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Ética e moral: uma distinção indistinta

Lê-se por vezes nos manuais portugueses de filosofia uma referência vaga e confusa
a uma distinção entre a ética e a moral. O objectivo destas páginas é esclarecer esta distinção.
A pretensa distinção entre a ética e a moral é intrinsecamente confusa e não tem
qualquer utilidade, razão pela qual não é utilizada pelos melhores especialistas actuais em ética.
Mas persiste tenazmente no discurso de muitos estudantes, talvez porque tenha sido das poucas
coisas apesar de tudo compreensíveis que aprenderam nas aulas de ética.
A pretensa distinção seria a seguinte: a ética seria uma reflexão filosófica sobre a
moral. A moral seria os costumes, os hábitos, os comportamentos dos seres humanos, as regras
de comportamento adoptadas pelas comunidades. Antes de vermos por que razão esta distinção
resulta de confusão, perguntemo-nos: que ganhamos com ela?
Em primeiro lugar, não ganhamos uma compreensão clara das três áreas claras da
ética: a ética aplicada, a ética normativa e a metaética. A ética aplicada é a disciplina ética que
trata de problemas concretos da ética, como o aborto ou a eutanásia, os direitos dos animais, ou a
igualdade. A ética normativa trata de estabelecer, com fundamentação filosófica, regras ou
códigos de comportamento ético, isto é, teorias éticas de primeira ordem. A metaética é uma
reflexão sobre a natureza dos próprios juízos éticos: pergunta coisas como "O que quer dizer
‘bem moral’?"; na metaética apresentam-se teorias éticas de segunda ordem.
A diferença entre primeira ordem e segunda ordem é a seguinte. Se eu faço uma
teoria sobre o comportamento ético que determine os princípios mais gerais do comportamento
ético, estou a apresentar uma teoria de primeira ordem; é uma teoria que visa estabelecer
afirmações éticas, como "O bem é o que dá prazer". Mas se eu apresentar uma teoria de segunda
ordem, estarei a reflectir sobre o tipo de afirmações que faço na minha teoria de primeira ordem.
Irei perguntar coisas como "O que quer dizer "bem" na afirmação anterior?".
Em segundo lugar, não ganhamos qualquer compreensão prévia da natureza da
reflexão filosófica sobre a ética. Não ficamos a saber que tipo de problemas constitui o objecto
de estudo da ética. Nem ficamos a saber muito bem o que é a moral.
Em conclusão, nada ganhamos com esta pretensa distinção.
Mas, pior, trata-se de uma distinção indistinta, algo que é indefensável e que resulta
de uma confusão. O comportamento dos seres humanos é multifacetado; nós fazemos várias
coisas e temos vários costumes e nem todas as coisas que fazemos pertencem ao domínio da
ética, porque nem todas têm significado ético. É por isso que é impossível determinar à partida
que comportamentos seriam os comportamentos morais, dos quais se ocuparia a reflexão ética, e
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que comportamentos não constituem tal coisa. Fazer a distinção entre ética e moral supõe que
podemos determinar, sem qualquer reflexão ou conceitos éticos prévios, quais dos nossos
comportamentos pertencem ao domínio da moral e quais terão de ficar de fora. Mas isso é
impossível de fazer, pelo que a distinção é confusa e na prática indistinta.
Vejamos um caso concreto: observamos uma comunidade que tem como regra de
comportamento descalçar os sapatos quando vai para o jardim. Isso é um comportamento moral
sobre o qual valha a pena reflectir eticamente? Como podemos saber? Não podemos. Só
podemos determinar se esse comportamento é moral ou não quando já estamos a pensar em
termos morais. A ideia de que primeiro há comportamentos morais e que depois vem o filósofo
armado de uma palavra mágica, a "ética", é uma fantasia. As pessoas agem e reflectem sobre os
seus comportamentos e consideram que determinados comportamentos são amorais, isto é, estão
fora do domínio ético, como pregar pregos, e que outros comportamentos são morais, isto é, são
comportamentos com relevância moral, como fazer abortos. E essas práticas e reflexões não
estão magicamente separadas da reflexão filosófica. A reflexão filosófica é a continuação dessas
reflexões.
Só as pessoas para quem a ética é apenas um conjunto de palavras opacas escritas em
textos obscuros de grandes filósofos mortos, cuja compreensão é praticamente nula, podem
aceitar este artificialismo. Mas isso é uma traição ao projecto original de reflexão crítica da
filosofia e é apenas mais uma maneira de fazer que a filosofia nunca seja acerca de nada. A
filosofia da arte não é sobre a arte, a filosofia da religião não é sobre Deus e a ética,
inevitavelmente, não é sobre o que as pessoas realmente fazem, mas sobre uma palavra mágica
que só os iluminados percebem o que é.

Fonte
MURCHO, Desidério. Ética e moral: uma distinção indistinta. Crítica, [s.l.],. 2004.
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Ponto 01 - Os Valores, a Moral, o Direito e a Ética

Juízo é o ato mental pelo qual atribuímos, com caráter de necessidade, certa
qualidade a um ente. Liga-se o sujeito a um predicado. Esta ligação pode ser imperativa (é) ou
indicativa (deve ser).
Fazemos juízos de realidade e juízos de valor sobre tudo e sobre todos que nos
cercam e que, para cada um de nós, tem algum interesse, ou seja, todas as coisas e pessoas frente
às quais não nos mantemos indiferentes.
Esses processos mentais são naturais da raça humana, e automáticos em nossas
mentes e podem expressar uma realidade (“Esta caneta existe. Ela é azul”; “o fogo queima”; “a
água é líquida”) ou um valor (“esta moça é linda”; “dias chuvosos são ótimos para se ficar na
cama”; “você agiu mal ao negar ajuda àquela senhora”).
O juízo de realidade é aquele que se faz sobre a natureza real da coisa (a prata é um
metal). Já o juízo de valor é o processo pelo qual imprimimos mentalmente ao objeto adjetivos e
apreços relativos ao nosso estado de atração ou de repulsa (este colar de prata é maravilhoso),
sob parâmetros positivos ou negativos de utilidade/inutilidade, bondade/maldade,
beleza/fealdade, justiça/injustiça, etc.
Mas o que são valores? Embora a preocupação com os valores seja tão antiga como a
humanidade, só no século XIX surge uma disciplina específica, a teoria dos valores ou axiologia
(do grego rodos, "valor"). A axiologia não se ocupa dos seres, mas das relações que se
estabelecem entre os seres e o sujeito que os aprecia.
Diante dos seres (sejam eles coisas inertes, ou seres vivos, ou ideias etc.) somos
mobilizados pela afetividade, somos afetados de alguma forma por eles, porque nos atraem ou
provocam nossa repulsa. Portanto, algo possui valor quando não permite que permaneçamos
indiferentes.
Valores são, num primeiro momento, herdados por nós. O mundo cultural é um
sistema de significados já estabelecidos por outros, de tal modo que aprendemos desde cedo
como nos comportar à mesa, na rua, diante de estranhos, como, quando e quanto falar em
determinadas circunstâncias; como andar, correr, brincar; como cobrir o corpo e quando
desnudá-lo; qual o padrão de beleza; que direitos e deveres temos. Conforme atendemos ou
transgredimos os padrões, os comportamentos são avaliados como bons ou maus.
A partir da valoração, as pessoas nos recriminam por não termos seguido as formas
da boa educação ao não ter cedido lugar à pessoa mais velha; ou nos elogiam por sabermos
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escolher as cores mais bonitas para a decoração de um ambiente; ou nos admoestam por termos
faltado com a verdade.
Nós próprios nos alegramos ou nos arrependemos ou até sentimos remorsos
dependendo da ação praticada. Isso quer dizer que o resultado de nossos atos está sujeito à
sanção, ou seja, ao elogio ou à reprimenda, à recompensa ou à punição, nas mais diversas
intensidades, desde "aquele" olhar da mãe, a crítica de um amigo, a indignação ou até a coerção
física (isto é, a repressão pelo uso da força).
O “VALOR” é o elemento moral do Direito, toda obra humana é impregnada de
sentido ou valor. O Direito protege e procura realizar valores ou bens fundamentais da vida
social, notadamente a Vida, a Solidariedade, a Liberdade, a Honra, a Dignidade, a Ordem, a
Segurança, a Paz, a Justiça. São esses valores que informam à consciência do indivíduo o que é
bom (valioso) e o que é mau (desvalioso).

AXIOLOGIA – vem do grego axiós que significa apreciação estimativa. É a parte da


filosofia que se ocupa dos valores tais como: o bem, o belo, o verdadeiro. Também conhecida
como Teoria dos Valores.
A moral, como arcabouço de valores, cria as normas no plano da consciência
individual, para posteriormente, pelo uso e contaminação dos demais indivíduos da coletividade,
passar a reger toda a sociedade, limitando e ditando as condutas moralmente aceitas (aceitas no
plano da consciência como válidas). Atua internamente, no plano da consciência individual.
Representa, nas relações humanas, o conjunto de valores positivamente (do bem) válidos e
aceitos pela maioria do grupo social, formando o que chamamos de Consciência Coletiva.
A reiteração de certos hábitos nos faz virtuosos ou viciados aos olhos da sociedade,
por isso nos pautamos, antes da Lei, nas normas morais. O medo de ser repelido pela sociedade,
sentimento natural de nossa condição gregária, nos faz cumprir por força da consciência
individual o que acreditamos ser a determinação moral da consciência coletiva. Em outras
palavras, nos adaptamos, por força da natureza social do homem, à vontade coletiva, para não
sofrermos solidão, isolamento.
As normas morais nos guiam pela consciência. A pena por seu descumprimento será
aplicada internamente, no plano da consciência individual, com o arrependimento, o
constrangimento, o remorso, etc.. Diferem-se pois das normas jurídicas, que nos guiam pela
força. Pela coerção do Estado. A sanção pelo descumprimento da lei positivada é aplicada de
fora para dentro, é externa, vem do Poder Público representado na figura estatal.
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Mas toda norma é regra de conduta que postula um dever, seja esta norma de ordem
moral ou jurídica. Há, portanto, uma conexão indissolúvel entre o dever e o valioso, pois todas as
normas, morais, religiosas, jurídicas, são inspiradas na moral, portanto nos valores. Quando se
pergunta “__ O que devemos fazer?”, só se poderá responder a tal questionamento depois de
saber a resposta à pergunta “__ O que é valioso neste caso?”.
Fica a pergunta: se o Direito e a Moral têm como ponto comum a regulação da ação
humana, quais são os limites que separam essas duas forças normativas?

O Direito e a Moral
Nesta matéria, devemos lembrar que a compreensão da mesma está em distinguir as
duas coisas sem separá-las. Quanto ao conteúdo, percebemos que o Direito e a Moral, tem como
ponto comum a ação humana.
Muitas são as teorias sobre as relações entre o Direito e a Moral. Vamos estudar as
principais delas:

TEORIA DE THOMASIUS (Séc. XVII até XVIII) - O Jurista alemão criou uma
diferenciação prática:
 Direito – só cuidava da ação humana depois de exteriorizada, sua área ficava limitada ao
“foro externo”.
 Moral – dizia respeito àquilo que está no plano da consciência, ação que se desenrola no
“foro íntimo”, sem a interferência de ninguém. Ações Íntimas.

Não havendo a possibilidade de invasão recíproca nos seus campos:

D M

Mundo do Direito Mundo da Moral

Dois Mundos desvinculados


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 Crítica: Esta teoria correspondia a uma aspiração da época, ou seja, a liberdade de


pensamento e de consciência recebia desta teoria a tutela desejada. Demonstrando um
radicalismo muito grande, porque em muitas situações o “foro íntimo” não pode ser
desprezado pelo Direito, por exemplo, no Direito Penal, onde para a configuração de um
crime doloso ou culposo examina-se a intenção do agente. No Direito Civil, a
anulabilidade dos atos jurídicos está ligada ao exame das intenções – dolo, erro, coação
ou fraude.

TEORIA DO MÍNIMO ÉTICO (1851 A 1911) - Desenvolvida pelo jurista alemão


George Jellinek cujo precursor foi “Benthan”.
Direito não é algo de diverso da Moral, mas é uma parte desta.

M
D

Haveria um campo de ação comum a ambos, sendo o Direito envolvido pela Moral.
“Tudo o que é jurídico é moral mas nem tudo o que é moral é jurídico”.
Crítica: Segundo esta teoria o Direito implantado por inteiro na moral ou seja, todas
as normas jurídicas se contêm no plano moral, e na realidade nem tudo que é jurídico é moral.
Exemplos: Sociedade Comercial onde apenas um sócio trabalha e ambos recebem o mesmo
quinhão. É moral? Não, mas é direito. Ou... Regras de Ordem Técnica que nada tem com a
moral, como a exigência de os condutores de veículos obedecerem a mão direita. Isso não poderá
influir no campo moral. Ainda - prazos do CPC, como para contestação - não influem na vida
moral.
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TEORIA DOS CÍRCULOS SECANTES (Claude Du Pasquier) Direito e Moral


possuem um campo de competência comum e, ao mesmo tempo uma área particular
independente.

D M

Direito e Moral atuam num mesmo campo

Pasquier distinguiu sem separar. Não se deve confundir os conceitos de Direito e


Moral, pois apesar de serem conceitos que se distinguem, eles não se separam. Distinguem-se,
pois existem problemas jurídicos estranhos à moral, como normas técnicas e prazo para
contestação. Não se separam, pois há um campo comum em que o Direito e a Moral coexistem,
onde há regras com qualidade jurídica e que têm caráter moral. Ex.: Assistência aos ascendentes
ou descendentes.
Na sociedade as regras sociais são cumpridas espontaneamente ou obrigatoriamente.
No Mundo da Moral, a conduta é espontânea, o comportamento encontra em si próprio a razão
de existir. Não podemos conceber o ato moral forçado, fruto da força ou da coação. Ninguém
pode ser bom pela violência. A moral é incompatível com a força, violência, ou seja, com a
coação – força juridicamente organizada.
No Mundo de Direito, a conduta é obrigatória. As regras são cumpridas
obrigatoriamente, porque o homem que vive em sociedade é coagido ou forçado a se comportar
de determinada maneira.
O Código Civil Brasileiro, como os de todas as nações civilizadas, consagra o
princípio da solidariedade econômica entre cônjuges e parentes. Neste sentido os descendentes
não podem faltar à assistência devida aos pais e avós, sempre que estes se encontrem em
dificuldades econômicas por motivos que não possam ser superados. É evidentemente um
preceito de ordem jurídica e, ao mesmo tempo, de ordem moral.
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A Ética
Ética é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. É uma ciência,
pois tem objeto próprio, leis próprias e método próprio. O objeto da Ética é a moral, um dos
aspectos do comportamento humano.
Não se confundem a Ética e a Moral. Ética é a teoria ou ciência do comportamento
moral dos homens em sociedade, enquanto a moral designa um arcabouço de valores positivos e
válidos na sociedade, fundamentando-se nos costumes. Moral é um conjunto de normas não
jurídicas que se formam com a repetição, adquiridas com o passar do tempo.
Tanto a ética quanto a moral envolvem a filosofia, a história, a psicologia, a religião,
a política, o direito, e toda uma estrutura que cerca o ser humano em suas relações interpessoais.
Não se confunde a Ética (tampouco a moral) com o Direito. O Direito, conforme já
vimos em disciplina propedêutica (IED), pode ser entendido como ciência, como norma e como
valor. Aqui pegamos a definição dogmática (o direito norma) para diferenciá-lo da moral (pela
coercibilidade presente no direito e ausente na moral); e da Ética (por ser esta apenas uma
ciência que tenta captar, explicar e orientar a aplicação das normas do direito, e também das
normas morais).
Assim, diferenciando Ética, Moral e Direito, a melhor apuração científica conclui
que:

 a Moral estabelece regras que são assumidas individualmente pela pessoa,


como uma forma de se manter em sociedade, de garantir o seu bem viver. A Moral
independe das fronteiras geográficas e garante uma identidade entre pessoas que sequer se
conhecem, mas utilizam este mesmo referencial moral comum. O descumprimento das
normas morais é punido internamente, pela consciência da pessoa, através de sentimentos
negativos como o arrependimento, o remorso, o constrangimento. A ação moral está ligada
à forma de se conduzir individualmente, observável pelas atitudes na vida e não somente
ações com conteúdo determinado (uma única atitude não demonstra/exprime a ética de
uma pessoa).
 o Direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada
pelas fronteiras do Estado. As leis tem uma base territorial, elas valem apenas para aquela
área geográfica onde uma determinada população ou seus delegados vivem. Suas normas
são postas pelo poder de coerção do estado e ao descumpridor deve ser aplicada uma
sanção externa, como a privação de liberdade, a expropriação de seus bens, etc.
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 a Ética é ciência da moral, é o estudo geral do que é bom ou mau. Age


eticamente a pessoa que executa suas ações com observância dos preceitos morais. Um dos
objetivos da Ética é a busca de justificativas para as regras propostas pela Moral e pelo
Direito. Esta reflexão sobre a ação humana é que a caracteriza.

CLASSIFICAÇÃO DA ÉTICA
Em primeira análise cumpre-nos compreender que a Ética possui uma grande divisão
de nosso interesse acadêmico: Ética Geral e Ética Aplicada.
A Ética Geral analisa e estuda as normas sociais que atingem toda a coletividade.
Esse ramo corresponde a uma abordagem ampla e mais abrangente e aberta da conduta ética,
considerando-se, para tanto, o conjunto de preceitos ACEITOS numa determinada cultura, época
e local, não pelo cosenso da população, mas sim pela maioria predominante. A ética geral é base
e fundamento para a formação da ética aplicada ou especializada.
A Ética Aplicada se restringe a apreciação de normas morais e códigos de ética
especificados em determinados segmentos da sociedade, pois estão relacionados ao
comportamento de grupos, coletividades, categorias de pessoas. Leva em conta o interesse
específico por ramo de atividade ou grupo de pessoas envolvido. Ex: ética ecológica,
profissional, familiar, política e empresarial.
A ética profissional (deontologia) está diretamente ligada à ação laboral, somada à
ação moral. É, portanto, parte da ética aplicada e se destina a verificar as normas que comandam
o relacionamento humano nas atividades profissionais. Da Ética Aplicada que nos interessa
(Deontologia Jurídica) nos deteremos em outro ponto do programa.
Ética é reflexão teórica, algo que transcende a prática moral, desconstruindo-a,
reformulando-a e fundando-a. Mas pode também ter sentido normativo (não legislativa, mas
como função crítica das normas).
Por isso, como saber filosófico a ética pode ser dividida em dois grandes ramos: a
ética normativa; e a metaética.
A ética normativa se concentra no estudo histórico-filosófico ou conceitual de
moralidade. Analisa as normas morais praticadas e aquelas não praticadas na sociedade, focando-
se nas normas sociais e na moralidade positiva.
Já a metaética é o estudo crítico dos sistemas éticos, ou seja, seu objeto é a própria
ética normativa. Seu objetivo é entender a natureza das propriedades éticas, enunciados, atitudes
e juízos.
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Enquanto as éticas normativas formulam seguintes questões como “O que alguém


deve fazer?”, endossando assim alguns juízos éticos de valor e rejeitando outros, a metaética
formula questões como “O que é o bem?” e “Como podemos dizer o que é bom e o que é mau?”,
procurando entender a natureza das propriedades e avaliações dos enunciados éticos.
A ética normativa é composta por várias correntes de pensamento, inseridas em
contextos histórico-filosóficos distintos. Essas correntes constituem grandes agrupamentos de
estudo da ética normativa e, como principais correntes, podemos citar:

Éticas normativas teleológicas (eudemonistas e hedonistas) que entendem ser a


principal finalidade da ética a condução a um fim natural, ou a felicidade, ou ao bem-estar e
utilidade geral. Tem como representantes - Socrátes, Platão, Aristóteles, Epicuro, Hume,
Bentham e Stuart Mill.

Éticas normativas deontológicas – para esta corrente, a noção primordial é a da


necessária e imperativa obediência ética pela consciência do DEVER e da responsabilidade
individual ou social (cristianismo, ética Kantiana, ética do Contrato Social).
Por relacionar-se com valores, a ética é axiológica, ou seja, uma teoria dos valores –
daquilo que é o bem. Aqui se verifica um impasse. Diante do dever e do valor, qual alternativa
seguir? O que é o correto? Aplicar a norma moral, ou a norma jurídica? O que é considerado
mais valioso (conduta, riqueza, beleza, entre outros)?
Polêmico, não é? A dúvida se avoluma quando se constata que existem dois
posicionamentos contrários com relação à perenidade ou universalidade das normas morais:

1. a corrente relativista e empirista consideram que a norma moral é mutável,


convencional e subjetiva (varia conforme a época e o lugar, sendo fruto da vontade
humana);
2. a corrente absolutista e apriorista prega uma moral universal e objetiva
(imutável no tempo e no espaço).

Outra diferença é que a corrente absolutista proclama o conhecimento  da norma


ética a priori, ou seja, o homem médio, livre de patologias, pode discernir, naturalmente, o que é
certo e o que é errado, segundo ditames do Direito Natural (uma espécie de semáforo moral que
naturalmente nos aponta, segundo noção preexistente do bem e do mal, se devemos seguir ou
não com certa conduta), pois para esta corrente os valores e a moral são imutáveis. A moral,
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segundo alguns doutrinadores, é aquilo que nos faz sentir bem; e imoral o que nos faz sentirmos
mal. Portanto, o intucionismo, para esta corrente, também conduziria a esse estado de espontânea
descoberta do que é certo e do que é do que é errado. Exemplo: não seria necessário consultar
um código para saber que matar é contra a natureza humana, contra a razão e senso comum dos
seres racionais.
Já a corrente relativista acredita seja este conhecimento de ordem empírica, vale
dizer, a cada tempo e para cada sociedade e até individualmente para cada pessoa, o que é certo e
o que é errado será decifrado pela experiência e conhecimento sobre os valores que atualmente
são válidos, aceitos pela sociedade da época ou até mesmo pela subjetividade.
A melhor doutrina entende, portanto, que a absoluta autonomia da vontade, onde
cada qual faça o que quiser em todos os setores da vida, justificando seus atos pela moral
subjetiva, não só parece ilógico, mas irracional e perigoso. Um teor mínimo de sensatez é
suficiente para o convencimento de que o relativismo ético é um grande risco para a humanidade.
Para melhor compreensão, as doutrinas morais são agrupadas em quatro
denominações (ou escolas éticas): ética empírica; ética de bens; ética formal; e ética valorativa.

1. Ética empírica

Para Immanuel Kant a filosofia pode ser: 1. empírica (baseada na experiência,


pretende derivar seus princípios da mera observação dos fatos); ou 2. pura (que se baseia em
princípios racionais).
As quatro vertentes da ética empírica são: a) ética anarquista; b) ética utilitarista; c)
ética ceticista; d) ética subjetivista.

A) Ética Anarquista
O vocábulo anarquista originou-se do grego, que significa ‘sem governo’. Traduz-se
através de uma inspiração primária instintiva para a liberdade, tendo direito o homem de usufruir
de toda a liberdade de agir, sem limitação de normas, de espaço e de tempo. O anarquismo
repudia toda norma e todo valor, convencionalismos sociais, religião, tudo constitui exigência
arbitrária. Modernamente, o anarquismo pode se apresentar como anarquismo individualista ou
como anarquismo comunista ou libertário. Coincidem ambos em dois pontos: 1. a liberdade
absolutista é a aspiração suprema do indivíduo; 2. toda organização da sociedade deve
desaparecer, por contrariar as exigências da natureza.
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B) Ética Utilitarista
Deriva do Utilitarismo (ou Positivismo Inglês).
O vocábulo utilitarista se presta a vários sentidos, tantos quantos se possa atribuir ao
vocábulo “utilidade”. Jeremy Bentham foi quem formulou o mais disseminado conceito de
utilidade. Para ele, entende-se por utilidade aquela propriedade, em qualquer objeto, mediante a
qual tende a produzir benefício, vantagem ou prazer, bem ou felicidade. Porém essa ideia foi
difundida antes por Hobbes, Locke e Dave Hume, entre outros filósofos. Francis Hutcheson,
autor menos citado, afirma que “a melhor ação é a procura da maior felicidade.” Em linhas gerais
o utilitarismo se caracteriza por considerar bom o que é útil.
A Ética utilitarista preceitua que os meios, por si, são instrumentos da ação, que não
requerem justificação, sendo falsa a afirmação de que “os fins justificam os meios”.
Passa a ser, então, uma “ética de fins”, pois os meios levam a finalidades úteis, não nefastas.
John Stuart Mill(1806-1873), difusor do utilitarismo junto com Jeremy Bentham(1748-1832),
ensina que o objetivo da ética é a felicidade do maior número de pessoas.
Mill afirmava que a felicidade é o fim desejável e que todas as outras coisas são desejáveis como
meios para atingir essa finalidade.

C) Ética Ceticista
Ceticismo é a corrente de pensamento que se contrapõe ao dogmatismo. Enquanto o
dogmatismo afirma a possibilidade de atingir-se a verdade com certeza e originalmente sem
limites, o ceticismo implica uma constante atitude dubitativa, em todos os graus e formas de
conhecimento, convertendo a ‘incerteza’ em característico essencial dos enunciados, tanto da
ciência quanto da Filosofia.

O cético não crê em coisa alguma, sem se deter a qualquer dogma. Aliás, não julga,
não toma partido algum, de afirmar, ou negar. De certa maneira, remonta à frase de Sócrates: “Só
sei que nada sei.”
Porém, duvidar de tudo sempre leva a alguma coisa?

Necessário, então, diferenciar a dúvida metódica da dúvida sistemática. Como


método a dúvida é uma suspensão do juízo transitória, no intuito de se atingir a certeza. Ou seja,
é algo normal que fecunda a reflexão e a pesquisa, para se tomar as decisões corretas, e não
acreditar em tudo que se coloca piamente em seu caminho, as meras aparências. É uma dúvida
saudável, em busca de um índice maior de certeza.
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Já a dúvida sistemática é característica dos que tudo duvidam, de forma permanente.


Eles declaram não crer em coisa alguma. Na dúvida sistemática existe a completa paralisia do
pensamento. Não há dúvida sobre o certo e o errado. A única atitude consequente com o credo
cético consiste em abster-se de adotar uma atitude.
Cético não é o que nega, nem o que afirma, senão o que se abstém de julgar. Na
realidade, os céticos não pregavam o ceticismo absoluto. Admitiam a existência  de alguns
valores e a necessidade de uma moral. Aceitavam algumas regras propiciadoras de uma relativa
felicidade:

1. Seguir as indicações da natureza;


2. Ceder aos impulsos das disposições passivas (ex: só comer quando tiver fome);
3. Submeter-se às leis e costumes do país onde se vive;
4. Não permanecer inativo e cultivar alguma arte.

Garcia Máynez fala que esse critério se baseia em quatro regras:


1. A primeira repousa sobre o pressuposto de que o valioso tem origem na natureza.
2. A segunda se baseia na ideia de que as necessidades humanas devem ser satisfeitas com
moderação.
3. A terceira implica o reconhecimento de que as leis e costumes do país merecem
acatamento e respeito.
4. A quarta  condena a inatividade e exalta a dignidade e  o trabalho.

D) Ética Subjetivista
A origem do subjetivismo se encontra em Protágoras, para quem “o homem é a
medida de todas as coisas.” Analisando esse postulado cada homem é a medida do real. Em
outras palavras  a verdade não é objetiva mais há tantas verdades quanto os sujeitos
cognoscentes. A teoria  de Protágoras conduziria ao agnosticismo (impossibilidade de se
conhecer tudo aquilo insuscetível de comprovação empírica, portanto, afirma a impossibilidade
de conhecer a natureza última das coisas). Todas as opiniões parecem verdadeiras igualmente, e
se tudo é verdade, nada é certo, pois o que a uma pessoa parece evidente a outra parece falso.
Na prática, o subjetivismo divide-se em: individualista e social.

D-1) Subjetivismo Ético Social (antropologismo ou subjetivismo ético específico)


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O subjetivismo ético social pretende ser uma teoria objetiva, onde os valores éticos
seriam produzidos pela apreciação coletiva. Assim se uma parcela considerável da humanidade
considera algo valioso, então isso será realmente valioso. Mas a maioria também pode errar (os
maiores erros da história se originaram de transe coletivo).
No subjetivismo ético social (também chamado subjetivismo ético específico),
busca-se o consenso, como uma imensa enquete de “Big Brother”. Busca-se objetividade por
meio do consenso, bastando a voz da maioria. Contudo, muito cuidado nessa hora. O senso
comum e os preconceitos batem forte nesse momento, o que pode levar a consequências
funestas, como a perseguição de minorias étnicas ou a conflitos de religião.
Para o subjetivismo ético social os valores éticos provêm de apreciação coletiva. Se
algo é considerado válido para alguém, só é realmente verdadeiro, se assim o for para outrem.
Porém, se assim o fosse, não teríamos, na sociedade, condutas reprováveis, pois tudo o que fosse
bom, verdadeiro e justo, assim o seria para todos.

D-2) Subjetivismo Ético Individualista


Para esta corrente cada sujeito estabelece o padrão ético que lhe convenha. As ideias
morais variam de indivíduo a indivíduo. Para estes, não há sentido em falar de valores fora da
subjetividade, pois cada um sabe estabelecer sua própria hierarquia valorativa, de acordo com
circunstâncias e experiências (por isso empírico) personalíssimas. Para esta corrente faz sentido,
por exemplo, o raciocínio de que condutas imorais se justificam na experiência e valoração de
quem produz o resultado.

2. A Ética dos bens 


Segundo Miguel Reale o bem é a força da Ética. A vida humana é o percurso em
busca do bem. Toda ética deveria ter receita de consecução do bem.  Ao contrário do relativismo,
essa formulação sustenta a existência de um valor fundamental denominado de bem supremo.
A ética de bens, dos fins, ou teleológica, é contrária ao relativismo. Portanto,
estabelece um valor fundamental, ou ‘télos’, um fim último que é estabelecido como parâmetro
ou meta a ser atingida pelo ser humano. Temos inúmeros exemplos desse tipo de ocorrência,
como é o caso dos universitários, que escolhem a profissão a ser seguida para nela se aprimorar e
assim obter sucesso. Para estabelecer a hierarquia dos fins, basta verificar qual deles pode ser,
simultaneamente, fim e meio para a obtenção de outro fim. Quando se defronta com um bem que
não pode ser meio de qualquer outro, então esse é o bem supremo.
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Há três importantes manifestações da ética dos bens. São elas: o eudemonismo, o


idealismo ético e o hedonismo.
Eudemonismo deriva de eudemonia, em grego, felicidade. Para eles a felicidade já
nasce com o homem. Este constitui um fim que não possui caráter de meio.
O eudemonismo avalia como eticamente positivas todas as atitudes que aproximem o
homem daquilo que ele considera felicidade. Partem do pressuposto de que a tendência à
felicidade já nasce com o homem. Todos os outros bens da vida podem ser meios para a
obtenção daquele que é o bem supremo, a felicidade, insuscetível de ser converter em meio para
uma finalidade que fosse ainda superior a ela.
No Idealismo o homem busca a prática do bem. Fazer o que é bom é fim, não meio,
mesmo que, sendo bom, não lhe traga nenhum benefício.
Praticar o bem é a finalidade do ser humano, de acordo com o idealismo. O idealista,
busca ser bom, o que pode coincidir, ou não, com ser feliz. A virtude é um fim nela mesma, e
não um meio. A história do homem está repleta de modelos idealistas. No passado e mesmo no
presente, ainda podem ser apontadas figuras que oferecem o seu esforço, o seu talento e a sua
dedicação a uma causa, mesmo que o fim não represente benefício ou felicidade individual para
quem age.
No Hedonismo, a felicidade constitui prazer, seja qual for o prazer obtido. Seja na
sua faceta sensual, do deleite, da atividade intelectual ou artística. Nada mais atual que o
hedonismo, a busca do prazer desenfreado, sem se preocupar necessariamente com as
consequências ou com o bem-estar ou consideração com o outro. Há várias doutrinas associadas
com o hedonismo.
Combinando-se essas formas puras podem surgir as formas mistas. “Há o
eudemonismo idealista, para o qual a felicidade é o fim supremo, mas o caminho único a atingi-
la é a virtude. O eudemonismo hedonista elegeu a felicidade como fim, mas o prazer como
meio”.
Para o aluno mais interessado, vale indicar o aprofundamento nesta classificação filosófica da
Ética dos Bens, em pesquisa aos principais filósofos e escolas, como os filósofos gregos,
principalmente Sócrates, Platão e Aristóteles; seguidos por Epicuro e pelos estoicos.

3. Ética Formal
A ética empírica e a ética dos bens referem-se aos resultados da conduta humana. Já
a ética formal, cujo principal representante é o alemão Immanuel Kant (1724-1804), preceitua
que o significado do comportamento moral está na pureza da vontade e na retidão dos propósitos
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do agente considerado, e não nos resultados externos. Aliás, magistralmente, Kant faz uma
diferenciação entre moralidade (foro íntimo, liberdade interna, autonomia) e legalidade (foro
externo, liberdade externa, heteronomia).
Kant, em sua contribuição para a ética, retirou as ideias de prazer e de utilidade da
moral. No campo moral, a conduta só é valiosa se sua motivação é o reconhecimento ao bem. No
entanto, se agiu para obter algo em troca, não se trata de ação moralmente positiva. Já no Direito
o valor supremo é a liberdade. “Sob influência de Cristiano Tomásio, distinguiu a moral do
Direito, entendendo que a primeira se ocuparia com o motivo da ação, que deveria identificar-se
com o amor ao bem, enquanto para o segundo o relevante seria o plano exterior das ações. Os
direitos naturais, que identificou com a liberdade, poderiam ser conhecidos a priori pela razão e
independeriam da legislação externa. O Direito Positivo, em contrapartida, não se vincula sem
uma legislação externa.

4. Ética dos Valores


Com a ética formal, Kant procurou evitar o relativismo histórico e o eudemonismo.
Outro ponto de vista foi o adotado por Max Scheler, no entanto, com base nos valores
experimentados seria possível obter a universalidade da ética. Há uma separação entre a intuição
dos valores (problema epistemológico) e a existência do valor (problema ontológico).

Para a filosofia valorativa, o valor moral não se baseia na ideia de dever, mas dá-se o
inverso: todo dever encontra fundamento em um valor. Só deve ser aquilo que é valioso e tudo o
que é valioso deve ser. A noção de valor passa a ser o conceito ético essencial. E valor não
arbitrariamente convencionado. Pois o que é valioso vale por si, ainda quando seu valor não seja
conhecido nem apreciado. É nossa consciência que nos adverte da existência dos valores.
Contudo, os valores não foram criados pela consciência, mas descobertos por ela. Só pode ser
descoberto o que já existe.
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ÉTICA NAS NEGOCIAÇÕES: VALE A PENA ?

NEGOCIAÇÃO: COMO GANHAR MAIS COM A ÉTICA

Diante de uma cultura político-social-organizacional onde a ética vem sendo em


muitos casos posta de lado cabe uma reflexão: - vale a pena negociar éticamente no Brasil? É
lucrativo deixar de levar vantagem? Deve-se agir espertamente ou participativamente? Afirmo
categoricamente: - negociar com ética é o melhor caminho para otimizar resultados.
Organizações e profissionais com postura ética tornam-se elementos de forte interesse por parte
dos demais negociadores já que inspiram confiança e irradiam credibilidade. Peter Drucker disse:
“quanto mais bem sucedido for o administrador maior terá que ser sua integridade”. Vemos
plena aplicação deste conceito em negociação. Herbert Stuckart em “Negociações” (Ed.Nobel)
cita pesquisa da Exxon Education Foundation onde se conclui que “a ética aumenta a
produtividade, reduz conflitos e reforça a instituição. Uma sólida base ética ajuda os
administradores a conviverem com abruptas mudanças” Diante disto proponho a você oito
pequenos mas eficazes procedimentos já experimentados e que ajudarão a solidificar a
abordagem ética em suas negociações:

1. VERIFIQUE O QUE NÃO É NEGOCIÁVEL...E ACEITE A REALIDADE! Há


muitas situações em que uma das partes não tem interesse em negociar por uma série de razões
implícitas ou explicitas. Disse J.Kenneth Galbraith: “negociação é como sexo; é preciso que
ambas as partes queiram”. Há algum tempo deparei com uma pessoa que desejava
insistentemente comprar meu carro por achá-lo em excelente estado. Ofereceu-me um valor bem
acima do mercado e ...não houve negociação! Simplesmente eu não estava pretendendo vendê-lo
e naquele momento o assunto não era negociável.
2. SEJA HONESTO CONSIGO E COM OS OUTROS Em negociação você estará
ganhando muito prestígio ao se tornar conhecido como alguém que pauta pela honestidade ainda
que em certas situações isto possa ter um custo e até mesmo resulte em certas frustrações
iniciais. Se por exemplo uma proposta de venda que você recebe está com algo errado tal como
preço ou prazo e isto poderia dar-lhe uma vantagem imprevista só o fato de você alertar o outro
lado para o equívoco trará um grande respeito a sua figura como negociador.
3. SEMPRE CUMPRA O PROMETIDO A palavra empenhada em uma negociação
é uma dívida a ser cumprida! Nunca faça promessas inalcançáveis ou simplesmente oportunistas
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em determinada situação só para concluir uma negociação aparentemente favorável. Você deve
sempre gerar confiança e credibilidade, fatores básicos na ética negocial.
4. GERE OPÇÕES Estude suas alternativas na fase de preparação da negociação e
gere um leque de opções a serem apresentadas. Isto facilitará seu desempenho e ajudará a
quebrar eventual insensibilidade do outro lado na busca de uma solução eticamente satisfatória.
5. ESTEJA DISPOSTO A DIZER NÃO Mesmo que aparente ser desconfortável não
hesite em dizer não quando determinado momento mostra que os fatos não estão corretos do
ponto de vista ético. Esta negativa não deverá parecer um confronto e sim mostrará sua
disposição e força interior, gerando mais respeito e disposição para o que é legítimo.
6. PROCURE CONHECER AS LEIS O Brasil é um país pródigo em instrumentos
legais. É realmente um cipoal a ser desvendado. Neste contexto convém você procurar se
familiarizar pelo menos com as leis que diretamente possam afetar sua ação na negociação.
Algumas das mais pertinentes são o Código de Defesa do Consumidor (Lei 8087), a do pregão
eletrônico nas licitações (lei 10520) e os próprios códigos civil e penal. É oportuno lembrar que
os códigos de ética das instituições profissionais (OAB,CRA,CREA,CRM,etc) podem fornecer
interessantes subsídios para quem negocia. Nos casos da necessidade de maior aprofundamento
convém você buscar a participação de um advogado especializado e de confiança. Esta ação é
igualmente importante se você negociar internacionalmente: procure conhecer as leis locais!
7. USE SURPRESAS MODERADAMENTE Um processo de negociação bem
planejado é a chave para evitar a utilização de muitas atitudes surpreendentes na reunião e ajuda
a estabelecer um clima de confiança e profissionalismo. Surpresas podem ter algum efeito
positivo e gerar valor a seu resultado desde que alicerçadas em fatos concretos.
8. MATERIALIZE A REGRA DE OURO Se você quer ser reconhecido com um
negociador competente e acima de tudo ético lembre-se desta regra de ouro: trate sempre o outro
negociador da mesma forma como você gostaria de ser tratado por ele! Isto humaniza o processo
e ajuda a construir um relacionamento sólido e efetivamente profissional, pautado pelo respeito e
pela honestidade que afinal caracterizam um ambiente ético na negociação.

(Material resumido do curso Vencendo nas Negociações, do autor., implementado


em mais de 200 organizações em todo o Brasil, dentre elas:
Petrobrás,Vale,Furnas,Varilux,Banco Central,CNPq, FioCruz,Votorantim) © 2006 Fernando
Silveira T&D.
http://www.administradores.com.br/artigos/etica_nas_negociacoes_vale_a_pena/11764/

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