Nomenclaturas: Princípio do contraditório e princípio da ampla defesa
Fundamento legal: art. 5.º, LV, da Constituição Federal.
Texto positivado: “aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.” Principais desdobramentos do princípio do contraditório no âmbito de um processo criminal.
- Consubstancia-se na ideia de audiência bilateral, ou seja, a
necessidade de se ouvir ambas as partes (acusação e defesa).
- Traduz-se no binômio “direito à informação e direito de participação”.
- O direito à informação evidencia a importância dos atos processuais
de citação, intimação e notificação. Existe súmula sobre isso? SIM, a de número 707 do STF (constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo). - No âmbito do processo penal, ainda que o acusado não queira contestar a acusação, esta será contestada, conforme o artigo 261 do CPP: “Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor.”
- O contraditório pressupõe, assim, a paridade de
armas: somente pode ser eficaz se os contendentes possuem a mesma força, ou, ao menos, os mesmos poderes. Principais questionamentos que podem ser cobrados na tua prova (peça prático-profissional ou questões discursivas) acerca do princípio do contraditório:
- Em respeito ao princípio do contraditório, o juiz somente
pode embasar suas decisões no curso do processo tomando por base o que for PROVA e não o que for, exclusivamente, elemento de informação.
- O contraditório poderá ser para a prova (real) ou sobre
a prova (diferido), mas ele tem que existir. Principais desdobramentos do princípio da ampla defesa no âmbito de um processo criminal.
- O direito de defesa está ligado diretamente ao princípio
do contraditório. A defesa garante o contraditório e por ele se manifesta.
- Ampla defesa se divide em defesa técnica e em
autodefesa. Principais questionamentos que podem ser cobrados na tua prova (peça prático-profissional ou questões discursivas) acerca do princípio do contraditório:
- Por força da ampla defesa, admite-se a existência
de recursos privativos da defesa, a proibição da reformatio in pejus, a regra do in dubio pro reo, a previsão de revisão criminal exclusivamente pro reo, etc. - A autodefesa é renunciável, porém a defesa técnica efetiva é irrenunciável. Existe súmula sobre isso? SIM, a de número 523 do STF (no processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prejuízo para o réu).
Ainda, súmula 708 do STF (é nulo o julgamento da apelação se,
após a manifestação nos autos da renúncia do único defensor, o réu não foi previamente intimado para constituir outro).
Ainda, súmula 707 do STF (constitui nulidade a falta de
intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo). - O acusado tem direito de escolher seu próprio advogado. Assim, não sendo possível ao defensor constituído assumir ou prosseguir no patrocínio da causa penal, incumbe ao juiz ordenar a intimação do réu para que este, querendo, escolha outro advogado. Antes de realizada essa intimação - ou enquanto não exaurido o prazo nela assinalado - não é lícito ao juiz nomear defensor dativo sem expressa concordância do réu.
- Apesar de a autodefesa ser dispensável, esta deve ser
oportunizada e, por isso, nenhum processo pode prosseguir sem que o réu tenha sido citado pessoalmente ou por hora certa. Caso a citação seja por edital, deve o processo ser suspenso (art. 366 do CPP). Existe súmula sobre isso? SIM, a de número 351 do STF (é nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da federação em que o juiz exerce a sua jurisdição). - Eventual ofensa ao direito do acusado de exercer sua própria defesa é causa de nulidade absoluta por violação à ampla defesa. Assim, quando presente, deve o acusado ser interrogado, sob pena de nulidade do feito (CPP, art. 564, I, e, segunda parte). Também se afigura necessária a intimação do acusado para os atos processuais, para que possa acompanhá-los, intimação esta que só não precisa ser feita quando for decretada sua revelia (art. 367). Ademais, também deve ser intimado pessoalmente das decisões para que, querendo, possa exercer o seu direito de recorrer pessoalmente (CPP, art. 577). - O direito de defesa é imprescindível, até mesmo, no âmbito de processo administrativo em sede de execução penal. Existe súmula sobre isso? SIM, a de número 533 do STJ (Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da execução penal, é imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo diretor do estabelecimento prisional, assegurado o direito de defesa, a ser realizado por advogado constituído ou defensor público nomeado).