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Projeto e Análise de um Sistema Gerador de Ozônio para Remoção de Cor de Efluente Têxtil

1
G. J. Schiavon, 2C. M. Andrade, 2L. M. M. Jorge, 2P. Paraíso
1
Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR
2
Universidade Estadual de Maringá – UEM

gil.schiavon@gmail.com, cid@deq.uem.br, lmmj@deq.uem.br, paulo@deq.uem.br

Resumo – Este trabalho apresenta o projeto e função de sua baixa ação residual, tem sua principal
desenvolvimento de um módulo gerador de ozônio, aplicação nesta etapa. Outra atuação importante do
utilizando bobina automotiva no conversor de alta ozônio é como agente na remoção de cor e turbidez da
tensão. O gerador projetado é baseado no princípio de água (Armaroli, 2007).
descarga corona e pode ser aplicado em processos
Atualmente o ozônio é conhecido como o segundo
oxidativos em geral, para tanto, basta associar a
quantidade necessária de módulos para alcançar a mais poderoso agente oxidante que pode ser utilizado
potência e produção de ozônio necessária para a em escala para aplicações em tratamento de água e
aplicação. A etapa de potência é constituída por uma vem sendo adotado por diversos países e em milhares
fonte convencional e um conversor chaveado em alta de sistemas de tratamento. A Tabela 1 apresenta uma
frequência do tipo flyback. São apresentados os estágios comparação de agentes oxidantes.
de potência, o controle e o reator desenvolvido. Os
resultados experimentais de funcionamento e aplicações Tabela 1. Comparação de agentes oxidantes (SNatural
em remoção de cor de efluente têxtil apresentados são & Naturaltec, 2011).
obtidos a partir do protótipo implementado, Agente Oxidante Potencial de Poder Relativo de
comprovando experimentalmente a funcionalidade da Oxidação Oxidação
técnica desenvolvida. Flúor 3,06 2,25
Ozônio 2,07 1,52
Palavras-chave – Descarga corona, conversor CC/CC, Peróxido de H 1,77 1,30
remoção de cor, gerador de ozônio. Ácido Hipocloroso 1,49 1,10
Cloro 1,36 1,00
Abstract – This paper presents the design and
development of a ozone generator module using O ozônio pode ser produzido de três formas
automotive coil in high-voltage converter. The generator principais: por eletrólise, ultravioleta e descarga
is designed based on the principle of corona discharge corona. Nos geradores comerciais, o ozônio é
and can be applied in oxidative processes in general,
produzido principalmente por descarga corona e
therefore, simply involving the number of modules
required to achieve and power production of ozone radiação ultravioleta. A radiação ultravioleta, todavia,
necessary for the application. The power stage não atende as necessidades de produção requeridas
comprises a conventional source and a converter pela indústria. Assim a descarga elétrica do tipo
switched at high frequency of the flyback type. It will be corona é o método mais utilizado para se obter ozônio
presented the power stages , controller and reactor em quantidades significativas (Almeida et al, 2004).
developed. The experimental results and applications No processo de descarga corona, o ozônio é gerado
running on color removal of textile effluent produced por uma descarga elétrica em um tubo de inox
are obtained from the prototype implemented, chamado de reator de ozônio. Através deste tubo
confirming experimentally the functionality of the
aplica-se uma descarga elétrica de alta tensão
technique developed.
juntamente com um fluxo de ar, no qual o oxigênio
Keywords – Corona discharge, DC/DC converter, faz um escoamento laminar e incompressível
color removal, ozone generator. passando por um processo de descarga elétrica
pulsante (descarga corona), gerada por meio de um
conversor flyback elevador de tensão. Quando esta
I. INTRODUÇÃO tensão excede o potencial de ionização do material
dielétrico, os elétrons livres são impulsionados a altas
Atualmente o ozônio tem sido muito estudado para velocidades, rompendo por meio do impacto as duplas
aplicações em tratamento de água, efluentes ligações das moléculas de oxigênio (O2) presentes no
domésticos e industriais, na medicina, entre outros. A ar. Após o processo de quebra, as moléculas se
aplicação de ozônio é um campo muito crescente o agrupam em exatamente três de oxigênio (O), assim
que torna fundamental a melhoria na geração em formando o ozônio (O3), um gás com alto poder
sistemas geradores de ozônio. oxidante. Os geradores de ozônio apresentam melhor
Em estações de tratamento de água que empregam eficiência quando alimentados por oxigênio puro.
exclusivamente o processo de cloração, a formação de O reator de ozônio utilizado é composto por dois
organoclorados (trihalometanos), subprodutos eletrodos de inox e um dielétrico de vidro em um
indesejáveis por serem cancerígenos, pode ocorrer na arranjo de cilindros coaxiais, sendo o eletrodo externo
fase de pré-tratamento. O processo de ozonização, em submetido ao potencial de aterramento, seguido por
um espaçamento por onde o ar/oxigênio escoa e o aquisição, garantia da qualidade quanto ao isolamento
meio dielétrico em contato com o segundo eletrodo elétrico, fácil instalação, baixo custo e alta
submetido à alta tensão. durabilidade.
A Figura 1 apresenta o esquema de geração de Como o ozônio é um gás que possui uma meia vida
ozônio por meio de descarga corona utilizado. relativamente curta (cerca de 15 minutos, à pressão
atmosférica e temperatura de 25°C), o seu
armazenamento é inviável. Por razões práticas,
necessita ser gerado no local de sua aplicação, tendo
um alto poder de desinfecção e oxidação sendo
altamente solúvel em água.
Um timer digital foi adicionado ao sistema para
operação de forma automática, conforme programado.
A corrente de entrada do conversor flyback é limitada
em 1,5 A, protegendo desta forma a bobina
automotiva.

Figura 1. Geração de ozônio por descarga corona (Rice et II. FONTE CONVENCIONAL
al, 1986, adaptada).
A fonte convencional é constituída por um circuito
Para estabelecer uma concentração constante de retificador de onda completa em ponte com filtro
ozônio na saída dos geradores que utilizam o efeito capacitivo, alimentado por um transformador de
corona alguns cuidados são necessários, tais como, 24V/5A. A alimentação do enrolamento primário do
manter a tensão de saída (da ordem de kV) constante, transformador pode ser realizada em 127 V ou 220 V,
uma vez que a concentração de ozônio é dependente selecionado por meio de uma chave seletora de
da tensão aplicada no reator (Alonso et al, 2005), tensão. A saída desta fonte convencional é utilizada
manter a corrente secundária constante, manter a para alimentar o conversor flyback, o qual opera com
vazão de ar/oxigênio em um ponto predeterminado e uma bobina automotiva.
um controle de temperatura. O circuito da etapa de potência da fonte
Neste contexto, o presente trabalho trata-se do convencional é apresentado na Figura 3.
projeto e desenvolvimento de um sistema gerador de
ozônio modular para tratamento de resíduos da
indústria têxtil.
Para o desenvolvimento do gerador de ozônio foi
utilizado uma fonte convencional e um conversor
CC/CC, do tipo flyback. Para o controle do conversor
foi utilizada a modulação por largura de pulso (PWM)
gerada por meio de um circuito integrado bastante
comum e de baixo custo, um CI555 operando no
modo astável. Figura 3. Circuito de potência da fonte convencional.
O gerador projetado possui sinalizações e
proteções para maior confiabilidade do sistema, tais A etapa de controle, proteções e sinalizações é
como sensor de temperatura com duas ações sendo a alimentada por um nível de tensão de 12 V, devido às
primeira o acionamento de um sistema de refrigeração características dos circuitos integrados utilizados. Para
ventilado, ajustado em 50°C e a segunda o isto, foi utilizado um circuito regulador de tensão
acionamento de um alarme ajustado em 60°C. fazendo uso do circuito integrado LM317, tendo sua
Apresenta-se na Figura 2, o diagrama de blocos do saída ajustada em 12 V, conforme apresentado na
gerador de ozônio proposto. Figura 4.

Figura 2. Diagrama de blocos do gerador de ozônio.

A estratégia apresentada na Figura 2 é justificada Figura 4. Circuito regulador de tensão.


pela adoção de uma bobina automotiva para o
conversor flyback, o qual será alimentado por um
nível de tensão de 34 V, também pela facilidade de
III. CONVERSOR FLYBACK

A tensão de saída da fonte convencional (34 V) é


utilizada como alimentação pelo bloco conversor
flyback, que tem a função de gerar a alta tensão
(aproximadamente 2,5 kVrms) para estabelecer a
descarga corona no reator de ozônio, para tanto,
utiliza-se uma bobina automotiva comum, assim
como em Schiavon et al. (2012). A Tabela 2 apresenta
as especificações técnicas para o conversor flyback.

Tabela 2. Especificações para o conversor flyback.


Vin = 34 V Vout = 2,5 kVrms Figura 6. Circuito de controle PWM.
Iin_máx = 1,5 A Iout_máx = 20 mA
Fpwm = 1 kHz Vds = 1 V O sinal de temperatura é proveniente de um sensor
Bobina: Bosh F 000 ZS0 105
de temperatura NTC10k montado na placa de
potência, conforme apresentado na Figura 7. Este
A frequência de chaveamento do conversor flyback sinal de temperatura é responsável por duas ações,
é de 1 kHz. O circuito completo deste conversor é acionar um ventilador na placa de potência em 50°C e
apresentado na Figura 5. acionar um alarme sonoro e visual de temperatura alta
em 60°C.

Figura 5. Circuito completo do conversor flyback (Schiavon


et al, 2012).

IV. CIRCUITO DE CONTROLE E PROTEÇÕES Figura 7. Circuito sensor de temperatura.

O bloco circuito de controle, proteções e O sinal de saída ventilador da Figura 7 tem a


sinalizações é o bloco inteligente do gerador de função de acionar, via transistor, um ventilador na
ozônio e tem a função de controlar e monitorar todo o ocorrência de temperatura elevada, enquanto esta
sistema, gerando os pulsos PWM para o conversor permanecer fora dos níveis normais. O circuito de
CC/CC, monitorando e controlando os níveis de acionamento do ventilador é apresentado na Figura 8.
temperatura e fornecendo os sinais visuais e sonoros
da condição atual do gerador de ozônio.
Para a parte de controle de chaveamento do
conversor flyback foi utilizado um circuito oscilador
operando no modo astável, montado com um circuito
integrado 555, operando em uma frequência em torno
de 1 kHz. A Figura 6 apresenta o circuito de controle
projetado para o conversor flyback.

Figura 8. Circuito de acionamento do ventilador.

O sinal de alarme da Figura 7 é enviado para a


placa de potência, que aciona via transistor, um buzzer
e um led vermelho responsáveis pela indicação de
temperatura alta. O circuito de acionamento do alarme
é apresentado na Figura 9.
Diâmetro do cilindro interno: 4,5 cm.
Comprimento dos cilindros: 30 cm.

VI. REMOÇÃO DE COR DE EFLUENTE TÊXTIL

O tratamento do efluente têxtil pelo processo de


ozonização foi avaliado por meio de análises físico-
químicas em três campanhas de amostragem temporal
no período de 15/09/2011 a 05/03/2012. Todas as
análises foram realizadas no Laboratório de
Saneamento da Universidade Tecnológica Federal do
Paraná, campus Campo Mourão.
Figura 9. Circuito de acionamento do alarme. As coletas das amostras dos efluentes foram
realizadas no tanque de equalização (entrada) e na
V. REATOR DE OZÔNIO calha Parshall (saída) da Estação de Tratamento
(ETE), sendo coletados 10 L de efluente em cada
O bloco reator de ozônio é o responsável pela ponto (Trevizani et al, 2012).
quebra da molécula de oxigênio e consequente O efluente bruto, coletado na entrada da ETE, foi
geração do ozônio em ambiente de descarga elétrica ozonizado durante 5 h, com medições de cor a cada
(Schiavon et al, 2012). 15 min, de temperatura, pH, turbidez e condutividade
Uma geometria adequada para campo não a cada 30 minutos e DQO a cada uma hora.
uniforme e que frequentemente é usada na construção As determinações de alcalinidade a bicarbonato,
de dispositivos de alta tensão é o arranjo cilindros ácidos voláteis, sólidos totais, sólidos suspensos e
coaxiais. Escolhendo-se corretamente as dimensões sólidos dissolvidos foram feitas em amostras do início
radiais dos cilindros é possível otimizar tal sistema e final do processo de ozonização.
para se obter uma descarga corona máxima, livre de O efluente tratado, coletado na saída da ETE, foi
ruptura (Kuffel et al, 2000). ozonizado durante duas horas, com determinações dos
Nesta configuração a distribuição do campo é mesmos parâmetros avaliados para o efluente.
simétrica com referência ao eixo central do cilindro. As metodologias utilizadas para realização das
As linhas de força são radiais e o campo E é função análises foram obtidas do Standard Methods for the
apenas da distância x do centro do cilindro. A Figura Examination of Water and Wastewater (Eaton et al,
10 (Kuffel et al, 2000) apresenta a configuração 2005). Os parâmetros alcalinidade a bicarbonato e
utilizada para a confecção do reator de ozônio. ácidos voláteis foram determinados de acordo com
metodologias reportadas por Dillalo e Albertson
(1961) e Ripley et al. (1986), respectivamente.
O gás ozônio foi injetado na linha de tratamento
por meio da utilização de um tubo venturi, o qual nas
condições dos experimentos, injetava a mistura
ozônio/oxigênio a uma taxa de 8 L/min. Nestas
condições a produção de ozônio era de
aproximadamente 1200 mgO3/h, produzido por ar
ambiente, resultado medido pelo método de titulação
Figura 10. Configuração cilindros coaxiais. iodométrica. O aparato utilizado para o tratamento
pode ser observado na Figura 11.
Os cilindros possuem superfície uniformemente
carregada com uma carga por unidade de
comprimento Q/l. Se uma tensão V é aplicada aos
dois eletrodos, usando a Lei de Gauss, a intensidade
do campo E(x) é dada pela equação (1).

Q l 1 V 1 (1)
E (x ) = =
2πε x ln (r2 / r1 ) x
Quando o nível de tensão no cilindro menor atingir
o nível de ruptura, ocorrerá na sequência uma
descarga corona estabilizada ou ruptura completa
(Kuffel et al, 2000). A configuração ótima deve ser Figura 11. Esquema utilizado no tratamento.
definida em termos de segurança para não romper, e
não no ponto de máxima tensão para descarga.
O reator projetado possui as seguintes dimensões:
Diâmetro do cilindro externo: 5 cm.
VII. RESULTADOS EXPERIMENTAIS

Neste tópico serão apresentados os resultados


obtidos experimentalmente para a fonte convencional,
conversor flyback, produção de ozônio na saída do
reator medida pelo método de titulação iodométrica e
resultados da remoção de cor do efluente têxtil.

- FONTE CONVENCIONAL

A tensão medida na saída da fonte convencional foi


de 34 V com baixo nível de ruído devido à etapa de
filtragem de saída, conforme apresentado na Figura
12.

Figura 14. Amostra da tensão de saída do conversor flyback.

A Figura 15 apresenta uma fotografia do protótipo


do gerador de ozônio desenvolvido neste trabalho.

Figura 12. Sinal de saída da fonte convencional.


Figura 15. Protótipo desenvolvido com dois reatores.

- CONVERSOR FLYBACK - PRODUÇÃO DE OZÔNIO

A Figura 13 apresenta o sinal de saída do circuito Os ensaios de produção de ozônio foram realizados
astável, ou seja, uma onda quadrada com frequência em duplicata, pelo método iodométrico, por meio de
de aproximadamente 1 kHz e 12 V de amplitude, titulação indireta, segundo APHA (1998), método
utilizada para acionar o FET do conversor flyback. 2350E.
A Figura 16 apresenta a produção de ozônio do
equipamento em função da vazão do ar alimentador.
Na condição dos ensaios de produção de ozônio por
titulação iodométrica, o gerador apresentava em sua
saída uma tensão eficaz de aproximadamente 2,5 kV,
consumindo uma potência em torno de 26 W.

Figura 13. Sinal de saída do circuito astável.

Uma amostra do sinal de alta tensão da saída do


conversor flyback é apresentada na Figura 14. O valor
eficaz medido é de aproximadamente 2,5 kV.
Figura 16. Produção de ozônio na saída do gerador
Observa-se na Figura 16 que o gerador obteve a amostragem temporal, como pode ser observado na
maior produção de ozônio quando submetido a uma Figura 17.
vazão de ar alimentador em torno de 9 L/min,
permanecendo praticamente constante para maiores 2500

vazões. Os resultados de produção de ozônio foram 2000


praticamente mantidos, com relação aos alcançados

Cor (UPC)
1500
por Schiavon et al. (2012), isto é justificado devido a
utilização do mesmo circuito conversor flyback. 1000

500
- REMOÇÃO DE COR DO EFLUENTE TÊXTIL
0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0
A Tabela 3 apresenta os resultados obtidos após o Tempo (h)
processo de ozonização do efluente têxtil bruto
(entrada da ETE). Perfil 1 Perfil 2 Perfil 3

Os parâmetros como cor, temperatura, turbidez, Figura 17. Variação da cor em função do tempo no efluente
condutividade e DQO foram analisados com relação bruto tratado pelo processo de ozonização.
ao tempo exposto ao ozônio.

Pela Tabela 3, é possível notar que o valor médio De acordo com a Figura 17 é possível notar que o
obtido de temperatura apresentou aumento no parâmetro cor apresentou média de 1602 UPC antes
decorrer do processo de ozonização, com temperatura do processo de ozonização e média de 250 UPC após
média de 23oC (antes do ozônio) e máxima de 33oC o término do processo de ozonização. A eficiência de
(depois do ozônio). Este aumento de temperatura remoção de cor em relação às três campanhas de
provavelmente pode estar associado ao processo de amostragem temporal foi em média de 84% de
turbilhonamento do efluente durante o tratamento pelo remoção de cor do efluente.
ozônio (Trevizani et al, 2012). Segundo Somensi (2006), várias pesquisas
Na Tabela 3 é possível notar que os valores médios efetuadas em escala de laboratório tiveram como
de pH e condutividade foram de 8,6 ± 0,6 e 6,2 ± 0,7 resultado a descoloração em até 90% do efluente.
µS/cm e de 8,9 ± 0,1, 5,4 ± 0,6 µS/cm antes e depois Outro parâmetro importante no qual o ozônio teve
do processo de ozonização, respectivamente. Os resultados interessantes foi na remoção de DQO. Esta
valores médios de pH e a condutividade não teve diminuição a cada hora, com valor máximo de
apresentaram diferenças significativas nas amostras 436 mg/L e mínimo de 236 mg/L, ou seja, com
durante a exposição do ozônio. remoção de aproximadamente 46% no efluente bruto.
Para o efluente bruto obteve-se diminuição de Somensi (2006) tratou por processo de ozonização
aproximadamente 46% na turbidez em relação ao três amostras de efluentes com diferentes DQO em
tempo de exposição ao ozônio. Faria (2005) por tempos diferentes, sendo a primeira amostra com
investigou a aplicação do ozônio a uma concentração DQO de 671 mg/L durante 150 min, a segunda
de 0,6 mg L-1 na água bruta proveniente da zona rural amostra com 545 mg/L durante 180 min e a terceira
com finalidade de abastecimento doméstico; verificou amostra com 880 mg/L durante 210 min. O autor
uma redução na turbidez de aproximadamente 32% obteve valores de DQO final de 520 mg/L, 437 mg/L
até os primeiros 15 min de exposição ao ozônio, e em e 602 mg/L, respectivamente para as três amostras, e
seguida aumento desse parâmetro em eficiência de remoção média de 22,5%. O mesmo
aproximadamente 4%. autor afirma que diversas outras pesquisas em escala
O parâmetro cor apresentou diminuição de bancada tiveram como resultado redução da DQO
significativa em média de 84% em relação ao tempo na ordem de 15%.
de exposição de ozônio nas três campanhas de
A alcalinidade a bicarbonato reduziu de 581 O parâmetro cor apresentou diminuição
mgCaCO3/L para 480 mgCaCO3/L após o processo de significativa em média de 90% em relação ao tempo
ozonização nas campanhas de amostragem temporal, de exposição de ozônio nas três campanhas de
com diminuição média de 34%. As concentrações de amostragem temporal como pode ser observado na
ácidos voláteis resultaram em média de 18 mgHac/L Figura 18.
antes do processo de ozonização e de 27 mgHac/L
após o término do processo de ozonização. 500
450
A concentração média de sólidos totais resultou em 400
3719 mg/L e 3590 mg/L antes e após o processo de 350

Cor (UPC)
300
ozonização. A concentração média de sólidos 250
dissolvidos foi de aproximadamente 3623 mg/L e de 200
150
3512 mg/L antes e após o processo de ozonização, 100
respectivamente. A concentração média de sólidos 50

suspensos apresentou diminuição média de 0


0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
aproximadamente 18% com a ozonização.
Tempo
Na Tabela 4 são apresentados os resultados obtidos
após o processo de ozonização do efluente têxtil Perfil 1 Perfil 2 Perfil 3

tratado (saída da ETE).


Figura 18. Variação da cor do efluente tratado.

A média máxima das medições de cor na


Assim como para o efluente bruto os parâmetros campanhas de amostragem temporal do efluente
como cor, temperatura, turbidez, condutividade e tratado foi de aproximadamente 337 UPC, antes da
DQO foram analisados com relação ao tempo exposto ozonização. A média mínima após a exposição ao
ao ozônio. ozônio foi de aproximadamente 33 UPC, removendo
Pela Tabela 4, é possível notar que o valor médio aproximadamente 90% da cor do efluente.
obtido de temperatura apresentou aumento no A remoção de DQO com a ozonização foi de
decorrer do processo de ozonização com temperatura aproximadamente 48%, com média máxima de
média de 22oC (antes de ozônio) e máxima de 33oC 75mg/L e média mínima de 39mg/L.
(depois do ozônio). O aumento de temperatura do A alcalinidade bicarbonato foi menor após o
efluente tratado foi menor do que do efluente bruto tratamento com ozônio com média máxima de 363 mg
devido ao tempo de exposição ao ozônio e CaCO3/L e média mínima de 252 mg CaCO3/L, com
turbilhonamento ser de apenas 2 horas. remoção de aproximadamente 31% da alcalinidade
Na Tabela 4 é possível notar que os valores médios inicial. Já os ácidos voláteis mantiveram a mesma
de pH e condutividade foram de 8,2 ± 0,2 e 4,1 ± 0,3 concentração inicial durante a exposição de ozônio.
µS/cm e de 8,8 ± 0,2, 3,9 ± 0,6 µS/cm antes e depois Os sólidos totais antes do ozônio tiveram uma
do processo de ozonização, respectivamente. Assim média de 2127 mg/L, e após o ozônio sua média
como para o efluente de entrada da indústria o pH e a diminui para 2057 mg/L. As concentrações de sólidos
condutividade oscilaram durante o tempo de dissolvidos foi de aproximadamente de 2096 mg/L
tratamento, porém mantiveram-se constantes sem (antes do ozônio) e de 2018 mg/L (depois do ozônio).
alterações significativas. Já os sólidos suspensos apresentou média de 31 mg/L
Para o efluente tratado a turbidez oscilou e obteve (antes do ozônio) e de 39 mg/L (depois do ozônio).
uma média de 16 NTU (antes da exposição ao ozônio) A Figura 19 mostra uma fotografia com o resultado
e de 23 NTU (depois da exposição ao ozônio um obtido em um ensaio paralelo, realizado para remoção
aumento, porém não muito significativo). Esse de cor de um volume de 50 L de água com corante de
aumento pode estar relacionado com o cor azul. Nesta figura é possível constatar o resultado
turbilhonamento durante o processo de ozonização. do tratamento por ozônio na remoção de cor, nas
amostras coletadas em intervalos de 10 minutos 54% enquanto para o efluente tratado houve um
durante duas horas de tratamento. aumento de 44%.
As concentrações de sólidos totais e dissolvidos
apresentaram diminuição para ambos os efluentes
durante o processo de ozonização. As concentrações
de sólidos suspensos variaram de acordo com o
efluente; ocorreu uma diminuição para o efluente
bruto e um aumento para o efluente tratado.
Para os valores de alcalinidade a bicarbonato houve
Figura 19. Remoção de cor de uma mistura têxtil contendo
corante azul.
uma diminuição para ambos os efluentes coletados. Já
o parâmetro ácidos voláteis aumentou para o efluente
bruto e manteve-se constante para o efluente tratado.
VIII. CONCLUSÃO Em todas as amostras do efluente tratado a cor foi
mínima chegando a 0 nas campanhas de amostragem
Ao final dos ensaios de titulação com dois reatores, temporal, o que nos leva a considerar possibilidades
constatou-se que a maior produção alcançada foi com de reuso, até então descartadas, devido a coloração
uma vazão de alimentação de ar ambiente de 9 L/min, existente no efluente.
o que produziu em torno de 20,8 mgO3/min ou 1,25 É importante desenvolver mais estudos com
gO3/h, conforme mostrado na Figura 16, ou seja, cada relação à ozonização para possibilitar seu uso em
reator tem capacidade para produzir em torno de 625 grande escala nos tratamentos de efluentes têxteis,
mgO3/h. De acordo com a literatura, se o gerador de melhorando assim a qualidade da água a ser
ozônio for alimentado com oxigênio puro, a produção despejada, possibilitando seu reuso e,
de ozônio na saída do reator aumenta consequentemente, diminuindo o consumo deste
consideravelmente. A diferença de potencial gerada recurso.
pelo conversor flyback nos reatores foi de
aproximadamente 2,5 kV. REFERÊNCIAS
Os resultados de produção de ozônio mostraram
que o equipamento desenvolvido é uma alternativa ALMEIDA, E.; ASSALIN, M. R.; ROSA, M. A.;
viável para geração de ozônio para remoção de cor de DURÁN, N.; Tratamento de efluentes industriais
efluente têxtil, e que os conversores projetados por processos oxidativos na presença de ozônio.
satisfazem as necessidades de tensão e corrente para Química Nova, v. 27, n.5, p.818–824, 2004.
geração de descarga corona estabilizada. Para maiores
volumes de efluente a ser tratado, basta adicionar ALONSO, J. M.; GARCIA, J.; CALLEJA, A. J.;
reatores ao equipamento, conforme necessidade de RIBAS, J.; CARDESIN, J.; Analysis, design, and
produção de ozônio; para cada reator adicional é experimentation of a high-voltage power supply
necessário um novo conversor flyback. for ozone generation based on current-fed parallel-
Os parâmetros mais importantes com relação a resonant push-pull inverter. IEEE Transactions on
efluentes têxteis são a cor e a DQO, e ambos tiveram Industry Applications, vol. 41, No. 5, pp. 1364-1372,
remoção significativa com o tratamento de ozonização Sept/Oct, 2005.
87% e 47%, respectivamente.
Os resultados foram melhores para o efluente ARMAROLI, J. G.; Nova abordagem de
tratado da indústria devido aos menores valores dos ozonizadores para tratamento de água e esgoto por
parâmetros analisados, facilitando assim a ação do descarga corona. Dissertação de mestrado, Escola de
ozônio. Engenharia de São Carlos, Universidade de São
Sendo a remoção de cor um dos principais Paulo. São Carlos, 2007.
problemas a serem enfrentados em uma estação de
tratamento de efluente têxtil, é possível considerar o DILLALO, R.; ALBERTSON, O. E.; Volatile acids
processo de ozonização como uma forma eficiente e by direct titration. Journal of Water Pollution
promissora para esta área. Control Federation, New York, v. 33, n. 4, p. 356-
No presente estudo notou-se remoção de cor do 365, apr. 1961.
efluente tratado de aproximadamente 90%, similar ao
citado na literatura técnico-científica. EATON, A. D.; CLESCERI, L. S.; RICE, E. W.;
Ocorreu um aumento da temperatura durante o GREENBERG, A. E. (Ed.); Standard methods for
processo de ozonização por conta do turbilhonamento the examination of water and wastewater. 21th ed.
e tempo de exposição. Washington: American Public Health Association;
O pH e condutividade oscilaram durante o processo American Water Works Association; Water Pollution
mas não tiveram mudanças significativas. Control Federation, 2005.
A remoção da turbidez depende do tempo de
exposição e das características iniciais do mesmo, FARIA, D. A.; URRUCHI, W. M. I.; OTANI. C.;
para o efluente bruto da indústria a remoção foi de MASSI, M.; Efeitos na turbidez, cor, pH, FE e MN
da aplicação de ozônio (O3) em água de
abastecimento. XXIII Congresso Brasileiro de
Engenharia Sanitária e Ambiental, Campo Grande –
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KUFFEL, E.; ZAENGL, W. S.; KUFFEL, J.; High


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