Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Dr. Mário David muito obrigado por ter aceite o nosso convite, a palavra é sua.
Dep.Mário David
Espero que a tarde de hoje seja tão enriquecedora para vós, que aprendam coisas
novas, mas também para mim, que eu consiga sentir o pulsar da juventude
portuguesa face às expectativas que todos nós temos relativamente ao futuro da
nossa União.
Eu tinha pensado abordar três temas e fazer uma referência breve a um quarto. Os
três temas são o Tratado Constitucional (o grande assunto do momento), a questão
das perspectivas financeiras e os limites da Europa (os futuros alargamentos). Uma
matéria para abordar en passant seria a Estratégia de Lisboa.
Hoje as nossas preocupações são outras: Emprego (em primeiro lugar), Imigração,
Modelo Social, Concorrência, Deslocalização, Dumping Social e Ambiental.
E sobre isto, no último Conselho Europeu, se estão recordados, não houve nada! O
Tratado foi apenas um pretexto e não foi a causa do voto negativo!
Depois somos uma União com símbolos. Quais são? Estão definidos no Tratado: a
bandeira, um hino (uma parte do 9º andamento da última sinfonia de Beethoven,
temos uma divisa ("A unidade na diversidade"), temos uma moeda e um dia, que é o
9 de Maio.
Uma outra coisa que nos preocupa sempre muito é o reforço do estatuto das regiões
ultraperiféricas, transformando-a num instrumento mais eficaz face às
especificidades (para nós) dos Açores e Madeira.
O reforço da união e método comunitário: neste Tratado não houve nenhuma re-
nacionalização de competências, foi confirmado o direito de iniciativa da Comissão
e alargado o âmbito da co-decisão entre Conselho e Parlamento Europeu.
Portanto, foi um Tratado pensado nos benefícios que podia trazer para o cidadão
europeu que é o seu primeiro destinatário: essencialmente tentar aproximar a
Europa dos cidadãos. Reforma, como disse, a legitimidade, a transparência, a
eficácia e a coerência no processo de decisão.
Na sua Parte II, tem a inclusão da Carta dos Direitos Fundamentais que passa a ter
pela primeira vez uma força jurídica vinculativa. O que é que ela traduz?
Essencialmente os nossos direitos civis, políticos, tem até um capítulo designado de
"a boa administração", os direitos sociais dos trabalhadores, a protecção de dados
pessoais e as questões da bioética. Foi no interesse de todos nós que a Carta foi
consagrada.
Tenta-se que a União não seja uma coisa estática, que seja um processo gradual,
compreendido e aceite por todos os cidadãos. Nesse sentido é também criado um
direito de petição (desde que haja um milhão de assinaturas) que permite solicitar
à Comissão Europeia a definição de uma determinada directiva.
Aproveitou-se também esta iniciativa constitucional para fazer uma reforma das
instituições. É que face ao último alargamento, em que passámos de 15 para 25,
continuávamos a viver com as mesmas regras institucionais que tínhamos desde o
início da UE.
Assim, foi definido o PE para um máximo de 750 deputados (que variam entre os 6 e
os 96 consoante a população dos Estados), o Conselho Europeu passa a ser, pela
primeira vez, uma instituição da União Europeia, até aqui era o órgão que dava o
impulso político à UE mas não tinha de prestar contas a ninguém: com este
Tratado, o Conselho passaria também a estar sujeito ao controle do Tribunal de
Justiça das Comunidades. É criado um lugar de Presidente do Conselho Europeu,
por dois anos e meio, que é suposto ser o novo dinamizador, terá representação
externa da União, as presidências do Conselho passam a ser agrupadas de três
países por dezoito meses.
Isto é mais uma maquilhagem que uma alteração substancial, na medida em que é
sempre dada oportunidade a esses três países para estabelecerem a presidência
como quiserem e na prática aquilo que continuará a acontecer é que cada um terá
o seu semestre de presidência.
Note-se que já foram dados passos antes da entrada em vigor deste Tratado.
Nomeadamente as presidências colectivas entram já em vigor a 1 de Janeiro de
2007 e o primeiro grupo terá à cabeça Alemanha, Portugal e Eslovénia. Assim, a
manter-se tudo como está, a próxima presidência portuguesa será no segundo
semestre de 2007.
Para que haja uma minoria (que não seja apenas a dos quatro grandes Estados), é
necessário mais do que quatro grandes Estados.
E depois recorreu-se a um jargão comunitário que já devem ter ouvido falar, que é
o Compromisso de Ioanina. O que é isso?
Bem, na UE, quando se vota, ganha-se ou perde-se, mas não há interesse nenhum
em violentar ninguém ou prejudicar os Estados. Assim, quando não há força
suficiente para bloquear uma decisão mas já ¾ dessa força estão conseguidos, em
vez de se passar logo à votação, tenta-se buscar um compromisso de modo a que
não haja ninguém ou nenhum Estado violentado. Embora nem sempre seja depois
possível o consenso.
Se mais de 1/3 dos Estados quiserem avançar num determinado domínio, podem
fazer uma cooperação reforçada de modo a poderem aprofundar a actuação
comunitária fora das suas áreas de competência exclusiva.
Muito discutido (particularmente em Portugal, realço isto, para não dizer que foi o
único Estado em que eminentes cidadãos levantaram a questão) é o Princípio do
Primado da Legislação Comunitária.
Obviamente que há uma explicação para tudo isto. Em Julho de 1960, pela primeira
vez o Tribunal de Justiça das Comunidades através de jurisprudência
(paulatinamente consolidada) proclamou o Principio do Primado Incondicional de
todo o direito comunitário sobe todo o direito nacional, seja ele ordinário ou
constitucional. E isto pode parecer de facto uma violentação! Como é que a UE se
permite estabelecer uma determinada legislação que sobrevalece sobe toda a
legislação nacional: a razão é simples!
Outra das questões que têm sido colocadas prende-se com o facto de não ter havido
uma suficiente democratização no processo de elaboração dum Tratado
constitucional. Não foi bem assim.
Deixem-me contar-vos. Em todos os outros Tratados que foram feitos, desde o
início, existiu sempre uma CIG (Conferência Inter-Governamental), ou seja, foi
cometido aos Primeiros-Ministros a responsabilidade de os redigirem, e muitos
delegaram em Ministros dos Negócios Estrangeiros, que por sua vez delegaram nas
suas equipas.
Desta vez foi-se por outro caminho. Fez-se uma Convenção, lembram-se do termo?,
que foi um organismo muito mais transparente e com ampla participação, em que
estavam efectivamente os 15 Estados-Membros, mais os 13 que estavam a terminar
a adesão à UE, esteve uma representação importante do PE, estiveram delegações
dos parlamentos nacionais, do Comité das Regiões, do Conselho Económico e Social,
dos Parceiros Sociais, houve até um fórum da sociedade civil, o que fez com que
dos 105 membros da Convenção, 72 eram membros directamente eleitos pelas
várias instâncias, nomeadamente parlamentos nacionais.
Portanto, pela primeira vez se alargou o leque de participação na redacção do
projecto, projecto esse que foi aprovado pela Convenção após um trabalho de 15
meses.
Sobre as minhas críticas iniciais à forma como o processo final foi abordado pelo
Conselho, acho que teria sido mais proveitoso (a grande saída) manter a parte 1 e
2, que têm dignidade constitucional e expurgava-se todo o capítulo terceiro, das
políticas internas (essas sim podem variar, podem mudar, consoante a evolução
sócio-política dentro da UE e dos Estados).
Para resolver o problema causado pelos dois nãos referendários, salvávamos as duas
primeiras partes e retirava-se a terceira, pois é aquela que é mutável. Conseguia-se
assim um texto mais constitucional, mais perdurável no tempo.
O que é que se passou até agora? Era suposto que o Tratado entrasse em vigor a 1
de Novembro de 2006, ou seja, dois anos depois da assinatura, em Roma, e os
Estados dispunham de dois anos para fazer a adaptação do Tratado. Mas pela
primeira vez este Tratado, prevendo dificuldades de aplicação, criou um artigo em
que se diz que se ao fim de dois anos, 20 Estados Membros tivessem ratificado a
Constituição e se até 5 Estados não o tivessem feito, o Conselho deveria analisar as
dificuldades que estava a ter lugar. E foi baseado neste artigo que o Conselho, em
Junho, decidiu suspender a ratificação do Tratado, antecipando já esta análise de
dificuldades.
A resposta jurídica é muito simples: se não houver Tratado, a União não fecha,
mantém-se Nice (com as mesmas dificuldades que levaram a querer fazer-se outro
Tratado). Mas há neste momento uma questão política que temos de resolver: é que
há 13 Estados que já ratificaram (Áustria, Chipre, Alemanha, Grécia, Hungria,
Itália, Letónia, Lituânia, Malta, Eslováquia, Eslovénia, Luxemburgo e Espanha, estes
dois por referendo).
Na Bélgica existe um sistema esquisito e é preciso a ratificação de diversas
estruturas políticas, sendo que algumas já ratificaram.
Abro aqui um parêntesis para referir ao Sr. Director da UV que esgotei a minha
meia hora e receio que me tenha entusiasmado com o Tratado Constitucional não
havendo tempo para os outros diversos temas.
Ainda tem alguns minutos que pode usar, Dr. Mário David.
Dep.Mário David
Neste momento temos um ano e quatro meses desde a entrada dos 10 novos. Chipre
e Malta têm dimensões pequenas, tradições democráticas e não oferecem grandes
problemas (à excepção da questão da divisão de Chipre).
Os outros têm um PIB per capita muito inferior ao da média comunitária, têm ainda
instituições que estão também a fazer as primeiras experiências democráticas, (a
queda do Muro foi em 89), e isso levanta sempre alguns problemas.
Porém, os países nórdicos e o Reino Unido (particularmente o Reino Unido que tem
umas contas a ajustar com os serviços secretos croatas) propuseram suspender o
processo com a Croácia enquanto o general Ante Gotovina, procurado pelo Tribunal
de Haia, não seja entregue pelas autoridades croatas.
Infelizmente isto foi aprovado por maioria, com o voto de Portugal (a votação foi já
depois do PSD ter saído do Governo, senão tínhamos votado de maneira diferente).
Bloqueou-se assim o processo de adesão da Croácia.
Note-se que o Tribunal de Haia colocou 626 questões ao Estado Croata, 625 foram
satisfeitas: falta a entrega de Gotovina. Por causa disso, mensalmente, tem sido
adiado o início das negociações.
No dia 1 de Abril também é dia das mentiras na Croácia, (RISOS) e lá, abriram um
telejornal dizendo: não bastou o nosso processo de adesão à UE ser bloqueado como
agora também estamos proibidos de participar com a nossa selecção no
Campeonato Mundial de Futebol na Alemanha enquanto não entregamos o General
Gotovina! (RISOS)
Bom, às 3 da tarde tiveram de desmentir a notícia porque já estavam 200 mil
pessoas (RISOS) no centro da cidade a insultar tudo quanto (RISOS) era UEFA, FIFA,
Governo, União Europeia. (RISOS)
Vejam que em conversas bilaterais foram todos contra, depois no Conselho Europeu
de Dezembro votámos todos por unanimidade a adesão da Turquia. Somos
europeístas convictos, gostamos do projecto, mas não deixamos de reconhecer as
hipocrisias que se desenrolam pelo meio!
Agora a Comissão tem de entregar um relatório sobre a forma como pensa fazer as
negociações. O seu primeiro relatório, recomendando a abertura das negociações,
não apresentou, por exemplo, um estudo de impacto que o PE lhe solicitou, mas diz
que a Turquia já cumpre os critérios de Copenhaga (critérios de democraticidade,
respeito pelos direitos do Homem, etc).
Um outro pilar é um diálogo político e cultural reforçado com as outras nações para
que haja uma maior aceitação da Turquia.
Deixem-me dizer-vos que as projecções dizem que em 2025 só para a PAC e para a
Coesão para a Turquia seriam entre 22 e 33 mil milhões de euros, o que é vez e
meia do que aquilo que Portugal recebeu nos últimos sete anos.
Mas o problema não é financeiro, é antes de mais político, é o da aceitação ou não
dos nossos concidadãos, duma forma tranquila, dum Estado muçulmano, com uma
cultura muito diferente.
Para terminar, Carlos, eu costumo dar esta imagem. Nós, daqui a 15 anos, (quanto
tiver terminado o processo de negociação com a Turquia), teremos um referendo de
15 em 15 dias e é por sms, nem sequer é preciso ir lá votar, estaremos
permanentemente a ser solicitados a nos pronunciarmos.
Há pelo menos 4 Estados Dinamarca, França, Áustria e Holanda (para não falar na
Alemanha) que estão preparados para votar contra a adesão da Turquia em
referendo. Como sabem, qualquer entrada de um novo Estado implica a ratificação
por todos os restantes.
E pergunto-me senão seria mais prudente inventar uma nova forma de
"partenariado" para a Turquia que não implique ser Estado-Membro do que, daqui a
15, anos não ser nem uma coisa nem outra. Prefiro ter hoje uma manifestação de 2
milhões em Ankara contra Chirac do que daqui a 15 anos ter o povo turco contra o
povo francês porque foi o povo francês que votou contra. Nessa altura o impacto é
mais grave e as tensões muito maiores.
Peço desculpa de me ter alongado tanto. Muito ficou por dizer mas espero que com
as vossas perguntas mais coisas sejam ditas.
PALMAS
Daniel Fangueiro
Antes de mais gostava de agradecer ao Deputado Mário David pela sua intervenção.
A nossa questão é sobre o alargamento.
O Reino Unido já declarou que a sua principal preocupação durante a presidência
será o alargamento, quer pela questão da Roménia e Bulgária quer pela Turquia e
as negociações com a Croácia.
No entanto, por mais países que a União englobe não há uma correspondente união
de cidadãos.
Isso é visível em varias situações. Quer na abstenção nas eleições do PE, quer no
grande distanciamento face às instituições, quer ainda na ignorância da maioria dos
cidadãos sobre temas como a Constituição Europeia. Até pela forma como os
referendos foram usados para penalizar Governos.
Não será mais urgente sensibilizar os povos da União para aquilo que comummente
se chama a cidadania europeia? Como deve ser feita esta chamada de atenção?
Deve-se partir para o alargamento sem que haja esta união de povos? Será que a
constituição europeia será uma força aglutinadora ou uma fonte de discórdia?
Muito obrigado!
Dep.Mário David
Começo por dizer que concordo com muitos pressupostos da sua pergunta, mas
temos de conseguir também um equilíbrio. Tal como foi conseguido no Tratado
Constitucional.
Além de um equilíbrio entre aqueles que são inter-governamentalistas e os que são
federalistas, temos também de ter um equilíbrio entre os que têm aspirações de
pertencer à UE e os que já pertencem. Muitos querem entrar porque vêm na UE
uma forma de entrarem na via irreversível da democracia.
Não falámos aqui, por exemplo, da Ucrânia que está a sair da esfera do bloco
soviético e a única coisa que lhes interessa é entrar na UE. Que perspectivas lhes
podemos dar? Eles não têm situação que lhes permita aderir nos próximos 15 anos.
Está fora de questão.
Mas é um país que tem uma cultura muito mais próxima da nossa.
Por isso deve haver um debate sobre onde queremos ir, com quem queremos ir, até
onde devem ir as nossas fronteiras e haver um maior conhecimento das realidades
europeias - ao nível da juventude, o programa Erasmus é óptimo para isso: neste
momento, na República Checa estão dezenas de estudantes portugueses em
Erasmus.
Eu sou europeísta convicto, mas julgo que o problema actual da UE é que fomos
depressa demais nos últimos tempos e que assustámos grande parte dos cidadãos
europeus. Agora é preciso dizer-lhes "não tenham medo" e qual é que é o projecto.
Ruben Badaró
A nossa pergunta é esta: como vê essa concorrência dos produtos asiáticos no nosso
mercado, a possível deslocalização de empresas nossas para o mercado asiático e
toda a influência asiática na economia europeia.
Obrigado
Dep.Mário David
Obrigado pela pergunta, pois este era um dos temas que eu queria ter focado
inicialmente.
Esta é uma das pedras de toque sobre o que nós queremos para a UE do futuro. À
sua questão eu acrescentaria o modelo social.
Nós temos um modelo social europeu que queremos manter e melhorar. E sabemos
que as outras forças de mercado com as quais estamos em competição
nomeadamente no extremo asiático, não têm as mesmas preocupações que nós nem
de perto nem de longe. Daí a deslocalização como fruto, também, da globalização.
Isto fere alguma esquerda bem pensante, mas eu não percebo como é que alguns
defendem o status quo do nosso mercado laboral, (quando os nossos competidores
não têm nenhuma das nossas preocupações) e depois defendem um clima de portas
abertas. Tem de haver um equilíbrio entre o direito dos competidores de
desenvolverem os seus mercados e compaginar isso com a expectativa dos nossos
concidadãos em adquirir produtos de qualidade a melhores preços.
Estou a falar de pautas aduaneiras que, ao mesmo tempo que protegem a indústria
europeia não violentem o consumidor final.
Adelina Cabral
Antes de mais uma boa tarde. Penso que falo em nome de todos nós ao agradecer a
intervenção muito elucidativa relativamente a alguns assuntos da UE, sobretudo do
Tratado.
Eu pegava em três aspectos de que falou: temos um dia, uma moeda e uma
bandeira, falou do conceito de cidadão europeu. Isto parece um Estado. Parece que
o caminho que estamos a percorrer será para uma federação ou confederação de
Estados.
Eu tive a oportunidade de ler "O Jardim da Delícias" do João Aguiar que traça o
cenário do que pode vir a ser a "federação europeia" daqui a uns anos.
Dep.Mário David
Tenho pena que o caminho para o federalismo esteja diluído porque sou também
um federalista convicto.
Cristóvão Norte
A questão que eu queria colocar, à semelhança daquilo que o prof. Medina Carreira
transmitiu numa intervenção há dias, é a seguinte: nós consideramos o modelo
social europeu como um dos vértices da construção europeia, algo imprescindível e
aglutinador. Assim, devemos revisitar alguns conceitos que têm a ver com o
proteccionismo, (como propugna o Prof. Medina Carreira) ou devemos optar por
sermos menos competitivos e garantir que o modelo social europeu continua a
vigorar?
Dep.Mário David
Obrigado pela sua pergunta. Eu julgo, pela sua formulação, qual é a opinião que
defende.
Para mim, é muito importante a manutenção do modelo social europeu e até o seu
desenvolvimento.
Isto implica questões importantes tais como o combate ao dumping social e até
fiscal. Veja-se que o Estado chinês financia todas as exportações chinesas. Resta
saber até quando é que aquele regime ultra-capitalista de etiqueta comunista vai
poder fazer isto!
Bruno Ventura
Pelo que eu percebi da sua intervenção, das reuniões bilaterais que teve, nenhum
Estado (à excepção do inglês) era a favor da integração da Turquia. Ou seja, a
Turquia é como o Prof. Freitas do Amaral no governo socialista: ninguém o quis lá,
ninguém sabe como ele foi lá parar, mas ele acabou por lá estar. RISOS
A questão que eu lhe coloco, para não haver mais casos destes, é a seguinte: o que
é importante os cidadãos perceberem tem a ver com "qual é a nossa definição de
Europa". É aquela definição clássica que vai dos Urais até ao Atlântico, ou é
baseada num critério de cultura política, afirmado num modelo da democracia
representativa, num modelo económico assente na iniciativa privada e no modelo
social europeu? É um critério geográfico ou de cultura social, política e económica?
Dep.Mário David
Mas vamos tentar aprofundar isso porque a questão dos limites da Europa é muito
importante. Quando eu cheguei a Bruxelas, em 89, já nessa altura se discutia isso:
onde acaba a Europa? E onde acaba a Europa politicamente? Eu cheguei 10 dias
antes da queda do Muro, tive oportunidade de apanhar essa discussão toda.
O critério geográfico foi usado, por exemplo, no pedido de adesão de Marrocos! Foi
o primeiro pedido que nos apareceu fora de área, e foi chumbado só com esse
argumento. O critério geográfico já não se aplica em alguns casos. Veja que a
Turquia e Israel são consideradas Europa para fins futebolísticos.
O que é que se passou com a Turquia? Todo o processo é bem aproveitado pelos
turcos no início da questão iraquiana. E os EUA têm necessidade do apoio turco que
nunca lhes foi dado nos termos que eles pretendiam. Portanto, aqueles Estados que
estiveram mais próximos da coligação americana desde o início foram os que mais
apoiaram a estrada da Turquia na UE. Daí o grande entusiasmo do Reino Unido, o
grande entusiasmo da Itália de Berlusconi, Espanha e Portugal com Aznar e Barroso,
e dos novos Estados-Membros todos.
Logo, houve uma grande vontade política de ajudar esses Estados todos. E também
é verdade que a Turquia tem já um modelo de sociedade que é o modelo que mais
se aproxima do nosso. Existe economia de mercado na Turquia como não existe em
mais nenhum país muçulmano. A abertura que tem sido progressivamente verificada
em termos culturais faz-me pensar. Não chega só o modelo político, que já é
bastante próximo do nosso (embora muito há ainda a fazer nos direitos humanos
mas muitos sustentam, por exemplo, que neste aspecto a situação na Roménia não
é muito diferente.
O modelo social deles ainda tem de andar muito, vejam que os trabalhadores ainda
não têm garantias nenhumas. Mas aquilo que mais confusão me faz é a questão
cultural, é o facto de irmos violentar a Turquia para que ela se aproxime dos nossos
parâmetros.
Mas isto tem de ser assim, coisa que já foi amplamente explicada. Existe um clube
com determinadas regras: quem quer aderir tem de se adaptar a essas regras, não
as pode alterar. E as elites políticas turcas consideram que as vantagens de adesão
justificam essa violentação do modelo turco de sociedade. Eu até receio que,
internamente, isso possa ter um preço. Estou plenamente convencido que mesmo
que haja aceitabilidade total do lado turco de todas as regras, haverá um não cego
político dos cidadãos europeus (não das instituições mas sim dos cidadãos)!
Daí que o meu receio seja que isto se trate apenas de um choque entre povos e não
entre políticos.
Guida Sousa
A nossa questão é: o que é que devemos dizer ao cidadão comum quando ele nos
pergunta "o que é que temos a ganhar com o Tratado", três ou quatro pontos
essenciais que interfiram no quotidiano de cada português!
Porque é isso que eles querem saber e se calhar é por isso que há tanto
desinteresse e falta de informação, seja porque não a procuram seja porque o
debate se centra em questões menos relevantes para a população.
Obrigado.
Dep.Mário David
Eu penso que aquilo que se deve fazer aos cidadãos é vender o modelo de
sociedade que queremos e estamos a tentar construir com base naqueles
fundamentos jurídico-políticos. O facto de nós termos conseguido chegar a um
consenso quanto a um Tratado que garante a total igualdade de tratamento entre
todos os Estados-Membros independentemente da sua dimensão política,
geográfica, demográfica e económica, garante o tratamento igualitário de todos os
cidadãos da União Europeia, reforça o princípio da Coesão Económica, Social e
Territorial, reforça o estatuto das regiões ultra-periféricas (um problema que diz
essencialmente respeito a Portugal, Espanha e França), garante a manutenção do
método comunitário (ou seja, existe uma Comissão supranacional que vela pelo
interesse geral), reforça o papel dos parlamentos nacionais (havendo uma maior
democratização de todo o processo), simplifica o processo decisório, (havendo
maior transparência, eficácia e coerência), unifica num único documento diversa
legislação dispersa, dá mais proximidade entre cidadãos e instituições, dá maior
segurança e representatividade diplomática a todos os cidadãos
independentemente de haver ou não embaixada do seu país estejam onde
estiverem.
Quer dizer, todas estas razões levam-nos a querer dizer SIM por convicção e não por
interesse ou por imposição ou outra razão qualquer.
Há efectivamente uma consolidação da aproximação dos cidadãos no Tratado que é
difícil dizer numa única razão.
Ao mesmo tempo, acho que temos de vencer a apatia e mostrar a evidência das
realidades. Vocês são jovens e por isso não devem ter totalmente a noção do que
era a realidade sócio-económica de Portugal no pós 25 de Abril. Era muito má! E
muito do salto que nós demos e da estabilidade democrática que conseguimos
foram obtidas em larga medida com os fundos que a UE colocou à nossa disposição.
Sem eles, eu queria ver! Criticou-se muito a política do betão, mas era essa a
necessidade primária do País: uma rede ferroviária, viária, cadeias de distribuição,
saneamento básico e foi nisso que empenhámos os primeiros fundos de coesão.
Pedro Santos
Dep.Mário David
Eu não sei se percebi bem a sua pergunta, falou em "pôr em causa a soberania".
Bom, deixe-me dar a metáfora da pizza, que tinha 15 fatias, agora tem 25, daqui a
dois anos terá 27. o que interessa é saber a dimensão da pizza, se a quero small,
medium ou large, se quero ou não transferir mais competências a serem partilhadas
pelos 25, e se tenho ou não interesse em estar sentados à volta da mesa. Porque as
decisões serão tomadas mesmo sem estarmo lá. Não temos toda essa dimensão
(nem demográfica nem económica - política temos a que sabemos)!
Veja só a dimensão que têm as relações entre nós e a África lusófona e o Brasil e a
dimensão que teriam se não fossemos membros da UE? O interesse desses países em
Portugal seria o mesmo se não estivéssemos nos 25?
O que teria sido a nossa evolução económica e financeira caso não tivéssemos essa
partilha na UE? Se não aderíssemos ao Euro o escudo já estaria de desvalorização
em desvalorização e poderia até acontecer, como na Argentina, uma situação de
bancarrota!
Julgo assim que a partilha de soberania e o facto de termos a nossa voz é essencial.
Durante algum tempo fomos considerados os meninos bem-educados e os bons
alunos da Europa, e isso fez-nos granjear algum prestígio. Não é por acaso que o
Presidente da Comissão aparece português, não é porque ninguém quisesse. Só no
PPE havia mais 4 Primeiros-Ministros que queriam! Para não falar em 2 liberais e 2
socialistas!
Oriana da Inês
Boa tarde.
Neste debate falámos do Tratado, do alargamento, do modelo social europeu e
soberania.
Dep.Mário David
Essa pergunta era mais bem dirigida ao Carlos Coelho que é um especialista na
matéria.
Agora, se há área que teve um avanço significativo na União, e agora ainda terá
mais com este Tratado, é o Espaço de Liberdade Segurança e Justiça. Temos de ter
meios adequados de fazer face ao terrorismo e à criminalidade, temos de ter uma
gestão integrada de fronteiras externas, uma política comum de asilo e imigração,
ter um estatuto uniforme dos refugiados, um combate ao tráfico de pessoas!
Para isso é necessário que haja uma cooperação judiciária em matéria civil
aprofundada, que passa pelo conhecimento mútuo das decisões, pela cooperação na
obtenção de provas, movimentação policial transfronteiriça, etc.
A cooperação é necessária em matéria penal, na luta contra o tráfico de drogas,
terrorismo, exploração sexual, branqueamento de capitais, crime organizado,
corrupção, etc.
PALMAS
Depois de morto descobriu-se que afinal não era terrorista! Foi um erro da polícia.
A primeira reacção da polícia foi explicar porque é que tinha havido engano.
Primeiro argumento: ele trazia volumes debaixo do casaco! É mentira - está
provado pelas imagens de vídeo do metro que ele trazia um casaco mas sem
volumes, pois ele era magro e tinha um aspecto magro!
Segunda acusação: ele tinha fugido à polícia! O inquérito oficial já provou que era
mentira.
E outras mentiras que a polícia usou para justificar a acção estão a cair pela base
no inquérito que está a ser feito pelas autoridades judiciais britânicas.
Coitado, foi abatido! Houve uma senhora que disse à televisão britânica: pois,
coitado, um inocente morreu, mas não nos podemos esquecer dos 50 ingleses que
morreram no atentado! Efectivamente, nós não nos podemos esquecer nem de uns
nem de outros! O facto de 50 inocentes terem morrido num atentado suicida não
justifica que se mate mais um, dois, três ou quatro inocentes!
Esta questão que vos pode parecer simples está na ordem do dia na Europa e vai
estar mais!
Vocês vão ver pessoas, que se calhar respeitam, que se calhar respeitam muito,
dizendo na televisão isto: no Mundo conturbado que temos, a defesa da nossa
segurança pode significar a preterição de algumas das nossas liberdades!
SILÊNCIO NA SALA
Isabel Leite
Boa tarde
Dep.Mário David
O caminho que estamos a seguir agora, plasmado no Tratado, por força dos
alargamentos, é o de permitir que os Estados que quiserem continuar a fazer mais
aprofundamentos (desde que representem mais de um terço dos Estados-Membros)
poderem prosseguir neste caminho.
Isso não é uma debilidade mas sim uma virtualidade da UE. E vem também diminuir
a capacidade da UE se transformar num Estado federal.
Portanto, os que têm medo da diluição da soberania nacional, que não tenha, pois
cada Estado pode dizer se quer ou não entrar naquele aprofundamento!
Agora, há outras causas também elas importantes e eu vou chegar a elas para não
as esconder.
Entre os cinco grandes, quiseram fazer no capítulo da justiça e assuntos internos:
quiseram fazer um aprofundamento da capacidade judiciária já entre eles! Fora dos
mecanismos da UE, sem perguntarem aos outros 20 se eles queriam: aí é que temos
de nos opor! Até porque cinco é menos de 1/3.
Não se pode excluir ninguém! Há que perguntar aos outros se querem aderir!
Isto é fruto não só da boa formação que eles têm mas também do espírito de
dinamismo. Em Portugal, quando falamos do Estado, o Estado são "eles". Nos novos
10 países (particularmente dos que vêm da esfera comunista) o Estado somos "nós".
Temos ainda alguns minutos para perguntas livres, o Daniel vai tomar nota das
inscrições. Peço-vos perguntas telegráficas.
Jorge Azevedo
Telma Gonçalves
Existe uma união económica e uma união política. Eu pergunto se faz sentido haver
uma união militar existindo a NATO?
Obrigado
Agradeço a sua exposição e tenho pena que não tenha havido tempo para falar mais
das perspectivas financeiras.
Estamos neste momento a negociar mas dinheiros e, parece estranho, mas falta em
Portugal uma verdadeira política de desenvolvimento regional. Que estratégias
queremos para as nossas regiões. As regiões são cada vez mais importantes, por um
lado pela erosão de todos os Estados-Nação e, por outro, nota-se uma capacidade
mais local/regional de gerir a economia.
Gostava que reflectisse um pouco sobre esta nossa ausência de politica regional, à
luz dos conceitos de policentrismo, e agendas de Lisboa e Gottenburgo.
Dep.Mário David
Devo dizer-vos que lamento que o actual governo português não tenha prosseguido
os nossos esforços para que na equipa inicial de Javier Solana estivesse um
diplomata português.
Portugal tem setenta e tal embaixadas, a Inglaterra e França têm 130. Muito
provavelmente não deixarão de as ter, mas Portugal pode aproveitar esta
oportunidade para mudar a mentalidade do MNE (onde eu trabalhei durante uns
tempos). Sei que há lá pessoas de grande capacidade e valor, mas é necessário
aproveitar as sinergias de toda aquela máquina para canalizar o esforço dos nossos
diplomatas para a "venda" dos produtos portugueses.
As embaixadas hoje em dia servem para isso! Fala-se muito no diplomata do
croquete, mas a verdade é que se entra numa embaixada qualquer e perguntam-nos
logo se não precisamos duns computadores, ou duns airbus.
E os outros, doutras escolas, vão apenas fazer sorrisinhos e comer o croquete!
Temos de aproveitar esse embrião de "MNE europeu" para os nossos serviços
diplomáticos serem um ICEP especializado! E que aproveite as estruturas da UE
para podermos estar presentes em toda a parte. Ou perderemos o comboio.
A união militar, que é a fase seguinte da união política! Não sei para quando!
Mas terá de respeitar alguns parâmetros. Desde logo o facto de alguns dos nossos
Estados serem neutrais, que devem ser respeitados, não impedindo, claro, outros
de avançar.
Depois, terá de ser em complementaridade com a NATO e já estamos a fazê-lo (ex:
nos Balcãs).
E ser uma acção em situações de manutenção de paz, muito mais do que para uso
da força.
Muitas destas verbas não têm envelopes nacionais atribuídos, ou seja, o melhor
projecto é o que será mais bem servido! Para que vejam, os cinco mais ricos
levaram cerca de 70% da verba para a investigação científica.
Vozes:
Muito bem, muito bem!
PALMAS
Guida Sousa
Sobre os Quadros Comunitários de Apoio. Será que tem havido discussão suficiente
de como aplicá-lo, temo-lo aplicado devidamente, como será aplicado o próximo
QCA?
Obrigada.
Antes de mais muitos parabéns pela forma concisa e clara como expôs a matéria.
Vou abordar o tema da religião. Vimos o debate gerado em França em torno dos
símbolos religiosos: como é que, com a diversidade da UE e duma Europa a mais de
25, nos poderemos defender de extremismos?
Estaremos precavidos duma guerra religiosa na Europa?
Dep.Mário David
Muito obrigado.
O tamanho da pizza: a pizza cresceu mas não na mesma proporção nem geométrica
nem aritmética. Não aumenta na proporção que queríamos.
Eu diria que em Nice empatámos. Aznar foi o vencedor de Nice. O grande perdedor
foi a Hungria (foi corrigido o erro no novo Tratado). Portugal não foi prejudicado
nem beneficiado (estou a falar em termos de equilíbrios regionais e forças
relativas). No novo Tratado, a Espanha perdeu o que tinha ganho em Nice. Portugal
não foi prejudicado.
Tenhamos a consciência que este é o último quadro de apoio em que Portugal ainda
receberá verbas de vulto. Quer por força do nosso desenvolvimento quer por força
do pulo estatístico da entrada de mais 10 Estados.
A questão do Filipe da religião. Eis um tema novo que não tínhamos abordado.
Em minha opinião pessoal tudo se resume a uma palavra: reciprocidade!
A mim faz-me muita confusão, cada vez que vou ao aeroporto de Bruxelas, ter de
passar por uma mesquita. Não me faz confusão por ser uma mesquita, a minha
confusão é eu ir a um país muçulmano e não ter uma igreja católica que é a minha
fé!
Portanto, o que devemos exigir é só isto: reciprocidade.
Ou vamos por aqui ou então não admito que tenham chamado tanta coisa ao senhor
Berlusconi quando ele disse que nós somos superiores porque não exigimos
reciprocidade! Berlusconi disse que a nossa tolerância faz-nos considerar
superiores!
Eu aposto que já me cruzei com homens, digo homens, vestidos de burka! E se eram
homens, não deviam estar a fazer boa coisa! Porque razão estaria vestido daquela
maneira?
Eu não exijo que as jovens muçulmanas andem de mini-saia, que era muito mais
agradável (RISOS) em Bruxelas, Paris ou em Lisboa, mas exijo reciprocidade, e na
minha terra usam os meus costumes.
Mas não acho absurdo em França que por força da laicicidade tenha sido proibido o
véu e o crucifixo. Fica tudo em pé de igualdade!
Ricardo Videira
A pergunta que quero colocar é mais por curiosidade da sua opinião pessoal.
O aprofundamento da UE em matérias como justiça, política externa, defesa é
muito importante. Isto é um processo moroso devido a alguns atritos entre diversos
países.
Quais são, em sua opinião, os principais passos e momento em que devem ser dados
para que a concertação entre os países nestas matérias tenha lugar e sejamos de
facto uma união?
Mais uma vez o Dr. Barroso foi acusado (pela imprensa nacional e estrangeira) de
não exercer o papel como Presidente da Comissão Europeia. O que é um facto é
que, tal como tomou posse como Primeiro-ministro e apanhou o País em crise,
apanhou também a UE em profunda crise.
Pedro Veloso
Boa tarde.
Fala-se frequentemente do alargamento a leste e do avanço geográfico da Europa
comunitária até as portas da ex-URSS.
Acha que este avanço da UE até esse eixo pode fazer avançar também a NATO até
aí?
Dep.Mário David
Assim, tinha de haver uma relação de poder em que se soubesse a todo o momento
qual era o equilíbrio de forças na UE. Até porque a UE ainda é um mecanismo
híbrido!
O Dr. Barroso dizia: chamam a isto a comissão Barroso e eu mal conheço três dos
meus comissários! Porque é cada primeiro-ministro que os escolhe. No futuro, com
o Tratado Constitucional, será um pouco diferente.
Sobre o alargamento até à ex-URSS! Bom, nós já entrámos dentro do antigo bloco
de leste: os três Estados bálticos já são nossos parceiros na UE e na NATO.
Acontecerá o mesmo com a Roménia e com a Bulgária.
No caso da Ucrânia, seria mesmo o primeiro país da ex-União Soviética a pertencer
à União. Mas antes disso passará a ser membro da NATO também.
Das conversas que tenho tido com o assessor diplomático do Presidente Putin (o que
é complicado para mim porque ele é maníaco do futebol e adepto do CSKA e a
última vez que veio visitar Lisboa foi num dia particularmente difícil para a minha
memória RISOS), e apercebo-me que a Rússia do presidente Putin é muito mais
aberta do que os receios que normalmente tínhamos.
Dá-lhes jeito controlar aquela região, sobretudo a Ucrânia, mas são abertos.
A Rússia não busca a entrada na UE mas está interessada numa parceria especial
connosco (daí estar expectante com a entrada da Turquia). Veja-se que no capítulo
da Justiça e Assuntos Internos tem havido uma relação muito estreita entre UE e
Rússia, pelo que o facto de terem a NATO à porta não lhes levanta problemas.
O único país que faz, de vez em quando, renascer esse espírito difícil é a Polónia,
porque a História desses não foi fácil: ou eram invadidos de ocidente para leste
(nomeadamente por alemães/prussianos) ou eram os russos que iam até à Prússia e
os invadiam! Assim mantêm um sentimento muito aguerrido.
Em nome de todos agradeço ao Dr. Mário David o facto de ter Estado connosco, ter
falado e respondido às nossas perguntas.
Desejo-lhe os maiores sucessos na sua já extensa folha de serviços no desempenho
dos valores em que acredita, ao serviço do PSD e de Portugal.
Peço ao Alexandre Picoto e aos avaliadores que tomem conta dos trabalhos a partir
de agora enquanto eu e o Daniel acompanhamos o nosso convidado à saída.
Dr.Alexandre Picoto
À semelhança do que aconteceu há pouco, peço à primeira fila que vote (pausa)
Peço agora é segunda fila a sua votação (pausa), a terceira fila pode votar (pausa),
agora a quarta (pausa) e por fim a última.
Muito obrigado.
Hoje terão a vossa primeira reunião a sério de trabalhos de grupo. Será por volta
das 17.30h. Às 20.00h teremos o jantar-conferência com o Dr. Rui Rio.
Até já e bons trabalhos.