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Frank Ankersmit – A escrita da história: a natureza da representação histórica

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História não é ciência: “a história não é uma ciência e ela não produz conhecimento no
sentido próprio da palavra, e veremos que isso não é tão ruim quanto se pôde supor
inicialmente.”

Ciência no sentido de que apresente leis gerais aceitáves: “Para a descoberta de leis
gerais, requer-se que as declarações que as descrevem sejam intersubjetivamente
aceitáveis, e isto não apenas para mim, mas também para você e qualquer outro”

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Romantismo: “Aqui entramos em um novo e completamente diferente mundo. Do


historiador não mais é exigido descobrir e expressar conhecimento (geral/absoluto), mas
organizá-lo...”

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“Cada vez que a linguagem é usada narrativamente, algo novo e único será criado”

O historiador é herdeiro do romantismo e de seu estranhamento do passado.

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Incapacidade de definir a realidade histórica: “Cada tentativa de definir (parte da)


realidade histórica pode satisfazer alguns historiadores, mas nunca todos eles. Em outras
palavras, o link entre linguagem (narrativa) e realidade não pode ser fixado de uma
maneira aceitável a todos os historiadores, tornando-se, assim, o conhecimento de um
sujeito do conhecimento generalizado.

Importância do debate: “O fato de que o debate e a discussão têm um lugar muito mais
proeminente na historiografia do que em outras disciplinas e que o debate
historiográfico raramente, ou nunca, resulta em concepções partilhadas de uma vez por
todas, por todos os historiadores, não deve ser visto como uma triste deficiência da
historiografia que precisa ser remediada, mas como uma consequência necessária dos
instrumentos linguísticos utilizados pelo historiador.”

Questão dos conceitos: Guerra fria e renascimento: tais conceitos não se referem à
realidade histórica em si, mas a interpretações narrativas do passado ou representações
do passado. Isso traz a questão da impossibilidade de voltar ao passado e à divergência
entre passado e história (no sentido de obras historiográficas). Ex: O termo renascença
não é uma regra geral, está em constante reformulação..., é só um meio de representar o
passado e estimular um conhecimento que problematiza o presente

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Linguagem x realidade: “Portanto, palavras como a renascença e a guerra fria mostram-
se que na historiografia há uma frouxidão ou indeterminação sistemáticas na relação
entre linguagem e realidade” Mas esse inderterminação não é ruim, pois não impõe um
saber absoluto e abre espaço para o nascimento de outras historiografias e, por isso,
outros debates e visões de mundo.

A linguagem pode ser moldada de qualquer forma, ou seja, não requer uma metodologia
única. Quando a linguagem é organizada nasce uma narrativa que, consequentemente,
vem com um estilo (forma de organização/estruturação) que, por sua vez, já pode dizer
muito sobre seu conteúdo. (Hayden White.)Daí observa-se a fraqueza epistemológica da
história. Por não ter um meio único de produzir história, pela impossibilidade de relatar
o passado como realmente foi, pela história ser apenas uma representação, uma
narrativa de um ser humano específico, a história não pode ser vista como ciência ao
nível da física ou da química. Isso se dá por seu objeto e por como é produzida.

“Devido a esta opacidade, a linguagem narrativa assemelha-se à bem escolhida palavra:


em ambos os casos, podemos admirar os instrumentos linguísticos que têm sido usados
na fala sobre a realidade, e em ambos os casos o uso da linguagem não tem outra meta
senão alcançar este efeito... Na historiografia, estilo não é apenas mais uma
ornamentação, mas toca a essência do que o historiador deseja transmitir. Peter gay
estava correto ao dizer que o estilo diz respeito não apenas à maneira, mas também à
importância do discurso histórico.”

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Passado x história: Autonomia na historiografia em relação ao passado em


si“Declarações sobre o passado nunca podem ser verificados conclusivamente, uma vez
que o passado não mais existe.”

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Podemos usar a definição de narrativa utilizada ppor Ricour no texto de White:


“Narrativas são tudo o que temos.”

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A narrativa histórica e, por isso, as obras históricas são propostas: “À medida que o
passado real é apenas um argumento e nunca é conclusivo ao ponto de finalizar o debate
historiográfico, a ideia de uma correspondência entre narrativa história e passado real
não nos levará a lugar algum se quiseremos entender a escrita narrativa da história.
Quando muito, podemos dizer que cada narrativa histórica é uma tentativa ou proposta
de definição, em um caso específico, a correspondência entre linguagem e realidade.”

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“O historiador usa a linguagem, isto é, declarações singulares individuais, a fim de
construir uma narrativa.”

HISTÓRIA É UMA NARRATIVA, MAS COMO A NARRATIVA DO


HISTORIADOR CONSEGUE AMPLIAR NOSSA VISÃO DE MUNDO: “A narrativa
do historiador é uma tentativa ou proposta de definição da relação entre linguagem e
realidade. Quando um historiador constrói sua narrativa, ele seleciona aquelas
declarações que pensa serem melhores guias para um entendimento do passado... Sendo
propostas, as narrativas históricas não transmitem conhecimento cognitivo
(acumulativo). Não importa quão boa seja minha razão pra sugerir uma proposta a voce,
minha proposta é um convite para que você faça alguma coisa e não a afirmação de que
algo é o caso. Propostas não são nem verdadeiras, nem falsas; elas não afirmam que a
realidade é igual ao conteúdo de nossas propostas. Estas propostas são, essencialmente,
meios de demonstração de realidade histórica. Demonstrações e propostas: ambas são
mais compreensivas que o conhecimento: demonstrando o passado e sugerindo uma
proposta formam uma estrada para o conhecimento do passado e uma indicativa de
como lidar com ele... elas organizam nosso conhecimento sem encerrar um
conhecimento em si.”

Conhecimento histórica são maneiras de demonstrar o passado; representar o passado

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Proposta x regra: Uma proposta que é aceita unanimemente por todos perde a
propriedade de proposta: ela se tornou uma regra e propostas não são regras.

Debate: “Uma parte essencial da natureza das propostas é que elas não são
universalmente aceitas, enquanto elas são, todavia, sujeitas á discussão racional.”

A narrativa é essencialmente uma proposta.

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O que nos capacita a distinguir entre uma proposta sensata e uma insensata: Evidencias;
unidade e coesão ( a forma que foi construída o texto ao ponto de deixar claro a
natureza da proposta); ser aceito nas regras gerais do campo dos historiadores, seguir as
regras epistemológicas: como a utilização de referencias, notas de rodapé, explicações
de como chegou à hipótese e conclusão...;

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Narrativa x Linguagem x realidade: Propostas narrativas tem a capacidade de unir


linguagem e realidade ao ponto de proporcionar a uma interpretação do passado um
status de realidade em si.

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“Uma proposta universalmente acordada foi engessada em um fenômeno histórico o
qual é parte do passado em si mesmo... Que tipos de coisas que acreditamos compor o
inventário da realidade são sempre resultado de uma interpretação essencialmente
histórica da realidade e nunca um mero dado. A ciência nos fala a respeito da
propriedade das coisas; a história dá a nossas percepções a coesão necessária para
reconhecer tipos de coisas.”... “Essas propostas são sempre maneiras de ver o passado, e
se nós é oferecida apenas uma maneira de olhar para o passado, isto facilmente se
transformará em uma convicção concernete a como o passado realmente foi.”

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Esse fato, de diferentes interpretações sobre um mesmo tema histórico, cria espaço que
torna a discussão histórica possível... “ O conhecimento histórico não deveria ser visto
como conhecimento cognitivo, no sentido próprio da palavra, mas, ao invés, como um
estágio em um debate contínuo.” FRASE DE WHITE: História problematizadora; não
querer relatar o passado em si, mas criar problemas para o presente com o intuito de
melhorar as vidas dos integrantes da sociedade atual, alertando ações que, muitas vezes,
reforçam um ambiente de violência e ignorância: como o racismo, homofobia,
xenofobia etc...

Iluminismo:

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“A concepção do Iluminismo sobre a realidade sócio-histórica encontrou sua expressão


mais característica nas chamadas filosofias de lei natural dos séculos XVII e XVIII...A
filosofia da lei natural apenas é possível se uma intrínseca harmônica entre indivíduo e
sociedade foi implícita ou explicitamente acordada”

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“A ideia é meramente que o problema da relação entre indivíduo e sociedade, a


principio, permite uma solução racional”

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Como a historiografia moderna veio à existência no começo do século XIX: “foi


precisamente esta transição das certezas do Iluminismo para a atormentada luta do
Romantismo com a natureza da realidade sócio-histórica que deu à luz a historiografia
moderna. O passado se tornou estranho, irrevogavelmente fechado em si mesmo e, por
conseguinte, interessante. A descoberta da distancia entre indivíduo e a realidade sócio-
histórica fez o homem ocidental consciente de seu passado com uma intensidade até
então desconhecida. O passado tornou-se um enigma, e a historiografia moderna foi
criada para ir de encontro ao desafio” historicismo???

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Leis gerais: frase de David Hume: “É universalmente reconhecido de que há uma
grande uniformidade junto às ações dos homens, em todas as nações e eras, e de que a
natureza humana se mantém a mesma, em seus princípios e operações. Os mesmos
motivos sempre produzem as mesmas ações. Os mesmos eventos são acompanhados das
mesmas causas” = característica do iluminismo e da lei natural iluminista = harmônica
entre o homem e sociedade

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Novalis 1798, frase: “O historiador organiza as essências históricas. Os dados passados


são a massa a qual é dada uma forma pelo historiador, por empatia. Por causa disso, a
história é determinada pelos princípios de empatia e organização, e à medida que esses
princípios ainda não estão lá, artefatos históricos, no sentido próprio da palavra, não são
possíveis, e descobrimos apenas os traços de atos acidentais de empatia onde a mente
descontrolada exerceu sua influencia”

Já Ankersmith: “Aqui entramos em um novo e completamente diferente mundo. Do


historiador não é mais exigido descobrir e expressar conhecimento (geral), mas
organizá-lo”

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