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Você sabe como a Libras surgiu na educação de surdos? Nesta webaula, você compreenderá o
processo histórico da educação de surdos no mundo e no Brasil.
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Sem direito à vida em sociedade, a morte também era o destino das crianças surdas nascidas na
Roma Antiga, quando eram lançadas ao rio Tibre.
O Código de Justiniano, no século VI, promulgou que somente os surdos que falassem
(oralmente) poderiam herdar fortunas, unir-se em matrimônio e ter propriedades.
Até a Idade Média, as pessoas surdas vivenciaram uma fase de exclusão, eram consideradas
ineducáveis e incapazes de exercer um ofício, vivendo à margem da sociedade, muitas vezes em
condições sub-humanas.
Com a ascensão da Igreja Católica, a pessoa surda deixou de ser vista como sub-humana e passou a ser
defendida pela Igreja como um ser dotado de alma. Seus cuidadores eram vistos como pessoas
tolerantes e caridosas, surgindo, assim, a perspectiva “assistencialista”. Porém, a acolhida dessas
pessoas pela igreja não foi sem interesse, visto que ela detinha o direito sobre todos os bens e a
herança dos surdos.
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Assim que a sociedade percebeu a possibilidade de os surdos serem educados, as famílias mais
abastadas começaram a investir na educação de seus filhos surdos, especialmente os primogênitos,
pois assim seriam reconhecidos por lei e poderiam herdar os bens da família. Esse primeiro modelo de
educação de surdos ainda era feito de forma individual, ministrado por preceptores, em sua grande
parte clérigos.
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O alfabeto manual foi utilizado por diversos educadores na tentativa de encontrar o melhor
método de ensino para surdos e visando atender à oralização dos surdos, de modo que essas
pessoas fossem reconhecidas pela lei da época.
Alguns profissionais começaram a se distanciar do método visual (como ficou reconhecido o ensino
por meio dos sinais) em defesa do método oral (cuja base estava centrada na busca da normalização
do surdo por intermédio do ensino da fala oral). O médico suíço Johann Konrad Amman era contra os
sinais e defendia, inclusive, que seu uso atrofiava a mente para o desenvolvimento da fala oral.
Charles-Michel de L'Épée
A figura mais representativa do método visual foi
certamente o abade francês Charles-Michel de
L'Épée (1712-1789), cuja contribuição ímpar
Amman viveu no século XVII, mas, de acordo com Moura (2000, p. 20), esse ainda é um argumento frequen
propiciou a transição do modelo de ensino
individual, restrito a filhos de nobres, para o
ensino coletivo e público por meio da língua de
sinais francesa.
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AASI
Com o advento da tecnologia eletroacústica, especialmente com a produção dos Aparelhos de
Amplificação Sonora Individual (AASI), capazes de amplificar o som e aproveitar o resíduo auditivo
daqueles que tinham uma perda auditiva menor, os defensores do método oral se fortaleceram, mas o
que acontecia é que gastavam muito tempo para ensinar o surdo a falar oralmente quando nem todos
os surdos, mesmo com a contribuição do AASI, seriam beneficiados por essa abordagem de ensino.
Nesse tempo depositado ao ensino da fala, o ensino da leitura e da escrita, bem como dos conteúdos
escolares, eram relegados a segundo plano.
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Assim, na década de 1980, os surdos se uniram para reivindicar o respeito aos seus direitos, em
especial o direito de serem educados na língua de sinais. Esse movimento sensibilizou alguns
educadores da área e, com isso, emergiu uma nova proposta de ensino para surdos: o
bilinguismo.
Bilinguismo
O bilinguismo é uma abordagem educacional norteada por duas línguas, sendo a língua de sinais
considerada a primeira língua dos surdos e a língua majoritária, de preferência na modalidade escrita,
a segunda.
O reconhecimento da Libras no ordenamento jurídico do país ocorreu por meio da Lei nº 10.436, em
2002, e sua regulamentação foi determinada no Decreto nº 5.626, em 2005. Essa conquista foi
resultado de vários movimentos das comunidades surdas em prol do reconhecimento da condição
bilíngue dos surdos nos mais diversos espaços, especialmente, na escola.
A
partir
de
uma
abordagem
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de
ensino
bilíngue,
um
novo
cenário
tem
se
desenhado
na
educação
de
surdos,
tornando
possível
que
eles
alcancem
graus
acadêmicos
mais
elevados
e
desenvolvam
pesquisas
sobre
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a
surdez
e
a
língua
de
sinais.
Fonte: iStock.
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