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MINISTÉRIO PÚBLICO
No Brasil a partir do século XIX. A princípio o MP se vinculava ao poderes estatais, ora ao executivo, ora
ao judiciário.
Hoje a posição do MP é completamente diversa em relação à praticada até a CF88. Hoje ele é
independente, nem ligado ao executivo, nem ao judiciário. A função dele é de custus legis, para o
interesse coletivo, transindividuais. Se apresenta na CF num capítulo a parte.
LC 75/93 – MPU
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente (presente sempre para proteger o Estado e exercer a sua
soberania. Trata-se de cláusula pétrea implícita), essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a
defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. (interesses
disponíveis não cabe ao MP atuar)
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos
Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal
Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos
previstos nesta Constituição.
II - disponham sobre:
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a
organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
§ 5º - Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-
Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas,
relativamente a seus membros:
I - as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada
em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do
Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II,
153, III, 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Cada Estado elaborará a sua lei orgânica que terá eficácia de lei complementar. É concorrente no plano da
União e assim, será no plano dos Estados.
1. Unidade: os membros do MP se apresentam como membro de uma única instituição, ou seja, integra
um só órgão sob a direção de uma só chefia. Ele se apresenta em nome do órgão e não de sua pessoa.
2. Indivisibilidade: o promotor pode ser substituído por outro e cada membro representa a mesma
instituição. É indivisível.
3. Independência funcional: os membros do MP só devem respeito ao ordenamento jurídico. Art. 85, II,
CF. – autonomia funcional. Ao lado da autonomia administrativa há também a autonomia financeira,
pois ele que cria os cargos sem a interferência do executivo.
4. Princípio do promotor natural: art. 5º, XXXVII e LIII, CF (juiz natural). A doutrina criou o princípio
do promotor natural, que é direito subjetivo da sociedade com a proibição de designações arbitrárias,
proibição do promotor ad hoc e vedação do acusador de exceção.
O MP tem caráter nacional e há no Brasil um único órgão que faz o controle como um todo. O MP é
ramificado em dois blocos – art. 128, CF – da União e o Estado.
E o MP Eleitoral? Por que não aparece aqui? Porque é mais uma função do que uma divisão do MP.
Membros do MP Federal se apresentarão para a função eleitoral. Mas esta função (em 1ª instância) do
MPF na prática é delegada aos membros do MPE – atuam junto com os juízes eleitorais. Nas outras
instâncias é o próprio MPF que atua.
Há o MP Especial que não está no art. 128, mas está no art. 130, CF que é são os membros juntos aos
tribunais de contas da União e Estaduais. Eles não dispõem de uma fisionomia institucional própria, são
destituídos de autonomia financeira. O art. 130 consagra prerrogativas para os membros do MP Especial,
mas nada tem a ver com o MPE e o MPU.
Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as disposições desta seção
pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura.
§ 1º - O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da
República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela
maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.
Nos impedimentos quem substitui é o vice procurador (escolhido pelo procurador). Na vacância do cargo
quem fica no lugar é o vice presidente do conselho nacional do MP.
Procurador geral do trabalho e da justiça militar – são escolhidos pelo procurador geral da república
dentre uma lista tríplice elaborada pelos próprios membros do trabalho (colégio de procuradores do
trabalho). E poderá ser destituído pelo procurador geral da república mediante proposta de 2/3 do
conselho superior do MPT. E a mesma coisa para o militar.
Procurador geral de justiça do MP Estadual e DF – art. 128, §3º, CF. A lei estadual estabelece quem
poderá ser candidato. Há Estados que permitem que o promotor seja, outros não. Dentre os candidatos há
votação para compor a lista tríplice e dentre a lista o procurador geral da república escolherá. Não há
necessidade de escolher o mais votado. No caso do DF e do Federal promotor pode ser candidato. Na
destituição o legislativo participa.
§ 3º - Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre
integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo
Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.
§ 4º - Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser destituídos por
deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva. No MPDF o poder
legislativo é o senado e no MPE é assembléia legislativa.
Estrutura orgânica do MPU como um todo: ver material de apoio. Título II, LC 75/93.
MPF:
- PGR
- colégio de procuradores da república: todos os membros.
- câmaras de coordenação e revisão: apreciar conflitos de competência entre 2 membros do MP, mediante
recurso ao procurador geral da república.
- corregedoria: corregedor escolhido pelo PGR e pode ser destituído por 2/3 do conselho superior.
- procuradores da república – JF
- procurador geral da república – pleno do STF – não é cargo da carreira, é cargo político.
MPT:
Igual ao MPF.
MPM
- PG da JM
- câmaras de coordenação e revisão do MPM: apreciar conflitos de competência entre 2 membros do MP,
mediante recurso ao procurador geral da república.
- corregedoria: corregedor escolhido pelo PGJM e pode ser destituído por 2/3 do conselho superior.
- procuradores da JM
- promotores da JM
MPDF
d) Corregedoria geral do MP: tem que ser membro nato do conselho. Corregedor eleito pelo colégio
para mandado de 2 anos, com 1 recondução.
Órgãos da administração:
a) Procuradorias de justiça
b) Promotorias de justiça
Órgãos auxiliares:
b) Comissão de concurso
e) Estagiários
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de provas e títulos,
assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em
direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
A lei estabelece que quando houver 10% dos cargos vagos abrirá o concurso para MPU e no MPE 1/5 das
vagas.
Posse em 30 dias prorrogáveis por mais 60 e exercício 30 dias prorrogáveis por mais 30.
Inamovibilidade – para evitar injunção políticas no exercício da função. É mitigada por questões de
interesse público mediante decisão do órgão colegiado, ou seja, conselho superior do MP.
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do
Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Irredutibilidade de vencimentos –
Se a movimentação for vertical chama-se promoção, se horizontal, remoção. A promoção pode ser por
merecimento ou antiguidade, sempre de forma alternada.
Por merecimento precisa de 2 anos de exercício na categoria de onde será promovido e estar na primeira
quinta parte na lista dos mais antigos.
Atuação do MP na CF:
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal
e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de
advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade
profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que,
nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República,
dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e
reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:(Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito
Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros
com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República após
aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério
Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando
possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e
menos de sessenta e cinco anos, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério
Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da
República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da Marinha,
quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto
mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre brasileiros maiores de
trinta e cinco anos, sendo:
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade
profissional;
CNMP:
Criado para:
Controle da atuação administrativa, financeira de todo MP brasileiro e dos deveres funcionais de seus
membros.
Art. 130-A, § 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação administrativa e
financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendolhe:
I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos regulamentares, no
âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos
administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da
lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;
III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados,
inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição,
podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria
com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas,
assegurada ampla defesa;
IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministério Público da União
ou dos Estados julgados há menos de um ano;
V elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público
no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI.
O CNMP é composto por 14 membros nomeados pelo Presidente da República com aprovação do senado,
sendo PGR + 4 membros do MPU (de cada um dos ramos) + 3 membros do MPE + 2 magistrados (um
indicado pelo STF e STJ) + 2 cidadãos + 2 advogados indicados pela OAB.
Depois de empossados os membros, deverá ser escolhido o corregedor que não poderá ser reconduzido.
www.cnmp.gov.br:
- Resoluções
- Recomendações
- Enunciados
CNMP já regulamentou alguns dispositivos da CF: arts. 128, §5º, II, ‘b’, ‘d’; inquérito civil; controle
externo da atividade policial; poder investigatório do MP; residência na comarca; concurso público,
atividade jurídica; critérios objetivos para promoção por merecimento.