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01/11/2019 A cultura da incultura

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Sexta-feira, 01 de Novembro de 2019

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Rodrigo Constantino + em Rodrigo Constantino: Na Mídia Cursos Ajude

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da


patrulha da esquerda “politicamente correta”.

A cultura da incultura
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Por Rodrigo Constantino [20/09/2019] [08:55]

I CT ... 14

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01/11/2019 A cultura da incultura

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Sexta-feira, 01 de Novembro de 2019
Por Jocinei Godoy, publicado pelo Instituto Liberal

Começo este texto com uma “profecia” certeira do grande poeta e crítico literário T. S. Eliot (1888-1965)
sobre o que se poderia considerar acerca da decadente ideia de cultura: “[…] Não vejo razão por que a
decadência da cultura não devesse ir muito mais longe, nem por que não possamos prever um período,
de alguma duração, do qual se pudesse dizer que não tem cultura.”[1] Essa citação de Eliot soa como um
estrondo ao ouvido do leitor mais atento ao atual estado de coisas que ainda podemos chamar de cultura.

Foi pelas lentes do escritor peruano Vargas Llosa, prêmio Nobel de Literatura, que pude notar de forma
mais clara o poço sem fundo no qual nossa cultura tem sido lançada neste tempo. Llosa reconhece a
civilização deste tempo como “a civilização do espetáculo”, nome dado a uma de suas principais obras
de crítica literária na atualidade. Nas palavras do prêmio Nobel, a civilização do espetáculo é “a
civilização de um mundo onde o primeiro lugar na tabela de valores vigente é ocupado pelo
entretenimento, onde divertir-se, escapar do tédio, é a paixão universal.”[2]  Neste caso, aquilo que
antes era tido como nobre, culto, elevado, belo, etc., passou a ser relativizado, sobretudo, por ideais
progressistas que atuam como um veneno que infecta e mata lenta, gradual e continuamente.
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Os mais apaixonados pela cultura de hoje que me perdoem, mas percebo que a famigerada
“democratização da cultura” foi e continua sendo um desses venenos que está matando a cultura atual.
Não que eu seja contra a “democratização” de qualquer coisa. Entretanto, concordo com Vargas Llosa
sobre a descon ança quando ideologizações da vida comum, em especial, por anseios progressistas, se
apossam irresponsavelmente desta palavra. Segundo Llosa, na tentativa bem intencionada – creio que
tenha sido – de transformar todas as pessoas em  experts  culturais, os níveis de aprofundamento
intelectual e de re exão mais re nada para a apreciação cultural foram reduzidos a patamares tão
inferiores que, hoje em dia, tudo é arte e nada é arte. Falar em arte associada à beleza ou à existência da
“alta cultura” soa quase como um sacrilégio, principalmente, aos operadores acadêmicos da cultura
da transgressão[3] na arte.

Este achincalhamento da cultura afeta todas as áreas da vida comum. Não escapa uma sequer. Para não
ser enfadonho, tomemos como exemplo as notícias jornalísticas que “bombam” na mídia brasileira e
mundial. Um dia desses os principais veículos de comunicação estavam em polvorosa com os
acontecimentos da vida íntima envolvendo o atacante da seleção brasileira Neymar Jr. e Najila Trindade.
Não porque estavam preocupados com a veracidade dos fatos, mas, por pura exposição da intimidade da

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maior celebridade do futebol brasileiro na atualidade. Logo depois, uma tradicional revista publicou uma
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matéria cujo título “espanta” qualquer cidadão
Sexta-feira,comum: “Ade cordial
01 de Novembro 2019 primeira-dama veste lingeries” – EXPLORE  
queriam que ela vestisse cuecas? Nos últimos dias assistimos à canalhice de outra grande revista, e de
seus envolvidos, na trama mentirosa do repórter que dissimulou ser um aluno de sessões
de  coaching  on-line  da psicóloga Heloísa Bolsonaro, esposa do deputado Eduardo Bolsonaro, a m de
expor publicamente o conteúdo privado do atendimento feito por Heloisa ao repórter disfarçado.

Esta matéria é paradigmática por, pelo menos, duas razões. A primeira delas revela uma sede de parte da
mídia pela busca de vazamentos da intimidade de celebridades, sejam elas quais forem, nunca antes
vista na história. É óbvio que a mídia acompanha e coopera com o espírito da época oferecendo matérias
permeadas de super cialidades e facilidades proporcionadas pela dinâmica das imagens que não exigem
qualquer tipo de re exão. A grande massa se alimenta destas banalidades midiáticas ao mesmo tempo
em que alimenta as engrenagens da cultura do entretenimento. A segunda delas diz respeito à faceta
imoral e perversa de parte da mídia canalha. Para a obtenção de imagens e informações privadas com o
intuito de simples exposição ou assassinato de reputações, não há escrúpulos ou apreço por qualquer
baliza ética, desde que o resultado almejado seja alcançado. Entre Fe tos, Catracas Livres e a ns, há
ainda quem argumente em defesa do indefensável, absolutizando a liberdade de expressão ou
relativizando-a quando lhe convém.

Talvez, esta breve denúncia do contexto social do qual fazemos parte lhe soe um tanto demasiada.
Porém, em tempos onde as revistas de fofocas continuam a ser vendidas como água nos sinaleiros em
dias de calor e as matérias sobre vazamentos íntimos de celebridades “bombam” nas redes sociais, creio
que não haja nenhum exagero. Na melhor das hipóteses, um dos alentos neste ano de 2019 foi ver que a
audiência de programas inúteis como o BBB19 alcançou a pior média de audiência desde o seu
lançamento em 2002. Justiça seja feita, grandes nomes têm se levantado e segurado a bandeira do
resgate da alta cultura em nosso país. Quiçá este seja um prenúncio de que dias melhores virão.
Enquanto esses dias não chegam, decerto a melhor expressão a que podemos nos referir à cultura atual,
à exceção dos bastiões da alta cultura, seja a cultura da incultura, isto é, a celebração da estupidez como
forma de cultura.

[1] Eliot. T. S. Notas para uma de nição de cultura. São Paulo: Editora Perspectiva, 1988.

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[2] Llosa. M. V. A civilização do espetáculo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

[3]  Para melhor entender este conceito ler o artigo “Como a transgressão se tornou um cliché da arte
contemporânea” de Leandro Narloch em  https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/politicamente-
incorreto/como-transgressao-se-tornou-um-cliche-da-arte-contemporanea

Rodrigo Constantino

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