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Manual de Curso de Licenciatura em Gestão Ambiental

Ecossistemas da Terra- 1º Ano

G0140
Universidade Católica de Moçambique
Centro de Ensino a Distância
Direitos de autor (copyright)
Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro de Ensino à Distância
(CED) e contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste manual,
no seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico,
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Universidade Católica
de Moçambique  Centro de Ensino à Distância). O não cumprimento desta advertência é passível a
processos judiciais.

Universidade Católica de Moçambique


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Cel: 82 50 18 44 0
Fax:23 32 64 06
E-mail: ced@ucm.ac.mz
Website: www.ucm.ac.mz
Agradecimentos
A Universidade Católica de Moçambique - Centro de Ensino à Distância e o autor do presente
manual, Dra. Telma Vasco Armando, gostariam de agradecer a colaboração dos seguintes indivíduos
e instituições na elaboração deste manual:

Dra. Queran Prabudás N. Esmael


Revisão final
Coordenadora do Curso de Gestão Ambiental

Elaborado Por: Dra. Telma Vasco Armando

Licenciada em Ensino de Geografia pela Universidade Pedagógica-Beira

Docente da Universidade Pedagógica, Delegação da Beira

Coordenação, Maquetização e Revisão Final: Msc. Queran Prabudás N. Esmael

Coordenação, Maquetização e Revisão Final: Msc. Queran Prabudás N. Esmael

Mestarda em Planeamento e Desenvolvimento Regional;

Pós- graduação em Ciências e Sistemas de Informação Geográfica;

Coordenadora do Curso de Gestão Ambiental no CED.


Índice
Visão geral 7
Bem-vindo a Ecossistema da Terra................................................................................ 7
Objectivos do curso ....................................................................................................... 7
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................ 8
Como está estruturado este módulo ............................................................................... 8
Ícones de actividade ...................................................................................................... 9
Habilidades de estudo.................................................................................................... 9
Precisa de apoio?......................................................................................................... 10
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ............................................................................ 10
Avaliação .................................................................................................................... 11

Unidade I 13
Introdução a Ecossistemas da Terra ............................................................................. 13
Introdução .......................................................................................................... 13
Sumário ............................................................................................................. 20
Exercícios .......................................................................................................... 20

Unidade II 21
Historis da Ecologia (Origem e evolução da Ecologia ) .............................................. 21
Introdução .......................................................................................................... 21
Sumário ............................................................................................................. 24
Exercícios .......................................................................................................... 25

Unidade III 26
Ramos da Ecologia...................................................................................................... 26
Introdução .......................................................................................................... 26
Sumário ............................................................................................................. 27
Exercícios .......................................................................................................... 28

Unidade IV 29
Origem e disseminação dos organismos vivos ............................................................. 29
Origem da vida............................................................................................................ 29
Introdução .......................................................................................................... 29

Exercícios .......................................................................................................... 44

Unidade V 45
Factores ecológicos abióticos ...................................................................................... 45
Introdução .......................................................................................................... 45
Sumário ............................................................................................................. 50
Exercícios .......................................................................................................... 51
Unidade VI 52
Factores ecológicos bióticos ........................................................................................ 52
Introdução .......................................................................................................... 52
Sumário ............................................................................................................. 64
Exercícios .......................................................................................................... 65

Unidade VII 66
Biodiversidade ............................................................................................................ 66
Introdução .......................................................................................................... 66

Sumário ............................................................................................................. 73
Exercícios .......................................................................................................... 74

Unidade VIII 75
Classificação da Biodiversidade .................................................................................. 75
Sistemas de classificacao Taxaonomia Nomeclatura.................................................... 75
Introdução .......................................................................................................... 75
Sumário ............................................................................................................. 81
Exercícios .......................................................................................................... 82

Unidade IX 83
Ecologia das Populações (Factores da distribuição espacial dos indivíduos) ............... 83
Introdução .......................................................................................................... 83
Sumário ............................................................................................................. 90
Exercícios .......................................................................................................... 91

Unidade X 92
A densidade e crescimento das populações (flutuações das populações) ...................... 92
Introdução .......................................................................................................... 92
Sumário ............................................................................................................. 99
Exercícios .......................................................................................................... 99

Unidade XI 100
Sucessoes cologicas .................................................................................................. 100
Introdução ........................................................................................................ 100
Sumário ............................................................................................................................ 103
Exercícios ........................................................................................................ 103

Unidade XII 104


Cadeia alimentar Noções gerais sobre cadeia alimentar e nível trófico ....................... 104
Introdução ........................................................................................................ 104
Sumário ........................................................................................................... 112
Exercícios ........................................................................................................ 112
Unidade XIII 113
Pirâmides ecológicas ................................................................................................. 113
Introdução ........................................................................................................ 113
Sumário ........................................................................................................... 115
Exercícios ........................................................................................................ 116

Unidade XIV 117


Ciclos biogeoquimicos .............................................................................................. 117
Introdução ........................................................................................................ 117

Sumário..................................................................................................................... 157
Exercícios ........................................................................................................ 157

Unidade XV 158
Produtividade dos ecossistemas ................................................................................. 158
Introdução ........................................................................................................ 158

Exercícios ........................................................................................................ 168

Unidade XVI 169


Transferência de energia nos ecossistemas ................................................................ 169
Introdução ........................................................................................................ 169

Sumário ........................................................................................................... 177


Exercícios ........................................................................................................ 177

Unidade XVII 178


Biodiversidade no Mundo ......................................................................................... 178
Introdução ........................................................................................................ 178
Exercícios ........................................................................................................ 192

Unidade XVIII 193


Ecossistemas terrestres .............................................................................................. 193
Introdução ........................................................................................................ 193
Sumário ........................................................................................................... 205
Exercícios ........................................................................................................ 207

Unidade XX 208
Biodiversidade em Moçambique ............................................................................... 208
Introdução ........................................................................................................ 208
Sumário ........................................................................................................... 216
Exercícios ........................................................................................................ 217
Unidade XXI 218
Uso da Biodiversidade ao nível da comunidade ......................................................... 218
Introdução ........................................................................................................ 218
Uso da Biodiversidade ao nível da comunidade ................................................ 218
Sumário ........................................................................................................... 225
Exercícios ........................................................................................................ 226

Unidade XXII 227


Ecossistemas marinhos .............................................................................................. 227
Introdução ........................................................................................................ 227
Factores abióticos que condicionam os ecossistemas marinhos.................................. 228
Sumário ........................................................................................................... 242
Exercícios ........................................................................................................ 242

Unidade XXIII 243


Ecossistemas de água doce ........................................................................................ 243
Introdução ........................................................................................................ 243

Sumário ........................................................................................................... 250


Exercícios ........................................................................................................ 250
Bibliografia ............................................................................................................... 251
Visão geral
Bem-vindo a Ecossistema da Terra

A cadeira de Ecossistemas da Terra é uma das que fornecem ao estudante os meios necessários que
o possibilitam uma análise da complexidade do Funcionamento do meio ambiente, participando em
equipas de trabalho que realizam actividades nessa área. Deste modo o estudante terá domínio da
teorização de Ecossistemas e Biodiversidade, aplicando os saberes em diferentes contextos;
participará em equipas que realizam estudos de âmbito de Gestão Ambiental visando a promoção do
desenvolvimento das comunidades e a melhoria da qualidade de vida em Moçambique aliando isso a
preservação ambiental; irá conceber e executar projectos de protecção e conservação dos
ecossistemas e Biodiversidade, identificar as potencialidades dos recursos existentes para a
promoção do desenvolvimento das comunidades através de Projectos de Desenvolvimento
baseando-se no desenvolvimento sustentável.

Objectivos do curso

Com a disciplina de Ecossistema da terra o estudante deve:


 Desenvolver uma nova visão sobre os ecossistemas como
entidades dinâmicas provedoras de bens e serviços vitais para as
Objectivos comunidades cuja descrição e avaliação deve merecer uma
atenção especial dos planificadores;

 Compreender a capacidade de análise crítica e busca de


soluções para problemas ambientais e comunitários.
Quem deveria estudar este módulo
Este Módulo foi concebido para todos aqueles estudantes que queiram ser gestores ambientais, que
estão a frequentar o curso de Licenciatura em Gestão Ambiental, do Centro de Ensino a Distância.
Estendese a todos que queiram consolidar os seus conhecimentos sobre os Ecossistemas da terra
e Biodiversidade.

Como está estruturado este módulo


Todos os módulos dos cursos produzidos pela Universidade Católica de Moçambique - Centro de
Ensino a Distância encontram-se estruturados da seguinte maneira:
 Páginas introdutórias

 Um índice completo.
 Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os aspectos-
chave que você precisa conhecer para completar o estudo.
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de
começar o seu estudo.

Conteúdo do curso/módulo
O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma introdução,
objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo actividades de
aprendizagem, um summary da unidade e uma ou mais actividades para
auto-avaliação.
Outros recursos
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista de
recursos adicionais para você explorar. Estes recursos podem incluir livros,
artigos ou sites na internet.

Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação

Tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final de cada unidade.


Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para
desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar.
Estes elementos encontram-se no final de cada unidade.
Estes elementos encontram-se no final de cada unidade.
Comentários e sugestões
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários sobre a
estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os seus comentários serão úteis para
nos ajudar a avaliar e melhorar este curso / módulo.

Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes ícones
servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela
específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.

Acerca dos ícones


Os ícones usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos por adrinka. Estes símbolos têm origem
no povo Ashante de África Ocidental, datam do século 17 e ainda se usam hoje em dia.

Habilidades de estudo
Durante a formação, para facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará empenho,
dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons resultados apenas se conseguem com estratégias
eficazes e por isso é importante saber como estudar. Apresento algumas sugestões para que possa
maximizar o tempo dedicado aos estudos:
Antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal
para si: Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de
tarde/fins de semana/ao longo da semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio
barulhento? Preciso de um intervalo de 30 em 30 minutos/de hora a hora/de duas em duas horas/sem
interrupção?
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado durante um determinado período
de tempo; Deve estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando
achar que já domina bem o anterior. É preferível saber bem algumas partes da matéria do que saber
pouco sobre muitas partes.
Deve evitar-se estudar muitas horas seguidas antes das avaliações, porque, devido à falta de tempo e
consequentes ansiedade e insegurança, começa a ter-se dificuldades de concentração e de
memorização para organizar toda a informação estudada. Para isso torna-se necessário que: Organize
na sua agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve estudar durante a semana;
Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo
será dedicado ao estudo e a outras actividades.
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma necessidade para o estudo
das diversas matérias que compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar a
estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e Pode
escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a margem
para colocar comentários seus relacionados com o que está a ler; a melhor altura para sublinhar é
imediatamente a seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; Utilizar o
dicionário sempre que surja um conceito cujo significado desconhece;

Precisa de apoio?
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra situação, o material impresso, lhe pode
suscitar alguma dúvida (falta de clareza, alguns erros de natureza frásica, prováveis erros ortográficos,
falta de clareza conteudística, etc). Nestes casos, contacte o tutor, via telefone, escreva uma carta
participando a situação e se estiver próximo do tutor, contacteo pessoalmente.
Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o estudante ter a oportunidade de
interagir objectivamente com o tutor, usando para o efeito os mecanismos apresentados acima.
Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interacção, em caso de problemas específicos ele deve
ser o primeiro a ser contactado, numa fase posterior contacte o coordenador do curso e se o problema
for de natureza geral. Contacte a direcção do CED, pelo número 825018440.
Os contactos só se podem efectuar, nos dias úteis e nas horas normais de expediente.
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem a oportunidade de interagir
com todo o staff do CED, neste período pode apresentar duvidas, tratar questões administrativas,
entre outras.
O estudo em grupo com os colegas é uma forma a ter em conta, busque apoio com os colegas,
discutam juntos, apoiemse mutuamente, reflictam sobre estratégias de superação, mas produza de
forma independente o seu próprio saber e desenvolva suas competências.

Tarefas (avaliação e auto-


avaliação)
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e autoavaliação), contudo nem
todas deverão ser entregues, mas é importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues
antes do período presencial.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não cumprimento dos prazos de entrega,
implica a não classificação do estudante.
Os trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser dirigidos ao tutor\docentes.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os mesmos devem ser
devidamente referenciados, respeitando os direitos do autor.
O plagiarismo deve ser evitado, a transcrição fiel de mais de 8 (oito) palavras de um autor, sem o citar
é considerado plágio. A honestidade, humildade científica e o respeito pelos direitos autoriais devem
marcar a realização dos trabalhos.

Avaliação
Você será avaliado durante o estudo independente (80% do curso) e o período presencial (20%). A
avaliação do estudante é regulamentada com base no chamado regulamento de avaliação.

Os trabalhos de campo por ti desenvolvidos, durante o estudo individual, concorrem para os 25% do
cálculo da média de frequência da cadeira.

Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões presenciais, eles representam
60%, o que adicionado aos 40% da média de frequência, determinam a nota final com a qual o
estudante conclui a cadeira.

A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.

Nesta cadeira o estudante deverá realizar 3 (três) trabalhos, 2 (dois) testes e 1 (exame).

Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados como ferramentas de avaliação
formativa.

Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em consideração a apresentação, a


coerência textual, o grau de cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a
identificação das referências utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.

Os objectivos e critérios de avaliação estão indicados no manual. Consulteos.


Unidade I
Introdução a Ecossistemas da
Terra

Introdução
Nesta unidade iremos discutir os aspectos introdutórios dos Ecossistemas
e Biodiversidade seu conceito, Objectivo de estudo, aplicação e
metodologias.

Para o estudo de uma ciência é necessários que iniciemos logo de


antemão com os conhecimentos de base de modo que o estudante da
disciplina saiba o que lhe espera.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Definir Ecossistema;
 Definir Biodiversidade;
Objectivos
 Dar o conceito Ecossistema e Biodiversidade;
 Identificar os objectivos de estudo de Ecossistemas e Biodiversidade
bem como a sua aplicação;
 Explicar a aplicação dos diferentes métodos de estudo dos
Ecossistemas e Biodiversidade.
Introdução a Ecossistemas da terra e Biodiversidade
Ecossistemas e Biodiversidade (EB)

O termo "Ecossistema" foi utilizado pela primeira vez em 1935 pelo ecólogo
britânico Arthur Tansley. Em alguns países na Europa, especialmente na
Rússia, utiliza-se a expressão “Biocenose” para identificar o Ecossistema.
Desde o início de sua caracterização o termo ecossistema vem obtendo
diversas conceituações.

Um ecossistema é um conjunto localizado de componentes vivos e não vivos


através do qual se transmite energia e a matéria passa por um ciclo. Os
elementos vivos actuam como produtores, consumidores, ou desintegradores.
Os produtores convertem a energia da luz do Sol em energia química, os
consumidores alimentam-se dos produtores e os desintegradores convertem
novamente os produtores e os consumidores em matéria inorgânica.

O interesse pela ecologia na sociedade actual traduz, na verdade, o interesse


pelo ecossistema que os seres humanos habitam. Interessamo-nos por
problemas tão diversos como a qualidade do ar que respiramos e a água que
bebemos, a utilização inteligente das nossas reservas de energia, os efeitos
das nossas actividades sobre os nossos organismos, e na origem da maioria
destes problemas, as dimensões da população humana. Vamos iniciar o
nosso estudo dos ecossistemas e Biodiverside ao nível da ecologia.

Um ecossistema é qualquer conjunto de organismos vivos e de substâncias


não vivas no qual existe uma troca contínua de materiais e de energia.
Embora barreiras geográficas possam separar um ecossistema de outro, não
há limites de dimensões fixas em termos de números de organismos, área, ou
quantidades de matéria e de energia presentes.

Os ecossistemas podem variar desde um aquário equilibrado em casa até um


oceano inteiro. Todos os ecossistemas mantêm um equilíbrio dinâmico,
evoluindo constantemente, mas tão devagar que geralmente não podemos
observar as alterações. A maior parte da matéria no sistema é continuamente
reciclado e as perdas de energia são compensadas pela energia adquirida do
meio, quer seja do sol, quer de uma lâmpada de aquário.

Ecossistemas - Definição

A ciência que estuda os ecossistemas, ou seja é o estudo científico da


distribuição e abundância dos seres vivos e das interacções que determinam
a sua distribuição e abundância denomina-se Ecologia.

Ecossistema (grego oykos, casa + σύστημα), designa o conjunto formado


por todos os factores bióticos e abióticos que actuam simultaneamente sobre
determinada região. Considerando como factores bióticos as diversas
populações de animais, plantas e bactérias e os abióticos os factores
externos como a água, o sol, o solo, o gelo, o vento.

Figura 1. Perfil de um ecossistema formado pela mata e um riacho de água doce.

Fonte: portalsaofrancisco.com.br

Assim, podemos concluir que ecossistemas são sistemas ecológicos, um


conjunto que engloba os seres vivos e o meio. No ecossistema, há uma
interacção permanente entre os seres vivos e o meio.

Os diferentes níveis ou escalas dos ecossitemas

Os ecossistemas podem ser estudados em diferentes níveis ou escals:


Na escala Macro temos a biosfera que é o ambiente biológico onde vivem
todos os seres vivos.
Na Meso temos os biociclos que são ambientes menores dentro da biosfera.
Existem três tipos de biociclos: terrestre (epinociclo), água doce (limnociclo) e
marinho (talassociclo).

Na Micro temos a biocra que é uma parte do biociclo com características


próprias. Assim, no biociclo terrestre, existem quatro biocoras: floresta,
savana, campo e deserto.

Dentro da biocora podemos encontrar regiões diferentes chamadas biomas.


Assim, na biocora floresta podemos encontrar a floresta tropical, temperada,
etc.

Noção de Biodiversidade

Biodiversidade ou diversidade biológica é a diversidade da natureza viva.


Desde 1986, o termo e conceito têm adquirido largo uso entre biólogos,
ambientalistas, líderes políticos e cidadãos informados no mundo todo. Este
uso coincidiu com o aumento da preocupação com a extinção, observado nas
últimas décadas do Século XX.

Biodiversidade é a variedade e a variabilidade existente entre os organismos


vivos e as complexidades ecológicas nas quais elas ocorrem. Ela pode ser
entendida como uma associação de vários componentes hierárquicos:
ecossistema, comunidade, espécies, populações e genes em uma área
definida. A biodiversidade varia com as diferentes regiões ecológicas, sendo
maior nas regiões tropicais do que nos climas temperados.

Refere-se à variedade de vida no planeta Terra, incluindo a variedade


genética dentro das populações e espécies, a variedade de espécies da flora,
da fauna, de fungos macroscópicos e de microrganismos, a variedade de
funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas; e a
variedade de comunidades, habitats e ecossistemas formados pelos
organismos.

A Biodiversidade refere-se tanto ao número (riqueza) de diferentes categorias


biológicas quanto à abundância relativa (equitatividade) dessas categorias. E
inclui variabilidade ao nível local (alfa diversidade), complementaridade
biológica entre habitats (beta diversidade) e variabilidade entre paisagens
(gama diversidade). Ela inclui, assim, a totalidade dos recursos vivos, ou
biológicos, e dos recursos genéticos, e seus componentes.

Biodiversidade - Definição

O termo Biodiversidade - ou Diversidade Biológica - descreve a riqueza e


a variedade do mundo natural. As plantas, os animais e os microrganismos
fornecem alimentos, remédios e boa parte da matéria-prima industrial
consumida pelo ser humano.

A biodiversidade é considerada a vários níveis:

1. Diversidade genética - diversidade dos genes em uma espécie que estão


dentro dos cromossomas (códigos genéticos que transmitem
características dos progenitores para as crias);

2. Diversidade de espécies - diversidade entre espécies (tipo de plantas e


animais);

3. Diversidade de ecossistemas - diversidade em um nível mais alto de


organização, incluindo todos os níveis de variação desde o genético
(diversidade de meios e de organismos que vivem neste meio);

Exemplo de Biodiversidade

O Parque Nacional da Gorongosa (PNG) é um exemplo de biodiversidade


porque dentro desse meio podemos encontrar uma diversidade de animais,
de plantas que habitam os diferentes meios. Assim, em Gorongosa temos
uma diversidade de sistemas, ecossistemas de montanhas, rios, lacustres ou
de lagos.

Objecto de Estudo

O objecto de estudo dos Ecossistemas e Biodiversidade, é a análise dos


ecossistemas, sua evolução, sua dinâmica, incluíndo as formas de utilização
dos ecossistemas e da biodiversidade.

Importância do estudo dos Ecossistemas da Terra e da Biodiversidade


 Os ecossistemas e a sua biodiversidade são os principais recursos
renováveis necessários para o desenvolvimento sustentável das
comunidades.

 As biodiversidades e os ecossistemas são fontes de bens e serviços


susceptíveis de gerar rendimentos quando explorados de uma forma
sustentável; são fontes de alimentos como por exemplo, de carne, frutos e
mel; são também fonte de medicamentos; de material de construção; de
matéria-prima para indústrias, como por exemplo, o algodão para a
indústria têxtil; são também fonte de turismo, não para extrair plantas mas
sim, para o aproveitamento do meio ambiente, lazer para os turistas; serve
também para a defesa contra a erosão dos solos, entre outros vários
serviços da sociedade e da economia.

 O estudo dos ecossistemas e da biodiversidade também é importante para


planificar o uso da terra.

Método

São procedimentos e técnicas utilizadas para a obtenção de dados sobre o


estado dos ecossistemas.

Os métodos são vários, dependendo dos objectivos a alcançar e das


tecnologias disponíveis.

Eles se subdividem em dois grupos:

- Métodos quantitativos;

- Métodos qualitativos.

Métodos quantitativos

Envolvem o uso de modelos matemáticos e estatísticos para o estudo dos


ecossistemas.

Caracterizam-se pela preocupação com a precisão. Envolvem por exemplo


estimativas do tamanho das populações de animais e plantas; envolvem
estatística acerca de frequência de animais numa determinada região,
envolvem cálculos de produtividade dos ecossistemas, entre outras
necessidades de dados.
Os métodos quantitativos geralmente são produzidos em estacões de
experimentação em laboratórios de Biologia, em parques nacionais, onde é
possível realizar observações sistemáticas acerca dos seres vivos e do seu
comportamento.

Métodos qualitativos

São aqueles que envolvem apenas a descrição de fenómenos sem precisão.

São realizados em estudos envolvendo consultas bibliográficas, em trabalhos


de campo de observação directa, a utilização de mapas para descrever a
prestação de um meio, as entrevistas a informadores chaves.

Na prática, os métodos são sempre empregues em conjugação, ou seja, eles


complementam-se um do outro. Um estudo utilizando métodos qualitativos
pode fazer o uso de ilustrações quantitativas; enquanto que os métodos
quantitativos podem começar com avaliações preliminares qualitativas ou
seja, descritivas.

Aplicação do Estudo de Ecossitemas e Biodiversidade

 Aplica-se no planeamento físico em geral – para saber;

 Na conservação – identificação e gestão de áreas protegidas. As


propostas de novas áreas de conservação devem ser fundamentadas com
o conhecimento dos ecossistemas;

 A gestão florestal em geral, envolve a gestão das quantidades de árvores


na floresta que podem ser abatidas; no que diz respeito a madeiras e as
licenças; as cotas para o abate de espécies de plantas e animais; a
declaração de animais ou plantas como estando em perigo de extinção;

 O uso dos ecossistemas, tem a sua utilidade na veterinária, no estudo de


parasitas predadores provenientes de fauna bravia que podem prejudicar o
gado, é importante também a gestão das pastagens.
Sumário
Um ecossistema é um conjunto localizado de componentes vivos e não vivos
através do qual se transmite energia e a matéria passa por um ciclo.

Biodiversidade é a variedade e a variabilidade existente entre os organismos


vivos e as complexidades ecológicas nas quais elas ocorrem.

Ecossistema e Biodiversidade é um sistema ecológico com uma variedade e


variabilidade de organismos vivos e a interacção dos mesmos com o meio.

Ecossistema e Biodiversidade têm como objecto de estudo a evolução e


dinâmica dos ecossistemas bem como a sua utilização.

Importa estudar os Ecossistemas e Biodiversidade porque constituem os


principais recursos renováveis, base de sobrevivência das comunidades.

Os métodos aplicados no seu estudo dividem-se em qualitativos e quantitativos


dependendo do problemas a pesquisar.

O estudo dos EB tem várias aplicações destacando-se a gestão e conservação


dos recursos naturais.

Exercícios
1. Diferencia Ecossistema de Biodiversidade.
2. Dê exemplo de um ecossistema.
3. Descreva a importância do estudo de Ecossistema e
Biodiversidade.
4. Com base em exemplos concretos explique a aplicação de um
método específico no estudo dos ecossistemas e Biodiversidade.

Entregar os exercícios: 1 e 4 desta unidade, trabalho com código T- G-


0140
Unidade II
Historis da Ecologia (Origem e
evolução da Ecologia)
Contribuição de alguns cientistas ao desenvolvimento da ecologia

Introdução
Nesta unidade iremos analisar a História da ecologia, sendo esta uma
ciência pela qual as ciências ambientais têm a sua base, olhando para o
contexto em que ela surgiu e evoluiu assim como a contribuição dos
pensadores na evolução da mesma.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Definir ecologia;
Objectivos
 Explicar a origem da ecologia;

 Indicar a importância da ecologia no estudo dos ecossistemas e


Biodiversidade.

Origem e evolução da ecologia

A Ecologia é a ciência que estuda os ecossistemas, ou seja é o estudo


científico da distribuição e abundância dos seres vivos e das interacções
que determinam a sua distribuição e abundância. As interacções podem
ser entre seres vivos e/ou com o meio ambiente. A palavra Ecologia tem
origem no grego “oikos", que significa casa, e "logos", estudo. Logo, por
extensão seria o estudo da casa, ou de forma mais genérica, do lugar
onde se vive.
O cientista alemão Ernst Haeckel, em 1869, usou pela primeira vez este
termo para designar o estudo das relações entre os seres vivos e o
ambiente em que vivem.

A Ecologia pode ser dividida em Autoecologia, Demoecologia e


Sinecologia. Entretanto, diversos ramos têm surgido utilizando diversas
áreas do conhecimento: Biologia da Conservação, Ecologia da
Restauração, Ecologia Numérica, Ecologia Quantitativa, Ecologia Teórica,
Macroecologia, Ecofisiologia, Agroecologia, Ecologia da Paisagem. Ainda
pode-se dividir a Ecologia em Ecologia Vegetal e Animal e ainda em
Ecologia Terrestre e Aquática.

O meio ambiente afecta os seres vivos não só pelo espaço necessário à


sua sobrevivência e reprodução, mas também às suas funções vitais,
incluindo o seu comportamento, através do metabolismo. Por essa razão,
o meio ambiente, e a sua qualidade, determinam o número de indivíduos
e de espécies que podem viver no mesmo habitat. Por outro lado, os
seres vivos também alteram permanentemente o meio ambiente em que
vivem. O exemplo mais dramático de alteração do meio ambiente por
organismos é a construção dos recifes de coral1 por minúsculos
invertebrados, os pólipos coralinos.

As relações entre os diversos seres vivos existentes num ecossistema


também influenciam na distribuição e abundância deles próprios. Como
exemplo, incluem a competição pelo espaço, pelo alimento ou por
parceiros para a reprodução, a predação de organismos por outros, a
simbiose entre diferentes espécies que cooperam para a sua mútua
sobrevivência, o comensalismo, o parasitismo e outras.

Com a maior compreensão dos conceitos ecológicos e da verificação das


alterações de vários ecossistemas pelo homem, levou ao conceito da
Ecologia Humana que estuda as relações entre o Homem e a Biosfera,

1 Os recifes de corais são formados com o acúmulo de corais e do calcario de certas


algas. Com o tempo, em condições favoráveis, um recife de coral pode transformar-se
numa ilha ou, pelo menos, em um atol.
principalmente do ponto de vista da manutenção da sua saúde, não só
física, mas também social.

Com o passar do tempo surgiram também os conceitos de conservação


que se impuseram na actuação dos governos, quer através das acções de
regulamentação do uso do ambiente natural e das suas espécies, quer
através de várias organizações ambientalistas que promovem a
disseminação do conhecimento sobre estas interacções entre o homem e
a biosfera.

Há muitas aplicações práticas da ecologia, como a biologia da


conservação, gestão de zonas húmidas, gestão de recursos naturais
(agricultura, silvicultura e pesca), planeamento da cidade e aplicações na
economia.

Organização e estudo da Ecologia

Para que possamos delimitar o campo de estudo em ecologia devemos, em


primeiro lugar, compreender os níveis de organização entre os seres vivos.
Portanto, podemos dizer, que o nível mais simples é o do protoplasma, que é
definido como substância viva. O protoplasma é o constituinte da célula,
portanto, a célula é a unidade básica e fundamental dos seres vivos. Quando um
conjunto de células com as mesmas funções está reunido temos um tecido.
Vários tecidos formam um órgão e um conjunto de órgãos formam um sistema.
Todos os sistemas reunidos dão origem a um organismo. Quando vários
organismos da mesma espécie estão reunidos numa mesma região, temos uma
população. Várias populações num mesmo local formam uma comunidade.
Tudo isto reunido e trabalhando em harmonia forma um ecossistema. Todos os
ecossistemas reunidos num mesmo sistema como aqui no Planeta Terra temos a
Biosfera.

Breve História

Em 1906 a anarquista Emma Goldman criou a revista Mother Earth (Mãe Terra),
uma das primeiras revistas ecologistas. A ecologia pode ser considerada como
um estudo de todos os animais e todos os seres vivos existentes na terra, numa
análise geral do seu estado.

Conflitos com a sociedade


Nosso modelo de desenvolvimento económico baseia-se no capitalismo, que
promove a produção de bens de consumo cada vez mais caros e sofisticados e
isso esbarra na ecologia, pois não pode haver uma produção ilimitada desses
bens de consumo na biosfera finita e limitada.

Conceitos ecológicos importantes

 Indivíduo: é a unidade de vida que se manifesta. É um representante de


uma espécie.
 Espécie: é o conjunto de indivíduos altamente semelhantes, que na natureza
são capazes de intercruzarem, produzindo descendentes férteis.
 População: grupo de indivíduos de mesma espécie Genericamente, uma
população é o conjunto de pessoas ou organismos de uma mesma espécie
que habitam uma determinada área, num espaço de tempo definido.
 Comunidade ou biocenose: conjunto de espécies diferentes que sofrem
interferência umas nas outras.

Uma comunidade pode ter seus limites definidos de acordo com


características que signifiquem algo para nós, investigadores humanos. Mas
ela também pode ser definida a partir da perspectiva de um determinado
organismo da comunidade. Por exemplo, as comunidades possuem estrutura
trófica, fluxo de energia, diversidade de espécies, processos de sucessão,
entre outros componentes e propriedades.

Sumário
Concluímos que, a Ecologia é a ciência que estuda os ecossistemas, ou
seja é o estudo científico da distribuição e abundância dos seres vivos e
das interacções que determinam a sua distribuição e abundância.

Portanto, há muitas aplicações práticas da ecologia, como a biologia da


conservação, gestão de zonas húmidas, gestão de recursos naturais (agricultura,
silvicultura e pesca), planeamento da cidade e aplicações na economia.

No entanto, existe uma relação recíproca entre o meio ambiente e os seres


vivos, pois, o meio ambiente afecta os seres vivos não só pelo espaço
necessário à sua sobrevivência e reprodução, mas também às suas funções
vitais, incluindo o seu comportamento, através do metabolismo. Por essa razão,
o meio ambiente, e a sua qualidade, determinam o número de indivíduos e de
espécies que podem viver no mesmo habitat. Por outro lado, os seres vivos
também alteram permanentemente o meio ambiente em que vivem. O exemplo
mais dramático de alteração do meio ambiente por organismos é a construção
dos recifes de coral por minúsculos invertebrados, os pólipos coralinos.

Exercícios
1. Defina ecologia.
2. Explique a origem da ecologia.
3. Descreva a importância da ecologia no estudo dos ecossistemas
e Biodiversidade.
Entregar o exercício: 2 e 3 desta unidade, trabalho com código T- G- 0140
Unidade III
Ramos da Ecologia

Introdução
Com base nos conhecimentos adquiridos sobre a história da ecologia,
nesta unidade vamos abordar os ramos da eologia e suas
particularidades. Exitem varias subdivisões da Ecologia mas
essencialmente ela divide-se em três ramos que a seguir passaremos a
mencionar no desenvolvimento desta unidade.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Identificar os ramos da ecologia;

 Caracterizar os ramos da ecologia.


Objectivos

Ramos da Ecologia

O estudo de Ecologia pode ser dividido em vários ramos (áreas).


Os três principais ramos desta ciência são: Autoecologia,
Sinecologia e Demoecologia. A divisão da Ecologia nestes três
grandes ramos de estudo foi feita pelo botânico Carl Schroter no
começo do século XX.

Autoecologia
Estuda as espécies a partir de suas relações com o meio
ambiente. Ou seja, como cada espécie (animal ou vegetal) reage
separadamente à determinados fatores ambientais (clima,
vegetação, relevo, etc.). É o um ramo científico clássico e,
atualmente, seguido por poucos cientistas.

Ela estuda a influência de factores como a luz, a água, a temperatura, o


fogo, o vento, etc. Nos organismos, estuda também a influencia dos
organismos vivos noutros organismos vivos. Por exemplo, estuda o
fenómeno como a competição nos organismos vivos, como o parasitismo
nos organismos vivos, a predatismo nos organismos vivos.

Sinecologia
Também conhecida como Ecologia Comunitária, é voltada para o
estudo das comunidades de seres vivos. A Sinecologia foca a
distribuição das populações, suas relações ecológicas,
demografia, deslocamento e quantidades. A Sinecologia também
se encarrega de examinar as estruturas das cadeias alimentares,
sucessões ecológicas e inter-relações entre predadores e presas.

Demoecologia
Também conhecida como Dinâmica das Populações ou Ecologia
das Populações, faz o estudo de cada população separadamente.
Estuda os factores que determinam a dinâmica das populações,
os que provocam o crescimento ou declínio das populações, e os
que provocam a extinção das populações.

Sumário
No entanto, desta unidade podemos concluir que o estudo de Ecologia pode ser
dividido em vários ramos (áreas). Os três principais ramos desta ciência são:
Autoecologia, Sinecologia e Demoecologia.
Sendo a Autoecologia, o ramo que estuda as espécies a partir de suas relações
com o meio ambiente; a Sinecologia também conhecida como Ecologia
Comunitária, que é voltada para o estudo das comunidades de seres vivos e a
Demoecologia também conhecida como Dinâmica das Populações ou Ecologia
das Populações, que faz o estudo de cada população separadamente.

Exercícios
1. Identifique os ramos da ecologia
2. Caracterize cada ramo da ecologia.
Entregar os exercícios: 1 desta unidade, trabalho com código T- G- 0140
Unidade IV
Origem e disseminação dos
organismos vivos
Origem da vida
Teorias sobre a origem dos organismos vivos

Introdução

Sobre a origem dos seres vivos existem várias explicações, umas


científicas e outras não, mas que dentro da sociedade ganham certa
credibilidade dependendo de cultura para cultura.

Nesta unidade iremos abordar a história da origem da vida tendo em


conta a explicação actual, mais aceite e de seguida faremos uma
abordagem das restantes teorias que tentam explicar a origem da vida.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:


 Descrever a origem da vida

 Identificar os principais factores que condicionaram a origem da vida

Objectivos  Comparar as diferentes teorias sobre a origem da vida, seus aspectos


comuns e divergentes.

Origem da Vida

A Vida na Terra terá surgido á cerca de 3400 M.a., como demostram os


fósseis de procariontes encontrados na África do Sul. As células
eucarióticas terão surgido há cerca de 2000 a 1400 M.a., seguidas dos
organismos multicelulares há cerca de 700 M.a. Neste espaço de tempo os
fósseis são abundantes, indicando um processo evolutivo rápido.

Até ao século XIX considerava-se que todos os seres vivos existentes se


apresentavam como sempre tinham sido. Toda a Vida era obra de uma
entidade toda-poderosa, facto que servia para mascarar a não existência de
conhecimentos suficientes para se criar uma explicação racional.

Esta teoria, o Criacionismo, no entanto, já no tempo da Grécia antiga não


era satisfatória. De modo a contornar a necessidade de intervenção divina
na criação das espécies, surgem várias teorias alternativas, baseadas na
observação de fenómenos naturais, tanto quanto os conhecimentos da
época o permitiam.

Aristóteles elaborou uma dessas teorias, cuja aceitação se manteve


durante séculos, com a ajuda da Igreja Católica, que a adoptou. Esta
teoria considerava que a Vida era o resultado da acção de um princípio
ativo sobre a matéria inanimada, a qual se tornava, então, animada.
Deste modo, não haveria intervenção sobrenatural no surgimento dos
organismos vivos, apenas um fenômeno natural, a geração
espontânea.

Fig. 2 A experiência da Geração expontânea


Fonte: www.sobiologia.com.br

Estas idéias perduraram até á era moderna, pois Van Helmont (1577 –
1644), ainda considerava que os “cheiros dos pântanos geravam rãs e
que a roupa suja gerava ratos, adultos e completamente
formados”. Também era considerado correto pelos naturalistas que os
intestinos produzissem espontaneamente vermes e que a carne
putrefata gerasse moscas. Todas estas teorias consideravam possível o
surgimento de Vida a partir de matéria inanimada, fosse qual fosse o
agente catalisador dessa transformação, daí o estarem englobadas na
designação geral de Abiogênese.

No século XVII Francisco Redi, naturalista e poeta, pôs-se contrário as


idéias de Aristóteles, negando a existência do princípio ativo e
defendendo que “todos os organismos vivos surgiam a partir de
inseminação por ovos” e nunca por geração espontânea.

Para demonstrar a veracidade de sua teoria, Redi realizou uma


experiência que se tornou célebre pelo fato de ser a primeira, registrada,
a utilizar um controle em suas experiências. Colocou carne em 8 frascos.
Selou 4 deles e deixou os restantes 4 abertos, em contato com o ar.

Em poucos dias verificou que os frascos abertos estavam cheios de moscas


e de outros vermes, enquanto que os frascos selados se encontravam livres
de contaminação.

Esta experiência parecia negar, inequivocamente a abiogênese de


organismos macroscópicos, tendo sido aceito pelos naturalistas da época.

No entanto, a descoberta do microscópio veio levantar a questão


novamente. A teoria da abiogênese foi parcialmente reabilitada, pois parecia
a única capaz de explicar o desenvolvimento de microrganismos visíveis
apenas ao microscópio.

Esta situação manteve-se até ao final do século XVIII, quando o assunto foi
novamente debatido por dois famosos cientistas da época, Needham e
Spallanzani.

Needham utilizou várias infusões, que colocou em frascos. Esses frascos


foram aquecidos e deixados ao ar durante alguns dias. Observou que as
infusões rapidamente eram invadidas por uma multitude de microrganismos.
Interpretou estes resultados pela geração espontânea de microrganismos,
por acção do princípio ativo de Aristóteles.

Spallanzani usou nas suas experiências 16 frascos. Ferveu durante uma


hora diversas infusões e colocou-as em frascos. Dos 16 frascos, 4 foram
selados, 4 fortemente rolhados, 4 tapados com algodão e 4 deixados abertos
ao ar. Verificou que a proliferação de microrganismos era proporcional ao
contato com o ar. Interpretou estes resultados com o fato de o ar conter ovos
desses organismos, logo toda a Vida proviria de outra, preexistente.

No entanto, Needham não aceitou estes resultados, alegando que a


excessiva fervura teria destruído o princípio activo presente nas infusões.
A polêmica manteve-se até 1862, quando o francês Louis Pasteur, pôs
definitivamente termo à idéia de geração espontânea com uma série de
experiências conservadas para a posteridade pelos museus franceses.
Pasteur colocou diversas infusões em balões de vidro, em contato com o ar.
Alongou os pescoços dos balões á chama, de modo a que fizessem várias
curvas. Ferveu os líquidos até que o vapor saísse livremente das
extremidades estreitas dos balões. Verificou que, após o arrefecimento dos
líquidos, estes permaneciam inalterados, tanto em odor como em sabor. No
entanto, não se apresentavam contaminados por microrganismos.

Fig. 3. Experiencia de Louis Pasteur

Fonte: www.sobiologia.com.br

Para eliminar o argumento de Needham, quebrou alguns pescoços de


balões, verificando que imediatamente os líquidos ficavam infestados de
organismos. Concluiu, assim, que todos os microrganismos se formavam a
partir de qualquer tipo de partícula sólida, transportada pelo ar. Nos balões
intactos, a entrada lenta do ar pelos pescoços estreitos e encurvados
provocava a deposição dessas partículas, impedindo a contaminação das
infusões.

Ficou definitivamente provado que, nas condições atuais, a Vida surge


sempre de outra Vida, preexistente.

Teorias de origemda vida

Abiogênese ou Abiogénese (do grego a-bio-genesis, "origem não


biológica") designa de modo geral o estudo sobre a origem da vida a partir
de matéria não viva. No entanto há que se fazer distinções entre diferentes
ideias ou hipóteses às quais o termo pode ser atribuído. Atualmente, o termo
é usado em referência à origem química da vida a partir de reações em
compostos orgânicos originados abioticamente. Esta designação entretanto,
é ambígua, pois muitos pesquisadores se referem ao mesmo processo
utilizando o termo “biogênese”. Ideias antigas de abiogênese também
recebem o nome de geração espontânea, e essas foram, há muito tempo,
descartadas pela ciência; consistiam basicamente na suposição de que
organismos mais complexos, dos que se observa diariamente, não se
originassem apenas de seus progenitores, mas de qualquer ser inanimado.

O consenso científico actual é que a abiogénese ocorreu aproximadamente


entre 4,4 bilhões de anos, quando vapor de água condensou-se pela
primeira vez na Terra, e 2,7 bilhões de anos atrás, quando a proporção de
isótopos estáveis de carbono (12C e 13C), ferro e enxofre aponta para uma
origem biogénica de minerais e sedimentos e marcadores biomoleculares
indicam a existência de fotossíntese. Este tema inclui também a panspermia
e outras teorias exogénicas referentes à possibilidade da origem da vida ser
extra-terrestre ou extra-planetária. Estas hipóteses supõem que a origem da
vida ocorreu em alguma altura nos últimos 13700 milhões de anos da
evolução do Universo desde o Big Bang. A hipótese da panspermia não
encontra atualmente muita ênfase no meio científico por não resolver mas
sim transferir a questão acerca da origem da vida para outro local do
universo, ao passo que, por fatos verificáveis, há até o momento
confirmação dessa apenas na Terra.

Os estudos sobre a origem da vida são um campo limitado de pesquisa


apesar do seu profundo impacto na biologia e na compreensão do mundo
natural. O progresso neste campo é geralmente lento e esporádico, apesar
de atrair a atenção de muitos devido à importância da questão. Várias
hipóteses têm sido propostas, dentre as quais a Teoria de Oparin da sopa
primordial e a do mundo do RNA, que a complementa.

Atualmente, o termo é usado em referência à origem química da vida a partir


de reações em compostos orgânicos originados abioticamente, sendo essa
ideia geralmente referida como abiogênese química. Paradigma científico
atualmente válido para a origem da vida, segundo a abiogênese química a
primeira protocélula, com capacidade de autorreprodução, teve origem
diretamente na matéria inanimada, e uma vez presente, por evolução,
deriva-se a seu tempo, por reprodução, a origem de toda a diversidade
biológica no planeta. A abiogênese química não implica a origem direta na
matéria inanimada de organismos complexos; em verdade proíbe tal cenário.
A veracidade dessa hipótese encontra-se forte corroboração na árvore da
vida, que remete todos os seres vivos do planeta não apenas a ancestrais
comuns mas também os converge a um único ancestral comum.

Embora há muito descartadas pela ciência, outras ideias acerca da origem


dos seres vivos, geralmente mais antigas, também recebem o nome de
abiogênese, e entre elas destaca-se certamente a chamada abiogênese
espontânea, ligada a ideia da geração espontânea de organismos já
complexos. A geração espontânea, cuja ideia em muito remete à criação do
primeiro homem segundo a mitologia cristã, o mito de Adão e Eva, consiste
basicamente na suposição de que organismos complexos, a exemplo os que
encontram-se presentes na atualidade, podem não só se originar de seus
progenitores mas também diretamente do "barro", ou seja, "matéria bruta".
Nesse estilo moscas "brotariam" espontaneamente de matéria orgânica em
decomposição. A geração espontânea não encontra corroboração científica
nos dias de hoje, encontrando-se há muito refutada pela ciência.

Geração Espontânea
Os primeiros defensores conhecidos das ideias nesse sentido foram
Anaximandro, seu pupilo Anaxímenes, e outros como Xenófanes,
Parmênides, Empédocles, Demócrito, e Anaxágoras. Sustentavam de modo
geral que a “geração espontânea ocorria, mas em versões variadas”.

O defensor mais famoso dessa hipótese na antiguidade foi Aristóteles há


mais de dois mil anos, e em sua versão, supunha a existência de um
"princípio ativo" dentro de certas porções da matéria inanimada. Esse
princípio ativo organizador, que seria responsável, por exemplo, pelo
desenvolvimento de um ovo no animal adulto, cada tipo de ovo tendo um
princípio organizador diferente, de acordo com o tipo de ser vivo. Esse
mesmo princípio organizador também tornaria possível que seres vivos
completamente formados eventualmente surgissem a partir da "matéria
bruta".

A ideia era baseada em observações - descuidadas, sem rigor científico


atual - de alguns animais aparentemente surgirem de matéria em putrefação,
ignorando a pré-existência de ovos ou mesmo de suas larvas. Isso
antecedeu o desenvolvimento do método científico tal como é hoje, não
havendo tanta preocupação em certificar-se de que as observações
realmente correspondessem ao que se supunha serem fatos, levando a
falsas conclusões.

Relatos de geração espontânea são encontrados, por exemplo, na mitologia


grega: após o dilúvio universal, o casal humano sobrevivente Deucalião e
Pirra precisou da ajuda dos deuses para recriar a humanidade, mas os
animais apareceram através da geração espontânea.

Essas ideias sobre abiogênese eram aceitas comumente até cerca de dois
séculos atrás. Ainda no século XIII, havia a crença popular de que certas
árvores costeiras originavam gansos; relatava-se que algumas árvores
davam frutos similares a melões, no entanto contendo carneiros
completamente formados em seu interior. No século XVI, Paracelso,
descreveu diversas observações acerca da geração espontânea de diversos
animais, como sapos, ratos, enguias e tartarugas, a partir de fontes como
água, ar, madeira podre, palha, entre outras.

Cientistas de todos os campos do saber acreditavam, por exemplo, que as


moscas eram originadas da matéria bruta do lixo. Já no século XVII Em
resposta às dúvidas de Sir Thomas Browne sobre "se camundongos podem
nascer da putrefação", Alexander Ross respondeu:

Então pode ele (Sir Thomas Browne) duvidar se do queijo ou da madeira se


originam vermes; ou se besouros e vespas das fezes das vacas; ou se borboletas,
lagostas, gafanhotos, ostras, lesmas, enguias, e etc., são procriadas da matéria
putrefeita, que está apta a receber a forma de criatura para a qual ela é por poder
formativo transformada. Questionar isso é questionar a razão, senso e
experiência. Se ele duvida que vá ao Egito, e lá ele irá encontrar campos cheios
de camundongos, prole da lama do Nilo, para a grande calamidade dos
habitantes.

O médico belga J. B. Van Helmont, que posteriormente foi responsável por


grandes experimentos sobre fisiologia vegetal, chegou a prescrever uma
"receita" para a produção espontânea de camundongos em 21 dias.
Segundo ele, bastava que se jogasse, num canto qualquer, uma camisa suja
(o princípio ativo estaria no suor da camisa) e sementes de trigo para que
dali a 21 dias fosse constatada a geração espontânea.

Essas conclusões errôneas se devem a falta de metodologia apropriada,


limitando variáveis que pudessem trazer resultados falsos - como por
exemplo, impedir que ratos já formados tivessem acesso à "receita" que
supunha-se produzir ratos - aliada ao pressuposto de que a geração
espontânea era mesmo possível.

Redi
O primeiro passo na refutação científica da abiogênese aristotélica foi dado
pelo italiano Francesco Redi, que em 1668, provou que larvas não nasciam
em carne que ficasse inacessível às moscas, protegidas por telas, de forma
que elas não pudessem botar lá seus ovos. Em suas "Experiências sobre a
geração de insetos", Redi disse:

Embora me sinta feliz em ser corrigido por alguém mais sábio do que eu caso faça
afirmações errôneas, devo expressar minha convicção de que a Terra, depois de
ter produzido as primeiras plantas e animais, por ordem do Supremo e Onipotente
Criador, nunca mais produziu nenhum tipo de planta ou animal, quer perfeito ou
imperfeito (…)

Redi então supunha que a geração espontânea teria ocorrido apenas


durante os primórdios da Terra. Formulou a hipótese que o que aparentava
ser geração espontânea na verdade era oriundo de ovos serem depositados
por moscas no material em putrefação. Admitiu a necessidade de testar essa
hipótese. Formulou o experimento então de forma a limitar as variáveis de
forma mais cuidadosa, deixando metade dos frascos tampados e outra
metade destampada.

No entanto notou que essa metodologia também deixava alguma margem de


erro. Enquanto as tampas dos frascos impediam o acesso das moscas,
impediam também a renovação no ar no interior dos frascos, talvez então
impedindo que o "princípio ativo" propiciasse a geração espontânea dos
"vermes". Para dar conta dessa parte do problema, aperfeiçoou o
experimento, tampando os frascos com gaze, que permitia a entrada de ar.
O resultado foi o mesmo; embora "vermes" não tivessem surgido dentro da
carne dentro de um copo de vidro, por ter sido impedido o acesso das
moscas, apareceram vários no exterior da gaze, tentando forçar sua entrada,
os quais foram removidos por Redi.

Assim, século XVII em foi gradualmente sendo demonstrado que, ao menos


no caso de todos os organismos facilmente visíveis, a geração espontânea
não ocorria, e que cada ser vivo conhecido era proveniente de uma forma de
vida pré-existente, a ideia conhecida como biogênese.

Needham e Spallanzani
A invenção e aperfeiçoamento do microscópio renovaram aceitação a
abiogênese. Em 1683, Anton van Leeuwenhoek descobriu os
microrganismos, e logo foi notado que não importava o quão
cuidadosamente a matéria orgânica fosse protegida por telas, ou fosse
colocada em recipientes tampados, uma vez que a putrefação ocorresse, era
invariavelmente acompanhada de uma miríade de bactérias e outros
organismos. Não se acreditava que a origem desses seres estivesse
relacionada a reprodução sexuada, então sua origem acabou sendo
atribuída à geração espontânea. Era tentador pensar que enquanto formas
de vida "superiores" surgissem apenas de progenitores do mesmo tipo,
houvesse uma fonte abiogênica perpétua da qual organismos vivos nos
primeiros passos da evolução surgiam continuamente, dentro de condições
favoráveis, da matéria inorgânica.

John Needham, em 1745, realizou novos experimentos que vieram a


reforçar a hipótese de a vida poder originar-se por abiogênese. Consistiam
em aquecer em tubos de ensaio líquidos nutritivos, com partículas de
alimento. Fechava-os, impedindo a entrada de ar, e os aquecia novamente.
Após vários dias, nesses tubos proliferavam enormes quantidades de
pequenos organismos. Esses experimentos foram vistos como grande
reforço a hipótese da abiogênese.

Mas em 1768, Lazzaro Spallanzani criticou duramente a teoria e os


experimentos de Needham, através de experimentos similares, mas tendo
fervido os frascos fechados com sucos nutritivos durante uma hora, que
posteriormente foram colocados de lado durante alguns dias. Examinando os
frascos, não encontrava-se qualquer sinal de vida. Ficou dessa forma
demonstrado que Needham falhou em não aquecer suficientemente a ponto
de matar os seres pré-existentes na mistura.

Isso no entanto não foi suficiente para descartar por completo a hipótese da
abiogênese. Needham replicou, sugerindo que ao aquecer os líquidos a
temperaturas muito altas, pudesse estar se destruindo ou enfraquecendo o
"princípio ativo". A hipótese de abiogênese continuava sendo aceita pela
opinião pública, mas o trabalho de Spallanzani pavimentou o caminho para
Louis Pasteur.

Foi principalmente devido ao grande biólogo francês Louis Pasteur, em


1862, que a ocorrência da abiogênese no mundo microscópico foi refutada
tanto quanto a ocorrência no mundo macroscópico. Contra o argumento de
Needham sobre a destruição do princípio ativo durante a fervura, ele
formulou experimentos com frascos com "pescoço de cisne", que permitiam
a entrada de ar, ao mesmo tempo em que minimizavam consideravelmente a
entrada de outros micróbios por via aérea.

Dessa forma, demonstrava que a fervura em si, não tirava a capacidade dos
líquidos de manterem a vida, bastaria que organismos fossem neles
introduzidos. O impedimento da origem da vida por falta do princípio ativo,
também pode ser descartado, já que o ar podia entrar e sair livremente da
mistura. O recipiente com "pescoço de cisne" permaneceu nessas
condições, livre de micróbios durante cerca de um ano.

Nicolas Appert

Nicolas Appert aproveitou as ideias de Spallanzani de ferver frascos e


passou a ferver alimentos e guardá-los em vidros herméticos.

A geração espontânea é descartada


Mais tarde, descobriu-se que esporos de bactérias estão tão envolvidos em
membranas resistentes ao calor, e que a prolongada exposição ao calor
seco - a um tostador - pode ser reconhecida como um dos processos mais
eficientes de esterilização. Além disso, a presença de bactérias, ou seus
esporos, é tão universal que apenas precauções extremas podem evitar a
reinfecção de material esterilizado. Corroborou-se desta forma que todos os
organismos que constiuam-se ou dependam de células exibindo
complexidade não trivial - todos os atualmente conhecidos - derivam-se de
organismos vivos pré-existentes, recebendo esta regularidade natural o
nome de Lei da Biogênese.

É importante contudo ressaltar que a lei da biogênese conforme proposta


atualmente não contradiz a abiogênese química proposta para o primeiro ser
vivo - o de complexidade trivial - a habitar o planeta Terra.

Origem química da vida


Os experimentos de Louis Pasteur refutaram a abiogênese aristotélica, ou
geração espontânea, mas não dizem nada quanto à origem química da vida
- também chamada de biopoese (do grego bio, vida, + poiéo, produzir, fazer,
criar), evolução química, quimiossíntese, ou ainda, biogênese por
Teilhard de Chardin. Essa forma de abiogênese supostamente ocorreu sob
condições totalmente diferentes, dentro de períodos de tempo muito
maiores, não sendo algo que se suponha poder ocorrer a qualquer instante,
ou hoje em dia. O próprio Charles Darwin percebeu impedimentos básicos
para que isso ocorresse:

Costuma-se dizer frequentemente que todas as condições necessárias para o


surgimento de um ser vivo encontram-se presentes agora como sempre se
encontraram. Mas se (e como é grande esse se!) nós pudéssemos imaginar que,
nos dias de hoje, em alguma poçazinha tépida, com todos tipos de sais amoníacos
e fosfóricos, luz, calor, eletricidade, etc., estando presentes, um composto protéico
estivesse quimicamente formado e pronto para sofrer mudanças mais complexas,
tal composto seria imediatamente devorado ou absorvido, o que não teria ocorrido
antes dos seres vivos terem sido formados.
Além disso, diferentemente da abiogênese aristotélica, o conceito atual não
propõe a origem espontânea de formas de vida complexas, de algo similar
qualquer das espécies atuais, mas em vez disso uma origem mais singular
da vida, decorrendo de um complexo processo gradual, com vários estágios.
A vida nesses estágios provavelmente diferiria muito das formas atuais a
ponto de tornar incerta sua classificação como "vida", bem como a
delimitação entre a "vida" e "não vida", de forma similar à situação em que os
vírus e príons se encontram hoje.

Nos últimos 120 anos, soube-se que não há diferença entre matéria viva e a
"bruta" ou "inanimada". Os seres vivos não são compostos de algo
fundamentalmente diferente de outros objetos, nem têm um "princípio ativo"
que lhes dá a vida. Carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio são os
elementos predominantes dos seres vivos, e também encontram-se fora
deles. A vida é uma questão de organização material de compostos
formados por esses elementos. A abiogênese então se daria através de
processos e etapas que cumulativamente produzissem a organização básica
dos seres vivos. O químico Friedrich Wöhler, ainda em 1828, demonstrou
que compostos orgânicos podem formar-se a partir de substâncias
inorgânicas em laboratório. Mais tarde, os químicos descobriram que os
principais "tijolos" da vida, aminoácidos, nucleotídeos e lipídios, podem todos
se formar, bastando existirem fontes de carbono, nitrogênio, e energia.

Não há uma teoria apenas para o processo, mas várias diferentes


possibilidades, sem que qualquer uma seja vista como definitivamente
melhor que a outra, apesar de haver as que são mais populares. De grande
valor histórico pode-se citar a teoria da "sopa primordial", do cientista russo
Aleksandr Ivanovitch Oparin, com ideias similares às formuladas
independentemente por J. B. S. Haldane, ambos na década de 1920.
Hipotetizavam que uma série de reações envolvendo a suposta química
atmosférica na Terra primordial culminariam com a origem da vida.

Teoria Oparin-Haldane ou teoria heterotrófica

Segundo Oparin, em ambiente aquoso, compostos orgânicos teriam sofrido


reações que iam levando a níveis crescentes de complexidade molecular,
eventualmente formando agregados colóides, ou coacervados. Esses
coacervados seriam aptos a se "alimentar" rudimentarmente de outros
compostos orgânicos presentes no ambiente, de forma similar a um
metabolismo primitivo. Os coacervados não eram ainda organismos vivos,
mas ao se formarem em enormes quantidades, e se chocarem no meio
aquoso durante um tempo muito longo, eventualmente atingiriam um nível de
organização que desse a propriedade de replicação. Surgiria aí uma forma
de vida extremamente primitiva.

Haldane supunha que os oceanos primordiais funcionassem como um


imenso laboratório químico, alimentado por energia solar. Na atmosfera, os
gases e a radiação Ultra Violeta (UV) originariam compostos orgânicos, e
no mar formaria-se então uma sopa quente de enormes quantidades de
monômeros e polímeros. Grupos desses monômeros e polímeros
adquiririam membranas lipídicas, e desenvolvimentos posteriores
eventualmente levariam às primeiras células vivas.

Estavam ao menos parcialmente corretos, quanto a origem de aminoácidos


e outros tijolos básicos da vida, como comprovou-se com o experimento de
Urey-Miller, em 1953, que simulava essas condições atmosféricas, e o de
Juan Oró em 1961. Os experimentos foram repetidos com diversas
atmosféricas hipotéticas, sempre obtendo resultados similares.

Posteriormente, Sidney Fox levou o experimento um passo adiante fazendo


que esses tijolos básicos da vida se unissem em proteinóides - moléculas
polipeptidicas similares a proteínas - por simples aquecimento. No trabalho
seguinte com esses aminoácidos e pequenos peptídeos foi descoberto que
eles podiam formar membranas esféricas fechadas, chamadas de
microesferas. Fox as descreveu como formações de protocélulas,
acreditando que fossem um passo intermediário importante na origem da
vida. As microesferas tinham dentro de seu envoltório um meio aquoso, que
mostrava movimento similar a ciclose. Eram capazes de absorver outras
moléculas presentes no seu ambiente; podiam formar estruturas maiores
fundindo-se umas com as outras, e em certas situações, destacavam-se
protuberâncias minúsculas de sua superfície, que podiam se separar e
crescer individualmente.

As pesquisas nesse sentido não pararam por aí, sendo ainda muito
importantes os experimentos e hipóteses levantadas por nomes como
Manfred Eigen, Sol Spiegelman, Thomas Gold, A. G. Cairns-Smith, e uma
série de outros trabalhos mais atuais.

Teoria do mundo do RNA

Mais recentemente, em 1986, Walter Gilbert propôs uma etapa na origem


da vida que envolvia a existência de moléculas auto-replicadoras
constituídas por RNA (Ácido ribonucleico). O RNA é actualmente um
mediador entre o DNA (Ácido desoxirribonucléico) e as proteínas na
maioria dos seres vivos, mas Gilbert propôs que nos primeiros estágios da
vida, o RNA era o material genético principal. Além de propriedades auto-
replicadoras, o RNA tem também actividade catalisadora de reacções
químicas. Apenas em 2009 cientistas conseguiram criar ribonucleotídeos em
laboratório a partir de elementos mais básicos, sob condições provavelmente
existentes na Terra jovem.

A perspectiva das religiões


Todas as religiões têm os seus mitos, concepções, teorias ou histórias sobre
a criação da vida e a origem do homem. Para obterem-se detalhes sobre as
teorias de criação conforme pregadas pelas diversas religiões se deve
geralmente procurar pelos tomos ou textos sagragos que as embasam. Para
as religiões judáico-cristãs, esta fonte de informação é a bíblia, devendo-se
consultar o mito de Adão e Eva. O mito da criação segundo o Islamismo
pode ser encontrado no Corão. Há contudo religiões onde não há uma fonte
central de informação. Para maiores detalhes sobre a concepção budista,
consulte o artigo sobre budismo, e para a concepção dos antigos gregos,
veja o artigo Caos.
Sumário
A Vida na Terra terá surgido á cerca de 3400 M.a., como demostram os
fósseis de procariontes encontrados na África do Sul. As células
eucarióticas terão surgido há cerca de 2000 a 1400 M.a., seguidas dos
organismos multicelulares há cerca de 700 M.a. Neste espaço de tempo
os fósseis são abundantes, indicando um processo evolutivo rápido.

Para explicar a origem da vida, surgiram várias teorias, desde a teoria do


Criacionismo, já no tempo da Grécia antiga, a teoria da Abiogénese
sobre o estudo de origem da vida a partir de matéria não viva, Teoria
Oparin-Haldane ou teoria heterotrófica, Teoria do mundo do RNA,
bem como a perspectiva das religiões, na qual todas as religiões têm os
seus mitos, concepções, teorias ou histórias sobre a criação da vida e a
origem do homem.

Exercícios
1. Qual é a explicacao actual sobre a origem da vida?

2. Identifique os principais factores que condicionaram a origem da vida.

3. Faça uma comparação entre as diferentes teorias sobre a origem da


vida, tendo em conta os seus aspectos comuns e divergentes.

Entregar os exercícios: 2 e 3 desta unidade, trabalho com código T- G-


0140
Unidade V
Factores ecológicos abióticos

Introdução
Factores ecológicos, são fenómenos ou características da natureza que
regulam a vida dos organismos.

Os factores ecológicos provocam o aumento ou diminuição das taxas de


crescimento das populações, a abundância ou ausência de organismos
vivos e adaptações morfológicas ou fisiológicas.

Dentre os factores ecológicos da distribuição das espécies, nesta unidade


iremos destacar os factores abióticos e bióticos.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:


 Dar o conceito de factores Abióticos;

 Conhecer os elementos que fazem parte dos factores Abióticos e caracterizar


Objectivos cada um deles.

Factores ecológicos abióticos e bióticos

Para Dajoz (1971), todo o organismo está submetido no meio onde vive às
acções simultâneas de agentes climáticos, edáficos, químicos ou bióticos muito
variados. Chama-se factor ecológico todo elemento do meio susceptível de
agir directamente sobre os seres vivos, ao menos durante uma fase de seu
ciclo vital.

Os factores ecológicos actuam sobre os organismos vivos de diversas formas:


eliminando espécies, modificando as taxas das populações, favorecendo
adaptações.

Lei de Factor limitante

Deve-se a Liebig (1840) o enunciado da “lei do mínimo”: o crescimento dos


vegetais é limitado pelo elemento cuja concentracao é inferior a um valor
minimo, abaixo do qual as sinteses não podem mais fazer-se.

A lei do mínimo foi alargada e hoje fala-se de “factor limitante”. O factor


ecologico desempenha o papel de actor limitante quando está ausente ou
reduzido abaixo de um mínimo crítico, ou então se excede ao nível máximo
tolerável.

Cada factor ecológico actua de acordo com a lei do mínimo, quer dizer,
apresenta um mínimo e um máximo que impede o desenvolvimento do ser, o
qual atinge a sua melhor condição quando o factor se encontra no óptimo.
Desta forma, cada espécie apresenta em função dos factores ecológicos
limites de tolerância (mínimo e máximo) entre os quais se situa o chamado
óptimo ecológico o que traduz-se na chamada Lei de Tolerância de Sheford.

O ponto óptimo de um factor ecológico constitui aquele em que o


desenvolvimento e a reprodução dos organismos de uma determinada espécie
atingem sua máxima intensidade. O factor limitante as possibilidades de
espécie colonizar novos espaços geográficos. Ver gráfico que se segue.
Grafico1. Limite de tolerância

Fonte:www.sobiologia.com.br
Para além de factor limitante, em ecologia fala-se também de valência
ecológica, que é a capacidade de uma espécie povoar ambientes diferentes
caracterizados por grandes variações dos factores ecológicos. Em função da
valência ecológica, são divididas em euriécia (espécie de grande valência
ecológica, podendo povoar ambientes variados) e estenoecia (constitui a
espécie de pequena valência ecológico, suportando pequenas variações dos
factores ecológicos e restrita a determinados ambientes).

O mais importante que se deve apreender é que a valência ecológica regula as


possibilidades de expansão de espécies e, tendo em conta esta condição elas
podem ser divididas em euritópicas - espécies com ampla distribuição e
estenotópicas, espécie estritamente localizada ou em ambientes pouco
extensos.

Factores Abióticos

Existem elementos componentes do ambiente físico e químico que agem sobre


quase todos os aspectos da vida dos diferentes organismos, constituindo os
factores abióticos. Estes influenciam o crescimento, atividade e as
características que os seres apresentam, assim como a sua distribuição por
diferentes locais. Estes fatores variam de valor de local para local,
determinando uma grande diversidade de ambientes. Os diferentes factores
abióticos podem agrupar-se em dois tipos principais - os factores climáticos,
como a luz, a temperatura e a umidade, que caracterizam o clima de uma
região - e os factores edáficos, dos quais se destacam a composição química
e a estrutura do solo.

A Luz

A luz é uma manifestação de energia, cuja principal fonte é o Sol. É


indispensável ao desenvolvimento das plantas. De fato, os vegetais produzem
a matéria de que o seu organismo é formado através de um processo - a
fotossíntese - realizado a partir da captação da energia luminosa. Praticamente
todos os animais necessitam de luz para sobreviver. São exceção algumas
espécies que vivem em cavernas - espécies cavernícolos - e as espécies que
vivem no meio aquático a grande profundidade - espécies abissais. Certos
animais como, por exemplo, as borboletas necessitam de elevada intensidade
luminosa, pelo que são designadas por espécies lucífilas. Por oposição, seres
como o caracol e a minhoca não necessitam de muita luz, evitando-a, pelo que
são denominadas espécies lucífugas. A luz influencia o comportamento e a
distribuição dos seres vivos e, também, as suas características morfológicas.

A Luz e os Comportamentos dos Seres Vivos

Os animais apresentam fototatismo, ou seja, sensibilidade em relação à luz,


pelo que se orientam para ela ou se afastam dela. Tal como os animais, as
plantas também se orientam em relação à luz, ou seja, apresentam
fototropismo. Os animais e as plantas apresentam fotoperiodismo, isto é,
capacidade de reagir à duração da luminosidade diária a que estão submetidos
- fotoperíodo. Muitas plantas com flor reagem de diferentes modos ao
fotoperíodo, tendo, por isso, diferentes épocas de floração. Também os
animais reagem de diversos modos ao fotoperíodo, pelo que apresentam o seu
período de atividade em diferentes momentos do dia.

A Temperatura

Cada espécie só consegue sobreviver entre certos limites de temperatura, o


que confere a este factor uma grande importância. Cada ser sobrevive entre
certos limites de temperatura - amplitude térmica de existência -, não existindo
acima de um determinado valor - temperatura máxima - nem abaixo de outro -
temperatura mínima. Cada espécie possui uma temperatura ótima para a
realização das suas atividades vitais. Alguns seres têm grande amplitude
térmica de existência - seres euritérmicos - enquanto outros só sobrevivem
entre limites estreitos de temperatura - seres estenotérmicos.

De um modo geral, as espécies só podem viver entre temperaturas que variam


de 0 a 50ºC, visto que tais temperaturas são compatíveis com uma actividade
metabólica normal, com a excepção de bactérias que vivem em águas termais
que atingem temperaturas de 90ºC enquanto que vermes nematóides já foram
submetidas em laboratórios a condições térmicas de - 272ºC sem sofrerem
mudanças significativas.

De acordo com o vigor térmico, as espécies são classificadas em


estenotérmicas e euritérmicas. As primeiras suportam variações limitadas de
temperatura e as segundas toleram amplas variações térmicas. Ainda segundo
a actuação da temperatura, podemos encontrar espécies homeotermas e
pecilotermas. Nas espécies homeotermas, a temperatura corpórea
permanece constante decorrente do metabolismo animal, independentemente
das oscilações da temperatura ambiente. Exemplos aves e mamíferos (animais
de sangue quente). Nas pecilotermas a temperatura do corpo oscila de acordo
com a temperatura ambiente, tal são os casos dos animais invertebrados e
ainda de peixes, anfíbios e répteis.

A Temperatura e os Comportamentos dos Animais


Alguns animais, nas épocas do ano em que as temperaturas se afastam do
valor óptimo para o desenvolvimento das suas atividades, adquirem
comportamentos que lhes permitem sobreviver: animais que não têm facilidade
em realizar grandes deslocações como, por exemplo, lagartixas, reduzem as
suas atividades vitais para valores mínimos, ficando num estado de vida
latente.

A água

A água é um componente importante do protoplasma e, na composição


química da célula, a sua proporção chega a 90%.

Em função das exigências em água, as espécies de forma geral classificam-se


em esteno-hídricos e euri-hídricos e dentro destes dois grupos podemos
encontrar as hidrófilas, higrófilas, mesófilas, xerófilas.

É importante observar que, os seres vivos obtêm e perdem água de diversas


formas. As espécies reduzem as perdas de água por impermeabilização do
tegumelo, órgãos respiratórios internos e redução de excreção.

De outra maneira (obtenção da água) os seres vivos obtêm-na por absorção,


ingestão, penetração, utilização da água contida nos alimentos e através do
processo de metabolismo.

Os organismos adaptam-se quando lhes falta água de diversas maneiras,


como por exemplo o estado de quiescência que se manifesta sob duas formas:
estivação e hibernação. O primeiro processo diz respeito a interrupção do
desenvolvimento que ocorre quando a temperatura é muito elevada e a
humidade reduzida enquanto que a hibernação é provocada por baixas
temperaturas e consiste num sono profundo provocado pela redução das
actividades vitais.

A Salinidade

Efectivamente, a salinidade desempenha um papel importante na distribuição


dos seres vivos aquáticos, especialmente os marinhos. Porém, a acção da
salinidade permite agrupar as espécies em euri-halinas e esteno-halinas.
Espécies euri-halinas são aquelas que suportam grandes variações de
salinidade e habitam nas águas salobras. Está designação se dá a todas as
espécies de água doce e a água do mar e que se caracterizam pela grande
variabilidade nos teores salínicos, aprecem, por exemplo nos estuários.
Aquelas espécies adaptadas a uma concentração salina mais ou menos
constante, designamo-la por esteno-halinas.

Sumário
No entanto, desta unidade podemos concluir que dentre os factores ecológicos
da distribuição das espécies, destacam-se os factores abióticos e bióticos.

Os Factores Abióticos influenciam o crescimento, actividade e as


características que os seres apresentam, assim como a sua distribuição por
diferentes locais. Estes factores variam de valor de local para local,
determinando uma grande diversidade de ambientes. Os diferentes factores
abióticos podem agrupar-se em dois tipos principais - os factores climáticos,
como a luz, a temperatura e a humidade, que caracterizam o clima de uma
região - e os factores edáficos, dos quais se destacam a composição química
e a estrutura do solo.

Exercícios
1. Defina factores Abióticos.
2. Menciona os elementos que fazem parte dos factores Abioticos e
caracterize cada um deles.

Entregar o exercício 2 desta unidade


Unidade VI

Factores ecológicos bióticos

Introdução
Interações

Nas comunidades bióticas encontram-se várias formas de interações


entre os seres vivos que as formam. Essas interações se diferenciam
pelos tipos de dependência que os organismos vivos mantêm entre si.
Algumas dessas interações; se caracterizam pelo benefício mútuo de
ambos os seres vivos, ou de apenas um deles, sem o prejuízo do outro.
Essas relações são denominadas harmônicas ou positivas.

Outras formas de interações; caracterizadas pelo prejuízo de um de seus


participantes em benefício do outro. Esses tipos de relações recebem o
nome de desarmônicas ou negativas.

Tanto as relações harmônicas como as desarmônicas podem ocorrer


entre indivíduos da mesma espécie e indivíduos de espécies diferentes.

Quando as interações ocorrem entre organismos da mesma espécie, são


denominadas relações intra-específicas ou homotípicas. Quando as
relações acontecem entre organismos de espécies diferentes, recebem o
nome de inter - específicas ou heterotípicas.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Dar o conceito de facores Bioticos;

 Ldentificar os elementos que fazem parte dos factores Bioticos e caracterizar


Objectivo cada um deles.
s
Esquema 1. As subdivisões das relações ecológicas

Harmômica |Colônia |Sociedade

Intra-
|Canibalismo
especícicas Desarmônica
|Competição
Relações
|Comensalismo |Inquilinismo
Ecológicas
Interespecíficas Harmônica |Mutualismo |Simbiose
|Foresia
|Amensalismo |Competição
Desarmônica |Esclavagismo |Parasitismo
|Predatismo
Fonte: Cassini (2005:12)

Relações harmônicas intra-específicas

Colônias - colônias são associações harmônicas entre indivíduos de


uma mesma espécie, anatomicamente ligados, que em geral perderam a
capacidade de viver isoladamente. A separação de um indivíduo da
colônia determina a sua morte.

Quando as colônias são constituídas por organismos que apresentam a


mesma forma, não ocorre divisão de trabalho. Todos os indivíduos são
iguais e executam todas as funções vitais. Essas colônias são
denominadas homomorfas ou isomorfas. Como exemplo, podem ser
citadas as colônias de corais (celenterados), de crustáceos do gênero
Balanus (as cracas), de certos protozoários, bactérias, etc.

Figura 4. Recife de coral (colónia de coral)


Quando as colônias são formadas por indivíduos com formas e funções
distintas, ocorre urna divisão de trabalho. Essas colônias são
denominadas heteromorfas. Um ótimo exemplo é o celenterado da
espécie Phisalia caravela popularmente conhecida por "caravelas". Elas
formam colônias com indivíduos especializados na proteção e defesa (os
dactilozóides), na reprodução (os gonozóides), na natação (os
nectozóides), na flutuação (os pneumozóides), e na alimentação (os
gastrozóides).

Figura 5. Colónia de caravelas uma caravela

Fonte: Connors /MorgueFile

Sociedades - são associações entre indivíduos da mesma espécie,


organizados de um modo cooperativo e não ligados anatomicamente. Os
indivíduos componentes de uma sociedade se mantêm unidos graças
aos estímulos recíprocos. Ex: alcatéia, cardume, manada de búfalos,
homem, térmitas (cupins), formigas, abelhas.

Sociedade das Abelhas:

A sociedade formada pelas abelhas melíferas (Apis mellifera) comporta


três castas distintas: as operárias, a rainha e os machos ou zangões.

Uma colméia de abelhas melíferas pode conter de 30 mil a 40 mil


operárias. São elas as grandes reponsáveis por todo o trabalho
executado na colméia. As operárias transportam o mel e o pólen das
celas de armazenamento para a rainha, zangões e larvas, alimentando-
os. Produzem a cera para ampliar a colméia, limpam-na dos detritos e de
companheiras mortas e doentes. Procuram, no exterior da colméia, o
néctar e o pólen. Além disso, guardam e protegem a colméia. As
operárias vivem, em média, seis semanas. São todas fêmeas estéreis.

A rainha apresenta a mesma constituição genética que as operárias. A


diferenciação entre elas se faz pelo, tipo de alimento recebido na fase de
larva. Enquanto as larvas das futuras operárias recebem apenas mel e
pólen, as larvas que se desenvolverão em rainhas são também
alimentadas com secreções glandulares de operárias adultas. Essas
secreções recebem o nome de geléia real.

Cada colméia de abelhas melíferas só tem uma rainha adulta. Esta


controla as operárias graças a secreção de uma substância denominada
feromônio. Essa substância se espalha por toda a colméia, passando de
boca em boca. O feromônio inibe o desenvolvimento do ovário das
operárias, impossibilitando-as de se tornarem rainhas.

Quando a rainha adulta abandona a sua colméia para construir uma


nova, ela é seguida por cerca de metade das operárias. Inicialmente,
esse novo grupo permanece enxameado durante alguns dias, em torno
da rainha, num local ainda não definitivo. A seguir, o enxame se fixa em
um abrigo apropriado. Uma nova colméia surgirá graças à produção de
cera pelas operárias.

Na colméia antiga, aparece uma nova rainha e as que estavam em


desenvolvimento são destruídas. Essa nova rainha, ao sair para o "vôo
nupcial", libera o feromônio, que estimula os zangões a segui-Ia. Durante
o vôo nupcial, a rainha é fecundada. Dependendo da espécie de abelha,
a rainha poderá ser fecundada por apenas um zangão ou por vários.

A rainha, uma fez fecundada, volta à colméia, onde, após algum tempo,
reiniciará a postura de ovos. Esta se prolongará por 5 a 7 anos. Os ovos
fecundados originarão rainhas e operárias e os não fecundados, os
zangões. Enquanto as rainhas e operárias são diplóides; ou 2n pois
resultam de óvulos fecundados, os zangões são haplóides ou n.

Os zangões são alimentados da mesma forma que as operárias. Delas


diferem por serem haplóides ou n. Os zangões originam-se de óvulos
não fecundados, portanto, partenogeneticamente. São importantes no
vôo nupcial, pois fertilizam a rainha nessa ocasião. Essa é a única
atividade realizada pelos zangões; terminado o vôo nupcial, voltam
também à colméia. Como são incapazes; de se alimentar sozinhos, são
mortos a picadas pelas operárias ou expulsos da colméia, morrendo
conseqüentemente, de inanição.

Relações harmónicas inter-específicas

Mutualismo - é a associação entre indivíduos de espécies diferentes na


qual ambos se beneficiam. Esse tipo de associação é tão íntima que a
sobrevivência dos seres que a formam torna-se impossível, quando são
separados.

Alguns autores usam o termo simbiose para caracterizar o que


definimos como mutualismo. Como a tendência actual é considerar
simbiose uma associação entra indivíduos de espécies diferentes, não
importando o tipo de relação entre eles, devemos usar o termo
mutualismo para caracterizar a simbiose entre indivíduos de espécies
diferentes, em que ambos se beneficiam.

Como exemplos de mutualismo vamos analisar, entre outros, os líquens,


a bacteriorriza, a micorriza, e as associações entre cupins e protozoários
e entre herbívoros com bactérias e protozoários.
Exemplo

Líquens - são constituídos pela associação mutualística entre algas e


fungos. A alga realiza a fotossíntese e cede ao fungo parte da matéria
orgânica sintetizada. O Fungo, além de proteger a alga, cede-lhe
humidade e sais minerais que absorve. Esse tipo de relação é benéfico
para ambos. Permite a sobrevivência do líquen em lugares onde,
isoladamente, a alga e o fungo não teriam chance. Os líquens podem ser
encontrados em troncos de árvores, nas rochas nuas, nos desertos e no
Ártico.

Figura 6. mutualismo dos liquenes

Fonte:www.portalsaofrancisco.com.br

Protocooperação - protocooperação ou simplesmente cooperação é a


associação entre indivíduos de espécies diferentes em que ambos se
beneficiam, mas cuja coexistência não é obrigatória. Como exemplos de
protocooperação vamos destacar as associações entre o paguro-eremita
e as anêmonas-do-mar, o pássaro anu e certos mamíferos, o pássaro-
palito e os crocodilos e a polinização feita por animais.

Exemplo

O pássaro anu e certos mamíferos - os pássaros conhecidos por anus


alimentam-se de carrapatos e outros parasitas encontrados no pelo de
certos mamíferos, como o gado, o búfalo, o rinoceronte, etc. Os anus, ao
retirarem os parasitas (carrapatos) da pele desses mamíferos, estão se
alimentando e, ao mesmo tempo, livram os mamíferos desses
indesejáveis parasitas. A coexistência de ambos não é obrigatória, daí
falarmos em protocooperação.
Figura 7. Cooperacao entre os pássaros e mamiferos

Fonte:www.infoescola.com
Comensalismo - é a associação entre indivíduos de espécies diferentes
na qual um deles aproveita os restos alimentares do outro sem prejudicá-
lo. O animal que aproveita os restos alimentares é denominado
comensal.

Exemplo de comensalismo muito citado é o que ocorre entre a rêmora e


o tubarão. A rêmora ou peixe-piolho é um peixe ósseo que apresenta a
nadadeira dorsal transformada em ventosa, com a qual se fixa ao corpo
do tubarão. A rêmora além de ser transportada pelo tubarão, aproveita os
restos de sua alimentação. O tubarão não é prejudicado, pois o peso da
rêmora é insignificante. Os alimentos ingeridos pela rêmora
correspondem aos desprezados pelo tubarão. Como exemplo também,
as hienas se aproveitando de restos deixados pelo leão, ou Entamoeba
coli se aproveitando de restos alimentares em nosso intestino e, até
mesmo, a ave-palito comendo restos alimentares na boca do crocodilo.

Figura 8. Comemsalimo entre a remula e o tubarao


Fonte: www.infoescola.com

Inquilinismo - é a associação entre indivíduos de espécies diferentes em


que um deles procura abrigo ou suporte no corpo do outro, sem
prejudicá-lo. O inquilinismo é uma forma de associação muito parecida
com o comensalismo. Desta difere por não haver cessão de alimentos ao
inquilino. Como exemplos de inquilinismo vamos destacar as
associações do peixe-agulha com a holotúria e das orquídeas e
bromélias com troncos de árvores.

Exemplo

O Peixe-agulha e a Holotúria - o peixe-agulha (Fierasfer) possui um


corpo fino e alongado. Ele penetra no corpo da holotúria, conhecida
popularmente como pepino-do-mar, para se abrigar. Do corpo da
holotúria, o peixe-agulha só sai para procurar alimento, voltando logo em
seguida. O peixe-agulha apenas encontra abrigo no corpo da holotúria,
não a prejudicando em qualquer sentido.

Figura 9. Inquilinismo entre peixe-agulha e a horloturia

Fonte:www.infoescola.com

Foresia - é a associação entre indivíduos de espécies diferentes em que


um se utiliza do outro para transporte, sem prejudicá-lo. Como exemplo
temos a rêmora ou peixe-piolho no tubarão ou, até mesmo, o transporte
de sementes por pássaros e insectos.

Relações desarmónicas inter-específicas

Predatismo - é a interacção desarmónica na qual um indivíduo


(predador) ataca, mata e devora outro (presa) de espécie diferente. A
morte da presa pode ocorrer antes ou durante a sua ingestão. Os
predadores, evidentemente, não são benéficos aos indivíduos que
matam. Todavia, podem sê-lo à população de presas. Isso porque os
predadores eliminam os indivíduos menos adaptados, podendo, influir no
controle da população de presas.

Tanto os predadores como as presas mostram uma série de adaptações


que permitem executar mais eficazmente as suas actividades. Assim, os
dentes afiados dos tubarões, os caninos desenvolvidos dos animais
carnívoros, as garras de águia, a postura e o primeiro par de patas do
louva-a-deus, o veneno das cobras, as telas de aranha são exemplos de
algumas adaptações apresentadas pelos predadores.

Por outro lado, as presas favorecidas pela selecção natural também


evidenciam um grande número de adaptações que as auxiliam a evitar
seus predadores.

A produção de substâncias de mau cheiro ou de mau gosto, as cores de


animais que se confundem com o meio ambiente, os espinhos dos
ouriços, as corridas dos cavalos, veados e zebras são exemplos de
processos utilizados pelas presas para ludibriar seus predadores.

Entre as adaptações apresentadas por predadores e presas merecem


destaque a camuflagem, o mimetismo e o aposematismo

Camuflagem: é uma adaptacao morfológica e ocorre quando uma


espécie possui a mesma cor (homocromia) ou a mesma forma
(homotipia) do meio ambiente. Por exemplo o camaleão que varia da cor
verde das folhas à cor marrom do substrato onde ficam. Os animais polares
costumam ser brancos, confundindo-se com o gelo. O louva-a-deus, que é um
poderoso predador, se assemelha a folhas ou galhos como ilustram as imagens
seguintes.
Figura 10. O louva-a-deus entre as folhas

Fonte: biocarthagenes.blogspot.com

- Aves e insetos de cor verde

- Inseto bicho-pau

- Urso polar (branco como neve)

- Leão no capim seco

- Mariposas iguais a folhas

Mimetismo: Ocorre quando uma espécie possui o aspecto de outras.

Exemplos:

- Cobra-coral falsa (não venenosa) imitando a cobra-coral verdadeira


(venenosa);

- Borboleta vice-rei, que é pequena e comestível por pássaros, imitando a


borboleta monarca que é maior e de sabor repugnante aos pássaros.

- Mariposas imitando vespas;

- Moscas inócuas imitando abelhas;


- Borboleta-coruja com asas abertas lembram a cabeça de coruja.
Figura 11. Cobra coral falsa e verdadeira
Fonte: biocarthagenes.blogspot.com

Aposematismo
Aposematismo é o mesmo que coloração de advertência. Trata-se de
uma forma de adaptação pela qual uma espécie revela cores vivas e
marcantes para advertir seus possíveis predadores, que já a reconhecem
pelo gosto desagradável ou pelos venenos que possui.
Muitas borboletas exibem os chamados anéis miméticos, com cores de
alerta, que desestimulam o ataque dos predadores.
Uma espécie de coloração de advertência bem conspícua é Dendrobates
Ieucomelas, da Amazônia, um pequeno sapo colorido com listras pretas
e amarelas e venenoso. Como ilustara as imagens que se seguem.
Figura 12 Especies com coloracao que confundo o predador como venenoso

Fonte: biocarthagenes.blogspot.com

Parasitismo - é a associação desarmónica entre indivíduos de espécies


diferentes na qual um vive à custa do outro, prejudicando-o. O indivíduo
que prejudica é denominado parasita ou bionte. O prejudicado recebe o
nome de hospedeiro ou biosado. Os parasitas podem ou não determinar
a morte do hospedeiro. No entanto, os parasitas são responsáveis por
muitos tipos de doenças ou parasitoses ainda hoje incuráveis. O
parasitismo ocorre tanto no reino animal como no vegetal.
Exemplos: a sanguessuga, o piolho, a pulga, etc.

Antibiose ou Amensalismo - é a interacção desarmónica onde uma


espécie produz e libera substâncias que dificultam o crescimento ou a
reprodução de outras podendo até mesmo matá-las. Como exemplos
temos:

- Certas algas platónicas dinoflageladas (do tipo Pirrófitas), quando em


superpopulação (ambiente favorável) liberam substâncias tóxicas na
água causando o fenómeno da maré vermelha onde ocorre a morte de
vários seres aquáticos intoxicados por tais substâncias;

- Raízes de algumas plantas que liberam substâncias tóxicas, que inibem


o crescimento de outras plantas.

- Folhas que caem no solo (ex.: pinheiros) liberam substâncias que


inibem a germinação de sementes.

- Fungos do género Penicillium produzem penicilina, antibiótico que mata


bactérias.
Imagens de antibiose

Esclavagismo ou Escravismo - é a interacção desarmónica na qual


uma espécie captura e faz uso do trabalho, das actividades e até dos
alimentos de outra espécie. Certas formigas amazonas e formigas
foscas, são exemplos. Um outro exemplo é a relação entre formigas e os
pulgões (Afídeos). Os pulgões são parasitas de certos vegetais.
Alimentam-se da seiva elaborada que retiram dos vasos liberianos de
plantas como a roseira, a orquídea, etc.
As formigas transportam os pulgões para os seus formigueiros e os
colocam sobre raízes delicadas, para que delas retirem a seiva
elaborada.

Competição - a competição compreende a interacção ecológica em que


indivíduos da mesma espécie ou indivíduos de espécies diferentes
disputam alguma coisa, como por exemplo, alimento, território,
luminosidade etc. Logo, a competição pode ser intra-específica (quando
estabelecida dentro da própria espécie) ou inter específica (entre
espécies diferentes). Em ambos os casos, esse tipo de interacção
favorece um processo selectivo que culmina, geralmente, com a
preservação das formas de vida mais bem adaptadas ao meio ambiente
e com a extinção dos indivíduos com baixo poder adaptativo. Assim, a
competição constitui um factor regulador da densidade populacional,
contribuindo para evitar a superpopulação das espécies.

Competir significa concorrer pela obtenção de um mesmo recurso do


ambiente (luz, abrigo, alimento, água, território, etc). As relações de
competição entre indivíduos de espécies diferentes verificam-se,
essencialmente, quando têm preferências alimentares idênticas.

Tabela 1. Tabela resumo das relaçães interespecíficas

Fonte:www.mundovestibular.com.br

Sumário
Nas comunidades bióticas dentro de um ecossistema encontram-se várias
formas de interacções entre os seres vivos que as formam, denominadas
relações ecológicas ou interacções biológicas. Essas relações se diferenciam
pelos tipos de dependência que os organismos vivos mantêm entre si. Algumas
dessas interacções se caracterizam pelo benefício mútuo de ambos os seres
vivos, ou de apenas um deles, sem o prejuízo do outro. Essas relações são
denominadas harmónicas ou positivas.

Outras formas de interacções são caracterizadas pelo prejuízo de um de seus


participantes em benefício do outro. Esses tipos de relações recebem o nome de
desarmónicas ou negativas.
Tanto as relações harmónicas como as desarmónicas podem ocorrer entre
indivíduos da mesma espécie e indivíduos de espécies diferentes. Quando
as interacções ocorrem entre organismos da mesma espécie, são
denominadas relações intra-específicas ou homotípicas. Quando as relações
acontecem entre organismos de espécies diferentes, recebem o nome de
interespecíficas ou heterotípicas.

Exercícios
1. Defina factores Abióticos.
2. Menciona os elementos que fazem parte dos factores Abioticos e
caracterize cada um deles.
3. Diferencie as relações intra e inter específicas nas especies. Dê
exemplos para cada caso.

4. Explique as vantagens e desvangens das relações intra e inter


específicas entre os indivíduos.

Entregar os exercícios: 2 desta unidade, trabalho com código T- G- 0140


Unidade VII

Biodiversidade
Introdução
O termo Biodiversidade refere-se à variedade de vida no planeta Terra,
incluindo a variedade genética dentro das populações e espécies, a
variedade de espécies da flora, da fauna, de fungos macroscópicos e de
microrganismos, a variedade de funções ecológicas desempenhadas
pelos organismos nos ecossistemas; e a variedade de comunidades,
habitats e ecossistemas formados pelos organismos.

Nesta unidade, iremos fazer uma abordagem em torno da Biodiversidade,


no que diz respeito a sua definicao, ameaças e conservação e protecção.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Dar o conceito de Biodiversidade;


 Descrever o valor económico da Biodiversidade;
 Conhecer as principais formas de conservação e protecção da
Objectivos
Biodiversidade.

Biodiversidade
Biodiversidade ou diversidade biológica é a diversidade da natureza
viva. Desde 1986, o termo e conceito têm adquirido largo uso entre
biólogos, ambientalistas, líderes políticos e cidadãos informados no
mundo todo. Este uso coincidiu com o aumento da preocupação com a
extinção, observado nas últimas décadas do Século XX.

Pode ser definida como a variedade e a variabilidade existente entre os


organismos vivos e as complexidades ecológicas nas quais elas ocorrem.
Ela pode ser entendida como uma associação de vários componentes
hierárquicos: ecossistema, comunidade, espécies, populações e genes
em uma área definida. A biodiversidade varia com as diferentes regiões
ecológicas, sendo maior nas regiões tropicais do que nos climas
temperados.

A Biodiversidade refere-se tanto ao número (riqueza) de diferentes


categorias biológicas quanto à abundância relativa (equitatividade) dessas
categorias. E inclui variabilidade ao nível local (alfa diversidade),
complementaridade biológica entre habitats (beta diversidade) e
variabilidade entre paisagens (gama diversidade). Ela inclui, assim, a
totalidade dos recursos vivos, ou biológicos, e dos recursos genéticos, e
seus componentes.

A biodiversidade é considerada a vários níveis:

1. Diversidade genética - diversidade dos genes em uma espécie que


estão dentro dos cromossomas (códigos genéticos que transmitem
características dos progenitores para as crias);

2. Diversidade de espécies - diversidade entre espécies (tipo de plantas e


animais);

3. Diversidade de ecossistemas - diversidade em um nível mais alto de


organização, incluindo todos os níveis de variação desde o genético
(diversidade de meios e de organismos que vivem neste meio).

O valor económico da biodiversidade


Ecólogos e ambientalistas são os primeiros a insistir no aspecto
económico da protecção da diversidade biológica. Deste modo, Edward O.
Wilson escreveu em 1992 que a Biodiversidade é uma das maiores
riquezas do planeta, e, entretanto, é a menos reconhecida como tal (la
biodiversité est l'une des plus grandes richesses de la planète, et pourtant
la moins reconnue comme telle).

A maioria das pessoas vê a biodiversidade como um reservatório de


recursos que devem ser utilizados para a produção de produtos
alimentícios, farmacêuticos e cosméticos. Este conceito do gerenciamento
de recursos biológicos provavelmente explica a maior parte do medo de
se perderem estes recursos devido à redução da Biodiversidade.
Entretanto, isso é também a origem de novos conflitos envolvendo a
negociação da divisão e apropriação dos recursos naturais.

Uma estimativa do valor da biodiversidade é uma pré-condição necessária


para qualquer discussão sobre a distribuição da riqueza da
Biodiversidade. Estes valores podem ser divididos entre:

 Valor intrínseco – todas as espécies são importantes intrinsecamente,


por uma questão de ética.
 Valor funcional – cada espécie tem um papel funcional no ecossistema.
Por exemplo, predadores regulam a população de presas, plantas
fotossintetizantes participam do balanço de gás carbónico na atmosfera,
etc.
 Valor de uso directo – muitas espécies são utilizadas directamente pela
sociedade humana, como alimentos ou como matérias - primas para
produção de bens.
 Valor de uso indirecto – outras espécies são indirectamente utilizadas
pela sociedade. Por exemplo criar abelhas em laranjais favorece a
polinização das flores de laranja, resultando numa melhor produção de
frutos.
 Valor potencial – muitas espécies podem futuramente ter um uso directo,
como por exemplo espécies de plantas que possuem princípios activos a
partir dos quais podem ser desenvolvidos medicamentos.

Principais ameaças à Biodiversidade


A poluição, o uso excessivo dos recursos naturais, a expansão da
fronteira agrícola em detrimento dos habitats naturais, a expansão urbana
e industrial, tudo isso está levando muitas espécies vegetais e animais à
extinção.

A cada ano, aproximadamente 17 milhões de hectares de floresta tropical


são desmatados. As estimativas sugerem que, se isso continuar, entre 5%
e 10% das espécies que habitam as florestas tropicais poderão estar
extintas dentro dos próximos 30 anos.

A sociedade moderna - particularmente os países ricos - desperdiça


grande quantidade de recursos naturais. A elevada produção e uso de
papel, por exemplo, é uma ameaça constante às florestas.

A exploração excessiva de algumas espécies também pode causar a sua


completa extinção. Por causa do uso medicinal de chifres de rinocerontes
em Sumatra e em Java, por exemplo, o animal foi caçado até o limiar da
extinção.

A poluição é outra grave ameaça à biodiversidade do planeta. Na Suécia,


a poluição e a acidez das águas impede a sobrevivência de peixes e
plantas em quatro mil lagos do país.

A introdução de espécies animais e vegetais em diferentes ecossistemas


também pode ser prejudicial, pois acaba colocando em risco a
biodiversidade de toda uma área, região ou país.

Manuseio da biodiversidade: conservação, preservação e protecção


A conservação da diversidade biológica tornou-se uma preocupação
global. Apesar de não haver consenso quanto ao tamanho e ao
significado da extinção actual, muitos consideram a Biodiversidade
essencial.

Há basicamente dois tipos principais de opções de conservação,


conservação in-situ e conservação ex-situ.

Conservação In-Situ: significa a conservação dos ecossistemas e dos


habitats naturais e a manutenção e a recuperação de populações viáveis
de espécies no seu meio natural. Portanto, a conservação In-Situ será a
conservação de espécies dentro do seu meio natural que passam
necessariamente pelas seguintes estratégicas básicas:

 Estabelecer um sistema de áreas protegidas ou de áreas onde tenham


que ser tomadas medidas especiais para a conservação da diversidade
Biológica;
 Promover um desenvolvimento ambientalmente correcto e sustentável
em zonas adjacentes as áreas protegidas, com vista a aumentar a
protecção dessas áreas;
 Desenvolver ou manter a legislação necessária e ou outras disposições
regulamentares para das espécies e populações ameaçadas

Conservação Ex-Situ: significa a conservação de componentes da


diversidade biológica fora do seu habitat natural. Entretanto, este tipo de
conservação passa também necessariamente pela adopção de algumas
medidas, tais como:

 Adopção de medidas destinadas a recuperação e reabilitação das


espécies ameaçadas e a reintrodução destas nos seus habitats naturais
em condições apropriadas;
 Adopção de medidas de conservação Ex-Situ dos componentes de
diversidade biológica, de preferência no país de origem desses
componentes.

A in-situ é geralmente vista como uma estratégia de conservação


elementar. Entretanto, sua implementação é às vezes impossível. Por
exemplo, a destruição de hábitats de espécies raras ou ameaçadas de
extinção às vezes requer um esforço de conservação ex-situ. Além disso,
a conservação ex-situ pode dar uma solução reserva para projectos de
conservação in-situ. Alguns acham que ambos os tipos de conservação
são necessários para assegurar uma preservação apropriada.

Um exemplo de um esforço de conservação in-situ é a construção de


áreas de protecção (Parque Nacional da Gorongosa). Um exemplo de um
esforço de conservação ex-situ, ao contrário, seria a plantação de
germoplasma em bancos de sementes. Tais esforços permitem a
preservação de grandes populações de plantas com o mínimo de erosão
genética.

Convenção da Diversidade Biologica

A Convenção da Diversidade Biológica é o primeiro instrumento legal para


assegurar a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais. Mais
de 160 países assinaram o acordo, que entrou em vigor em Dezembro de
1993.

O pontapé inicial para a criação da Convenção ocorreu em junho de 1992,


quando o Brasil organizou e sediou uma Conferência das Nações Unidas,
a Rio-92, para conciliar os esforços mundiais de protecção do meio
ambiente com o desenvolvimento socioeconómico.

A convenção sobre a diversidade Biológica foi aprovada na conferencia


do Rio de Janeiro, Brasil que tinha com tema Ambiente e
Desenvolvimento, entre os dias 3 e 14 de Junho de 1992, tendo estado
representados 172 estados e assinados por 155 países onde também foi
adoptado a Agenda 21 como um instrumento de promoção do
Desenvolvimento Sustentável.

Objectivos da Convenção da Diversidade Biológica


 A conservação da diversidade biológica;
 A utilização sustentável dos seus componentes;
 A partilha justa e equitativa dos benefícios que advêm da utilização
dos recursos genéticos, inclusivamente através do acesso adequado a
esses recursos e da transferência apropriada das tecnologias
relevantes, tendo em conta todos os direitos sobre esses recursos e
tecnologias, bem como através de um financiamento adequado.

Princípios da Convenção da Diversidade Biológica (CDB)


 Os estados tem direito soberano de explorar os seus próprios recursos
na aplicação da sua própria política ambiental e a responsabilidade de
assegurar que as actividades sob a jurisdição ou controlo não
prejudiquem o ambiente de outros estados ou de áreas situadas fora
dos limites da sua jurisdição;
 Reconhecer e fomentar os métodos tradicionais e os conhecimentos das
populações indígenas e suas comunidades, enfatizando o papel
específico das mulheres, relevantes para a conservação da diversidade
biológica e o uso sustentável dos recursos biológicos, e assegurar a
esses grupos oportunidade de participação nos benefícios económicos e
comerciais decorrentes do uso desses métodos e conhecimentos
tradicionais;
 Promover uma cooperação internacional e regional mais ampla para
aprofundar a compreensão científica e económica da importância da
diversidade biológica e sua função nos ecossistemas;
 Promover o desenvolvimento ambientalmente saudável e sustentável
das regiões adjacentes às áreas protegidas, com vistas a aumentar a
protecção dessas áreas.

Compromissos da Convenção da Diversidade Biológica (CDB)

 Desenvolver estratégias, planos e programas nacionais para a


conservação e a utilização sustentável da diversidade biológica ou
adaptar para este fim as estratégias, planos ou programas existentes;
 Integrar a conservação e a utilização sustentável da diversidade
biológica nos planos, programas e politicas sectoriais ou intersectoriais;
 Identificar os componentes da diversidade biológica importantes para a
sua conservação e utilização sustentável
 Monitorar os componentes da diversidade biológica prestando aos que
requerem adopção de medidas urgentes de conservação e aos que
oferecem o maior potencial para a sua utilização sustentável;
 Identificar os processos e categorias de actividades que tenham
impactos adversos na conservação e utilização sustentável da
diversidade biológica;
 Manter e organizar os dados provenientes de actividades de
identificação e monitorização;
 Estabelecer um sistema de ares protegidos ou áreas que tenham que
ser tomadas medidas especiais para a conservação da diversidade
biológica;
 Desenvolver directrizes para a selecção, o estabelecimento e a gestão
de áreas protegidas ou de áreas onde tenham que ser tomadas medidas
especiais para a conservação da diversidade biológica;
 Regulamentar ou gerir os recursos biológicos importantes para a
conservação da diversidade biológica, dentro ou fora das áreas
protegidas, para garantir a sua conservação e utilização sustentável;
 Proteger ecossistemas e habitats naturais e manter populações viáveis
de espécies no seu meio natural;
 Promover o desenvolvimento correcto e sustentável em zonas
adjacentes a áreas protegidas, para aumentar a protecção dessas
áreas;
 Reabilitar ecossistemas degradados e promover a recuperação de
espécies ameaçadas;
 Estabelecer ou manter meios para regulamentar, gerir ou controlar os
riscos associados à utilização e à libertação dos organismos vivos
modificados, tendo em conta os riscos para a saude humana;
 Impedir a introdução, controlar ou eliminar as espécies exóticas que
ameaçam os ecossistemas, habitats ou espécies
 Fornecer as condições necessárias para a compatibilização das
utilizações actuais com a conservação da diversidade biológica e
utilização sustentável dos seus componentes.

Sumário
Concluímos no entanto que o termo Biodiversidade refere-se a totalidade dos
recursos vivos ou biológicos e dos recursos genéticos e seus componentes. Ela
é fonte primária de recursos, fornecendo comida, fibras para roupas, madeira
para construções, remédios e energia.

A biodiversidade não esta isenta de amças, pois, também sofre ameaças dentre
as quais podemos destacar: a poluição, o uso excessivo dos recursos naturais, a
expansão da fronteira agrícola em detrimento dos habitats naturais, a expansão
urbana e industrial, tudo isso está levando muitas espécies vegetais e animais à
extinção.

Por essa razão a conservação da diversidade biológica tornou-se uma


preocupação global, onde destacamos dois tipos principais de opções de
conservação, conservação in-situ, que é a conservação dos ecossistemas e dos
habitats naturais e a manutenção e a recuperação de populações viáveis de
espécies no seu meio natural. Portanto, a conservação In-Situ será a
conservação de espécies dentro do seu meio natural, e conservação Ex-Situ que
é a conservação de componentes da diversidade biológica fora do seu habitat
natural.

Surgiu também a Convenção sobre a Diversidade Biológica na qual mais de 160


países assinaram o acordo que tinha como objectivo a conservação da
diversidade biológica; A utilização sustentável dos seus componentes; A partilha
justa e equitativa dos benefícios que advêm da utilização dos recursos genéticos,
inclusivamente através do acesso adequado a esses recursos e da transferência
apropriada das tecnologias relevantes, tendo em conta todos os direitos sobre
esses recursos e tecnologias, bem como através de um financiamento
adequado.

Exercícios
1. Qual é o valor económico da Biodiversidade;
2. Descreva as principais formas de conservação e protecção da
Biodiversidade e indique a vantagem de cada uma delas.

Entregar os exercícios: 2 desta unidade, trabalho com código T- G-


0140
Unidade VIII
Classificação da Biodiversidade

Sistemas de classificacao
Taxaonomia Nomeclatura
Introdução
Como vimos nos capítulos anteriores biodiversidade ou variedade de
vida presente nos mais diversos ambientes. Ela é composta por uma
grande diversidade de espécies (indivíduos semelhantes, com
capacidade de se reproduzir entre si e naturalmente), que por sua vez
apresentam grande diversidade genética (variação na informação
genética entre indivíduos da mesma espécie) e diversidade ecológica
(diferentes comunidades biológicas como florestas, desertos, rios,
oceanos que interagem entre si e com o ambiente).

Neste capítulo iremos tratar dos critérios de clssificacao da biodiversidade.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Idendificar os critérios de classificacao da biodiversidade.

 Classificar a biodiversidade

Objectivos
 Diferenciar taxonomia de Nomeclatura

A classificação biológica das espécies foi proposta inicialmente em 1735 pelo naturalista
Carl Von Linnée (conhecido por Lineu), sistematizando em seu livro Sistema Naturae, a
ordenação dos seres vivos em grupos hierárquicos. Até essa data, não havia uma forma
específica, com critérios adequados, utilizada para agrupar os mais distintos organismos
de acordo com as semelhanças anatómicas.

Classificação biológica: é um sistema que ordena os seres vivos e os distribui em


grupos hierárquicos. A classificação moderna que surgiu da reformulacao da organizacao
de Lineu num modelo mais coeso relaciona os seres vivos de acordo com o parentesco
evolutivo, a similar composição química e a estrutura genética.

A nomenclatura binomial que estipula normas que regulam a atribuição de nomes


científicos às espécies biológica, associada ao sistema de classificação, uniformiza e
simplifica seu estudo. As principais categorias taxonômicas são: Reino, Filo, Classe,
Ordem, Família, Gênero e Espécie (ver esquema que segue).

Os Principais Reinos de Seres Vivos

Adotaremos o sistema de classificação proposto por Whittaker e modificado por Margulis


e Schwartz, de 5 reinos:

o Monera: Seres procarióticos.


o Protoctista: Protozoários (unicelulares, eucarióticos e heterotróficos) e algas
(uni ou pluricelulares, eucarióticos e autótrofos fotossintetizantes).
o Fungi: Fungos (uni ou pluricelulares, eucarióticos e heterótrofos).
o Plantae: Plantas (pluricelulares, eucarióticos e autótrofos fotossintetizates).
o Animalia: Animais (pluricelulares, eucarióticos e heterótrofos).

Os vírus são um caso à parte, pois são acelulares. Sendo assim, não apresentam
metabolismo próprio e são obrigatoriamente parasitas intracelulares. Como não sabemos
definir se são ou não vivos, chamamos os vírus de entidades.

Exemplificando a espécie humana:


Reino – Animalia
Filo – Chordata
Classe – Mammalia
Ordem – Primates
Família – Hominidae
Gênero – Homo
Espécie – sapiens
Palavra mnemônica: ReFiCOFaGE
Além destes, acima da categoria Reino, também há uma categoria chamada Domínio:

 Eukarya: Os seres eucariontes.


 Archaea: Arqueas.
 Bactéria: Eubactérias.

Esquema 2. Sistema de classificacao da Biodiversidade

Fonte: www.sobiologia.com.br

Pelo sistema binomial, o nome científico de um organismo, sempre composto por dois
termos, portanto binomial, exprime através da primeira palavra o gênero a que pertence
o organismo estudado, cabendo à segunda palavra designar a espécie desse.

Exemplo: Canis familiares e Canis lupus, respectivamente cães e lobos. Ambas as


denominações compartilham o mesmo gênero, contudo, são espécies distintas.

Régras de nomeacao segundo a nomenclatura binomial (regra Gênero espécie):

 O nome do gênero seguido do nome específico destacados do resto do texto


(em itálico, negrito ou sublinhado).
 O nome do gênero sempre vem com a inicial maiúscula e o da espécie com a
inicial minúscula.
 Os nomes dos organismos devem ser escritos de forma latinizada. (Não pode
ser algo do tipo: Gatinho lindo).
 Quando aparecer pela primeira vez no texto, o nome deve ser escrito por
completo, e depois pode se abreviar o nome genérico: Canis familiaris  C.
familiaris.
 Além disso, o nome do gênero pode ser escrito de forma isolada, ao passo que o
da espécie não: Posso escrever apenas Canis, sem especificar mais que isso.

Nomenclatura Científica

Nomenclatura é a atribuição de nomes (nome científico) a organismos e às categorias


nas quais são classificados.

O nome científico é aceito em todas as línguas, e cada nome aplica-se apenas a uma
espécie.

Há duas organizações internacionais que determinam as regras de nomenclatura, uma


para zoologia e outra para botânica.

Segundo as regras, o primeiro nome publicado (a partir do trabalho de Lineu) é o correto,


a menos que a espécie seja reclassificada, por exemplo, em outro gênero. A
reclassificação tem ocorrido com certa frequência desde o século XX. O Código
Internacional de Nomenclatura Zoológica preconiza que neste caso mantém-se a
referência a quem primeiro descreveu a espécie, com o ano da decisão, entre
parênteses, e não inclui o nome de quem reclassificou. Esta norma internacional decorre,
entre outras coisas, do facto de ser ainda nova a abordagem genética da taxonomia,
sujeita a revisão devido a novas pesquisas científicas, ou simplesmente a definição de
novos parâmetros para a delimitação de um táxon, que podem ser morfológicos,
ecológicos, comportamentais etc.

Nomenclatura popular

A nomeação dos seres vivos que compõe a biodiversidade constitui uma etapa do
trabalho de classificação. Muitos seres são "batizados" pela população com nomes
denominados populares ou vulgares, pela comunidade científica.

Esses nomes podem designar um conjunto muito amplo de organismos, incluindo,


algumas vezes, até grupos não aparentados.
O mesmo nome popular pode ser atribuído a diferentes espécies, como neste exemplo:

Figura 13 Ananas de diferentes espcies mas que são demominados da mesma maneira

Ananas comosus Ananas ananassoides


Fonte: wwwsobiologia.com.br

Estas duas espécies do gênero ananas são chamadas pelo mesmo nome popular
Abacaxi.

Em contra partida, animais de uma mesma espécie podem receber vários nomes, como
ocorre com a onça-pintada (ver imagem que se segue), cujo nome científico é Panthera
onca. Outros nomes populares canguçu, onça-canguçu, jaguar-canguçu.

Figura 14. Panthera onca

Fonte: wwwsobiologia.com.br
Considerando o exemplo apresentado, podemos perceber que a nomenclatura popular
varia bastante, mesmo num país em que a população fala um mesmo idioma,
excetuando-se os idiomas locais. Imagine se considerarmos o mundo todo, com tantos
idiomas e dialetos diferentes, a grande quantidade de nomes de um mesmo ser vivo
pode receber. Desse modo podemos entender a necessidade de existir uma
nomenclatura padrão, adotada internacionalmente, para facilitar a comunicação de
diversos profissionais, como os médicos, os zoólogos, os botânicos e todos aqueles que
estudam os seres vivos.
Assim sirge a sistemática é o ramo da biologia que estuda a biodiversidade, isto é, os
tipos e variedades de seres vivos. Tem como objetivos:
 Descrever a biodiversidade na forma de catálogos das espécies;
 Desenvolver critérios para se organizar a biodiversidade;
 Compreender os processos responsáveis pela geração de biodiversidade.

A taxonomia é a forma pela qual a sistemática apresenta seus resultados. É um


sistema que organiza os seres vivos em categorias hierárquicas e atribui nomes
específicos a eles.

Vamos considerar, por exemplo, a forma como sua família organiza os diversos produtos
adquiridos em um supermercado. A sistemática seriam os critérios que vocês utilizam
para organizar os produtos, tipo, produtos de limpeza, alimentos a serem guardados na
geleira ou na dispensa a taxonomia, por sua vez, seria o resultado final da organização.
Ao pegar um saco de arroz, identifica neste produto determinadas características que o
permitem concluir que ele deve ser armazenado numa dispensa, e não numa geleira.

Como exemplos de sistemática, temos:

O sistema de Aristóteles, da Grécia antiga, que classificava os animais de acordo com o


ambiente em que viviam (voadores, nadadores…) e as plantas de acordo com o critério
tamanho (ervas, arbustos e árvores).

O sistema de Agostinho de Hipona, do Século IV dC, cujo critério de classificação era a


utilidade que os seres vivos tinham para a espécie humana (úteis, nocivos e
indiferentes).
O sistema de Lineu, do Século XVIII, cujo critério era baseado nas características
estruturais e anatômicas dos seres vivos.

A sistemática actual, assim como as ciências biológicas em geral, é baseada na teoria


da evolução e na descendência comum universal (um primeiro ser vivo, simples e
primitivo, é o ancestral de todas as formas de vida existentes hoje no planeta). Sendo
assim, as classificações, na verdade, são genealogias, exibindo as relações de
parentesco entre os seres vivos.
Acredita-se que os mecanismos capazes de terem gerado toda a biodiversidade foram:

 Mutações (= mudanças) no material genético dos seres vivos;

Sumário
A classificação biológica das espécies foi proposta pelo naturalista Carl
Von Linnée (Lineu). Até essa data, não havia critérios adequados
utilizados para agrupar os organismos de acordo com as semelhanças
anatómicas.

Assim, os seres vivos eram classificados em aéreos, aquáticos e


terrestres. Outra forma de classificá-los foi considerar a sua utilidade ao
homem. Hoje, os seres vivos podem ser classificados com base em
características tanto externas quando interna, que revelam o grau de
parentesco entre eles. Os cientistas desenvolveram um sistema de
classificação - universalmente aceito.

A nomenclatura binomial que estipula normas que regulam a atribuição de


nomes científicos às espécies biológica, associada ao sistema de
classificação, uniformiza e simplifica seu estudo. As principais categorias
taxonômicas são: Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie.
Classes de seres vivos são reunidas em filos. E os filos são, finalmente,
componentes de alguns dos cinco reinos (Monera, Protista, Fungi, Plantae
e Animalia).

Existe a nomenclatura popular mas isso faz com que a mesma espécie
tenha vários nomes epara a sua universalizacao usa-se a sistemática
que é o ramo da biologia que estuda a biodiversidade, isto é, os tipos e
variedades de seres vivos.
Com recurso a taxonomia, a forma pela qual a sistemática apresenta
seus resultados. É um sistema que organiza os seres vivos em categorias
hierárquicas e atribui nomes específicos a eles.

Exercícios

1. Qual é o critério da classificacao da biodiversidade.


2. Explica a difrenca entre taxonomia e nomenclatura
3. Faz a classificacao de um especi a sua escolha

Entregar o exercício desta unidade, trabalho com código T- G- 0140


Unidade IX
Ecologia das Populações
(Factores da distribuição espacial
dos indivíduos)

Introdução
A unidade que passa-se a estudar a seguir trata da ecologia das
populações, desde as suas características, distribuicao, métodos de
estudo e formas de crescimento das populações. No entanto, partimos do
pressuposto de que, população refere-se a um conjunto de organismos da
mesma espécie dentro de grupos no sei dos quais, os indivíduos podem
trocar material genético, podendo portanto, ser populacao de animais, de
plantas o de seres humanos.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Descrever as características das populações;

 Conhecer os métodos de estudo das populações;

Objectivos  Descrever as formas de crescimento das populações.

A população de um ecossistema pode crescer infinitamente em teoria,


mas existe uma curva real de crescimento de uma população que é
determinada pelo aumento dos indivíduos, modificada pela chamada
resistência do ambiente. Esta resistência é composta por todos os
factores abióticos que podem influenciar no crescimento da população. O
gráfico abaixo representa a curva normal de crescimento de uma
população com a linha mais espessa representando o crescimento
potencial e a linha sinuosa o equilíbrio atingido pela população que é
chamado equilíbrio dinâmico. Este equilíbrio tem flutuações. Este número
de indivíduos relativamente constante será o número de indivíduos
máximo ou capacidade limite deste ambiente em relação a essa
população.
Grafico 2. Crescimento normal de uma populacao

Fonte: www.passei.com.br

Métodos de estudos das populações

a) Método cartográfico – refere-se ao uso de mapas para o estudo da


área de distribuição das espécies. Com base no método cartográfico,
podemos determinar qual das espécies é mais abundante. Podemos
calcular a densidade relativa e bruta da população. Por exemplo
podemos calcular qual é a densidade dos cajueiros num distrito.

Podemos comparar a densidade das espécies com os seus factores


abióticos e esclarecer as causas da abundância ou raridade das
espécies. Podemos levantar questões relacionadas com a influência
do clima, do relevo, da geologia e alimentação na abundância das
espécies, na densidade populacional.
b) Método de captura e recaptura – é utilizado nas espécies animais.
Neste método, captura-se um animal, é lhe colocado um sinal ou um
censor e é acompanhada a trajectória desse mesmo animal. Por
exemplo, é usado para acompanhar a migração sensorial das aves e
dos mamíferos pelo território.

c) Método de contagem directa / recenseamento de plantas e animais – é


a determinação de quantidades das espécies por contagem directa.
Consiste em caminhar e contar as arvores, ervas, arbustos, etc.

d) Método de contagem indirecta – neste método ao em vez de contar as


espécies directamente, elas são estimadas a partir da observação dos
seus vestígios/ sinais no terreno. Os pássaros podem ser estimados a
partir da contagem dos seus ninhos. Alguns são avaliados a partir dos
seus excrementos. Outros são estimados a partir dos buracos ou tocas
que fazem no solo, outras são estimadas através do seu canto.

e) Modelos matemáticos – consistem no uso de formas matemáticas que


a partir de evidências sobre a presença de um determinado número de
animais determinar o número de animais numa área.

Existe fórmula para determinar a quantidade dos elefantes a partir do


peso das suas fezes. Determina-se a idade dos elefantes e o seu número.
As fórmulas matemáticas baseiam-se em métodos estatísticos que
permitem a partir de observados pontuais generalizar os dados para áreas
grandes. Por exemplo, quantos insectos predadores encontram-se numa
plantação de laranjeiras.

Variações da população dentro do ecossistema

O número de indivíduos de um ecossistema pode variar modificando o


tamanho das populações que o compõe. Os principais fatores que
promovem modificações em uma população são:

 Emigração
 Imigração
 Natalidade
 Mortalidade

Esses fatores podem modificar a chamada densidade populacional que


pode ser descrita pela fórmula:

D = n. de indivíduos/área

Comunidades

População é um grupo de organismos da mesma espécie ocupantes de


uma determinada área em um determinado tempo. Uma comunidade
consiste no conjunto de todas as populações de uma certa área.

A posição, ou função, de uma população dentro de uma comunidade é


chamada seu nicho ecológico. A hipótese da exclusão competitiva prevê
que somente uma espécie possa ocupar o mesmo nicho ecológico em um
dado momento e que, quando duas espécies competem pelo mesmo
nicho, uma é eliminada.

O tamanho de qualquer população é determinado pelas taxas de


natalidade e de mortalidade. A taxa de natalidade teórica de uma
população – seu potencial reprodutivo - é exponencial (isto é, 2, 4., 8, 16,
32); quanto maior for o número de indivíduos de uma população, tanto
mais rapidamente ela crescerá. A taxa de crescimento de uma população
que se expande pode geralmente ser tabulada por uma curva sigmóide,
que começa lentamente, aumenta de modo exponencial durante um certo
tempo, e depois se nivela, á medida que a população atinge os limites de
algum recurso disponível, como alimento, espaço, ou, no caso de
organismos aquáticos, oxigênio. Na maioria das comunidades, a taxa de
mortalidade de uma espécie é aproximadamente igual à taxa de
natalidade, e a população permanece relativamente estável de uma
geração para a seguinte.
Factores bióticos e abióticos desempenham um papel na regulação
natural da abundância dos organismos. Esses fatores podem ser
independentes de densidade (temperatura ou duração do dia) ou
dependentes de densidade (fonte de alimento ou predação).

Os tipos e a abundância dos organismos em uma comunidade dependem


não somente dos fatores abióticos, como os descritos no capítulo anterior,
mas também de fatores bióticos, das interações entre as várias
populações.

Entre os tipos de interação está a competição, que pode resultar na


eliminação de uma espécie (caso das angiospermas do gênero Lemna) ou
sua conformidade a um quadro não competitivo (cracas e icterídeos). As
plantas- competem ás vezes uma com a outra produzindo substâncias
tóxicas que limitam o crescimento de espécies próximas; esse fenômeno
é chamado alelopatia. A simbiose é a associação estreita entre
organismos de espécies diferentes. A associação pode ser benéfica a
ambos os organismos (mutualismo), benéfica a um e inócua ao outro
(comensalismo), ou benéfica a um e prejudicial ao outro (parasitismo). Em
alguns casos de simbiose, como no dos líquens e das formigas
cultivadoras de fungos, as formas associadas não podem viver
separadas.

A maioria das doenças nos organismos é causada por parasitas. A maior


parte dos parasitas não mata o hospedeiro e quase nunca extermina
populações inteiras. Os parasitas tendem a adaptar-se tão completamente
aos seus hospedeiros que passam a depender completamente desses.

Os níveis tróficos de um ecossistema estão ligados por associações


predador-presa. Essas associações exercem papel regulador no tamanho
das populações e profundos efeitos evolutivos nas diversas espécies
implicadas.

As plantas e os animais desenvolveram uma variedade de processos de


defesa contra a predação. Esses tipos de defesa incluem a "armadura" e
outras formas de proteção física, como as observadas; nos cactos, tatus,
tartarugas e numerosos organismos, e armas químicas, tais como
venenos de plantas e secreções aversivas de insetos. Muitos organismos
se camuflam.

Alguns insectos vieram a assemelhar-se a organismos de outra espécie,


seja para exibir um dispositivo protetor eficaz que tenham em comum com
essa outra espécie.

Formas de crescimento das populações


O crescimento natural das populações é contínuo.

Curva logística – é a curva que demonstra a resistência do meio sobre o


crescimento natural. As condições do meio impedem que o crescimento
seja ilimitado.

Essas resistências do meio são os factores ecológicos bióticos e abióticos


que vão limitar o crescimento natural das populações, por sua vez, esses
factores não tem uma acção uniforme sobre as espécies / populações e
tem um carácter de flutuação e de oscilação.

Efeito do grupo – é o efeito positivo de uma determinada população


quando o número considerado de indivíduos facilita a cooperação. É
utilizado pelos criadores do gado no sector familiar.

Efeito de massa – é o efeito negativo do aumento das populações.


Quando as populações crescem e atingem um número muito elevado
podem ultrapassar a capacidade de carga em relação a alimentação, a
água, e vários outros factores. Quando se atinge o efeito de massa a
população tem duas saídas para atenuar o efeito de massa.

O efeito de massa pode ser atenuado pela mortalidade e pela migração.


A mortalidade pode aumentar por causa da fome e da sede. Há uma
tendência para o nascimento de crias de sexo masculino e uma tendência
de nascer crias de sexo feminino estéril, e também uma tendência de
nascer espécies hermafroditas.
Essa regulação sem intervenção de factores externos chama-se auto –
regulação.

Migração – uma parte da população abandona o território e alivia os


recursos.

Outras formas de regulação da população são a competição, a predação


e o predatismo. Esses actores provocam a flutuação da população
quando a competição é elevada e desfavorável, a população diminui de
número.
mülleriano), seja para "dar a impressão" de possuírem esse dispositivo
embora na verdade não o possuam (mimetismo batesiano).

Todas essas associações contribuem para determinar o caráter da


comunidade e dos organismos que nela vivem

Esquema 3. Variacao da populacao

Fonte: http://www.sofi.com.br/node/235

Sumário
A população de um ecossistema pode crescer infinitamente em teoria, mas
existe uma curva real de crescimento de uma população que é determinada pelo
aumento dos indivíduos, modificada pela chamada resistência do ambiente.

Dentre os métodos de estudos das populações, destacam-se Método


cartográfico, Método de captura e recaptura, Método de contagem directa/
recenseamento de plantas e animais, Método de contagem indirecta, Modelos
matemáticos.

O número de indivíduos de um ecossistema pode variar modificando o tamanho


das populações que o compõe. Os principais factores que promovem
modificações em uma população são: emigração, imigração, natalidade
mortalidade.
Exercícios
1. Quais são os métodos de estudo das populações que conhece e onde
podemos aplicar?
2. Indique quais os factores que contribuem para:
a) O aumento de uma população.
b) A diminuição de uma população.
3. Descreva as formas de crescimento das populações.

Entregar os exercícios: 1 e 2 desta unidade, trabalho com código T- G-


0140
Unidade X
A densidade e crescimento das
populações (flutuações das
populações)

Introdução
Evidentemente, sobre uma população e comunidade actuam
permanentemente vários factores sejam eles de natureza física e
químicos do ambiente (luz, a humidade, a temperatura, solos, pressao, os
nutrientes, e os de índolo biótica (relações intra e inter específicas).
Esses factores vão condicionar a flutuacaoes nas populacoes, que serão
desenvolvidas nesta unidade.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

Conhecer os facores de distribuição de espécies.

Compreender as causas e factores das flutuações das populações.


Objectivos

Breves notas sobre ecologia das populações e das comuniddades

Já falamos que o termo Ecologia foi utilizado pela primeira vez em 1870,
pelo biólogo alemão Ernest Haeckel, para designar o estudo das
interações dos organismos vivos entre si e com o meio ambiente onde
habitam. É o estudo da população, da comunidade, do ecossistema e da
biosfera.

Ao conjunto de indivíduos da mesma espécie que vive em um território


cujos limites são geralmente os da biocenose da qual está espécie faz
parte denomina-se por população. Como deve depreender, este conceito
não insere o significado de povoamento, pois este diz respeito ao conjunto
dos indivíduos que pertecem a várias espécies.

De um modo geral, as populações têm um certo número de


características: distribuição espacial, a densidade, a estrutura, as
variáveis natalidade e mortalidade, as relações de interdependência entre
as espécies, entre outras.

A distribuição de espécies ao longo do globo terrestre é irregular, isto


significa que existente área de amaior, menor ou mesmo desprovida de
espécies. Os factores que governam este facto são de vária ordem, desde
os naturais, sócio-económicos, sócio-cultura.

Assim, segundo a influência destes factores, podemos considerar


semelhante distribuição segundo três critérios diferentes: distribuição
geográfica, ecológica e geológica.

Contudo, em ecologia, costuma-se considerar os seguintes tipos de


distribuição dos indivíduos: acaso, contagiosa e uniforme (ver figura que
se segue).

Distribuicao ao caso, verificamos quando os parámetros de avaliação são


iguais. Ocorre um ambiente bastante homogéneo em que as espécies não
têm nenhuma tendência a agrupar-se e para as quais a posição de cada
indivíduo no espaço não depende da posição de outros (ex: o
embondeiro).

Relativamente ao 2º caso so se encontra nos meios homogéneos e nas


espécies que não tem nenhuma tedência gregária. É muito comum na
natureza, pois as variações das características do meio ou ao
comportamento dos seres vivos que tendem a agrupar-se.

Distribuicao Uniforme acontece quando o número de indivíduos é


constante e igual a média. A distribuição uniforme é rara na natureza,
devido principalmente aos factores de ordem biótica (intensa competição
entre os diversos indivíduos).

O conhecimento do modo de distribuição dos seres vivos é útil quando se


quer avaliar a densidade da população (fauna e flora); é ainda
fundamental na sua gestão. Este conhecimento torna-se importante pois
permite saber o que existe, como existe onde existe para uma gestão
sustentável dos componentes que natureza coloca à nossa disposição.

Um campo fértil para pesquisas diz respeito a ecologia das comunidades.


Assim, designa-se por comunidade ao conjunto de organismos de duas
ou mais espécies que estabelecem relações ecológicas mutuas e com o
meio ambiente físico-químico. Nisto, é importante não confundir com o
conteúdo do termo ecossistema. Este diz respeito a totalidade do meio
físico-químico (o habitat) da comunidade e a própria comunidade.

No sentido mais vasto, comunidade pode ser tomado como sinónimo de


bioma (tundra, floresta de conifera, floresta temperada, floresta equatorial,
savana, deserto, entre outro) e no sentido restrito, comunidade pode ser
sinónimo de guilde, ou seja, um grupo de indivíduos que exploram o
mesmo tipo de recurso de modo semelhante, de um único nível trófico.

A comunidade é o nivel de estudo que coloca e tenta explicar as questões


como: quantas espécies podem coexistir em equilíbrio? Qual a dinâmica
espacial e temporal das espécies que a compõem? Qual o papel dos
diversos factores bióticos e abióticos e da própria heterogeneidade dos
meios na estruturação e regulação das suas diferentes espécies?

Efeito de Grupo e de Massa


Muitas experiências demonstraram os efeitos benéficos do agrupamento
de indivíduos da mesma espécie. Por exemplo a ave que vive em colónias
tem pouco ou nenhum êxito de reprodução quando o seu efectivo fica
abaixo do seu limite crítico.

Assim, constitui efeito de grupo o conjunto de modificações fisiológicas,


morfológicas e de comportamento que aparecem quando vários indivíduos
da mesma espécie vivem juntos em um espaço razoável e com uma
quantidade suficiente de alimentos.
O efeito de grupo age sobre a fecundidade e a velocidade de crescimento.
Por exemplo uma espécie de rebanho de elefantes de África deve conter
pelo menos 25 indivíduos para sobreviver. Este conhecimento da
“população mínima viável” é importante para a conservação de espécies
ameaçadas em extinção.

O efeito de grupo apresenta muitas vantagens na vida dos indivíduos:


limita o efeito dos predadores, a pregação das rãs pelos morcegos por
exemplo, é menor quando estão reunidas em grupos numerosos do que
sobre pequenos grupos.

Para além disso, há incremento de reprodução nas espécies. Os machos


das rãs neotropicais reúnem-se para cantar e quanto maior o grupo maior
é o número das fêmeas que se sentem atraídas pelos machos e o
aumento de capacidade de ataque as presas e de alimentação.

Ao passo que o efeito de massa é o efeito negativo do aumento da


população. Quando essas crescem e atingem um número bastante
elevado e podem ultrapassar a capacidade de carga que um meio
oferece. Contudo, para minimizar os impactos negativos do efeito de
massa há uma auto-regulação que ocorre de várias formas:

 Aumento da mortalidade causada pela fome (consequência da


escassez de alimentos)
 Tendência de crescimento de crias do sexo masculino
 Tendência de infertilidade e aborto
 Homossexualidade
 Canibalismo, principalmente pelas fêmeas
 Emigração (uma parte da população abandona o território e alivia os
recursos) e a competição, a predação e o parasitismo.

Resumidamente, podemos dizer que o efeito de grupo e o efeito de


massa provocam a flutuaçõe das populações, quando o comportamento é
desfavorável a população decresce mas quando cada uma dessas acções
é positiva a população cresce.

Flutuações das populações


Causas

População constitui o conjunto de indivíduos da mesma espécie vivendo


em uma mesma área em um espaço de tempo determinado. Ao longo da
sua permanência, a população sofre mudanças/flutuações como resultado
ao estímulo que o ambiente proporciona (factores abióticos e bióticos).

As flutuações das populações acontecem por diversos factores, que


dependem ou não da densidade apresentada.

A competição intra ou interespecíficas é pela alimentação e pelo território,


podendo acarretar a morte do indivíduo. O predatismo também influencia
nas flutuações, isso justifica-se com base em uma cadeia alimentar:
Vegetais_____herbívoro_____carnívoro (presa) ______(predador)

Reduzindo a população de predadores, aumentará a população de


presas; consequentemente, o alimento vegetal não será o bastante para
sustentar as presas, que também terá sua população reduzida devido ao
aumento da mortalidade e da fome.

Com o aumento dos predadores, o consumo das presas será maior,


ocasionando a redução dessa população, e consequentemente a
população de predadores também será reduzida devido ao aumento da
mortalidade e da fome.

Os parasitas transmitem doenças (endémicas), caso esta mesma doença


se espalhe causará uma epidemia, se o alastramento for denominado
mundial causará uma pandemia.

Com o contágio dos parasitas obtemos vários doentes, os mesmos


correm o risco de morte fazendo com que os parasitas diminuam a sua
população por não obterem organismos para hospedar.

Quanto maior o consumo de alimentos maior e mais rápido será:

 O desenvolvimento do indivíduo;
 O amadurecimento sexual;
 O aumento da fecundidade;
 Aumento da reserva de gordura no organismo;
 O canibalismo é reduzido entre as espécies.
Ocorrendo menos consumo de alimentos o efeito na espécie será o
contrário.

Contudo, outros factores podem ser considerados, por exemplo a


densidade, temperatura, luz, pressão, água, humidade, entre outros;
podendo influenciar directamente ou indirectamente.

De forma directa: em regiões de temperatura mais húmida possibilita a


fertilidade, e consequentemente a natalidade.

Já a temperatura demasiadamente fria e seca possibilita a mortalidade e


de maneira indirecta ocorre quando em temperaturas mais frias as
populações de insectos são reduzidas, pois o frio favorece a mortalidade
e os alimentos se tornam insuficientes, ocasionando a fome.

Curva normal do crescimento populacional

A curva S é a de crescimento populacional padrão e esperada para a maioria


das populações existentes na natureza e tem as características que se seguem.

I. Curva normal do crescimento populacional

Uma população que é inserida num novo ambiente tem o seu crescimento
ocorrido em três fases principais:

a) Num primeiro momento o crescimento é vagaroso, pois há a


necessidade de acomodação. Também chamada de fase lag.

b) Num segundo momento o crescimento é veloz ou exponencial,


ocorrendo a exploração do ambiente. Também chamada de fase log.

c) No terceiro momento o crescimento é mais demorado, pois ocorre a


resistência ambiental, seguida de adaptação às vicissitudes ambientais.

Com isto, a população chega à proporção, havendo somente pequenas


alterações em volta do eixo principal.

Grafico 3. Fases do crescimento deuma populacao


Fonte:www.mundovestibular.com.br

II. Curvas de sobrevivência

As curvas de sobrevivência têm grande importância dentro do ramo da


ecologia, já que representam a fase em que os animais estão mais fracos.
Sendo assim, o processo de intervenção do homem pode ocasionar
efeitos no crescimento de uma população.

Veja abaixo os três tipos de curva de sobrevivência:

1) Curvas convexas: é determinado pelos indivíduos que têm a


mesma durabilidade de vida, como é o caso dos seres humanos,
da drosófila e da maioria dos mamíferos:

2) Recta: é representada pelos indivíduos que possuem a taxa de


mortalidade constante por toda a vida, como é o caso da hidra.

3) Curva côncava: é representada pelos indivíduos que apresentam


alta taxa de mortalidade durante a idade juvenil.
Sumário
Nesta unidade falamos de comunidade mas para tal teremos que compreender o
que é isso de comunidade epopulacao, consideramos população, ao conjunto de
indivíduos da mesma espécie que vive em um território cujos limites são
geralmente biocenose da qual está espécie faz parte.

De um modo geral, as populações têm um certo número de características:


distribuição espacial, a densidade, a estrutura, as variáveis natalidade e
mortalidade, as relações de interdependência entre as espécies, entre outras.

A populacao exerce uma accao sobre o meio em que está inserida


desencadeando o alteracaoes na mesma, assim, o efeito de grupo e o efeito de
massa provocam a flutuaçõe das populações, quando o comportamento é
desfavorável a população decresce mas quando cada uma dessas acções é
positiva a população cresce.

As flutuações das populações acontecem por diversos factores, que dependem


ou não da densidade apresentada. A competição intra ou interespecíficas é pela
alimentação e pelo território, podendo acarretar a morte do indivíduo. O
predatismo também influencia nas flutuações, isso justifica-se com base em uma
cadeia alimentar:

Exercícios
1. Resumidamente, descreve em que consiste as flutuaçõe das
populações.

3. Explique o conteúdo dos seguintes termos: população, comunidade e


ecossistema.

Entregar o exercício desta unidade.


Unidade XI

Sucessoes cologicas

Introdução
Nas comunidades os ecossitemasnao são estáticos, eles influenciam o
meio provocando a alteracao destes e ppor sua vez o meio vai influenciar
o seres. Desta interacao resulta numa ateracao do ecossitema que ocorre
de forma progressiva e devido a variosfactores que aseguir faremos
mensao.

Nesta unidade, iremos tratar das sucessões ecologicas.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Definir sucessão ecologica

 Descrever a evolucao de um ecossistema.


Objectivos

Sucessão ecológica

São alterações graduais, ordenadas e progressivas no ecossistema


decorrentes da acção contínua dos factores ambientais sobre os
organismos e da reacção destes últimos sobre o ambiente, ou seja a
substituição sequencial de species em uma comunidade; compreende
todas as etapas desde a colonização das espécies pioneiras até o climax
ecológico.

Todo processo de sucessão começa com algumas espécies que se


instalam no local (pioneiras). Lentamente, elas começam a alterar o meio
ambiente preparando assim o local para que novas espécies se
estabeleçam.

Com a sucessão, tanto os vegetais, quanto os animais mudam


continuamente, criando condições cada vez mais estáveis, que culminam
na comunidade clímax.

Para cada tipo de ambiente físico, existe um tipo de comunidade climax


possível. O clímax de uma sucessão que leva ao aparecimento de um
deserto é bem diferente do clímax de uma outra sucessão que origina
uma floresta. Mas é considerado clímax porque é o estágio de maior
desenvolvimento que as condições físicas daquela região permitem.

Quanto às forças que direccionam o processo, a sucessão ecológica


classifica-se em: autogénica, quando as mudanças ocasionadas por
processos biológicos internos ao sistema e alogénica quando o
direccionamento das mudanças por forças externas ao sistema.

Quanto à natureza do substrato na origem do processo, teremos:

Primária - em substratos não previamente ocupados por organismos (ex:


afloramentos rochosos, exposição de camadas profundas de solo,
depósitos de areia, lava vulcânica recém solidificada);

Secundária - em substratos que já foram anteriormente ocupados por uma


comunidade e, consequentemente, contêm matéria orgânica viva ou
morta (ex: clareiras, áreas desmatadas, fundos expostos de corpos de
água).

Uma característica preponderante para o estabelecimento das sucessões


é a condição abiótica favorável dos ambientes. Contudo, existem regiões
da litosfera que a princípio são inóspitos ao surgimento, desenvolvimento
e manutenção de organismos vivos (superfícies recentes de rochas
vulcânicas ou a extensão de dunas nos desertos).

Porém, algumas espécies são capazes de habitar determinados locais por


mais drásticas intempéries, sendo denominadas de espécies pioneiras,
com destaque a muitas variedades de liquens (associação de algas e
fungos), os musgos (briófitas) e as gramíneas (capim).
Efectivamente, durante o processo de colonização, as comunidades
pioneiras promovem transformações que possibilitam uma ordenada
inserção ou mesmo a substituição de espécies que irão povoar um meio
anteriormente inabitável, tornando-o propício e gradativamente mais
dinâmico.

As alterações normalmente ocorrem por acção do intemperismo,


fenómenos físicos, químicos e biológicos correlacionados durante o tempo
geológico, colaborando com a formação de um substrato superficial, que
ao longo da evolução permitiu a irradiação da flora acompanhada pela
fauna, sendo:

- O escoamento e a infiltração da água em fissuras rochosas, factores que


causaram em consequência das oscilações térmicas (aquecimento e
resfriamento), mudanças no estado físico da água (solidificação), com
efeito na dilatação e fracionamento das rochas;
- Efeito gravitacional, acção dos ventos e altitude, motivadores da
percolação das rochas morro abaixo;

- Acção enzimática dos liquens degradando as rochas, produzindo


substâncias minerais (fonte de nutriente), parte é absorvida enquanto a
outra forma depósitos sedimentares.

Figura 14. Esquema de uma sucessao ecologica

Fonte: www.ib.usp.br
Sumário
As comunidades não são estáticas elas variam com o tempo como
sustenta a Sucessao ecológica que são alterações graduais, ordenadas e
progressivas no ecossistema decorrentes da acção contínua dos factores
ambientais sobre os organismos e da reacção destes últimos sobre o
ambiente.

O processo de sucessão começa com algumas espécies pioneiras que


lentamente começam a alterar o meio ambiente preparando assim o local
para que novas espécies se estabeleçam.

Com a sucessão, tanto os vegetais, quanto os animais mudam


continuamente, criando condições cada vez mais estáveis, que culminam
na comunidade clímax.

Para cada tipo de ambiente físico, existe um tipo de comunidade climax


possível.

As sucessões são podem ser autogénica, quando as mudanças


ocasionadas por processos biológicos internos ao sistema e alogénica
quando o direccionamento das mudanças por forças externas ao sistema
e também podem ser quanto à natureza do substrato na origem do
processo primária e seciundarias.

Os factores que actuam no processo de sucessão ecológica são


intemperismo, fenómenos físicos, químicos e biológicos correlacionados.

Exercícios
1. Indentifique uma sucessão ecológica na sua área de residencia e faca
a sua descricao.

2. Que factor abiótico estará associada a sucessão ecológica que acabou


de descrever?
Entregar o exercício 1 e 2 desta unidade.
Unidade XII

Cadeia Alimentar Noções


Gerais sobre cadeia
alimentar e nível trófico

Introdução
O estudo da cadeia alimentar é fundamental na medida em que é através
dela, ou cadeia trófica, que é possível a transferência de energia entre os
seres vivem. Nesta unidade iremos tratar principalmente dos dois tipos de
cadeia alimentar, sua constituição e importância.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Identificar os tipos de cadeia alimentar;

Objectivos  Descrever a constituição de uma cadeia alimentar;

 Compreender a importância da cadeia alimentar.

Cadeias alimentares

Este termo ecológico representa o vínculo existente entre um grupo de


organismos presentes em um ecossistema, os quais são regulados pela
relação predador-presa. É através da cadeia alimentar, ou cadeia trófica,
que é possível a transferência de energia entre os seres vivos. É a
unidade fundamental da teia trófica.

Existem basicamente dois tipos de cadeia alimentar, as que começam a


partir das plantas fotossintetizantes e as originadas através da matéria
orgânica animal e vegetal morta. As plantas são consumidas por animais
herbívoros enquanto que a matéria orgânica morta é consumida pelos
animais detritívoros. A cadeia alimentar é constituída pelos seguintes
níveis:

Figura 15. Estrutura dos níveis da cadeia alimentar

Fonte: www.sobiologia.com.br

Produtores - São os organismos capazes de fazer fotossíntese ou


quimiossíntese. Produzem e acumulam energia através de processos
bioquímicos utilizando como matéria-prima a água, gás carbônico e luz.
Em ambientes afóticos (sem luz), também existem produtores, mas neste
caso a fonte utilizada para a síntese de matéria orgânica não é luz mas a
energia liberada nas reações químicas de oxidação efetuadas nas células
(como por exemplo em reações de oxidação de compostos de enxofre).
Este processo denominado quimiossíntese é realizado por muitas
bactérias terrestres e aquáticas.

Consumidores primários - São os animais que se alimentam dos


produtores, ou seja, são as espécies herbívoras. Milhares de espécies
presentes em terra ou na água, se adaptaram para consumir vegetais,
sem dúvida a maior fonte de alimento do planeta. Os consumidores
primários podem ser desde microscópicas larvas planctônicas, ou
invertebrados bentônicos (de fundo) pastadores, até grandes mamíferos
terrestres como a girafa e o elefante.

Consumidores secundários - São os animais que se alimentam dos


herbívoros, a primeira categoria de animais carnívoros.

Consumidores terciários - São os grandes predadores como os


tubarões, orcas e leões, os quais capturam grandes presas, sendo
considerados os predadores de topo de cadeia. Tem como característica,
normalmente, o grande tamanho e menores densidades populacionais.

Decompositores ou bioredutores - São os organismos responsáveis


pela decomposição da matéria orgânica, transformando-a em nutrientes
minerais que se tornam novamente disponíveis no ambiente. Os
decompositores, representados pelas bactérias e fungos, são o último elo
da cadeia trófica, fechando o ciclo. A seqüência de organismos
relacionados pela predação constitui uma cadeia alimentar, cuja estrutura
é simples, unidirecional e não ramificada.

A transferência do alimento (energia) de nível para nível trófico a partir


dos produtores faz-se através de cadeias alimentares, cuja complexidade
é variável. Na maioria das comunidades, cada consumidor utiliza como
alimento seres vivos de vários níveis tróficos. Daí resulta que na Natureza
não há cadeias alimentares isoladas. Apresentam sempre vários pontos
de cruzamento, formando redes ou teias alimentares, geralmente de
elevada complexidade.
Figura 16 Redes ou teias alimentares

Fonte: www.sobiologia.com.br

Produtores, consumidores, decompositores ou microconsumidores são


componentes bióticos que integram um ecossistema. De modo geral,
podemos afirmar que nos ecossistemas, os organismos cujo alimento é
obtido a partir das plantas, através de um número de passagens,
pertencem ao mesmo nível trófico. Os níveis tróficos são os mesmos nos
diversos ecossistemas, apesar de se observarem variações quanto a seus
componentes. Os seres vivos precisam de uma fonte de energia potencial
para executar a tarefa de viver: a energia química existente nos
compostos orgânicos. O Sol representa a fonte de energia para os seres
vivos. Sem a luz solar, os ecossistemas não conseguem manter-se. A
energia penetra no ecossistema através dos seres autótrofos. Estes, pela
fotossíntese, utilizam a energia solar para a síntese de compostos
orgânicos.
Figura 15 O processo de fotossintese

Fonte: www.plantasonya.com.br

A partir dos açúcares produzidos na fotossíntese, o vegetal sintetiza


outras substâncias orgânicas que fazem parte da sua estrutura, como
proteínas e lipídios. Os vegetais, sendo capazes de sintetizar compostos
orgânicos, não precisam "comer". A energia que utilizam nessa síntese
não é perdida, pis fica armazenada na forma de energia química, conclui-
se que, quando a planta produz compostos orgânicos, armazena e
condensa energia. Os animais não são capazes de utilizar diretamente a
energia proveniente do Sol. Sendo heterótrofos, vêem-se obrigados a
utilizar os compostos orgânicos produzidos pelos vegetais, assim, ao se
alimentarem de vegetais ou de outros animais, na verdade estão
ingerindo energia química condensada nas ligações dos compostos
orgânicos. Uma vez no organismo, os compostos orgânicos chegam às
células, onde são degradados; nessa ocasião liberam energia, que é,
então, utilizada para realizar trabalho. O processo da liberação de energia
a partir de compostos orgânicos é denominado respiração. As cadeias
alimentares são linhas de transferência de energia dos produtores em
direção aos consumidores e aos decompositores, no qual, podemos
ressaltar: Em cada transferência de energia de um organismo para outro
ou de um nível tróficos para outro, uma grande parte de energia é
transformada em calor, portanto, a quantidade de energia disponível
diminui à medida que é transferida de um nível a outro. A partir dessa
afirmação, conclui-se que quanto mais curta é a cadeia alimentar, ou
quanto mais próxima estiver do organismo do início da cadeias, maior
será a energia disponível. Pode-se dizer que é possível a sobrevivência
de um maior número de seres, a partir dos produtos de uma determinada
área, desde que funcionem como consumidores primários em vez de
secundários. Alguns ecologistas consideram que cada elo da cadeia
alimentar recebe aproximadamente 10% da energia que o elo anterior
recebeu. É importante observar que a energia, uma vez utilizada por um
organismo em seus processos vitais, não é reaproveitada. Assim, a
energia gasta não retorna aos produtores para ser novamente utilizada;
isso permite dizer que a energia possui um fluxo unidirecional. O mesmo
não ocorre com a matéria. Esta, ao contrário, tem um comportamento
cíclico, voltando aos produtores e sendo reaproveitada. Portanto, a
matéria circula de forma cíclica.

Importante:

• A energia é unidirecional

• A matéria é cíclica
Qualidade de Energia

Como já foi visto anteriormente, energia define-se como capacidade de


realizar trabalho, evidentemente que obedecendo as leis termodinâmicas.
Além da quantidade, a energia tem qualidade. Quantidades iguais de
formas diferentes de energia são variáveis em seu potencial de trabalho,
ou seja, a qualidade está diretamente relacionada à menor quantidade
gasta no menor espaço de tempo empregado (exemplo potencial de
trabalho do petróleo é maior que o potencial da energia solar)

Quanto mais se degrada a quantidade utilizada, mais se eleva a


qualidade; quando gasta-se muito para produzir pouco em muito tempo
tem-se baixa qualidade; ao contrário, quando gasta-se pouco para
produzir muito em pouco tempo tem-se alta qualidade.

Importância de se conhecer as cadeias alimentares.

Com a praticidade com a qual estamos lidando com a natureza e a


tecnologia que sempre e cada vez mais "de ponta", as pessoas tendem
cada vez mais a lidar com a natureza de forma mecanicista. Existe, porém
uma grande importância em se conhecer as cadeias ecológicas.
Basicamente, a observação nos leva a entender toda a seqüência de
alimentação dos animais que ali vivem. Podemos também examinar o
conteúdo estomacal de animais e assim percebermos essa seqüência. A
importância disto está baseada no uso natural de animais ou plantas que
possam controlar ou equilibrar no ecossistema de forma a evitar o uso de
pesticidas e quaisquer outras formas artificiais que possam desequilibrar
em longo prazo o ambiente, ou ainda, provocar sérias reações nos
animais e até os seres humanos que ali habitam.

Controle biológico

As medidas naturais utilizadas para o controle de pragas e


restabelecimento para de ecossistemas são chamados controles
biológicos. Podemos citar como exemplo de controle biológico:
 Peixes no controle da esquistossomose
 Peixes no controle de larvas de Aedes aegypti
 Besouros o controle da mosca do chifre
 Bactérias e vírus no controle de pragas e insetos

Todas essas medidas são viáveis economicamente e tecnicamente. E


quando tomadas podem, de forma muito mais barata, controlar um grande
número de pragas que são na verdade desequilíbrios de ecossistemas.

Níveis Tróficos

O conjunto de indivíduos que se nutre no mesmo patamar alimentar, ou


seja, alimentam se basicamente dos mesmos nutrientes estão colocados
em um mesmo nível trófico.

 Os produtores estão colocados no 1º nível trófico


 Os consumidores primários, aqueles que se alimentam dos produtores,
são herbívoros e constituem o 2º nível trófico.
 Os consumidores secundários compõem o 3º nível trófico, sendo os
carnívoros

Após esses existe o 4º nível trófico e assim por diante. Os decompositores


ocupam sempre o último nível da transferência de energia formando um
grupo especial que degrada tanto produtores quanto consumidores.

Princípio de Gauss (ou princípio da exclusão competitiva): O Princípio de


Gauss diz respeito ao processo de competição inter específica que
acontece quando duas espécies diferentes habitam um mesmo ambiente.
Assim duas espécies não podem ocupar um mesmo nicho por muito
tempo, uma delas irá sempre prevalecer, pois é mais adaptada àquele
habitat. É também conhecido como princípio da exclusão competitiva.

Metabolismo e Tamanho de Indivíduos


A biomassa existente é o peso seco total, ou conteúdo calórico total dos
organismos presentes em um determinado momento/local. A biomassa
depende do tamanho dos indivíduos: quanto menos o organismo, maior
seu metabolismo por grama (ou caloria) de biomassa. Algas, bactérias e
protozoários podem ter taxa de metabolismo por grama (calorias) maior
que a de grandes organismos (e.g. árvores e vertebrados). Isto aplica-se,
tanto à fotossíntese, quanto à respiração.

Sumário
Podemos comcluir que existem basicamente dois tipos de cadeia alimentar, as
que começam a partir das plantas fotossintetizantes e as originadas através da
matéria orgânica animal e vegetal morta. As plantas são consumidas por animais
herbívoros enquanto a matéria orgânica morta é consumida pelos animais
detritívoros.

A cadeia alimentar é constituída pelos seguintes níveis: produtores,


consumidores primários, consumidores secundários, consumidores terciários,
decompositores ou bioredutores

Existe, porém uma grande importância em se conhecer as cadeias ecológicas.


Basicamente, a observação nos leva a entender toda a seqüência de
alimentação dos animais que ali vivem. Podemos também examinar o conteúdo
estomacal de animais e assim percebermos essa seqüência. A importância disto
está baseada no uso natural de animais ou plantas que possam controlar ou
equilibrar no ecossistema de forma a evitar o uso de pesticidas e quaisquer
outras formas artificiais que possam desequilibrar em longo prazo o ambiente, ou
ainda, provocar sérias reações nos animais e até os seres humanos que ali
habitam.

Exercícios
1. Descreva a constituição de uma cadeia alimentar.

2. Fale da importância a importância da cadeia alimentar.

Entregar o exercício 1 e 2 desta unidade.


Unidade XIII

Pirâmides ecológicas

Introdução

Após a abordagem sobre a cadeia alimentar, iremos de seguida tratar das


pirâmides ecológicas, onde iremos abordar questões relacionadas com a
pirâmide de energia e o fluxo de energia e demais pirâmides ecológicas.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Descrever os tipos de pirâmides ecológicas.

Objectivos PIRÂMIDE DE ENERGIA

A pirâmide de energia expressa a quantidade de energia acumulada em


cada nível da cadeia alimentar.
Figura 17. Ptramide de energia
O fluxo decrescente de energia da cadeia alimentar justifica o facto de a
pirâmide apresentar o vértice voltado para cima. O comprimento do
retângulo (tamanho das palavras) indica o conteúdo energético presente
em cada elo da cadeia. Estima-se que cada nível trófico transfira apenas
10% da capacidade energética para o nível trófico seguinte, por isso, que
uma pirâmide dificilmente apresentara mais que cinco níveis tróficos.
Assim, podemos presumir o seguinte:

Se em uma área de plantio que durante o ano alimenta 100 pessoas, se


for utilizada para engorda do gado, o numero de gado, será tão pequeno,
que não alimentara mais que cinco pessoas durante o ano.

Vemos então, que a quantidade de energia que se perdeu de um nível


trófico para outro foi muito grande. Concluímos assim, que os
consumidores primários estão muito mais servido energeticamente que
os demais níveis tróficos da pirâmide energética.

Pirâmide de biomassa

Este tipo de gráfico expressa a quantidade de matéria orgânica


acumulada em cada nível trófico da cadeia alimentar.
Figura 18. Piramide de Biomassa
A maior parte dessa biomassa é utilizada como fonte de energia e depois
eliminada para o meio ambiente na forma de resíduos respiratórios (CO2
e H2O) e excreções (como urina e fezes). Como no caso anterior
(pirâmide de energia) apenas 10% dessa matéria é transferida para o
nível trófico seguinte.

Pirâmide dos números

A pirâmide de número expressa a quantidade de indivíduos presente em


cada nível trófico da cadeia alimentar.
Figura 19. Piramide de numeros

Fonte: alunosonline.com.br

Como o número de indivíduos diminui ao longo dos sucessivos elos de


uma cadeia alimentar, a pirâmide de número é representada com o
vértice voltado para cima. Entretanto, existem inúmeros exemplos que
contrariam esse facto.

Sumário
Concluímos assim, que os consumidores primários estão muito mais servido
energeticamente que os demais níveis tróficos da pirâmide energética.
Destacamos tambem, tres fundamentais tipos de piramides, que são a pirâmide
de biomassa, o de gráfico expressa a quantidade de matéria orgânica acumulada
em cada nível trófico da cadeia alimentar, pirâmide dos números que expressa a
quantidade de indivíduos presente em cada nível trófico da cadeia alimentar e a
pirâmide de energia expressa a quantidade de energia acumulada em cada nível
da cadeia alimentar.

Exercícios
1. Identifique e descreva os tipos de pirâmides ecológicas por si
estudadas.

Entregar o exercício desta unidade.


Unidade XIV

Ciclos biogeoquimicos
Introdução

O ciclo biogeoquímico é o percurso realizado no meio ambiente por um


elemento químico essencial à vida. É por meio dos ciclos biogeoquímicos
que os elementos químicos e compostos químicos são transferidos entre
os organismos e entre diferentes partes do planeta, razão pela qual o seu
estudo é importante para o estudo dos Escossistemas e Biodiversidade.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Compreender os processos do ciclo biogeoquimico.


 Descrever os diferentes ciclos que compõe o ciclo Biogeoquimco.
 Conhecer a importancia dos ciclos biogeoquimicos para os seres
Objectivos
vivos

O ciclo biogeoquímico é o percurso realizado no meio ambiente por um


elemento químico essencial à vida. O termo é derivado do fato de que há
um movimento cíclico de elementos que formam os organismos vivos
(“bio”) e o ambiente geológico (“geo”), onde intervêm mudanças químicas.
Ao longo do ciclo, cada elemento é absorvido e reciclado por
componentes bióticos (seres vivos) e abióticos (ar, água, solo) da
biosfera, e às vezes pode se acumular durante um longo período de
tempo em um mesmo lugar. É por meio dos ciclos biogeoquímicos que os
elementos químicos e compostos químicos são transferidos entre os
organismos e entre diferentes partes do planeta.

O estudo e a compreensão dos ciclos biogeoquímicos podem ajudar a


identificar potenciais impactos ambientais causados pela introdução de
substâncias potencialmente perigosas nos diversos ecossistemas.

As relações entre os organismos vivos e o ambiente físico caracterizam-


se por uma constante permuta dos elementos, em uma atividade cíclica.
Na verdade, o fenômeno é estritamente cíclico apenas em relação ao
aspecto químico, no sentido de que os mesmos compostos químicos
alterados se reconstituem ao final do ciclo.

Assim, há uma espécie de intercâmbio contínuo entre meio físico,


denominado abiótico (relativo à parte sem vida do meio físico) e o biótico
(conjunto de seres vivos), sendo esse intercâmbio de tal forma
equilibrado, em relação à troca de elementos nos dois sentidos, que os
dois meios se mantêm praticamente constantes.

Ciclo da água

O ciclo da água (conhecido cientificamente como o ciclo hidrológico)


refere-se à troca contínua de água na hidrosfera, entre a atmosfera, a
água do solo, águas superficiais, subterrâneas e das plantas. A ciência
que estuda o ciclo hidrológico é a Hidrologia.

A água se move perpetuamente através de cada uma destas regiões no


ciclo da água constituindo os seguintes processos principais de
transferência:

 Evaporação dos oceanos e outros corpos d'água (rios, lagos e


lagunas) no ar e a evapotranspiração das plantas terrestres e animais
para o ar.
 Precipitação, pela condensação do vapor de água do ar e caindo
diretamente na terra ou no mar.
 Escoamentosuperficial sobre a terra, geralmente atinge o mar.

A maior parte do vapor de água sobre os oceanos retorna aos oceanos,


mas os ventos transportam o vapor de água para a terra com a mesma
taxa de escoamento para o mar, a cerca de 36 Tt por ano. Sobre a terra,
evaporação e transpiração contribuem com outros 71 Tt de água por ano.
A chuva, com uma taxa de 107 Tt por ano sobre a terra, tem várias
formas: mais comumente chuva, neve e granizo, com alguma contribuição
em nevoeiros e orvalho. A água condensada no ar também podem refratar
a luz solar para produzir um arco-íris.

O escoamento das águas, muitas vezes recolhe mais de bacias


hidrográficas que correm para os rios. Um modelo matemático utilizado
para simular o fluxo do rio ou córrego e calcular os parâmetros de
qualidade da água é o modelo de transporte hidrológico. Parte da água é
desviada na irrigação e para a agricultura. Rios e mares são importantes
para viagens e para o comércio. Através da erosão, o escoamento molda
o ambiente criando vales e deltas fluviais que fornecem um solo rico para
o estabelecimento de centros de população. Uma inundação ocorre
quando uma área de terra, geralmente de baixa altitude, é coberta com
água. É quando um rio transborda dos seus bancos ou por uma
inundação do mar. A seca é um período de meses ou anos, quando uma
região regista uma deficiência no seu abastecimento de água. Isto ocorre
quando uma região recebe, sistematicamente, níveis abaixo da
precipitação média.

Figura 20. Ciclo da Água


Fonte: www.wikpedia.com.br

Ciclo do carbono

O Carbono (C) é o quarto elemento mais abundante no Universo, depois


do Hidrogênio (H), Hélio (He) e o Oxigênio (O), e é o pilar da vida como a
conhecemos.

Existem basicamente duas formas de carbono, uma orgânica, presente


nos organismos vivos e mortos, não decompostos, e outra inorgânica,
presente nas rochas.

No planeta Terra o carbono circula através dos oceanos, da atmosfera, da


terra e do seu interior, num grande ciclo biogeoquímico. Este ciclo pode
ser dividido em dois tipos: o ciclo "lento" ou geológico, e o ciclo "rápido" ou
biológico.
Figura 21. Ciclo de Carbono

Fonte: www.wikpedia.com.br

Ciclo geológico

Este ciclo que opera a uma escala de milhões de anos é integrado a


própria estrutura do planeta e iniciou-se há cerca de 4,55 bilhões de anos,
quando na formação do Sistema Solar e da Terra, tendo origem nos
planetesimais (pequenos corpos que se formaram a partir da nebulosa
solar) e nos meteoritos portadores de carbono que colidiram com a Terra.
Nesse sentido, mais de 99% do carbono terrestre está contido na litosfera,
sendo a maioria carbono inorgânico, armazenado em rochas
sedimentares como as rochas calcárias. O carbono orgânico contido na
litosfera está armazenado em depósitos de combustíveis fósseis.

Numa escala geológica, existe um ciclo entre a crosta terrestre (litosfera),


os oceanos (hidrosfera) e a atmosfera. O Dióxido de Carbono (CO2) da
atmosfera, combinado com a água, forma o ácido carbônico, o qual reage
lentamente com o cálcio e com o magnésio da crosta terrestre, formando
carbonatos. Através dos processos de erosão (chuva), estes carbonatos
são arrastados para os oceanos, onde se acumulam no seu leito em
camadas, ou são assimilados por organismos marinhos que
eventualmente, depois de morrerem, também se depositam no fundo do
mar. Estes sedimentos vão-se acumulando ao longo de milhares de anos,
formando rochas sedimentares como as rochas calcárias.

O ciclo continua quando as rochas sedimentares do leito marinho são


arrastadas para o manto da Terra, por um processo de subducção
(processo pelo qual uma placa tectónica descende por baixo de outra).
Desta forma, as rochas sedimentares são sujeitas a grandes pressões e
temperaturas debaixo da superfície da Terra, derretendo e reagindo com
outros minerais, libertando CO2. O manto terrestre participa deste ciclo.[1]
O CO2 é devolvido a atmosfera através das erupções vulcânicas e outro
tipo de atividades vulcânicas, completando-se assim o ciclo.

Os balanços entre os diversos processos do ciclo do carbono geológico


controlaram a concentração de CO2 presente na atmosfera ao longo de
centenas de milhares de anos. Os mais antigos sedimentos geológicos,
datados de épocas anteriores ao desenvolvimento da vida na Terra,
apontam para concentrações de CO2 atmosférico 100 vezes superiores
aos atuais, proporcionando um forte efeito de estufa. Por outro lado,
medições dos núcleos de gelo retirados na Antártida e na Groenlândia,
permitem estimar as concentrações do CO2 que, durante a última era
glacial, eram cerca de metade das atuais (em 2005: 379,1 ppmv de CO2).

Para o carbono orgânico, com origem na matéria orgânica


incompletamente decomposta na ausência de oxigênio, a qual deu origem
ao carvão, petróleo e gás natural, qualquer troca significativa entre os
diversos depósitos efetua-se também a uma escala geológica. Isto foi
correto até cerca de 200 anos atrás, com o início da Revolução Industrial
e a exploração e utilização (combustão) em grande escala dos
combustíveis fósseis, ações que passaram a libertar para a atmosfera o
carbono destes reservatórios em forma de CO2.
Ciclo biológico

O ciclo biológico do Carbono é relativamente rápido: estima-se que a


renovação do carbono atmosférico ocorre a cada 20 anos.

Na ausência da influência antropogênica (causada pelo homem), no ciclo


biológico existem três reservatórios ou "stocks": terrestre (20.000 Gt),
atmosfera (750 Gt), oceanos (40.000 Gt). Este ciclo desempenha um
papel importante nos fluxos de carbono entre os diversos stocks, através
dos processos da fotossíntese e da respiração.

Através do processo da fotossíntese, as plantas absorvem a energia solar


e CO2 da atmosfera, produzindo oxigênio e hidratos de carbono (açúcares
como a glicose), que servem de base para o crescimento das plantas. Os
animais e as plantas utilizam os hidratos de carbono pelo processo de
respiração, utilizando a energia contida nos hidratos de carbono e
emitindo CO2. Juntamente com a decomposição orgânica (forma de
respiração das bactérias e fungos), a respiração devolve o carbono,
biologicamente fixado nos stocks terrestres (nos tecidos da biota, na
camada de solo e na turfa), para a atmosfera.

As equações químicas que regem estes dois processos são:


Fotossíntese
6CO2 + 6H2O + energía (luz solar) → C6H12O6 + 6O2

Respiração
C6H12O6 (matéria orgânica) + 6O2 → 6CO2 + 6 H2O + energia

É possível verificar que a maior troca entre o stock terrestre e stock


atmosférico resulta dos processos da fotossíntese e da respiração. Nos
dias de Primavera e Verão as plantas absorvem a luz solar e o CO2 da
atmosfera e, paralelamente, os animais, plantas e micróbios, através da
respiração devolvem o CO2. Quando a temperatura ou humidade é muito
baixa, por exemplo no Inverno ou em desertos, a fotossíntese e a
respiração reduz-se ou cessa, assim como o fluxo de carbono entre a
superfície terrestre e a atmosfera. Devido à declinação da Terra e à
desigual distribuição de vegetação dos hemisférios, existe uma flutuação
ao longo do ano a qual é visível nos diversos gráficos da variação da
concentração anual do CO2, como por exemplo na curva de Keeling. Em
1958 o cientista Charles David Keeling (oceanógrafo do Scripps Institute
of Oceanography), iniciou uma série de experiências no monte Mauna
Loa, Havai, que lhe permitiram medir, com bastante precisão, a
concentração de CO2 na atmosfera.

Grafico 4. Curva de Keeling: Concentrações de CO2 Atmosférico medidas em


Mauna Loa, Havai Mauna Loa Observatory.

Fonte:www.wikpedia.org
Apesar do stock atmosférico de carbono ser o menor dos três (com cerca
de 750 Gt de carbono), este stock determina a concentração de CO2 na
atmosfera, cuja concentração pode influenciar o clima terrestre. Ainda
mais, os fluxos anuais entre o stock atmosférico e os outros dois stocks
(oceanos e terrestre) são cerca de um quarto da dimensão do stock
atmosférico, o que representa uma grande sensibilidade às mudanças nos
fluxos.

Os oceanos representam o maior stock dos três, cinquenta vezes maior


que o stock atmosférico. Existem transferências entre estes dois stocks
através de processos químicos que estabelecem um equilíbrio entre as
camadas superficiais dos oceanos e as concentrações no ar acima da
superfície. A quantidade de CO2 que o oceano absorve depende da
temperatura do mesmo e da concentração já presente. Temperaturas
baixas da superfície do oceano potenciam uma maior absorção do CO 2
atmosférico, enquanto temperaturas mais altas podem causar a emissão
de CO2.

Os fluxos, sem interferências antropogênicas, são aproximadamente


equivalentes, variando lentamente, i.e., a uma escala geológica. As
diferenças, do ciclo rápido, são também explicadas pelos processos de
fotossíntese e respiração: a vida nos oceanos consome grandes
quantidades de CO2, no entanto o ciclo entre a fotossíntese e a respiração
desenvolve-se muito rapidamente. O fitoplâncton é consumido pelo
zooplâncton em apenas alguns dias, e apenas pequenas quantidades de
carbono são acumuladas no fundo do mar, quando as conchas do
zooplâncton, compostas por carbonato de cálcio (CaCO3), se depositam
no fundo, após a sua morte. Depois de um longo período de tempo, este
efeito representa uma significativa remoção de carbono da atmosfera.

Outro processo intermediário do ciclo biológico, o qual representa


remoção de carbono da atmosfera, ocorre quando a fotossíntese excede
a respiração e, lentamente, a matéria orgânica forma depósitos
sedimentares que, na ausência de oxigênio e ao longo de milhões de
anos, se transformam em combustíveis fósseis.

Os incêndios (naturais) são um outro elemento do ciclo rápido que


adicionam CO2 para a atmosfera ao consumir a biomassa e matéria
orgânica e ao provocar a morte de plantas que acabam por se decompor
e formar também CO2.

Influências humanas

O armazenamento de carbono em depósitos fósseis supõe, na prática,


uma diminuição dos níveis atmosféricos de dióxido de carbono. Estes
depósitos estão estimados entre 4.000 e 10.000 Gt, e não figuram no ciclo
rápido do carbono. No entanto as atividades antropogénicas (humanas),
principalmente a queima de combustíveis fósseis e a desflorestação, têm
vindo a incorporar fluxos de carbono novos no ciclo biológico provenientes
destes depósitos, com significativa influência no ciclo global do carbono.

Estas actividades transferem mais CO2 para a atmosfera do que aquela


que é possível remover naturalmente através da sedimentação do
carbono, causando assim um aumento das concentrações atmosféricas
de CO2 num curto período de tempo (centenas de anos). Esta influência
humana, iniciada principalmente há 200 anos, quando a concentração de
CO2 atmosférico se situava nos 280 ppmv (0,028% da composição global
da atmosfera), provocou, um aumento significativo da concentração de
CO2, tendo actualmente ultrapassado os 380 ppmv (mais de 30% em
apenas 200 anos).

Estes valores situam a concentração presente como a mais elevada dos


últimos 650.000 anos e talvez superior à registada há 20 milhões de anos
atrás.

Nem todo o CO2 emitido antropogenicamente fica retido na atmosfera. A


taxa anual de emissões antropogénicas durante a década de 1990 situou-
se, em média, nos 6,3 Gt. No entanto, no mesmo período, a concentração
de CO2 atmosférico aumentou, em média, 3,2 Gt por ano. Isto deve-se,
em parte, ao aumento da difusão do CO2 nos oceanos, que passaram a
absorver cerca de 1,7 Gt por ano dos 6,3 Gt emitidos. As restantes 1,4 Gt
por ano estimam-se que estejam relacionadas com processos na
superfície da terra. Esta última parcela tem duas componentes: a
alteração da utilização dos solos, principalmente desflorestação, que
reduz a taxa de absorção de CO2 dos solos e outra parcela, ainda em
estudo, que pode ter diferentes origens, entre as quais o aumento da taxa
de absorção das plantas correspondente a um aumento da concentração
atmosférica de CO2. Outro cenário possível é o recrescimento das
florestas no Hemisfério Norte (em especial da floresta Boreal), que sofreu
desflorestação no século passado. No entanto para esta parcela ainda
está por determinar concretamente, sendo necessária investigação
científica para obter novos dados que expliquem melhor este fenómeno.
Mesmo o ciclo global de carbono é composto por diversas variáveis, as
quais continuam a ser estudadas de forma a poder obter mais precisão
nos modelos que determinam as influências antropogénicas neste ciclo.

Gráfico 5. Variação de temperatura na Terra de 1860 até 2004

Fonte: wwww.wikpedia.org

Apesar das incertezas, pode ser obtida uma conclusão importante e


quantificável: as actividades humanas influenciam o ciclo global do
carbono. Ao retirar carbono armazenado nos depósitos de combustíveis
fósseis a uma taxa muito superior à da absorção do carbono pelo ciclo, as
actividades humanas estão a potenciar o aumento das concentrações de
CO2 na atmosfera e, muito provavelmente, influenciando o sistema
climático global.

Segundo o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas das


Nações Unidas (IPCC), existem diversos cenários de aumento da
temperatura do ar da superfície terrestre até 2090-2099, em relação 1990-
1999, apontando para um cenário baixo de 1,8 °C e um cenário alto de
4,0 °C.

Uma outra conclusão significativa que pode ser retirada da análise do


ciclo global do carbono é a do elevado potencial de algumas florestas
para capturarem o carbono atmosférico, tanto no manto vegetal como na
matéria orgânica do solo, o que aumenta a importância da manutenção de
ecossistemas com grandes quantidades de biomassa e solos estáveis,
com os objectivos de certas florestas se tornarem sumidouros de carbono
a médio/longo prazo e outras não se tornarem "fontes" de carbono.

As consequências da queima dos combustíveis fósseis como mudanças


climáticas, efeito estufa e desertificação foram objecto de um convénio
aprovado em Nova York em 9 de maio de 1992, e subscrito no Rio de
Janeiro, por diversos países, na data de 11 de Junho de 1992, durante a
Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento) e que culminou no Protocolo de Quioto.

Serviços ambientais associados


Tabela 1. Servicoa ambientais e referencias

Serviço ambiental Referências

A Biosfera captura mais de 4 mil milhões de


toneladas de Carbono por ano (Prentice e tal 2001),
divididas por:

 Os oceanos: principal serviço da captura de


Captura de carbono
Carbono.
 As florestas (biomassa) funcionam como
sumidoro de carbono (total através da
fotosintese (-3.8 a 0.3).

Regulação da composição química da atmosfera


Regulação do ar
através do balanço CO 2/O 2.

O CO 2 é o elemento principal do efeito de estufa,


Regulação do clima que permite a manutenção da temperatura média da
superfície terra perto dos 15 °C. Sem o efeito de
estufa a Terra seria um local bem "menos agradável"
para viver, com temperatura a rondar os –18 °C. Por
outro lado, um aumento "descontrolado" dos GEE,
originaria um aumento da temperatura da superfície
terrestre para níveis insuportáveis para muitas
espécies.

O carbono orgânico contido na litosfera está


armazenado em depósitos de combustíveis fósseis.
O processo de origem está integrado no ciclo
Fornecimento de geológico do carbono.
combustíveis
fósseis Na actualidade os combustíveis fósseis são
explorados intensivamente, fazem parte dos
recursos não renováveis, e são a principal origem
das emissões antropogénicas de CO 2.

Com origem nos sedimentos (rochas calcárias), que


foram formadas no ciclo geológico pela deposição de
Fornecimento de
sedimentos e organismos marinhos mortos,
cimento e outros
depositados no leito do mar.
materiais de
construção (pedras
A utilização de pedra calcária, seja no cimento ou
calcárias)
em outros processos de construção, também aporta
para as emissões antropogénicas de CO 2.

O CO 2 faz parte essencial do processo de


crescimento das plantas e árvores (fotossíntese) e
Turismo
dos corais proporciona o desenvolvimento de áreas
para o lazer e para o turismo.

Associado ao desenvolvimento das zonas


coralíferas, onde prolifera a vida aquática,
Produção piscícola
contribuído para os stocks de pesca e para a
biodiversidade.
Produção de Sendo um dos elementos principais da fotossíntese
madeira (efeito o CO 2 pode ter um efeito positivo no crescimento
"fertilizante") das plantas.

Produção de alimentos, directamente consumidos


Produção de
pelos humanos, ou indirectamente, através dos
alimentos
herbívoros.

Captura do carbono

Capital natural

Um dos serviços mais importantes do ecossistema, relacionado com o


ciclo do Carbono, é a captura do CO2 por diferentes elementos que
compõe a Biosfera. O aumento das emissões antropogénicas de CO2 tem
vindo a ser absorvidas pela atmosfera, pelos oceanos e pelas florestas e
outras espécies vegetais. O aumento do CO2 na atmosfera traz como
consequência o aumento do efeito de estufa, originando as alterações
climáticas. Com o aumento do CO2 atmosférico, também aumenta a
absorção dos oceanos tendo como consequência a acidificação dos
oceanos, e eventuais efeitos nos ecossistemas marítimos (corais, peixes,
etc.). A última parcela é absorvida pelas florestas (biomassa), as quais
podem ser utilizadas como sumidoro de carbono (através da fotossíntese).

Numa visão de Sustentabilidade Forte, através de estratégias de


reflorestação seria possível diminuir as actuais concentrações de CO2 na
atmosfera, que já ultrapassaram os 370 ppmv, até níveis pré-Revolução
Industrial, i.e., perto dos 280 ppmv. No entanto, mesmo maximizando a
actividade de reflorestação nos próximos 50 anos, apenas seria possível
reduzir cerca de 15-30 ppm (IPCC 2000). Desta forma a redução das
concentrações de CO2 atmosférico devem ser complementadas também
por um serviço de capital humano: sistemas de captura e armazenamento
de CO2 (CCAC). Este tipo de serviços pode ser considerados como uma
solução de sustentabilidade forte, quando estiverem a anular efeitos de
emissões de CO2 de todos os sectores antropogénicos, menos da
"mudança do uso dos solos". Só no caso de estarem a substituir os efeitos
causados pela redução do capital natural (desflorestação, incêndios,
eliminação de prados, etc.), por acção humana é que poderá ser
considerado como sustentabilidade fraca.

Capital humano: sistemas de captura e armazenamento de CO2 (CAC)

O CAC consiste na separação do CO2 emitido pelas indústrias, no seu


transporte para o local de armazenamento e no seu sequestro a longo
prazo.

As centrais elétricas e outros processos industriais de grande escala são


os principais candidatos para este sistema.

Atualmente não existe uma solução tecnológica única para este tipo de
sistemas, estando prevista uma carteira de opções tecnológicas que se
adaptarão dependendo das situações.

A tecnologia atual permitiria capturar entre 80-90% do CO2 produzido


numa central eléctrica, mas tem como conseqüência um aumento da
produção de CO2 devido à redução da eficiência (existe um aumento da
energia necessária, entre 10 a 40%, para poder implementar o processo
de CAC).

O processo de CAC é constituído pelas seguintes fases:

 Captura
 Transporte
 Armazenamento (sequestro)

Captura

Existem três tecnologias principais de captura:


Pós-combustão
Consiste na remoção do CO2 depois da queima de combustíveis fósseis,
sistema ideal para a aplicação em centrais termoeléctricas. Esta
tecnologia é o primeiro passo para a captura de CO2 a grande escala,
sendo já economicamente viável em alguns casos específicos.

Normalmente, estes sistemas utilizam um solvente líquido para captar a


pequena fracção de CO2 (entre 3 e 15% do volume) presente nos gases
de combustão, cujo componente principal é o Nitrogénio. Numa central
eléctrica moderna de pulverização de carvão ou de ciclo combinado de
Gás Natural, os sistemas de captação utilizariam geralmente um solvente
orgânico como a monoetanolamina. Esse processo é designado como
"lavagem". A solução química resultante é, mais tarde, aquecida e a
pressão reduzida, liberando CO2 concentrado, o qual será posteriormente
armazenado.

Pré-combustão
Consiste em retirar o CO2 dos combustíveis antes da queima. Esta
tecnologia já é aplicada de forma generalizando na fabricação de
fertilizantes e na produção de hidrogénio (H2). Apesar do processo inicial
de retirar o carbono antes da combustão ser mais complexo e caro, as
concentrações mais altas de CO2 e a pressão mais elevada facilitam a
separação.

No caso do gás natural, essencialmente metano (CH4), se extrairmos o


carbono antes da combustão, ficaremos com hidrogénio, que produz
apenas água quando queimado. Isto envolve reagir o combustível com
oxigénio e/ou vapor para produzir monóxido de carbono (CO) e H2. Em
seguida, o CO reage com mais vapor, para produzir CO2 e mais
hidrogénio. Finalmente, o CO2 é separado e o hidrogénio é usado como
combustível, emitindo só Nitrogénio e água.

Oxigénio-gás
Estes sistemas utilizam o oxigénio em vez do ar, que é maioritariamente
composto por Nitrogénio (78%), para a combustão do combustível
primário, com o objectivo de produzir um gás de combustão composto
principalmente por água e CO2. Isto dá origem a um gás de combustão
com altas concentrações de CO2 (superior a 80% do volume) uma vez
que não existe Nitrogénio neste processo. Posteriormente, o vapor de
água é retirado por arrefecimento e aumento da pressão.

Este processo requer uma separação prévia do oxigénio do ar, para obter
um gás com uma pureza de 95 a 99%. O desafio é como separar o
oxigénio do resto do ar. As estratégias são semelhantes às usadas para
separar CO2. O ar pode ser arrefecido, para que o oxigénio se liquefaça.
Membranas onde passa oxigénio e nitrogénio a diferentes taxas podem
provocar a separação. Há também, materiais que absorvem o nitrogénio,
separando-o, do oxigénio.

A aplicação destes sistemas em caldeiras está actualmente em fase de


demonstração e a sua aplicação em sistemas de turbinas à gás ainda
estão em fase de investigação.

Transporte

Para o transporte do CO2 capturado, entre o local de captura e o de


armazenamento, apresenta-se actualmente uma tecnologia bastante
desenvolvida e testada: os gasodutos. Em geral, o CO2 gasoso é
comprimido a uma pressão superior aos 8 MPa, como o objectivo de
evitar regimes de fluxo de duas fases e aumentar a densidade, reduzindo
assim custos de transporte.

Em alguns casos o CO2 também poderá ser transportado em forma


líquida em navios ou camiões cisterna a baixas temperaturas e pressões
mais altas.

Ambos métodos já são usados para o transporte de CO2 em outras


aplicações industriais.
Armazenamento (sequestro)

Armazenamento geológico
O armazenamento geológico consiste na injecção, após captura do CO2,
na sua forma condensada numa formação rochosa subterrânea. As
principais opções são:

 Jazidas de petróleo e gás: as formações rochosas que retêm ou que já


retiveram fluidos (como ao jazidas de petróleo e gás) são candidatos
potenciais para o armazenamento. A injecção de CO2 nas formações
geológicas profundas integra muitas das tecnologias desenvolvidas na
indústria de prospecção de petróleo e gás, pelo que a tecnologia de
injecção, simulação, controlo e vigilância do armazenamento existe e
continua a ser aperfeiçoada.
 Formações salinas: à semelhança das jazidas de petróleo e gás é
possível também injectar CO2 em jazidas salmoura.
 Camadas de carvão inexploradas: é possível a injecção em camadas
de carvão que não venham a ser exploradas, dependendo sempre da sua
permeabilidade. Estes mecanismos ainda estão em fase de
demonstração.

Armazenamento oceânico
O armazenamento oceânico pode ser realizado de duas formas:

 Através da injecção e dissolução do CO2 no oceano (a profundidade

de mais de 1000 metros), através de gasodutos fixos ou de navios.


 A outra opção passa pela deposição do CO2 no fundo do oceano

através de um gasoduto fixo ou de uma plataforma marítima (a mais de


3000 metros de profundidade), onde a água é mais densa e se espera
que o CO2 forme um lago.

O armazenamento oceânico e o seu impacto ecológico estão por analisar,


podendo existir problemas de acidificação dos oceanos, sendo uma das
alternativas possíveis mas que levanta ainda muitas questões técnicas e
de viabilidade ambiental.

Carbonatação mineral e utilizações industriais


Carbonatação mineral: a reacção do CO2 com óxidos metálicos, que
abundam em minerais silicatos (como o óxido de magnésio (MgO) ou
óxido de cálcio (CaO)) ou de detritos industriais (como escoria e cinzas de
aço inoxidável), produz através de reacções químicas carbonatos
inorgânicos estáveis. A reacção natural é muito lenta é deverá ser
melhorada através de tratamentos prévios dos minerais, que são
altamente intensivos em energia. Esta tecnologia está em fase de
investigação, mas em certas aplicações, como a dos detritos industriais, já
se encontra em fase de demonstração.

Utilizações industriais: esta opção consiste no consumo de CO2 de forma


directa como matéria-prima para a produção de diversas substâncias
químicas que contêm carbono. No entanto, devido a baixa taxa de
retenção da maior parte dos produtos e a inexistência de dados que
permitam concluir se o balanço final de muitas aplicações industrias é
negativo ou positivo, este mecanismo encontra-se em fase de estudo e
prevê-se que a sua contribuição não seja muito elevada.

Custos do CAC

Várias das tecnologias de CAC estão actualmente em fases


desenvolvidamente e demonstração e mesmo algumas em investigação,
pelo que os seus custos, ainda são relativamente altos, mas que, com a
evolução tecnológica, com tendência a diminuir. Em quase todos os
sistemas de CAC, os custos da captura (incluindo a compressão)
representam a maior fatia dos custos (cerca de ¾).

A seguir apresenta-se uma tabela com o custo de várias componentes do


sistema CAC.
Tabela 2. Custos das várias componentes dos sistemas CAC
Componente do CAC Custos

Captura do CO2 emitido numa central eléctrica a


15-75 US$/t CO2 capturado
gás

Captura do CO2 emitido na produção de H2 (do


5-55 US$/t CO2 capturado
GN)

Captura do CO2 emitido por outras fontes


25-115 US$/t CO2 captado
industriais

Transporte 1-8 US$/t CO2 transportado

Armazenamento geológico 0,5-8 US$/t CO2 injectado

Armazenamento geológico: vigilância e


0,1-0,3 US$/t CO2 injectado
verificação

Armazenamento oceânico 5-30 US$/t CO2 injectado

50-100 US$/t CO2


Carbonatação mineral
mineralizado

Fonte: IPCC

Numa central com um sistema CAC, a necessidade de aumento do


consumo energético (cerca de 11-22% maior) implica um aumento da
produção de CO2 e nos custos do kWh produzido na central. Comparando
uma central convencional de gás natural de ciclo combinado com um
sistema de captura e recuperação de petróleo os custos variam entre 19 e
63%.

Tabela 3. Custos por kWh numa central com e sem sistemas CAC

Sistema de central eléctrica Ciclo combinado de gás natural


Sem captura (referência) 0,03 - 0,05 US$/k Wh

Com captura e armazenamento geológico 0,04 - 0,08 US$/k Wh

Com captura e recuperação de petróleo 0,04 - 0,07 US$/k Wh

Fonte: IPCC
Os custos por tonelada de CO2 evitado variam substancialmente tanto
com o tipo de instalação de produção como com o tipo de sistema CAC
implementado, no entanto, tomando com referência uma central de ciclo
combinado de gás natural estes situam-se entre os 40-90 $/t CO2 evitado,
mas em alguns casos podem actualmente ultrapassar os 200 $/t CO2
evitado.
Tabela 4. Custo da mitigação (US$/tCO2 evitado)

CE de ciclo
CE de CE de ciclo combinado
carvão combinado gasificação de
pulverizado de GN carvão
integrada

Custo da mitigação (US$/tCO2


evitado) em central eléctrica
30-71 38-91 14-53
com captura e armazenamento
geológico

Custo da mitigação (US$/tCO2


evitado) Com captura e 9-44 19-68 0
recuperação de petróleo

Fonte: IPCC

Capacidades de armazenamento

As capacidades indicadas na tabela 5 estão os valores apenas teóricos,


com um possível menor erro para as jazidas de petróleo, mas em geral
ainda não existem estudos científicos suficientes para ter números mais
reais, e as probabilidades e os níveis de confiança associados.
Tabela 4. Estimativas teóricas de capacidade de armazenamento para vários
depósitos

Estimativa inferior da Estimativa superior da


Tipo de
capacidade de capacidade de
depósito
armazenamento (GtCO2) armazenamento (GtCO2)

Jazidas de
675* 900*
petróleo e gás

Filões de hulha
3-15 200
não exploráveis

Formações
salinas 1000 10000
profundas

Fonte: IPCC
 Estes dados podem aumentar em 25% se for incluído as jazidas
de petróleo ainda não descobertas.

Em termos de potencial técnico, estima-se que a capacidade mínima de


armazenamento geológico do CO2 ronde os 2000 Gt de CO2 (545 Gt de
C). Outras opções de armazenamento como os oceanos, que podem
representar vários milhares de Gt, poderão ser tidas em conta, caso as
eventuais implicações ambientais sejam significativamente reduzidas,
para o que hoje não existem dados suficientes que o demonstrem.

Na maior parte dos cenários de estabilização das concentrações


atmosféricas de GEE entre 450 e os 750 ppmv de CO2, o potencial
económico do CAC (quantidade de reduções de GEE que alcançável de
forma rentável em comparação com uma opção especifica e tendo em
conta as circunstâncias actuais) ascenderia progressivamente dos 220 até
aos 2200 Gt de CO2 (entre 60 e 600 Gt de C), o que significa uma
contribuição dentre 15 e 55% do esforço mundial de mitigação
acumulativa até 2100.
Para que os sistemas CAC possa alcançar este potencial económico
serão necessários alguns milhares de instalações equipadas com estes
sistemas e cada um deles teria de capturar entre 1 a 5 Mt de CO2 por ano.

Consumo energético e impactos ambientais dos CAC

A implementação deste tipo de soluções implica um aumento da produção


de CO2. Isto é derivado da perda de eficiência da central devido ao
aumento do consumo energético necessário para as fases de captação,
transporte e armazenamento do CO2.

Os valores de aumento de consumo de combustível por kWh produzido


para instalações existentes que capturem cerca de 90% do CO2
produzido, variam entre os 11 e os 40% (conforme a tecnologia). No
entanto estes valores são essencialmente para instalações já existentes.
Para instalações de captura piloto, estima-se que a energia térmica
adicional por cada tonelada de CO2 capturado ronde os 2 GJ.
(representando uma redução na eficiência entre 15-25%) (Projecto
CASTOR).

Riscos ambientais e humanos na captura

 Aumento das emissões de alguns poluentes, como CO e NOx,


que não são capturados no processo.
 Riscos eventuais para a saúde humana pela presença de CO2 em
grandes concentrações, ou em estado sólido (baixas
temperaturas: possíveis queimaduras em derrames acidentais).

Riscos ambientais e humanos no transporte

 O transporte por gasoduto não apresenta problemas superiores


aos já defrontados pelo transporte de gases como Gás Natural.
Existe sempre um eventual risco de fuga ou rebentamento, mas
sem o problema da inflamação.
 Para o transporte via terrestre ou marítima a situação é
semelhante ao transporte de outro tipo de gases industriais,
havendo sempre uma possibilidade relativamente pequena de
risco de acidentes e eventuais derramamentos de CO2, cujas
consequências estão por estudar, mas que podem eventualmente
causar asfixia.

Riscos ambientais e humanos no armazenamento


Existem duas categorias destes tipos de riscos: Riscos Mundiais: se houver uma
fuga considerável num depósito de CO2 esta pode contribuir significativamente
para as alterações climáticas. Riscos locais: fugas por falhas nos poços que
podem afectarem os trabalhadores locais e as equipas de reparação das fugas,
ou fugas por falhas geológicas não detectadas, criando eventual contaminação
de aquíferos e acidificação dos solos.

Para o caso do armazenamento oceânico, o risco apresenta-se bastante


mais elevado, tendo em conta a falta de informação disponível quanto aos
efeitos do aumento da concentração de CO2 (acidificação) nos
ecossistemas marítimos.

Caso de estudo Projecto CASTOR

O Projecto CASTOR integra três componentes de I&D, Captura de


Carbono, Redução nas emissões europeias de 10%, e análise da
performance e riscos do armazenamento.

Captura

 Sistema de captura: post-combustão em instalação de produção de

energia eléctrica a carvão em Esbjerg (Dinamarca).


 Energia térmica consumida no processo: 2,0 GJ/ton CO2, a uma taxa

de 90% de captura.
 Custo por tonelada de CO2 capturada: 20 a 30 €.

 Redução da eficiência da instalação: entre 15 a 25%

 Aumento nos custos da energia: cerca de 50%.


 Capacidade de captura: 1 ton CO2/h

A área da instalação não aumentou significativamente devido ao sistema


de captura.

Ciclo do oxigénio

Entende-se por Ciclo do oxigênio o movimento do oxigênio entre os seus


três reservatórios principais: a atmosfera (os gases que rodeiam a
superfície da terra), a biosfera (os organismos vivos e o seu ambiente
próximo) e a litosfera (a parte sólida exterior da terra).

Este ciclo é mantido por processos geológicos, físicos, hidrológicos e


biológicos, que movem diferentes elementos de um depósito a outro. O
oxigênio molecular (O2) compõe cerca de 21% da atmosfera terrestre.
Este oxigênio satisfaz as necessidades de todos os organismos terrestres
que o respiram no seu metabolismo.

O principal fator na produção de oxigênio é a fotossíntese, que regula a


relação gás carbônico/gás oxigênio na atmosfera.

O oxigênio é o elemento mais abundante em massa na crosta terrestre e


nos oceanos e o segundo na atmosfera.

Na atmosfera, encontra-se como oxigênio diatômico/oxigênio molecular


(O2), dióxido de carbono (CO2), ozônio (O3), dióxido de nitrogênio (NO2),
monóxido de nitrogênio (NO), dióxido de enxofre (SO2), etc.

Figura 22. Ciclo de oxigénio


Fonte: www.wikpdia.org

Fluxos de oxigênio

A fotossíntese é o principal processo responsável pela manutenção do


oxigênio na atmosfera. Ela repõe o que é constantemente retirado,
principalmente, pelo processo da respiração. A fotossíntese transforma
dióxido de carbono e água em oxigênio e açúcar.

6CO2 + 12H2O + energia → C6H12O6 + 6H2O + 6O2

Um processo adicional de oxigênio é a fotólise, onde energia proveniente


de radiação ultravioleta decompõe água atmosférica e óxido de azoto.

2H2O + energia → 4H + O2

2N2O + energia → 4N + O2

O principal processo de remoção de oxigênio da atmosfera é a respiração.

C6H12O6 + 6O2 → 6CO2 + 6H2O + energia

Também no processo de decomposição de animais e bactérias


consomem oxigênio e libertam dióxido de carbono.
Devido aos minerais da litosfera serem oxidados em oxigênio, o desgaste
químico das rochas expostas também consome oxigênio. Um exemplo de
desgaste químico da superfície é a formação de óxidos de ferro
(ferrugem):

4FeO + 3O2 → 2Fe2O3

O oxigênio também tem um ciclo entre a biosfera e a litosfera. Os


organismos marinhos na biosfera criam conchas de carbonato de cálcio
(CaCO3) que é rico em oxigênio. Quando o organismo morre, a sua
concha é depositada no chão do mar e enterrado ao longo do tempo para
criar a rocha na litosfera. As plantas e animais extraem nutrientes minerais
das rochas e libertam oxigênio durante o processo.

O Oxigênio na atmosfera e nos oceanos

Ozônio

A presença do oxigênio atmosférico originou a formação de ozônio e da camada


de ozônio na estratosfera. A camada do ozônio extremamente importante para a
vida moderna, visto que absorve a radiação ultravioleta nociva.

O2 + energia uv → 2O

O + O2 + energia uv → O3

A energia solar absorvida aumenta a temperatura da atmosfera na


camada do ozônio, criando uma barreira térmica, que ajuda a manter a
atmosfera por baixo, por oposição a escapar para o espaço.

Fósforo
Uma teoria interessante é que o fósforo (P) no oceano ajuda a regular a
quantidade de oxigênio atmosférico. O fósforo dissolvido nos oceanos é
um nutriente essencial para a fotossíntese nos oceanos e um dos
principais factores limitativos. A fotossíntese nos oceanos contribui
aproximadamente com 45% do oxigênio total livre no ciclo do oxigênio. O
crescimento da população de organismos que fazem fotossíntese é
limitado principalmente pela disponibilidade de fósforo dissolvido.

Um dos efeitos secundários das minas e das actividades industriais é o


aumento dramático da quantidade de fósforo descarregado nos oceanos.
No entanto, este aumento não se reflecte num aumento correspondente
da fotossíntete nos oceanos. Isto acontece porque um aumento da
população que faz fotossíntese resulta em maiores níveis de oxigênio nos
oceanos. Os elevados níveis de oxigênio promovem o crescimento de
certo tipo de bactérias que competem pelo fósforo dissolvido. Esta
competição limita a quantidade de fósforo disponível para a fotossíntese
nos oceanos, limitando a população total assim como os níveis de O2.

Ciclo do nitrogénio

O ciclo do nitrogênio ou ciclo do azoto é o ciclo biogeoquímico que


comporta as diversas transformações que este elemento sofre no seu
ciclo entre o reino mineral e os seres vivos.

Figura 23. Ciclo de Nitrogenio


Fonte: www.wikpedia.org

Visão geral
O processo pelo qual o nitrogênio ou azoto circula através das plantas e do
solo pela ação de organismos vivos é conhecido como ciclo do nitrogênio ou
ciclo do azoto. O ciclo do nitrogênio é um dos ciclos mais importantes nos
ecossistemas terrestres. O nitrogênio é usado pelos seres vivos para a produção
de moléculas complexas necessárias ao seu desenvolvimento tais como
aminoácidos, proteínas e ácidos nucleicos.

O principal repositório de nitrogênio é a atmosfera (78% desta é composta


por nitrogênio) onde se encontra sob a forma de gás (N2). Outros
repositórios consistem em matéria orgânica nos solos e oceanos. Apesar
de extremamente abundante na atmosfera o nitrogênio é frequentemente
o nutriente limitante do crescimento das plantas. Isto acontece porque as
plantas apenas conseguem usar o nitrogênio sob três formas sólidas: íon
de amônio (NH4+), íon de nitrito (NO2-) e íon de nitrato (NO3-), cuja
existência não é tão abundante. Estes compostos são obtidos através de
vários processos tais como a fixação e nitrificação. A maioria das plantas
obtém o nitrogênio necessário ao seu crescimento através do nitrato, uma
vez que o íon de amônio lhes é tóxico em grandes concentrações. Os
animais recebem o nitrogênio que necessitam através das plantas e de
outra matéria orgânica, tal como outros animais (vivos ou mortos).

Processos do ciclo do nitrogênio


Fixação
A fixação é o processo através do qual o nitrogênio é capturado da
atmosfera em estado gasoso (N2) e convertido em formas úteis para
outros processos químicos, tais como amoníaco (NH3), nitrato (NO3-) e
nitrito (NO2-). Esta conversão pode ocorrer através de vários processos,
os quais são descritos nas secções seguintes.

Fixação Biológica
Algumas bactérias têm a capacidade de capturar moléculas de nitrogênio
(N2) e transformá-las em componentes úteis para os restantes seres
vivos. Entre estas, existem bactérias que estabelecem uma relação de
simbiose com algumas espécies de plantas (leguminosas) e bactérias que
vivem livres no solo. A simbiose é estabelecida através do consumo de
amoníaco por parte das plantas; amoníaco este que é produzido pelas
bactérias que vivem nos caules das mesmas plantas.

Fixação Atmosférica
A fixação atmosférica ocorre através dos relâmpagos, cuja elevada
energia separa as moléculas de nitrogênio e permite que os seus átomos
se liguem com moléculas de oxigénio existentes no ar formando monóxido
de nitrogênio (NO). Este é posteriormente dissolvido na água da chuva e
depositado no solo.

A fixação atmosférica contribui com cerca de 58% de todo o nitrogênio


fixado.

Fixação Industrial
Através de processos industriais (nomeadamente o processo de Haber-
Bosch) é possível produzir amoníaco (NH3) a partir de azoto (N2) e
hidrogénio (H2). O amoníaco é produzido principalmente para uso como
fertilizante cuja aplicação sustenta cerca de 40% da população mundial.

Assimilação
Os nitratos formados pelo processo de nitrificação são absorvidos pelas
plantas e transformados em compostos carbonados para produzir
aminoácidos e outros compostos orgânicos de nitrogênio.

A incorporação do nitrogênio em compostos orgânicos ocorre em grande


parte nas células jovens em crescimento das raízes.

Mineralização
Através da mineralização (ou decomposição) a matéria orgânica morta é
transformada no íon de amônio (NH4+) por intermédio de bactérias
aeróbicas, anaeróbicas e alguns fungos.
Nitrificação
A oxidação do amoníaco, conhecida como nitrificação, é um processo que
produz nitratos a partir do amoníaco (NH3). Este processo é levado a cabo
por bactérias (bactérias nitrificantes) em dois passos: numa primeira fase
o amoníaco é convertido em nitritos (NO2-) e numa segunda fase (através
de outro tipo de bactérias nitrificantes) os nitritos são convertidos em
nitratos (NO3-) prontos a ser assimilados pelas plantas.

Desnitrificação
A desnitrificação é o processo pelo qual o azoto volta à atmosfera sob a
forma de gás quase inerte (N2). Este processo ocorre através de algumas
espécies de bactérias (tais como Pseudomonas e Clostridium) em
ambiente anaeróbico. Estas bactérias utilizam nitratos alternativamente ao
oxigênio como forma de respiração e libertam azoto em estado gasoso
(N2).

Eutrofização
A eutrofização corresponde a alterações de um corpo de água como
resultado de adição de azoto ou fósforo.

Os compostos de azoto existentes no solo são transportados através dos


cursos de água, aumentando a concentração nos depósitos de água, o
que pode fazer com que estes sejam sobre-populados por certas espécies
de algas podendo ser nocivo para o ecossistema envolvente.

Repositórios de Azoto

Os principais repositórios de azoto são a atmosfera, plantas, animais,


solos e os oceanos.

Atmosfera
A atmosfera comporta a maior parte do azoto existente na Terra. Este
encontra-se principalmente sob a forma de N2. Estima-se que existam 3.9-
4.0 x 109 TgN (TgN = Teragrama de N = 1012 g de N ) na atmosfera. O
tempo de residência médio de uma molécula de N2 na atmosfera é de 10
milhões de anos.

O Azoto encontra-se na atmosfera também sob a forma de monóxido ou


dióxido de azoto (NOx) e sob a forma de óxido nitroso (N2O). Sob a forma
de NOx existem 1.3-1.4 TgN com um tempo de residência médio de 1
mês. Sob a forma de óxido nitroso (N2O) existem cerca de 1.4 x 10³ TgN
com um tempo de residência de 100 anos.

Plantas e animais
Existem cerca de 3 x 104 TgN em plantas e animais, com um tempo de
residência de 50 anos.

Solos
Os solos contêm cerca de 9.5 x 104 TgN, com um tempo de residência
médio de 2000 anos.

Oceanos

Nos oceanos o azoto encontra-se tanto na superfície como no fundo em


forma de sedimentos (4-5 x 108 TgN). À superfície encontra-se dissolvido
organicamente (2 x 105 TgN).

Fluxos

O azoto transita entre os vários repositórios a diferentes taxas. A tabela


seguinte apresenta os fluxos do azoto entre a atmosfera e os outros
repositórios (nomeadamente plantas e solos).

Tabela 4. Fluxos do azoto

Mundo

Habitantes [milhões] 6600


Área terrestre [10³ km²] 148939.1

Área arável % 13.13

Input TgN/ano

Fixação biológica 30

Importações (rações) 40

Fertilizantes sintéticos 80

Fixação atmosférica 60

Output TgN/ano

Produtos vegetais

Produtos animais

Emissões gasosas (animais)

Desnitrificação (solos) 12.2

Emissões gasosas (solos) 6.9

Emissões aquáticas 122

Emissões industriais 20

Influência Humana

Como resultado da utilização intensiva de fertilizantes e da poluição


resultante dos veículos e centrais energéticas, o Homem aumentou
significativamente a taxa de produção de azoto utilizável biologicamente.
Esta alteração leva a alterações da concentração deste nutriente,
moderadamente em depósitos de água (através da eutrofização), e ao
excessivo crescimento de determinadas espécies deteriorando o ambiente
que as rodeia.

Poluição
Poluição provocada pelas influências antropogénicas do ciclo do azoto
pode manifestar-se através de:

 Óxido nitroso (N 2O), gás libertado essencialmente por via da combustão

e o facto de ser pouco reactivo na troposfera permite exercer os seus


efeitos nocivos durante muitos anos. O seu efeito na estratosfera
assenta na deterioração da camada protectora de ozono com influências
das radiações ultravioletas.
 Óxidos do Azoto (NOx), particularmente o monóxido e o dióxido do azoto

são altamente reactivos, com vidas relativamente curtas, por isso as


alterações atmosféricas são apenas detectadas a nível local e regional.
Estas alterações manifestam-se principalmente através de nevoeiro
fotoquímico, que tem consequências perigosas para a saúde humana,
assim como para a produtividade dos ecossistemas. O dióxido do azoto
transformado em ácido nítrico compõem a chuva ácida, que destrói
monumentos e acidifica solos e sistemas aquáticos, desencadeando
profundas alterações na composição das suas comunidades bióticas.
 Nitratos (NO3-), que contaminam águas que ao serem ingeridas

provocam várias disfunções fisiológicas.

Apesar dos ecossistemas terrestres serem vulneráveis ao excesso de


azoto, os sistemas aquáticos são os que mais sofrem, porque são os
receptores finais do excedente do azoto que chega por escorrência ou
através de descargas directas de efluentes não tratados.

Ciclo do cálcio

O cálcio, elemento que é naturalmente encontrado em forma de fosfatos


ou carbonatos nas rochas, fica, quando dissolvido por ação das águas
das chuvas, disponível aos seres vivos, fazendo parte dos esqueletos,
conchas, carapaças, paredes celulares das células vegetais, cascas
calcárias de ovos, além de atuar em alguns processos fisiológicos, tais
como a contração muscular e a coagulação do sangue nos vertebrados.
No entanto, com a morte desses seres vivos, o cálcio é devolvido ao
ambiente.

Toneladas de calcário são utilizadas com frequência para a correção da


acidez do solo, notadamente nos cerrados brasileiros, procedimento que,
ao mesmo tempo, libera o cálcio para uso pela vegetação e pelos
animais.

Estudos recentes têm demonstrado que a queima de combustíveis


fósseis, tais como o carvão e o petróleo, vem contribuindo cada vez mais
para aumentar a acidez dos oceanos. Esse processo liberta gás
carbônico(CO2) na atmosfera, que, absorvido pela água, se transforma em
ácido carbônico (H2CO3), alterando a dinâmica da hidrosfera. A acção
desse ácido afeta diretamente o esqueleto calcário de muitos organismos
aquáticos. Como conseqüência, os seres vivos, componentes da biosfera,
sofrem perturbações e o equilíbrio das cadeias tróficas é quebrado. Além
disso, as altas concentrações de gás carbônico na atmosfera promovem
um aumento gradativo da temperatura global, pondo em risco a criosfera
(regiões da superfície terrestre cobertas permanentemente por gelo e
neve). Isso aponta para uma necessidade de compreensão das relações
entre os seres vivos no planeta.

Ciclo do Enxofre

As proteínas dependem basicamente do enxofre. O enxofre é encontrado


no solo em combinações de sais de sulfato, sulfetos e minério. Nas
proximidades de vulcões, o enxofre é encontrado na sua forma original,
razão pela qual há muitas unidades de exploração nestas regiões. O ciclo
do enxofre compreende 6 etapas básicas:
a) As plantas absorvem compostos contendo enxofre além dos sulfatos

b) Na produção de aminoácidos das plantas o hidrogênio substitui o


oxigênio na composição dos sulfatos;

c) Os seres vivos se alimentam das plantas;

d) Microorganismos decompõe os aminoácidos que contêm enxofre nos


restos de animais e plantas, criando sulfeto de hidrogênio;

e) O enxofre é extraído do sulfeto por bactérias e microorganismos;

f) Sulfatos são produzidos pela ação de microorganismos na combinação


do enxofre com o oxigênio.

Descrição do ciclo do enxofre

Figura 24. Ciclo de enxofre

Fonte: Adaptado de: (1) Botkin, D. & Keller, E. (1995) Environmental Science: earth as a
living planet. Nova Iorque: John Wiley & Sons. (2) Caselli, M. (1992) La Contaminación
Atmosférica. México: Siglo Veintiuno
Ciclo do Enxofre
O enxofre é um importante constituinte de alguns aminoácidos, como a
cisteína, e portanto, não pode faltar para perfeita produção de proteínas.
Em muitos seres vivos, moléculas com átomos desse elemento, atuam
como cofator (estimulador) de reações químicas promovidas por enzimas.

Apresenta um ciclo com dois reservatórios: um maior, nos sedimentos da


crosta terrestre e outro, menor, na atmosfera.

Nos sedimentos, o enxofre permanece armazenado na forma de minerais


de sulfato. Com a erosão, fica dissolvido na água do solo e assume a
forma iônica de sulfato (SO4--); sendo assim, facilmente absorvido pelas
raízes dos vegetais.

Na atmosfera, o enxofre existe combinado com o oxigênio formando,


cerca de 75% dele, o SO2 (dióxido de enxofre). Outra parcela está na
forma de anidrido sulfídrico (SO3). O gás sulfídrico (H2S) - característico
pelo seu cheiro de "ovo podre"- tem vida curta na atmosfera, apenas de
algumas horas, sendo logo transformado em SO2.

Esses óxidos de enxofre (SO2 e SO3) incorporam-se ao solo com as


chuvas, sendo então transformado em íons de sulfato (SO4--). Podem,
também, ser capturados diretamente pelas folhas das plantas, num
processo chamado de adsorção, para serem usados na fabricação de
aminoácidos.

O único retorno natural do enxofre para a atmosfera é através da ação de


decompositores que produzem o gás sulfídrico. As sulfobactérias realizam
o processo inverso, com uma forma de obtenção de energia para a
quimiossíntese.

A contribuição das atividades vulcânicas para o acúmulo de enxofre na


atmosfera é pouco significativa. Maior tem sido a introdução artificial e
humana, por meio da atividade industrial. A queima de combustíveis
fósseis que possuem enxofre em sua composição (3% no carvão e 0,05%
no petróleo), produz SO2 e SO3, aumentando sua concentração na
atmosfera das grandes cidades. Essa fonte é responsável por 80% da
poluição por enxofre. Ambos são, nessas condições, fortemente irritantes
para os olhos e pulmões; além de contribuir para a formação do smog -
mistura de fumaça (smoke, no inglês) com neblina (fog), altamente tóxico,
que surge durante as inversões térmicas.

Acção Humana
A principal perturbação humana no ciclo global do enxofre é a libertação
de SOX (SO2 mais uma pequena quantidade de SO3) para a atmosfera
como resultado da queima de carvão e óleo contendo enxofre. O gás SOX
prejudica a respiração nos humanos em elevadas concentrações e é
moderadamente tóxico para as plantas.

A chuva ácida

O vapor de água, ao se condensar para formar as nuvens, dissolve várias


substâncias e gases presentes na atmosfera.

A chuva, ao cair no solo, carregando as substâncias adquiridas na


atmosfera é ligeiramente ácida, com pH chegando até 5,7. A presença
cada vez maior de poluentes atmosféricos - resultado do crescimento
industrial nos últimos séculos, tem tornado a água da chuva cada vez
mais ácida; o que traz imensos prejuízos para a fauna e a flora.

O primeiro registro sobre esse problema data de 1886, observado na


Escócia. Seis anos depois, um químico inglês chamou de “chuva ácida” a
esse fenômeno.

São várias as substâncias responsáveis pela acidez da chuva. A principal


é o ácido sulfúrico e também podem ser encontrados ácido nítrico, nitroso
e clorídrico. A primeira etapa da produção de ácido sulfúrico é acelerada
pela presença de luz forte e NO2.

A chuva ácida (quando possui pH inferior a 4,0) pode afectar,


indiretamente, a saúde humana tornando a água de reservatório
insalubre. Essa água pode dissolver o cobre dos encanamentos,
provocando mais diarréias em crianças. No sul da Noruega foi descoberto
que uma maior incidência de chuva ácida era responsável por presença
de altos níveis de alumínio na água potável. Isso parece estar ligado com
uma incidência anualmente crescente de mal de Alzheimer; uma doença
degenerativa do sistema nervoso que causa demência e paralisia.

No solo, a chuva ácida, provoca a sua acidez, dificultando a absorção de


nutrientes pela raiz, diminuição no crescimento, perda de folhas ou até
mesmo a morte das plantas. Na Floresta Negra da Alemanha, metade das
árvores morreram em conseqüência das chuvas ácidas.

Mas os organismos mais sensíveis à chuva ácida são os peixes e outros


animais aquáticos. Uma pequena redução no pH da água onde vivem,
pode causar inúmeras mortes e alterações profundas nos ecossistemas
aquáticos. Uma conseqüência também muito grave é a redução na
produção pesqueira, como aconteceu em 1987 no Canadá, onde 14 mil
lagoas estavam contaminadas.

Não só os seres vivos são as vítimas da chuva ácida, mas também as


obras de arte e monumentos arquitetônicos. O ácido sulfúrico dissolve
tintas, amarelece os papéis dos livros e dissolve as rochas calcárias
(como o mármore) usado em construções. Catedrais na Europa, como a
de Notre Dame de Rouen (França), que conseguiram sobreviver aos
bombardeios e incêndios da Segunda Guerra Mundial estão, agora, com
as fachadas escurecidas e suas estátuas ornamentais perdendo detalhes.

O que agrava e complica mais ainda o problema é o fato de que este é


um tipo de poluição “transcontinental”. Geralmente, o afetado não é o
próprio causador da poluição, pois os gases que produzem a chuva ácida
são transportados a até 2000 km de distância, antes de transformar-se em
ácidos. Isso é o que acontece com a Escandinávia (Suécia e Noruega)
que recebe a chuva ácida de poluentes vindos da Inglaterra, França e
Alemanha.
Algo equivalente acontece no Brasil. As termelétricas do Rio Grande do
Sul produzem o enxofre que causa chuvas ácidas no Uruguai. E a
poluição gerada em Cubatão e na Grande São Paulo aparece nas acidez
das chuvas que caem no litoral norte da estado (Ubatuba), apresentando
pH de 2,8, surpreendentemente baixo se comparados com as das fontes
poluidoras (entre 4,5 e 5,0).

Várias medidas - reunidas pela Inglaterra ao editar, em 1956, a “Lei do Ar


Puro” - foram tomadas para reduzir a poluição atmosférica e acidez das
chuvas. No Hemisfério Norte, onde é difundido o aquecimento doméstico,
proíbe-se a queima de carvão natural em grelhas comuns e de resíduos
de jardim em fogueiras. Procura-se, também, substituir o carvão por óleo
diesel, com menos enxofre. As indústrias devem contribuir construindo
chaminés mais altas (uma medida apenas paliativa), para que os ventos
espalhem mais e diluam os poluentes e - o mais caro e importante -
instalar desulforizadores; sistemas de filtros que retiram 90% do enxofre a
ser emitido pela chaminé.

A poluição causada por veículos automotores pode ser reduzida pela


adoção de gasolina com menor conteúdo de enxofre; pela instalação de
conversores catalíticos no escapamento (eles reduzem em 90% a
emissão de óxidos de nitrogênio) - já obrigatório nos EUA, Canadá e
Japão - pela regulagem do motor ou, finalmente, pela substituição da
gasolina pelo álcool.

Na biologia, ciclo do enxofre é o processo pelo qual o enxofre é


transformado pelos seres vivos como animais e plantas e outros
processos químicos.

Em muitos aspectos o ciclo do enxofre assemelha-se ao ciclo do


nitrogênio, exceptuando a significativa inserção desse elemento
proveniente da litosfera através da actividade vulcânica e a ausência do
processo biológico de fixação do enxofre da atmosfera à terra ou água.
Sumário
O ciclo biogeoquímico é o percurso realizado no meio ambiente por um
elemento químico essencial à vida. O termo é derivado do fato de que há um
movimento cíclico de elementos que formam os organismos vivos (“bio”) e o
ambiente geológico (“geo”), onde intervêm mudanças químicas.

As relações entre os organismos vivos e o ambiente físico caracterizam-se por


uma constante permuta dos elementos, em uma atividade cíclica. Assim, há uma
espécie de intercâmbio contínuo entre meio físico, denominado abiótico (relativo
à parte sem vida do meio físico) e o biótico (conjunto de seres vivos), sendo esse
intercâmbio de tal forma equilibrado, em relação à troca de elementos nos dois
sentidos, que os dois meios se mantêm praticamente constantes.

Por essa razão, o estudo e a compreensão dos ciclos biogeoquímicos podem


ajudar a identificar potenciais impactos ambientais causados pela introdução de
substâncias potencialmente perigosas nos diversos ecossistemas.

Podemos notar também que em muitos aspectos o ciclo do enxofre


assemelha-se ao ciclo do nitrogênio, exceptuando a significativa inserção
desse elemento proveniente da litosfera através da actividade vulcânica e
a ausência do processo biológico de fixação do enxofre da atmosfera à
terra ou água.

Exercícios
1. Caracterize os diferentes ciclos que compõe o ciclo Biogeoquimco.
2. Diga qual é a importancia dos ciclos biogeoquimicos para os seres
vivos.

Entregar o exercício 1e 2 desta unidade.


Unidade XV
Produtividade dos ecossistemas
Introdução
A atividade de um ecossistema pode ser avaliada pela produtividade
primária bruta (PPB), que corresponde ao total de matéria orgânica
produzida em gramas, durante certo tempo, em uma certa área ambiental.

É neste contexto que a unidade que se segue vai se debruçar para


explicar a produtividade dos ecossistemas.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Identificar os factores de que depende a produtividade do ecossistema.

 Descrever os Factores Limitantes da Produtividade Primária.


Objectivos

A produtividade do Ecossistema

A atividade de um ecossistema pode ser avaliada pela produtividade


primária bruta (PPB), que corresponde ao total de matéria orgânica
produzida em gramas, durante certo tempo, em uma certa área ambiental:

Onde:
PPB = massa de matéria orgânica produzida/tempo/área

Descontando desse total a quantidade de matéria orgânica consumida pela


comunidade, durante esse período, na respiração (R), temos a
produtividade primária líquida (PPL), que pode ser representada pela
equação:

PPL = PPB – R

A produtividade de um ecossistema depende de diversos factores, dentre os


quais os mais importantes são a luz, a água, o gás carbônico e a
disponibilidade de nutrientes.

Em ecossistemas estáveis, com frequência a produção de (P) iguala o


consumo de (R). Nesse caso, vale a relação P/R = 1.

Figura 25. Produtividade do ecosistema

Fonte: www.infoescola.com

Produtividade Primária Bruta (PPB) = Taxa fotossintética total


Produtividade Primária Líquida (PPL) = PPB - Respiração dos autótrofos
Produtividade Líquida da comunidade (PLC) = PPL - Consumo por herbívoros

Eficiência Ecológica

Eficiência ecológica é a porcentagem de energia transferida de um nível


trófico para o outro, em uma cadeia alimentar. De modo geral, essa eficiência
é, aproximadamente, de apenas 10%, ou seja, cerca de 90% da energia total
disponível em um determinado nível trófico não são transferidos para a
seguinte, sendo consumidos na atividade metabólica dos organismos do
próprio nível ou perdidos como restos. Em certas comunidades, porém a
eficiência pode chegar a 20%.

Figura 25. Produtividade Secundaria

Fonte: www.infoescola.com

O fluxo de energia e matéria através dos ecossistemas


Introdução
O estudo sobre fluxo de energia tem como enfoque principal em verificar a
forma com que a água e as áreas da terra recebem e processam a radiação
incidente e os nutrientes orgânicos, bem como o desempenho integrado das
comunidades e seu ambiente abiótico.

Para examinar os processos de ecossistemas é importante compreender


alguns termos-chave:
• Os corpos dos organismos vivos dentro de uma unidade de área constituem
um suprimento permanente de biomassa.

• Por biomassa, entendemos a massa de organismos por unidade de área do


solo (ou água) e isso é geralmente expresso em unidades de energia (explo:
joules por metro quadrado) ou matéria orgânica seca (explo: toneladas
métricas por hectares). (Matéria Viva + Matéria Morta).
• A produtividade primária de uma comunidade é a taxa em que a biomassa é
produzida por unidade de área pelos vegetais, os produtores primários. Ela
pode ser expressa em unidade de energia (explo: joules por metro quadrado
por dia) ou de matéria orgânica seca (emplo: quilogramas por hectares por
ano).

• A fixação total de energia pela fotossíntese é referida como produtividade


primária bruta (PPB). Uma proporção desse total, no entanto, é respirada pela
própria planta, e é perdida pela comunidade como calor respiratório.

• A diferença entre PPB e R é conhecida como produtividade primária líquida


(PPL), e se representa a taxa real de produção de nova biomassa que está
disponível para o consumo de organismos heterotróficos (bactérias, fungos e
animais).

• A taxa de produção de biomassa por heterotróficos é denominada


produtividade secundária.
Fig. Produtividade Pimaria

Fonte: www.infoescola.com

Produtividade Primária
Factores Limitantes da Produtividade Primária
 Aproximadamente 0-5J energia solar atinge cada metro quadrado da
superfície da terra por minuto.
 Para ocorrer a produtividade primária em comunidades terrestres é
necessário:
• Radiação solar
• Disponibilidade de água
• Dióxido de carbono
• Nutrientes do solo
 A temperatura é um fator que influencia a taxa da fotossíntese
 Por outro lado, água, dióxido de carbono, nutrientes e temperatura variam
de um local para outro.
 Comunidades terrestres usam radiação solar de modo ineficiente (44% de
radiação com ondas curtas suficiente para a fotossíntese).
 Não há dúvida que a disponibilidade de outros recursos favorecem a
eficiência na utilização da radiação solar.
 Sistema agrícola comprova esta afirmativa.
 A precipitação e alteração na temperatura influenciam na produtividade
primária?
 Água e temperatura são fatores críticos.
 PPL aumenta com a duração da estação de crescimento.
 Uma sucessão de factores pode limitar a produtividade primária.
 Comunidades aquáticas produtivas ocorrem onde as concentrações de
nutrientes são altas.

O quadro a seguir representa a média de produção primária líquida e


dimensões relacionadas nos grandes ecossistemas terrestres (Ricklefs, 1996
– modificado). Discuta as diferenças observadas entre os ecossistemas
adoptados.

Tabela 5. Diferenciacao da biomassa nos ecossistemas


PPL Biomassa Biomassa
Habitat (gm2 cm- (kg/cm2) Acumulada
1)
Terrestre 1800 42 23
Floresta Tropical 1250 32 26
Floresta temperada 800 20 25
Tundra 140 0,6 04
Deserto 70 0,7 >0
Oceano aberto 125 0,003 0,02
Plataforma 368 0,01 0,03
Continental
Recifes 2000 0,2 1,0
Fonte:www.sobiologia.com

a) Relação entre produtividade primária e produtividade secundária


b) A importância Fundamental de Eficiências de Transferência de
Energia
c) Papéis Relativos dos Sistemas “Consumidor de Matéria Viva” e
“Decompositor”

Processo de Decomposição
Decompositores: Bactérias e Fungos
Os Detritívoros e Microbívoros Especialistas
Consumo de Restos Vegetais
Consumo de Fezes e Carniça

As vias dos Elementos no Ecossistema


Os ecossistemas podem ser modelados como uma série de compartimentos
interligados.Os nutrientes estão entre os organismos e meios físicos. A
maioria destes organismos é originária da crosta ou na atmosfera terrestre,
dentro do ecossistema eles são utilizados várias vezes pelas plantas e pelos
animais antes que dispersem nos sedimentos, águas correntes, lençóis
d’água ou atmosfera. Apesar de toda energia ser assimilada pelas plantas
verdes ser nova ou primária, a maioria dos nutrientes assimilados por meio
das plantas já foram utilizados antes.

Cada elemento tem sua trajetória determinada por suas transformações


bioquímicas e particulares no ciclo através do ecossistema. Sistemas vivos
transformam elementos em seus compostos que vão construir as estruturas e
transportar energia requerida, esses elementos que transformam uma forma
em outra equilibram processos, restauram os processos iniciais.

As vezes os ciclos se desequilibram, os elementos se acumulam e são


removidos do sistema, explo: nos períodos de formação de carvão turfa a
matéria orgânica morta acumula-se em segmentos de lagos oceanos e mares
ou sobre cultivo intenso após uma remoção de vegetação, a erosão pode
lavar as camadas carregadas de nutrientes do solo, mas não traz grande
prejuízo ao solo porque ocorre uma porcentagem comparada com a
importação de nutrientes.

Transformação de Energia
Processos assimilativos: são as transformações capazes de produzir formas
orgânicas de um elemento particular.
Como exemplo, temos a transformação assimilativa que é o caso do carbono
inorgânico (Dióxido de carbono) ser transformado em carbono orgânico
(carboidratos). No ciclo do carbono a fotossíntese é equilibrada pela
respiração que envolve a oxidação do carbono orgânico com a liberação de
energia, fazendo com que o carbono retorne a sua forma inorgânica
disponível.

A maioria das transformações de energia está ligada com a oxidação química


e a redução de carbono, oxigênio, nitrogênio, fósforo e enxofre. Em cada caso
uma transformação liberadora de energia (oxidação) convive com uma
transformação consumidora de energia. Quando ocorre oxidação a energia
passa dos reagentes para os produtos e na redução a energia passa para os
reagentes. Normalmente a oxidação libera mais energia que a redução
consome, e o saldo escapa com calor.

Figura 27. O acoplamento das transformaçoes libertadoras e consumidoras de


energia é a base do fluxo de energia nos ecossistemas.
Fonte: www.sobiologia.com

OBS: Composto de baixa energia sempre terá o composto oxidado (energia


dissipada) e o composto de alta energia sempre terá o composto reduzido.

As plantas executam a primeira introdução de energia no ecossistema através


da transformação assimilativa – redução de carbono – na qual a luz é uma
fonte de energia. Em cada etapa (transformação) a energia escapa dos ciclos
biológicos, algumas assimilações exigem a entrada de outros elementos para
o crescimento e reprodução, são em sua maioria transformações bioquímicas
requeridas para células (manter o ambiente da célula).

O ciclo de elementos com as partes vivas físicas do ecossistema está


relacionado com o acoplamento da parte dessasimilativa de um ciclo com a
parte de outro.
Um elemento de baixa energia sofre uma assimilação, formando um
composto de alta energia e este mesmo composto pode sofrer uma redução,
passando por uma transformação dessamilativa, e a energia dissipada neste
processo gera um outro composto de baixa energia que pode sofrer uma
oxidação (transformação assimilativa).

O Fluxo de Matéria através dos Ecossistemas


Modelos de Compartimento do Ecossistema
Cada forma de um elemento pode ser pensada como ocupando um
compartimento.

No compartimento Inorgânico Disponível (C.I.D.), os compostos da atmosfera


são absorvidos pelo solo e deste pela água ou vice-versa e são transformados
em sedimentos que podem servir pra formação de rocha sedimentar, fazendo
então parte do Compartimento Inorgânico Disponível Indiretamente (C.I.D.I.),
e deste compartimento pode retornar a primeira caixa por meio de
intemperismo e erosão, podendo ser transportado para o Compartimento
Orgânico (C.O.D.) e ser assimilado pelos produtores, animais, detritos e
microorganismos, deste compartimento ele pode voltar ao anterior ou seguir
para o Compartimento Orgânico Disponível Indiretamente (C.O.D.I.).
Figura 28. Modelo de compartimento do ecossistema

Fonte:www.sobiologia.com

A atividade de um ecossistema pode ser avaliada pela Produtividade Primária


Bruta, que corresponde ao total de matéria orgânica produzida, durante
determinado tempo, numa certa área ambiental. Descontando-se desse total a
quantidade de matéria orgânica consumida pela comunidade na respiração
durante esse período, consegue-se a Produtividade Primária Líquida. A
produtividade de um ecos-sistema depende de diversos fatores, dentre os
quais os mais importantes são a luz, a H2O, o CO2 e a disponibilidade de
nutrientes.

Principais conceitos

Biosfera: a Terra é um grande ambiente de vida. Os organismos vivem numa


fina camada do Planeta, que inclui a água, o solo e o ar. A biosfera é a
reunião de todos os ecossistemas existentes na Terra.

Hábitat: é o lugar em que vive cada organismo de determinada espécie


componente da comunidade. É a “residência” do organismo.

Nicho ecológico: é a função ou papel desempenhado pelos organismos de


determinada espécie em seu ambiente de vida. O nicho inclui o hábitat, as
necessidades alimentares, a temperatura ideal de sobrevivência, os locais de
refúgio, as interações com os inimigos e amigos etc. O nicho ecológico é a
“profissão” desempenhada pela espécie no ecossistema.

Sumário
A actividade de um ecossistema pode ser avaliada pela produtividade primária
bruta (PPB), que corresponde ao total de matéria orgânica produzida em
gramas, durante certo tempo, em uma certa área ambiental.

A produtividade de um ecossistema depende de diversos factores, dentre os


quais os mais importantes são a luz, a água, o gás carbônico e a disponibilidade
de nutrientes.

No entanto, existem os factores limitantes da produtividade primária,


nomeadamente a Radiação solar; Disponibilidade de água; Dióxido de carbono;
Nutrientes do solo. A temperatura é um fator que influencia a taxa da
fotossíntese. Água e temperatura são fatores críticos. Por outro lado, água,
dióxido de carbono, nutrientes e temperatura variam de um local para outro.

Exercícios

1. Identifiqur os factores de que depende a produtividade do ecossistema.


2. Descreva os Factores Limitantes da Produtividade Primária.

Entregar o exercício 1e 2 desta unidade.


Unidade XVI
Transferência de energia nos
ecossistemas

Introdução
Nesta unidade iremos falar acerca do fluxo de energia nos ecossistemas,
tendo em conta que a terra recebe uma quantidade diária de luz muito grande,
que precisa para alimentar os ecossistemas e para a realizacao de actividades
das plantas e dos demais seres vivos.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Compreender a importancia da energia para os ecossistemas.

Objectivos

Fluxo de Energia nos Ecossistemas

A Terra recebe uma quantidade diária de luz muito grande. Porém, por
maior que seja a eficiência nos ecossistemas, os mesmos conseguem
aproveitar apenas uma pequena parte da energia radiante. Existem
estimativas de que cerca de 34% da luz solar seja refletida por nuvens e
poeiras; 19% seria absorvida por nuvens, ozono e vapor de água. Do
restante, ou seja 47%, que chega à superfície da Terra, boa parte ainda é
refletida ou absorvida e transformada em calor, que pode ser responsável
pela evaporação da água, no aquecimento do solo. A fotossíntese utiliza
apenas uma pequena parcela (1 a 2%) da energia total que alcança a
superfície da Terra. É importante salientar, que os valores citados acima
são valores médios e nãos específicos de alguma localidade. Assim, as
proporções podem – embora não muito – variar de acordo com as
diferentes regiões do País ou mesmo do Planeta.

Portanto a luz solar representa a fonte de energia externa sem a qual


os ecossistemas não conseguem manter-se.

A transformação (conversão) da energia luminosa em energia química


é feita através de um processo denominado fotossíntese.

Portanto, a fotossíntese – seja realizada por plantas, algas ou por


microorganismos fotossintéticos (algas microscópicas – fitoplanctôn –
e bactérias fotossintéticas) – é o único processo de entrada de energia
num ecossistema.
Depois, essa energia é transferida nos ecossistemas através da
alimentação.

Essa transferência principia com os seres fotossintéticos, aqueles que


conseguem produzir o seu próprio alimento (matéria orgânica), e que, por
isso, são apelidados de produtores ou seres autotróficos.
Os produtores são sempre o primeiro elo na transferência de energia para
os demais seres vivos dos ecossistemas (aqueles que não são capazes
de produzir o seu próprio alimento e como tal têm de se alimentar de
outros seres vivos de forma a substituir as perdas energéticas que vão
tendo ao longo da sua vida), os denominados consumidores ou seres
heterotróficos.

Ademais, nos ecossistemas a energia é transferida ao longo de uma


cadeia alimentar. Nela, os “elos” são chamados de níveis tróficos e
incluem os produtores e os consumidores (primários, secundários,
terciários etc.), o que sobra dos anteriores serve de alimento aos
decompositores.
Assim, o fluxo de energia segue sempre um determinado trajecto:
produtores → consumidores | produtores mortos + consumidores mortos -
decompositores |.
Os decompositores são organismos que transformam a matéria mineral
em matéria inorgânica, voltando a repô-la no solo para ser absorvida
pelos produtores.

Todavia, a energia solar captada pelos produtores vai-se dissipando ao


longo das cadeias alimentares sob diferentes formas, numa energia que
não é utilizável pelos seres vivos.
Por esse motivo, as cadeias alimentares estão geralmente limitadas a
4 ou 5 níveis tróficos, porque há perdas de energia muito
significativas nas transferências entre os diferentes níveis.
Consequentemente, a quantidade de energia que chega aos níveis mais
elevados já não é suficiente para suportar ainda outro nível trófico.

O nível energético mais elevado, nos ecossistemas terrestres, é


constituído pelas plantas (produtores). O resto do ecossistema fica
inteiramente dependente da energia captada por eles, depois de
transferida e armazenada em compostos orgânicos. O nível imediato é
constituído pelos herbívoros. Um herbívoro obterá, portanto, menos
energia das plantas do que estas recebem do Sol. O nível seguinte
corresponde ao dos carnívoros. Apenas parte da energia contida nos
herbívoros transitará para os carnívoros e assim sucessivamente.

Figura 28. Transferencia de energia nos ecossitemas


Fonte:www.sobiologia.com.br

Um aspecto importante para entendermos a transferência de energia


dentro de um ecossistema é perceber-se a Lei de Lavoisier: “A energia
não pode ser criada nem destruída e sim transformada”.

Como exemplo ilustrativo desta condição, pode-se citar a luz solar, a qual
como fonte de energia, pode ser transformada em trabalho, calor ou
alimento em função da atividade fotossintética; porém de forma alguma
pode ser destruída ou criada, seguindo uma única direcção na cadeia
alimentar: do produtor até ao consumidor final.

Outro aspecto importante é o facto de que a quantidade de energia


disponível diminui à medida que é transferida de um nível trófico para
outro. Logo, no exemplo abaixo de uma cadeia alimentar terrestre, o
coelho obtém, ao comer as folhas da erva, energia química; porém, esta
energia é muito menor que a energia solar recebida pela planta. Esta
perda nas transferências ocorrem sucessivamente até se chegar ao
consumidor final.

Figura 28. Sistema Unidireccional do fluxo de energia

Fonte:www.sobiologia.com.br

Sumário
A Terra recebe uma quantidade diária de luz muito grande. Porém, existem
estimativas de que cerca de 34% da luz solar seja reflectida por nuvens e
poeiras; 19% seria absorvida por nuvens, ozono e vapor de água. Do restante,
ou seja 47%, que chega à superfície da Terra, boa parte ainda é reflectida ou
absorvida e transformada em calor, que pode ser responsável pela evaporação
da água, no aquecimento do solo. A fotossíntese utiliza apenas uma pequena
parcela (1 a 2%) da energia total que alcança a superfície da Terra. É importante
salientar, que os valores citados acima são valores médios e nãos específicos de
alguma localidade. Assim, as proporções podem – embora não muito – variar de
acordo com as diferentes regiões do País ou mesmo do Planeta.

Exercícios
1. Fale da importancia do fluxo de energia para os ecossistemas.

Entregar o exercício 1 desta unidade.


Unidade XVII
Biodiversidade no Mundo

Introdução

Nas últimas décadas, a acção humana nos ecossistemas naturais tem


vindo a afectar cada vez mais espécies de fauna e flora do Planeta. Se a
taxa de extinção de mamíferos e aves era, historicamente, de uma
espécie perdida por cada 500 a 1000 anos, as profundas intervenções
das diferentes actividades antrópicas têm acelerado esse ritmo.

É neste contexto que a presente Unidade vai tratar da biodiversidade no


mundo.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Compreender as causas da extinção das epecies no mundo.


 Identificar as formas de conservação da natureza.
 Conhecer a importância das áreas protegidas.
Objectivos

Biodiversidade no Mundo

Nas últimas décadas, a acção humana nos ecossistemas naturais tem


vindo a afectar cada vez mais espécies de fauna e flora do Planeta. Se a
taxa de extinção de mamíferos e aves era, historicamente, de uma
espécie perdida por cada 500 a 1000 anos, as profundas intervenções
das diferentes actividades antrópicas têm acelerado esse ritmo. Com
efeito, o último Livro Vermelho do IUCN indica que cerca de 24% (1130
espécies) dos mamíferos e 12% (1183 espécies) das aves estão
consideradas como em perigo. Desde que essa lista começou a ser
publicada em 1996, o número de espécies em elevado risco de extinção
aumentou de 169 para 180 mamíferos e de 168 para 182 aves. As
estimativas para os próximos 100 anos indicam que a extinção de
vertebrados pode vir a aumentar entre 15% e 20%.

Embora não existam muitos estudos sobre o número de espécies que


desapareceram nos últimos 30 anos, a base de dados do Commitee on
Recently Extinct Organisms – umam entidade ligada ao Museu de História
Natural dos Estados Unidos – indica que 58 espécies de peixes e um
mamífero se estinguiram desde os finais da década de 60, enquanto o
Birdlife International aponta para o desaparecimento irreversível de nove
espécies de aves durante este período.

A principal causa para a extinção de espécies são as profundas


alterações, ou mesmo a destruição, dos habitats. Sobretudo a destruição
das florestas é um dos factores mais importantes, tendo uma recente
pesquisa determinado que isso estava a afectar gravemente 83% dos
mamíferos e 85% das aves consideradas em vias de extinção.

No entanto, a degradação da qualidade das águas também tem sido


determinante para colocar em perigo muitas espécies de peixes. Segundo
vários estudos, actualmente cerca de 20% das espécies piscícolas estão
em risco. Outros factores têm contribuído também para vulnerabilidade
dos animais e plantas de todo o Mundo: o avanço dos desertos, o
sobrepastoreio, a poluição da água, solo e atmosfera por substâncias
químicas, os derrames de crude e outros poluentes nos mares e as
catástrofes naturais. Por exemplo, os efeitos meteorológicos do El Niño de
1997 e 1998 afectaram significativamente uma dezena de extensos
recifes. No Oceano Índico registou-se uma taxa de mortalidade dos corais
superior a 90% ao longo de milhares de quilómetros quadrados.

O consumo de animais e plantas também tem levado ao declíneo de


algumas espécies. Por exemplo, nas últimas três décadas, o consumo de
produtos florestais, como o papel, triplicou. No caso dos peixes marinhos,
a captura intensiva – que aumentou 240% desde 1960 – levou não só à
ruptura dos stocks pesqueiros, como colocou em risco algumas espécies.
A FAO considera que mais de 70% dos stocks pesqueiros mundiais estão
completamente pescados ou sobre-explorados.

Outro factor de pressão, sobretudo para as espécies já raras, é o tráfico


ilegal. A Interpol estima que o comércio mundial de espécies selvagens –
grande parte das quais são raras – representa, por ano, cerca de 1200
milhões de contos (6000 milhões de euros). De acordo com o programa
Traffic - coordenado pela associação ambientalista WWF e a convenção
CITES -, anualmente serão comercializados, em grande parte de forma
ilegal, cerca de 30 mil primatas, entre dois e cinco milhões de aves vivas,
10 milhões de peles de répteis, 15 milhões de peles de mamíferos e 500
milhões de peixes tropicais. O grosso do comércio ilegal é pequenos
artefactos de marfim ou de peles, muitas vezes vendidos livremente nos
países de origem, mesmo nas “free shops” dos aeroportos. Mas existem
autênticos “cartéis” de traficantes, sobretudo na América do Sul, na China
e na Rússia, especializados em comércio de animais vivos ou em
vestuário de peles raras, cujos valores podem atingir dezenas de milhares
de contos por espécime. Embora os esquemas de tráfico possam
camuflar o país de origem, a América do Sul e a Oceânia são os principais
fornecedores de araras, catatuas e papagaios. A partir da Ásia, o maior
tráfico é de peles de felinos, antílopes e espécies afins, sobretudo da
região tibetana. Do continente africano, além de macacos e outros
primatas, os traficantes exportam sobretudo peças de marfim e outros
produtos de mamíferos.

A introdução de espécies alienígenas pelo Homem é outro factor de


pressão sobre muitas espécies nativas que, em alguns casos, podem ficar
em risco de sobrevivência, sobretudo se as primeiras se tornarem
invasivas ou forem predadoras bastante activas. Apesar dos perigos já
confirmados – de que os coelhos na Austrália são um expoente, tal como
a perca no Lago Vitória (Nilo) que terá extinguido 250 espécies de peixes
nativos –, tem-se vindo a intensificar a introdução de espécies exóticas.
Estima-se que em 1998 a introdução de espécies aquáticas em habitats
que não os seus era de 2214, das quais 44% eram de água doce, quando
em 1979 eram 1611 espécies e em 1939 apenas 497.
Apesar do declíneo da biodversidade, os Governos mundiais têm vindo a
aumentar os regimes de protecção que passaram de 3392 sítios no início
dos anos 80 para 11496 no ano 2000, embora nem sempre com bons
resultados. A superfície total mundial de áreas protegidas cresceu de 2,78
milhões de quilómetros quadrados em 1970 para 12,18 milhões, ou seja,
um aumento de 438%. No entanto, a segunda metade dos anos 90 foi de
relativa estagnação: neste período apenas foram criadas 250 novas zonas
protegidas, com um acréscimo para a área total mundial de 0,25 milhões
de quilómetros quadrados.

Na África, a diversidade de habitats é bastante elevada, mas fortemente


pressionada pelas características ecológicas e a pressão humana.
Actualmente, 62 espécies de mamíferos, 39 aves, 3 répteis e 56 peixes
estão em perigo de extinção. Outras 140 espécies de vertebrados estão
em risco e 423 espécies estão em situação vulenrável. Mas as plantas
também não estão em segurança. Cerca de 70% das plantas selvagens
são utilizadas pelo Homem para fins alimentares, de combustível, como
forragens ou para a agricultura, sendo que metade das quais tem mais de
um uso. Em muitos países, comunidades humanas caçam grandes
quantidades de animais e recolhem muitas plantas, quer para a
alimentação, quer sobretudo para fins medicinais. Em 17 países da região
oriental e meridional de África mais de uma centena de plantas usadas
para fins terapêuticos estão numa situação de fragilidade ecológica. A
destruição das florestas tem tido também impactes negativos bastante
significativos em espécies animais. Por exemplo, nos anos 80, as
populações de elefantes africanos reduziram-se de 1,3 milhões para
apenas 500 mil, devido à caça, guerras e aumento da pressão humanas
nos seus habitats. A lista de situações de declíneo de habitats e espécies
em África chega a ser assustador. A África Central perdeu cerca de
metade dos seus habitats selvagens, a África Austral viu desaparecer
mais de 50% das áreas húmidas e, entre 1980 e 1995, o registo de
plantas extintas aumentou de 39 para 50, tendo duplicado o número
daquelas que estão em risco de desaparecerem definitivamente. Neste
continente existem, presentemente, 1254 áreas protegidas, ocupando
cerca de 6% do território africano.

Na Ásia e Pacífico, a diversidade de espécies é extremamente elevada


face à multiplicidade de ecossistemas, que vão deste os tropicais até às
montanhas, passando pelos mangais, recifes e desertos. Devido à
existência de muitas ilhas, o continente asiático é extremamente rico em
endemismos. Aliás, a Indonésia é o país do mundo com maior número de
espécies endémicas. Mas nas regiões continentais, a biodiversidade
atinge níveis extraordinários. Por exemplo na bacia dos Himalaias-Hindu
Kush ocorrem mais de 25 mil espécies de plantas, que representam 10%
da flora mundial.

No continente asiático, a destruição da floresta é uma das maiores


ameaças, sobretudo na Indonésia, Malásia, Myanmar e Tailândia, onde as
taxas de redução da área se cifram entre 0,7% e 1,4% ao ano. Estima-se
que, aos ritmos actuais, as florestas de vale das ilhas indonésias de
Sumatra e Kalimantan estarão destruídas em 2005. Na Ásia, quase 1500
espécies estão actualmente em diferentes níveis de risco de extinção,
sendo particularmente grave a situação de 68 mamíferos, 60 aves, 13
répteis, 15 anfíbios e 48 peixes.

A construção de barragens e a seca de zonas húmidas são também


outros factores importantes de pressão. A grande barragem Three
Gorges, na China, recentemente concluída, poderá levará à extinção de
uma espécie de golfinho e do corcodilo chinês. Os efeitos da construção
de represamentos são, aliás, conhecidos no continente asiático: a
barragem tailandesa de Pak Mun resultou no desaparecimento de 50
espécies de peixe que eram a base da economia de comunidades
pesqueiras. A introdução de espécies exóticas é outro motivo de
preocupação, particularmente na Austrália e Nova Zelândia. Em muitos
casos, isso tem implicado não só o declíneo imediato de espécies
selvagens, como afectado gado, em muitos casos devido à proliferação
de doenças. No Ásia e Pacífico existem, presentemente, 6789 áreas
protegidas, ocupando cerca de 8,3% do território. No entanto, destacam-
se nesta região mundial a Austrália e a Nova Zelândia: estes dois países
possuem 3231 sítios protegidos com uma superfície total de 108 milhões
de hectares, correspondente a quase 14% do território.

No Médio Oriente, a elevada extensão dos desertos não é propício à


biodiversidade, mas mesmo assim existem 80 plantas vasculares que são
endémicas. Os mares têm, contudo, grande riqueza biológica, ocorrendo
aí cerca de 200 espécies de caranguejos, mais de 1200 espécies de
peixes, e mais de 330 espécies de coraism muitas das quais são
endemismos. Devido à pressão humana, as raras zonas húmidas estão
em forte declíneo com efeitos graves em muitas espécies aquáticas, com
destaque para a região da Mesopotâmia que perdeu 90% dos seus lagos
e pântanos. Os derrames de crude e a poluição por hidrocarbonetos tem
sido outro factor de stress bastante importante. Por tudo isto, actualmente
71 espécies de vertebtrados estão, de alguma forma, em risco de
extinção. No entanto, não deixa de ser curioso, que seja a Península
Arábica a região do Mundo com maior percentagem do território afecta à
conservação da natureza: os 34 sítios classificados ocupam quase 29%
da área total.

A América Latina e as Caraíbas são outro dos continentes com elevada


riqueza biológica, sobretudo constituída por florestas tropicais (43%),
pradarias e savanas (43%) e zonas de desertos e matagais (11%). A
região das Caraíbas também têm uma importância ecológica elevada por
possuir cerca de 7% dos recifes mundiais. Sete dos 25 ecoregiões
mundiais com maior biodiversidade estão neste continente. Contudo, a
destruição dos habitats encontra-se num ritmo galopante em alguns
países. Das 178 ecoregiões existentes neste continente, 31 estão em
estado crítico, 51 em perigo e 55 em estado vulnerável. As maiorias
desses ecossistemas em risco localizam-se na zona central e norte dos
Andes, América Central, Caríbas, savana brasileira (Cerrado), estepes e
floresta da bacia amazónica. Na floresta amazónica do Brasil, que já teve
4 milhões de quilómetros quadrados, já só resta 87% da área original,
sendo que 377 mil quilómetros quadrados foram destruídos nos últimos 20
anos. Actualmente estão inventariadas, neste continente, 145 espécies de
vertebrados em vias de extinção, sendo que o número de espécies de
vertebrados que estão ameaçadas em algum grau é de 873.

O desastre biológico de uma hipotética destruição do chamado “pulmão


da Terra” é mais do que evidente: a Amazônia contém sete mil espécies
de plantas e 779 vertebrados que são endémicos, o que representa 2,7%
e 2,1%, respectivamente, do total mundial. Outro perigo que paira sobre a
biodiversidade deste continente é o comércio e tráfico ilegal de espécies,
com particular gravidade no Brasil, Colômbia, México e Perú. Por
exemplo, só na Colômbia, de forma legal, foram comercializados no ano
2000 quase 740 mil caimões e 232 mil iguanas. Apesar desta evolução
negativa, nos últimos anos tem-se verificado um incremento na protecção
de áreas importantes. Actualmente, este continente possui 2675 sítios
protegidos que representam 10,58% do território.

No caso da Europa, apesar da diversidade de habitats – que vão desde


os ecossistemas atlânticos até às estepes da Rússia, passando pela
tundra escandinava e zonas mediterrâneas –, a biodiversidade é limitada
pela presença humana. Cerca de 45% do território europeu está
actualmente ocupado por sistemas agrícolas, onde a presença de vida
selvagem está condicionada. Por exemplo, no Reino Unido, 26 espécies
de aves viram as suas populações regredirem por causa da intensificação
agrícola. De qualquer modo, o continente europeu é um importante
corredor migratório para muitas espécies de aves provenientes ou que se
dirigem para África, Ásia e América do Norte. Devido à pressão humana,
alguns mamíferos de grande porte estão em forte declíneo, com destaque
para o lince ibérico, lobo, urso polar e bisonte europeu. No entanto, muitas
outras espécies adaptaram-se bem à ocupação humana, tendo mesmo
beneficiado com isso, como aconteceu com as gaivotas, milhafre,
andorinhas e lebre.

As zonas húmidas europeias também se têm degradado ou foram


drenadas afectando muitas espécies, apesar da Convenção de Ramsar
de 1971. Estima-se que 46% dos lagos protegidos ao abrigo daquela
convenção sofrem actualmente de problemas de eutrofização. Este
processo de degradação promove o desenvolvimento de algas que,
depois de mortas, causam extensa mortalidade em peixes. Por outro lado,
a secagem de zonas húmidas para a agricultura é outro factor negativo
bastante importante. Só na Espanha mais de 60% das áreas húmidas
desapareceram nos últimos 25 anos. No entanto, no início dos anos 90, a
União Europeia estabeleceu programas de reabilitação de zonas agrícolas
– o chamado “set-aside – que passaram a ter funções priomordialmente
conservacionistas. Apenas na Alemanha e Itália mais de 300 mil hectares
de solos agrícolas são agora cultivados quase em exclusivo para a
manutenção de habitats. Por outro lado, está em curso a classificação de
áreas naturais de interesse comunitário. Os sítios de Rede Natura, em
vias de classificação, irão proteger mais de 10% da área dos territórios
dos países da União Europeia, embora nem sempre adequadamente
conservados, como se verifica em Portugal. Contudo, actualmente, apesar
do elevado número de sítios protegidos – 22077 em toda a Europa –,
apenas 5% do território deste continente possui estatuto de área de
conservação da natureza.

A América do Norte é outra região que, do ponto de vista da


biodiversidade, sofre bastante com a presença humana. No Canadá estão
listadas 352 espécies em risco ou em vias de extinção, enquanto nos
Estados Unidos esse número atinge as 1231 espécies. Até aos anos 80,
as políticas governamentais promoveram mesmo a drenagem de zonas
húmidas, tendo destruído metade das então existentes. A partir daí têm
sido implementadas medidas de protecção que têm parado a destruição
generalizada. Aliás, o continente norte-americano tem 137 espécies de
peixes ameaçados ou em vias de extinção, o que é a pior situação
mundial. Outra grande ameaça à biodiversidade é a introdução de
espécies invasoras e de organismos transgénicos. Por exemplo, no
Canadá as espécies alienígenas estão a afectar cerca de 25% das
espécies autóctones em vias de extinção. Nos Estados Unidos, a
salgueirinha – uma planta ornamental proveniente da Europa – está a
invadir áreas naturais a um ritmo de 115 mil hectares por ano. Apesar de
tudo, a América do Norte registou um aumento considerável de áreas
protegidas: em 1980 tinha menos de 100 milhões de hectares e
actualmente existem 300 milhões, que representam 15% do território
deste continente.

Por fim, as regiões do Ártico e Antártico continuam a ser santuários


ambientais, sobretudo no primeiro caso. Na região do Pólo Norte existem
mais de 15 mil espécies de animais, plantas, fungos, líquens e musgos.
Mas apesar de 17% do Ártico estar protegido, várias populações de aves
e de peixes estão em declíneo. A sobrepesca e a pesca ilegal são, em
ambas as regiões polares, as principais ameaças, embora algumas
medidas subsequentes tenham conseguido recuperações relevantes.

Biodiversidade - Situação em Portugal


Abarcando três regiões biogeográficas – Atlântica, Mediterrânica e
Macaronésica –, Portugal é um país com uma elevada riqueza ecológica,
tendo em consideração a sua dimensão. Em todo o país estão
inventariadas cerca de 7000 espécies florísticas, das quais 75% são
vasculares, 99 mamíferos, 337 aves, 17 anfíbios, 37 répteis e 44 peixes
dulcaquícolas e mais de meia centena de peixes marinhos. Contudo, as
profundas alterações nos habitats e o aumento da pressão humana têm
vindo a colocar várias espécies, das quais vários endemismos, em perigo
de extinção. Aliás, estima-se mesmo que no caso das plantas, tenham
desaparecido ao longo dos últimos séculos 5% das espécies e 33%
tenham ficado em risco de extinção, das quais actualmente 7% são
bastante raras. Entre as espécies florísticas em perigo, contam-se 255
endemismos, dos quais 102 são exclusivamente nacioanais. Em relação à
fauna, actualmente existem 13 mamíferos, 12 aves e três peixes em
elevado perigo de extinção.

Ao longo dos últimos 30 anos, a criação de áreas protegidas no país


aumentou significativamente. Se em 1972 o Parque Nacional da Peneda-
Gerês – criado um ano antes – era a única área protegida, sobretudo no
final dos anos 70 e durante a década de 80 foram sendo criadas parques
e reservas em todo o país. Excluindo os parques marítimos e as regiões
autónomas, em 1990 existiam já 26 áreas protegidas, ocupando 5,45% do
território nacional. Nos anos 90 seriam, criadas mais 17 áreas, mas regra
geral de pequena dimensão, pelo que a área total subiu apenas para os
7,63% do país. Durante a década de 90 também foram criadas três
parques marítimos, ocupando 464 quilómetros quadrados. Além disto, sob
a égide da União Europeia, foram classificadas 18 zonas de protecção
especial de aves (ZPE) e 60 sítios a integrar na Rede Natura 2000. No
conjunto, todas estas áreas ocupam 21,4% do território continental, sendo
que mais de metade da faixa costeira está com estatuto de conservação.

Apesar desta aparente evolução positiva, Portugal tem vindo a assistir, ao


longo dos anos, ao aumento da pressão sobre os habitats naturais,
através da promoção de turismo e de urbanizações na faixa litoral,
poluição hídricas e construção de rodovias e barragens. Acresce a estes
problemas, a falta de meios humanos e financeiros para medidas de
preservação das espécies, bem como para a elaboração de planos de
ordenamento e estratégicas para as ZPE, Rede Natura e mesmo algumas
áreas protegidas. Não deixa, aliás, de ser sintomático da gravidade da
situação de conservação em Portugal que um dos nossos animais mais
carismáticos do país – o lince ibérico – já não seja visto em território
nacional há vários anos, sendo mesmo actualmente a espécie de felino
mais rara no Mundo.
Conservação da biodiversidade e áreas protegidas: mundo avança,
mas não alcança metas
Apesar do avanço, o mundo ainda está longe de cumprir as metas
referentes às áreas protegidas estabelecidas para 2010 pela Convenção
sobre Diversidade Biológica (CDB). Essa foi a conclusão do secretariado
da CDB com base na avaliação geral do Órgão Subsidiário de
Aconselhamento Científico, Técnico e Tecnológico (SBSTTA, em inglês)
da CDB, que se reuniu de 10 a 21 de maio em Nairóbi.

Essa constatação baseou-se na análise da implementação do Programa


de Trabalho de Áreas Protegidas (Powpa), um dos primeiros programas
no âmbito da CDB a instituir metas e prazos bem definidos a serem
cumpridos pelos países membros.

O Powpa foi elaborado tendo em vista que as áreas protegidas são uma
das estratégias mais eficientes para conservação da biodiversidade no
mundo O documento contém 16 objetivos específicos que visam,
principalmente, à criação e ao fortalecimento de sistemas nacionais e
regionais de áreas protegidas.

Mecanismos de identificação e prevenção de ameaças às áreas


protegidas, repartição de custos e benefícios dos recursos naturais das
áreas e o monitoramento da gestão das mesmas são alguns aspectos
contemplados no Powpa.

A avaliação
Apesar de a análise geral do SBSTTA ter apontado que as metas
estabelecidas para a maioria dos objetivos do Programa de Trabalho de
Áreas Protegidas foram cumpridas apenas parcialmente – e que outras
ainda estão muito longe de serem atingidas – alguns pontos
apresentaram avanços significativos.

As metas relativas às áreas protegidas foram as que apresentaram maior


desempenho por parte dos países signatários dentre as estratégias
definidas para a CDB para conservação da biodiversidade.

De acordo com o parecer da CDB, um dos destaques positivos da


implementação do Powpa foi a criação e o fortalecimento de áreas
protegidas nas áreas terrestres (com 13% da superfície terrestre global
em áreas protegidas), embora muito pouco avanço tenha sido observado
nas áreas marinhas.

O Brasil teve grande destaque nessa área, uma vez que, de acordo com
artigo científico publicado em 2009 por Clinton N. Jenkins e Lucas Joppa,
o país é responsável pela criação de 74% do total de áreas protegidas
criadas no mundo desde 2003. Além disso, o Programa Áreas Protegidas
da Amazônia (Arpa), coordenado pelo governo federal brasileiro com o
apoio de algumas instituições, entre elas o WWF-Brasil, foi destacado
pelo relatório do Panorama Global da Biodiversidade 3 como o maior
esforço mundial para criar e gerir unidades de conservação.

Outro ponto em que houve avanço, apesar de não suficiente para atingir a
meta estabelecida, foi o desenvolvimento e a aplicação de métodos de
monitoramento e avaliação da gestão e implementação das áreas
protegidas em nível local, nacional ou regional. O Brasil também
contribuiu nessa área com a realização da análise de efetividade da
gestão das unidades de conservação federais e parte das unidades
estaduais, feita por meio de parceria entre o Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade, os governos estaduais e o WWF-Brasil.

Pontos frágeis
O estabelecimento de mecanismos de repartição dos custos e benefícios
dos recursos naturais provenientes das áreas protegidas de forma
igualitária e justa foi destacado pelo SBSTTA como um dos objetivos do
Powpa cujas metas estão mais longe de serem cumpridas globalmente.
Apesar do avanço nas negociações entre os países signatários da CDB,
ainda é necessária e urgente a aprovação de um protocolo para a criação
de um sistema internacional de acesso aos recursos genéticos e
repartição de benefícios, o que deverá ocorrer durante a COP.

Além disso, o ponto referente à participação das comunidades indígenas


e locais na gestão das áreas protegidas é indicado na avaliação como
muito aquém da meta estabelecida de participação total e efetiva desses
grupos na gestão das áreas já existentes e na criação e implementação
de novas áreas.

Outros aspectos com pouco progresso e distantes das metas globais são
a garantia de recursos técnicos e financeiros para implementação e
gestão eficiente das áreas e o estabelecimento de mecanismos efetivos
para prevenção e/ou mitigação de ameaças às áreas protegidas.

Desafios
Na avaliação da implementação do Programa de Trabalho de Áreas
Protegidas, a CDB também apontou alguns entraves para o cumprimento
das metas estabelecidas. Dentre eles, foram destacadas a falta de
comprometimento dos governos dos países (leia mais sobre o tema),a
integração limitada de áreas protegidas em planos nacionais ou regionais
e a falta de recursos humanos e financeiros, além da falta de
reconhecimento sobre os benefícios das áreas protegidas na adaptação e
mitigação das mudanças climáticas, como desafios a serem vencidos.

Sobre os desafios, Cláudio Maretti, superintendente de conservação do


WWF-Brasil, ressalta a necessidade de se prestar atenção na importante
relação entre áreas protegidas e mudanças climáticas. “Estudos” têm
demonstrado que, tanto no caso do Arpa como em geral, a criação e
consolidação de áreas protegidas contribuem significativamente para a
redução das emissões de carbono. Não se pode ignorar isso”, afirma.

Para o superintendente, que acompanhou a reunião em Nairóbi, a


avaliação do secretariado da CDB mostra que muita coisa foi feita, mas as
metas para 2010 não foram cumpridas. “Por isso é necessário maior
engajamento dos países signatários. Espero que na Conferência das
Partes (COP) em outubro, a CDB seja firme em estabelecer metas mais
ambiciosas para 2020 e meios de implementação e monitoramento delas”,
diz Maretti.

Ele também lembra que o Brasil tem um papel muito importante nesse
cenário. “Para que o país alcance a meta estabelecida para 2010, ainda
resta proteger aproximadamente 2,5% do território nacional em área
terrestre e 8,5% em área marinha, em unidades de conservação. Chegou
o momento de o Presidente Lula decidir que legado vai deixar em relação
ao meio ambiente ao final de seu mandato”, completa.

Importância das Áreas Protegidas


As áreas protegidas são uma eficiente estratégia para conservação da
biodiversidade e por isso desempenham um papel muito importante na
manutenção da saúde humana.

Elas são a fonte primária de água para mais de um terço das maiores
cidades do mundo e são um fator crucial na garantia da segurança
alimentar. Seus benefícios estão muito além das fronteiras das áreas, e
seus serviços são essenciais para a economia mundial, para a redução da
pobreza e para a promoção do desenvolvimento sustentável.

Além disso, os sistemas de áreas protegidas, quando geridos de modo


eficiente, são grandes aliados na mitigação e adaptação às mudanças
climáticas.

No entanto, vale apontar que as áreas protegidas, o uso sustentável e a


repartição de benefícios são apenas uma parte das estratégias de
conservação da biodiversidade. “É importante também conhecer e
combater as causas das ameaças à biodiversidade e reconhecer seu
valor adequado, tanto econômico, como social, cultural e ecológico”,
conclui Maretti.
Sumário
A principal causa para a extinção de espécies são as profundas alterações, ou
mesmo a destruição, dos habitats. Sobretudo a destruição das florestas é um
dos factores mais importantes, tendo uma recente pesquisa determinado que
isso estava a afectar gravemente 83% dos mamíferos e 85% das aves
consideradas em vias de extinção.

No entanto, a degradação da qualidade das águas também tem sido


determinante para colocar em perigo muitas espécies de peixes. Segundo vários
estudos, actualmente cerca de 20% das espécies piscícolas estão em risco.
Outros factores têm contribuído também para vulnerabilidade dos animais e
plantas de todo o Mundo: o avanço dos desertos, o sobrepastoreio, a poluição da
água, solo e atmosfera por substâncias químicas, os derrames de crude e outros
poluentes nos mares e as catástrofes naturais. Por exemplo, os efeitos
meteorológicos do El Niño de 1997 e 1998 afectaram significativamente uma
dezena de extensos recifes. No Oceano Índico registou-se uma taxa de
mortalidade dos corais superior a 90% ao longo de milhares de quilómetros
quadrados.

As áreas protegidas são uma eficiente estratégia para conservação da


biodiversidade e por isso desempenham um papel muito importante na
manutenção da saúde humana. As areas protegidas fazem parte de medidas de
conservacao da natureza. É importante também conhecer e combater as causas
das ameaças à biodiversidade e reconhecer seu valor adequado, tanto
econômico, como social, cultural e ecológico.

Exercícios
1. Quais é a causa da extinção de animais no mundo?
2. Fale da importância das areas protegidas na conservacao da
Biodiversidade no mundo.

Entregar os exercicios desta Unidade.


Unidade XVIII
Ecossistemas terrestres
Nas próximas linhasque se seguem, iremso abordar sobre os principais
biomas da Terra, sendo este parte integrante da Biodiversidade. Cada
bioma possui as suas caracteristicas proprias o que contribui para grande
variedade biologica.

Nesta unidade, iremos tratar dos biomas terrestres.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Identificar os diferentes biomas

 Caracterizar os ecossitemas
Objectivos
 Relacionar as condicoes fosico-geograficas de cada bioma com as
espécies neles existentes

Introdução
A superfície da terra é o meio mais importante para o homem, pois este
ecossistema garante a manutenção da humanidade, transformando-se no
suporte físico para a construção de suas necessidades, sendo também a
maior fonte de oferta de alimentos para a população.

A presente Unidade irá tratar dos ecossistemas terrestres e suas


características.
Ecossistemas do meio terrestre

Os ecossistemas do meio terrestre são formados por florestas, savanas


ou cerrado, caatinga, estepe, pantanal, entre outros.

Floresta Tropical ou Floresta Pluvial ou Floresta Latifoliada

As florestas tropicais se desenvolvem em baixas altitudes e próximas do


equador, entre os trópicos de Câncer (30oN) e Capricórnio (30oS),
estando presente em ambos os hemisférios e encontradas principalmente
na África, Austrália, Ásia e Américas Central e do Sul. No Brasil
correspondem à floresta amazônica e à Mata Atlântica.

Todos os biomas do mundo podem ser considerados pobres, quando


comparados com as florestas tropicais. Isto porque este bioma, apesar de
cobrir apenas 6% da cobertura da Terra, abriga mais da metade das
espécies de plantas e animais do planeta. Ainda não existe uma
hipótese conclusiva para a grande diversidade de espécies existentes
neste bioma, mas uma das mais empregadas é que quando ocorriam as
grandes eras do gelo, essas florestas por estarem próximas aos trópicos
não se congelavam por completo, mas formavam “ilhas” de florestas
isoladas e após milhares de anos isoladas, essas diversificavam, quando
uma era do gelo terminava, essas florestas formavam, novamente,
florestas contínuas, cada vez mais diversificadas.

Figura29. Floresta tropical


Fonte: ©iStockphoto.com/Sebastien Cote

A diversidade biológica é a grande característica das florestas


tropicais

Este é o bioma de maior produtividade biológica da Terra, resultado da


alta radiação solar, com temperaturas que variam entre 18 e 30° C, e do
alto índice pluviométrico já que recebe durante um ano inteiro mais de
2000 mm de chuvas. Todos os outros biomas são mais frios ou mais
secos e todos são mais sazonais, ou seja, todos possuem estações mais
definidas com as chuvas restritas a determinadas épocas do ano que as
florestas tropicais. Na verdade, as florestas tropicais mantêm uma
temperatura praticamente invariável ao longo do ano, com pouca distinção
entre verão e inverno, ocorrendo uma ou mais épocas um pouco mais
secas.

Essas florestas são formadas por árvores que alcançam entre 18 e 46


metros de altura. A vegetação é nitidamente estratificada verticalmente
com, no mínimo, três estratos, cada um com um microclima, fauna e flora
específica e adaptada. A parte mais alta da floresta é chamada de dossel,
e possui uma grande densidade de folhas sempre verdes e galhos que se
espalham para captar o máximo de luz solar. Quase todas as ações em
uma floresta tropical ocorrem no seu dossel, incluindo fotossíntese,
floração, frutificação, predação e herbivoria. Devido à densa cobertura no
dossel da floresta, a parte mais inferior da floresta, chamado de sub-
bosque, recebe pouca luminosidade e não é denso sendo composto de
espécies arbustivas e herbáceas. Estas plantas são adaptadas para fazer
fotossíntese com pouca luz, e são chamadas de umbrófilas. Por outro
lado, uma característica comum em florestas tropicais é o fato de muitas
plântulas e árvores jovens permanecem por muitos anos dormentes,
esperando uma oportunidade para crescerem e alcançarem o dossel da
floresta. Esta oportunidade só ocorre quando uma clareira é aberta
fornecendo luz e espaço para esta planta crescer até o dossel da floresta.
Essa batalha travada dentro da floresta por espaço e luz, faz com que
algumas espécies tenham estratégias diferentes para alcançar o dossel,
como as trepadeiras e lianas, que são plantas longas, que escalam as
grandes árvores e depois se misturam a copa das árvores. Algumas
espécies de plantas, chamadas epífitas, crescem diretamente na
superfície úmida superior das árvores. Estas plantas, que incluem uma
variedade de orquídeas e samambaias, formam a área mesófila, o estrato
da floresta abaixo do dossel; e, por não poderem retirar nutrientes do solo,
retiram de fendas e húmus das árvores.

Nestas florestas há uma grande queda de folhas formando a serrapilheira,


a qual é rapidamente decomposta por espécies decompositoras,
geralmente microorganismos, fazendo que os nutrientes sejam
rapidamente liberados no solo. Devido o processo de lixiviação que pode
levar os nutrientes para locais no solo inacessíveis para as plantas quase
todos os nutrientes da floresta estão contidos nas próprias plantas. Isto
faz que o solo de uma floresta tropical seja pobre em nutrientes.

Nas florestas tropicais plantas de um mesmo gênero podem florescer em


épocas distintas do ano, provendo recursos durante o ano inteiro. Não há
uma espécie claramente dominante, situação diferente das florestas de
coníferas no hemisfério norte. São espécies características da floresta
tropical as castanheiras, o guaraná, seringueiras, palmeiras, samambaias,
bromélias e orquídeas.

Dentre as florestas tropicais existem as florestas tropicais sazonais,


também chamadas de subperenifólias, estas são consideradas por alguns
autores como biomas distintos. Essas florestas possuem um período de
seca pronunciado e algumas ou todas (depende da severidade da seca),
as árvores perdem suas folhas. Essas florestas ocorrem, por exemplo, na
Ásia tropical e no interior do estado de São Paulo, onde são chamadas de
florestas estacionais.
Savanas
As savanas ou
campos tropicais
localizam-se em
regiões quentes
da América do Sul,
África e Austrália e
a precipitação
varia de 1.000 a
1.500 mm por ano.
No entanto, como
as chuvas não
são distribuídas
uniformemente
Fonte: ©iStockphoto.com/Klaas Lingbeek- van Kranen
podem ocorrer
Calor e chuvas esparsas são
longos períodos de
características das savanas.
seca com
ocorrência de fogo, que constitui um fenômeno importante deste
ambiente, principalmente, na estrutura da vegetação.

A vegetação que predomina nesse bioma é herbácea, geralmente baixa,


com algumas árvores e arbustos espaçados entre si. Nas savanas, ao
contrário do que ocorre nas florestas tropicais, uma única espécie de
gramínea ou árvore pode dominar a paisagem por grandes áreas.

A fauna das savanas, principalmente de grandes herbívoros e carnívoros,


não é superada por nenhum bioma do mundo. Nestes biomas são
encontrados a girafa, o rinoceronte, os leões, a capivara e aves como
o avestruz e a ema. O fato de ocorrer longos períodos de seca os insetos
são mais abundantes durante o período chuvoso e os répteis durante o
período seco.

As estações são marcadas por abundância de alimentos durante o


período chuvoso e escassez de alimento no período seco, sendo que em
anos mais secos os animais herbívoros sofrem com extrema fome e
mortalidade. Desta forma, muitas espécies, principalmente de aves, não
conseguem encontrar recursos suficientes para sobreviver neste bioma
durante o ano inteiro e migram para outras áreas durante o período seco.

Floresta Caducifólia ou Floresta Decídua Temperada

Fonte: ©iStockphoto.com/KarenMassier

Entre os pólos e os trópicos, as florestas temperadas


têm as estações dos anos bem definidas.
É um bioma encontrado nas regiões situadas entre os pólos e os
trópicos e abrange o oeste e o centro da Europa, leste da Ásia e o leste
dos Estados Unidos, embora algumas fontes citem que no Chile as
possua. As árvores dominantes das florestas temperadas são as que
perdem suas folhas (decídua) durante o outono ficando em seguida
dormentes. Por este motivo, também recebem o nome de floresta decídua
caducifólia. O clima é temperado com médias anuais moderadas e
caracteriza-se pela ocorrência de quatro estações bem definidas com
os dias de invernos curtos e baixas temperaturas, inclusive abaixo de
zero, podem perdurar por até seis meses. Esse bioma recebe de 750 a
1.500 mm de chuva por ano distribuído uniformemente.·
Os solos são geralmente abundantes em matéria orgânica, com uma
grande riqueza de ervas que crescem durante a primavera enquanto as
árvores ainda estão sem folhas. Diversos animais fazem parte deste
bioma como ursos, raposas e veados. No entanto, grande parte dos
animais migra no outono-inverno e os que permanecem possuem
adaptações que lhes permitem sobreviver em baixas temperaturas, como
os que hibernam ou os que armazenam comida, como os esquilos, para
ser usada durante o inverno. Estas florestas são, geralmente, dominadas
por poucas espécies de plantas como são os casos de florestas de
carvalho (Quercus) e de castanheiras (Castanea) da América do norte.

Campos Temperados
Figura 30. Campos
temperados

Fonte: ©iStockphoto.com/Randolph Jay Braun

A agropecuária se confunde e muda a paisagem dos campos


temperados
Os campos temperados ocorrem em todos os continentes, como as
pradarias da América do Norte e as pampas da América do sul. Esses
biomas possuem precipitação anual de 250 a 750 mm e os verões são
muito mais quentes que os invernos, com nítida diferença nas estações
podendo sofrer secas sazonais. A vegetação predominante é herbácea,
geralmente baixa. As populações de invertebrados como os gafanhotos
são em geral muito grandes e sua biomassa pode ser maior que os
vertebrados pastejadores como o bisão e o antílope da América do Norte.
De todos os biomas esse é o mais utilizado e transformado por ações
humanas, muitos dos alimentos são produzidos nestes biomas, como
plantações de arroz e milho e criação de bovinos para leite e corte.
Desertos

Regiões que recebem anualmente menos de 250 mm de chuva por ano. A


reduzida precipitação deve-se a sua localização em áreas de alta
pressão, onde se originam os ventos, o que impede a chegada de
umidade nessas regiões, ou em áreas atrás de altas cadeias
montanhosas ou em altitudes muito elevadas, e mesmo quando ocorrem
em regiões que recebem uma maior precipitação, esta é distribuída de
forma muito desigual. Nos desertos, o clima é geralmente quente, mas
existem desertos frios como nas montanhas do Tibet na Ásia. Devido às
grandes temperaturas nos desertos quentes as chuvas raras, fortes e de
pequena duração não se infiltram no solo, evaporando rapidamente.
Ocorre uma grande oscilação de temperatura variando em até 30° C
entre a manhã e a noite.

Figura 31. Desertos quentes

Fonte:©iStockphoto.com/Sean Randall
Os desertos têm pouca vida animal e vegetal.
A vegetação é rara e espaçada, predominando o solo nu. A vegetação
dos desertos pode ser enquadrada em dois padrões de comportamento.
Muitas espécies são oportunistas e a germinação é estimulada pelas
chuvas imprevisíveis. Estas crescem rapidamente e completam seus
ciclos de vida depois de poucas semanas. Outro padrão diferente são as
plantas perenes com processos fisiológicos lentos com caules suculentos,
como os cactos, que controlam a perda e falta de água através do
fechamento dos seus estômatos.

Devido à baixa produtividade vegetal e a indigestibilidade dessas, a


diversidade animal é baixa e muitos animais são nômades, que se
deslocam constantemente pela necessidade de encontrar água. No
deserto só alguns animais conseguem retirar água do seu alimento. Entre
eles há vários artrópodes, lagartos, algumas aves e roedores como os da
família Gerbillinae que apesar de não pertencerem à família dos ratos são
chamados de ratos do deserto. Entre os mamíferos que habitam o deserto
um dos mais conhecidos é o camelo que ao contrário que se pensava ao
se alimentarem de vegetais ricos em líquido, como os cactos, não
armazenam água nas suas bossas, mas sim gordura, e isto confere
reservas para andar grandes distâncias sem beber água ou alimentar-se.

Tundra

A Tundra é encontrada
na região do Círculo
Polar Ártico, acima dos
57° Norte. É
característica do seu
clima possuir apenas
duas estações; um
inverno longo e frio,
com noites contínuas
e um verão curto com
temperaturas amenas.
Apesar da quantidade Fonte: ©iStockphoto.com/Marty Eby
de chuva estar Longos invernos e verões amenos na tundra.
concentrada no verão e
ser inferior a 100 mm por ano, este não é um fator limitante para a vida, já
que a taxa de evaporação também é baixa. As baixas temperaturas e as
curtas épocas de crescimento são os principais fatores limitantes da vida
nesse bioma. Todo o solo passa o inverno congelado e durante o verão
apenas uma fina camada superior, cerca de 15 cm, descongela, e, o
subsolo que continua congelado é chamado em inglês de permafrost.
Com isso, a tundra possui um solo com pouca profundidade e encharcado
durante o verão, devido à precipitação, o que possibilita o crescimento da
vegetação, que é formada principalmente por gramíneas, plantas
lenhosas anãs e liquens. A fauna é composta na sua maioria de animais
migratórios que chegam durante o verão, mas alguns animais são
residentes como o caribu, as raposas, as aves predadoras, o urso polar e
pequenos mamíferos que constroem túneis no manto da vegetação, como
os lemingues. Muitos dos animais residentes, como a Raposa-do-Ártico
(Alopex lagopus), são miméticos no inverno, tornando branca a cor
dos seus pêlos. Este fato ocorre, na maioria das vezes, por mudas
sazonais da pelagem.

A tundra é um bioma frágil devido à fina camada do seu solo fértil, que
com o aumento dos impactos antrópicos, como a exploração mineral,
pode ter seu solo facilmente destruído.

Taiga
Figura 32. Bioma taiga

Fonte: ©iStockphoto.com
No verão, o solo da Taiga se descongela
Taiga ou Floresta Setentrional de Coníferas constitui um cinturão abaixo
do Círculo Polar Ártico que limita o domínio da Tundra ocorrendo entre
os paralelos 45° N e 70° Norte, da América do Norte até a Eurásia. Para a
maioria dos autores não existem correspondentes no Hemisfério Sul.
Outros classificam a Mata de Araucária, localizada no sul do Brasil, como
um bioma correspondente.

Este bioma recebe menos de 300 mm de chuva por ano distribuída


durante todo ano, e como a Tundra, possui duas estações bem distintas
com o predomínio do inverno sobre o verão. O solo se congela durante
o inverno, mas ao contrário do que ocorre na Tundra, no verão ele
descongela totalmente. Porém, em algumas áreas como nas florestas de
spruce (Picea) parte do solo continua congelado durante todo ano.

A forma vegetal dominante é formada por árvores de conífera, como os


pinheiros (Pinus), abetos (Abies) e spruce (Picea), que possuem folhas
adaptadas à falta de água, com pequena área e em forma de acículas
(agulhas). A biomonotonia, que consiste em florestas onde apenas uma
espécie de árvore é encontrada, caracteriza essa vegetação, podendo
gerar condições ideais para o desenvolvimento de pragas e epidemias.
Devido ao fato das árvores deste bioma permitir pouca passagem de luz
para os estratos inferiores, aliado ao fato da baixa decomposição das
folhas das coníferas no solo, o desenvolvimento arbustivo e herbácea é
muito baixo. Além disso, algumas espécies são alelopáticas, impedindo o
crescimento de outras plantas no solo e assim diminuindo a competição
por água.

Entre os muitos animais que habitam a Taiga, como o alce, o tentinhão e


tetraz, os que mais chamam a atenção são os que possuem oscilações
em suas populações entre presa e predador, como o caso clássico da
lebre americana e seu predador, o lince.

Chaparral
Chaparral ou “macchie”, como é conhecido na região do mediterrâneo,
distribuem-se em regiões com clima temperado ameno, como a
Califórnia, México, litoral do mar Mediterrâneo, Chile e Costa Meridional
da Austrália. Estas áreas se caracterizam por possuir o inverno chuvoso
e o verão seco.

Figura 33. Chaparral ou Macchie

Fonte: ©iStockphoto.com/H Peter Weber


Moradia na região próxima ao mar Mediterrâneo.

A vegetação consiste desde arbustos até árvores de pequeno e médio


porte. Suas folhas são duras, grossas e permanecem sempre verdes.
Sendo que, diversas espécies possuem micorrizas, associação íntima
entre certos fungos e suas raízes, o que aumenta a chance de
sobrevivência em condições adversas. O fogo é um importante fator
ecológico, uma vez que, favorece o domínio de gramíneas. Além disso,
uma grande quantidade de sementes só germina após a ocorrência de
fogo, enquanto outras plantas rebrotam rapidamente após serem
queimadas devido ao fato de armazenarem grande parte de seus
nutrientes nas raízes.

Entre os animais presentes no Chaparral estão aves migratórias e o


veado (Odocoileus hemionu), além de vertebrados pequenos e de cores
apagadas, como coelhos, ratos, lagartos e pássaros que são residentes.

Caatinga
O bioma Caatinga se distribui por grandes áreas na America do Sul, no
sudoeste africano e em algumas partes do sudoeste asiático. No entanto,
alguns consideram a Caatinga como representantes do bioma de savana
e outros o consideram um bioma exclusivo do Brasil.

A caatinga possui condições de umidade intermediárias entre o deserto e


a savana, sendo a distribuição da precipitação irregular e moderada. A
vegetação pode ser formada por herbáceas até árvores de 12 metros de
altura, cobrindo densas áreas ou espalhadas e agrupadas. Essas plantas
são latifoliadas com folhas pequenas ou ausentes que caem durante o
período seco. A perda das folhas da vegetação da Caatinga é estratégica.
Sem folhas, as plantas reduzem a superfície de evaporação quando falta
água. Em períodos longos de estiagem a paisagem pode parecer de
semi-desertos. Contudo, com o inicio da chuva as árvores voltam a se
cobrir de folhas e pequenas plantas cobrem o solo.

Montanhas

Em regiões montanhosas ocorre uma grande diversidade de condições


físicas, com isso em uma dada montanha podem existir um mosaico
biomas subdivididos em muitas zonas. Como as serras geralmente não
são contínuas podem ocorrer isolamentos entre comunidades, por outro
lado o intercâmbio de espécies entre biomas diferentes pode ser maior
que em regiões não montanhosas.

Sumário
A biosfera (esfera da vida, possui características diferentes de região para
região, devido diferenciacao da distribuicao da radiacao solar. As áreas de
maior radiacao coscidem com maior biodiversidade.

Desta forma econtramos diferentes biomas como a Floresta Tropical,


que se desenvolvem em baixas altitudes e próximas do equador, entre
os trópicos de Câncer e Capricórnio, estando presente em ambos os
hemisférios. é o ecossistema mais apesar de cobrir apenas 6% da
cobertura da Terra, abriga mais da metade das espécies de plantas e
animais do planeta.

As savanas ou campos tropicais localizam-se em regiões quentes da


América do Sul, África e Austrália e a precipitação varia de 1.000 a 1.500
mm por ano, as chuvas não são distribuídas uniformemente podem
ocorrer longos períodos de seca com ocorrência de fogo, que constitui um
fenômeno importante deste ambiente, principalmente, na estrutura da
vegetação. A vegetação que predomina nesse bioma é herbácea.

A floresta temperada é um bioma encontrado nas regiões situadas entre


os pólos e os trópicos. As árvores dominantes são as que perdem suas
folhas (decídua) durante o outono ficando em seguida dormentes. Por
este motivo, também recebem o nome de floresta decídua caducifólia.

Os desertos são regiões que recebem anualmente menos de 250 mm de


chuva por ano. A reduzida precipitação deve-se a sua localização em
áreas de alta pressão, onde se originam os ventos, o que impede a
chegada de humidade nessas regiões, Devido às grandes temperaturas
nos desertos quentes as chuvas raras, fortes e de pequena duração não
se infiltram no solo, evaporando rapidamente. Ocorre uma grande
oscilação de temperatura variando em até 30° C entre a manhã e a
noite.

A Tundra é encontrada na região do Círculo Polar Ártico, acima dos 57°


Norte. É característica do seu clima possuir apenas duas estações; um
inverno longo As baixas temperaturas e as curtas épocas de crescimento
são os principais fatores limitantes da vida nesse bioma. Todo o solo
passa o inverno congelado e durante o verão apenas uma fina camada
superior, descongela e o subsolo que continua congelado é chamado em
inglês de permafrost. A vegetação, que é formada principalmente por
gramíneas. A fauna é composta de animais migratórios.

Taiga ou Floresta Setentrional de Coníferas constitui um cinturão abaixo


do Círculo Polar Ártico que limita o domínio da Tundra ocorrendo entre
os paralelos 45° N e 70° Norte, da América do Norte até a Eurásia. Para a
maioria dos autores não existem correspondentes no Hemisfério Sul. Este
bioma recebe menos de 300 mm de chuva por ano distribuída durante
todo ano, e como a Tundra, possui duas estações bem distintas com o
predomínio do inverno sobre o verão. O solo se congela durante o
inverno, mas ao contrário do que ocorre na Tundra, no verão ele
descongela totalmente. Porém, em algumas áreas como nas florestas de
spruce (Picea) parte do solo continua congelado durante todo ano.

Exercícios
1. Identifique os Principais biomas terrestres
2. Caracterize os Biomas tendo em conta a localizacao, clima,
vegetacao e fauna
3. Que biomas podemos encontrar em Mocambique e porque?

Entregar o exercício desta unidade, trabalho com código T- G- 140


Unidade XX
Biodiversidade em Moçambique

Introdução
Moçambique é um País com vasta superfície terrestre e que abrange
grande parte do litoral este de África austral e é banhado pelo oceano
Índico. A sua configuração geográfica e diferentes relevos fazem deste,
um País com variados Climas subtropicais, conferindo-lhe uma vasta
diversidade de ecossistemas. É sobre esta biodiversidade que a presente
Unidade vai-se debruçar.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Identificar a biodiversidade moçambicana e suas características.

Objectivos  Descrever as ameaças expostas à biodiversidade Moçambicana.

Biodiversidade em Moçambique

Moçambique é um País com vasta superfície terrestre e que abrange


grande parte do litoral este de África austral e é banhado pelo oceano
Índico. A sua configuração geográfica e diferentes relevos fazem deste,
um País com variados Climas subtropicais, conferindo-lhe uma vasta
diversidade de ecossistemas. O País possui baixa densidade populacional
se comparando com muitos países do Mundo e esta população se
encontra mais concentrada em centros urbanos devido ao êxodo de
pessoas do campo para cidades, a procura de protecção, em tempo de
guerra fria que assolou Moçambique durante 16 anos, após a
independência, fazendo com que grande parte das florestas se
encontrasse pouco exploradas sem intervenção abusiva do Homem.

Além disto, o País possui várias biodiversidades terrestres e marinha


dando ao País uma riqueza inimaginável.

Existem zonas definidas como áreas de reserva e de protecção da flora e


da fauna bravia como também áreas de protecção da biodiversidade
marinha.

Embora o País tenha instituições ligadas à protecção dessas reservas e


de ecossistemas marinhos munidos de guardas florestais ou de fiscais
florestais, estes não possuem capacidade para controlar na sua
totalidade, devido à falta de meios apropriados para tal associados ao
grande índice de corrompimento destes por partes de agentes que
exploram esta riqueza para próprio benefício.

A degradação ambiental
Biodiversidade Marinha e dos Rios
Moçambique é banhado pelo oceano Índico em toda a sua faixa este.
Além disso, possui diversos rios de grandes dimensões tendo um dos
maiores de África, o Zambeze (o 3º maior de África) vindo de outros
Países de África e desaguando na Costa Moçambicana, transportando
consigo muitos nutrientes para desenvolvimento de uma biodiversidade
marinha ampla.

Desta biodiversidade parte dela serve como fonte de alimentação e de


rendimento para o País com exportações para países o qual não são
privilegiados por uma costa marinha ou de fraco recurso marinho.
Contudo devido à grande procura deste produto no mercado mundial, faz
com que a sua captura seja em alguns casos excessiva se tomarmos em
conta que hoje em dia os sistemas de pescas estão desenvolvidos,
ameaçando algumas espécies de extinção (exemplo disso são as pescas
de arrasto). O sistema de segurança costeira em Moçambique é muito
fraca ou inexistente. Hoje o próprio País não tem em conta de quantos
navios pesqueiros ilegais se encontram nas águas moçambicanas
praticando actividades pesqueiras. Portanto não tem ideia do tamanho da
destruição do ecossistema e da Biodiversidade Marinha e se por “lapso”
se interceptam ilegais a praticarem estas actividades, estes não sofrem
nenhuma sanção punitiva visto que há uma facilidade corromper o
sistema de fiscalização.

Biodiversidade Terrestre (Fauna e Flora)


Fauna
Tendo em conta que grande parte da população Moçambicana esteja
concentrada em Centros Urbanos, (Cidades, Vilas e Localidades)
encontramos vastas áreas florestais com muito baixa densidade
populacional ou inexistência da população. Hoje essas áreas possuem
uma grande diversidade de animais bravios que foi crescendo durante os
últimos 16 anos após o término da guerra fria, tendo em conta que a
população que era rural e que fugiu da guerra, hoje se transformou em
urbana e nunca mais regressou para suas zonas de origem.

Devido ao fraco sistema de comunicação, é difícil saber-se se a fauna


bravia esta ou não ameaçada por caçadores furtivos. Não se houve
notícias desse género. Isto mostra o fraco sistema não só de informação
como também de protecção da fauna bravia. Contudo tem-se notado que
a fauna bravia Moçambicana esta em crescente desenvolvimento. Os
parques Nacionais e as reservas começam a ter um número considerado
de diversidade animal, coisa que já não existia no período da guerra.
Flora
A Flora Moçambicana é vasta e diversificada, encontramos
biodiversidades diferentes na zona Norte, Centro e Sul do País; da zona
costeira possui vastas áreas de planícies e no interior, vastas áreas
constituídas por planaltos e montanhas, com temperaturas baixas em
relação às zonas costeiras de planície. Encontramos variedades de
plantas desde medicinais à plantas para exploração de madeira de
diferentes tipos e muitas delas de alta qualidade e de muita procura no
mercado estrangeiro, tendo como exemplo o Pau Preto, Jambire,
Chanfuta, Pau Roza, Pau ferro, Sândalo, de entre outros.

Devido a dureza da sua madeira o que lhe confere essa qualidade


excelente, estas árvores levam muito tempo a crescerem e podem viver
muitos anos. Tendo em conta que até a pouco tempo essas árvores se
encontravam em florestas, muitas delas ainda virgem e sem a intervenção
do Homem, puderam crescer e viver muitos anos, conferindo-lhes grande
robustez, sendo alvos dos madeireiros que vão a estas zonas para abate
de árvores e corte dos seus troncos para madeira.

A princípio, a exploração de madeira não constituía perigo de destruição


do meio ambiente (floresta) porque a sua exploração era artesanal e não
industrial, embora nunca houvesse reposição da mesma ou novas
espécies após o abate de uma árvore.

Nos últimos anos, com a entrada em Moçambique de exploradores


estrangeiros (grande parte originária da China), a exploração de madeira
deve ser vista como uma ameaça a biodiversidade e da flora
Moçambicana, e de destruição da natureza sem precedentes, visto que a
destruição põe também em perigo a fauna bravia e outras biodiversidades
locais.

Hoje o abate e corte de madeira esta em proporção alarmante. A


fiscalização florestal não consegue conter esta barbaridade. Em
Moçambique, com situação de salário baixo, os funcionários públicos
ganham uma miséria. – O funcionário para a área de fiscalização florestal
não foge a esse exemplo – Sendo assim “banhado” pela necessidade de
ganhar ainda mais como forma de melhorar a sua vida e pela ignorância
em relação às consequências negativas futuras que possam advir ao
ecossistema local, facilmente são corrompidos, impedindo que agentes
que efectuam actos ilegais contra a exploração dos recursos naturais,
sejam punidos, contribuindo deste modo para a degradação da natureza e
do meio ambiente local.

Também neste “barco” de agentes destruidores da natureza se encontram


algumas populações locais, no geral pobres, que facilmente encontram a
actividade de venda de madeira como uma fonte alternativa de
rendimento e que por sua vez os exploradores estrangeiros compram-na e
exportam para seus Países.

O grande problema nisto tudo não é em si o corte de madeira, mas sim a


não selecção de árvores em condições de serem aproveitadas para a
obtenção do requerido “produto”, destruindo deste modo árvores que não
tem diâmetros suficientes para corte de madeira, o que muitas vezes são
rejeitados pelos compradores e posteriormente aproveitados para o
fabrico de carvão vegetal. Esta população não repõe árvores abatidas.
Esta população enganada por alguns trocados oferecidos por
exploradores (muitas vezes já ricos e que dizem estarem a investir no
País) não tem noção da tamanha destruição que eles próprios estão
executando para o próprio meio ambiente onde habitam. Para eles é só
mais uma fonte de rendimento para sustento familiar; é uma forma de
ganhar para melhorar a sua vida. A sua atitude não é vista de uma forma
negativa, mas sim uma oportunidade de negócio e de melhoramento de
vida.

Tratando-se de pessoas ignorantes em matéria de destruição do meio


ambiente em que habitam é difícil julgá-los pelos actos bárbaros a que
estão cometendo.

Contudo há necessidade urgente de sensibilizá-los de forma a terem


noção do ato que estão cometendo. Esta sensibilização contará com uma
divulgação de mensagens educativas sobre o meio ambiente e até
educação ambiental básico nestas áreas rurais como forma de abrir suas
mentes e terem peso de consciência das barbaridades que estão sendo
feitas contra a natureza.

Embora esta sensibilização não influencie no término de exploração de


madeira como fonte de rendimento, ajudará no cultivo de suas mentes, na
conscientização ambiental e na selecção de espécies e seu
dimensionamento para o abate e exploração desta matéria para sua
actividade comercial como também ajudará na reposição de novas plantas
da mesma espécie para reflorestamento das áreas exploradas.

Outro problema é a existência de grandes entidades no Governo que tem


acções nessas empresas madeireiras estrangeiras ou que foram já
corrompidas e que agora não têm voz para fazer parar o excessivo abate
de árvores para exploração da madeira, para exportação. Em alguns
casos funcionários sérios ligados ao controlo da exploração dos recursos
naturais são sancionados ou sofrem represálias dos seus superiores
corruptos, contribuindo deste modo para a desmotivação de controlo e
aumento da corrupção e degradação acelerada das florestas e seu meio
ambiental.

Exploração Mineira
Esta actividade tem muitas vezes destruído vários ecossistemas em locais
onde ela é implementada. Em Moçambique esta actividade não é muito
comentada pelos sistemas de informação sendo que muitos locais de
extracção mineira ser de carácter artesanal e estarem no anonimato,
mostrando que o País não tem capacidade de exploração nem controlo
e/ou gestão de sua extracção. A actividade de extracção mineira mais
activa em Moçambique é a da exploração do carvão mineral (de carácter
industrial) e a exploração de ouro (de carácter artesanal) hoje temos
também a extracção de areias pesadas mármores e gás natural
(industrial).

Felizmente esta actividade ainda não é ameaça ao meio ambiente no País


nem ao seu ecossistema.

Zonas Industriais
O nível de emissão de gases poluentes das indústrias Moçambicanas no
geral não é assustadora se compararmos com países desenvolvidos e
industrializados do mundo inteiro – hoje Moçambique vive de importação
de produtos de consumo interno devido à falta de grandes indústrias
transformadoras no País.

Dentre varias existentes no País, das fábricas poluidoras existentes em


Moçambique se destacam as seguintes: A Fábrica de Cimento e a de
Alumínios – estas têm grandes efeitos nocivos e de impacto negativo
principalmente para o ambiente que o rodeia, abrangendo o ecossistema
ali existente e criando graves problemas as populações circunvizinhas.

Contudo a falta de conhecimento real sobre o grau de poluição é do


tamanho risco que as pessoas correm faz com que elas passem
despercebidas em relação a sua nocividade visto que por questões
políticas e de interesses privados, serem omissas algumas informações
que visam minimizar a gravidade da real situação de contaminação
ambiental. Outros graves riscos para o ambiente que poderá criar um
impacto negativo forte é a proposta da criação de novas refinarias de
petróleo e áreas já identificadas e com grandes biodiversidades marinhas
como é o caso de Nacala - Porto que existe um ecossistema marinho
formado de corais marinhos.

A nossa contribuição na conservação da Biodiversidade

Em reconhecimento da necessidade de envolvimento de toda a sociedade


em acções de conservação da biodiversidade, o WWF Moçambique, tal
como acontece em todo o mundo, desenvolve uma série de actividades
tendentes a alcançar este fim.

Neste contexto, Conheça algumas das actividades de protecção e


conservação da Biodiversidade em Vilankulo s e Inhassoro, no que
concerne a conservação dos dugongos e tartarugas marinhas em
Moçambique.

Dugongo vivo = Conservação da Biodiversidade


Em Inhassoro, o futuro dos dugongos está bastante comprometido, devido
as actividades humanas e o uso de determinadas artes nocivas a fauna
marinha, como é o caso de uso de artes de pesca e caça directa pelo
Homem.

Embora, esforços têm vindo a ser implementados para evitar a perda de


alguns indivíduos de uma população estimada em 200 dugongos na Baía
do Bazaruto a perda desta espécie única a nível da Costa Oriental de
África é significativa. Esta situação pode criar um desequilíbrio em termos
de presença de espécies que dela dependem, decréscimo no turismo de
mergulho, entre outras.

Nos últimos anos, tem estado a trabalhar no sentido de sensibilizar para


preservação destas espécies actuando com diversas actividades.
Lançamos em 2007 um evento desportivo junto a comunidade de
pescadores e estudantes, com intuito de conservação de alguns animais
como as tartarugas marinhas, baleias, corais e dugongos.

Numa das contagens aéreas, feita anualmente pelo WWF Moçambique


em Inhambane, determinamos uma população de cerca de 175
indivíduos o que dá uma larga esperança de existência de mais. Daí os
esforços para a sua manutenção para a humanidade serem maiores.

O que o WWF Moçambique faz para preservação dos dugongos

O WWF tem vindo a trabalhar junto aos órgãos do governo local de


Vilankulo e Inhassoro, comunidades de pescadores, intervenientes no
ambiente, ONG’s locais, parceiros, operadores turísticos, entre outros
num esforço de contribuir a protecção máxima dos dugongos e da
biodiversidade em volta, por meio de:

 Promoção de uma gestão sustentável dos recursos naturais marinhos.

 Desenvolvimento de programas de sensibilização e consciencialização

ambiental.
 Apoio em actividades de fiscalização marítima, na protecção de

dugongos e tartarugas.
 Formação em matéria de Educação Ambiental as comunidades e

escolas.
 Realização de actividades desportivas em prol a conservação e

preservação dos recursos.


 Programas radiofónicos, divulgando mensagens.

Sumário
Devido a sua posição geográfica e existência de uma bacia hidrográfica ampla e
grande costa marinha e diferentes relevos que lhe confere diferentes climas
subtropicais, Moçambique possui uma biodiversidade considerável que faz deste
País rico em recursos naturais.

Contudo a fraqueza na gestão destes recursos ameaça a manutenção dos


mesmos e põe em risco a sua existência. Esta fraca gestão é condicionada pela:
falta de meios técnicos, científicos e morais de controlo e de gestão; falta de
conhecimentos sobre impactos ambientais que possam surgir com a exploração
desenfreada desses recursos por parte dos agentes de gestão desses e a
maioria dos exploradores; exploração desenfreada na obtenção desses recursos
como forma de aquisição de riqueza fácil em curto espaço de tempo, pelos
exploradores “furtivos” e pelas grandes entidades corruptas.
Ignorância em matéria de gestão ambiental e de sensibilização na protecção do
planeta.

Como forma de proteger o nosso ambiente para que futuramente não possamos
ser castigados pela destruição do nosso ecossistema devemos criar mecanismos
que visão melhorar o controlo e gestão do meio ambiente em que vivemos.

Exercícios
1. Identique as características da biodiversidade moçambicana.

2. Quais são as ameaças sob a biodiversidade Moçambicana.

3. Identifique as acções que Moçambique tem vindo a desenvolver em prol da


conservação da Biodiversidade.
Unidade XXI
Uso da Biodiversidade ao nível da
comunidade

Introdução
As comunidades principalmente as do meio rural depende dos recursos
naturais para a sua sobrevivência. Essa dependência acompanhada da
exploração massiva desses recursos, tem levado a um acelerado
esgotamento dos recursos naturais. Dai a necessidade de envolver a
comunidade tanto no uso, assim como na preservação dos recursos
naturais, para que estes possam beneficiar a geração presente e a
vindoura. É neste contexto que iremos abordar nesta unidade, o uso da
biodiversidade ao nível da comunidade.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Compreender as formas de uso da biodiversidade pelas comunidades.

 Descrever o papel das comunidades na conservação da biodiversidade.


Objectivos

Uso da Biodiversidade ao nível da comunidade

Biodiversidade e conhecimento têm valor

Muitos povos indígenas, comunidades tradicionais e grupos de pequenos


agricultores têm preservado os ecossistemas onde vivem durante anos,
conservando não apenas a biodiversidade local, mas também mantendo
viva, geração após geração, uma série de conhecimentos relacionados ao
uso equilibrado de algumas espécies para o bem-estar humano. Sem
esse cuidado, pode ser que muitas plantas, animais e sabedorias
seculares tivessem se perdido para sempre.

Como forma de reconhecer o papel fundamental exercido por essas


pessoas, a CDB, Convenção de Diversidade Biológica, o maior acordo
internacional de biodiversidade, adoptado em 1992 e ratificado por mais
de 190 países, determina que, além da conservação da biodiversidade e
seu uso sustentável, também seja feita a repartição justa e equitativa dos
benefícios adquiridos pela utilização dos recursos genéticos.

Isso quer dizer que toda empresa, instituição ou país que fizer uso
comercial do património genético ou dos conhecimentos tradicionais de
um povo deveria devolver parte dos benefícios económicos adquiridos
para as comunidades de onde os recursos foram extraídos.

Esse retorno, que não precisa ser necessariamente monetário, tem o


propósito de garantir qualidade de vida e desenvolvimento para esses
grupos e incentivá-los a continuar preservando a biodiversidade.

De acordo com a Convenção da Biodiversidade (CDB), as directrizes para


a repartição de benefícios devem ser definidas por meio de legislações
nacionais. Actualmente, cerca de 40 países possuem alguma
regulamentação nesse sentido. No Brasil, uma Medida Provisória, do ano
de 2001, trata do tema.

Pioneirismo
A Natura é uma das empresas pioneiras na realização de repartição de
benefícios no Brasil. O primeiro contrato foi assinado em 2004, com a
comunidade que trabalha na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do
Rio Iratapuru, localizada no Amapá, e com a Associação das Erveiras e
Erveiros do Ver-o-Peso, em Belém do Pará. Eles utilizavam a resina do
breu - branco, entre outras coisas, como incenso em rituais religiosos
devido ao seu odor agradável e a Natura se inspirou nesse conhecimento
para criar um de seus perfumes.

Actualmente, a empresa possui uma Política de Uso Sustentável da


Biodiversidade e do Conhecimento Tradicional Associado, que contém
uma série de princípios que guiam a realização da repartição de
benefícios. Seu objectivo é promover a conservação e a utilização
sustentável da biodiversidade, desenvolver as comunidades provedoras e
valorizar as riquezas naturais e o património cultural de grupos de
agricultores familiares e comunidades tradicionais e unidades de
conservação de uso sustentável, conservando-os para as gerações
futuras.

Como previsto pela Convenção de Diversidade Biológica, para que o


património genético ou o conhecimento tradicional de uma comunidade
sejam utilizados, é necessário haver o consentimento prévio do grupo
provedor.

Para isso, a Gerência de Relacionamento com Comunidades (GRC) da


Natura, é responsável por realizar uma conversa inicial com as
comunidades provedoras e também por fazer, directamente com elas,
toda a negociação de valores e de como os recursos serão transferidos.
Para facilitar o processo, a empresa disponibiliza aos envolvidos no
contrato o suporte de consultores ou técnicos independentes para que
eles compreendam quais são seus direitos e possam ter uma melhor
compreensão do projecto de pesquisa e de conceitos como provedor,
acesso, repartição de benefícios, etc.

Para realizar suas pesquisas iniciais, a Natura prioriza áreas de


agricultores familiares, comunidades tradicionais e unidades de
conservação, para que os recursos tenham como impacto a promoção de
benefícios sócio - ambientais.

Conheça os critérios utilizados pela empresa para fazer a repartição de


benefícios por utilização do património genético e por acesso ao
conhecimento tradicional das comunidades fornecedoras.

Património genético
Caso a Natura pesquise uma matéria-prima e descubra que ela pode ser
utilizada como um produto, a empresa repassa um valor aos responsáveis
pela área em que se encontra a espécie pesquisada. Quando se trata de
comunidades tradicionais, unidades de conservação, agricultores
familiares, universidades públicas, ONGs, ou colecções públicas, esse
valor corresponde a um percentual, estabelecido previamente, do lucro
líquido das vendas dos produtos que contenham o ingrediente em
questão por um período de três anos, a partir do lançamento do primeiro
produto que utilizar a matéria-prima.

No momento em que a viabilidade técnica da matéria-prima é


comprovada, a Natura já paga um valor pré-negociado aos provedores do
recurso natural, com base na estimativa de venda dos produtos. A
segunda parte do pagamento se refere ao restante do percentual da
receita líquida obtida com a comercialização dos produtos que contenham
o activo. Caso as vendas fiquem abaixo das expectativas e o valor pago
inicialmente supere o percentual total combinado, a Natura absorve o
custo e o provedor não precisa devolver o que foi pago a mais.

Quando os provedores são empresas, universidades privadas ou áreas


próprias da Natura, é pago apenas um valor fixo, previamente negociado.

Os valores de repartição de benefícios são calculados e negociados


também com base em seu potencial de preservação e uso sustentável da
biodiversidade e de geração de impactos ambientais, sociais e
económicos positivos.

Conhecimento tradicional associado


Ao final da etapa de pesquisa, a Natura paga um valor fixo à comunidade
pelo fato de seus conhecimentos terem enriquecido o acervo intelectual
da empresa. Se o conhecimento for utilizado, de alguma forma, em um
produto lançado e comercializado pela empresa, seja como inspiração
para uma nova linha, ou na inovação de uma técnica de processamento,
por exemplo, paga-se mais um valor fixo por isso.

A política da empresa prevê que o contacto com o conhecimento


tradicional sempre ocorra em comunidades ou grupos que estejam
organizados de modo a preservar aquela sabedoria.

A linha de maquilhagem Una, por exemplo, foi buscar o fornecimento do


mesocarpo do babaçu para compor seus produtos junto às quebradeiras
do coco, da Coopaesp (Cooperativa dos Pequenos Produtores
Agroextrativistas de Esperantinópolis). Depois de obtido o consentimento
para acessar o conhecimento tradicional associado ao babaçu, a Natura
negociou com a comunidade o pagamento de repartição justa e equitativa
dos benefícios decorrentes desse acesso.

Formas de pagamento e gestão dos recursos

A Natura estabelece os contratos de repartição de benefícios com


organizações formais, ou seja, no caso de comunidades tradicionais,
pequenos agricultores ou unidades de conservação, o repasse é feito a
uma cooperativa ou associação formal. A repartição de benefícios é,
preferencialmente, não monetária e, normalmente, feita por meio do
financiamento de projectos e iniciativas que contribuam para uma das
quatro grandes linhas prezadas pela Natura. São elas:
 Conservação ambiental
 Valorização cultural
 Fortalecimento das cadeias produtivas
 Organização social

Apesar de não interferir na gestão dos benefícios recebidos pela


comunidade, a GRC acompanha o modo como os recursos são aplicados.

É importante lembrar que os contratos de repartição de benefícios são


estabelecidos por prazo determinado e se referem a um recurso extra,
que vai além do processo normal de comercialização dos activos da
biodiversidade. A intenção da Natura é fortalecer a capacidade de as
comunidades fornecerem insumos e valorizar sua actividade produtiva,
sem gerar dependência entre as partes.

Biodiversidade e unidades de conservação

Para especialista, inserção produtiva das comunidades que habitam as


UCs deve incentivar o manejo adequado da terra e assegurar
investimentos em tecnologias de produção.
A exploração e conservação da terra por populações tradicionais,
comercialização de produtos da biodiversidade e diferentes formas de
ocupação do solo são diferenciais das unidades de conservação (UCs) no
Brasil e no mundo. Quando governo e sociedade falam de inserção
produtiva dessas comunidades em áreas de preservação ambiental, é
incentivado o manejo adequado da terra e investimentos em tecnologias
de produção que garantam a qualidade dos produtos da biodiversidade.

No dia de debates sobre Unidades de Conservação e Metas Globais da


Biodiversidade para 2020, a coordenadora da Iniciativa Amazônia e
representante do Conselho Diretor da ONG Instituto Socioambiental (ISA),
resgata os fundamentos da importância das populações tradicionais na
gestão das áreas protegidas, regidas pela Convenção da Biodiversidade,
pelo próprio Sistema Nacional de Unidades de Conservação, pela Política
de Povos e Comunidades Tradicionais e pelo Plano Nacional de Áreas
Protegidas.

Qual o papel da sociedade nesses debates?

No contexto das Unidades de Conservação, o papel da sociedade está no


incentivo para que sejam cumpridas as metas da biodiversidade,
considerando as diferentes áreas protegidas, não somente nas Unidades
de Conservação, mas também as áreas indígenas e as áreas
quilombolas.

Como a ONG contribui para isso?

Podemos resgatar uma experiência do Instituto Socioambiental (ISA) que


contribui para essa visão. Trata-se da implementação das reservas
extrativistas da região da Terra do Meio, em especial da reserva do
Riozinho do Anfrísio, onde nos estamos desenvolvendo, junto com as
comunidades locais, cadeias produtivas do uso da biodiversidade. Essas
populações usam quase 100 produtos diferentes da biodiversidade, nessa
unidade, isso é, enfim, um reflexo da realidade da Amazônia.

Como isso pode contribuir para o alcance das metas?

As dificuldades e as potencialidades desse trabalho podem contribuir com


uma visão do que as políticas devem fazer para as reservas extractivistas
de fato funcionarem.

Existe outra ferramenta de apoio aos produtos da biodiversidade?

Outra experiência que trabalhamos na ONG e apresentamos aqui é o


Sistema de Indicadores Socioambientais de Unidades de Conservação,
que nós desenvolvemos. É um sistema que busca avaliar a gestão e a
implementação dessas áreas a partir da visão dos diferentes conselheiros,
dos conselhos gestores, portanto, considerando a participação de todas
as partes envolvidas na gestão da unidade.

Qual o papel das comunidades tradicionais na conservação da


biodiversidade?

As comunidades tradicionais, ao fazerem uso sustentável da


biodiversidade dentro dessas áreas, estão contribuindo muito com a
manutenção dessas áreas, tanto do ponto de vista ambiental e social.
Dessa forma, contribuem para a conservação da biodiversidade e
preservação do meio ambiente.

Apoiamos o modelo de gestão compartilhada, para que seja efectiva e


contribua também para a conservação da biodiversidade. É fundamental
que a visão dessas comunidades, que estão dentro dessas áreas, seja
considerada na gestão dessas áreas. Por isso é importante a gente ter
instrumentos que permitam essas comunidades participar do
planejamento da gestão da unidade.
O que deve ser feito a longo prazo para a preservação da
biodiversidade nas Unidades de Conservação?
É preciso a valorização do conhecimento tradicional nas áreas protegidas,
políticas públicas específicas que atendam as populações dessas áreas,
parceria com empresas que respeitem o ritmo das comunidades
tradicionais e a garantia de formas de comercialização e venda.

Sumário
Muitos povos indígenas, comunidades tradicionais e grupos de pequenos
agricultores têm preservado os ecossistemas onde vivem durante anos,
conservando não apenas a biodiversidade local, mas também mantendo viva,
geração após geração, uma série de conhecimentos relacionados ao uso
equilibrado de algumas espécies para o bem-estar humano. Sem esse cuidado,
pode ser que muitas plantas, animais e sabedorias seculares tivessem se
perdido para sempre.

As comunidades tradicionais, ao fazerem uso sustentável da biodiversidade


dentro dessas áreas, estão contribuindo muito com a manutenção dessas áreas,
tanto do ponto de vista ambiental e social. Dessa forma, contribuem para a
conservação da biodiversidade e preservação do meio ambiente.

Apoiamos o modelo de gestão compartilhada, para que seja efectiva e contribua


também para a conservação da biodiversidade. É fundamental que a visão
dessas comunidades, que estão dentro dessas áreas, seja considerada na
gestão dessas áreas. Por isso é importante a gente ter instrumentos que
permitam essas comunidades participar do planejamento da gestão da unidade.

É preciso a valorização do conhecimento tradicional nas áreas protegidas,


políticas públicas específicas que atendam as populações dessas áreas, parceria
com empresas que respeitem o ritmo das comunidades tradicionais e a garantia
de formas de comercialização e venda.
Exercícios

1. Descreva o papel das comunidades na conservação da


biodiversidade.
Unidade XXII
Ecossistemas marinhos

Introdução
Ecossistema é a comunidade de organismos (vegetais, animais e
microrganismos) constituída por produtores, compositores e
decompositores, funcionalmente relacionados entre si e com o ambiente e
considerados como uma única entidade.

Nesta unidade iremos tratar de ecosistemas marinhos, os factores que


condicionam a sua existência, suas ameaças e impactos sobre o meio
ambiente físico e sócio – económico.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conhecer os ecossistemas marinhos.


 Compreender a importancia dos ecossistemas marrinhos.
 Identificar os elementos que constituem ameaça aos ecossistemas
Objectivos
marinhos.

Ecossistemas marinhos

Referem-se aos ecossistemas presentes nas regiões sob influência da


água do mar, como oceanos e sua zona costeira.

Os ecossistemas marinhos são encontrados nos seguintes ecótopos:


 Calota polar
 Costões
 Estuários
 Fossas abissais
 Litoral
 Lagoa
 Plataforma continental
 Talude continental
 Zona bentônica
 Zona pelágica

Alguns exemplos de ecossistemas marinhos


 Mangue, mangal ou manguezal (embora este ecossistema possa
igualmente ser considerado um ecossistema terrestre)
 Recife
 Floresta de algas

Factores abióticos que condicionam os ecossistemas marinhos

Os principais factores abióticos que actuam no meio marinho são:


 A pressão, que aumenta com a profundidade;
 A iluminação, que diminui rapidamente, tornando-se praticamente
inexistente abaixo dos 100 m de profundidade (zona afótica);
 A temperatura, que diminui gradualmente com a profundidade,
embora se verifique em determinadas condições uma
descontinuidade térmica chamada termoclina, que actua como
barreira para muitos seres vivos do nécton; e
 O oxigénio dissolvido na água, que depende da abundância de
seres autótrofos nas regiões superficiais (zona eufótica) ou
quimiótrofos, nas regiões abissais.

Nas regiões costeiras, e principalmente nos estuários, a variação na


salinidade e o efeito das marés são outros importantes factores que
condicionam os seres vivos que aí habitam.
Os principais problemas que afectam os ecossistemas marinhos
Um dos principais problemas que atingem os ecossistemas próximos do
litoral é precisamente a concentração populacional. No caso dos corais
(seres frágeis e belos, próprios de águas tropicais pouco profundas e com
pouco hidrodinâmico, encontrando-se uma enorme variedade de espécies
marinhas à superfície, onde abunda mais oxigénio) a sua destruição é
provocada pela exploração de mergulhadores e turistas que retiram
material para vender ou coleccionar, mas principalmente pela poluição
das águas dos próprios oceanos.

Outro fenómeno recente é o branqueamento dos corais, que é atribuído a


um aumento de temperatura da água provocada pelo aquecimento global.

Mais de 80% da poluição oceânica vem do continente, trazida pelos rios,


chuvas e ventos. Entre os principais poluente, estão: agrotóxicos
utilizados em plantações, plásticos, latas, metais, madeiras, resíduos
industriais como metais pesados (chumbo, mercúrio, cobre, estanho)
esgotos laçados sem tratamento.

Mas também existe uma elevada contaminação devido às actividades


humanas no mar: óleo e petróleo derramados devido a acidentes com
navios-tanque, lixo radioactivo depositado por alguns países no fundo do
mar e materiais de pesca.

Muitos desses poluentes trazem consequências devastadoras e


irreversíveis para as cadeias alimentares. Peixes e outros animais ficam
contaminados com pesticidas e resíduos industriais, transmitido para os
animais de um nível trófico superior na cadeia alimentar, uma vez que o
homem se encontra no topo da cadeia alimentar, este também acaba por
ser contaminado, uma contaminação que é irreversível, já que os metais
pesados não são eliminados do nosso organismo.

Plantas marinhas
 Mangais
Os mangais são predominantes nos estuários das províncias de Nampula,
Zambézia e Sofala a norte do Rio Save, e a sul deste na baia de Maputo e
nos rios Tembe, Umbelúzi e Incomáti, ocorrendo contudo em toda a zona
costeira. A vegetação é composta por árvores e arbustos cuja altura varia
entre 1 e 4 metros e que devido ao nível alto de humidade dos solos, é
sempre verde.

O número de espécies vegetais é relativamente reduzido, sendo as mais


comuns a Rizophora mucronata, Bruguiera gymnorrhiza, Avicennia marina,
Ceriops tagal, Sonneratia alba e a Xilocarpus granatul. As espécies do
mangal são habitualmente usadas para estacas, lenha, madeira para
barcos, tarimbas, canoas, forragem, casca para tingir redes, medicamentos
e outros fins. O mangal sob influência da Corrente das Agulhas,
proporciona um importante habitat para a gestação de crustáceos, aves
migratórias e tartarugas marinhas.

Nos ecossistemas marinhos para além da pesca de arrasto, barco ou de


linha a comunidade rurais tem-se beneficiado de apanha de moluscos,
lagosta e camarão que são muito utilizados para comercialização. Nos
mangais a uma grande utilização deste material para a construção,
principalmente de estacas e para queima de carvão e lenha.

Os mangais constituem formações de reconhecida riqueza, tendo um papel


importante na regulação do meio ambiente e um alto valor económico. São
dos ambientes mais específicos e importantes que existem. Este
ecossistema é extremamente produtivo e para além do que produz,
transforma matéria orgânica que acaba sendo transferida para os outros
ecossistemas, nomeadamente os recifes de coral e tapetes de ervas
marinhas. É também um sistema que tem funções de “limpeza” da água
que é drenada da terra para o mar (até uma determinada capacidade filtra
elementos como toxinas, químicos, hidrocarbonetos).
O mangal é importante na prevenção da erosão da costa e das margens
dos rios, na redução das cheias e na reprodução das espécies marinhas,
como é o caso do camarão.
Constituem fontes de medicamentos, material de construção, alimento
(peixe, outros mariscos, frutos, etc.), combustível lenhoso, entre outros
usos.

Em Moçambique constitui uma das formações vegetais mais abundantes


(cobrindo cerca de 450 mil hectares) encontrando-se com maior relevância
nas províncias de Nampula, Zambézia e Sofala. Cerca de 10 espécies de
mangal ocorrem em Moçambique, destacando-se como principais espécies
o mangal branco (Avicennia marina),vermelho (Rhizophora mucronata) e
negro (Bruguiera gymnorrhisa).
Figura 33 Mangal

Fonte: MICOA, 2006

Factores que contribuem para a degradação do mangal em


Moçambique

A redução do mangal em Moçambique está associado a factores como o


uso extensivo das espécies vegetais como combustível lenhoso, para a
construção de salinas, da redução do regime de inundações naturais e da
abertura de áreas para a aquacultura e produção agrícola e a construção
de infra-estruturas costeiras estão a contribuir para a degradação do
mangal. Por outro as pesquisas para a exploração de petróleo e gás
natural também contribuem para a degradação do Mangal.
Actualmente, a área total degradada dos mangais pareça ser reduzida, no
geral ocorrem cortes descontrolados de mangais em zonas localizadas
próximas dos centros urbanos devido a expansão das concentrações
populacionais nestas áreas.

 Ervas marinhas e algas

O potencial de algas no país é estimada em cerca de 3 000 toneladas por


ano (Sætre & Silva, 1979). Existe cerca de 12 espécies de ervas marinhas
em Moçambique, sendo as espécies mais comuns são: Thalassodendron
ciliatum, que ocorre na zona entremarés do sul do país, Halophila
stipulacea e Enhalus acoroides, na zona norte do país (Bandeira, 1996).

Quanto às micro algas, no sul predominam as algas castanhas e verdes


(Sætre & Silva, 1979), enquanto que as algas vermelhas ocorrem
principalmente na zona norte (Bandeira, 1996). As principais espécies são:
Euchema denticulatum, Padina boryana, Sargassum spp, Colpomenia
sinuosa, Anadyomene wrightii, Gellidiela

acerora, Haliptylon subulata, Hormophysa triquetra, Hypna spp e Valonia


macrophysa (Critchley et al, 1994).

 Corais

Os corais localizam-se nas zonas norte e sul. Na zona norte é onde se


localiza a maior extensão de corais continua, num comprimento de cerca
de 700 km, desde a foz do Rovuma, na latitude 10º S, até as ilhas
Primeiras e Segundas na latitude 17º S. Na zona sul encontram-se em
pequenas colónias no arquipélago de Bazaruto, Inhaca e na Ponta de
Ouro. Em Moçambique existem cerca de 181 espécies de coral mole e
duro (Riegl, 1996; Scheleyer et al., 1999), e as principais espécies são:
Acropora ou Porites, e das famílias Pocilloporidae e Favidae.
 Aves marinhas

Moçambique possui terras húmidas ao longo da costa frequentadas por


aves migratórias. As terras húmidas de Marromeu são as mais notórias e
de valor ecologia global, daí que foi declarada reserva dentro da
Convenção de RAMSAR. As outras áreas de terras húmidas de elevado
valor ecológico localizam-se no arquipélago de Bazaruto e na região de
Maputoland. As principais aves migratórias observados em Moçambique
incluem os seguintes: Pelecanus onocrotalus, P. ruescens, Ciconia
episcopus, Anastomus lamelligerus, Ephippiorhynchus senegalensis,
Mycteria ibis e Sterna caspia (Beilfuss & Bento, 1997).

 Mamíferos marinhos

Em Moçambique foram observadas 8 espécies de mamíferos marinhos,


sendo as principais espécies as seguintes: dos golfinhos, Turciops truncatu
and Sousa chinensis, observados ao longo de toda a extensão da costa; os
dugongos, Dugong dugon, observados na Inhaca, Bazaruto e na zona
norte; e algumas espécies de baleias observadas na zona sul.

Tabela 6. Principais mamíferos marinhos observados em Moçambique

Espécies
Baleias
Balaenoptera acutorostrata

Megaptera novaeangliae

Eubalaena australis
Golfinhos
Turciops truncatu

Sousa chinensis
Dugongo Dugong dugon

Balaenoptera acutorostrata
Megaptera novaeangliae

Fonte: Perfil Diagnóstico da Zona Costeira de Moçambique (2007:7)

 Répteis marinhos

Foram observados um total de 5 espécies de tartarugas marinhas como se


segue: Caretta caretta, Dermochelys coriáce, Chelonia mydas,
Eretmochelys imbricata e Lepidochelys olivacea (Hughes, 1971). As
espécies Caretta caretta e Dermochelys coriacea nidificam nas praias entre
a Ponta de Ouro e Arquipélago de Bazaruto (Gove e Magane, 1996),
enquanto que as espécies Chelonia mydas, Eretmochelys imbricata e
Lepichelys olivacea ocorrem na zona norte, e em particular a tartaruga
verde, Chelonia mydas, nidifica nas ilhas Primeiras e Segundas (Hughes,
1971).

 Crustáceos

O camarão de águas pouco profundas ocorre ao longo da costa e


associado aos ecossistemas de mangal. As principais áreas de ocorrência
deste tipo de camarão são o banco de Sofala e a Baía de Maputo (Brinca &
Sousa, 1984). As espécies mais abundantes são da família Penaeidae,
sendo as principais espécies Penaeus indicus e Metapenaeus.

 Moluscos

Os bivalves ocorrem ao longo de toda a costa, e nas zonas entre-marés,


associadas a areia, rochas e mangais. A espécie mais importante de
mexilhão é a Perna perna, e ocorre na zona sul (Ribeiro, 1984). As
holuturias ocorrem na Inhaca e em Inhassoro. Existem duas espécies de
ostras, uma associada a ecossistemas de ervas marinhas e outra a rocha.

 Peixes

O potencial de peixes demersais é estimado em cerca de 51 000 toneladas


por ano, e ocorrem em profundidades menores de 200 m (Satre e Silva,
1979). As principais espécies incluem os robalos, marecos, pedra e
garoupas. Os pelágicos subdividem-se em pequenos e grandes pelágicos.
Os pequenos pelágicos se distribuem por profundidades inferiores a 200 m,
e incluem as espécies de carapau, cavala, sardinhas e anchova.

Os grandes pelágicos distribuem-se por toda a extensão da ZZE de


Moçambique e incluem o atum, veleiro, tubarão, entre outros (Moreira Rato,
1985, Simões, 1984 e 1985).

 Os Recifes de Coral
Calcula-se que cerca de 60 % das pescarias de subsistência em
Moçambique, a chamada pesca artesanal, tenha como base os corais,
localizados essencialmente a norte do País. Os corais são conjuntos de
diminutos animais que formam colónias em zonas de águas muita limpas e
pouco produtivas, formando verdadeiras cidades submersas que se tornam
o centro de atracção de milhares de espécies de animais e plantas.

Acropora, Montipora e Porites são os géneros mais abundantes de corais


duros e Sinularia, Lobophytum de corais moles. Foram já identificadas
cerca de 800 espécies de peixes de recife. Estima-se que os recifes de
coral em Moçambique ocupem uma área entre 1 290 Km² e 2 500 Km2. Os
recifes de coral constituem uma das principais atracções na indústria de
turismo. Este ecossistema é uma importante fonte de recursos biológicos
no que se refere à sua complexa biodiversidade e é a base das pescarias
tropicais e ecoturismo marinho.

 Tapetes de Ervas
As ervas marinhas são o único grupo de plantas florescentes subaquáticas
no ambiente marinho. Elas desenvolvem-se em habitats costeiros de pouca
profundidade. Tal como as ervas terrestres das quais são originárias, as
ervas marinhas possuem ramos erectos com folhas e raízes ou rizomas.
A importância dos tapetes de ervas reside em muitos factores, entre os
quais servir de refúgio, habitat e alimento de muitas espécies de animais
marinhas, incluindo peixes, invertebrados, tartarugas e dugongos. Os
tapetes de ervas marinhas também produzem sedimentos e interagem com
recifes de coral e mangais ao reduzirem a energia das ondas e regulando o
fluxo de água.
São dez as espécies de ervas marinhas em Moçambique nomeadamente,
sendo distribuidas por todo o país com especial incidência para a zona
norte, Arquipélago do Bazaruto e Baía de Maputo.

Principais Ameaças à biodiversidade marinha

As grandes concentrações populacionais e o desenvolvimento de algumas


actividades económicas ao longo da costa moçambicana têm originado
uma grande pressão sobre os ecossistemas costeiros e marinhos, e os
recursos associados. Para além disto, este cenário é agravado pela fraca
capacidade institucional para levar a bom termo uma planificação e
coordenação das actividades económicas que decorrem nestas áreas.

Os problemas na zona marinha e costeira podem ser agrupados em quatro


categorias (Tabela 2) inclui a erosão e a sedimentação devido a acção do
homem (modificação dos cursos dos rios, construções e actividade mineira
ao longo da linha da costa); Destruição de ecossistemas e habitats, devido
a actividades humanas ao longo da zona costeira, que tem causado a
degradação de mangal, corais, dunas costeiras; deficiências no
manuseamento e conservação do pescado, o que tem contribuído para a
redução do valor do peixe, baixa receita e consequentemente a sobre -
exploração; Poluição costeira, associada à actividade industrial, produção
agrícola e descargas domésticas, incluindo resíduos sólidos e águas de
esgoto, e a energia, caracterizada pela fraca distribuição e custo elevado
de operação de energia eléctrica convencional, o que resulta no usos
excessivo da energia de biomassa, o que tem originado o
desflorestamento.
Tabela 7. Resumo dos problemas ambientais, suas causas e impacto

Problemas Causas Impacto


Erosão costeira - Fenómenos - Destruição de Infra-estruturas
antropogénicos (destruição sócio económicas (casas, vias de
das dunas, abate e acesso)
destruição do mangal, - Aumento de inundações
extracção de areia e
Intrusão salina
saibro, turismo
- Destruição e perda de habitats
descontrolado)
Assoreamento
- Chuvas torrenciais Ventos
fortes - Acção das ondas e - Desgaste e empobrecimento
das correntes de marés dos solos

- Poluição da água

- Alteração da configuração da
linha da costa

- Destruição de culturas
- Perda de investimentos

Desflorestamento - Procura de material para - Destruição de habitats e


de florestas construção (estacas) e redução da biodiversidade
costeiras para combustível lenhoso
- Aceleração da erosão
(com ênfase na (lenha e carvão) - Fraca produtividade ecológica
floresta do mangal) - Fonte de subsistência
- Redução dos recursos
- Queimadas pesqueiros
descontroladas (praticas
- Empobrecimento dos solos
inadequadas de agricultura
- Baixo rendimento agrícola
e caça)
- Redução de receitas de caça

- Desertificação
- Alteração do micro - clima
- Deterioração e redução do valor
Conservação do - Centro de pescas
pescado distantes dos mercados do pescado
- Empobrecimento dos
- Falta de congeladores
pescadores
- Deficiências na
distribuição da rede - Uso de redes de malha proibida
eléctrica - Sobre - pesca

Poluição marinha - Água de esgotos, - Contaminação das águas


efluentes urbanos
- Destruição dos ecossistemas
- Descarga de resíduos - Contaminação da fauna e flora
industriais
marinha
- Uso de agro – químicos, - Redução de divisas (Turismo, -
- Água de lastro Pescas,

- Acidente de navios - Transporte)


- Proliferação e disseminação de
- Dragagens
epidemias
- Fecalismo a céu aberto
Energia
- Fraca distribuição da rede - Poucas pessoas acedem a
eléctrica energia eléctrica convencional

- Custos elevados pelo - Uso excessivo de energia de


consumo de energia biomassa dando origem a
eléctrica desflorestamento

- Fraca capacidade de
conservação do pescado

Fonte: MICOA, 2006

Principais impactos das actividades humanas no ecossistema


marinho

A contínua interferência das actividades humanas nos sistemas aquáticos


continentais produzem impactos directos ou indirectos, com consequência
para a qualidade da água, a biota aquática e o funcionamento de lagos,
rios e represas.
Desmatamento - perda da zona tampão entre sistemas terrestres e
aquáticos, aumento do material particular em suspensão na água, perda
de florestas ripárias e hábitats para as aves aquáticas, alterações na
composição do sedimento dos sistemas aquáticos.

Mineração - actividades de mineração de ouro, areia e bauxita


produziram alterações físicas e químicas extremamente elevadas nos
sistemas. Acúmulo de mercúrio tem sido outro problema grave como
consequência da mineração de ouro.

Construção de rodovias e ferrovias - remoção de áreas alagadas e


florestas, alterações nos rios e lagos ao longo de obras rodoviárias e
ferroviárias.

Despejo de material residual - material residual proveniente de fontes


orgânicas e inorgânicas, resultantes de actividades industriais, agrícolas
ou de resíduos domésticos, é outra fonte extremamente importante de
poluição e contaminação. Deve-se distinguir entre fontes pontuais e não
pontuais de poluentes e contaminação.

Remoções de espécies críticas - espécies críticas que têm uma


importância fundamental para as cadeias alimentares, ou para a
manutenção da biodiversidade sustentada dos ecossitemas aquáticos,
podem ser removidas por pressão de pesca, caça ou poluição, produzindo
grandes transformações no sistema.

A remoção de várias espécies de vegetação ripária, produz muitas


alterações no sistema aquático. Por exemplo, a remoção de espécies de
vegetação, cujos frutos servem de alimento para peixes, pode causar
alterações fundamentais na estrutura da comunidade biológica em
ecossistemas aquáticos.

Construção de reservatórios - a construção de reservatórios de


represas produz inúmeros impactos no sistema, com alterações
qualitativas e quantitativas. Como consequência destes impactos, os
sistemas aquáticos passam por inúmeras alterações e mudanças
estruturais e funcionais.
Consequências dos impactos

Os impactos acima descritos, produzem inúmeras alterações nos


ecossistemas aquáticos, que causam modificações directas ou com
efeitos indirectos. As avaliações qualitativas e quantitativas destes
impactos são parte muito importante dos futuros estudos, diagnósticos, e
acções estratégicas na pesquisa ambiental.

Eutrofização - o resultado das inúmeras descargas de água


contaminada, poluída, com alta concentração de Nitrogénio e Fósforo, é
um processo acelerado de eutrofização cultural (ou seja, produzida pelas
actividades humanas). Eutrofização acelera o aumento de matéria
orgânica nos sistemas, produz concentrações indesejáveis de fitoplâncton
(com predominância de Cianofíceas), e macrófitas aquáticas (geralmente
Eichornia crassipes e Pistia stratioides) e promovem um aumento de
doenças de veiculação hídrica. O desenvolvimento das actividades
humanas nas bacias hidrográficas, tem aumentando as funções de
transferências de sistemas terrestres para sistemas aquáticos, e
acelerado os coeficientes de exportação. Perdas de solo, podem atingir
20 toneladas/ha/ano. Acúmulo de Fósforo no sedimento é comum.

Aumento de material em suspensão e assoreamento - o uso


inadequado do solo e práticas agrícolas antiquadas, produzem um
enorme impacto nos sistemas aquáticos. Há um aumento considerável do
material em suspensão: redução da zona eufótica; redução da
concentração de oxigénio dissolvido na água; redução da produção
primária fitoplanctônica; mortalidade em massa de macrófitas e
mortalidade em massa de peixes. Além disso, ocorre um assoreamento
rápido, diminuindo a capacidade de usos dos lagos e represas.

Perda da diversidade biológica - a redução drástica da diversidade


biológica em muitos sistemas, produz alterações substanciais nas cadeias
tróficas e mudanças na estrutura e função dos sistemas aquáticos. Por
exemplo a remoção de macrófitas aquáticas, emersas ou submersas das
áreas alagadas, interfere com a capacidade de desnitrificação do sistema.
Alterações no nível da água e no ciclo hidrológico - uma das
consequências mais drásticas das modificações produzidas pelos
impactos, é a diminuição da altura do nível da água com efeitos nos rios,
nos lagos adjacentes e lagoas marginais, nas águas subterrâneas e nas
florestas ripárias ao longo de rios e áreas alagadas.

Perda da capacidade tampão - áreas alagadas, florestas ripárias,


interfaces entre sistemas terrestre e aquáticos, são regiões tampão que
removem nitrogênio (por desnitrificação) e fósforo (por precipitação e
complexão no sedimento e agradado em partículas às raízes de
macrófitas). Além disso, precipitam metais pesados e complexam estes
elementos. Removem material em suspensão, impedindo seu transporte
para os sistemas aquáticos. O desaparecimento destas regiões tampão,
por remoção, mortalidade por contaminação excessiva, alteração do
regime hidrológico, e outras causas acelera a deterioração dos sistemas
aquáticos.

Expansão geográfica de doenças tropicais de veiculação hídrica - a


construção de reservatórios, canais, e mudanças no regime dos rios e
áreas alagadas, produz muitos impactos relacionados com a expansão de
vectores de doenças tropicais como a esquistossomose, a leishmaniose e
doenças entéricas como cólera, amebíase, e outras.

Toxicidade - Esta contaminação é consequência dos usos de pesticidas,


herbicidas, poluição atmosférica e também em algumas regiões de chuva
ácida.
Sumário
Ecossistemas marinhos referem-se aos ecossistemas presentes nas regiões sob
influência da água do mar, como oceanos e sua zona costeira.

Dos factores que condicionam os ecossistemas marinhos, temos a destacar: a


pressão, que aumenta com a profundidade; a temperatura, a iluminação, o
oxigénio dissolvido na água.

Os ecossistemas marinhos estão sujeitos a vários problemas. Porem, um dos


principais problemas que atingem os ecossistemas próximos do litoral é
precisamente a concentração populacional. No caso dos corais (seres frágeis e
belos, próprios de águas tropicais pouco profundas e com pouco hidrodinâmico,
encontrando-se uma enorme variedade de espécies marinhas à superfície, onde
abunda mais oxigénio) a sua destruição é provocada pela exploração de
mergulhadores e turistas que retiram material para vender ou coleccionar, mas
principalmente pela poluição das águas dos próprios oceanos.

Esses problemas causam impactos que produzem inúmeras alterações nos


ecossistemas marinhos, que causam modificações directas ou com efeitos
indirectos.

Exercícios
1. Fale da importancia dos ecossistemas marinhos para a vida.
2. Quais são as ameaças a que os ecossistemas marinhos estão
sujeitos?

3. Quais as consequências das actividades humanas sobre os


ecossistemas marinhos em Moçambique.

Entregar os exercícios 1, 2 e 3 desta Unidade.


Unidade XXIII
Ecossistemas de água doce

Introdução
Os ecossistemas aquáticos podem ser divididos em ecossistemas de
água salgada e ecossistemas de água doce. Nesta Unidade, iremos falar
dos ecossistemas aquáticos, mas concretamente os da água da doce
bem como das suas características.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conhecer os ecossistemas da água doce.


 Compreender a importância dos ecossistemas da água doce.
 Identificar as ameaças a que estão expostos os ecossistemas da água
Objectivos
doce.

Ecossistemas das águas doces ou límnicos

Os límnicos ou limnociclo correspondem aos ecossistemas das águas


doces, que são os rios, riachos, lagos, lagoas, represas e outros. É o
menor dos ecossistemas aquáticos e possuem alguns caracteres como:
pequena profundidade em relação aos mares em geral, cerca de apenas
350 metros; com temperatura bem mais variável se comparada aos
oceanos e mares; possuem baixa salinidade, em média 18g/l e menor
penetração de luz solar.
Fig. Lago

Fonte: Ecossistemas aquáticos, 2009

A flora desses ecossistemas é formada por Angiospermas e pelas algas


verdes. A fauna é representada por anfíbios, peixes, vermes etc; alguns
animais como as tartarugas, as aranhas, certos insectos eram terrestres e
passaram para as águas doces, houve também o contrário, a exemplo
dos anfíbios.

O límnico pode ser dividido em dois grupos chamados de Províncias ou


ecossistemas Lênticos e Províncias ou ecossistemas Lóticos. O
ecossistema Lêntico corresponde às águas doces paradas como os lagos,
lagoas, lagunas, represas, pântanos etc, onde habitam: minhocas,
crustáceos, algas, anfíbios, plantas flutuantes e emersas.

Nos pântanos, os animais estão sujeitos às mudanças climáticas; os


vegetais superiores podem apresentar raízes respiratórias, Nas águas
subterrâneas, a fauna apresenta olhos atrofiados ou totalmente cegos,
apresentam cores fortes na pele e o tato muito desenvolvido.
Fig. Vegetação do pântano mostrando as raízes respiratórias

Fonte: Ecossistemas aquáticos, 2009

Este tipo de ecossistema é constituído pelos rios, riachos, córregos, lagos


e lagoas caracterizando uma enorme biodiversidade de espécies vegetais
e animais. Tais ecossistemas também proporcionam oferta de alimentos
através da produção de peixes.

O ecossistema Lótico corresponde as águas correntes. A flora é variável,


com inúmeras espécies de algas de água doce. Os animais para vencer
as correntes dos rios são bons nadadores, outros apresentam órgãos de fi
xação como as sanguessugas, carrapatos, alguns insectos.

Existe ainda um tipo de ecossistema chamado fitolimno, que corresponde


às águas retidas nas folhas das bromélias ou nos ocos dos troncos de
árvores. Nessas águas paradas formam um verdadeiro ecossistema,
vivendo aí as larvas de insectos variados, pequenos crustáceos, algas,
cogumelos, líquenes e planarias.

Os lagos são considerados locais de águas paradas, pois não apresentam


correntezas, como os oceanos e os rios. No entanto, lagos podem
apresentar movimentos verticais periódicos em suas massas de águas
superficiais e profundas. Seu padrão de circulação vertical depende
especialmente da temperatura ao longo das estações do ano.

Nos ecossistemas lóticos, como os rios, o constante movimento das


águas formando correntes determina um ambiente rico, verticalmente
mais homogéneo em termos de temperatura, oxigénio e nutrientes
minerais.

As características dos organismos dos rios dependem da velocidade das


correntes de água. Em águas rápidas praticamente não há plâncton.
Nesses locais existem pequenas algas e musgos aderidos à superfície
das pedras, além de animais invertebrados com o corpo achatado, uma
característica que lhes permite viver sob as pedras. Há ainda animais que
nadam livremente e outros com estruturas especiais, de fixação às
pedras, não sendo arrastados pelos correntes, como, por exemplo, as
larvas do borrachudo.

O declínio dos ecossistemas de água doce


Em um mundo onde os recursos naturais são intensamente explorados e
vitais a sobrevivência aos seres humanos, quanto tempo esses
ecossistemas suportarão?

Os ecossistemas de água doce englobam rios, lagos e pântanos e grande


parte deles se encontram ameaçados de alguma forma, 34% das
espécies de peixes de água doce se encontram ameaçados de extinção,
segundo os dados do IUNC entidade que monitora a biodiversidade do
planeta.

Os ecossistemas de água doce representam somente 1% da superfície da


terra, mas mesmo assim já perderam mais espécies e habitas que a terra
e os oceanos e ainda devem perder mais devido às ameaças por
introdução de exóticos, represamentos e poluição e outros.
Biodiversidade

Apesar de toda essa desproporção os ecossistemas de água doce ainda


concentram a maior diversidade de espécies do mundo, só para se ter
idéia só o rio Amazonas possui mais de 3.000 espécies de peixes e ainda
provavelmente existam muito mais a descobrir, lagos como o Malawi que
detêm 50% dos Ciclídeos do mundo ou o Vitória que tem sofrido com
danos ambientais e mesmo assim possui 350 espécies de Ciclídeos
endémicos, o rio Mississipi nos Estados Unidos da América possui mais
de 300 espécies de mexilhões de água doce, finalizando esses
ecossistemas possuem 40% dos peixes existentes no planeta e 12% de
animais no geral, como muitas espécies estão restritas a áreas pequenas
estão consequentemente vulneráveis a distúrbios.

Ecossistema de água doce: Apresenta a formação, a partir da água da


chuva, das corredeiras, riachos, rios e lagos além dos tipos de
vegetação e de animais que integram a cadeia alimentar. Musgos,
insectos, peixes, sapos, tartarugas e aves são exemplos de seres vivos
que integram este ecossistema.

Ecossistema de água doce. Os rios e lagos que formam ecossistemas de


água doce são considerados o meio de vida natural mais ameaçado do
planeta. Embora ocupem apenas 1% da superfície terrestre, os
ecossistemas de água doces abrigam cerca de 40% das espécies de
peixes e 12% dos demais animais. Só o rio Amazonas possui mais de três
mil tipos de peixes.

Conforme o World Resources Institute (WRI), a construção de represas e


a canalização de rios constituem as duas maiores ameaças a manutenção
da vida nos rios e lagos. De 1950 até hoje, o número de grandes
barragens no mundo cresceu de 5.270 para mais de 36.500. Entre os
exemplos de impacto que tais obras provocam no meio ambiente está a
construção da represa de Pak Mum, na Tailândia, no início dos anos 90,
que levou a extinção cerca de 150 espécies de peixes do rio Mum.

O trabalho de drenagem, de barragem e a poluição agrícola, urbana e


industrial estão colocando em risco o equilíbrio ambiental nos estuários e
mangues. E isso é tão mais grave quando se sabe que a vida das
espécies marinhas depende de 70% desses locais, onde têm seus habitat
e se reproduzem. A mistura de água doce e salgada, necessária para a
reprodução dessas espécies, está sendo dificultada pelas barragens, que
impedem a chegada da água dos rios aos estuários. Outra conduta
denunciada pelos ambientalistas é o uso do tributil de estanho (TBT),
aplicado como revestimento dos cascos dos navios para impedir que
algas e outros organismos se agarrem às embarcações. Essa substância
envenena o sistema biológico dos animais, originando mutações e
condenando espécies à extinção.

As estimativas sobre a extinção de espécies são confiáveis, porque


partem de uma amostragem dos 102 exemplares mais importantes de
cada um dos ecossistemas. É dessa forma que o relatório Planeta Vivo
detecta o declínio geral do acervo vivo de espécies entre 1970 e 1995.
Dos 102 exemplares de peixes de água doce escolhido para
monitoramento, 35% desapareceram no período estudado. Na amostra
das 102 espécies marinhas, a perda ainda é maior, 45%.

Volume de água doce dos rios por continentes:


Oceania: 24 km3.
Europa: 76 km3.
Africa: 184 km3.
America do norte: 236 km3.
Ásia: 533 km3.
America do sul: 946 km3.

Impacto ambiental

A grande maioria dos seres humanos vivem e dependem desses


ecossistemas, são fonte de água, alimentação e trabalho para muitos, a
pesca predatória, irrigação da agricultura e outras actividades como a
navegação, estão de alguma forma contribuindo para a degradação
desses ecossistemas.

O represamento também tem criado forte impacto nesses ecossistemas,


desde a década de 70 quando foi criada a represa de Aswam no Egipto,
que a quantidade de peixes pescadas comercialmente no rio Nilo tem
caído ano após ano da mesma forma que no rio Rhine depois de 100
anos de obras de canalização para navegação fizeram quase que
desaparecer os Salmões.

Outra mostra do impacto que o represamento causa e no sudeste


Asiático, no rio Mekong e seus tributários mostram como vulneráveis
podem ser esses ecossistemas, após a construção da represa de Mum na
Tailândia as 150 espécies de peixes (sendo muitos deles anuais)
desapareceram.

Na América do sul a construção de hidrovias podem ameaçar


ecossistemas delicados como o Pantanal, que possui mais 600 espécies
de peixes e mais de 90.000 espécies de plantas.

Outras fontes de degradação

 Os poluentes industriais lançados em rios e córregos.


 Pesticidas usados na agricultura.
 A competição de espécies exóticas com as nativas.
 Erosão do solo por desmatamento das margens dos rios.

Uma luz no fim do túnel

Em respostas a essas varias ameaças, órgãos governamentais, ONG’s e


as Nações Unidas têm concordado que sem a protecção desses
ecossistemas a vida no planeta estará comprometida, existem vários
programas de conservação e recuperação desses ecossistemas. Como
recuperação de nascentes e maior controlo das actividades em torno
desses ecossistemas.

Mesmo assim peritos afirmam e forçam que e necessárias acções


coordenadas pela O.N.U. urgente no sentido de proteger esses
ecossistemas.

Sumário
Vimos nesta unidade como são divididos os ecossistemas da água doce, bem
como das suas características.

Os ecossistemas de água doce podem ser divididos em duas categorias,


nomeadamente, ecossistemas lênticos: formados por lagos, lagoas e poças e
caracterizados por águas paradas e ecossistemas lóticos: formados pelos rios,
que têm água em movimento.

Porém, estes ecossistemas estão em constante declínio devido às ameaças por


introdução de exóticos, represamentos e poluição e outros.

É também devido aos poluentes industriais lançados em rios e córregos,


pesticidas usados na agricultura, a competição de espécies exóticas com as
nativas e a erosão do solo por desmatamento das margens dos rios.

Exercícios
1. Identifique os ecossistemas da água doce e suas caracteristicas.
2. Qual é a importância dos ecossistemas da água doce.
3. Identifique as ameaças sobre os ecossistemas da água doce.

Entregar os exercícios 1, 2 e 3 desta Unidade.


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