuadas no mercado. Por exemplo, mesmo as
decisões quanto a casar, a ter filhos, a escolher um clube de futebol do “coração”, adoptar um partido
político, ter um amigo ou um animal de estimação, etc., são ações/escolhas que o indivíduo faz sobre

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coisas, serviços ou pessoas que têm por objetivo consciente ou inconsciente maximizar o valor das
“coisas” detidas pelo indivíduo.

De qualquer forma, deve-se ressaltar que a microeconomia e a macroeconomia são dois ramos da
mesma disciplina, a economia, e como tais se ocupam das mesmas questões, ainda que se fixem em
aspectos distintos. A seguir são apresentadas as estas principais questões, sendo que o conhecimento
destes termos facilitarão o entendimento dos tópicos seguintes.

Problema de Escassez
-O petróleo, o trabalho, as máquinas, etc., estão disponíveis em quantidades limitadas;
-Com esses escassos recursos, produzem-se bens e serviços (alimentos, moradias, automóveis,
saúde, educação, lazer, etc.),
-A escassez sempre existirá, já que os desejos são superiores aos meios disponíveis para satisfazê-
los.
Em qualquer sociedade, os recursos produtivos (mão-de-obra, terra, matérias primas, dentre outros)
são limitados. Por outro lado, as necessidades humanas são ilimitadas e sempre se renovam, por força
do próprio crescimento populacional e do contínuo desejo de elevação do padrão de vida. Independente
do grau de desenvolvimento do país, nenhum deles dispõe de todos os recursos necessários para
satisfazer todas as necessidades da coletividade. Tem-se então um problema de escassez: recursos
limitados contrapondo-se a necessidades humanas ilimitadas. A escassez é um conceito relativo, pois
existe o desejo de adquirir uma quantidade de bens e serviços maior que a disponibilidade.
Bens escassos: são aqueles que nunca se têm em quantidade suficiente para satisfazer os desejos
dos indivíduos.

Os Problemas Econômicos Fundamentais


Da escassez dos recursos ou fatores de produção, associada às necessidades ilimitadas do homem,
origina-se os chamados problemas econômicos fundamentais: O que produzir? Quanto produzir? Como
produzir? e Para quem produzir?
O que e quanto produzir: dada a escassez de recursos de produção, a sociedade terá de escolher,
dentro do leque de possibilidades de produção, quais produtos serão produzidos e as respectivas
quantidades a serem fabricadas.
Como produzir: a sociedade terá de escolher ainda quais recursos de produção serão utilizados para
a produção de bens e serviços, dado o nível tecnológico existente. A concorrência entre os diferentes
produtores acaba decidindo como serão produzidos os bens e serviços. Os produtores escolherão, entre
os métodos mais eficientes, aquele que tiver o menor custo de produção possível;
Para quem produzir: a sociedade terá também de decidir como seus membros participarão da
distribuição dos resultados de sua produção. A distribuição de renda dependerá não só da oferta e da
demanda nos mercados de serviços produtivos, ou seja, da determinação dos salários, das rendas da
terra, dos juros e dos benefícios do capital, mas também da repartição inicial da propriedade e da maneira
como ela se transmite por herança.

O modo como as sociedades resolvem os problemas econômicos fundamentais depende da forma da


organização econômica do país, ou seja, do sistema econômico de cada nação. As organizações devem
identificar as disponibilidade dos fatores de produção: recursos naturais, financeiros e humanos. Os
produtores escolherão, entre os métodos mais eficientes, aquele que tiver o menor custo de produção
possível. A produção deve exigir o emprego de recursos produtivos e bens elaborados.
Os fatores de produção são: terra (recursos naturais ou matéria-prima); trabalho ou recursos humanos,
que utilizam faculdades físicas e intelectuais para realizar o processo produtivo; capital (recursos
financeiros) capaz de adquirir máquinas, equipamentos, instalações, dinheiro, ferramentas, capital
financeiro, tecnologia, bem como matéria-prima e recursos humanos. A capacidade empresarial, também
é considerado um fator de produção, e é constituída por indivíduos que reúnem os capitais para adquirir
recursos produtivos e produzir bens e serviços para o mercado.
É importante ressaltar que para cada fator de produção corresponde uma remuneração. Ao trabalho
corresponde o pagamento de salários. O juro paga o uso do capital. O aluguel constitui a remuneração
da terra. A tecnologia é paga com royalties. À capacidade empresarial corresponde o lucro.

As Necessidades, os Bens Econômicos e os Serviços


O conceito de necessidade humana, isto é, a sensação de carência de algo junto ao desejo de
satisfaze-la é algo relativo, pois os desejos dos indivíduos não são fixos. O ditado popular “quanto mais

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se tem, mais se quer” parece refletir fielmente a atitude dos indivíduos em relação aos bens materiais.
Assim, pois, o fato real que enfrenta a economia é que em todas as sociedades, tanto nas ricas como nas
pobres, os desejos dos indivíduos não podem ser completamente satisfeitos. Nesse sentidos, bens
escassos são aqueles que nunca se tem em quantidade suficiente para satisfazer os desejos dos
indivíduos.

Os bens econômicos caracterizam-se pela utilidade, pela escassez e por serem transferíveis. Os bens
livres – como, por exemplo, o ar – são aqueles cuja quantidade é suficiente para satisfazer a todo o
mundo. Quando buscam satisfazer suas necessidades, as pessoas procuram, normalmente fixar suas
preferências. Assim, os primeiros bens desejados são os que satisfazem as necessidades básicas ou
primárias, como a alimentação, o vestuário e a saúde. Satisfeitas as necessidades primárias, os
indivíduos passam a satisfazer outras mais refinadas, como o turismo, ou buscam melhor qualidade dos
bens que satisfazem suas necessidades primárias, como uma habitação melhor, roupas de determinada
marca, etc.

Por isso, pode-se dizer que as necessidades são ilimitadas ou, de outra forma, que sempre existirão
necessidades que os indivíduos não poderão satisfazer, ainda que seja somente pelo fato de os desejos
tornarem-se “refinados”.

Tipos de Bens Econômicos


Os bens podem ser também intermediários (o cimento é um exemplo), pois sofrem novas
transformações antes de se converterem em bens de consumo ou de capital; ou bens finais, isto é, os
que já sofreram essas transformações. A soma total de bens e serviços finais gerados em um período
denomina-se produto total.
Os bens podem ainda se classificar em privados e públicos. Bens privados são os produzidos e
possuídos privadamente. Bens públicos ou coletivos são aqueles cujo consumo é feito simultaneamente
por vários sujeitos, por exemplo, um parque público.

Os Serviços
Os serviços são aquelas atividades que, sem criar objetos materiais, se destinam direta ou
indiretamente a satisfazer necessidades humanas.
Ex: Transportadora, professor, escritor, cantor, etc.

População Econômica
- A população é um conjunto de seres humanos que vivem em uma área determinada.
- O fator produtivo trabalho é a parte da população que desenvolve as tarefas produtivas.

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Organização Econômica e Sistemas Econômicos
É o ambiente em que se desenvolvem as atividades econômicas de produção, consumo e troca. Sua
caracterização é dada por:
- Recursos naturais, que definem as vocações de produção, consumo e troca;
- Sociocultural, que influi no comportamento e na formação do indivíduo, definindo seus gostos e
costumes;
- Tecnológico, que indica o conhecimento de técnicas para promover o progresso da economia do
país.

Classificação
O sistema econômico pode ser classificado em:
a) Economia de mercado ou economia descentralizada, que é caracterizada por um sistema onde
a decisão é do indivíduo, seja ele produtor ou consumidor. Neste sistema, o Estado não interfere no
mercado e seu papel é de legislador e fiscalizador. São as famílias, as empresas e o governo, que
respondem às seguintes questões: O quê? Quanto? Como? e Para Quem Produzir? É o que constitui o
chamado "Mercado". São aspectos imprevisíveis, dinâmicos, ágeis.
b) Economia planificada ou economia centralizada, em que as decisões são tomadas por um
planejamento central de governo, que determina o que deve ser produzido e consumido no país. É o
caso de países como Cuba. Sendo assim, é o governo quem responde àquelas perguntas, formulando
a partir de um órgão de planejamento central.
c) Sistema misto, onde há diversos graus de características das duas economias.

Composição do Sistema Econômico


O Sistema Econômico pode ser classificado de acordo com as características fundamentais de sua
produção, podendo ser agrupado em três setores distintos:
- Setor primário: é aquela que se destina a produzir matérias-primas e bens de consumo in natura,
ou seja, aquele cujas unidades produtoras utilizam intensamente recursos naturais não introduzindo
transformações consideráveis em seus produtos, como é o caso da agricultura, pecuária e extração
mineral.
- Setor secundário: é aquele que se dedica à transformações, ou seja, empresas dedicadas às
atividades industriais, transformando matérias- primas em bens finais de consumo.
- Setor terciário: é aquele que se dedica à produção de serviços em geral, a exemplo da educação,
empresas de transportes, comunicação, bancos, etc.

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Fluxos do Sistema Econômico.
A oferta e a procura representam as duas funções mais importantes de um sistema econômico,
formando o mercado, neste caso representado por todas as compras e vendas nele realizadas, e não
meramente o local físico onde acontecem as negociações.
Podemos representar o fluxo de um sistema econômico, de forma bem simplificada, para maior
entendimento, ressaltando que as unidades econômicas são classificadas em dois grupos, um deles
representando as famílias e o outro grupo representando as empresas. Ambos os grupos interagem em
dois tipos de mercado: mercado de bens de consumo e serviços e mercado de recursos.
Representação gráfica da Circulação e fluxo no Sistema Econômico:

Fluxo da Integração Entre Famílias e Empresas

Podemos perceber que o funcionamento do fluxo monetário, representado por linhas contínuas, ocorre
a partir das empresas que contratam, junto às famílias, os fatores de produção, trabalho, capital, etc. Ao
mesmo tempo, a empresa organiza os fatores de produção de que agora dispõe e começa a estabelecer
o fluxo real, quando ocorre a oferta de bens e serviços produzidos.
Os fluxos se encontram no mercado e têm uma sequência. Começa com a necessidade das empresas
com relação aos fatores de produção que conseguem com as famílias. As famílias, por sua vez,
necessitam oferecer fatores de produção às empresas pois necessitam de recursos financeiros para
poderem adquirir os bens e serviços de que necessitam. Estando as famílias com recursos financeiros
em mãos, adquirem os bens e serviços de que necessitam, esgotando ou diminuindo a quantidade desses
bens e serviços no mercado, fazendo com que as empresas voltem a contratar os fatores de produção
com as famílias e, assim, começando novamente o ciclo do fluxo do sistema econômico.

Devemos deixar clara a simplicidade do exemplo exposto, uma vez que, em muitos casos, há a
intervenção do governo e também a participação do mercado externo, o que não foi adequado colocar no
fluxo justamente para facilitar o raciocínio.

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Questões

01. (BDMG - Analista de Desenvolvimento - FUMARC). A respeito de microeconomia é


INCORRETO afirmar que:
(A) É o ramo da ciência econômica voltado ao estudo do comportamento das unidades de consumo
(indivíduos e famílias).
(B) Cuida do estudo das empresas e da produção de preços dos diversos bens, serviços e fatores
produtivos.
(C) Demanda individual é a quantidade de um determinado bem ou serviço que o consumidor consome
em determinado período de tempo.
(D) Quase todas as mercadorias obedecem à lei da procura decrescente, segundo a qual a quantidade
procurada diminui, quando o preço aumenta.

02. (Polícia Federal - Agente de Polícia Federal - CESPE). Os modelos utilizados na microeconomia
são essencialmente de característica indutiva e ignoram a complexidade do mundo real.

( ) Certo ( ) Errado

03. (IFB - Economista - FUNIVERSA). Com relação ao fluxo circular simplificado do sistema
econômico, com dois agentes econômicos, assinale a alternativa correta.
(A) O fluxo real é caracterizado pelos pagamentos (despesas) de consumo de bens e de serviços e
pela remuneração aos serviços dos fatores de produção.
(B) As famílias não fazem parte dos mercados de bens e de fatores de produção, pois não constituem
a demanda no mercado de bens nem a oferta no mercado de fatores.
(C) O processo produtivo dá origem a dois fluxos distintos: o monetário (referente à oferta e à procura
dos bens e serviços) e o real (referente aos pagamentos aos fatores de produção).
(D) O fluxo circular simplificado do sistema econômico possui dois fluxos: o real e o monetário.
(E) No fluxo circular simplificado do sistema econômico com dois agentes econômicos, a oferta de
bens e serviços é tipicamente um fluxo monetário.

04. (EMBRATUR - Economia - FUNIVERSA) Acerca de introdução aos problemas econômicos, de


escassez e escolha e de livre mercado, assinale a alternativa correta.
(A) Bens é a denominação usual de produtos tangíveis, resultantes das atividades primárias,
secundárias e terciárias de produção.
(B) As necessidades humanas são ilimitadas, e os recursos produtivos existentes na natureza são
escassos, ou seja, não são encontrados em grande abundância.
(C) Por mais desenvolvidas que sejam as sociedades, sejam elas constituídas pelos sistemas de
economia de mercado socialista ou capitalista, formulam cinco perguntas fundamentais para minimizar o
problema da escassez de recursos.
(D) Serviços é a denominação usual de coisas intangíveis, resultantes das atividades primárias e
terciárias de produção.
(E) As necessidades humanas são limitadas, e os recursos produtivos existentes na natureza são
encontrados em grande abundância, não havendo, portanto, o problema de se tornarem escassos.

05. (UNIFESP - Administrador - CAIPIMES) Assinale a alternativa correta.


(A) A macroeconomia analisa mercados específicos, enquanto a microeconomia analisa os grandes
agregados.
(B) A microeconomia ou Teoria dos preços é a parte da teoria econômica que estuda o comportamento
das famílias e das empresas e os mercados nos quais operam.
(C) A hipótese coeteris parfbus (tudo o mais constante) é fundamental para o entendimento da
macroeconomia.
(d) Em macroeconomia a demanda de um bem ou serviço pode ser afetada por muitos fatores, tais
como a propaganda.

Gabarito

01.C / 02.Errado / 03.D / 04.B / 05.B

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Comentários

01. Resposta: C
A demanda individual é a quantidade de um determinado bem ou serviço que o consumidor consome
a determinado preço, em determinado período de tempo. A curva de demanda nos mostra a quantidade
de determinado bem que o consumidor está disposto a adquirir. Não significa, necessariamente, que o
consumidor está efetivamente comprando aquela quantidade de bens, mas que tem o desejo, aspiração
e intenção de comprar. As demais assertivas estão corretas segundo a microeconomia.

02. Resposta: Errado


Existem dois erros nessa afirmação. O primeiro erro diz respeito à natureza dos modelos utilizados.
Eles são de característica dedutiva (necessitam de suposições para existir. Isto porque existem
pressupostos do consumidor). Além disso, eles não ignoram a realizada do mundo real, mas, ao contrário,
são modelos que buscam simplificar as complexidades de forma a tornar o entendimento simplificado.
Modelo econômico que ignora a realidade não é modelo econômico.

03. Resposta: D
O funcionamento do fluxo monetário, representado por linhas contínuas, ocorre a partir das empresas
que contratam, junto às famílias, os fatores de produção, trabalho, capital, etc. Ao mesmo tempo, a
empresa organiza os fatores de produção de que agora dispõe e começa a estabelecer o fluxo real,
quando ocorre a oferta de bens e serviços produzidos. Os fluxos se encontram no mercado e têm uma
sequência.

04. Resposta: B
Como visto, em qualquer sociedade, os recursos produtivos (mão-de-obra, terra, matérias primas,
dentre outros) são limitados. Por outro lado, as necessidades humanas são ilimitadas e sempre se
renovam, por força do próprio crescimento populacional e do contínuo desejo de elevação do padrão de
vida. Independente do grau de desenvolvimento do país, nenhum deles dispõe de todos os recursos
necessários para satisfazer todas as necessidades da coletividade. Tem-se então um problema de
escassez: recursos limitados contrapondo-se a necessidades humanas ilimitadas.

05. Resposta: B
A microeconomia é o ramo da economia que estuda o comportamento das unidades de consumo
representadas pelas famílias e indivíduos, e pelo estudo das empresas, representados pela produção em
seus respectivos custos, além dos mercados de atuação de cada empresa.

3.1. Teoria do Consumidor. 3.1.1. Teoria da utilidade: conceitos e aplicações.


3.1.2. Curva de demanda.

TEORIA DO CONSUMIDOR15

A Teoria do Consumidor, ou Teoria da Escolha, é uma teoria microeconômica, que busca descrever
como os consumidores tomam decisões de compra e como enfrentam os trade-offs (explicaremos este
conceito mais à frente) e as mudanças em seu ambiente. Os fatores que influenciam as escolhas dos
consumidores estão basicamente ligados à sua restrição orçamental e preferências.
A teoria econômica tem por base dois conceitos fundamentais: primeiro que as pessoas têm
necessidade que satisfazem com coisas, razão pela qual atribuem valor às coisas e realizam ações de
forma a maximizar o valor total das coisas que possuem/consomem, segundo que o valor por unidade
varia com a escassez dos bens ou serviços.
Em termos de mercado, as ações possíveis de implementar reduzem-se à realização de compras e de
vendas e as coisas reduzem-se a mercadorias e serviços. No entanto, os conceitos de ação e de coisa
são mais gerais e não se reduzem às transações efetuadas no mercado. Por exemplo, as decisões quanto
a casar, ter filhos, escolher um clube de futebol do “coração”, adotar um partido político, ter um amigo ou

15
Disponível em: http://www.ppge.ufrgs.br/giacomo/arquivos/eco02277/aula05.pdf

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um animal de estimação, são ações/escolhas que o indivíduo faz sobre coisas, serviços ou pessoas que
têm por objetivo, mesmo que inconsciente, satisfazer ao mais alto nível possível as suas necessidades.

A teoria do comportamento do consumidor trata da explicação de como os consumidores alocam sua


renda para a aquisição de mercadorias e serviços diversos, procurando maximizar o próprio bem-estar.
Como é que podemos falar sistematicamente sobre as preferências dos consumidores se as pessoas
são diferentes?
A principal ideia é que os consumidores, condicionados pelo seu rendimento, fazem escolhas (trade-
offs) para comprar uma cesta de bens ou serviços que maximize o seu bem-estar.

O tradeoff consiste em uma situação em que há conflito de escolha. Ele se caracteriza em uma ação
econômica que visa à resolução de problema mas acarreta outro, obrigando uma escolha. Ocorre quando
se abre mão de algum bem ou serviço distinto para se obter outro bem ou serviço distinto.

Pode-se entender que os consumidores são racionais. Sendo assim, a racionalidade não diz respeito
aqui às escolhas que são feitas pelos consumidores, afinal gostos não se discutem, mas sim com o modo
como as escolhas são feitas: importa que sejam lógicas e consistentes.

Valor das Coisas

Cada indivíduo tem necessidades que quando satisfeitas lhe permitem viver numa situação de mais
conforto, numa situação de maior bem-estar. As necessidades, na sua maioria, são satisfeitas com
mercadorias ou serviços mas a amizade, o companheirismo, o amor, a lealdade, etc. das outras pessoas
para com o indivíduo também aumentam o seu bem-estar. O valor atribuído às coisas deriva exatamente
da sua capacidade em satisfazer essas necessidades e de aumentar o bem-estar. Se uma coisa não
satisfaz nenhuma necessidade, então não tem valor. Se, pelo contrário, uma coisa evita certa
necessidade de ser satisfeita, então terá um valor negativo (numa perspectiva cardinal).
Entre as coisas com valor, o indivíduo não se preocupa com as que estão disponíveis em quantidades
ilimitadas. Claro que as coisas muito abundantes podem ter muito valor, bastando pensar, por exemplo,
na luz do Sol, no ar ou na água do mar. No entanto, como existem em muita quantidade, sem se
preocupar, o indivíduo consegue apropriar uma quantidade suficiente desse bem para satisfazer as suas
necessidades.
Resumindo, numa perspectiva utilitarista centrada no indivíduo, o valor das coisas resulta de uma
avaliação subjetiva da capacidade de uma coisa satisfazer as necessidades do indivíduo.
Assim sendo, as coisas não têm valor em absoluto, em separado das pessoas e das circunstâncias,
tendo a mesma coisa diferentes valores para pessoas e situações diferentes.
Levanta-se aqui a discussão filosófica se a Natureza tem valor por si, separada do Homem, ou se a
sua proteção tem em vista uma futura fruição pelo Homem. Por exemplo, será necessário proteger as
florestas tropicais porque podem permitir a descoberta de novos medicamentos e a sua destruição pode
induzir alterações climáticas que prejudiquem a habitabilidade da Terra.
Em termos matemáticos, sendo que o indivíduo tem disponível a quantidade n de um determinado bem
i, condensamos na função V(n)i o valor que o indivíduo atribui a possuir/consumir a quantidade n da coisa
i. Consideremos que o valor tem como unidades os vales.
Estamos mais habituados a pensar que o valor das coisas é positivo mas, como já referi, o valor
também pode ser negativo quando evita a satisfação de uma necessidade ou induz desconforto e
diminuição do bem-estar. Um exemplo de coisa com valor negativo é o lixo. Sendo que as coisas com
valor positivo, boas, se denominam por bens, podemos denominar as coisas com valor negativo, más,
por males.
Como nota não diretamente relacionada com a discussão sobre o valor das coisas, mas quando em
um estudo teórico se convenciona que todos os agentes econômicos são idênticos, estamos numa
situação de simetria. Usam-se situações de simetria porque são algebricamente mais simples de tratar e
porque provam que não é necessário que os indivíduos sejam diferentes para que existam diferenças que
se traduzam na necessidade de comércio (troca).
Para tentarmos explicar o comportamento dos seres humanos precisamos de uma estrutura de
pensamento. Normalmente em economia seguimos os seguintes princípios:
-Princípio da Optimização: As pessoas tentam escolher os melhores padrões de consumo que
conseguem adquirir;
-Princípio do Equilíbrio: Os preços ajustam-se até que a quantidade que as pessoas procuram de
alguma coisa é igual à quantidade que é oferecida.

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DICA: Às vezes a noção de equilíbrio ultrapassa a de equilíbrio entre a oferta e a procura, devendo as
ações dos agentes ser consistentes entre si.

Há três etapas no estudo do comportamento do consumidor:


1 - Comportamento do consumidor (Estudaremos as preferências do consumidor para descrever como
e por que as pessoas preferem uma mercadoria a outra).
2 - Restrições orçamentárias (As pessoas têm rendas limitadas).
3 - Combinação das preferências do consumidor com as restrições orçamentárias para determinar as
escolhas do consumidor e assim obter que combinação de mercadorias os consumidores comprarão de
modo a maximizar sua satisfação.

Figura: Modelo Básico da Tomada de Decisão Individual

A teoria da escolha do consumidor examina como um indivíduo toma decisões razoáveis na presença
de escassez de recursos.
a) Nós necessitamos conhecer o que o consumidor deseja fazer – sem conhecermos suas preferências
pelos vários bens, nós não podemos saber o que é uma boa solução para o problema da escassez.
Assim, nós necessitamos uma representação dos gostos do consumidor – sua função utilidade. As
preferências dos consumidores nos dizem como um consumidor individual ordena (isto é, compararia a
desejabilidade) de duas cestas quaisquer, supondo que as cestas estão disponíveis sem custos.
Existem três premissas básicas quanto às preferências do consumidor:
1) As preferências são completas. Isso significa que o consumidor tem a capacidade de colocar em
ordem quais são os produtos que ele julgue ser “melhor” (e aí entra em questão a preferência particular)
do que o outro seja qual for o critério adotado para a sua decisão: mais bonito, mais seguro, mais barato,
etc.
2) As preferências são transitivas. Ou seja, se o consumidor pode ser capaz de ordenar sua preferência
de que A é melhor do que B, e depois consegue concluir que B é melhor do que C; então se comparar A
e C ele deverá consumir A em detrimento de C.
3) atitude do consumidor, em relação às preferências, deverá ser “monotônica”, que na prática significa
que o consumidor deverá preferir consumir mais do que menos daquele produto “escolhido”. Os
consumidores sempre preferem quantidades maiores de uma mercadoria escolhida.

b) Evidentemente que essas três hipóteses que se verificam na teoria econômica do consumidor estão
sujeitas a “variáveis”. E uma das principais variáveis é a chamada “restrição orçamentária”, ou seja, a
inexistência de dinheiro disponível para se consumir tudo aquilo que se “prefere” (deseja). Nós
necessitamos conhecer o que um indivíduo pode fazer, dado sua renda e os preços que ele faz – portanto,
nós devemos modelar as restrições impostas sobre o tomador de decisões pelo orçamento limitado –
restrição orçamentária. Isso porque o comportamento do consumidor não é determinado apenas por suas
preferências. As restrições orçamentárias também limitam a capacidade do indivíduo de consumir, tendo
em vista os preços que ele deve pagar por diversas mercadorias e serviços.

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A linha do orçamento indica todas as combinações de duas mercadorias para as quais o total de
dinheiro gasto é igual à renda total, tendo em vista o respeito ao orçamento (renda) para a escolha dos
bens e serviços.

c) Nós devemos colocar juntos tanto o desejo do consumidor e a restrição que ele faz – isto nos permite
determinar quão factível é a escolha que irá maximizar seu bem-estar.

A teoria do comportamento do consumidor descreve como os consumidores alocam sua renda entre
diferentes bens e serviços, procurando maximizar seu próprio bem-estar.
Na realidade, busca-se ver como um consumidor, com renda limitada decide que bens e serviços deve
adquirir a fim de maximizar sua utilidade.

Utilidades Cardinal e Ordinal

Historicamente, ao observar-se o desenvolvimento da teoria do consumidor, nota-se a existência de


duas abordagens, segundo as quais uma série de autores procuraram analisar o comportamento do
consumidor:
- a abordagem cardinal
- a abordagem ordinal

Os formuladores da teoria cardinal, acreditavam que a utilidade era uma característica "mensurável"
dos bens e serviços, que podia ser medida.
Acreditavam que a utilidade era uma qualidade "aditiva", isto é, a satisfação do consumidor era a soma
das utilidades obtidas no consumo dos bens e serviços de sua cesta de mercadorias.

DICA: A utilidade de um bem ou serviço é a sua capacidade de satisfazer as necessidades das


pessoas. A utilidade representa o grau de satisfação que os consumidores atribuem aos bens e serviços
que podem adquirir no mercado.

Em primeiro lugar, essa teoria supunha que a utilidade poderia ser medida.
Em outras palavras uma xícara de café, por exemplo, daria ao consumidor 3 unidades de utilidade.

O indivíduo humano tem necessidades que satisfaz pelo consumo/posse de coisas. Neste sentido, o
indivíduo retira utilidade de consumir ou possuir coisas. A utilidade é um conceito equivalente ao valor
que é dependente de cada indivíduo. Devido a essa dependência do indivíduo, a função de utilidade
condensa as preferências e gostos de cada indivíduo, podendo ser diferente de indivíduo para indivíduo.
Além de traduzir as suas necessidades também traduz os seus gostos e as suas preferências.

Teoria da Utilidade: Conceitos e Aplicações

Existem basicamente duas críticas podem ser feitas à teoria cardinal da utilidade. São elas:
1. A primeira refere-se à mensuração da utilidade. Por ser uma qualidade avaliada subjetivamente, ela
depende da escala de utilidade estabelecida pelo consumidor para cada bem, o que impossibilita a
generalização dessa forma de mensuração.
2. A Segunda crítica diz respeito à propriedade aditiva da utilidade. Sabemos que existem alguns bens
que, quando consumidos ao mesmo tempo, têm utilidade maior do que quando consumidos isoladamente.
Nesse caso, não é possível somar as utilidade de cada bem para se obter a utilidade total. Assim, uma
pessoa que come um prato de arroz com feijão, por exemplo, está obtendo uma utilidade bem maior do
que se consumisse o arroz e feijão separadamente.

Teoria Ordinal do Comportamento do Consumidor


Os economistas Fischer (1892) e Pareto (1906) contornaram os principais problemas da teoria cardinal
e deram à teoria do comportamento do consumidor a forma que conhecemos hoje. Essa formulação é
conhecida como Teoria Ordinal do comportamento do consumidor.
Inicialmente, esses economistas reconheceram que a utilidade não é uma qualidade aditiva e
passaram a estudá-la como sendo decorrente do consumo de todos os bens simultaneamente.

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1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
Dessa forma, a quantidade consumida de um bem interfere na utilidade de outro bem. Por exemplo:
geralmente, as pessoas tomam café com açúcar, numa dada proporção. Contudo, se for colocado muito
açúcar no café, ele ficará tão ruim que não será bebido, perdendo, consequentemente, sua utilidade.
Por outro lado, convencidos de que a utilidade dos bens, apesar de incontestável, é uma qualidade de
avaliação subjetiva, os quatro economistas abandonaram a ideia de medi-la.
Antes, reconhecendo que o consumidor prefere alguns bens e serviços a outros, introduziram uma
ordem de preferência para qualificar a utilidade.
Assim pode-se dizer que um bem tem mais utilidade do que outros, mas não se estabelece a
quantidade de utilidade correspondente de cada um. Para a teoria ordinal, se uma pessoa prefere chá a
café, o chá, para essa pessoa, tem mais utilidade do que o café. Mais uma vez, é importante ressaltar
que a teoria ordinal apenas ordena bens, não lhes atribuindo qualquer quantidade de utilidade.

A abordagem ordinal da teoria do consumidor representa uma linha de pensamento mais recente, em
relação à abordagem cardinal.
Sua característica fundamental está no fato de rejeitar a hipótese de mensurabilidade quantitativa da
utilidade, substituindo-a pela hipótese de comparabilidade.
Assim, para a abordagem ordinal, a utilidade não é mensurável, mas comparável. É, portanto, pela
comparação das utilidades das coisas que o consumidor escolhe as diferentes alternativas de consumo
de bens ou de combinações de bens capazes de atender a suas necessidades.
Os problemas com a teoria cardinal levaram os economistas a abandonar a velha visão da utilidade
como medida e a reformular toda a teoria do comportamento do consumidor com base nas preferências
do consumidor. A utilidade passou a ser vista somente como um modo de descrever as preferências.

Os economistas reconheceram que, no que tange ao comportamento da escolha, tudo o que


interessava saber a respeito da utilidade era se uma cesta tinha uma maior utilidade do que a outra – o
quanto era maior não importava. As preferências do consumidor são a descrição fundamental para
analisar a escolha, enquanto a utilidade constitui-se apenas uma forma de descrever as preferências.
A função utilidade é um modo de atribuir um número a cada possível cesta de consumo, de modo que
se atribuam às cestas mais preferidas números maiores que os atribuídos às menos. Isto é, a cesta (x1,x2)
será preferida à cesta (y1, y2) se e somente se a utilidade de (x1, x2) for maior do que a utilidade de
(y1,y2).
A única propriedade de uma atribuição de utilidade que interessa é o modo como ela ordena as cestas
de bens. A grandeza da função utilidade só tem importância na medida em que hierarquiza as diferentes
cestas de consumo. A extensão da diferença de utilidade entre quaisquer duas cestas não importa.

Quadro Resumo
CARINAL ORDINAL
Pensou-se que fosse possível medir a utilidade Nesta abordagem não é preciso medir as
utilizando os números cardinais e criou-se uma utilidades fornecidas pelas cestas de bens, e sim,
unidade de medida para a utilidade chamada apenas, ordenar as preferencias do consumidor.
“útile”. Porém, esta abordagem foi considerada Atualmente utiliza-se a abordagem ordinal da
inadequada, dado o caráter subjetivo da utilidade utilidade
(da satisfação) que uma cesta de bens fornece à
um consumidor, sendo que esta abordagem foi
abandonada da Teoria Econômica.

Questões

01. (Banco da Amazônia - Técnico Científico - CESPE) Acerca da teoria do consumidor, julgue o
item subsequente.
Preferir Boa Vista a Porto Velho seria um exemplo de utilidade ordinal. A grandeza dessa preferência
(utilidade cardinal) em nada afeta essa escolha.
( ) Certo ( ) Errado

02. (AGU - Contador - CESPE) Um hectare de terra na fazenda não apresenta nenhuma utilidade
para o consumidor típico da cidade. Quando o agricultor junta terra, semente, adubo, aração, gradeação,
colheita e secagem, e os intermediários transformam o produto agrícola em algo capaz de proporcionar

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satisfação, é que os consumidores sentem-se dispostos a pagar algo em troca do prazer de usufruir o
produto agrícola.
( ) Certo ( ) Errado

03. (UFGD - Analista Administrativo - INSTITUTO AOCP) Uma ação de cunho econômico que
objetiva a resolução de um determinado problema e acarreta outro, assim implicando em um processo
decisório, de escolha conflituosa, caracteriza-se por
(A) custo marginal.
(B) benefício marginal.
(C) ceteris paribus.
(D) trade-off.
(E) método dedutivo.

04. (MPOG - Analista de Planejamento e Orçamento - ESAF) Assinale a opção incorreta com relação
à Teoria Econômica.
(A) A hipótese coeteris paribus é fundamental para o entendimento da microeconomia.
(B) A utilidade representa o grau de satisfação ou bem estar que os consumidores atribuem a bens e
serviços que podem adquirir no mercado.
(C) A macroeconomia trata os mercados de forma global.
(D) Oferta é a quantidade de determinado bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir, em
um dado período, dada a sua renda, seus gastos e o preço de mercado.
(E) A Curva de Phillips mostra o trade-off entre a inflação e desemprego, no curto prazo.

05. (SUDENE/PE - Economista - FGV) As preferências de um consumidor são ditas racionais quando
elas são
(A) completas e reflexivas.
(B) completas e transitivas.
(C) completas e monótonas.
(D) transitivas e reflexivas
(E) transitivas e monótonas

06. (MF - Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental - ESAF) Conforme os


princípios básicos da microeconomia, existem alguns pressupostos relacionados com as preferências do
consumidor. Um desses pressupostos é que as preferências são transitivas. Podemos afirmar que a
transitividade significa que:
(A) as preferências dos consumidores são independentes das comparações entre diferentes cestas de
bens.
(B) a comparação entre três cestas de bens não pode ser realizada se elas não tiverem a mesma
quantidade de bens.
(C) se uma cesta de bens A é preferida à cesta de bens B e se a cesta de bens B é preferida à cesta
de bens C, então A somente será preferida à C se as curvas de indiferenças forem convexas em relação
à origem.
(D) o consumidor somente poderá comparar três cestas de mercadorias se em seu conjunto de
preferências houver quatro ou mais cestas de bens.
(E) se uma cesta de bens A é preferida à cesta de bens B e se a cesta de bens B é preferida à cesta
de bens C, então A é preferida à C.]

07. (MPE/MS – Analista - FGV) Suponha um consumidor que tenha preferências definidas sobre dois
bens: automóvel e apartamento. Suponha que ele se depare apenas com três cestas possíveis. A primeira
cesta é um automóvel e dois apartamentos. A segunda cesta, dois automóveis e um apartamento. E a
cesta três, três automóveis e nenhum apartamento.
Considerando os pressupostos sobre preferências, assinale a afirmativa correta.
(A) Se o consumidor preferir a cesta 1 à cesta 2 e preferir a cesta 2 à cesta 3, então suas preferências
são necessariamente racionais.
(B) Se o consumidor preferir a cesta 1 à cesta 2 e preferir a cesta 2 à cesta 3, então suas preferências
são necessariamente transitivas.
(C) Se o consumidor preferir a cesta 1 à cesta 2, mas não conseguir comparar a cesta 2 com a cesta
3, então suas preferências não são completas.

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(D) Se o consumidor preferir a cesta 1 à cesta 2 e preferir a cesta 3 à cesta 2, então suas preferências
não são completas.
(E) Se o consumidor preferir a cesta 1 à cesta 2 e preferir a cesta 1 à cesta 3, então suas preferências
são necessariamente transitivas e completas.

08. (MPOG - Economista - CESPE) Em relação a preferências e curvas de indiferença do consumidor


racional, julgue o item a seguir.

Se o estudo for considerado um bem, na situação em que o candidato estuda cinco horas e depois
não consegue mais estudar, verifica-se a violação de ao menos um axioma das preferências do
consumidor.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito

01. Certo / 02. Certo / 03. D / 04. D / 05. B / 06. E / 07. C / 08. Certo

Comentários

01. Resposta: Certo


O consumidor compara e escolhe a sua cesta de preferências, assim ele coloca em ordem as cestas
de mercado que prefere. No caso, Boa Vista, em detrimento de Porto Velho. A curva de indiferença de
Boa Vista está mais à direita e acima da curva de Porto Velho.
O número cardinal adotado entre as combinações de produtos dentro de uma mesma curva de
indiferença não afeta a escolha, visto que cada cesta na mesma curva proporciona o mesmo nível de
utilidade - satisfação.

02. Resposta: Certo


Tanto a teoria da utilidade quanto a demanda do consumidor servem para descrever como os
consumidores alocam a sua renda, entre diferentes bens e serviços, procurando maximizar o próprio bem-
estar. Questão muito simples.

03. Resposta: D
O tradeoff consiste em uma situação em que há conflito de escolha. Ele se caracteriza em uma ação
econômica que visa à resolução de problema mas acarreta outro, obrigando uma escolha. Ocorre quando
se abre mão de algum bem ou serviço distinto para se obter outro bem ou serviço distinto. No caso da
teoria do consumidor, os consumidores, condicionados pelo seu rendimento, fazem escolhas (trade-offs)
para comprar uma cesta de bens ou serviços que maximize o seu bem-estar.

04. Resposta: D
Questão interessante que nos traz a oportunidade de aprender conceitos novos e relacionados a outros
pontos da economia, porém serão explicados aqui porque, assim como nessa questão houve essa
mistura, em sua prova também pode haver a necessidade do entendimento de conceitos distintos na
economia. Vamos ao comentário de cada uma delas:
Assertiva “a”: A hipótese coeteris paribus significa “tudo o demais constante”, isto é, quando
analisamos uma variável, mantemos todas as demais constantes. Nesse caso temos uma análise parcial.
Exemplo: o aumento na renda, coeteris paribus (tudo o demais constante), leva ao aumento na demanda.
Quando não usamos a expressão coeteris paribus estamos utilizando uma análise de equilíbrio geral.
Assertiva “b”: Trata-se da própria definição de utilidade.
Assertiva “c”: Esse é, de fato, o papel da Macroeconomia.
Assertiva “d”: incorreta. A quantidade de determinado bem ou serviço que os consumidores desejam
adquirir, em um dado período, dada a sua renda, seus gastos e o preço de mercado é a oferta, e não a
demanda.
Assertiva “e”: Definição da Curva de Phillips no curto prazo, ou seja, um aumento na inflação leva a
um aumento no desemprego.

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05. Resposta: B
Existem três premissas básicas quanto às preferências do consumidor:
1) As preferências são completas.
2) As preferências são transitivas.
3) São monotônicas. Os consumidores sempre preferem quantidades maiores de uma mercadoria.

06. Resposta: E
a) ERRADO. Pelo contrário, elas são dependentes das comparações.
b) ERRADO. Quanto mais melhor, chamada essa suposição de monotonicidade.
c) ERRADO. Se forem côncavas em relação à origem também mantêm-se o princípio.
d) ERRADO. Três cestas já são suficientes
e) CORRETO. Narra o próprio princípio da transitividade.

07. Resposta: C
Se o consumidor preferir a cesta 1 à cesta 2, mas não conseguir comparar a cesta 2 com a cesta 3,
então suas preferências não são completas. Esta afirmativa está correta, pois as preferências do
consumidor são completas a partir do momento que o consumidor tem a capacidade de colocar em ordem
quais são os produtos que ele julgue ser “melhor” e se ele não comparou a cesta 2 com a cesta 3,
podemos deduzir que não foi completa.

08. Resposta: Certo


Os consumidores preferem consumir mais bens a menos bens; portanto se o estudo é um bem e o
candidato não consegue mais consumir esse bem, ou seja, não consegue mais estudar, esse candidato
está violando um axioma das preferências do consumidor de “quanto mais melhor”. Logo, assertiva está
correta.

Curva de Demanda

A função de demanda de mercado16 é o resultado da agregação de todas as curvas de demanda


individuais. A agregação é feita horizontalmente, por meio do somatório das funções de demanda de cada
consumidor individual, de modo que, para cada preço, são somadas as quantidades demandadas de
cada consumidor nesse mercado.
A FIGURA seguinte ilustra a determinação da demanda de mercado do bem i, xi(pi), com base nas
demandas individuais de três consumidores distintos (A, B e C), cujas demandas estão representadas
nessa figura pelas curvas
A demanda de mercado, curva mais grossa nessa figura, foi obtida através da agregação horizontal
dessas três curvas de demanda. Isto é, para cada preço, foram somadas as quantidades demandadas
de cada consumidor individual. Pode-se observar que, para preços maiores que a curva de demanda
de mercado coincide com a demanda do consumidor A, .
Para preços situados no intervalo , a demanda de mercado é a agregação das curvas de
demanda dos consumidores A e B, ou seja, . Finalmente, para preços menores que
somam-se as demandas de todos os consumidores nesse mercado.
Uma inspeção da FIGURA seguinte permite observar que à medida que se aumenta o número de
consumidores (reduzindo-se o preço desde o seu nível mais alto), a demanda de mercado vai sofrendo
uma rotação para a direita, ficando paulatinamente mais elástica que as demandas individuais. Deve-se
ressaltar que a demanda do indivíduo se comporta no seu trecho central como um bem de
Giffen (com inclinação positiva), mas nem por isso a demanda de mercado se tornou positivamente
inclinada.

16
Carrera-Fernandez, José. Curso básico de microeconomia/ José Carrera-Fernandez. – Salvador: EDUFBA, 2001, 2006, 2009. 498 p.

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Figura: A Função de Demanda de Mercado como uma Agregação das Funções de Demanda Individual

A função de demanda de mercado de um bem ou serviço pode ser, portanto, definida da seguinte
forma:
Definição: A função de demanda de mercado é a agregação na horizontal das funções de demanda
de todos os consumidores, de modo que, para cada preço, somam-se as quantidades demandadas de
cada consumidor individual nesse mercado.

A curva de demanda de mercado mostrada na FIGURA acima, a qual resultou da agregação das
curvas de demanda individuais, é quebrada em alguns pontos. Isso aconteceu porque foram poucos os
consumidores considerados no processo de agregação (apenas três). No entanto, à medida em que o
número de consumidores aumenta, as quebras na curva de demanda de mercado tendem a desaparecer,
tornando-a mais suave.
Além do mais, a curva de demanda de mercado é sempre negativamente inclinada,
independentemente se alguma curva de demanda individual se comporta localmente segundo os
preceitos de um bem de Giffen. Isso se verifica porque, na agregação, as demandas bem comportadas,
em maior número, superam os efeitos perversos das demandas que apresentam o paradoxo de Giffen.
Nesse sentido, a curva de demanda de mercado garante o cumprimento da lei de demanda.

Exemplo: A título de exemplo, supõe-se que o mercado do bem i seja composto de dois grupos de
consumidores A e B, cujas funções de demanda sejam especificadas por:

Se existisse apenas um consumidor de cada grupo, então a função de demanda de mercado desse
bem, xi(pi), seria obtida através da agregação horizontal dessas duas demandas. Isto é, para cada preço,
somam-se as quantidades demandadas de cada consumidor:

Admitindo-se agora que existam 100 consumidores do grupo A e 50 do grupo B, então a função de
demanda de mercado seria obtida fazendo-se a agregação para cada preço. Inicialmente a agregação é
feita intra-grupo. Depois, faz-se a agregação dos grupos, donde resulta:

Pode-se observar que a elasticidade preço da demanda é igual tanto a nível individual, para os dois
consumidores, quanto para o mercado, visto que:

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Esse é um caso especial em que as demandas individuais (para ambos os consumidores) têm
elasticidade unitária, ou seja, |εii | = 1.

Elasticidade da Demanda17

A elasticidade-preço da demanda (ou da procura) mede o quanto a demanda é influenciável pelo fator
"preço". É um assunto importante em microeconomia, com grande aplicação na Administração das
Empresas. Esse tema parte de um princípio bem óbvio, segundo o qual, se todo o mais permanecer
constante, a quantidade vendida diminui quando o preço aumenta, e aumenta quando o preço diminui.
Vejamos abaixo dois modelos de demanda:
- Demanda Elástica - Se um pequena mudança de preço (aumento ou redução de "P") provoca grande
variação na quantidade vendida (aumento ou redução de "Q"), dizemos que o produto é muito sensível à
variação de preço, ou simplesmente "muito sensível ao preço", ou, ainda, que o produto tem uma
demanda muito elástica. Isso normalmente ocorre com produtos tidos pelos clientes como sendo
"supérfluos". Por exemplo, se o preço de um perfume aumentar em 5%, é possível que a quantidade
vendida caia mais que 5%.
- Demanda Inelástica - Se uma mudança significativa de preço (P) provoca pouca ou nenhuma
mudança da quantidade vendida (Q), dizemos que o produto é insensível ao preço, ou que tem uma
demanda inelástica. Isso costuma acontecer com produtos ditos "essenciais". Por exemplo, se o preço
do arroz subir 5%, é provável que a quantidade vendida deste produto caia menos que 5%.

Nos exemplos dados, considerando só o fator "elasticidade" e o aspecto financeiro, concluímos que o
aumento de preço é inviável ao produto "perfume" (haverá queda no faturamento), porque o produto é
muito elástico ou sensível ao preço. O aumento será compensador para o produto "arroz", que é menos
elástico ou menos sensível ao preço; o aumento de preço compensará, com vantagens, a queda na
quantidade vendida, que será pequena (haverá aumento no faturamento).

O valor numérico da elasticidade18 preço da demanda é formado pela disponibilidade dos bens
substitutos, essencialidade do bem, importância relativa do bem no orçamento e o horizonte de tempo.
Quanto mais substitutos são os bens, mais elástica é a demanda, pois, dado um aumento de preços,
o consumidor tem mais opções para não consumir esse produto. Quanto mais essencial o bem, mais
inelástica sua procura, não trazendo muitas opções para o consumidor fugir do aumento de preços.
A importância relativa, ou peso do bem no orçamento é dada pela proporção de quanto o consumidor
gasta no bem, em relação a sua despesa total. Quanto maior o peso no orçamento, maior a elasticidade-
preço da procura.
O consumidor é muito afetado por alterações no preço quanto mais gasta com o produto. Dependendo
do horizonte de tempo de análise, um intervalo de tempo maior permite que os consumidores de
determinada mercadoria descubram mais formas de substituí-la, quando seu preço aumenta.
Elasticidade-preço cruzada da demanda é a variação percentual da quantidade demandada do bem,
dada uma variação percentual no preço de outro bem.

A elasticidade-renda da demanda é a variação percentual da quantidade demandada, dada uma


variação percentual da renda do consumidor. Ao lado da elasticidade-renda da demanda é o conceito
mais difundido, sendo que a elasticidade-renda da demanda de produtos manufaturados é superior à
elasticidade renda de produtos básicos, pois quanto mais elevada a renda, a tendência é aumentar mais
o consumo de produtos manufaturados relativamente aos alimentos.

A elasticidade-preço da oferta mede a variação percentual da quantidade ofertada, dada uma


variação percentual no preço do bem.

17
http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/os-4-tipos-de-elasticidade-da-demanda-na-escolha-da-estrategia/67169/
VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de. Economia: micro e macro. 3ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2002.

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Questões

01. (DPE/RS - Analista - FCC) A curva de demanda:


(A) individual possui inclinação descendente, enquanto a curva de demanda de mercado dela
derivada sempre apresenta inclinação ascendente.
(B) de mercado de um dado bem resulta da agregação, para cada preço, das demandas dos
consumidores individuais.
(C) individual está relacionada ao desejo dos consumidores em adquirir determinado bem, ao passo
que a demanda de mercado refere-se à concretização da compra, o que se denomina demanda efetiva.
(D) de mercado é resultado da soma vertical das diversas curvas de demanda individual.
(E) de mercado de um dado bem tem sua constituição influenciada pelo preço dos chamados bens
concorrentes, mas não afeta a inclinação da curva de demanda individual dela derivada.

02. (PGE/MT - Analista Economista - FCC) De acordo com a lei da demanda:

(A) existe uma relação positiva entre quantidade demanda e preço.


(B) quando o preço sobe, a demanda irá se deslocar para a esquerda.
(C) existe uma relação negativa entre quantidade demandada e preço.
(D) quando o preço sobe a demanda irá se deslocar para a direita.
(E) quando o preço sobe, os consumidores irão deslocar suas compras para bens complementares.

03. (METRÔ/SP - Analista Desenvolvimento Gestão Júnior - FCC) A “demanda individual” pode ser
definida como:
(A) a quantidade de dada mercadoria adquirida por um consumidor individual.
(B) as despesas em bens e serviços de consumo, investimento, despesas governamentais e
exportações, em dado período de tempo.
(C) a quantidade de determinada mercadoria que efe- tivamente se realiza no mercado.
(D) a quantidade de um determinado bem ou serviço que se deseja consumir em certo período de
tempo.
(E) a realização do desejo de compra de um consumidor.

Gabarito

01.B / 02.C / 03.D

Comentários

01.Resposta: B
A curva de demanda de mercado é obtida por meio da soma das curvas de demanda dos
consumidores. É uma curva que relaciona o preço de uma mercadoria e a quantidade total comprada
pelos consumidores de um mercado.
A demanda de mercado se deslocará para a direita à medida que aumenta o número de consumidores
no mercado e os fatores que influenciam as demandas de muitos consumidores também afetarão a
demanda de mercado.

02.Resposta: C
Preço e quantidade demandada são inversamente proporcionais na demanda.

03.Resposta: D
A demanda do consumidor é definida como a quantidade de bens e serviços que o consumidor está
disposto a adquirir em determinado período de tempo.
A curva de demanda nos mostra a quantidade de determinado bem que o consumidor está
disposto a adquirir.

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3.2. Teoria da firma. 3.2.1. Tecnologia da produção: isoquanta, isocustos, fatores
fixos e variáveis. 3.2.2. Custos marginais de curto e longo prazos. 3.2.3.
Aplicações do conceito de custos marginais. 3.2.4. Custo total e custo médio.

TEORIA DA FIRMA

A Teoria da Firma, ou Teoria de Empresa, foi um conceito criado pelo economista britânico Ronald
Coase, em seu artigo The Nature of Firm, de 1937.

Firma (ou empresa): é uma unidade técnica que produz bens!


Em administração e microeconomia, Firmas são organizações que produzem e vendem bens e
serviços, que contratam e utilizam fatores de produção, que podem ser classificados em primárias ou
secundárias. Segundo essa teoria, as firmas trabalham com o lado da oferta de mercado, ou seja, com
os produtos que vão oferecer aos consumidores, como bens e serviços produzidos.
As firmas são de extrema importância para os mercados, pois reúnem o capital e o trabalho para
realizar a produção e são as responsáveis por agregar valor às matérias-primas utilizadas nesse
processo, com uso de tecnologia. As empresas produzem conforme a demanda do mercado e a oferta é
ajustada por aqueles que estão dispostos a consumir.
A Teoria da Firma não tem como objetivo o interesse de definir a empresa do ponto de vista jurídico
ou contábil. A empresa é vista com uma unidade técnica de produção, propriedade de indivíduos ou
famílias que compram fatores de produção para produção de bens e serviços.
Em 2009, o economista Oliver Williamson ganhou o Prémio de Ciências Econômicas por estudos sobre
os limites da firma.
Segundo a teoria microeconômica, a Teoria da Firma se subdivide em:
- Teoria da Produção
- Teoria dos Custos
- Teoria dos Rendimentos

Teoria da Produção

Teoria da produção: preocupa-se com a relação técnica ou tecnológica entre a quantidade física de
produtos (outputs) e de fatores de produção (inputs). A Teoria da Produção abrange os conceitos de
produção e produtividade. Em conjunto com as teorias dos custos e dos rendimentos, ela permite a uma
firma determinar qual a quantidade ideal a ser produzida.
Na teoria da produção no Estágio I o produto total cresce a taxas crescentes e decrescentes até o
ponto onde a produtividade marginal do fator variável iguala a produtividade média deste fator em seu
máximo, no estágio II o produto total cresce a taxas decrescentes até o seu máximo, sendo a
produtividade marginal do fator variável sempre decrescente até o ponto onde ela iguala-se a zero, no
estágio III o produto total é decrescente sendo a produtividade marginal do fator variável decrescente e
negativa.

Conceitos Básicos da Teoria da Produção


-Produção: processo de transformação dos fatores adquiridos pela empresa em produtos para a venda
no mercado. O conceito não se refere apenas aos bens físicos e materiais, mas também a serviços como
transportes, atividades financeiras, comércios e outras
- Processos de produção: são as formas como esses insumos são combinados. Podem ser intensivos
em mão-de-obra, intensivos em capital ou intensivos em terra.
- Processo de produção simples: produção de um único produto.
- Processo de produção múltiplo: quando é mais de um produto.
- Eficiência do método: uso de menor quantidade de insumos para produzir uma quantidade
equivalente de produtos.
- Eficiência econômica: é associada ao método de produção mais barato para produzir uma
determinada quantidade de produto
, y, que pode ser obti
Função de produção: relação que mostra quantidade física obtida do produto a partir da quantidade
física utilizada dos fatores de produção em determinado período de tempo. A função de produção admite

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sempre que o empresário esteja utilizando a forma mais eficiente de combinar os fatores e,
consequentemente, obter a maior quantidade produzida do produto.

Definição: A função de produção é uma relação técnica que estabelece o máximo nível de produção
por unidade de tempo do a partir de dadas quantidades desses n insumos, a qual pode ser representada
da seguinte forma
Costuma-se considerar a função com apenas duas variáveis:
q= f (N, K)
N= quantidade utilizada de mão-de-obra;
K= quantidade utilizada de capital.
Ao processo produtivo, a firma transforma uma variedade de n insumos ou fatores de produção em
produto ou produtos. Admitindo-se a produção de um só produto e denotando-se as quantidades desses
insumos por x1, x2, ..., xn e o nível de produção por unidade de tempo por y, então se pode definir o
importante conceito de função de produção: y = f(x1, x2, ..., xn)

Essa definição permite observar que a função de produção traz embutida o conceito de eficiência
técnica, visto que não é qualquer nível de produção que se busca, mas o máximo nível de produção que
pode ser obtido a partir dessas dadas quantidades de insumos. Nesse sentido, a função de produção é
um conceito de fronteira.
Deste modo, por buscarem o máximo nível de produção possível, as firmas são, sob o ponto de vista
técnico, intrinsecamente eficientes. A derivada parcial da função de produção em relação ao insumo i, ou
seja, ∂y/∂xi, é denominada de produtividade marginal, servindo para indicar como o nível de produção
varia ao fazer-se variar o nível de utilização desse insumo.

A função de produção não relaciona qualquer nível de produção, mas o máximo nível de produção,
que pode ser obtido a partir de certas quantidades de insumos. Portanto, ao estabelecer essa máxima
quantidade de produto que pode ser obtida a partir de certas quantidades de insumos, a função de
produção é um conceito de fronteira que traz embutida a eficiência técnica.

Principais Pressupostos da Teoria da Produção


1. Os insumos (ou fatores de produção) e o produto são divisíveis. Isso significa que a função de
produção é contínua.
2. Os insumos são utilizados em quantidades não negativas, ou seja, xi ≥ 0, com pelo menos um xj >
0.
3. A firma não pode produzir algo a partir de nada: f (0,0,...,0) = 0 Isso significa que a função de
produção parte da origem.
4. Só é possível aumentar o nível de produção se for utilizado mais de, pelo menos, um dos insumos,
de modo que: ∂y/∂x1 = f1 ≥ 0, com pelo menos um fj > 0
Isso significa que a função de produção é não decrescente nas quantidades dos insumos, ou seja, a
produtividade marginal do insumo i é não negativa, sendo que pelo menos uma das produtividades
marginais tem que ser necessariamente positiva.
5. A função de produção é contínua e duplamente diferenciável, de modo que a primeira e a segunda
derivadas existem e são funções contínuas do vetor de insumos (x1, x2, ..., xn).
6. A função de produção é quase-côncava, significando que as hiper superfícies de produção são
convexas em relação à origem.

Fatores Fixos e Fatores Variáveis de Produção > Curto e Longo Prazos19

Na teoria econômica em geral é fundamental a questão do prazo que está sendo considerado, já que
alguns fatores podem ser importantes a curto prazo, mas não a longo prazo e vice-versa. A diferença
entre análises de curto e de longo prazo dependem de quais fatores de produção e insumos mantêm-se
fixos ou variam no período analisado.
- fatores de produção variáveis: quantidades utilizadas variam quando se altera o volume da produção.
Exemplo: quando se aumenta a produção, são necessários mais trabalhadores e maior quantidade de
matéria-prima.
- fatores de produção fixos: quantidades não muda quando a quantidade do produto varia. Exemplo:
as instalações da empresa e a tecnologia que são fatores que só são alterados no longo prazo.

19
VASCONCELLOS, M. A. S.; GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia. 3º Edição, 2009.

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1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
Na função da produção, quando alguns fatores são considerados fixos e outros variáveis, identifica-se
que a teoria denomina uma situação de curto prazo. Ou seja, curto prazo é o período de tempo em que
pelo menos um fator de produção se mantém fixo. Quando todos os fatores de produção são considerados
variáveis, identifica-se situação de longo prazo.

Relações entre Quantidade Produzida e Quantidade Utilizada dos Fatores


- curto prazo: período em que pelo menos um fator de produção se mantém fixo, na função de
produção.
- longo prazo: quando todos os fatores da função de produção são considerados variáveis.

Análise de curto prazo: a curto prazo, a quantidade produzida só depende de uma variação da
quantidade usada do fator variável.

Conceitos de produto total, produtividade média e produtividade marginal


- produto total: quantidade de produto obtido da utilização do fator variável, mantendo-se fixa a
quantidade dos demais fatores.
- produtividade média do fator: resultado do quociente da quantidade total produzida pela quantidade
utilizada desse fator.
a) produtividade média da mão-de-obra= quantidade de produtos sobre/número de trabalhadores
b) produtividade média do capital= quantidade de produto/quantidade de máquinas

- produtividade marginal:
a) Produtividade marginal de mão-de-obra= variação de produto/acréscimo de 1 unidade de capital
b) Produtividade marginal do capital= variação de produto/acréscimo de 1 unidade de capital

No caso da agricultura:
c) produtividade média da terra= quantidade produzida/área cultivada
d) produtividade marginal da terra= variação de produto/acréscimo de 1 unidade de área cultivada

Análise da Curva de Produto Total:


Lei dos rendimentos decrescentes: elevando-se a quantidade do fator variável, permanecendo fixa a
quantidade dos demais fatores, a produção inicialmente aumentará a taxas crescentes;
- E depois de certa quantidade do fator variável, continuará a crescer, mas a taxas decrescentes;
- Continuando o incremento da utilização do fator variável, a produção total chegará a um máximo,
para então decrescer.
- Sendo assim, a medida que se emprega sucessivas unidades de mão-de-obra a produção
inicialmente cresce. Até o emprego do quinto trabalhador (suposição), a produção atinge seu máximo. O
sexto trabalhador nada acrescenta à produção total, a partir disso, o emprego de unidades adicionais de
mão-de-obra provocará uma diminuição na produção total.

Conclusão: Á medida que combinamos unidades adicionais de um fator de produção variável a um


dado montante de fatores de produção fixos a produção total inicialmente cresce, em seguida atinge um
valor máximo e depois decresce.
OBS: A lei do rendimento crescente é um fenômeno de curto prazo, com pelo menos um insumo fixo.

Análise de longo prazo: hipótese de que todos os fatores são variáveis. A suposição de que todos os
fatores de produção variam dá origem aos conceitos de economias ou deseconomias de escala.

q= f (N,K).

Economias de escala: resposta da quantidade produzida a uma variação da quantidade utilizada de


todos os fatores de produção. Os rendimentos de escala podem ser:

a) rendimentos crescentes de escala: quanto a variação na quantidade do produto total é mais do que
proporcional à variação da quantidade dos fatores de produção.
Causas dos rendimentos crescentes de escala:
- Maior especialização no trabalho;
- Existência de indivisibilidades entre os fatores de produção. Por exemplo, numa siderurgia, não existe
“meio forno”, quando se adquire mais um forno, deve ocorrer grande aumento da produção.

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1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
b) rendimentos constantes de escala: quando a variação do produto total é proporcional à variação da
quantidade utilizada dos fatores de produção.
c) rendimentos decrescentes de escala: quando a variação do produto é menos do que proporcional à
variação da utilização dos fatores.
Pode ocorrer uma descentralização das decisões que faça com que o aumento de produção não
compense o investimento feito, sendo esta uma possível causa geradora.

Caro candidato(a), para o seu conhecimento é importante também o conceito e economia de escopo:
A expressão "Economia de escopo" designa a produção de muitos modelos de um mesmo produto numa
produção flexível e econômica. Segundo KUPFER & HASENCLEVER (2002), existe economia de escopo
quando é mais barato produzir dois produtos juntamente (produção conjunta) do que produzi-los
separadamente. Fator de importância particular para explicar economias de escopo é a presença de
matérias-primas comuns na fabricação de dois ou mais produtos, assim como as complementaridades na
sua produção.

Custos de Produção20

Equilíbrio da firma: situação de maximização dos resultados.


O objetivo básico de uma firma é a maximização de seus resultados quando da realização de sua
atividade produtiva. Assim sendo, ela procurará sempre obter a máxima produção possível em face da
utilização de certos fatores.
A otimização dos resultados da firma poderá ser conseguida quando for possível alcançar um dos
dois objetivos seguintes:
a) Maximizar a produção para um dado custo total; ou
b) minimizar o custo total para um dado nível de produção.
Em qualquer das situações a firma estará otimizando ou maximizando seus resultados. Estará em
situação de equilíbrio da firma.

Custos totais de produção (CT): total das despesas realizadas pela firma a partir da combinação
mais econômica dos fatores que resultará em determinada quantidade de produto. Os custos totais de
produção são divididos em Custos Variáveis Totais E Custos Fixos Totais.

CT = CVT + CFT

- custos variáveis totais (CVT): parcela dos custos totais, que dependem da produção e por isso
muda com a variação do volume de produção. Representam as despesas realizadas com os fatores
variáveis de produção. Exemplos: folha de pagamentos, gastos com matérias-primas. Na contabilidade
empresarial, são chamados também de custos diretos.
- custos fixos totais (CFT): parcela dos custos totais que independe da produção, decorrentes dos
gastos com fatores fixos de produção. Exemplo: aluguéis, iluminação. Na contabilidade empresarial, são
chamados também de custos indiretos.

Divisão da análise dos custos de produção:


- custos totais de curto prazo: compostos por parcelas de custos fixos e de custos variáveis;
- custos totais de longo prazo: formados somente por custos variáveis. Ou seja, no longo prazo não
existem fatores fixos de produção, inclusive a planta ou tamanho da empresa (normalmente
considerado fator fixo no curto prazo).

Custos Marginais de Curto e Longo Prazos. Aplicações do Conceito de


Custos Marginais. Custo Total e Custo Médio

Custos de Curto Prazo


Custos Médios e Marginais:
- custo total médio (CTMe ou CMe): é obtido por meio do quociente entre o custo total de produção e
a quantidade produzida. É o custo por unidade produzida, também chamado custo unitário. Ele nos diz

20
VASCONCELLOS, M. A. S.; GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia. 3º Edição, 2009.

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1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
o custo e uma unidade típica de produto se o custo total for dividido por igual entre todas as unidades
produzidas.
- custo variável médio (CVMe): é o quociente entre o custo variável total e quantidade produzida.
- custo fixo médio (CFMe): é o quociente entre o custo fixo total e a quantidade produzida.
- custo marginal (CMg): é dado pela variação do custo total em resposta a uma variação da
quantidade produzida. Como o custo fixo total não se modifica com as variações da produção, no curto
prazo, o custo marginal é determinado apenas pela variação do custo variável total. O custo marginal é
a mudança no custo total de produção advinda da variação em uma unidade da quantidade produzida,
ou seja, corresponde ao custo da produção de mais uma unidade adicional do bem. É o aumento de
custo ocasionado pela produção de uma unidade extra de produto. Em outras palavras, indica quanto
custa cada aumento unitário de produção. Este custo pode implicar novos custos fixos, como por
exemplo a aquisição de novas instalações para suportar o aumento de produção.

Lei dos custos crescentes: lei da teoria dos rendimentos decrescentes, da teoria da produção,
aplicada à teoria dos custos da produção.
- Custos de longo prazo: o comportamento do custo total e do custo médio de longo prazo está ligado
ao tamanho ou dimensão da planta escolhida para operar em longo prazo.

Custos de Longo Prazo


O longo prazo é um horizonte de planejamento e não o que está sendo efetivamente realizado. Na
verdade é uma sequência de situações prováveis de curtos prazos: os empresários, ao fazerem o
planejamento estratégico, têm um elenco de possibilidades de produção de curto prazo, com diferentes
escalas de produção (diferentes tamanhos, equipamentos, etc) que eles podem escolher. Por exemplo,
antes de fazer um investimento, a empresa está numa situação de longo prazo: o empresário pode
selecionar qualquer uma das alternativas. Depois do investimento realizado, os recursos são
convertidos em equipamentos (capital fixo) e a empresa opera em condições de curto prazo.
Portanto, a empresa opera a curto prazo e planeja a longo prazo.
Na prática, observa-se que nos estágios iniciais de produção, o aumento da produção da empresa
leva a uma diminuição do custo médio (existem ganhos de produtividade), revelando a existência de
rendimentos crescentes ou economias de escala; depois o custo médio de longo prazo tende a crescer,
revelando rendimentos decrescentes ou deseconomias de escala.

Diferenças entre a Visão Econômica e a Visão Contábil Financeira dos Custos de Produção
Custos de oportunidade versus custos contábeis:
- custos contábeis: custos explícitos, que envolvem dispêndio monetário;
- custos de oportunidade: custos implícitos, relativos aos insumos que pertencem à empresa e que
não envolvem desembolso monetário. Esses custos são estimados a partir do que poderia ser ganho no
melhor uso alternativo (por isso também são chamados custos alternativos ou custos implícitos).
Embora custos de oportunidade não sejam contabilizados no balanço, é um conceito útil para o
planejamento estratégico da empresa. Exemplos:
-O capital parado no caixa da empresa: a empresa poderia estar ganhando se aplicasse o valor no
mercado financeiro;
-Quando a empresa tem um prédio próprio: poderia estar ganhando se o alugasse e aplicasse esse
valor;
-Quanto os acionistas ou proprietários ganhariam se aplicassem em outra atividade, custo de
oportunidade de capital;
-Qual o menor salário que a empresa deveria pagar para manter seus funcionários, corresponde ao
salário potencial em o atividade, custo de oportunidade da mão de obra.

Custos Privados e Custos Sociais: As Externalidades ou Economias Externas


• Externalidades: alterações de custos e benefícios para a sociedade derivadas da produção das
empresas ou das alterações de custos e receitas de fatores externos.
• Externalidade positiva: quando uma unidade econômica cria benefícios para outras, sem receber
pagamento por isso. Por exemplo, uma empresa treina a mão de obra, que acaba, após o treinamento,
transferindo-se para outra empresa; a beleza do jardim do vizinho que valoriza a sua casa.
• Externalidade negativa: quando uma unidade econômica cria custos para outras, sem pagar por
isso. Por exemplo, poluição e congestionamento causados por automóveis, caminhões e ônibus; a
construção de uma barragem etc.
• Ótica privada: custos efetivos como mão-de-obra, materiais, etc.

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1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
• Ótica social: externalidades provocadas pelo empreendimento que poderão ser positivas (aumento
de emprego, do comércio, da região).

Custos Versus Despesas


Custos: gastos associados ao processo de fabricação de produtos.
- custos diretos: custos variáveis;
- custos indiretos: custos fixos.

Despesas: associadas ao exercício social e alocadas para o resulta do geral do período.


Conceito fixos também engloba as despesas financeiras, comerciais e administrativas.
Exceção: teoria da organização industrial.

III – Maximização dos Lucros


Maximização do lucro total: no curto ou no médio prazo.
Lucro total= receita total de vendas – custo total de produção

Maximização do lucro em um nível de produção que:


- RMg da última unidade produzida = CMg da última unidade produzida
Conceitos de lucro normal e lucro extraordinário: ganho alternativo que os proprietários aufeririam se
empregassem o capital em outra atividade ou aplicação.

Conceitos:
• lucro contábil: diferença entre receita e custos efetivamente incorridos;
• lucro normal: custo de oportunidade de capital;
• lucro extraordinário: diferença entre receita e total dos custos contábeis e custos de oportunidade.

O conceito de break-even point: ponto de equilíbrio representa o nível de produção em que a receita
total é igual ao custo total e a partir do qual a empresa passa a gerar lucros. Trata-se de um conceito
mais utilizado pelas empresas e que não considera o custo de oportunidade, mas apenas os custos
contábeis explícitos, que envolvem desempenho financeiro.

Tecnologia da Produção: Isoquanta, Isocustos, Fatores Fixos e


Variáveis

A teoria da produção21 e a teoria dos custos de produção22 constituem a teoria da oferta da firma
individual, seus princípios são importantes para a análise dos preços, do emprego dos fatores e de sua
alocação. As teorias servem de base para a análise das relações entre produção e custo de produção.

Teoria da produção: preocupa-se com a relação técnica ou tecnológica entre a quantidade física de
produtos (outputs) e de fatores de produção (inputs).
Teoria dos custos de produção: relaciona a quantidade física de produtos com os preços dos fatores
de produção.

Conceitos Básicos da Teoria da Produção

-Produção: processo de transformação dos fatores adquiridos pela empresa em produtos para a venda
no mercado. O conceito não se refere apenas aos bens físicos e materiais, mas também a serviços como
transportes, atividades financeiras, comércios e outras
- Processos de produção: são as formas como esses insumos são combinados. Podem ser intensivos
em mão-de-obra, intensivos em capital ou intensivos em terra.
- Processo de produção simples: produção de um único produto.
- Processo de produção múltiplo: quando é mais de um produto.
- Eficiência do método: uso de menor quantidade de insumos para produzir uma quantidade
equivalente de produtos.

21
FERNANDEZ, J. C. Curso Básico de Microeconomia. 3ª Edição – Revista e Ampliada, EDUFBA, SALVADOR, 2009.
VASCONCELLOS, M. A. S.; GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia. 3º Edição, 2009.
22
FERNANDEZ, J. C. Curso Básico de Microeconomia. 3ª Edição – Revista e Ampliada, EDUFBA, SALVADOR, 2009.
VASCONCELLOS, M. A. S.; GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia. 3º Edição, 2009.

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1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
- Eficiência econômica: é associada ao método de produção mais barato para produzir uma
determinada quantidade de produto

Função de produção: relação que mostra quantidade física obtida do produto a partir da quantidade
física utilizada dos fatores de produção em determinado período de tempo. A função de produção admite
sempre que o empresário esteja utilizando a forma mais eficiente de combinar os fatores e,
consequentemente, obter a maior quantidade produzida do produto.

Definição: A função de produção é uma relação técnica que estabelece o máximo nível de produção
por unidade de tempo, y, que pode ser obtido a partir de dadas quantidades desses n insumos, a qual
pode ser representada da seguinte forma
Costuma-se considerar a função com apenas duas variáveis:
q= f (N, K)
N= quantidade utilizada de mão-de-obra;
K= quantidade utilizada de capital.

Ao processo produtivo, a firma transforma uma variedade de n insumos ou fatores de produção em


produto ou produtos. Admitindo-se a produção de um só produto e denotando-se as quantidades desses
insumos por x1, x2, ..., xn e o nível de produção por unidade de tempo por y, então se pode definir o
importante conceito de função de produção:

y = f(x1, x2, ..., xn)

Essa definição permite observar que a função de produção traz embutida o conceito de eficiência
técnica, visto que não é qualquer nível de produção que se busca, mas o máximo nível de produção que
pode ser obtido a partir dessas dadas quantidades de insumos. Nesse sentido, a função de produção é
um conceito de fronteira.
Deste modo, por buscarem o máximo nível de produção possível, as firmas são, sob o ponto de vista
técnico, intrinsecamente eficientes. A derivada parcial da função de produção em relação ao insumo i, ou
seja, ∂y/∂xi, é denominada de produtividade marginal, servindo para indicar como o nível de produção
varia ao fazer-se variar o nível de utilização desse insumo.

A função de produção não relaciona qualquer nível de produção, mas o máximo nível de produção,
que pode ser obtido a partir de certas quantidades de insumos. Portanto, ao estabelecer essa máxima
quantidade de produto que pode ser obtida a partir de certas quantidades de insumos, a função de
produção é um conceito de fronteira que traz embutida a eficiência técnica.

Os principais pressupostos da teoria da produção são:


1. Os insumos (ou fatores de produção) e o produto são divisíveis. Isso significa que a função de
produção é contínua.
2. Os insumos são utilizados em quantidades não negativas, ou seja, xi ≥ 0, com pelo menos um xj >
0.
3. A firma não pode produzir algo a partir de nada: f (0,0,...,0) = 0 Isso significa que a função de
produção parte da origem.
4. Só é possível aumentar o nível de produção se for utilizado mais de, pelo menos, um dos insumos,
de modo que: ∂y/∂x1 = f1 ≥ 0, com pelo menos um fj > 0
Isso significa que a função de produção é não decrescente nas quantidades dos insumos, ou seja, a
produtividade marginal do insumo i é não negativa, sendo que pelo menos uma das produtividades
marginais tem que ser necessariamente positiva.
5. A função de produção é contínua e duplamente diferenciável, de modo que a primeira e a segunda
derivadas existem e são funções contínuas do vetor de insumos (x1, x2, ..., xn).
6. A função de produção é quase-côncava, significando que as hiper superfícies de produção são
convexas em relação à origem.

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1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
Isoquanta23

Objetivando tornar a análise simples e sem perda de generalidade, admite-se que existem apenas dois
insumos (ou fatores de produção). Além do que, com dois insumos, pode-se recorrer ao instrumental
gráfico para facilitar o entendimento a respeito de uma série de conceitos. Assim, com apenas dois
insumos e fazendo-se uso da função de produção y = f(x1, x2), pode-se então definir a isoquanta:

Definição: ISOQUANTA é o lugar geométrico de todas as combinações de insumos para os quais o


nível de produção é constante (tem o mesmo valor).

Para melhor entendermos, a Isoquanta é uma palavra grega que significa mesma quantidade,
resultante da composição de duas outras palavras gregas: iso = mesma e quanta = quantidade. É claro
que esse conceito é válido para qualquer número de insumos. No entanto, ao se supor apenas dois
insumos, a isoquanta pode ser expressa em um espaço bidimensional, o que torna a análise gráfica
bastante simples.

Sob o ponto de vista geométrico, a isoquanta é o contorno ou a curva de nível dessa função para um
certo nível de produção. Assim, arbitrando-se níveis distintos de produção, pode-se então obter um
conjunto de isoquantas que ao serem representadas em um mesmo gráfico é denominado de mapa de
isoquantas.

Começaremos examinando a tecnologia de produção da empresa quando ela utiliza dois insumos e
pode fazer variações de ambos. Suponhamos que os insumos sejam capital e trabalho, sendo usados
para a produção de alimentos. Cada valor na Tabela abaixo corresponde ao volume máximo de produção
(tecnicamente eficiente) que pode ser obtido por determinado período (digamos, um ano), com cada
combinação de trabalho e capital utilizada ao longo desse período. Por exemplo: 4 unidades de trabalho
por ano e 2 unidades de capital por ano resultam em 85 unidades de alimento por ano. Observando cada
linha, vemos que o volume de produção aumenta à medida que as unidades de trabalho também
aumentam, mantendo-se fixas as unidades de capital. Observando cada coluna, vemos que o volume de
produção também aumenta à medida que as unidades de capital aumentam, mantendo-se fixas as
unidades de trabalho.

As informações desta tabela também podem ser graficamente mostradas por meio de isoquantas. A
figura a seguir apresenta três isoquantas (cada eixo da figura mede as quantidades de insumos. Essas
isoquantas estão baseadas na tabela anterior.
Por exemplo, a isoquanta q1 mostra todas as combinações de trabalho e capital por ano que, em
conjunto, resultam na obtenção de um volume de produção de 55 unidades. Dois desses pontos A e D
correspondem a tabela anterior. No ponto A, 1 unidade de trabalho e e 3 unidades de capital resultam em
55 unidades produzidas, enquanto, no ponto D, o mesmo volume de produção é obtido por meio de 3
unidades de trabalho e 1 unidade de capital.

23
PINDYCK, R. S. RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 6 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.

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1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
As isoquantas mostram a flexibilidade que as empresas têm quando tomam decisões de produção. As
empresas geralmente podem obter determinado volume de produção por meio do uso de diversas
combinações de insumos. Por exemplo, os restaurantes fast-foods nos Estados Unidos defrontam-se com
escassez de trabalho jovem e de baixa reumneração. As empresas têm enfrentado isso, por meio da
automatização e do recrutamento de pessoas mais velhas para a ocupação de cargos existentes.

A seguir apresentam-se as principais características das isoquantas:


1. Existe uma isoquanta para cada ponto do espaço de insumos. Essa característica resulta do fato da
função de produção ser contínua. Isso significa que o mapa de produção é denso.
2. Quanto mais afastada da origem estiver a isoquanta, maior será o nível de produção. Essa
característica é o resultado do fato da função de produção ser não decrescente.
3. As isoquantas apresentam inclinação negativa. Essa característica é resultante da capacidade que
a firma tem de substituir insumos e ainda assim manter o seu nível de produção constante.
4. As isoquantas não podem se interceptar (cruzar). Se as isoquantas se interceptassem seria violada
a condição de eficiência técnica.
5. As isoquantas são convexas em relação à origem. Essa característica é resultante do pressuposto
de que a função de produção é quase-côncava, o qual é motivado por uma constatação empírica de que
a firma não se especializa na utilização de apenas um insumo.

Isocusto24

Iniciaremos examinando o custo de produção associado ao “aluguel” de fatores, que pode ser
representado por linhas de isocusto de uma empresa. Uma linha de isocusto inclui todas as possíveis
combinações de trabalho e capital que podem ser adquiridas por determinado custo total. Para visualizar
uma linha de isocusto, tenha em mente que a curva do suto total, C, para a produção de qualquer produto
específico é obtida por meio da soma dos custos da empresa referentes ao trabalho, wL, e ao capital, rK:

C = wL + rK

Para cada nível diferente de custo total, a equação apresenta uma linha de isocusto diferente. Por
exemplo, a linha de isocusto C0 descreve todas as possíveis combinações de trabalho e capital que podem
ser adquiridas com um valor igual a C0.
Se reescrevermos a equação do custo total na forma de uma equação para uma linha reta, teremos:

K = C/r – (w/r)L

24
PINDYCK, R. S. RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 6 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.

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1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
Sendo assim, a linha de isocusto tem uma inclinação igual a K/ L = -(w/r) que é a razão entre a
taxa de remuneração do trabalho e o custo da locação de capital. Esssa inclinação é similar à linha do
orçamento com que se defronta o consumidor (porque ela é determinada tão somente pelos preços das
mercadorias em questão, sejam insumos ou produtos.) Ela nos informa que, se uma empresa eliminasse
uma unidade de trabalho (recuperando assim w dólares em custo) para poder adquirir w/r unidades de
capital a um custo de r dólares por unidade, seu custo total de produção permaneceria inalterado. Por
exemplo se a taxa de remuneração de mão-de-obra fosse $10 e o custo de locação do capital fosse $ 5,
a empresa poderia substituir uma unidade de trabalho por duas unidades de capital, sem a ocorrência de
variação em seu custo total.

Vamos supor que tenhamos interesse em obter um nível de produção q1. De que forma podemos fazer
isso a um custo mínimo? Vejamos a isoquanta da produção da empresa, indicada por q 1 na figura
seguinte.

O problema será escolher o ponto dessa isoquanta que seja capaz de minimizar os custos totais. A
Figura seguinte ilustra a solução para esse problema. Suponhamos que a empresa fosse despender C0
com insumos. Infelizmente, nenhuma combinação de insumos adquirida pelo valor C0 permitiria que a
empresa atingisse o nível de produção q1. Entretanto, o nível de produção q1 pode ser atingido com um
valor C2, seja por meio do uso de K2 unidades de capital e L2 unidades de trabalho ou por meio do uso de
K unidades de capital e L3 unidades de trabalho. No entanto, C2 não é o custo mínimo O mesmo nível de
produção q1 poderia ser obtido de forma menos dispendiosa por um custo C, utilizando-se K1 unidades
de capital e L1 unidades de trabalho. Na verdade a linha de isocusto C1 é a linha mais baixa de isocusto
que permite a obtenção do nível de produção q1. O ponto de tangência da isoquanta q1 com a linha de
isocusto no ponto A, fornece-nos a escolha que minimiza os custos de insumos L1 e K1 e pode ser
verificado no diagrama. Nesse ponto, as inclinações da isoquanta e da linha de isocusto são exatamente
iguais.
Quando aumenta o gasto com todos os insumos, a inclinação da linha de isocusto não sofre
modificação (porque não ocorreu alteração dos preços dos insumos), mas o intercepto aumenta.
Suponhamos que o preço de um dos insumos, por exemplo, o trabalho, viesse a ter elevação. Assim, a
inclinação da linha de isocusto, ou seja, -(w/r), teria aumentado, e a própria linha de isocusto teria se
tornado mais inclinada. A Figura seguinte mostra esse fato.

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1512507 E-book gerado especialmente para MARLI ALMEIDA DE OLIVEIRA
Inicialmente, a linha de isocusto é C1 e a empresa minimiza seu custo de produção q1 no ponto A,
utilizando L1 unidadesde trabalho e K1 unidades de capital. Quando o preço do trabalho aumenta, a linha
de isocusto se torna mais inclinada. A linha de isocusto C2 reflete o custo mais elevado do trabalho.
Defrontando-se com esse preço mais elevado para o trabalho, a empresa minimiza seu custo de produção
q1 no ponto B, empregando L2 unidades de trabalho e K2 unidades de capital. Assim, a empresa reage
contra a elevação do preço do trabalho empregando mais capital em substituição ao trabalho no processo
produtivo.

Fatores Fixos e Fatores Variáveis de Produção > Curto e Longo Prazos25

Na teoria econômica em geral é fundamental a questão do prazo que está sendo considerado, já que
alguns fatores podem ser importantes a curto prazo, mas não a longo prazo e vice-versa. A diferença
entre análises de curto e de longo prazo dependem de quais fatores de produção e insumos mantêm-se
fixos ou variam no período analisado.
- fatores de produção variáveis: quantidades utilizadas variam quando se altera o volume da
produção. Exemplo: quando se aumenta a produção, são necessários mais trabalhadores e maior
quantidade de matéria-prima.
- fatores de produção fixos: quantidades não muda quando a quantidade do produto varia. Exemplo:
as instalações da empresa e a tecnologia que são fatores que só são alterados no longo prazo.

Na função da produção, quando alguns fatores são considerados fixos e outros variáveis, identifica-se
que a teoria denomina uma situação de curto prazo. Ou seja, curto prazo é o período de tempo em que
pelo menos um fator de produção se mantém fixo. Quando todos os fatores de produção são considerados
variáveis, identifica-se situação de longo prazo.

Relações entre quantidade produzida e quantidade utilizada dos fatores:


- curto prazo: período em que pelo menos um fator de produção se mantém fixo, na função de
produção.
- longo prazo: quando todos os fatores da função de produção são considerados variáveis.

Análise de curto prazo: a curto prazo, a quantidade produzida só depende de uma variação da
quantidade usada do fator variável.

Conceitos de produto total, produtividade média e produtividade marginal


- produto total: quantidade de produto obtido da utilização do fator variável, mantendo-se fixa a
quantidade dos demais fatores.
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VASCONCELLOS, M. A. S.; GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia. 3º Edição, 2009.

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- produtividade média do fator: resultado do quociente da quantidade total produzida pela quantidade
utilizada desse fator.
a) produtividade média da mão-de-obra= quantidade de produtos sobre/número de trabalhadores
b) produtividade média do capital= quantidade de produto/quantidade de máquinas

- produtividade marginal:
a) Produtividade marginal de mão-de-obra= variação de produto/acréscimo de 1 unidade de capital
b) Produtividade marginal do capital= variação de produto/acréscimo de 1 unidade de capital

No caso da agricultura:
c) produtividade média da terra= quantidade produzida/área cultivada
d) produtividade marginal da terra= variação de produto/acréscimo de 1 unidade de área cultivada

Análise da Curva de Produto Total:


Lei dos rendimentos decrescentes: elevando-se a quantidade do fator variável, permanecendo fixa a
quantidade dos demais fatores, a produção inicialmente aumentará a taxas crescentes;
- E depois de certa quantidade do fator variável, continuará a crescer, mas a taxas decrescentes;
- Continuando o incremento da utilização do fator variável, a produção total chegará a um máximo,
para então decrescer.
- Sendo assim, a medida que se emprega sucessivas unidades de mão-de-obra a produção
inicialmente cresce. Até o emprego do quinto trabalhador (suposição), a produção atinge seu máximo. O
sexto trabalhador nada acrescenta à produção total, a partir disso, o emprego de unidades adicionais de
mão-de-obra provocará uma diminuição na produção total.

CONCLUSÃO: Á medida que combinamos unidades adicionais de um fator de produção variável a um


dado montante de fatores de produção fixos a produção total inicialmente cresce, em seguida atinge um
valor máximo e depois decresce.
OBS: A lei do rendimento crescente é um fenômeno de curto prazo, com pelo menos um insumo fixo.

Análise de longo prazo: hipótese de que todos os fatores são variáveis. A suposição de que todos os
fatores de produção variam dá origem aos conceitos de economias ou deseconomias de escala.

q= f (N,K).

Economias de escala: resposta da quantidade produzida a uma variação da quantidade utilizada de


todos os fatores de produção. Os rendimentos de escala podem ser:
a) rendimentos crescentes de escala: quanto a variação na quantidade do produto total é mais do
que proporcional à variação da quantidade dos fatores de produção.
Causas dos rendimentos crescentes de escala:
- Maior especialização no trabalho;
- Existência de indivisibilidades entre os fatores de produção. Por exemplo, numa siderurgia, não existe
“meio forno”, quando se adquire mais um forno, deve ocorrer grande aumento da produção.

b) rendimentos constantes de escala: quando a variação do produto total é proporcional à variação


da quantidade utilizada dos fatores de produção.

c) rendimentos decrescentes de escala: quando a variação do produto é menos do que proporcional


à variação da utilização dos fatores.
Pode ocorrer uma descentralização das decisões que faça com que o aumento de produção não
compense o investimento feito, sendo esta uma possível causa geradora

Questões

01. Julgue o item a seguir:


A função de produção garante que se houver um aumento na quantidade de um insumo, haverá
sempre um aumento no nível de produção.
( ) Certo ( ) Errado

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02. Julgue o item a seguir:
A função de produção é uma relação técnica que estabelece a quantidade de produto obtida a partir
de certas quantidades de insumo.
( ) Certo ( ) Errado

03. (DPE/RS - Analista - FCC) A indústria Papelucho, conhecida fabricante de brindes


personalizados em papel, decidiu alterar a produção de agendas e pequenos blocos de notas,
decorados manualmente. Ao reunir a produção dos dois tipos de brindes em uma mesma planta, a
indústria notou que incorre em custos menores do que quando os produzia em unidades
separadas. No entanto, percebeu que, no longo prazo, se aumentar a produção dos br indes
perderá eficiência, devido ao alto custo da mão de obra voltada para a personalização. Neste caso,
a Papelucho apresenta
(A) economias de escopo e deseconomias de escala.
(B) economias de escala e deseconomias de escopo.
(c) economias de escala e economias de escopo.
(D) somente economias de escala, sem implicações quanto às economias de escopo.
(E) somente economias de escopo, sem implicações quanto às economias de escala.

04. (EMBRATUR - Economista - FUNIVERSA) Segundo a Teoria da Produção, assinale a


alternativa correta.
(A) Quando a receita total for maior que o custo total, o resultado econômico da empresa é o
prejuízo.
(B) Os rendimentos de escala atuam no longo prazo, existindo, portanto, somente os fatores
variáveis de produção.
(C) A produtividade marginal é o quociente entre a variação do custo total e a variação da
quantidade.
(D) Os rendimentos de escala atuam no longo prazo, existindo, portanto, somente os fatores
fixos de produção.
(E) A produtividade média é o quociente entre a variação da receita total e a variação da
quantidade, em um determinado período de tempo.

05. (IPEM/RO - Economista - FUNCAB) Uma comparação conceitual entre rendimentos


decrescentes de escala e a lei dos rendimentos decrescentes aponta que não se deve confundi -
los, porque:

(A) os rendimentos decrescentes de escala ocorrem quando a produção cresce menos que
proporcionalmente aos fatores de produção.
(B) a lei dos rendimentos decrescentes supõe haver algum fator de produção fixo no processo
produtivo (espectro de curto prazo), enquanto os rendimentos decrescentes de escala representam
um conceito de longo prazo, no qual todos os fatores de produção são variáveis.
(C) quando se aumenta um fator variável, dada uma quantidade de fatores fixos, a produtividade
marginal do fator variável cresce até certo ponto e, a partir daí, decresce, até tornar -se negativa.
(D) a lei dos rendimentos decrescentes descreve o sentido geral e a taxa de mudança na
produção da firma, quando é fixada a quantidade de recursos.
(E) os rendimentos decrescentes de escala ocorrem pelo fato de que a expansão da empresa
pode provocar uma descentralização, causando problemas de comunicação entre áreas da
empresa.

06. (METRÔ/SP - Analista Treinee - FCC) A lei dos rendimentos decrescentes, presente no
pensamento econômico contemporâneo em quase toda a literatura de microeconomia, foi elaborada
inicialmente pelo economista
(A) Karl Marx.
(B) Thomas Malthus.
(C) David Ricardo.
(D) John Maynard Keynes.
(E) Alfred Marshall

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Gabarito

01. Errado / 02. Errado / 03. A / 03. B / 04. B / 05. C / 06. B

Comentários

01. Resposta: Errado


A assertiva é errada tendo em vista que a função de produção requer apenas que a produtividade
marginal de todos os insumos não seja negativa (isto é,f1 ≥ 0), admitindo, portanto, produtividade marginal
nula. Isso significa que aumentos na utilização de insumos, com produtividade marginal nula, não
aumentam a produção.

02. Resposta: Errado


A função de produção não relaciona qualquer nível de produção, mas o máximo nível de produção,
que pode ser obtido a partir de certas quantidades de insumos. Portanto, ao estabelecer essa máxima
quantidade de produto que pode ser obtida a partir de certas quantidades de insumos, a função de
produção é um conceito de fronteira que traz embutida a eficiência técnica.

03. Resposta: A
Economia de escopo - com o aumento do mix de produtos, diminui-se o custo de longo prazo.
"Ao reunir a produção dos dois tipos de brindes em uma mesma planta, a indústria notou que incorre
em custos menores do que quando os produzia em unidades separadas."
Deseconomia de escala - os custos de longo prazo aumentam a medida que se produz.
"No entanto, percebeu que, no longo prazo, se aumentar a produção dos brindes perderá eficiência,
devido ao alto custo da mão de obra voltada para a personalização." Portanto, a dita empresa apresenta
economias de escopo e deseconomias de escala.

04. Resposta: B
(A) Errada. Receita total maior que o custo total, então temos lucro econômico.
(B) Correta. Os rendimentos de escala nos mostram a variação da produção em função da variação
da quantidade de todos os fatores de produção - variação da escala.
(C) Errada. A produtividade marginal é o quociente entre a variação da produção e a variação da
quantidade do fator de produção. Exemplo: a produtividade marginal do trabalho será o quociente entre
a variação da produção (ΔQ) e a variação da quantidade do fator de produção trabalho (ΔL).
(D) Errada. Como explicado na aletrnativa B, no longo prazo, todos os fatores de produção são
variáveis, não temos fator de produção fixo.
(E) Errada. A produtividade média é o quociente entre a produção (Q) e a quantidade do fator de
produção. Exemplo: a produtividade média do trabalho será o quociente entre a produção (Q) e a
quantidade do fator de produção trabalho (L).

05. Resposta: B
Como visto anteriormente, a lei do rendimento crescente é um fenômeno de curto prazo, com pelo
menos um insumo fixo. Já os rendimentos decrescentes de escala referem-se a análise de longo prazo,
hipótese em que todos os fatores são variáveis.

06. Resposta: C
Lei dos rendimentos decrescentes: elevando-se a quantidade do fator variável, permanecendo fixa a
quantidade dos demais fatores, a produção inicialmente aumentará a taxas crescentes;
- E depois de certa quantidade do fator variável, continuará a crescer, mas a taxas decrescentes;
- Continuando o incremento da utilização do fator variável, a produção total chegará a um máximo,
para então decrescer.
- Sendo assim, a medida que se emprega sucessivas unidades de mão-de-obra a produção
inicialmente cresce. Até o emprego do quinto trabalhador (suposição), a produção atinge seu máximo. O
sexto trabalhador nada acrescenta à produção total, a partir disso, o emprego de unidades adicionais de
mão-de-obra provocará uma diminuição na produção total. Este é um conceito que foi elaborado
inicialmente pelo economista David Ricardo.

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