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Direito Constitucional | 2ª ed. 

SUMÁRIO

1. Direito Constitucional
2. Constituição
2.1 Classificação Dogmática das Constituições
2.2 Classificação da Constituição Federal Brasileira
2.3 Objeto

3. Aplicabilidade das Normas Constitucionais

4. Controle de Constitucionalidade
4.1 Fundamentos do Controle de Constitucionalidade
4.2 Inconstitucionalidade
4.3 Formas de Inconstitucionalidade
4.4 Distinção entre Ação de Inconstitucionalidade por Omissão e Mandado de Injunção
4.5 Sistema de Controle de Constitucionalidade
4.6 Sistema Brasileiro de Controle de Constitucionalidade
4.7 Critérios de Exercício de Controle de Constitucionalidade
4.8 Competência para propor Ação Direta de Inconstitucionalidade e Ação Declaratória de
Constitucionalidade
4.9 Efeitos da Declaração de Inconstitucionalidade
4.10 Eficácia da Sentença que decida a Inconstitucionalidade
4.11 Espécies de Ações de Inconstitucionalidade

5. Federalismo
5.1 União
5.2 Estados Federados
5.3 Municípios
5.4 Distrito Federal

6. Poder Constituinte
6.1 Poder Constituinte Originário
6.2 Poder Constituinte Derivado

7. Poder de Reforma da Constituição


7.1 Emenda Constitucional
7.2 Limitação às Emendas Constitucionais

8. Repartição de Competências
8.1 Espécies de Competências
8.2 Modelos de Repartição de Competências
8.3 Princípio adotado pela Constituição Federal de 1988 para Repartição de Competências

9. Organização dos Poderes


9.1 Poder Legislativo
9.2 Poder Executivo
9.3 Poder Judiciário

10. Remédios Constitucionais

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Direito Constitucional | 2ª ed. 

1. DIREITO CONSTITUCIONAL

É o ramo do direito público interno destinado a analisar e interpretar as normas constitucionais, os princípios
e normas fundamentais do Estado. Tem por função regulamentar e delimitar o poder estatal e de garantir os
direitos considerados fundamentais e por objeto o estudo das normas que integram a constituição política
do Estado.

2. CONSTITUIÇÃO

Considerada a lei fundamental do Estado, consiste ​no sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras,
que regem a forma do Estado e de seu Governo, o modo de aquisição e o exercício do poder​, ​além de
estabelecer seus órgãos ​e os limites de ação destes​. ​Define os direitos fundamentais dos cidadãos e as
respectivas garantias.​

A Constituição Federal contém duas partes distintas:

❖ Disposições permanentes

❖ Disposições transitórias.

As disposições transitórias integram a Constituição, possuindo a mesma rigidez e a mesma eficácia das
disposições permanentes, ainda que por um período limitado.

Os atos transitórios podem ser alterados seguindo-se o mesmo procedimento de alteração dos dispositivos
presentes no corpo da Constituição, por emenda constitucional.

Preâmbulo Constitucional

É a parte introdutória que contém a enunciação de certos princípios, os quais refletem a síntese da posição
ideológica do constituinte. O preâmbulo caracteriza-se como um importante elemento de interpretação das
normas constitucionais.

O preâmbulo é parte integrante da Constituição Federal, tendo em vista que sua redação foi objeto de
votação, assim como todos os artigos do texto constitucional.

Contudo, segundo entendimento do STJ, o preâmbulo não possui força normativa, não serve como
parâmetro do Controle de Constitucionalidade das Leis, tão pouco é de observância obrigatória no âmbito
das Constituições Estaduais.

2.1. CLASSIFICAÇÃO DOGMÁTICA DAS CONSTITUIÇÕES

❖ Quanto ao conteúdo: ​materiais e ​ ​formais​;


❖ Quanto à forma: ​escritas​ e ​não escritas​;
❖ Quanto ao modo de elaboração: ​dogmáticas e ​ ​históricas​;
❖ Quanto à origem: ​populares (democráticas) ​ou​ outorgadas​;
❖ Quanto à estabilidade: ​rígidas​, ​flexíveis​ e ​semi​ rígidas.

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2.2 CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA

❖ Quanto ao conteúdo: ​formal


❖ Quanto à forma: ​escrita
❖ Quanto ao modo de elaboração: ​dogmática
❖ Quanto à origem: ​popular/democrática
❖ Quanto à estabilidade: ​rígida

Constituição formal: ​peculiar modo de existir do Estado, reduzido, sob forma escrita, a um documento
solenemente estabelecido pelo Poder Constituinte e somente modificável por processos e formalidades
especiais estabelecidos na própria constituição.

Constituição escrita: ​codificada e sistematizada num texto único, elaborado por um órgão constituinte,
encerrando todas as normas tidas como fundamentais sobre a estrutura do Estado, a organização dos
poderes constituídos, seu modo de exercício e limites de atuação e os direitos fundamentais.

Constituição dogmática: escrita e elaborada por um órgão constituinte, sistematizando os dogmas ou as


ideias fundamentais da teoria política e do direito dominante naquele momento.

Constituição popular/democrática e promulgada: ​origina-se de um órgão constituinte composto de


representantes do povo, eleitos para o fim de elaborar e estabelecer a constituição. No caso do Brasil, a
Assembleia Nacional Constituinte foi eleita e ​promulgou​ a CF/88).

Constituição rígida: ​somente modificada mediante processos, solenidades e exigências formais especiais1,
diferentes e mais difíceis que os de formação das leis ordinárias ou complementares.

2.3 OBJETO

Estabelecer a estrutura do Estado, a organização de seus órgãos, o modo de aquisição do poder e a forma
de seu exercício, limites de sua atuação, assegurar os direitos e garantias dos indivíduos (individuais e
coletivos), fixar o regime político e disciplinar os fins sócio-econômicos do Estado, bem como os
fundamentos dos direitos econômicos, sociais e culturais.

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CF/88. “Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos
membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da
metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela
maioria relativa de seus membros. § 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. § 2º - A proposta será discutida e votada em
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três
quintos dos votos dos respectivos membros. § 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. § 4º - Não será objeto
de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto,
secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. § 5º - A
matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova
proposta na mesma sessão legislativa”.

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3. APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS

Todas as normas constitucionais têm ​eficácia no plano abstrato​, isto é, independem de terem sido
regulamentadas.

Quanto à sua eficácia, as normas constitucionais classificam-se em:

❖ Plena​: produzem a plenitude dos seus efeitos, independentemente de regulamentação ou


complementação por norma infraconstitucional2l. São as normas de aplicabilidade ​direta,​ ​imediata e
integral3.

❖ Contida ou ​Redutíve​l ou ​Restringíve​l: apesar de não dependerem de regulamentação, as normas


constitucionais podem ter reduzido o seu alcance pela atividade do legislador ordinário, em virtude de
autorização constitucional4.

Têm aplicabilidade ​direta​, ​imediata e ​integral,​ mas o seu alcance poderá ser reduzido em razão da
existência na própria norma de uma ​cláusula expressa ​de redutibilidade5 ou em razão dos ​princípios da
proporcionalidade e razoabilidade6. Nas normas contidas há uma redução de seu alcance.

❖ Limitada​: não produzem a plenitude de seus efeitos, dependendo de regulamentação para terem plena
eficácia. Norma constitucional não regulamentada caracteriza “inconstitucionalidade por omissão”7. A

2
Normas infraconstitucionais são as normas legais e administrativas que estão dispostas abaixo da
Constituição.
3
Exemplo: CF/88. “Art. 2. São poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o
Executivo e o Judiciário”. “Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.
§ 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. § 2º -
Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios”.
4
CF/88. “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício
ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; [...]”.
5
​Cláusula expressa de redutibilidade​: O legislador poderá contrariar ou excepcionar o que está previsto na
norma constitucional contida, pois há na própria norma uma cláusula de redutibilidade. Exemplo: CF/88.
Art.5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança
e à propriedade, nos termos seguintes: [...] LVIII - o civilmente identificado não será submetido a
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;[...]”. A Lei n. 12.037, de 2009 (Identificação
criminal do civilmente identificado) restringiu aquela norma constitucional.
6
​Princípios da proporcionalidade e razoabilidade:​ Mesmo que não exista norma que contenha uma cláusula
expressa de redutibilidade, o legislador poderá reduzi-la baseado nos princípios da proporcionalidade e
razoabilidade. Exemplo: CF/88. Art. 5º [...]: LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em
julgado de sentença penal condenatória; [...]. O art. 59 da Lei n. 11.343, de 2006 (Lei que instituiu o Sistema
Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – Sisnad) determina que nos “crimes previstos nos artigos 33,
caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e
de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória”.
7
CF/88. “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...]VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos
limites definidos em lei específica; [...]”.

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regulamentação pode derivar de mandado de injunção e de Ação Declaratória de Inconstitucionalidade


(ADIN) por omissão;

Nas normas de eficácia limitada, há uma ampliação da eficácia e aplicabilidade.

4​. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Controle de constitucionalidade é a defesa da Constituição, observando seus valores, para afastar os que
lhe são impróprios. É a manutenção dos valores que presidem a sociedade, pela exclusão de escolhas
feitas contra os princípios comuns.

4​.1 FUNDAMENTOS DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

❖ Princípio da Supremacia da Constituição​: Todas as normas que integram a ordenação jurídica nacional
só serão válidas se se conformarem com as normas constitucionais federais. Assim, no caso de conflito
de normas prevalece a norma constitucional.

❖ Rigidez Constitucional: ​Por ser rígida, toda autoridade só encontra fundamento na constituição e só ela
confere poderes, atribuições e competências governamentais. A Constituição Brasileira é ​rígida​, por
isso de difícil modificação. (Vide art. 60, § 2º).

4​.2 INCONSTITUCIONALIDADE

Toda inconstitucionalidade deve ser excluída do ordenamento jurídico, porque representa uma negação
dele, e a inconstitucionalidade justifica o controle de normas e atos.

Desse modo, a conformidade com os ditames constitucionais vai além da atuação positiva, uma vez que a
omissão na aplicação das normas, quando determinado pela Constituição, constitui conduta
inconstitucional.

Portanto, inconstitucionalidade é a contrariedade à Constituição Federal, à Constituição Estadual, à Lei


Orgânica do Distrito Federal. Entretanto, não há inconstitucionalidade se houver contrariedade à Lei
Orgânica de um Município.

4​.3 FORMAS DE INCONSTITUCIONALIDADE

Podem ser classificadas em:

❖ Inconstitucionalidade por Ação:​ advém da produção de atos legislativos ou administrativos que


contrariem normas ou princípios constitucionais.

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As normas devem observar a verticalidade, isto é, as inferiores só valem se compatíveis com as


superiores. Constatada a incompatibilidade, diz-se que a norma é inconstitucional.

❖ Inconstitucionalidade por Omissão:​ ocorre quando o legislador constitucional incumbiu o legislador


ordinário ou complementar a praticar atos requeridos para tornar aplicáveis normas constitucionais e o
direito não foi realizado por omissão do legislador.

Neste caso caracteriza-se inconstitucional e é pressuposto para a propositura de ​ação de


inconstitucionalidade por omissão.

A Ação Declaratória de Inconstitucionalidade por omissão objetiva a emissão de uma lei ou de um ato
administrativo normativo destinados a proceder à regulamentação de uma norma constitucional que
não possui auto-executividade.

Preceitua o art. 103, § 2º da CF/88:

Art. 103. Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma
constitucional, será dada ciência ao poder competente para a adoção das providências necessárias e,
em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.

4.4 DISTINÇÃO ENTRE AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO E MANDADO DE


INJUNÇÃO

Com a finalidade de remediar a omissão regulamentadora da norma constitucional dotada de efeito limitado,
a Constituição de 1988 criou uma ação constitucional denominada de ​mandado de injunção.​

O artigo 5º, inciso LXXI prescreve que: “​conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania”​ .

A Lei 13.300/2016 veio disciplinar o processo e o julgamento dos mandados de injunção individual e
coletivo. O artigo 2º diz que conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de
norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.

❖ Ação de inconstitucionalidade por omissão​: se inscreve no contencioso jurisdicional abstrato de


competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal e, declarada a inconstitucionalidade por omissão, será
dada ciência ao poder competente para a adoção das providências necessárias, nos termos do art. 103, §
2º da CF/88.

O art. 12-H da Lei n. 9.868/99 que dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de
inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal
estabelece que:

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Art. 12-H. Declarada a inconstitucionalidade por omissão, com observância do disposto no art. 22,
será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias. ​(Incluído pela
Lei nº 12.063, de 2009).

§ 1​o​ Em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências deverão ser adotadas
no prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal,
tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido. ​(Incluído pela
Lei nº 12.063, de 2009).

§ 2​o​ Aplica-se à decisão da ação direta de inconstitucionalidade por omissão, no que couber, o
disposto no Capítulo IV desta Lei. ​(Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009).

Art. 8​o​ Lei 13.300: Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para:
I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora;
II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das
prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover
ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado.

❖ Mandado de Injunção​: reconhecendo o juiz ou tribunal que o direito que a constituição concede é
ineficaz ou inviável em razão da ausência de norma infraconstitucional, o juiz ou o tribunal, por força do
próprio mandado de injunção, fará a integração do direito à ordem jurídica, tornando-o eficaz e passível de
ser exercido.

4.​ 5 SISTEMA DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

O sistema de controle de constitucionalidade tem a finalidade de defender a supremacia constitucional


contra as inconstitucionalidades, e objetiva estabelecer:

❖ Controle Político​: quando entrega a verificação de inconstitucionalidade a órgão de natureza política.


Quem exerce o controle político é o Poder Legislativo, por meio das Comissões, e o Poder Executivo
por meio do Veto Político e do Veto Jurídico.

❖ Jurisdicional:​ quando a Constituição outorga ao Judiciário a faculdade de declarar a


inconstitucionalidade de lei ou outros atos de Poder Público;

❖ Misto: r​ ealiza-se quando a constituição submete certas categorias de lei ao controle político e outras
ao controle jurisdicional.

4.​ 6 SISTEMA BRASILEIRO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Conforme a Constituição Federal, o sistema brasileiro de controle de constitucionalidade adota:

❖ A inconstitucionalidade por ação ou omissão;

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❖ O controle é jurisdicional e o exercício do controle por via de exceção e por ação direta de
inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade

❖ Combina os critérios difuso e concentrado, este de competência do STF.

❖ Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão
especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público
(Art. 97).

4.​ 7 CRITÉRIOS DE EXERCÍCIO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

❖ Controle difuso:​ permite que qualquer juiz ou tribunal reconheça a inconstitucionalidade de


determinado ato jurídico.

❖ Controle concentrado:​ ​é o tipo de controle feito apenas por um órgão, cuja função é unicamente a de
versar sobre a constitucionalidade de leis.

No controle concentrado é necessário demonstrar relevante interesse público e a manifestação de 2/3


do tribunal.

Há mudança dos efeitos do ​ex tunc​ para o ​ex nunc​.

Admite-se a participação de pessoa estranha à causa para contribuir para a solução da lide (​amicus
curiae)​.

4.​ 8 COMPETÊNCIA PARA PROPOR AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE E AÇÃO


DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE

De acordo com o artigo 103 da CF/88, e de acordo com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004, são competentes para propor ação direta de inconstitucionalidade e ação direta de
constitucionalidade:

❖ Presidente da República;

❖ Mesa do Senado Federal;

❖ Mesa da Câmara dos Deputados;

❖ Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;

❖ Governador de Estado ou do Distrito Federal;

❖ Procurador-Geral da República;

❖ Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

❖ Partido político com representação no Congresso Nacional;

❖ Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

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OBS​: O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade
e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.

4.​ 9 EFEITOS DA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE

❖ Declaração de inconstitucionalidade na via indireta - ​não anula a lei nem a revoga; teoricamente a
lei continua em vigor, eficaz e aplicável, até que o Senado Federal suspenda sua executoriedade (art.
52, X).

❖ Declaração de inconstitucionalidade na via direta ​- importa suprimir a eficácia e aplicabilidade da lei


ou ato.

4.10 EFICÁCIA DA SENTENÇA QUE DECIDE A INCONSTITUCIONALIDADE

A) Na via de exceção​:

❖ Resolve-se pelos princípios processuais.

❖ A arguição de inconstitucionalidade é questão prejudicial e gera um procedimento ​incidenter tantum​,


que busca a simples verificação da existência ou do vício alegado.

❖ A sentença é declaratória e faz coisa julgada somente no caso e entre as partes.

❖ No que diz respeito ao caso concreto, a declaração surte efeitos ​ex tunc,​ no entanto a lei contínua
eficaz e aplicável, até que seja suspensa sua executoriedade pelo Senado.

❖ O ato não revoga nem anula a lei, apenas lhe retira a eficácia, daí por diante ​ex nunc​.

B) No processo de ação direta de inconstitucionalidade genérica:

❖ Tem por objeto a própria questão de inconstitucionalidade, isto é, visa banir do ordenamento jurídico a
lei ou o ato normativo estadual ou federal em tese atingidos pelo vício da inconstitucionalidade.

❖ Qualquer decisão que a decrete deverá ter eficácia ​erga omnes ​(genérica) e obrigatória.

❖ A sentença faz coisa julgada material, que vincula as autoridades aplicadoras da lei, que não poderão
mais dar-lhe execução sob pena de arrastar a eficácia da coisa julgada, uma vez que a declaração de
inconstitucionalidade em tese visa precisamente atingir o efeito imediato de retirar a aplicabilidade da
lei.

C) No processo de ação de inconstitucionalidade interventiva:

❖ V​isa não apenas obter a declaração de inconstitucionalidade, mas também restabelecer a ordem
constitucional no Estado, ou Município, mediante a intervenção.

❖ A sentença não será meramente declaratória, não cabendo ao Senado a suspensão da execução do
ato.

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❖ A Constituição declara que o decreto se limitará a suspender a execução do ato impugnado, se essa
medida bastar ao restabelecimento da normalidade.

❖ A decisão tem um efeito condenatório que fundamenta o decreto de intervenção.

❖ A condenação tem efeito constitutivo da sentença que faz coisa julgada material ​erga omnes.

4.​ 11 ESPÉCIES DE AÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE

❖ ADIN GENÉRICA​:

Conceito:​ (art. 102, I, a, CF) banir do ordenamento jurídico a lei ou o ato normativo estadual ou
Federal, atingidos, em tese, pelo vício da inconstitucionalidade.

Autor da ação:​ pessoas listadas no art. 103. Justificar a propositura da ação – art. 103, IV, V, IX,
CF

Foro: ​STF.

Quorum de instalação:​ ⅔ de seus membros, ou seja, 8 ministros.

Quorum de aprovação:​ maioria absoluta, ou seja, pelo menos 6 dos 11 ministros do STF devem
se manifestar pela inconstitucionalidade.

Efeitos:​ erga omnes (contra todos), vinculante e ex tunc.

OBS:
1) Lei distrital pode ser objeto de ADIN, se tiver conteúdo estadual.
2) Municipal não pode.
3) Cabe também de emenda constitucional, cabe de medida provisória e cabe de lei distrital que tenha
conteúdo estadual.

❖ ADIN INTERVENTIVA FEDERAL​:

Conceito: é uma ação em que se pede a intervenção federal. Pretende-se que a União faça intervenção no
Estado membro ou no Distrito Federal.

Autor da ação: Procurador Geral da República.

Ordem: para que o presidente da república decrete a intervenção.

❖ ADIN INTERVENTIVA ESTADUAL:​

Conceito: é uma ação em que se pede a intervenção estadual. Pretende-se que o Estado faça intervenção
no município.

Autor: procurador geral de justiça no tribunal de justiça.

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Foro: Tribunal de Justiça.

❖ ADIN INTERVENTIVA FEDERAL:

Ordem: para que o governador do Estado decrete a intervenção no município.


Conceito: a União vai realizar a intervenção em Estado-Membro ou Distrito Federal porque foram violados
princípios constitucionais sensíveis, como por exemplo, os direitos da pessoa humana ou não respeitar a
forma republicana.

❖ ADIN POR OMISSÃO:​

Conceito: utiliza-se quando se está diante de uma inconstitucionalidade por omissão. Há uma norma
constitucional de eficácia limitada não regulamentada.

Autor: pessoas nomeadas no Art. 103, da CF/88.

Foro: STF.

Efeitos: STF vai dar ciência se a omissão for de um poder competente. STF vai mandar fazer em
30 dias se a omissão for de um órgão administrativo.

OBS: ​o prazo de 30 dias pode ser ampliado para um prazo razoável a critério do STF. A lei prevê a
possibilidade de medida cautelar em ADIN por omissão. Só é cabível contra norma de eficácia limitada não
regulamentada. O que se pede é a regulamentação. (Ver art. 12H da Lei 9.868)

❖ ADECON OU ADC​:

Conceito:​ há uma lei ou ato normativo federal inconstitucional e a União está perdendo no Judiciário em
razão dessa inconstitucionalidade.

Autor​ da ação: os indicados no art. 103, da CF/88.

Foro:​ STF.

Efeito:​ ​erga omnes​, vinculante, ​ex tunc.​

OBS: ​A proposição de Ação Declaratória de Constitucionalidade só pode ser para lei federal inconstitucional
e são necessários processos judiciais sobre o tema, contra a União.

❖ ADPF – Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental:​

Conceito: Art. 102, §1. É utilizada usada quando órgão público violou preceito fundamental. Lei ou ato
normativo federal, estadual ou municipal, inclusive anterior à Constituição Federal de 1988.

É julgada pelo STF, nos termos da lei. Lei 9.882.

Princípio da subsidiariedade: se houver algum mecanismo processual para sanar a lesão, não pode ser
adotada ADPF.

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Autor da ação: pessoas nomeadas no Art. 103.

Foro: STF.

Efeito: erga omnes, vinculante, ex tunc.

5. FEDERALISMO

Conceito:​ Refere-se a uma forma de Estado denominada Federação ou Estado Federal, caracterizada pela
união de coletividades públicas dotadas de autonomia político-constitucional, ou seja, de autonomia
federativa.

O art. 19, da CF/88, apresenta ​vedações ao federalismo estabelecendo que: ​É vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter


com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a
colaboração de interesse público.

Quer dizer que: É uma vedação constitucional que o Brasil não tenha uma religião oficial, pois é um país
laico, leigo ou não confessional.

II - recusar fé aos documentos públicos.

Quer dizer que: Os documentos públicos gozam de presunção relativa de veracidade, não podendo ser
recusados em razão da origem (escrituras, certidões, entre outros).

III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

Quer dizer que:​ ​Entre os entes federativos não podem estabelecer distinções ou preferências entre
brasileiros em razão de sua origem (Estados, Distrito Federal, ou município).

No Brasil a Federação é composta pelos seguintes ​entes:​


❖ Estados-Membros
❖ Distrito Federal
❖ Municípios.

Art. 1º CF/88​: “A Republica Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios
e Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como FUNDAMENTOS”:
✓ A Soberania.
✓ A Cidadania.
✓ A Dignidade da Pessoa Humana.
✓ Os Valores Sociais do Trabalho e da Livre Iniciativa.
✓ O Pluralismo Político.

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Art. 18 CF/88: ​“A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a


União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição”.

5.1 UNIÃO

Da organização político-administrativa da República Federativa do Brasil nasce a UNIÃO, pessoa jurídica de


Direito Público com capacidade política.

5.2 ESTADOS FEDERADOS

Entes que detém a autonomia política e administrativa. Têm capacidade de elaborar suas próprias
constituições estaduais, observadas as diretrizes da CF.

Para criar ou extinguir um Estado, é necessária a realização de um plebiscito, aprovação do Congresso


Nacional.

A criação ou extinção de um Estado se dará por meio de uma lei complementar.

5.3 MUNICÍPIOS

Entes detentores de autonomia política e administrativa. Têm capacidade de elaborar sua Lei Orgânica
Municipal.

A criação ou extinção de um município deverá ser feita por meio de lei estadual, dentro do período
determinado por lei complementar federal, e dependerá de consulta prévia, mediante plebiscito, às
populações dos municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal,
apresentados e publicados na forma da lei, conforme preceitua o artigo 18 § 4º CF/88.

5.4 DISTRITO FEDERAL

Ente detentor de autonomia política e administrativa. Tem capacidade de elaborar sua Lei Orgânica - que
possui status de Constituição - , e possui capacidade legislativa e administrativa, com as mesmas
competências legislativas atribuídas aos Estados e aos Municípios.

Art. 21 da CF/88: Compete a União:

"XIII - Organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos
Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios."

"XIV - Organizar e manter a polícia civil. A polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito
Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de
serviços públicos, por meio de fundo próprio. "

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O Distrito Federal não pode ser dividido em municípios (não tem eleições municipais).

OBS: ​Não confundir com ações afirmativas, ou discriminações positivas. Ações afirmativas são ações
realizadas pelo Estado para proteger grupos de pessoas prejudicadas historicamente. Tratado internacional
de combate ao racismo - Lei 12.288/10, art. 1, parágrafo único.

6. PODER CONSTITUINTE

Os poderes “constituídos” da República são os Poderes ​Legislativo, Executivo ​e​ Judiciário.​

O Poder Constituinte é aquele capaz de editar uma constituição, dar forma ao Estado e constituir Poderes.

A titularidade do poder constituinte pertence ao povo, pois o Estado decorre da soberania popular, cujo
conceito é mais abrangente do que o de nação. Assim, a vontade constituinte é a vontade do povo,
expressa por meio de seus representantes.

Art. 14 - A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto,
com valor igual para todos, e, nos termos da lei mediante:
I - Plebiscito;
II - Referendo;
III - Iniciativa Popular.

A Constituição conferiu ao Congresso Nacional:

A) A competência para elaborar as emendas constitucionais.

B) Que o Poder Constituinte originário institua um Poder Constituinte reformador; isto é, o agente ou
sujeito da reforma, é o poder constituinte originário, que, por esse método, atua em segundo grau, de
modo indireto, pela outorga de competência a um órgão constituído para, em seu lugar, proceder às
modificações na Constituição, que a realidade exige.

O Poder Constituinte classifica-se em Poder Constituinte originário ou de 1º grau e Poder Constituinte


derivado, constituído ou de 2º grau.

6.1 PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO

Poder Constituinte originário​, também denominado de ​Genuíno ​ou de 1º Grau​, é o poder capaz de editar
a primeira ou uma nova Constituição.

É o poder atribuído a um número determinado de pessoas que irão exercer o poder soberano em nome de
todos os demais integrantes de uma sociedade política. Será este poder, então, capaz de estabelecer uma
nova ordem constitucional, sendo assim responsável pelas leis fundamentais de sua respectiva nação.

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Constituiu atribuição do poder constituinte originário a criação de todas as leis infraconstitucionais, ou seja,
aquelas subordinadas e convalidadas pela Constituição.

O Poder Constituinte Originário pode assumir duas formas, que são:

❖ Poder Constituinte Originário Histórico​ – refere-se ao poder atribuído àqueles que pela primeira vez
elaboram a Constituição de um Estado, responsáveis por sua primeira forma estrutural.
❖ Poder Constituinte Originário Revolucionário​ – é todo o poder responsável pela criação de
constituições que se sobrepõem à primeira. É revolucionário todo o poder constituinte que rompa com
um poder constituinte previamente estabelecido em uma determinada nação soberana.

6.2 PODER CONSTITUINTE DERIVADO

O Poder Constituinte derivado está inserido na própria Constituição, pois decorre de uma regra jurídica de
autenticidade constitucional, portanto, conhece limitações constitucionais expressas e implícitas e é passível
de controle de constitucionalidade.

Apresenta as características de derivado, subordinado e condicionado.

❖ É derivado porque retira sua força do Poder Constituinte Originário;

❖ Subordinado porque se encontra limitado pelas normas expressas e implícitas no texto constitucional,
às quais não poderá contrariar, sob pena de inconstitucionalidade;

❖ Condicionado porque seu exercício deve seguir as regras previamente estabelecidas no texto da
Constituição.

Espécies de poder constituinte derivado:

❖ Poder constituinte reformador

❖ Poder constituinte decorrente

A) Poder Constituinte derivado reformador​, ​ou de competência reformadora:

Manifestações do​ ​Poder Constituinte Derivado Reformador:

✓ Emendas Constitucionais – Art. 60 da CF.


✓ Emendas de Revisão – Art. 3º, ADCT – No ano de 1994 foram produzidas 6 Emendas Revisionais,
e o Supremo, no julgamento da ADI 981 pacificou entendimento de que as Emendas Revisionais
não poderiam mais alterar a CF a partir dali. O Poder Revisional esgotou-se.
Hoje, o Poder Constituinte Derivado Reformador se resume em Emendas à Constituição.

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Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado


Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela MAIORIA RELATIVA de seus membros.

B) ​Poder Constituinte derivado decorrente: ​(Art. 11, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias)

Consiste na possibilidade que os Estados-membros têm, em virtude de sua autonomia


político-administrativa, de se auto-organizarem por meio de suas respectivas constituições estaduais,
sempre respeitando as regras limitativas estabelecidas pela Constituição Federal (CF, Art. 25).

7. PODER DE REVISÃO.

O poder de reforma à constituição é derivado da própria Carta Magna e é uma faculdade outorgada pela
própria constituição, estabelecendo critérios para qualquer emenda a sua redação original.

Como norma fundamental do Estado, a constituição, embora não deva estar sujeita a alterações frequentes,
pode e deve ser revista em circunstâncias especiais, a fim de enquadrar-se nas exigências da evolução
política e das aspirações sociais.

Quando a constituição é flexível, a revisão faz-se normalmente por um processo legislativo ordinário. Por
outro lado, uma constituição rígida (como a brasileira) exige formalidades especiais que são previstas no
próprio texto legal básico do Estado.

Quem pode reformar o texto da Constituição da República Federativa do Brasil, segundo as disposições
nela contidas, é o Congresso Nacional (artigo 60, § 2º). Mas esta emenda só pode ser votada se a proposta
for feita por um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal ou pelo
Presidente da República ou por mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros (artigo 60, I, II e III da CF).

7.1 EMENDA CONSTITUICIONAL

Emenda é o processo formal de mudanças das constituições rígidas, por meio de atuação de certos órgãos,
mediante determinadas formalidades, estabelecidas nas próprias constituições para o exercício do poder
reformador.

É a modificação de certos pontos, cuja estabilidade o legislador constituinte não considerou tão grande
como outros mais valiosos, se bem que submetida a obstáculos e formalidades mais difíceis que os exigidos
para a alteração das leis ordinárias.

É o único sistema de mudança formal do texto Constitucional.

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Apresentada a proposta, ela será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
considerando-se aprovada quando obtiver, três quintos (3/5) dos votos dos membros de cada uma delas
(art. 60, § 2º)8.

Uma vez aprovada, a emenda será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal, com o respectivo número de ordem.

A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não poderá ser objeto de
nova proposta na mesma sessão legislativa (art. 60, § 5º)9.

Mutação Constitucional - permite a releitura da Constituição diante do novo contexto da realidade. É a


mudança de sentido do texto sem alteração formal do texto positivo - ​“Interpretação conforme a
Constituição”.

7.2 LIMITAÇÃO ÀS EMENDAS CONSTITUCIONAIS

Não pode haver emenda à constituição na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de
estado de sítio (art. 60, § 1º).

Além disso, não pode haver proposta de emenda constitucional tendente a abolir a forma federativa de
Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação dos Poderes e proposta de restrição aos
direitos e garantias individuais. Poderá a proposta de emenda ampliar direitos e garantias individuais.

Satisfeitas todas estas condições, a proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos
respectivos membros.

LIMITAÇÕES AO PODER REFORMADOR:

I - ​Limitações Circunstanciais:​ em determinadas situações a Constituição não pode ser emendada.


(Constituição Federal. Art. 60,§ 1º)10.

❖ Intervenção Federal – (CF/88. Art. 34 a 36)

❖ Estado de Defesa – (CF/88. Art. 136)

❖ Estado de Sítio – CF/88. Art. 137 a 139)

A) Intervenção Federal​:

8
CF/88. “Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: [...]. § 2º - A proposta será
discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se
obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros”.
9
CF/88. “Art. 60. [...]. § 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada
não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa”.
10
CF/88. “Art.60. [...]. § 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de
estado de defesa ou de estado de sítio”.

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Medida de caráter excepcional e temporário que afasta a autonomia dos Estados, Distrito Federal ou
Municípios.

Só pode ocorrer nos casos e limites estabelecidos pela Constituição Federal:

1 – quando houver coação contra o Poder Judiciário, para garantir seu livre exercício. Pode ocorrer de
ofício, ou seja, sem que haja necessidade de provocação ou pedido da parte interessadas;

2 - quando for desobedecida ordem ou decisão judiciária. Pode ocorrer de ofício;

3 - quando houver representação do Procurador-Geral da República. (art. 34, VII, da Constituição)

No caso de desobediência de ordem judicial, o Supremo processará também os pedidos encaminhados


pelo presidente do Tribunal de Justiça do estado ou de Tribunal Federal. Se a ordem ou decisão judicial
desrespeitada for do próprio STF, a parte interessada também poderá requerer a medida.

Partes

No Supremo Tribunal Federal, só são processados pedidos de intervenção federal contra os estados e o
Distrito Federal.

Tramitação

O Presidente do Supremo Tribunal Federal é o relator dos pedidos de intervenção federal. Antes de
levar o processo a julgamento, ele toma providências que lhe pareçam adequadas para tentar resolver o
problema administrativamente.

Caso isso não seja possível, o processo prossegue normalmente, sendo ouvida a autoridade estadual e o
Procurador-Geral da República. Depois o processo é levado a plenário.

Consequências jurídicas

Julgado procedente o pedido, o presidente do Supremo Tribunal Federal deve comunicar a decisão aos
órgãos do Poder Público interessados e requisitar a intervenção ao Presidente da República, que deverá,
por meio de um decreto, determinar a medida.

O decreto de intervenção, que especificará a amplitude o prazo e as condições de execução, será apreciado
pelo Congresso Nacional em 24 horas. Nos casos de desobediência a decisão judicial ou de representação
do Procurador-Geral da República, essa apreciação fica dispensada. O decreto, nesse caso, limita-se a
suspender a execução do ato que levou a intervenção, se isso bastar ao restabelecimento da normalidade.

Fundamentos legais

Constituição Federal, artigos 34 a 36. Lei 8.039/1990, art. 19 e seguintes.

B) Estado de Defesa

O estado de defesa pode ser decretado pelo Presidente da República, em locais restritos, por tempo
determinado, visando a preservação ou o restabelecimento da ordem pública ou da paz social ameaçadas
por grave ou iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidade de grandes proporções na
natureza.

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A decretação do estado de defesa depende da oitiva do Conselho da República e do Conselho de Defesa


Nacional; de decreto do Presidente da República, que determinará as áreas atingidas, bem como o tempo
de duração e as medidas coercitivas a serem adotadas; da submissão do decreto ao Conselho Nacional,
que rejeitará ou aprovará a decretação do estado de defesa por votação da maioria absoluta de seus
membros, no prazo de dez dias.

Fundamentos legais

Constituição Federal, artigo 136, ​caput​ e §§ 1º a 7º

C) Estado de Sítio

O Estado de Sítio é um instrumento que o Chefe de Estado pode utilizar em casos extremos:

✓ Agressão efetiva por forças estrangeiras;

✓ Grave ameaça à ordem constitucional democrática; ou

✓ Calamidade pública.

Esse instrumento tem por característica a suspensão temporária dos direito e garantias constitucionais de
cada cidadão e a submissão dos Poderes Legislativo e Judiciário ao poder Executivo, assim, a fim de
defender a ordem pública, o Poder Executivo assume todo o poder que é normalmente distribuído em um
regime democrático.

O Estado de Sítio é uma medida provisória, não pode ultrapassar o período de 30 dias, no entanto, em
casos de guerras, a medida pode ser prorrogada por todo o tempo que durar a guerra ou a comoção
externa.

Para decretar o Estado de Sítio, o chefe de Estado, após o respaldo do Conselho da República e o
Conselho de Defesa Nacional, solicita uma autorização do Congresso Nacional para efetivar o decreto.

Em nenhum caso o Estado de Sítio pode interferir nos direitos à vida, à integridade pessoal, à identidade
pessoal, à capacidade civil, à cidadania, etc.

Fundamentos legais

Constituição Federal, artigos 137 a 141.

II – ​Limitação Formal para reapresentação de Proposta de Emenda à Constituição – PEC ​(Constituição


Federal, art. 60, § 5º)11.

Se em uma sessão legislativa, uma PEC for rejeitada - por votação insuficiente -, ou prejudicada – quando
perde o objeto -, somente poderá ser reapresentada na próxima sessão.

III – ​Limitações materiais​ ​(Constituição Federal, art.

São partes da Constituição que não podem ser modificadas por emenda constitucional, visando a redução
de direitos. ​São as denominadas Cláusulas Pétreas​.

11
CF/88. “Art. 60. [...]. § 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa”.

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Vale ressaltar que por conta do artigo 60, § 3º, a Proposta de Ementa à Constituição Federal não se
submete a Sanção ou Veto do Presidente da República.

8. REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS

O Estado brasileiro é do tipo ​federado​, integrado pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Nos
termos da Constituição, todos estes entes são dotados de autonomia política (Constituição Federal, artigo
18).

Desse modo, a ​repartição de competência é ​ a essência de um Estado federado, porque a autonomia e a


competência desses lhes são atribuídas pela Constituição.

8.1 ESPÉCIES DE COMPETÊNCIAS

As competências classificam-se em: ​Administrativas​, ​Legislativas​ e ​Tributárias.​

A) Competências Administrativas (materiais) – são as que indicam o campo de atuação


político-administrativa do ente federado. São as competências para atuação efetiva, para executar
tarefas, para a exploração da respectiva atividade.

Exemplo:​ competência da União para emitir moeda (CF, art. 21, VII).

B) Competências Legislativas – são as que indicam o poder de estabelecer normas sobre as


respectivas matérias.

Exemplo:​ compete privativamente à União legislar sobre trânsito e transporte (CF, art. 22, XI).

Importante: Deve-se observar que na ​competência legislativa somente a União ​vai legislar,
privativamente, sobre as matérias arroladas no artigo 22, como por exemplo, sobre transporte.
Contudo, Lei Complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das
matérias relacionadas no artigo 22.
O que não impede que os demais entes ​prestem serviço de transporte,​ isto é, possam explorar o
serviço de transporte, pois estes serviços enquadram-se na competência administrativa de cada ente
federado.

Portanto, ​os demais entes dispõem da competência administrativa para a exploração do serviço de
transporte, mas será preciso uma Lei Complementar Federal autorizando os Estados a legislar sobre
questões específicas sobre trânsito e transporte.

C) Competências Tributárias – são as que estabelecem o poder para instituir tributos de que dispõem
todos os entes federados, como uma das formas de manutenção da sua autonomia.

8.3 MODELOS DE REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS

❖ Clássico
❖ Moderno

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❖ Horizontal
❖ Vertical

A) Modelo Clássico – a Constituição enumera as competências da União e reserva as demais (não


enumeradas, portanto) aos estados membros.

B) Modelo Moderno – a Constituição, além de enumerar as competências da União, também enumera


hipóteses de competência concorrente e de competência comum.

Importante​: ​A Constituição Federal de 1988 adota o modelo moderno de repartição, pois, além de
enumerar expressamente as competências da União (CF, arts. 21 e 22), o texto constitucional também
indica expressamente a competência comum (CF, art. 23) e a concorrente (CF, art. 24).

C) Modelo Horizontal – as competências são outorgadas aos diferentes entes sem a existência de
subordinação na atuação do ente federado sobre a respectiva matéria.

D) Modelo Vertical – as competências são outorgadas a diferentes entes, mas é estabelecida uma
relação de subordinação na atuação desses entes sobre a respectiva matéria.

Importante​: ​A Constituição Federal de 1988 adotou os dois modelos de repartição horizontal e vertical,
com predominância para a repartição horizontal.

Portanto, a Constituição Federal de 1988 adota:

❖ Repartição horizontal​: nos artigos 21, 22, 23, 25 30 e 32, § 1º - o ente federado exercerá sua
competência com plena autonomia, sem subordinação aos demais entes federados.

❖ Repartição vertical​: art. 24 - competência legislativa concorrente da União, dos estados e do Distrito
Federal (CF, art.24) - há uma relação de subordinação entre os entes federados no trato das
respectivas matérias (por exemplo: as leis específicas estaduais não poderão contrariar as normas
gerais expedidas pela União; a União não poderá, sob o pretexto de editar normas gerais, invadir a
competência dos estados para editar normas específicas para estes).

8.4 PRINCÍPIO ADOTADO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 PARA REPARTIÇÃO DE


COMPETÊNCIAS

Ao definir o modelo brasileiro de repartição de competências, a Constituição Federal de 1988 adotou como
princípio geral para a partilha das competências entre os entes federados ​o princípio da predominância
do interesse.

O critério adotado pelo Constituinte de 1988 ​foi que ​a competência deveria ser atribuída ao ente
federativo de acordo com o interesse nela predominante.

Assim, as ​matérias de interesse predominantemente local ​foram atribuídas ao Município,​ pois este é o
ente federado local.
As ​matérias de interesse predominantemente regional foram reservadas ao Estado​, pois este é o ente
federado regional.

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As ​matérias de interesse predominantemente nacional foram outorgadas à União,​ pois este é o ente
federado nacional.
Ao ​Distrito Federal,​ em razão da vedação à sua divisão em municípios (CF, art.32), foram atribuídas ​as
competências de interesse predominantemente local (municipais) e regional (estaduais).

Exemplo da aplicação do princípio da predominância do interesse para a exploração do serviço de


transporte terrestre de passageiros:

❖ se o transporte é dentro do município (intramunicipal), há uma predominância do interesse local e,


portanto, a competência para a exploração foi outorgada ao município;

❖ se o transporte é entre diferentes municípios que integram um mesmo Estado (intermunicipal, mas
dentro do mesmo Estado), há uma predominância do interesse regional e, portanto, a competência
para a exploração foi outorgada ao Estado;

❖ se o transporte é entre diferentes estados ou entre o Brasil e outros países (interestadual ou


internacional), há uma predominância do interesse nacional e, portanto, a competência para a sua
exploração foi outorgada à União.

Portanto, orientado pelo princípio da predominância do interesse, o legislador constituinte originário optou
pela seguinte técnica:

A) Enumerou expressamente as competências da União – competência enumerada expressa (CF, arts. 21


e 22);

B) Enumerou expressamente as competências dos municípios – competência enumerada expressa (CF,


art. 30);

C) Outorgou ao Distrito Federal as competências estaduais e municipais​ (CF, art. 32, § 1º);

D) Não enumerou expressamente as competências dos estados-membros​, reservando a eles as


competências que não lhes são vedadas na Constituição – competência não-enumerada,
remanescente ou residual (CF, art. 25, § 1º);

E) Criou uma competência administrativa comum​, outorgando-a a todos os entes federados –


competência administrativa comum (CF, art. 23);

F) Criou uma competência legislativa concorrente entre a União,​ os estados e o Distrito Federal –
competência legislativa concorrente (CF, art. 24).

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OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

1. O ​princípio da predominância do interesse não é absoluta porque há casos excepcionais que fogem
desse critério, como, por exemplo, a competência para a exploração do gás canalizado - que, embora
seja assunto de interesse predominantemente local (de interesse da comunidade local), foi outorgada
aos estados, e não aos municípios (CF, art. 25, § 2º).

2. No que diz respeito às competências do Distrito Federal pode-se afirmar, como regra, que a
Constituição Federal outorgou ao Distrito Federal as competências estaduais e municipais (CF, art. 32,
§ 1º). Porém, não é correto dizer que todas as competências dos estados foram repassadas ao
Distrito Federal. Há exceções a essa regra. As exceções estão estabelecidas nos incisos XIII e XIV do
art. 21, segundo os quais compete à União organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público,
a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como a
Defensoria Pública ​dos territórios​.

3. No que diz respeito à competência remanescente dos estados membros, como regra a Constituição
não enumerou expressamente a competência dos estados, reservando a eles as competências que
não lhes são vedadas em seu texto (CF, art. 25, § 1º). Porém, não é correto afirmar que os
estados-membros não possuem nenhuma competência enumerada na Constituição. Há exceções a
essa regra. Com efeito, a Constituição enumerou aos estados, dentre outras, a competência para
exploração do gás canalizado (CF, art. 25, § 2º), para a criação de regiões metropolitanas,
aglomerações urbanas e microrregiões (CF, art. 25, § 3º), para a modificação dos limites territoriais dos
municípios (CF, art. 18, § 4º), bem assim para organizar sua própria Justiça (CF, art. 125).

4. Embora no quadro geral de repartição de competências caiba aos estados a chamada competência
residual, em se tratando de competência tributária (competência para instituir tributos), a União é que
dispõe de competência residual. Com efeito, a União dispõe de competência residual para instituir
novos impostos além daqueles discriminados na Constituição (CF, art.154, I), bem assim para instituir
novas contribuições de seguridade social (CF, art. 195, § 4º). Ademais, ainda em se tratando de
competência tributária, os estados-membros dispõem de competência expressamente enumerada para
instituir impostos, taxas e contribuições de melhoria (arts. 145 e 155) e contribuição previdenciária
cobrada de seus próprios servidores (CF, art. 149, § 1º).

9. ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

“São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o legislativo, o Executivo e o Judiciário”. (CF.
art. 2º).

9.1 PODER LEGISLATIVO

​“A lei disporá sobre eleições para a Câmara territorial e sua competência deliberativa”​ (CF. Art. 33, §3º).

1. Estrutura

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❖ Legislativo Federal: ​Estrutura bicameral. É exercido pelo Congresso Nacional, que é formado pela
Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. (CF. Art. 44).

❖ Legislativo Estadual: ​Estrutura unicameral. É exercido pela Assembleia Legislativa, que é composta
pelos Deputados Estaduais.

❖ Legislativo distrital: Estrutura unicameral. É exercido pela Câmara Legislativa, composta pelos
Deputados Distritais.

❖ Legislativo municipal: Estrutura unicameral. É exercido pela Câmara dos Vereadores, que é
composta pelos Vereadores.

1.1 Representantes

❖ Deputados Federais:​ São representantes do povo.

❖ Senadores:​ São representantes dos Estados-membros e do Distrito Federal.

❖ Deputados Estaduais:​ São representantes do povo do Estado.

❖ Deputados Distritais:​ São representantes do povo do Distrito Federal.

❖ Vereadores:​ São representantes do povo do Município.

1.2 Sistema eleitoral:

❖ Deputados Federais: Elegem-se pelo sistema proporcional, assim as cadeiras se distribuem na


proporção dos votos obtidos pelo Partido (CF. Art. 45). Depende do número de votos que a legenda
obtiver.

❖ Senadores: Elegem-se pelo sistema majoritário, assim o Senador que obter o maior número de votos
será eleito (CF. Art. 46).

❖ Deputados Estaduais:​ Elegem-se pelo sistema proporcional.

❖ Deputados Distritais:​ Elegem-se pelo sistema proporcional.

❖ Vereadores:​ Elegem-se pelo sistema proporcional.

1.3 Número

❖ Deputados Federais: O número de Deputados será estabelecido em lei complementar,


proporcionalmente à população, não podendo nenhuma unidade da Federação ter número inferior a 8 e
nem superior a 70 Deputados (CF. Art. 45, §1º).

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❖ Senadores: O número de Senadores esta fixado na Constituição Federal, sendo 3 em cada Estado ou
Distrito Federal (CF. Art. 46, §1º).

❖ Deputados Estaduais (art. 27 da CF): O número de Deputados estaduais corresponderá ao triplo da


representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de 36, será acrescido de
tantos quantos forem os Deputados Federais acima de 12.

❖ Deputados Distritais:​ Adota-se a mesma regra dos Estados (CF. Art. 32, §3º).

❖ Vereadores: O número de vereadores será proporcional à população do Município, observados os


seguintes limites (CF. Art. 29, IV):

✓ Mínimo de 9 e máximo de 21 nos Municípios de até 1 milhão de habitantes (CF. Art. 29, IV, “a”).

✓ Mínimo de 33 e máximo de 41 nos Municípios de mais de 1 milhão e menos de 5 milhões de


habitantes (CF. Art. 29, IV, “b”).

✓ Mínimo de 42 e máximo de 55 nos Municípios de mais de 5 milhões de habitantes (art. 29, IV, “c” da
CF).

1.4 Mandato:

❖ Deputados Federais:​ Mandato de quatro anos.


Uma legislatura tem a duração de 4 anos;
Uma sessão legislativa de 1 ano e um período de 6 meses;
O Deputado é eleito para uma legislatura que compreende 4 sessões legislativas e 8 períodos (CF. Art.
44, parágrafo único).

❖ Senadores:​ Mandato de 8 anos.

O Senador é eleito para 2 legislaturas, 8 sessões legislativas e 16 períodos (CF. Art. 46, §1º da CF).

A representação de cada Estado e Distrito Federal será renovada de 4 em 4 anos, alternadamente, por
1 e 2/3 (CF. Art. 46, §2º).

O Senador é eleito com 2 suplentes, que assumirão o seu lugar no caso de afastamento (CF. Art. 46,
§3º).

❖ Deputados Estaduais:​ Mandato de 4 anos (CF. Art. 27, §1º).

❖ Deputados Distritais:​ Vale a mesma regra dos Estados (CF. Art. 32, §3).

❖ Vereadores:​ Mandato de 4 anos.

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2. Comissões Parlamentares12

❖ Permanentes:​ Comissão de Constituição e Justiça, Comissão de Orçamento etc.

❖ Especiais​ (assunto) / ​Temporárias​ (tempo): Comissão Parlamentar de Inquérito.

“O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas na


forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação”. (CF.
Art. 58).

❖ Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional, eleita por suas
Casas na última sessão ordinária do período legislativo.

2.1 Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI

“​As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades
judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos
Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de
seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o
caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos
infratores​”. (CF. Art. 58, § 3º).

❖ De acordo com o STF, nenhuma Comissão Parlamentar de Inquérito pode:

a) determinar a interceptação telefônica;

b) expedir mandado de busca e apreensão; e

c) expedir mandado de prisão.

12
CF/88. ​Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias,
constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua
criação. ​§ 1º - Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a
representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa. §
2º - às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe: I - discutir e votar projeto de lei que
dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos
membros da Casa; II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil; III - convocar Ministros
de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições; IV - receber petições,
reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou
entidades públicas; V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; VI - apreciar programas de
obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer. § 3º - As
comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais,
além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados
e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus
membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso,
encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. §
4º - Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional, eleita por suas Casas
na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no regimento comum, cuja
composição reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária.

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❖ No entanto, pode prender em flagrante.

❖ As Comissões Parlamentares de Inquérito federais, estaduais e distritais podem determinar


diretamente aos órgãos desde que o façam fundamentadamente as seguintes quebras:

a) sigilo telefônico – extrato das ligações feitas

b) sigilo bancário

c) sigilo fiscal (Imposto sobre a Renda)

❖ As Comissões Parlamentares de Inquérito municipais, se quiserem, devem solicitar ao juiz criminal da


comarca.

❖ Somente a Câmara Legislativa pode julgar questões estaduais e municipais.

2.2 Comissão Parlamentar Mista de Inquérito

❖ Formada com a assinatura de ⅓ da Câmara e ⅓ do Senado, ou seja, só existe no âmbito Federal e


discute assuntos federais.

3. Funcionamento do Congresso Nacional (CF. Art. 57)13

❖ Sessão legislativa ordinária: anual.

13
CF/88. “Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17
de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. § 1º - As reuniões marcadas para essas datas serão
transferidas para o primeiro dia útil subseqüente, quando recaírem em sábados, domingos ou feriados. § 2º
- A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias. §
3º - Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal
reunir-se-ão em sessão conjunta para: I - inaugurar a sessão legislativa; II - elaborar o regimento comum e
regular a criação de serviços comuns às duas Casas; III - receber o compromisso do Presidente e do
Vice-Presidente da República; IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar. § 4º Cada uma das Casas
reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a
posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a
recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente. § 5º - A Mesa do Congresso
Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos,
alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á: I - pelo Presidente do Senado Federal,
em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a
decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente-
Presidente da República; II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e
do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência
ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de
cada uma das Casas do Congresso Nacional. § 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso
Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste
artigo, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação. § 8º Havendo medidas
provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas
automaticamente incluídas na pauta da convocação.

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✓ O Congresso Nacional reúne-se, anualmente, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22


de dezembro.

✓ Caso as reuniões marcadas para essas datas recaírem em sábados, domingos ou feriados, as
sessões serão transferidas para o primeiro dia útil subsequente.

✓ Recesso: De 18 a 31 julho e de 23 dezembro a 1 fevereiro.

✓ Só no primeiro ano da legislatura, a sessão legislativa começa dia 1 de fevereiro, portanto, o


recesso anterior termina em 31 de janeiro.

❖ Sessão legislativa extraordinária:​

✓ Convocações durante o recesso. Só devem ser votados os projetos objetos de convocação, salvo
se existirem Medidas Provisórias pendentes de votação.

✓ Se uma PEC ou MP forem rejeitadas em uma sessão legislativa, só podem ser reapresentadas na
próxima sessão legislativa. (CF. Art. 60, § 5º, e art. 62, §10).

4. Imunidade parlamentar ​(CF. Art. 53).

a) Imunidade material ou absoluta ou inviolabilidade

❖ Os parlamentares são imunes civil e penalmente por suas opiniões, palavras e votos no exercício da
atividade parlamentar. (Não cometem crimes contra a honra)

❖ Todos os parlamentares têm essa proteção nas suas circunscrições.

b) Imunidade formal ou relativa ou propriamente dita

❖ É a possibilidade de suspensão da prisão ou processo por maioria absoluta da respectiva casa.

❖ Deputados e Senadores tem essa proteção. Só podem ser presos em flagrante de crimes
inafiançáveis. Suspenso o processo e prescrição enquanto durar o mandato. Findo o mandato, finda a
proteção.

❖ Vereador não tem essa proteção.

5. Tribunais de Contas

❖ Os Tribunais de Contas auxiliam os poderes legislativo na fiscalização das contas públicas pertinentes.

❖ É um órgão de caráter administrativo e não jurisdicional.

✓ TCU – Auxilia o Congresso Nacional na fiscalização das contas públicas federais. (CF. Art. 70 ao
75, em especial o Art. 73).

✓ TCE – Auxilia a assembleia legislativa a fiscalizar as contas do Estado e Câmaras Municipais na


fiscalização das contas públicas municipais onde não houver TCM.

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✓ TCDF​ – Auxilia o Distrito Federal a fiscalizar as contas públicas distritais.

✓ TCM​ – Auxilia a câmara municipal a fiscalizar as contas públicas municipais.

❖ Não podem ser criados novos tribunais de contas municipais (CF. Art. 31, § 4).

❖ Nos município onde não houver TCM, as contas são julgadas pelo TCE.

❖ A aprovação das contas pelo Tribunal de Contas não impede a investigação administrativa ou judicial.

6. Espécies normativas

❖ Emenda Constitucional​ (CF. Art. 60).

✓ Observar que a obrigatoriedade do voto não é cláusula pétrea.

❖ Medida Provisória​ (CF. Art. 62 e Emenda Constitucional 32/01)14.

✓ Só pode ser editada pelo Presidente da República em caso de relevância e urgência.

14
CF/88. “Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. § 1º É vedada a
edição de medidas provisórias sobre matéria: I – relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos,
partidos políticos e direito eleitoral; b) direito penal, processual penal e processual civil; c) organização do
Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; d) planos plurianuais,
diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art.
167, § 3º; II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo
financeiro; III – reservada a lei complementar; IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo
Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. § 2º Medida provisória que
implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só
produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele
em que foi editada.§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia,
desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do §
7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações
jurídicas delas decorrentes. § 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida
provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional.§ 5º A deliberação de
cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo
prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais.§ 6º Se a medida provisória não for
apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência,
subseqüentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se
ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando. § 7º
Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta
dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso
Nacional.§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados. § 9º Caberá à
comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer,
antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso
Nacional.§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido
rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. § 11. Não editado o decreto legislativo a
que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as
relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por
ela regidas. § 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta
manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto”.

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“Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias,
com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional”.​ (CF. Art. 62)

✓ As Medidas Provisórias que existiam até 11.09.2001 não têm prazo (é como se lei fossem).

✓ Prazo e proibições de edição de Medidas Provisórias (CF. Art. 62, § 1º).

❖ Lei Ordinária​ (comum)

✓ Aprovada por maioria simples (quem estiver presente) ou relativa.

❖ ​ F, Art. 69)
Lei Complementar (C

✓ Aprovada por maioria absoluta (leva-se em conta o total de membros).

✓ Exige-se a especificidade de matéria – se a Constituição Federal determina, mediante Lei


Complementar, não se pode utilizar outra espécie e normativa.

❖ Lei Delegada​ (CF. Art. 68)15

✓ São editadas pelo Presidente da República que depende de prévia autorização do Congresso
Nacional.

❖ Decreto Legislativo

✓ Só podem ser criados pelo Congresso Nacional, nas matérias de sua competência.

❖ Resolução

✓ Câmara dos Deputados (CF. Art. 51)16

✓ Senado Federal (CF. Art. 52)17, ou

15
CF/88. “Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a
delegação ao Congresso Nacional.§ 1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva
do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a
matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: I - organização do Poder Judiciário e do
Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; II - nacionalidade, cidadania, direitos
individuais, políticos e eleitorais; III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. § 2º - A
delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará
seu conteúdo e os termos de seu exercício. § 3º - Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo
Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda”.
16
CF/88. “Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: I - autorizar, por dois terços de seus
membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros
de Estado; II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao
Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa; III - elaborar seu
regimento interno; IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou
extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva
remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; V - eleger
membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII”.
17
CF/88. “Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: I - processar e julgar o Presidente e o
Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com

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✓ Congresso Nacional (somente quando a Constituição Federal determinar).

9.2 PODER EXECUTIVO

❖ O Brasil adota o sistema de governo presidencialista, em que a chefia de Estado (política externa) e de
Governo (política interna) encontram-se nas mãos de uma só pessoa (executivo monocrático).

✓ Âmbito federal: O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos
Ministros de Estado (CF. Art. 76).

✓ Âmbito estadual: O Poder Executivo é exercido pelo Governador de Estado, auxiliado pelos
Secretários de Estado.

✓ Âmbito distrital:​ O Poder Executivo é exercido pelo Governador do Distrito Federal.

✓ Âmbito municipal: O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito, auxiliado pelos Secretários
Municipais.

1. Condições de elegibilidade:

aqueles; II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional
de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o
Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; III - aprovar previamente, por voto secreto, após
argüição pública, a escolha de: a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição; b) Ministros do
Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República; c) Governador de Território; d)
Presidente e diretores do banco central; e) Procurador-Geral da República; f) titulares de outros cargos que
a lei determinar; IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha
dos chefes de missão diplomática de caráter permanente; V - autorizar operações externas de natureza
financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; VI -
fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; VII - dispor sobre limites globais e condições para
as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de
suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal; VIII - dispor sobre limites e
condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno; IX -
estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios; X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional
por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a
exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato; XII - elaborar
seu regimento interno; XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação
ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da
respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; XIV -
eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII. XV - avaliar periodicamente a
funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das
administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. Parágrafo único.
Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal,
limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à
perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das
demais sanções judiciais cabíveis.

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“São privativos de brasileiro nato os cargos: de Presidente e Vice-Presidente da República​”. (CF. Art.
12, §3º).

❖ Nacionalidade brasileira (CF. Art. 14, §3º, I).

❖ Pleno exercício dos direitos políticos: Capacidade para votar e ser votado (CF. Art. 14, §3º, II).

❖ Alistamento eleitoral (CF. Art. 14, §3º, III).

❖ Domicílio eleitoral na circunscrição: Deve ter domicílio na circunscrição um ano antes da eleição (CF.
Art. 14, §3º, IV).

❖ Filiação partidária: Deve ter filiação partidária um ano antes da eleição (CF. Art. 14, §3º, V).

❖ Idade mínima (CF. Art. 14, §3º, VI):

✓ Presidente e Vice-Presidente: 35 anos (CF. Art. 14, §3º, VI, “a”).

✓ Governador e Vice-Governador do Estado e do Distrito Federal: 30 anos (CF. Art. 14, §3º, VI,
“b”).

✓ Prefeito e Vice-Prefeito: 21 anos (CF. Art. 14, §3º, VI, “c”).

2. Realização da eleição:

“A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado” (CF. Art. 77, §1º)

Presidente e Vice-Presidente

❖ A eleição será realizada, simultaneamente, no 1º domingo de outubro, em 1º turno, e no último


domingo de outubro se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente (CF. Art.
77 da CF).

❖ É adotado o sistema majoritário de dois turnos (será eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos
válidos. Caso não obtenha na primeira votação, será realizada nova).

✓ No 1º turno (CF. Art. 77, §2º): Será eleito o candidato que obtiver a maioria absoluta de votos,
excluindo-se os brancos e nulos (votos válidos);

✓ No 2º turno: Se nenhum candidato conseguir a maioria absoluta em 1º turno, será feita nova eleição
no último domingo de outubro com os candidatos mais votados e sendo eleito o que obtiver a
maioria dos votos válidos (CF. Art. 77, §3)

Governador e Vice-Governador do Estado​:

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❖ A eleição será realizada no 1º domingo de outubro, em 1º turno, e no último domingo de outubro se


houver, do ano anterior ao do término do mandato do antecessor (art. 28 da CF). Foi adotado o sistema
majoritário de dois turnos.

Governador e Vice-Governador do Distrito Federal:​

❖ Vale a regra dos Estados, sendo assim adotado o sistema majoritário de dois turnos.

❖ A eleição destes coincidirá com a do Governador e Vice-Governador do Estado (CF. Art. 32, §2º).

Prefeito e Vice-Prefeito:​

❖ A eleição será realizada, mediante pleito direto e simultâneo em todo o país, no 1º domingo de outubro
do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do artigo 77 no
caso de Municípios com mais de 200.000 eleitores. (CF. Art. 29, I e II).

❖ Assim, nos municípios com mais de 200.000 eleitores, adota-se o sistema majoritário de dois turnos
(será eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos válidos. Caso não obtenha na primeira votação,
será realizada nova) e nos municípios com menos de 200.000 eleitores, adota-se o sistema majoritário
simples (será eleito o candidato que obtiver o maior número de votos).

3. Mandato:

❖ Presidente da República​: Mandato de 4 anos e tem início em 1º de janeiro do ano seguinte ao da sua
eleição (CF. Art. 82).

✓ É admitida a reeleição para um único período subsequente (CF. Art. 14, §5º).

❖ Governador do Estado​: Mandato de 4 anos e tem início em 1º de janeiro do ano seguinte ao da sua
eleição (CF. Art. 28).

✓ É admitida a reeleição para um único período subsequente (CF. Art. 14, §5º).

❖ Governador do Distrito Federal​: Vale a regra para Governador do Estado (CF. Art. 32, §2º).

❖ Prefeito:​ Mandato de 4 anos e tem início em 1º de janeiro do ano subsequente ao da eleição (CF. Art.
29, III)

✓ É admitida a reeleição para um único período subsequente (CF. Art. 14, §5).

Para concorrer a reeleição, o Presidente da República, os Governadores dos Estados ou do Distrito Federal
e os Prefeitos não precisam renunciar ao mandato 6 meses antes do pleito, mas para concorrer a outros
cargos, devem renunciar (CF. Art. 14, §6º).

3.1 Perda do mandato:

❖ Presidente​:

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✓ No caso de impedimento (perda do mandato em caráter temporário. Ex: viagem, doença), o


Vice-Presidente substituirá o Presidente (CF. Art. 79).

✓ Já no caso de vacância (perda do mandato em caráter definitivo. Ex: morte, impeachment,


renuncia), suceder-lhe-á o Vice-Presidente.

✓ Havendo impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos,


serão sucessivamente chamados o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o
do Supremo Tribunal Federal para assumir o cargo em caráter temporário (CF. Art. 80).

✓ Vacância do cargo do Presidente: O Vice-presidente suceder-lhe-á, independentemente do lapso


temporal faltante.

✓ Vacância dos cargos de Presidente e Vice-presidente: O Presidente da Câmara dos Deputados, ou


do Senado Federal ou do Supremo Tribunal Federal assumirão o cargo temporariamente.

✓ Se a dupla vacância ocorrer nos primeiros 2 anos: Será realizada eleição 90 dias depois de aberta a
última vaga. Trata-se de eleição direta. Os eleitos completarão o período dos antecessores
(mandato-tampão – CF. Art. 81, §§1º e 2º).

✓ Se a dupla vacância ocorrer no 2 últimos anos: Será realizada eleição 30 dias depois da última
vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. Trata-se de eleição indireta, uma exceção à regra
do artigo 14 da Constituição Federal. Os eleitos completarão o período dos antecessores
(mandato-tampão). (CF. Art. 81, §§1º e 2º).

❖ Governador:​ Perderá o mandato se assumir outro cargo ou função na administração pública direta ou
indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V
(CF. Art. 28, §1º).

❖ Prefeito:​ Vale a mesma regra que para o Governador (CF. Art. 29, XIV).

4. Órgãos auxiliares do Presidente da República

❖ Ministros de Estado:

✓ São nomeados e exonerados pelo Presidente da República, assim titularizam cargo em comissão (CF.
Art. 84, I).

✓ Os Ministros de Estado podem exercer as atribuições delegadas pelo Presidente da República, isto é,
as específicas no artigo 84, VI, XII e XXV da CF.

✓ Crime de responsabilidade (CF. Art. 50)18

18
CF/88. “Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão
convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da
República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando
crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.[...] § 2º - As Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de

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✓ Nos casos de crime de responsabilidade sem conexão com o Presidente da República e nos casos de
crime comum, serão julgados no Supremo Tribunal Federal. Nos casos de crime de responsabilidade
conexos com o Presidente da República, serão julgados no Senado Federal (art. 52, I da CF).

❖ Conselho da República:

✓ É​ ​órgão superior de consulta do Presidente da República (CF. Art. 89)19

✓ Compete ao Conselho pronunciar-se em caso de:

a) Intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio (CF. Art. 90, I);

b) Questões relevantes para a estabilidade da instituição democrática (CF. Art. 90, II).

“O Presidente poderá convocar Ministro de Estado para participar da reunião do Conselho, quando constar
da pauta questão relacionada com o respectivo Ministério”​ (art. 90, §1º da CF).

❖ Conselho da Defesa Nacional:

✓ É órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e
a defesa do Estado democrático de direito (CF. Art. 91)20.

✓ Competências do Conselho da Defesa Nacional: Art. 91 da CF21.

Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando em crime de
responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação de
informações falsas”.
19
CF/88. “Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e
dele participam: I - o Vice-Presidente da República; II - o Presidente da Câmara dos Deputados; III - o
Presidente do Senado Federal; IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados; V - os
líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; VI - o Ministro da Justiça; VII - seis cidadãos brasileiros
natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois
eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos,
vedada a recondução”.
20
CF/88. “Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos
assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como
membros natos: I - o Vice-Presidente da República; II - o Presidente da Câmara dos Deputados; III - o
Presidente do Senado Federal; IV - o Ministro da Justiça; V - o Ministro de Estado da Defesa; VI - o Ministro
das Relações Exteriores; VII - o Ministro do Planejamento. VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e
da Aeronáutica.
21
CF/88. “Art. 91. [...].§ 1º - Compete ao Conselho de Defesa Nacional: I - opinar nas hipóteses de
declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta Constituição; II - opinar sobre a decretação
do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal; III - propor os critérios e condições de
utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso,
especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos
naturais de qualquer tipo; IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a
garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrático”.

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5. Responsabilidade do Presidente da República

❖ Prerrogativas e imunidades​:

Irresponsabilidade penal relativa​: O Presidente não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao
exercício de suas funções, na vigência do mandato. Tal irresponsabilidade é relativa apenas às
infrações penais, não se lhes aplicando a responsabilidade civil, administrativa ou tributária.

✓ A irresponsabilidade penal relativa não se estende aos Governadores de Estado e Distrito Federal e
nem aos Prefeitos.

Imunidade formal em relação à prisão:​ O Presidente não poderá ser preso nas infrações penais
comuns, enquanto não sobrevier sentença condenatória.

✓ A imunidade formal relativa à prisão não se estende a Governadores e nem aos Prefeitos.

Imunidade formal em relação ao processo​: O Presidente somente poderá ser processado, por crime
comum ou de responsabilidade, após um juízo de admissibilidade da Câmara dos Deputados, em que
será necessário voto de 2/3 de seus membros.

✓ O Governador de Estado e do Distrito Federal somente terá imunidade formal em relação ao


processo (só poderão ser processados por crime comum ou de responsabilidade, após juízo de
admissibilidade da Assembleia legislativa ou Câmara legislativa) se a Constituição Estadual assim
determinar.

✓ O Prefeito não tem imunidade formal em relação ao processo. Assim, não há necessidade de
sujeição do processo contra o Prefeito à autorização da Câmara dos Vereadores.

❖ Prerrogativa de foro​: O Presidente só pode ser processado por crime comum no Supremo Tribunal
Federal e por crime de responsabilidade no Senado Federal.

✓ O Governador só pode ser processado por crime comum no Superior Tribunal de Justiça e no caso
de crime de responsabilidade, depende da Constituição Estadual.

✓ O Prefeito é processado por ​crime comum no Tribunal de Justiça, por crime de responsabilidade (de
natureza penal) no Tribunal de Justiça; ​por crime de responsabilidade (natureza de infração
político-administrativa), na Câmara dos Vereadores; ​por crime federal​, no Tribunal Regional Federal
e ​por crime eleitoral,​ no Tribunal Regional Eleitoral.

5.1 Crimes de responsabilidade:

❖ São crimes de natureza política (infrações político-administrativas). A destituição dos cargos se dará
pelo processo de impeachment (impedimento).

❖ O artigo 85 da Constituição traz um rol meramente exemplificativo de crimes de responsabilidade, pois


o Presidente poderá ser responsabilizado por todos o atos atentatórios à Constituição Federal,
passíveis de enquadramento no referido rol.

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❖ Os crimes de responsabilidade serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de


processo e julgamento (art. 85, parágrafo único da CF). A lei 1079/50, alterada pela lei 10.028/00,
define os crimes de responsabilidade do Presidente da República, de Ministros do Estado, dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, do Procurador-Geral da República e outros, e regula o
respectivo processo de julgamento.

5.2 Crime comum:

❖ Abrange todas as modalidades de infrações, alcançando os delitos eleitorais, os crimes contra a vida e
até mesmo as contravenções penais. Entretanto, não há foro privilegiado para ações populares, ações
civis públicas e ações por ato de improbidade administrativa movidas contra o Presidente da República.

❖ Tendo em vista que o Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções (art. 86, §4º da CF), pode-se concluir
que ele só pode ser responsabilizado por crime comum praticado durante o mandato e em razão do
exercício da função.

❖ O Presidente da República não pode ser processado durante o mandato por infração cometida antes
do inicio do mandato ou por infração cometida durante, mas sem ligação com a função. Trata-se da
irresponsabilidade penal relativa.

❖ A condenação leva a aplicação do tipo penal previsto. A perda do cargo ocorre por via reflexa, em
decorrência da suspensão temporária dos direitos políticos (CF. Art. 15, III).

❖ O Presidente só pode ser preso por sentença condenatória (CF. Art. 86, §3º).

5.3 Impeachment (CF. Art. 86)22

❖ O processo de ​impeachment​ se dá em duas fases:

✓ Juízo de admissibilidade ou acusação: câmara dos deputados ⅔ (=maioria qualificada) dos


membros;

✓ Julgamento: senado federal por ⅔ dos membros

❖ Punição​:

  CF/88. “Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos
22

Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais
comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. § 1º - O Presidente ficará suspenso
de suas funções: I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo
Tribunal Federal; II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.
§ 2º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o
afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. § 3º - Enquanto não
sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a
prisão. § 4º - O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por
atos estranhos ao exercício de suas funções”.

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✓ Perde o cargo e fica inabilitado por 8 anos para as funções públicas. Ele pode continuar votando,
mas não pode ser votado.

9.3 PODER JUDICIÁRIO

1. Garantias do Poder Judiciário

Ao Poder Judiciário são conferidas garantias para assegurar a sua independência. Tais garantias
dividem-se em:

❖ Garantias institucionais

❖ Garantias funcionais​ (dos membros ou de órgãos)

​I - Garantias institucionais:

São aquelas que garantem a independência do Poder Judiciário frente aos demais poderes. É crime de
responsabilidade do Presidente da República atentar contra o livre exercício do Poder Judiciário (art. 85, II
da CF).

❖ Autonomia financeira​: Os Tribunais devem elaborar suas propostas orçamentárias dentro dos limites
estipulados conjuntamente com os demais poderes na lei de diretrizes orçamentárias (CF. Art. 99, §1º).

❖ Autonomia administrativa:​ Compete aos Tribunais (CF. Art. 96, I)

II - Garantias funcionais ou de órgãos:​

São aquelas que garantem a​ independência​ e a ​imparcialidad​e dos membros do Poder Judiciário.

❖ Garantias de independência dos órgãos judiciários:​

✓ Vitaliciedade (art. 95, I da CF): É a garantia de permanência no cargo, ou seja, o Juiz só perderá
seu cargo após decisão judicial transitada em julgado.

✓ Inamovibilidade (art. 95, II da CF): O ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do


magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do
respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada a ampla defesa (art. 93, VIII da
CF).

✓ Irredutibilidade de vencimentos (art. 95, III da CF): O Subsídio do magistrado não pode ser
reduzido, observado o artigo 37,X e XI, 39, §4º, 150, II e 153, §2º, I da Constituição Federal (está
sujeito a tributação).

O Supremo Tribunal Federal decidiu pela existência da irredutibilidade jurídica, assim a


garantia estará cumprida desde que não haja diminuição nominal do subsídio, negando o
direito à atualização monetária.

❖ Garantias de imparcialidade dos órgãos judiciários: Aos juízes é vedado:​

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✓ Exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério (art. 95,
parágrafo único, I da CF).

✓ Receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo (art. 95, parágrafo único,
II da CF).

✓ Dedicar-se a atividades político-partidária (art. 95, parágrafo único, III da CF).

✓ Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades


públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei (art. 95, IV da CF).

✓ Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos 3 anos do


afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração (art. 95, V da CF).

2. Estrutura do Poder Judiciário

I - Órgãos do Poder Judiciário​ ​(CF. Art. 92):

✓ Supremo Tribunal Federal (art. 92, I da CF).


✓ Conselho Nacional de Justiça (art. 92, I A da CF).
✓ Superior Tribunal de Justiça (art. 92, II da CF)
✓ Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais (art. 92, III da CF)
✓ Tribunais e Juízes do Trabalho (art. 92, IV da CF).
✓ Tribunais e Juízes Eleitorais (art. 92, V da CF).
✓ Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios (art. 92, VI da CF).

❖ O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na
Capital Federal​ (CF. Art. 92, §1º).
❖ O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional (CF.
Art. 92, §2º).

II - Órgãos de superposição​:

O Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça funcionam como órgãos de superposição, pois
se sobrepõem às justiças comuns e especiais (ou especializadas).

A) Justiça Comum​:

❖ Justiça Federal:​ Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais (CF. Art. 106).

“Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal​” (CF. Art. 98,
parágrafo único).

❖ Justiça estadual comum ou ordinária​:


✓ Juízos de primeiro grau de jurisdição, incluídos os Juizados especiais e a justiça de paz23.

23
CF/88. “Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão: I - juizados especiais,
providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a
execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo,
mediante os procedimentos oral e sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o
julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau; II - justiça de paz, remunerada, composta de

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✓ Juízos de segundo grau, compostos pelos Tribunais de Justiça.

B) Justiça especial ou especializada​:

❖ Justiça do Trabalho​: Tribunal Superior do Trabalho, Tribunais Regionais do Trabalho e Juízes do


Trabalho (art. 111 da CF). Haverá pelo menos um TRT em cada Estado e no Distrito Federal (art. 112
da CF).

❖ Justiça Eleitoral​: Tribunal Superior Eleitoral, Tribunais Regionais Eleitorais, Juizes Eleitorais e Juntas
Eleitorais (art. 118 da CF). Haverá um TRE na capital de cada Estado e no Distrito Federal (art. 120 da
CF). Têm competência penal e civil.

❖ Justiça Militar:​ Superior Tribunal Militar; Tribunais Militares e Juizes Militares instituídos por lei. Só têm
competência penal.

3. Quinto Constitucional:

❖ A regra do quinto constitucional aplica-se ao Tribunal Regional Federal – Art. 107 I, Tribunais dos
Estados – CE , Tribunal Superior do Trabalho - Art. 111-A, I, da CF/88.

❖ Segundo esta regra, um quinto dos lugares nesses Tribunais serão compostos por membros do
Ministério Público com mais de dez anos de carreira e de advogados de notório saber jurídico e de
reputação ilibada, com mais de dez anos e efetiva atividade profissional (CF. Art. 94).

❖ Os órgãos de representação de classe dos Advogados e do Ministério Público elaborarão lista sêxtupla.
O Tribunal, assim que recebida as indicações, formará a lista tríplice e a encaminhará ao Poder
Executivo, que nos 20 dias subsequentes escolherá um dos três para nomeação (CF. Art. 94, parágrafo
único).

❖ A regra do quinto constitucional não se aplica aos Tribunais superiores, com exceção do Tribunal
Superior do Trabalho (TST). ​São Tribunais Superiores o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) e o Superior Tribunal Militar (STM).

4. Características dos órgãos judiciários:

Supremo Tribunal Federal:

❖ Composição: 11 Ministros (art. 101 da CF). Há 5 ministros na 1​a ​turma, 5 na 2​a​ e um Presidente.

cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na
forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo
de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na
legislação. § 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal. § 2º
As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades
específicas da Justiça.

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❖ Investidura (art. 101, parágrafo único da CF): O Presidente da República escolhe e indica o candidato,
devendo ser aprovado por maioria absoluta no Senado Federal (CF. Art. 52, III, “a”). Após aprovação
pelo Senado, será nomeado pelo Presidente da República (CF. Art. 84, XV).
❖ A posse será dada pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e acarretará a vitaliciedade.

Conselho Nacional de Justiça:

O CNJ integra a estrutura do Poder Judiciário tendo a natureza jurídica de órgão judicial. Entretanto, as
suas decisões são administrativas e não jurisdicionais.

Composição​: ​Conformeo art. 103-B da Constituição Federal de 1988, o Conselho Nacional de


Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma)
recondução, sendo:

● O Presidente do Supremo Tribunal Federal;


● Um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal;
● Um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal;
● Um Desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;
● Um Juiz Estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;
● Um Juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;
● Um Juiz Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;
● Um Juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
● Um Juiz do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
● Um Membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República;
● Um Membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre os
nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual;
● Dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
● Dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos
Deputados e outro pelo Senado Federal.
❖ O Presidente do Supremo Tribunal Federal exercerá a presidência do Conselho e votará em caso de
empate, ficando excluído da distribuição de processos naquele tribunal​ (CF. Art. 103 B, §1º).

O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, e, nas suas ausências e
impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo. Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo
Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal (CF. Art.
103B, § 2º).

❖ O Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho Federal da OAB vão oficiar junto ao


órgão, funcionando como uma espécie de custos legis dentro das atribuições do Conselho.

Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha ao Supremo
Tribunal Federal​ (art. 103-B, § 3º da CF).

Superior Tribunal de Justiça:

❖ Composição: no mínimo 33 Ministros, sendo composto por: (CF. Art. 104)

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✓ 1/3 de juízes dos Tribunais Regionais Federais (CF. Art. 104, parágrafo único, I).
✓ 1/3 dos Desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados (CF. Art. 104, parágrafo único, I).
✓ 1/3: 1/6 de advogados e 1/6 de membros do Ministério Público Federal, estadual do Distrito Federal
e Territórios, alternadamente (CF. Art. 104, parágrafo único, II).

Justiça Trabalhista:

❖ Tribunal Superior do Trabalho​: (CF. Art. 111)


❖ Tribunais Regionais do Trabalho:​ (CF. Art. 115)

Tribunais Regionais Federais: (CF. Art. 107)

Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e


demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de
equipamentos públicos comunitários​ (CF. Art. 107, §2º).

Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras


regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo ​(CF.
Art. 107, §3º).

Justiça Eleitoral:

❖ Tribunal Superior Eleitoral​. (CF. Art. 119)


✓ A Constituição somente exige requisitos para os dois juízes pertencentes a advocacia.
✓ O Presidente e Vice-Presidente do Tribunal Superior Eleitoral serão eleitos pelo TSE dentre os
Ministros do STF. O Corregedor eleitoral do TSE será eleito pelo TSE, dentre os Ministros do STJ
(art. 119, parágrafo único da CF).

❖ Tribunais Regionais Eleitorais.​ (CF. Art. 120)


✓ O Presidente e Vice-Presidente do TRE serão eleitos pelo TRE dentre os Desembargadores.

​Justiça Militar

❖ Superior Tribunal Militar: (CF. Art. 123)

✓ O Presidente da República escolhe e indica o candidato, devendo ser aprovado por maioria
relativa ou simples no Senado Federal (CF. Art. 52, III, “a”).

✓ Assim que aprovado, será nomeado pelo Presidente da República (CF. Art. 84, XVI e 123).

5. Competências:

❖ Supremo Tribunal Federal (CF. Art. 102, I a III)

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❖ Conselho Nacional de Justiça (CF. Art. 103B, § 4º)


❖ Superior Tribunal de Justiça (CF. Art. 105, I)
❖ Justiça Federal (CF. Art. 108, I, II e Art. 109, I a XI)
❖ Justiça do Trabalho (CF. Art. 111ª e Art. 114)
❖ Justiça Eleitoral (CF. Art. 121)
❖ Justiça Militar (CF. Art. 123 e 124)
❖ Tribunais e Juízes dos Estados (CF. Art. 125)

✓ Os Estados organizarão sua justiça, observando os princípios estabelecidos na Constituição. esta


Constituição.

✓ Compete a Justiça estadual tudo o que não for de competência das Justiças especiais ou
especializadas, nem da Justiça Federal.

6. Reserva de Plenário

O Art. 97 da CF trata de reserva de plenário que foi confirmada e estabelecida na Súmula Vinculante 10.

Um tribunal ao declarar a inconstitucionalidade de uma lei ou um ato normativo do poder público deve se
manifestar por maioria absoluta dos seus membros.

Quer pela via de ação, quer pela via de exceção, somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros
(ou do respectivo órgão especial – inciso XI do art. 93 da CF) os Tribunais poderão declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público (a constitucionalidade pode ser reconhecida
pelo órgão fracionário – Turma ou Câmara). É a chamada Cláusula de Reserva de Plenário (art. 97 da CF).

7. Súmula vinculante na Constituição Federal (Art. 103-A e Lei n. 11.417/06)

❖ Sugestão: Ler as súmulas

✓ 10: reserva de plenário.


✓ 11: uso de algemas.
✓ 14: acesso do advogado aos autos de investigação do cliente.
✓ 25: depositário infiel.

❖ Somente o STF edita Súmulas Vinculante e representam reiteradas decisões em matéria


constitucional.

❖ Depende da manifestação de 2/3 dos membros do STF (8 ministros).

❖ Efeito vinculante: significa que deve ser obedecido por todo o poder judiciário; toda administração
pública direta e indireta nas esferas federal, estadual e municipal.

❖ De acordo com o STF, o próprio STF e o Poder Legislativo não precisam obedecer à súmula vinculante
na sua função típica. Porém, nos demais casos, descumprida a súmula vinculante, cabe reclamação no
STF.

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10. REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

São mecanismos para restabelecer direitos ameaçados ou que foram violados. Estes direitos estão
previstos na Constituição Federal, dentro do Capítulo relativo aos Direitos e Garantias Fundamentais.

São, por assim dizer, meios postos à disposição dos indivíduos e dos cidadãos para provocar a intervenção
das autoridades competentes visando corrigir ilegalidade ou abuso de poder em prejuízo de direitos e
interesses individuais.

São considerados remédios constitucionais:

✓ Direito de petição;

✓ Habeas corpus;

✓ Mandado de Segurança;

✓ Mandado de Injunção;

✓ Habeas Data;

✓ Ação Popular.

❖ Direito de Petição (​ CF. ​Art. 5º, XXXIV)

Direito de reclamar de algo que existe de errado no Estado.

Não tem formalismos e não precisa de advogado.

Tem caráter administrativo.

Pode ser por meio de ligação telefônica, carta, e-mail, etc..

Habeas corpus ​(CF. Art. 5º, ​LXVIII e art. 647 CPP).

Conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.

Visa a proteção do direito de ir e vir do indivíduo (locomoção).

Para ingressar com ​Habeas Corpus não é necessário de advogado, e é possível a liminar mesmo não
havendo previsão legal. A natureza jurídica é de uma ação penal não condenatória de natureza
constitucional.

O ​Habeas Corpus possui gratuidade garantida na CF, vide art. 5º, LXXVII e prioridade sobre todas as demais
ações, inclusive as eleitorais.

Há duas espécies de habeas corpus:

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✓ Habeas Corpus preventivo é aquele que é usado antes do ato constritivo, ou seja, antes da
instauração de inquérito, antes da prisão etc. Ameaça. Pede-se um "salvo conduto" para o juiz (decisão
judicial). Exemplo: ameaçar prender alguém por um tipo penal que não existe.

✓ Habeas Corpus repressivo ou liberatório - é quando o indivíduo está preso ilegalmente. Pede-se o
alvará de soltura. Ou, quando existe mandado de prisão em aberto – juiz expediu, mas a pessoa ainda
não foi presa. Neste caso, pede-se o contra mandado, ou seja, a revogação da prisão. Ex: uma pessoa
está presa além do tempo. Neste caso, é possível liminar, mesmo não havendo previsão legal.

Importante​:

✓ Súmula 693 do STF: ​“Não cabe 'habeas corpus' contra decisão condenatória a pena de multa, ou
relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.”

✓ Súmula 694 do STF: ​“Não cabe 'habeas corpus' contra a imposição da pena de exclusão de militar
ou de perda de patente ou de função pública.”

✓ Súmula 695: ​“Não cabe 'habeas corpus' quando já extinta a pena privativa de liberdade.”

Habeas Data​ (CF. Art. 5º, LXXII e Lei 9.507/97)

Conceder-se-á ​"habeas-data":

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de


registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

b) para retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;

✓ Visa ter acesso e retificar dados ou informações do impetrante que estão em um órgão público ou de
caráter público.

✓ Considera-se de caráter público todo registro ou banco de dados contendo informações que sejam ou
possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora
ou depositária das informações.

✓ Tem por finalidade proteger a esfera íntima dos indivíduos (pessoas físicas ou jurídicas), possibilitando
a obtenção e a retificação de dados e informações constantes de entidades governamentais ou de
caráter público. Exemplo: SPC, Serasa.

✓ Antes de impetrar, é necessário esgotar a via administrativa.

Exige a atuação de advogado, mas, é gratuita, na forma do artigo 5º, LXXVII da CF/88.

Mandado de segurança individual​ (​ CF. Art. 5 LXIX, e Lei 12.016/09)

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✓ Protege direito líquido e certo – aquele que se comprova documentalmente ou com o simples texto da
CF e da lei – não há prova testemunhal e nem pericial. Só é possível uma produção de prova – entrega
de documento que está com a autoridade coautora.

✓ Natureza Jurídica: é uma Ação de Natureza Residual em relação a todos os remédios constitucionais.
✓ À semelhança dos demais remédios constitucionais, o Mandado de Segurança possui natureza dúplice,
ou seja, é uma Ação Constitucional e no plano infraconstitucional é uma Ação Civil de Rito Sumário.
✓ Vale resaltar que o Mandado de Segurança tem prioridade sobre as ações, com exceção do Habeas
Corpus e as Ações Eleitorais.

✓ É impetrado contra abuso cometido por uma autoridade pública ou alguém investido de tal autoridade.
Não é caso nem de habeas corpus nem habeas data.

Art. 5º, LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

Exemplo: em um concurso público consta no edital que quem for natural daquele Estado terá uma
pontuação diferenciada. Nesse caso há contrariedade ao art. 19, III, da CF.

❖ Mandado de segurança coletivo (​ CF. Art. 5º, LXX e Art. 21 da Lei n. 12.016/09)24

✓ É corporativo – apenas certo grupo de pessoas pode se utilizar dele. Ex: partido político com
representação no Congresso Nacional.

Art. 5º, LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b​) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há


pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

Mandado de injunção​ ​(CF. Art. 5º, LXXI e Lei 13.300/2016)

24
Lei n. 12.016/09. “Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com
representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes
ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente
constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da
totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que
pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. Parágrafo único. Os direitos
protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser: I -coletivos, assim entendidos, para efeito desta
Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular
grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica; II
-individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de origem comum e da
atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante”.

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Art. 5º, LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania;

O Mandado de Injunção não dispensa o Advogado e custas.

✓ Falta de norma regulamentadora de qualquer direito ou liberdade constitucional - inconstitucionalidade


por omissão.

✓ Existe uma norma constitucional de eficácia limitada ainda não regulamentada impedindo o exercício
de um direito em caso concreto.

Ação popular ​(CF. Art. 5º, LXXIII e Lei 4.717/65)

Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente
e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do
ônus da sucumbência;​

✓ Objetiva proteger patrimônio público histórico e cultural, meio ambiente e moralidade administrativa.

✓ Só cidadão pode propor. Se um cidadão abandonar a ação, outro poderá assumir – não havendo
cidadão interessado, o Ministério Público irá assumir a ação.

✓ Normalmente, quando cai, tem a ver com patrimônio público. Não tem foro de prerrogativa de função
em ação popular.

✓ O Ministério Público não pode propor tal ação, mas pode assumir o andamento e dar execução da
decisão. Não tem foro de prerrogativa de função na ação popular.

✓ Não faz coisa julgada a ação popular por falta de provas.

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