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CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICO-DEMOGRÁFICAS
DOS EDUCANDOS DO PLANO TERRITORIAL DE
QUALIFICAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL NO ANO DE 2007
Brasília - DF
2016
LUIZ AUGUSTO DAMASCENO BRASIL
Brasília - DF
2016
B823c Brasil, Luiz Augusto Damasceno.
Características socioeconômico-demográficas dos educandos do
Plano Territorial de Qualificação do Distrito Federal no ano de 2007. /
Luiz Augusto Damasceno Brasil – 2016.
275 f.; il.: 30 cm
CDU 37.091.212
À Luz Maior Deus que permitiu mais uma vitória na minha vida.
À Professora Doutora Clélia de Freitas Capanema, que me acolheu como seu orientando
e acreditou na plena realização desta pesquisa.
Ao Professor Doutor Candido Alberto da Costa Gomes, por dar continuidade à minha
orientação com valorosos ensinamentos, bondade e compreensão.
Charles Chaplin
RESUMO
This research analyzes the socioeconomic and demographic characteristics of enrolled students,
graduates and evaders of social and professional training courses offered by the Territorial
Qualification Plan (PlanTeQ) of the Federal District in 2007 under the aegis of the National
Qualification Plan - PNQ, which was established by Resolution No. 333 of July 10, 2003, the
Deliberative Council of the Fund for Workers (CODEFAT). This is an exploratory and
descriptive study of aggregate data, having a quantitative approach and document analysis and
data collection and methodological procedures. The study comes from the lack of information
and knowledge of the students subjected to this initiative of governments at the federal and
district level, performed in the first decade of this century for skilled workers, proclaimed as
intended for social and professional inclusion. After the data analysis, the results demonstrated
that the research objectives were fully achieved, which allowed even trace to present the
socioeconomic and demographic characteristics of a student enrolled in the Federal District in a
PlanTeQ qualification course in year as regards the study.
abr. – abril.
ago. – agosto.
art. – artigo.
coord. – coordenador, coordenadora.
dez. – dezembro.
ed. – edição.
et al. – e outros (provém do latim et alii).
fig. – figura.
fev. – fevereiro.
graf. – gráfico.
h – hora.
Ibidem ou ibid. - na mesma obra.
Idem ou id. - mesmo autor.
in – em.
jan. – janeiro.
jun. – junho.
jul. – julho.
mai. – maio.
mar. – março.
min. – minuto.
nº – número.
nov. – novembro.
org. – organizador, organizadora.
out. – outubro.
p. – página.
s/d – sem data.
s/v – sem volume.
set. – setembro.
v. – volume.
LISTA DE SIGLAS
INTRODUÇÃO............................................................................................................. 3
CAPÍTULO 1: A PESQUISA E SEUS COMPONENTES........................................ 10
1.1 PROBLEMA............................................................................................................ 10
1.2 JUSTIFICATIVA..................................................................................................... 10
1.2.1 Foco no Distrito Federal....................................................................................... 10
1.2.2 A importância do ano de 2007 para o estudo..................................................... 14
1.2.3 Principais conceitos de qualificação.................................................................... 18
1.3 OBJETIVOS............................................................................................................. 23
1.3.1 Objetivo geral........................................................................................................ 23
1.3.2 Objetivos específicos............................................................................................. 23
1.4 METODOLOGIA.................................................................................................... 23
1.4.1 A estrutura e os procedimentos metodológicos.................................................. 23
1.4.2 População.............................................................................................................. 27
1.4.3 Instrumentos de pesquisa..................................................................................... 27
1.4.4 Procedimentos de coleta de dados....................................................................... 28
1.4.5 Dados analisados.................................................................................................. 28
CAPITULO 2: REVISÃO DA LITERATURA......................................................... 30
2.1 O ENSINO PARA O TRABALHO NA PRIMEIRA REPÚBLICA......................... 30
2.2 A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO PERÍODO VARGAS................................. 41
2.3 O ENSINO PARA O TRABALHO NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO
XX.................................................................................................................................... 49
2.4 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NA AURORA DO SÉCULO XXI........................ 66
2.5 SISTEMA PÚBLICO DE EMPREGO, TRABALHO E RENDA............................ 73
2.6 PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL (PLANFOR)................. 84
2.7 PLANO NACIONAL DE QUALIFICAÇÃO (PNQ)............................................. 100
CAPITULO 3: ANÁLISE DE DADOS DA PESQUISA.......................................... 113
3.1 EDUCANDOS INSCRITOS.................................................................................... 113
3.2 EDUCANDOS CONCLUINTES E EVASORES................................................... 137
3.3 TESTES, TABULAÇÕES CRUZADAS E ANÁLISES NÃO PARAMÉTRICAS... 143
CAPÍTULO 4: CONCLUSÃO..................................................................................... 151
4.1 EDUCANDOS INSCRITOS.................................................................................... 151
4.2 EDUCANDOS CONCLUINTES E EVASORES................................................... 155
4.3 TESTES, TABULAÇÕES CRUZADAS E ANÁLISES NÃO PARAMÉTRICAS.. 155
4.4 RESPOSTAS AOS OBJETIVOS DA PESQUISA................................................. 159
REFERÊNCIAS............................................................................................................. 160
GLOSSÁRIO.................................................................................................................. 173
APÊNDICES................................................................................................................. 181
APÊNDICE A - RELATÓRIO DA ANÁLISE DOCUMENTAL................................ 181
APÊNDICE B - GRÁFICOS COMPLEMENTARES DO PLANTEQ DF 2007........... 183
ANEXOS.............................................................................................................. 189
ANEXO A - CADASTRO DE INSCRIÇÃO DE EDUCANDOS – EXECUTORA....... 189
ANEXO B - TABELAS COMPLEMENTARES DO PNQ 2007..................................... 190
ANEXO C - GRÁFICOS COMPLEMENTARES DO PNQ 2007............................... 199
ANEXO D - RESOLUÇÃO CODEFAT nº 96, de 18 de outubro de 1995.................... 205
ANEXO E - RESOLUÇÃO CODEFAT nº 126, de 23 de outubro de 1996................... 206
ANEXO F - RESOLUÇÃO CODEFAT nº 333, de 10 de julho de 2003....................... 213
ANEXO G - RESOLUÇÃO CODEFAT nº 408, de 28 de outubro de 2004.................. 238
ANEXO H - LEI nº 12513, de 26 de outubro de 2011.................................................. 242
3
INTRODUÇÃO
O interesse pelo objeto deste estudo nasceu da vivência e experiência adquiridas pelo
pesquisador ao longo dos últimos 30 anos no trato de questões relacionadas com a educação
para o trabalho no seio de sindicatos e entidades representativas de empregados e
empregadores, no âmbito de escolas públicas e privadas de formação profissional e pela
atuação como educador e tecnologista numa fundação pública federal de pesquisa, ensino e
extensão vinculada ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Na lida como servidor público e pelas características da atuação como educador e
pedagogo voltado para os temas relacionados com a área de segurança e saúde no trabalho foi
possível acumular experiências advindas da formulação, implementação e avaliação de
projetos de pesquisas realizadas em nível dos governos federal, distrital e estadual, além de ter
participado de missões internacionais, grupos de trabalho e fóruns acadêmicos destinados à
difusão de conhecimentos relacionados com a implantação da cultura de prevenção de
acidentes e doenças decorrentes do trabalho, visando à melhoria das condições e dos
ambientes laborais e a consolidação do trabalho decente para os trabalhadores, consoante
preconizam o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e a Organização Internacional do
Trabalho (OIT).
A formação em Direito e a atuação como advogado e professor de legislação
trabalhista e previdenciária no Distrito Federal e por todo o Brasil possibilitou a apreensão, no
estudo da Filosofia do Direito, de uma máxima que usou para pautar a vida, a de que não se
pode julgar ou inferir sobre fato, ato e principalmente sobre pessoas sem antes conhecer ao
menos as suas características basilares, não se pode aferir ou julgar apenas pelas aparências ou
discursos.
Tais preceitos instigaram a curiosidade que almejava conhecer as características
socioeconômico-demográficas dos educandos dos cursos de qualificação profissional
oferecidos no Distrito Federal, transformando-se em fortes indutores para a realização da
pesquisa, mesmo tendo que enfrentar cenários muitas das vezes inóspitos e contextos mais
reais do que legais ou ideais.
Neste estudo, o pesquisador procura conhecer as características socioeconômico-
demográficas dos educandos do Plano Territorial de Qualificação (PlanTeQ), no ano de 2007,
em consonância com os objetivos do Plano Nacional de Qualificação (PNQ). O Plano
4
Nacional de Qualificação (PNQ) é uma das três ações integrantes do Sistema Público de
Emprego, Trabalho e Renda (SPETR), gerenciado em todo o país pelo Ministério do Trabalho
e Emprego (MTE), sendo as demais ações, em ordem de importância para o presente estudo, o
seguro desemprego e a intermediação de mão de obra.
A Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988, enfatiza a
importância do direito à educação e à qualificação para o trabalho, consoante o disposto no
seu Capítulo III – Da Educação, da Cultura e do Desporto, artigos 205 e 214:
a) Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
b) Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração plurianual, visando à
articulação e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis e à integração das ações
do Poder Público que conduzam à: I - erradicação do analfabetismo; II - universalização do
atendimento escolar; III - melhoria da qualidade do ensino; IV - formação para o trabalho; V -
promoção humanística, científica e tecnológica do País (BRASIL, 2014).
Já a Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, batizada de “Lei Darcy Ribeiro”, que
estabeleceu as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, deixa bem evidenciada a importância
da formação para o trabalho a partir de seu Título I, Da Educação, artigo 1º e parágrafos: Art.
1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na
convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos
sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio
do ensino, em instituições próprias.
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.
No Título IV, Capítulo III, quando trata da Educação Profissional e Tecnológica, essa
mesma LDBN estabelece nos incisos e parágrafos dos artigos 39 a 42 as seguintes
prescrições:
a) Art 39. A educação profissional e tecnológica, no cumprimento dos objetivos da educação
nacional, integra-se aos diferentes níveis e modalidades de educação e às dimensões do
trabalho, da ciência e da tecnologia.
§ 1o Os cursos de educação profissional e tecnológica poderão ser organizados por eixos
tecnológicos, possibilitando a construção de diferentes itinerários formativos, observadas as
normas do respectivo sistema e nível de ensino.
§ 2o A educação profissional e tecnológica abrangerá os seguintes cursos:
5
1.1 PROBLEMA
1.2 JUSTIFICATIVA
exploratórios que possibilitem uma análise e visão mais aprofundada dos processos que levam
o governo a formular, implementar e avaliar essas políticas e, principalmente os seus impactos
na sociedade, na economia e no mundo do trabalho.
Do mesmo modo que o Distrito Federal instigou e desafiou, no final do século XIX,
Louis Ferdinand Cruls para sua missão exploratória de revelação e demarcação de sua área
geográfica, desafia os estudiosos, neste tempo contemporâneo, para a realização de pesquisas
originais sobre temas relacionados com o seu contexto, a sua realidade nessas primeiras cinco
décadas, enfatizando, especialmente, aqueles temas que estão diretamente relacionados com a
educação e o trabalho, as mais recorrentes exigências da sociedade e principalmente,
pesquisas que descortinem as principais características socioeconômico-demográficas de seus
trabalhadores.
A saga do Presidente Juscelino Kubistchek, que enfrentou e realizou a mudança da
capital do país e a fixação de um novo Distrito Federal no Centro-Oeste do Brasil provocou
enormes impactos de natureza política, econômica e, principalmente, social no país. Por
conseguinte, esses impactos continuam reverberando especialmente no Distrito Federal face
ao considerável aumento populacional e a recorrente depredação de sua infraestrutura
urbanística. Alia-se também aos desafios contemporâneos o aumento do desemprego de sua
população, fato este que, mais recentemente, se apresenta com maior ênfase e impactos
especialmente entre os jovens e adultos.
O estratégico e célere povoamento da Região Centro-Oeste, observado no início da
construção de Brasília no final dos anos 50, traduzido pela migração de trabalhadores em
busca de trabalho, em sua maioria, populações originárias do setor rural das regiões Norte e
Nordeste do Brasil, associam-se, já na primeira década do século XXI, ao crescente aumento
da população no Distrito Federal, agora sem uma contrapartida de empregos suficientes para
contemplar, ao menos, os anseios de suas juventudes que aguardam oportunidades mais
consistentes para adentrar no mercado de trabalho.
Dados obtidos do último Censo, realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), informam que o Distrito Federal se consolidou como uma das
áreas de maior densidade demográfica com um aumento populacional de 24,9 por cento em
10 anos. O crescimento populacional médio, somente de Brasília, na última década, foi de
2,28 por cento, muito superior ao crescimento populacional registrado no país, que foi de 1,17
por cento (IBGE, 2010).
O número de habitantes de Brasília saltou de 2.056.160, registrados em 2000, para
2.570.160, com isso, a capital do país subiu da sexta para a quarta posição no ranking das
12
cidades mais populosas do país, ficando atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.
Mesmo possuindo uma das maiores densidades demográficas do país, com 444 habitantes por
quilometro quadrado, o Distrito Federal está avançando no ranking nacional, porém se
encontra atrás da capital paulista que apresentou 7.837 habitantes por quilometro quadrado,
possuindo o primeiro lugar absoluto no ranking (IBGE, 2010).
Outros dados demográficos interessantes apontam para o envelhecimento da
população do Distrito Federal e da maior quantidade de habitantes do sexo feminino. O Censo
do IBGE 2010 constatou que a população de idosos no Distrito Federal tem aumentado
gradualmente ao longo dos anos. Os habitantes com mais de 60 anos já somam 127.646
pessoas, 16,5 por cento a mais do que o registrado no Censo anterior (2000), quando foram
constatadas 109.494 pessoas (IBGE, 2010).
A população de homens com mais de 100 anos teve um crescimento significativo,
aumentando de 18 para 55 registros. Entre as mulheres na mesma faixa etária ocorreu um
decréscimo 185 para 131, porém as mulheres parecem continuar vivendo mais. A população
feminina do Distrito Federal supera em 112.4 mil a população masculina. Para cada grupo de
100 mulheres existem 91 homens. Somente nas faixas etárias que vão de zero a quatorze anos
é que o número de homens é superior (IBGE, 2010).
A síntese dos vinte principais dados demográficos sobre o Distrito Federal, apurados
pelo Censo 2010 do IBGE é apresentada na tabela 1.
Tabela 1- Síntese dos dados demográficos do Distrito Federal, Censo 2010 atualizados até o ano de 2015
Além disso, os dados do Censo 2010 do IBGE revelaram que o Distrito Federal
possuía a maior renda per capita do país, no montante de R$ 1.367,90, o que vem a ser mais
um elemento indutor e atrativo de populações originários dos outros Estados da Federação.
Na figura 1 é apresentada a distribuição das rendas per capita e domiciliar do Distrito
Federal e de suas Regiões Administrativas.
Gráfico 1 – Renda per capita e renda domiciliar do DF e Regiões Administrativas IBGE 2010
Faz-se necessário salientar que no Brasil não se possui uma tradição de estudos
objetivando monitorar a saída dos jovens do sistema de ensino e o seu ingresso no mercado de
trabalho. Isso se daria a partir de grupos de pesquisas amplamente consolidados e de
abrangência nacional, especialmente quando se trata de iniciativas governamentais, que
poderiam fornecer ao menos a infraestrutura básica em que os pesquisadores pudessem se
apoiar. Essa carência acarreta prejuízos de ordem quantitativa - estatísticas sobre a
especificidade juvenil em termos de escolarização, trabalho, e outros aspectos - e, em
decorrência dela, a dificuldade de análises mais aprofundadas que pudessem contribuir para o
fortalecimento de estudos sociológicos sobre a juventude (SILVA, M., 2009).
O fato é que mesmo diante dos avanços ocorridos no Distrito Federal nas últimas
décadas, mostrados pela estatística oficial e pelos relatórios elaborados para os governos,
tanto federal quanto distrital, faltam estudos acadêmicos aprofundados e relacionados com a
14
A razão do corte temporal estabelecido nesta pesquisa deve-se ao fato do ano de 2007
ter registrado marcos importantes na história da qualificação de trabalhadores no Distrito
Federal e na economia brasileira. Tornou-se, portanto, para aqueles que estudam a educação
profissional e o mundo do trabalho uma referência ao mostrar que naquele contexto o Brasil
vivenciava um momento de pleno desenvolvimento, com a abertura de milhares de emprego
nos setores primário (agricultura), secundário (indústria) e, especialmente, no setor terciário
(serviços) da economia.
O ano de 2007 consolidou o quadriênio inicial de efetiva execução e avaliação da nova
política pública de qualificação social e profissional de trabalhadores, gerenciada pelo
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) a partir do ano de 2003, por meio da Secretaria de
Políticas Públicas de Emprego (SPPE), em substituição ao Plano Nacional de Formação do
Trabalhador (PLANFOR), que vinha sendo executado desde o ano de 1995, sob a égide do
que estabelecia o artigo 205 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Somente em 2007 foi possível avaliar o alcance dos objetivos dessa política de
governo denominada Plano Nacional de Qualificação (PNQ), instituída no ano de 2003, para
execução efetiva no período de 2004 a 2007, tanto nos Estados quanto no Distrito Federal,
levando-se em consideração que o desconhecimento das novas diretrizes, a falta de dados e
15
mais de 320 mil contas poupança simplificada, especialmente no Banco do Brasil e na Caixa
Econômica Federal (BRASIL, 2008).
Em suma, em 2007 o Brasil tornou-se um país menos vulnerável às turbulências
externas. O risco país que mede o grau de confiança dos investidores estrangeiros, que era de
463 pontos em dezembro de 2003, caiu vertiginosamente e atingiu 221 pontos em dezembro
de 2007. O saldo da balança comercial evoluiu de US$ 24,8 bilhões em 2003 para US$ 40,0
bilhões em 2007, tendo as exportações alcançado valor recorde de US$ 160,6 bilhões. As
reservas internacionais atingiram US$ 180,3 bilhões em 2007, colocando o Brasil pela
primeira vez na posição de credor internacional (BRASIL, 2008).
Portanto, especialmente para o Brasil, o ano de 2007 foi muito positivo o que permitiu
até a prospecção de mais desenvolvimento e avanços econômicos, políticos e sociais.
Entretanto, diante de tantos avanços ocorridos naquele cenário de conquistas e prosperidade
emergiram inúmeras perguntas, dentre as quais uma está mais relacionada com o objetivo
desta pesquisa: Ocorreram mudanças significativas nas características socioeconômico-
demográficas da população mais carente e vulnerável do Distrito Federal naquele ano?
Para Hirata (1994), embora haja divergências entre Friedmann e Naville, ambos
compreendem a qualificação como algo que se adquire através de instituições de formação
profissional e também através da experiência e do treinamento nas empresas. Contudo, esses
autores minimizam a contribuição de outras instituições e espaços de aprendizagem como a
família e o trabalho doméstico, importante no caso do trabalho da mulher (HIRATA, 1994).
Paiva (1999a), através de uma revisão da bibliografia internacional, concluiu que a
polêmica sobre a relação entre a produção e a qualificação se apoia em análises que seguem
um esquema trifásico: qualificação-desqualificação-requalificação, correspondente às três
fases do capitalismo: 1) período do artesanato, o qual pressupunha longos anos de
aprendizagem e extrema habilidade do trabalhador para executar todas as fases de elaboração
do produto; 2) fase da manufatura, período que tem início no século XVI e se consolida com a
revolução industrial e produção em massa, relacionada à desqualificação; 3) fase de
implantação da automação, que, pelas próprias características de versatilidade com que a
empresa moderna conduz o trabalho industrial, abre caminho à educação politécnica e,
consequentemente, à requalificação do trabalhador (PAIVA, 1999a).
Na visão de Paiva (1999b), o nível de qualificação e de conhecimentos da população
tenderá, possivelmente, a influir na organização das políticas sociais e trabalhistas que virão.
Disposições e virtudes adquirem mais peso que a proficiência específica nesse cenário
nebuloso em relação às profissões, não basta conhecimento, mas interesse, motivação,
criatividade. Não se trata apenas de qualificar para o trabalho em si, mas para a vida na qual
se insere o trabalho flexível com alcance suficiente para enfrentar o emprego, o desemprego e
o auto emprego e com desenvoltura para circular em meio a muitas “idades de tecnologia”
(PAIVA, 1999b).
Consoante Druck (2001), esse novo trabalhador, além de constituir um contingente
diminuto, está submetido a uma relação de poder que mantém a separação entre concepção e
execução, a motivação esbarra na insegurança e na instabilidade no emprego; a qualificação
da mão de obra como solução para o desemprego. Entretanto, as pesquisas demonstram que o
desemprego atinge trabalhadores qualificados e desqualificados e que parcelas pequenas de
trabalhadores qualificados nos programas do governo conseguem se inserir no mercado de
trabalho, que a responsabilidade para obter emprego ou se manter nele é do trabalhador
(DRUCK, 2001).
O sociólogo francês Pierre Naville afirmava que para responder às questões “o que é a
qualificação?” e “o que é um trabalhador qualificado?” exige primeiramente reconhecer a
diversidade contida nesta noção, expressa nas diferentes condições sociais, econômicas,
22
políticas e culturais nas quais ela se inscreve. Naville possui, portanto, uma forte perspectiva
histórico-comparativa já que considera a qualificação uma noção situada no espaço e no
tempo, significando que qualquer sociedade terá seus critérios para definir e julgar o que é um
trabalho qualificado (TARTUCE, 2004).
Para Naville (1956) [O]s níveis de qualificação do trabalho exprimirão, afinal de
contas, os valores econômicos que lhe são inclusos e, em resultado, o julgamento mais ou
menos favorável trazido sobre eles. Ao passo que a capacidade de trabalho é o objeto de um
mercado, mercado privado ou mercado de Estado, é inevitável que ela seja avaliada
diferentemente conforme o custo de sua formação e a necessidade que a economia tem dela:
daí resulta sua apreciação qualitativa como qualificação (NAVILLE, 1956, p. 135-136).
Dessa forma, num contexto de forte desemprego, segmentação do mercado de trabalho
e flexibilização dos vínculos empregatícios, torna-se ainda mais importante recuperar a visão
que afirma ser a qualificação construída socialmente, a fim de se observar as estratégias
desenvolvidas pelas diferentes categorias de trabalhadores para inserir-se ou manter-se no
mercado de trabalho (TARTUCE, 2004).
Entre os diversos estudiosos da qualificação para o trabalho Naville (1956) parece ser
aquele que melhor conseguiu estabelecer uma aproximação mais clara em relação a esse
polissêmico conceito, chegando até mesmo a projetar no tempo e no espaço as suas
inquietações ao afirmar;
operacional. É importante destacar ser esta uma visão mais recente que se originou da
sociologia do trabalho francesa (ANTONIAZZI, 2005).
1.3 OBJETIVOS
1.4 METODOLOGIA
se organiza, se transmite e se universaliza,” por isto tendo a sua legitimidade fundada na sua
vinculação com o conhecimento (SEVERINO, 2007, p. 28).
No entendimento de Santos e Parra Filho (2011, p. 1), o conhecimento tem
impulsionado eficazmente toda humanidade, todavia tem trazido também grandes
contradições e tragédias, a exemplo das ocorridas no século XX, como as duas Guerras
Mundiais e as bombas atômicas que ceifaram a vida de milhares de seres humanos.
Para esses autores “[O] exercício do domínio da hegemonia e da submissão do
semelhante tem sido o objetivo principal dos grupos que conseguiram avançar mais
rapidamente pelo maior acúmulo de saber”. Existe uma significativa distância entre os que
muito sabem e os que pouco sabem, e essa distância apresenta-se cada vez mais acentuada no
mundo contemporâneo (SANTOS; PARRA FILHO, 2011, p. 32).
Em relação à Ciência, Gil (1999, p. 26) afirma que ela tem como objetivo fundamental
“chegar à veracidade dos fatos”. Neste sentido, não se distingue de outras formas de
conhecimento. O que torna, porém, o conhecimento científico distinto dos demais é que esta
modalidade de conhecimento tem como característica fundamental a sua verificabilidade. Para
que um conhecimento possa ser considerado científico, torna-se necessário identificar as
operações mentais e técnicas que possibilitam a sua verificação, determinando o método que
possibilitou chegar a esse conhecimento.
Ainda segundo Gil (1999, p. 26), “[M]étodo é definido como o caminho para se
chegar a determinado fim e, método científico, como o conjunto de procedimentos
intelectuais e técnicos adotados para se atingir o conhecimento”. Desta forma, os métodos
científicos são classificados em dois grandes grupos: o dos que proporcionam as bases lógicas
da investigação científica e o dos que esclarecem acerca dos procedimentos técnicos que
poderão ser utilizados. Esta classificação apresenta semelhanças com a de Lakatos e Marconi
(2000), que tratam de métodos de abordagem e de métodos de procedimentos.
Para Lakatos e Marconi (2000, p. 27), “[O]s métodos de abordagem possuem um
nível de abstração mais elevado e atingem mais amplamente os fenômenos da natureza e da
sociedade”, classificando-os de quatro formas: método dedutivo, método indutivo, método
hipotético-dedutivo e método dialético.
Já os métodos de procedimentos são menos abstratos e são classificados como as
etapas mais concretas da investigação, com finalidade mais restrita em termos de explicação
geral dos fenômenos. Portanto, a ciência oferece ao investigador inúmeros métodos de
procedimentos.
25
voltados para a pesquisa deverão ter vinculação com o tipo de estudo escolhido,
independentemente da abordagem a ser seguida.
Conforme Hernández Sampieri; Fernández Collado; Baptista Lucio (2006 p. 99),
“[R]ealizam-se estudos exploratórios, normalmente quando o objetivo é examinar um tema ou
problema de pesquisa pouco estudado, do qual se tem muitas dúvidas ou não foi abordado
antes”.
Neste mesmo sentido, pode-se afirmar que as pesquisas exploratórias têm como
principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias para formulação de
problemas mais precisos, sendo conduzidas com o objetivo de proporcionar uma visão geral e
aproximativa acerca de determinado fato cujo tema é pouco explorado (GIL, 1999, p. 43).
Desta forma, esta pesquisa, além de ser basilar, se reveste de caráter exploratório
diante da falta de dados e informações quantitativas consistentes sobre as características
socioeconômico-demográficas dos educandos submetidos à qualificação social e profissional
oferecida no Distrito Federal por meio do Plano Territorial de Qualificação (PlanTeQ) no ano
de 2007.
A análise de documentos constitui parte essencial desta pesquisa, pois possibilita a
verificação das leis, normas, resoluções, relatórios oficiais e institucionais relacionados com o
objeto. Além disso, consoante ensinam Lüdke e André (2007), os documentos constituem
uma fonte não reativa, pois permitem a realização de consultas e a complementação de outros
procedimentos utilizados na pesquisa.
Indubitavelmente o documento escrito constitui uma fonte extremamente preciosa para
todo pesquisador, principalmente, nas ciências sociais. O documento é imprescindível em
qualquer reconstituição de um passado relativamente distante, pois não é raro que ele
represente a quase totalidade dos vestígios da atividade humana em determinadas épocas.
Além disso, o documento permanece como o único testemunho de atividades
particulares ocorridas num passado recente. Outra justificativa para o uso de documentos em
pesquisa é que ele permite acrescentar a dimensão do tempo à compreensão do social. A
análise documental favorece a observação do processo de maturação ou de evolução de
indivíduos, grupos, conceitos, conhecimentos, comportamentos, mentalidades, práticas, entre
outros (CELLARD, 2008).
Segundo Sá-Silva, Almeida e Guindani (2009):
1.4.2 População
Estado de Trabalho do Distrito Federal (SET-DF) e pelo Sistema de Gestão do Programa das
Ações de Emprego (SIGAE) da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego (SPPE), do
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Para realizar o tratamento dos dados estatísticos e elaboração de tabelas e gráficos
foram utilizados como apoio os softwares denominados Statistical Package for the Social
Sciences (SPSS), versão 20, nos idiomas português e inglês, compatível com os ambientes
Windows 7 e 8, fabricado pela International Business Machines (IBM) e a planilha de cálculo
Excell, componente do pacote Office, versão 2010, fabricado pela Microsoft Corporation.
A coleta de dados foi realizada por meio de procedimentos metodológicos que visaram
à ampliação da fidedignidade dos resultados, a saber:
1º) Consultas à literatura e à legislação nacional específica sobre o assunto, incluindo-
se, principalmente, a Constituição da República Federativa do Brasil; a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB); Resoluções e Pareceres do Conselho Deliberativo do
Fundo de Amparo ao Trabalhador (CODEFAT); Relatórios Anuais de Diagnósticos e Projetos
Básicos da Demanda e da Oferta para o Mercado de Trabalho, elaborados pela Secretaria de
Políticas Públicas de Emprego (SPPE) do Ministério do Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE); Anuários da Qualificação Social e Profissional e Anuários dos Trabalhadores
elaborados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(DIEESE); dados e indicadores estatísticos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE); Boletins das Pesquisas de Emprego e Desemprego (PED) e Relatórios Anuais da
Secretaria de Estado de Trabalho do Distrito Federal;
2º) Consulta aos documentos oficiais com foco nos cadastros, questionários e
relatórios estatísticos elaborados para e pelas seguintes entidades: Secretaria de Políticas
Públicas e Emprego (SPPE) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Secretaria de
Estado de Trabalho do Distrito Federal (SETRAB), Departamento Intersindical de Estatística
e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
Universidade de Brasília (UnB) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) do
Distrito Federal.
a) sexo;
b) etnia (Cor da pele);
c) faixa etária;
d) escolaridade conforme os critérios SIGAE/MTE, PEA e IBGE;
e) cursos mais procurados;
f) renda própria e familiar per capita;
g) situação no mercado de trabalho - SIGAE/MTE;
h) situação no mercado de trabalho – PEA/IBGE;
i) número de membros da família;
j) resultado na turma – concluinte/evasor;
Após a coleta e seleção dos dados foram realizados cruzamentos por meio de análises
de variáveis isoladas e em relação com outras variáveis, estabelecendo-se análises
univariadas, bivariadas e trivariadas, considerando-se o somatório dos alunos inscritos,
concluintes e evasores dos cursos oferecidos pelo PlanTeQ do Distrito Federal no ano de
2007.
Além disso, buscou-se o estabelecimento de associações, comparações, análises não
paramétricas e de relações entre as variáveis mais significativas, aplicação de testes de
normalidade, T de Student e Qui-quadrado, assim como a aplicação de medianas (alta, média
e baixa) quando as variáveis foram consideradas significativas e permitiram o seu
desdobramento, conforme será apresentado no Capítulo 3.
Conforme é possível observar no relatório da análise documental as etapas e os
procedimentos adotados nesta pesquisa se encontram mais pormenorizados no Apêndice A.
30
Fonte: Óleo sobre tela de Benedito Calixto. Acervo da Pinacoteca Municipal de São Paulo
ordens religiosas, que procuravam garantir o seu quinhão de influência, de ganhos e outros
benefícios políticos e econômicos.
Um novo cenário começou a ser descortinado, os destinatários da educação
profissional aumentaram, não eram somente os pobres, desafortunados e desprivilegiados,
mas também aqueles que, por pertencerem aos setores populares urbanos, seriam em seguida
transformados em trabalhadores assalariados.
Merece um registro mais aguçado o constante envolvimento da iniciativa privada na
educação profissional para atender aos seus interesses e aos do próprio mercado em expansão,
já que o Estado não provia o número de profissionais suficiente.
Entretanto, percebe-se que no Brasil, em matéria de educação profissional, nada foi
dado, doado ou concedido com facilidades. O novo olhar para o tema tinha uma razão de
ocorrer bem clara e explicita, era proveniente da industrialização, do incremento dos serviços
de infraestrutura urbana de transportes e edificações verificados nas grandes cidades e
capitais.
No período republicano três processos sociais e econômicos convergiram para
provocar mudanças também na estrutura social. O maior impacto aconteceu no Estado de São
Paulo devido à produção de café, com significativas repercussões até mesmo na educação
profissional, a saber: 1) a imigração estrangeira; 2) a urbanização acelerada nos Estados da
Região Sudeste; 3) a industrialização em ritmo crescente, seguindo os moldes do que vinha
acontecendo principalmente na Europa e nos Estados Unidos.
Mesmo com este novo cenário, no transcurso do período nominado de Primeira
República, permaneceu existindo a dualidade de sistemas e de competências em matéria de
ensino: de um lado, o sistema federal destinado à formação das elites, através do oferecimento
de cursos em níveis secundário e superior; de outro, os sistemas estaduais que, embora
oficialmente pudessem instituir escolas de todos os graus e modalidades, limitaram-se a
organizar e manter a educação das camadas populares por meio do ensino primário e
profissional, mesmo assim de forma muito precária.
Naquele período seriam também engendradas as primeiras reformas estruturais
voltadas para a educação no Brasil. As principais se iniciaram a partir do ano de 1890, com a
Reforma Benjamin Constant; em seguida, veio a de Epitácio Pessoa no ano de 1901, a de
Rivadavia Corrêa em 1911, a de Carlos Maximiliano de 1915 e a Reforma de Rocha Vaz de
1925 (AZEVEDO, 1971).
37
Mesmo com essas primeiras reformas, observou-se que todas as iniciativas na área da
educação estavam voltadas quase sempre para a educação superior e secundária, que eram a
prioridade, para atender às camadas sociais mais afortunadas.
Ao analisar esta situação Gomes (2000, p. 18) afirma com propriedade: “[A]o longo
dessa trajetória, o ensino profissionalizante se esgueirou, quase clandestinamente, como
semente da escola para os filhos dos outros”.
Em meados da primeira década do século XX, foi apresentada à Câmara dos
Deputados a Proposição nº 195, de 20 de dezembro de 1906, que tratava, pela primeira vez,
da criação de escolas técnicas, com recursos destinados aquele fim.
Esta Proposição incluía no orçamento do governo federal uma verba de até cem contos
de réis, destinada aos governos dos Estados para instalação de escolas elementares, técnicas e
profissionais, evitando-se, politicamente, a intromissão do governo central nas competências
dos estados (FONSECA, 1986).
Ainda, conforme Fonseca (1986, p. 171), já em seu discurso de posse na Presidência
da República, Afonso Pena enfatizou que “[...] a criação e multiplicação de institutos de
ensino técnico e profissional muito pode contribuir também para o progresso das indústrias,
proporcionando-lhes mestres e operários instruídos e hábeis”.
Também em 1906 o ensino profissional passou a ser atribuição do Ministério dos
Negócios da Agricultura, Indústria e Comércio, claramente controlado e supervisionado pelos
empresários desses segmentos. O que se registrou como resultado dessas iniciativas é que de
certo modo consolidou-se uma política de incentivo ao desenvolvimento do ensino industrial,
comercial e agrícola.
O mais interessante é que, no contexto brasileiro, o ensino comercial saiu na frente,
tendo sido instaladas escolas comerciais em São Paulo, como a Fundação Escola do Comércio
Álvares Penteado, e escolas comerciais públicas no Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco e
Minas Gerais.
No final da primeira década do século XX, com o falecimento do Presidente Afonso
Pena, Nilo Peçanha, que era o Vice-Presidente, assumiu o governo que iria durar apenas um
ano, de 1909 a 1910.
38
Naquele período, mesmo com a brevidade de seu governo, o Presidente Nilo Peçanha
assinou o Decreto nº 7.566, de 23 de setembro de 1909, que tinha por finalidade a criação de
uma rede de dezenove Escolas de Aprendizes Artífices, custeadas pelo próprio Estado para
expandir e incentivar o ensino industrial, comercial e agrícola (BRASIL, 2014).
Essas escolas seguiram os moldes dos Liceus de Artes e Ofícios e foram instaladas nas
capitais dos principais Estados brasileiros com exceção, por motivos políticos, do Rio Grande
do Sul e do Distrito Federal.
No Estado do Rio de Janeiro uma unidade foi instalada em Campos dos Goytacazes,
cidade natal do Presidente Nilo Peçanha. No mesmo ano foi reorganizado também o ensino
agrícola no País, objetivando formar chefes de cultura, administradores e capatazes.
Consoante afirmação de Manfredi (2002, p. 83): “[A] distribuição das escolas de
aprendizes artífices pelas capitais dos estados tinha objetivos mais políticos do que
econômicos”. Ao analisar os documentos da época, verificou-se que poucas capitais contavam
com um parque industrial desenvolvido ou com tamanho suficiente para demandar esta
modalidade de ensino.
Na verdade, tratava-se de um eficiente mecanismo de presença e de barganha política
do governo federal junto às oligarquias políticas, que estavam estabelecidas nos Estados, fato
este que continuou repetindo-se ao longo do século XX, mesmo que de forma dissimulada.
Um ponto que merece ser destacado no breve governo daquela época está relacionado
com o fato do Presidente Nilo Peçanha, à revelia do seu partido, expressar a sua indignação
com a distinção entre o trabalho intelectual e o trabalho manual.
39
Insistia em dizer que a sua reforma não era apenas de métodos pedagógicos. Queria
a escola, não como um aparelho de adaptação, mas como instituição dinâmica e
viva, capaz de provocar transformações sociais. Nisto reside a sua riqueza
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doutrinária, bastante atual, assinale-se. Três princípios lhe servem de base: a) escola
única; b) escola do trabalho; e c) escola da comunidade (CUNHA, C., 1989, p. 71).
No início da segunda década do século XX, equidistantes das políticas dos governos
central e estaduais que não atendiam aos seus pleitos, os empresários se uniram e procuraram
organizar e oferecer a formação profissional necessária para suprir à demanda existente por
mão de obra qualificada.
O exemplo mais exitoso dessa iniciativa dos empresários foi o ocorrido no Estado de
São Paulo. Ali foi criada a Escola Profissional Mecânica, que possuía sede e funcionamento
vinculados ao Liceu de Artes e Ofícios.
Esta escola tinha por mantenedoras as companhias ferroviárias paulistas. Os cursos
destinados à formação de ferroviários nasceram ligados aos projetos de uma geração de
engenheiros da Escola Politécnica Paulista.
O principal articulador desses cursos em São Paulo foi o industrial Roberto Simonsen,
que apostava na preparação racional e metódica da mão da obra. Outro destacado pioneiro da
educação profissional paulista foi o engenheiro Roberto Mange, professor emérito de desenho
de máquinas na Escola Politécnica de São Paulo e um dos fundadores do IDORT (Instituto de
Organização Racional do Trabalho).
Roberto Mange foi por anos diretor e professor da Escola Profissional Mecânica anexa
ao Liceu de Artes e Ofícios Paulista, de onde nasceram, tempos depois, os Centros
Ferroviários Paulistas. Em virtude do êxito observado na educação profissional levada a efeito
no Estado de São Paulo, em 1927 o Congresso Nacional sancionou o projeto do deputado
Fidélis Reis que estabelecia o oferecimento obrigatório do ensino profissional em todo o país,
começando de modo mais efetivo a ampliação da oferta para demais Estados (MORAES,
2003).
A década de 30 foi marcada por disputas e debates ideológicos nas áreas da política e
da economia e, por conseguinte, também na área da educação. Este cenário efervescente não
era exclusividade do Brasil, ao contrário, era influenciado pelo que vinha ocorrendo em toda a
Europa.
No Velho Continente as disputas e debates aconteciam em graus ideológicos até mais
elevados e com consequências mais drásticas para a população, daí resultaram o fascismo na
Itália, o stalinismo na URSS e o nazismo na Alemanha (PALMA FILHO, 2005).
42
No ano de 1932 foi lançado o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, documento
que sugeria a organização de uma escola democrática, que favorecesse e facilitasse as mesmas
oportunidades para todos e que, sobre a base de uma cultura geral comum e de forma flexível,
possibilitasse especializações para as atividades de preferência intelectuais (humanidades e
ciências) ou de preponderância manual e mecânica (cursos técnicos) (PILETTI, 1988).
O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova foi redigido por Fernando de Azevedo e
assinado por intelectuais ligados à educação, artes, sociologia, jornalismo e filosofia. Em
termos históricos, é praticamente consensual que a noção de plano de educação, relacionada à
ideia de organização de um sistema de educação nacional, fez-se notar pela primeira vez no
Brasil, no Manifesto dos Pioneiros da Educação, como marco pioneiro de um conjunto de
reflexões que se estendem até os dias atuais sobre a formulação e implantação de políticas
públicas inseridas em um quadro de maior racionalidade e sistematização, de modo a superar
ações tendenciosamente experimentais, intuitivas, fragmentadas ou desarticuladas. (SOUZA,
2014).
Cunha (1989), ao discorrer sobre a educação e o autoritarismo no Estado Novo,
relacionou a título de registro histórico os nomes dos participantes do “Manifesto dos
Pioneiros da Educação Nova”, que passaram também a inspirar as políticas públicas voltadas
para a educação a partir daquele período, a saber: Fernando de Azevedo, Afrânio Peixoto,
Sampaio Dória, Anísio Teixeira, Lourenço Filho, Roquete Pinto, Frota-Pessoa, Júlio de
Mesquita Filho, Mário Cassasanta, Delgado de Carvalho, Almeida Júnior, J. P. Fontenelle,
45
Roldão Lopes de Barros, Noemi M. da Silveira, Hermes Lima, Atílio Vivacqua, Francisco
Venâncio Filho, Paulo Maranhão, Cecília Meireles, Edgard Sussekind de Mendonça, Amanda
Álvares Alberto, Garcia de Rezende, Nóbrega da Cunha, Paschoal Lemme e Raul Gomes
(CUNHA, C., 1989).
Em 16 de julho de 1934 o Presidente Getúlio Vargas promulgou uma nova
Constituição para o Brasil, contendo, pela primeira vez, um capítulo especial sobre a
educação. Neste capítulo agregou também cinco pontos considerados importantes: a) a
educação como direito de todos; b) a obrigatoriedade da escola primária integral; c) a
gratuidade do ensino primário; d) a assistência aos estudantes necessitados e, no seu artigo 5,
e) a competência privativa da União no estabelecimento das diretrizes da educação nacional.
Nesse mesmo ano, no campo da educação profissional, foi criado em São Paulo o
Centro Ferroviário de Ensino e Seleção Profissional (CFESP), com base na ampliação da
experiência conquistada pela Estrada de Ferro Sorocabana. Esta iniciativa serviu para induzir
o oferecimento de cursos de formação profissional a fim de atender às demandas advindas do
setor de transportes ferroviários de todo o Brasil.
Em 13 de janeiro de 1937, a Lei nº 378 transformou as Escolas de Aprendizes
Artífices em Liceus Industriais de Artes e Ofícios para a promoção e a formação técnica
operária, destinados também a atender ao campo de trabalho dos Estados onde estavam
localizados. Ainda neste mesmo ano, apareceu pela primeira vez na Constituição Federal um
tratamento específico, uma destinação e um dever para o ensino profissional e industrial. O
artigo 129 da Constituição outorgada estabeleceu que:
possibilitar que profissionais já formados pudessem atuar como docentes (CUNHA, C.,
1989).
Por meio da Lei Orgânica do Ensino Industrial, o governo Vargas modificou e
estruturou o ensino técnico profissional e, conhecendo a sua incapacidade para conduzir as
ações de educação profissional em todo o país, convocou a indústria para auxiliar o Estado na
sua implementação.
Romanelli (2014), ao analisar o fato do governo convocar os empresários para auxiliá-
lo na condução da educação profissional, tece as seguintes considerações:
Com o manter e acentuar o dualismo que separava a educação escolar das elites da
educação escolar das camadas populares, a legislação acabou criando condições para
que a demanda social da educação se diversificasse apenas em dois tipos de
componentes: os componentes dos estratos médios e altos que continuaram a fazer
opção pelas escolas que “classificavam” socialmente, e os componentes dos estratos
populares que passaram a fazer opção pelas escolas que preparavam mais
49
O primeiro passo rumo à equivalência entre o ensino secundário e o ensino técnico foi
dado em 1950, por meio da Lei n 1.076, de 31 de março, que estabeleceu em seu artigo 1:
“[A]os estudantes que concluírem curso de 1 ciclo do ensino comercial, industrial ou
agrícola, de acordo com a legislação vigente, fica assegurado o direito à matrícula no curso
clássico, bem como no científico, desde que prestem exames das disciplinas não estudadas
naqueles cursos e compreendidas no primeiro ciclo do curso secundário” (PILETTI, 1988).
Como se pode observar, foi um passo tímido da legislação, pois só atingia o 1 ciclo e,
no entanto, o interessado deveria se submeter aos exames de adaptação. O segundo passo,
referente ao 2 ciclo, viria com a Lei n 1.821, de 12 de março de 1953, que em seu artigo 2
facultava o direito de ingresso em qualquer curso superior, mediante exames de seleção, ao
aluno que houvesse concluído um curso técnico industrial, agrícola ou comercial, ou o 2
ciclo do curso normal. Também neste caso, exigia-se exame das disciplinas do curso
secundário, ginasial ou colegial, que usualmente o candidato não havia cursado.
Neste sentido, Gomes (2000), ao fazer uma análise daquele contexto, acrescenta:
Dois anos após a sanção da primeira LDB e, no tocante à política voltada para a
educação profissional, ocorreu um fato considerado histórico. Em 18 de dezembro de 1963,
por meio do Decreto nº 53.324, o Presidente João Goulart criou o Programa Intensivo de
Preparação de Mão de Obra Industrial (PIPMOI), apontado como o primeiro programa de
política pública no âmbito federal destinado à formação profissional em todo o Brasil, tendo
por princípio maior a oferta de instrução acelerada aos trabalhadores para suprir as demandas
do mercado de trabalho e da indústria (OLIVEIRA, 2006).
No seu início o PIPMOI estava ligado ao Ministério da Educação e Cultura (MEC),
por meio da Diretoria do Ensino Industrial, que viabilizava o programa através de uma
Coordenação Nacional, sediada no Rio de Janeiro, e coordenações regionais. Era financiado
por meio de dotações do Fundo Nacional de Ensino Primário e do Fundo Nacional do Ensino
Médio. A coordenação nacional era integrada por servidores oriundos das extintas Campanhas
do Departamento Nacional de Educação.
Os principais objetivos do PIPMOI estavam alicerçados em três finalidades: a)
especializar, retreinar e aperfeiçoar o pessoal empregado na indústria; b) habilitar novos
profissionais para a indústria; e c) preparar pessoal docente, técnico e administrativo para o
ensino industrial, bem como instrutores e encarregados de treinamento de pessoal na
indústria.
Esses objetivos eram viabilizados por meio de convênios com as empresas que se
responsabilizavam pela formação profissional e realizados por meio de capacitações em
ambientes de trabalho industrial, nas escolas industriais federais, estaduais e municipais e no
SENAI, com seleção, elaboração e disponibilização de material didático necessário aos
cursos; com a divulgação de informações técnicas relacionadas à capacitação da mão de obra
industrial e com pesquisas e documentação sobre o mercado de trabalho (BRASIL, 1964a).
Conforme Rocha (2011) dentre as inúmeras ações voltadas para a qualificação
profissional no âmbito do PIPMOI, cabia à Coordenação Nacional, além do planejamento do
programa em todo o território nacional e de sua supervisão:
das séries metódicas ocupacionais (SMO) desenvolvidas pelo SENAI a partir dos anos 50.
Com o tempo o programa produziu material didático próprio orientado para o ensino de “nem
mais nem menos” que o estritamente necessário para ocupação imediata de postos específicos
de trabalho, (CUNHA, 2000c):
Na avaliação realizada por Rocha (2011), o PIPMO foi a primeira grande política
pública de formação profissional empreendida pelo governo federal, que conseguiu deixar
marcada na história da educação profissional brasileira as seguintes características:
Diante desse cenário pode-se depreender que o PIPMO foi uma política pública que
apresentou também duas características centrais e impactantes, uma de natureza instrumental
e outra cambiante.
Instrumental do ponto de vista da finalidade do programa em relação à formação
profissional inicial, voltada tão somente para o suprimento de mão de obra necessária à
operacionalização do crescimento econômico brasileiro, observado na indústria, na agricultura
e nos serviços nas décadas de 1960 e 1970, sem menção à elevação da escolaridade ou
articulação entre conteúdos de educação geral e de educação profissional.
Cambiante do ponto de vista do conteúdo e da gestão (do processo da política
pública), priorizando a indústria em um primeiro momento e depois as demais áreas da
atividade econômica; com coordenação ora do Ministério da Educação, ora do Ministério do
57
própria disputa travada em torno dos “vários projetos sobre as responsabilidades e atribuições
relativas ao direito universal de educação, no âmbito da definição das leis nacionais”
(KRAWCZYK; VIEIRA, 2003, p. 115).
Com base em documentos disponibilizados pela literatura internacional, Deluiz (1995)
verificou nos estudos realizados sobre a formação do trabalhador o surgimento de um novo
perfil de ocupações que prescrevia: o desenvolvimento de capacidades e competências para
lidar mentalmente com modelos e raciocinar de forma abstrata; a compreensão de processos
(funções da máquina e as interações entre ela e o produto); ampla comunicação via redes;
avaliação de tendências e limites; compreensão do significado de dados e informações,
responsabilidades pelo processo e pelo produto (DELUIZ, 1995).
Em vista disso e conforme essa nova tendência, foram ampliados os conhecimentos
técnicos, impondo-se novos conhecimentos de eletrônica, informática e estatística;
desenvolveram-se as capacidades comunicativas em virtude das mudanças na organização do
trabalho que questionam as divisões entre as funções e se estendem às capacidades
organizativas pelo reforço da autonomia do trabalho e pelas próprias regras de gestão da
produção. Além desses aspectos, esta autora assegura que tudo se traduz pela exigência de um
nível de conhecimento de base superior e por uma recombinação das diferentes formas de
conhecimento, com maior demanda para o saber-fazer e o saber-ser (DELUIZ, 1995).
Seguindo esta mesma linha de raciocínio prospectivo, a educação passou a considerar
organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda vida
seriam, de algum modo, para cada indivíduo, os pilares do conhecimento prescritos por meio
do Relatório da UNESCO sobre Educação para o século XXI, a saber: “aprender a conhecer”,
isto é adquirir os instrumentos da compreensão; “aprender a fazer”, para poder agir sobre o
meio envolvente; “aprender a viver juntos”, a fim de participar e cooperar com os outros em
todas as atividades humanas e, finalmente, “aprender a ser”, via essencial que integra os três
precedentes (DELORS et al., 1998).
Aprender a conhecer e aprender a fazer são, em larga medida, indissociáveis e
convergem para os desafios da educação neste século. A segunda aprendizagem está mais
estreitamente ligada à formação profissional: “como ensinar o aluno a pôr em prática os seus
conhecimentos e, também, como adaptar a educação ao trabalho futuro quando não se pode
prever qual será a sua evolução? ” (DELORS et al., 1998).
Para Jacques Delors e seus colaboradores, em “Educação, um tesouro a descobrir”,
publicado em 1998, as consequências sobre a aprendizagem da “desmaterialização” das
61
A LDB respondeu a esses desafios menos com imposições que com a liberdade de
optar. A nova organização da educação brasileira é semelhante a uma árvore, que
tem como tronco a educação básica, abrindo-se em diversos ramos, como a
educação superior e a educação profissional. Esse tronco dá clara prioridade à
educação geral, pois, conforme as finalidades e objetivos da educação e dos níveis
de ensino, importa, antes de tudo, aprender a aprender. Durante ou após o percurso
discente ao longo desse tronco é possível buscar um ramo e, se for o caso, retornar
ao tronco. É o caso da educação profissional: pelas novas normas alguém pode
cursar o ensino médio e a educação profissional simultânea ou consecutivamente,
como pode também interromper o ensino médio (o que não é recomendável, mas
possível) e a ele retornar depois (GOMES, 2000, p. 28).
integrado ao ensino técnico contendo uma base unitária de formação geral (FRIGOTTO;
CIAVATA; RAMOS, 2005).
No seu segundo ano de mandato, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva revogou o
Decreto nº 2.208/97, substituindo-o pelo Decreto nº 5.154, de 23 de julho de 2004. Desta
forma, o governo federal restabeleceu a vinculação entre ensino técnico e ensino geral para a
obtenção de diploma de técnico no ensino médio, ao mesmo tempo em que manteve a
abertura para os cursos técnicos e concomitantes como já previa o Decreto revogado.
Segundo especialistas do Ministério da Educação, as razões que levaram ao
restabelecimento da vinculação entre o ensino técnico e o ensino geral deveram-se à adoção
da ciência, tecnologia, cultura e trabalho como eixos estruturantes. Assim, seriam
estabelecidas as bases para o desenvolvimento da educação tecnológica ou politécnica e, ao
mesmo tempo, a formação profissional stricto sensu, exigida pela dura realidade
socioeconômica vivenciada pelo país (BRASIL, 2007).
Ao analisar a polêmica persistente entre o ensino médio e o ensino profissional
integrado, Castro (2008) afirma que nenhum país adotou uma solução única para o ensino
médio. Os países da Europa oferecem múltiplas trajetórias escolares para os jovens que se
encontram na faixa etária do ensino médio, desta forma, cada aluno pode escolher um
programa mais adequado ao seu perfil. Ainda segundo este autor, nos Estados Unidos da
América existe apenas uma alternativa, a comprehensive school, mas, dentro dela, o aluno
pode construir sua trajetória, combinando disciplinas acadêmicas e profissionais (CASTRO,
2008).
Em 18 de novembro de 2005, por meio da Lei nº 11.195, ocorreu a efetiva expansão
de escolas profissionalizantes por todo país, com o lançamento da primeira fase do Plano de
Expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. O governo inicia a
construção de 64 novas unidades de ensino profissionalizante. Nesse mesmo ano o
CEFET/Paraná foi transformado em Universidade Tecnológica Federal do Paraná, tornando-
se a primeira universidade especializada nessa modalidade de ensino no Brasil (BRASIL,
2005).
Em 2007 foi lançada a segunda fase do Plano de Expansão da Rede Federal de
Educação Profissional e Tecnológica, tendo por meta entregar à população brasileira mais 150
novas unidades de escolas profissionalizantes, com o propósito de perfazer um total de 354
unidades até o final do ano de 2010. Essas escolas foram criadas e expandidas para todas as
regiões do país, objetivando oferecer cursos de qualificação profissional e de ensino técnico,
66
Desta forma, pode-se afirmar que, a partir das recomendações de Seul em 1999, a
educação profissional necessitou estar entranhada na realidade para poder tornar-se efetiva. O
modelo antigo e tradicional possuía o Estado como o principal provedor desse tipo de
educação, procurando, com suas pesadas burocracias e na medida do possível, responder às
necessidades econômicas e sociais (GOMES, 2001).
No mundo contemporâneo a complexidade e a velocidade das mudanças exigem a
criação de alternativas capazes de proporcionar a contínua ligação com o meio. Antes a
preocupação maior era formar os jovens para serem rapidamente absorvidos pelo mercado de
68
trabalho. Hoje é preciso educar para o trabalho, acompanhando a transição da escola para a
atividade laboral (GOMES, 2001).
Em abril do ano 2000 Célio da Cunha e Jorge Werthein realizaram uma conferência no
XVII Congresso “Educação: Direito dos Povos”, onde abordaram com minudência a temática
da Educação e o Mundo do Trabalho.
Naquela oportunidade e de forma minuciosa apontaram as preocupações advindas dos
efeitos da mundialização das atividades humanas no desenho das transformações que
ocorreram em escala global, principalmente nas décadas finais do século XX, que receberam a
denominação de fenômeno da globalização.
No que tange aos impactos causados pelo fenômeno da globalização, Cunha e
Werthein (2001), citando o Relatório Mundial de Educação da UNESCO, elaborado por
Jacques Delors e seus colaboradores, ofereceram naquela oportunidade circunstanciados
alertas:
[...] [U]ma nova carta ao mundo foi traçada e, por assim dizer, imposta. Quem
quiser participar e ser incluído nesse novo mapa precisa arranjar trunfos específicos,
o que torna mais escandalosa a separação entre os que ganham e os que perdem. Em
decorrência, o diálogo entre os países ricos e os países pobres tornou-se mais
complexo, colocando em risco a possibilidade de caminhos alternativos para orientar
o desenvolvimento humano. Outra característica da globalização é a constituição de
redes científicas e tecnológicas que liguem entre si os centros de investigação e as
grandes empresas do mundo inteiro que tendem a agravar tais disparidades. Só faz
parte dessas redes, quem tiver qualquer coisa com que participar, como por exemplo,
informação ou financiamento. [...] [A] rigor, concentração de riquezas gera
concentração de conhecimentos e de tecnologias. Essa concentração tem forças para
silenciar muitas culturas (WERTHEIN; CUNHA, C., 2001, p. 48-49).
Sob essas mesmas visões e tecendo os seus pontos de vistas sobre as consequências
trazidas pelo fenômeno da globalização às sociedades e às vidas das pessoas, esses autores
teceram os seguintes comentários:
Candido Alberto Gomes nos anos de 2008 e 2009, sobre as tendências da educação e da
formação profissional em oito países do Hemisfério Norte (Finlândia, Suécia, Alemanha,
Inglaterra e País de Gales, França, Estados Unidos, Japão e República da Coréia) e sete países
do Hemisfério Sul (República Popular da China, Índia, África do Sul, México, Chile,
Argentina e Brasil).
Ao término, os relatórios apontaram as principais características de gestão, desafios e
possibilidades da educação profissional em cada país pesquisado. Em relação aos dados
obtidos sobre os oito países do Hemisfério Norte, Gomes (2008) apresentou as seguintes
conclusões:
Não existe fórmula única ou ótima para a educação e a formação profissional. Cada
um deles detém as suas peculiaridades histórico-sociais que condicionam os
processos educativos e as diversas formas de preparar o seu pessoal. Em tais
condições, cada um deve traçar o seu próprio caminho, observando as indicações
dos cenários internacionais. Até aqui se obtém uma análise acaciana. Entretanto,
existem denominadores comuns aos quais os países se ajustam de maneiras mais ou
menos bem-sucedidas. Mais do que denominadores comuns, são imperativos dentre
os quais se salientam a globalização, a contínua busca de competitividade, as
mudanças continuadas das tecnologias, as relações indispensáveis entre pesquisa e
desenvolvimento, e a velocidade aparentemente cada vez maior das transformações
nas relações econômicas e no fluxo ininterrupto de inovações. É elevado o custo de
ignorar tais condições além de um prazo ótimo, motivo pelo qual as políticas
econômicas nacionais têm a sua autonomia reduzida, ainda mais dentro de blocos
como a União Europeia (GOMES, 2008, p. 197).
Se existe um denominador comum entre países tão diferentes, que emergem com
determinado protagonismo no cenário mundial, é a vulnerabilidade da juventude.
Ingressar no mundo do trabalho é processo doloroso, já comparado a um difuso e
longo rito de passagem. Talvez fosse melhor um rito de passagem explícito, pelo
qual se deixa de ser criança, passa-se pelas provações e se torna adulto. [...]
[E]ntretanto, pode-se objetar, existem crianças e jovens, em idade de adolescer em
talvez todos os países estudados, que trabalham de sol a sol. Há países em que o
turista é informado de que visita não uma fábrica de tapetes, onde se explora o
trabalho infantil, mas, sim, uma “escola técnica”, embora nada dentro dela se pareça
com isso. Existe tráfico humano para os mais variados propósitos, além do trabalho
escravo, como atestam notícias e documentos internacionais variados. A rigor,
considerando a emigração clandestina, até os navios negreiros, vituperados por
Castro Alves, continuam a circular, com altos custos e riscos. O menino e a menina
que ingressam no trabalho o fazem porque, em grande parte, eles são a parte fraca
numa relação social assimétrica e, assim, o trabalho, no sentido latino descendente
de tripalium, instrumento de tortura, faz parte do rito iniciático e da difícil conquista
de algum grau de protagonismo e de cidadania (GOMES, 2009, p. 171).
Sem dúvida, é mais fácil varrer as disparidades para baixo do tapete e tentar utopias
educacionais do que tocar nos interesses que esculpem e mantêm os contrastes.
Assim, tanto falta um rosto ao ensino médio, em especial no nosso continente, como
não se criam soluções adequadas para conciliar estudo e preparo para o trabalho. Em
qualquer caso, não se pode esperar que a educação, a formação e o trabalho sejam
realística e não oniricamente equacionados sem o protagonismo do setor produtivo.
[...] [A] divisão internacional do trabalho condena à pobreza e à desigualdade os
países que não conseguirem ser inovadores. Nesse sentido, a China tem sido bem-
sucedida ao condicionar a permissão para o estabelecimento de indústrias às
transferências tecnológicas. O óbvio ululante, no dizer de Nelson Rodrigues, ou a
verdade acaciana, no dizer de Eça de Queiroz, é que educação não gera emprego ou
trabalho. Especialmente no setor industrial, como já foi visto. Com isso, persiste o
dilema histórico: preparar a juventude, reduzindo a sua vulnerabilidade, ou hipotecar
o nosso próprio futuro como países (GOMES, 2009, p. 172-174).
A partir do que foi observado nos estudos e pesquisas conduzidas por esses autores,
chegou-se à conclusão de que, sem dúvida, as análises e considerações oferecidas induzem a
reflexões preocupantes e mais amplas sobre o futuro reservado em termos de educação
profissional e de formação para o trabalho aos jovens, se é que se pode assim denominar as
surpresas e os desafios que vem a seguir neste século XXI, principalmente para as populações
dos países subdesenvolvidos, mais pobres, vulneráveis e historicamente excluídas.
73
O SPE trazia nos seus fundamentos essenciais a busca da articulação eficiente entre os
seus três programas de ação mais importantes, a saber: 1) de assistência financeira provisória
às pessoas desempregadas (seguro-desemprego); 2) de formação, qualificação e capacitação
profissional desses desempregados, e 3) de reinserção no mercado de trabalho (intermediação
de mão de obra). Desta forma, com essa articulação basilar seria possível alcançar o objetivo
finalístico do SPE, que era a atuação integrada de seus programas, o que colocaria o SPE
74
Figura 6 - Operários
Fonte: Tarsila do Amaral (1933), acervo do Palácio Boa Vista, São Paulo
Na visão de Ferrante (1978), “[O] FGTS foi criado com o objetivo de flexibilizar o
processo de demissão dos trabalhadores, já que pesadas indenizações eram impostas aos
empregadores que demitissem sem justa causa”. A legislação estabelecia que, quanto maior o
tempo de serviço do empregado, maior seria a indenização que deveria ser paga pela empresa
e ao trabalhador que ficasse mais de dez anos trabalhando na mesma empresa estava
assegurada a sua estabilidade no emprego.
Nessa mesma linha crítica o estudo conduzido pelo IPEA mostrou que, com a criação
do FGTS:
o empregador passou a depositar, mensalmente, 8% do salário do trabalhador numa
conta vinculada ao contrato de trabalho, a cujos fundo o trabalhador poderia ter
acesso no momento da sua demissão. As restrições impostas nas regras de concessão
do auxílio-desemprego fizeram com que o FGTS passasse a representar
praticamente a única fonte de proteção financeira efetiva ao trabalhador
desempregado. A criação do FGTS representou um enorme estímulo à rotatividade,
já que os empregadores não precisavam mais pagar grandes indenizações no
momento da dispensa do trabalhador. Como consequência, reduziu-se a proteção
financeira ao trabalhador desempregado. Isso porque os critérios do fundo foram
feitos para garantir ao trabalhador algo como um salário por ano trabalhado. No
entanto, dada a instabilidade do mercado de trabalho brasileiro, grande parte dos
trabalhadores permanecia menos de um ano em um mesmo emprego, obrigando-os a
sacar constantemente os recursos do FGTS. O resultado é que a proteção financeira
no momento do desemprego, oferecida como substituto da estabilidade, deixou de
existir (IPEA, 2006, p. 399).
O estudo realizado pelo IPEA no ano de 2006 também trouxe considerações a respeito
do SINE e apontou as principais fragilidades apresentadas pelas políticas públicas de emprego
implementadas nas décadas de 1960 e 1970 e até a metade da década de 1980:
A crise econômica registrada em todo o mundo no início dos anos 80 trouxe também
três fenômenos depreciativos para a economia brasileira: a) o crescimento da taxa de
desemprego; b) a estagnação do emprego formal; e c) a ampliação das ocupações informais
como fonte de absorção de mão de obra.
Após a crise vivenciada no Brasil, o governo federal criou o Programa do Seguro-
Desemprego, por meio do Decreto-Lei nº 2.284, de 10/03/1986, mesmo decreto que criou
também o Plano Cruzado e alterou a denominação da moeda brasileira. Conforme expresso no
artigo 25, o Programa Seguro-Desemprego visava prover assistência financeira temporária ao
trabalhador desempregado em virtude de dispensa sem justa causa, ou por paralisação, total
ou parcial, das atividades do empregador.
Além disso, o Decreto-Lei nº 2.284, estabeleceu por meio dos seus artigos 26 a 30, os
requisitos para os trabalhadores terem direito ao recebimento do seguro-desemprego, o prazo
de sua concessão, os valores, de onde seriam captados os recursos e instituiu uma comissão
tripartite, sob a coordenação do Ministério do Trabalho, para formular proposta para subsidiar
a elaboração da legislação sobre o custeio do seguro nos moldes dos países desenvolvidos, a
saber:
2º Em qualquer hipótese, o valor do benefício não poderá ser inferior a 70% (setenta
por cento) do salário mínimo.
Art. 29. As despesas com o seguro-desemprego correrão à conta do Fundo de
Assistência ao Desempregado, a que alude o artigo 4º da Lei nº 6.181 de 11 de
dezembro de 1974. Parágrafo único. Durante o exercício de 1986, o benefício será
custeado pelos recursos provenientes de créditos suplementares, que terão como
fonte: I - o excesso de arrecadação; ou II - a anulação parcial ou total de dotações
orçamentárias ou de créditos adicionais autorizados em lei. Parágrafo único. Durante
o exercício de 1986, o benefício será custeado pelos recursos provenientes de
créditos suplementares, que terão como fonte: I - o excesso de arrecadação; ou II - a
anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais
autorizados em lei.
Art. 30. O Poder Executivo, dentro de trinta dias, contados da publicação deste
Decreto-lei, constituirá Comissão a ser integrada por representantes governamentais,
empregadores e trabalhadores, sob a coordenação do Ministério do Trabalho,
incumbida de formular proposta destinada a subsidiar a elaboração legislativa que
disponha sobre o custeio do seguro-desemprego, a partir de 1º de janeiro de 1987,
mediante contribuição da União, dos empregadores e dos trabalhadores, sem
prejuízo de outras fontes de recursos (BRASIL, 2014).
Em 1999, a meta de atendimento de 20% da PEA foi postergada para 2002. Esta
modificação foi determinada pela Resolução n. º 194, de 23 de dezembro de 1998. A
partir desta Resolução, também, o PLANFOR passou a chamar-se de Plano
Nacional de Qualificação do Trabalhador, mantendo, no entanto, a mesma sigla.
Nesse mesmo percurso a Resolução nº 234, de 27 de abril de 2000, e a Resolução n.
º 258, de 21 de dezembro de 2000, revogaram a Resolução n. º 194/1998,
notadamente no que diz respeito aos mecanismos de repasse de recursos, tipo de
instituições, formalização de parcerias. Àquela altura uma série de irregularidades
tinham sido identificadas na execução das ações de qualificação profissional e o
objetivo foi o de disciplinar o repasse de recursos (CASTIONE, 2009, p. 2).
Tabela 2 - Composição da despesa do FAT segundo suas principais destinações durante os primeiros dez anos
de execução (em %)
Portanto, diante dos números demonstrados pelos estudos estatísticos fica sempre mais
difícil o estabelecimento de qualquer modalidade de defesa ou justificativa plausível em prol
das ações conduzidas pelas políticas públicas de formação profissional inicial dos governos
Fernando Henrique Cardoso e Luís Inácio Lula da Silva levadas a efeito a partir de meados
dos anos 1990, principalmente porque deveriam contemplar e atender com maior
compromisso às demandas provenientes de seu público-alvo, especialmente, das populações
desempregadas e mais vulneráveis. Na sequência serão apresentadas as principais ações
concernentes ao PLANFOR e ao PNQ.
Internacional do Trabalho (OIT) desde os idos dos anos 1970, através do Convênio nº 142 e
da Recomendação nº 150 ambos do ano de 1975”.
Consoante esse ponto de vista,
No tocante à sua implementação, o PLANFOR foi estruturado para uma atuação que
fomentasse a participação e a descentralização de suas ações para fortalecimento de sua
execução nos locais em que era requerida por meio de Planos Estaduais de Qualificação
(PEQs) e de Parcerias Nacionais e Regionais (PARCs) firmadas entre o Ministério do
Trabalho e organismos públicos e privados, especialmente com as organizações de
trabalhadores e do empresariado, sendo que todas essas ações deveriam estar de acordo com a
legislação e, por conseguinte, estariam sujeitas à intervenção e aprovação do CODEFAT.
Os mecanismos definidos pelos formuladores para implementação do PLANFOR não
seriam oferecidos como uma política pronta, mas deveriam ser consolidados através do
estabelecimento de linhas gerais que levariam à participação dos diversos atores sociais nos
processos decisórios, ao aperfeiçoamento, à discussão e construção coletiva no decorrer do
processo de implementação.
Conforme Leite (2002):
Para Leite (2002), construir uma política pública de qualificação profissional de forma
coletiva e participativa, com execução descentralizada pelos Estados, Distrito Federal e
Municípios, significava ter que superar uma antiga tradição política e enfrentar inúmeros
desafios, dentre eles: resistências, desconfiança e até rejeição, haja vista a forma como as
políticas públicas foram sendo estabelecidas ao longo da história no Brasil, seguindo um
padrão decisório autoritário, centralizado, burocrático e insulado, tendo o governo federal
como principal executor e avaliador das ações, o que levou a autora também a considerar que:
Ainda sob o ponto de vista de Carvalho, que fez um interessante estudo sobre o
PLANFOR, o que contribuiu para fomentar e acalorar o debate sobre a política pública de
qualificação profissional, iniciada na segunda metade dos anos 90 do século XX e no
transcorrer da primeira década de 2000, foram a dimensão da ‘competência’ e do ‘direito do
trabalhador’, pois apesar dos aspectos técnicos, demonstrados principalmente pela inoperância
e escassez de recursos, na avaliação do PLANFOR não ficou evidenciado algo considerado
essencial que é o conteúdo político (CARVALHO, 2011, p. 214).
Descartando o debate ideológico e priorizando o que realmente foi útil e realizado
naquele período, pode-se considerar que o PLANFOR foi uma importante e marcante
iniciativa de qualificação da força de trabalho para fins de modernização e adequação do
Brasil às novas demandas oriundas de um mundo globalizado, impactado pelos desafios da
reestruturação produtiva e fortemente submetido à célere inserção de tecnologias de
informação e comunicação, o que, por conseguinte, faz emergir a importância de qualificação
profissional contínua dos trabalhadores em plena sintonia com as necessidades e
oportunidades sinalizadas pelo mercado de trabalho.
Na avaliação do PLANFOR é importante salientar que, entre os anos de 1995 e 2001,
ocorreu um aumento significativo no número de pessoas treinadas e qualificadas por meio das
ações do PLANFOR e da Rede de Educação Profissional (REP), constituída por
universidades, faculdades, centros tecnológicos, institutos de ensino superior, escolas técnicas
95
Tabela 3 - PLANFOR 2000: Rede de Educação Profissional - Perfil das Entidades Executoras, Número de
Treinandos e Investimentos (em %)
Sistema S e outras 51 25 26
organizações
empresariais
96
Centrais, Sindicatos e 8 26 25
outras organizações de
trabalhadores
Organizações Não 22 22 21
Governamentais
(ONGs)
Universidades, 7 14 13
Faculdades, Fundações
e Institutos
Escolas Técnicas e de 6 9 8
Ensino Profissional
Outras entidades 6 4 7
Total 2.146 Entidades 8.141 mil treinandos R$ 394 milhões
O alcance das ações executadas no âmbito do Plano pode ser observado e analisado
com base nos relatórios elaborados por entidades contratadas (Unitrabalho, DIEESE) para
realizar as avaliações ano após ano.
Conforme esses relatórios, de um total de 3,5 milhões de pessoas qualificadas e
registradas no ano de 1995, ano de criação do PLANFOR, chegou-se a um total de 12,6
milhões de pessoas qualificadas e registradas no ano de 2001.
Mesmo com este significativo aumento no número de pessoas qualificadas, a meta
inicial estimada de qualificar 20% da População Economicamente Ativa (PEA) por ano não
foi atingida, o máximo que alcançou foi 17% da PEA, o que levou a reformulação dos
objetivos e estratégias para execução da política de qualificação.
Conforme Manfredi (2002), a análise dos números de treinandos alcançados tanto pelo
PLANFOR, através de convênios firmados com as Secretarias de Trabalho dos Estados,
Munícipios e do Distrito Federal, quanto pela REP, demonstrou que a REP conseguiu
alcançar um maior número de treinandos no período de 1995 a 2001, conforme pode ser
observado na tabela 4.
No primeiro ano do governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi instituído o
Plano Nacional de Qualificação (PNQ), consoante a Resolução nº 333, de 10 de julho de
2003, do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (CODEFAT), como
parte integrante do Programa Nacional de Qualificação Social e Profissional (PQSP) e
compondo também o conjunto de diretrizes do Plano Plurianual (PPA) do governo federal
para o período de 2004 a 2007, em substituição ao PLANFOR do governo anterior, vigente no
período de 1995 ao início de 2003.
O PNQ nascia, assim, no bojo do PQSP, que, conforme os seus formuladores,
transcendeu a concepção tradicional e restrita da formação profissional, estruturando-se sobre
uma concepção mais ampla, que concebe a qualificação social e profissional como formação
integral e cidadã do trabalhador brasileiro.
101
O Plano Nacional de Qualificação (PNQ) foi concebido como uma das três ações
basilares integrantes do Sistema Público de Emprego, Trabalho e Renda (SPETR) brasileiro,
sendo as demais, em ordem, o seguro desemprego e a intermediação de mão de obra, a que se
somam também a orientação e certificação profissional, fomento às atividades
empreendedoras e informações sobre mercado de trabalho.
103
Esta nova política definiu a qualificação social e profissional como sendo aquela que
permite a inserção e a atuação cidadã no mundo do trabalho e que tem como finalidades
principais contribuir para promover a integração das políticas e a articulação das ações de
qualificação social e profissional vigentes no país, nas suas diferentes esferas, visando à
inclusão social e à formação integral do trabalhador e a promover o empoderamento dos
espaços públicos de gestão participativa e social, além do fortalecimento do CODEFAT e das
Comissões Estaduais e Municipais de Trabalho e Emprego.
Além disso, foi adotado o conceito de qualificação como central para a política
pública, entendendo-a ser “[...] um conjunto de políticas que se situam na fronteira do
Trabalho e Educação, intrinsecamente vinculadas a um projeto de desenvolvimento
includente, distribuidor de renda e redutor das desigualdades regionais” (LIMA; LOPES,
2005, p. 31).
Em conformidade com o entendimento de Moraes (2005, p. 26), a qualificação era
compreendida e considerada como sendo: “[...] direito e condição indispensável para a
garantia do trabalho decente para homens e mulheres. [...] que permite a inserção e a atuação
cidadã no mundo do trabalho, com efetivo impacto para a vida e o trabalho das pessoas. ”
Deste modo, conforme foi estabelecido pelo artigo 2º da Resolução nº 333, de 10 de
julho de 2003, eram objetivos do PNQ:
No seu início, no ano de 2003, o PNQ foi implementado por meio de dois
instrumentos de ação, os Planos Territoriais de Qualificação (PlanTeQs) e os Projetos
Especiais de Qualificação (ProEsQs). Em novembro de 2004 o PNQ teve a sua
implementação ampliada pelo CODEFAT que, por meio da Resolução nº 408, de 28 de
outubro de 2004, instituiu mais um instrumento de ação intitulado Plano Setorial de
Qualificação (PlanSeQs).
Estes três instrumentos de ação estratégica eram viabilizados por convênios firmados
entre os respectivos executores, Estados e Municípios, e o Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE), através do Departamento de Qualificação (DEQ), da Secretaria de Políticas Públicas
de Emprego (SPPE), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Os PlanTeQs, objeto do presente estudo, são implementados de modo descentralizado
por meio de convênios com Estados, Municípios e consórcios municipais, que se
responsabilizam pela articulação das demandas e pela contratação de entidades executoras.
Tem por objetivo atender às demandas por qualificação identificadas com base no
território (Municípios, Estados, Distrito Federal, Regiões, Mesorregiões). São espaços de
integração entre políticas de desenvolvimento e emprego em articulação direta com
oportunidades concretas de ocupação nos novos empregos gerados.
Deste modo, contemplam ações e projetos circunscritos a um território, com
aprovação e homologação obrigatórias pela Comissão/Conselho Estadual de
Trabalho/Emprego ou equivalente, e pelas Comissões Municipais de Trabalho/Emprego
referentes ao território, que devem articular as demandas locais de qualificação, levantadas
pelo poder público e pela sociedade civil organizada.
O responsável pela gestão do PlanTeQ pode ser a Secretaria Estadual de Trabalho ou
equivalente, ou a Secretaria Municipal de Trabalho. A partir da Resolução nº 466/2005 do
CODEFAT, os PlanTeQs tornaram-se a dimensão de qualificação no âmbito do Convênio
Plurianual Único - CPU, que abarca as atividades do SPETR, para garantia do
desenvolvimento das ações de intermediação de mão de obra, qualificação social e
profissional, orientação profissional, certificação profissional, fomento às atividades
empreendedoras e informações sobre mercado de trabalho.
106
Art. 17. O PNQ deverá ser avaliado e controlado, de modo a garantir a efetividade
social, qualidade pedagógica, eficiência, a eficácia das ações previstas, além da
transparência e lisura na aplicação dos recursos.
§ 1º O PNQ disporá de um sistema integrado de planejamento, monitoramento e
avaliação (SPMA) envolvendo um processo permanente de acompanhamento de
ações iniciadas na elaboração participativa do plano territorial e na demanda das
entidades pré-selecionadas para execução de projetos especiais de qualificação com
o objetivo de:
I – Caracterizar os mecanismos e instâncias de planejamento, monitoramento e
avaliação já existentes no âmbito do PNQ;
II – Sistematizar as informações mais relevantes produzidas por esses mecanismos e
instâncias;
III – Identificar e caracterizar outras fontes, instâncias e mecanismos importantes
para subsidiar o SPMA;
IV – Construir um conjunto de indicadores de Efetividade Social e Qualidade
Pedagógica para análise dos programas e projetos de qualificação;
V – Construir uma base de classificação dos cursos de qualificação tendo como
referências a CBO, a CNAE e os parâmetros definidos no sistema educacional;
VI – Colaborar nas atividades de Planejamento coordenadas pelo DEQ/SPPE/MTE;
VII – Promover a integração das atividades de Supervisão Operacional ao sistema de
PMA;
VIII – Avaliar os PlanTeQs e ProEsQs;
IX – Promover a transferência das metodologias e tecnologias sociais, geradas no
âmbito do PNQ, aos gestores do Sistema Público de Emprego (BRASIL, 2003).
Tabela 6 - Recursos do FAT para o PNQ e a IMO - valores nominais - entre 1995 e 2007 (em milhões de R$)
Ano Qualificação Profissional Intermediação de Mão de Obra
1995 46,8 225,8
1996 648,5 67,1
1997 824,9 78,9
1998 894,4 125,6
1999 720,9 104,5
2000 773,5 144,5
2001 805,1 172,1
2002 225,4 135,0
2003 52,2 109,2
2004 75,3 82,1
2005 84,7 84,4
2006 81,8 89,4
2007 86,1 92,6
Com base nos dados disponibilizados pelo Sistema de Gestão do Programa das Ações
de Emprego, que é a base de dados e informações que subsidiam o PNQ, foi possível verificar
que, em todo o país, 118.202 alunos se inscreveram nos cursos de qualificação social e
profissional no ano de 2007, ano escolhido para o estudo do PlanTeQ no Distrito Federal.
Em vista disso, pode-se ter uma dimensão das características socioeconômico-
demográficas desses educandos quanto a distribuição por gênero (sexo), etnia (cor da pele),
faixa etária, escolaridades SIGAE/IBGE/PEA, situação no mercado e renda familiar mensal
per capita para posteriores análises e inclusive possibilitar o confronto com os dados
específicos pertinentes às ações de qualificação social e profissional formuladas, executadas e
avaliadas pelos governos em nível nacional.
113
Tabela 7 - Distribuição dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do Distrito Federal, segundo o sexo, no
ano de 2007
Sexo Frequência Percentual Percentual acumulado
Feminino 909 56,57 56,57
Masculino 698 43,43 100,00
Total 1607 100 100
Fonte: Secretaria de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho e Emprego (BRASIL, 2014)
De acordo com os dados do Censo da Educação Básica 2013, as mulheres são maioria
nos cursos técnicos de nível médio, elas representam um quantitativo de 764.911 alunos entre
os 1.441.051 alunos dos cursos de formação profissional realizados em conjunto ou depois do
ensino médio, o que representa 53,1 por cento do total. De 2009 a 2013, houve um aumento
de 60 por cento no número de matrículas entre as mulheres. Já a expansão entre os homens foi
de 50 por cento. A análise revela ainda que os aumentos mais expressivos foram registrados
em cursos ligados à atividade industrial, que formam para profissões tipicamente ocupadas
por homens (CNI, 2016).
Para Lucchesi (2016), “[E]sse aumento é reflexo da maior escolarização das mulheres
que o Brasil vem registrando desde a última década. Em maior número no ensino médio, é
natural que muitas delas tenham optado pelo ensino técnico como forma de se qualificar para
o mercado de trabalho e construir uma carreira” (LUCCHESI, 2016).
115
dados deixam claro que homens e mulheres com igual escolaridade obtêm rendimentos
diferentes. (FCC, 2008).
As mudanças de valores culturais decorrentes dos movimentos políticos e sociais da
década de 60 e 70 tiveram como consequência a maior escolarização das mulheres, a procura
inclusive em cursos profissionalizantes e nas carreiras universitárias. Mas existe queixa,
embora tenha se verificado mudanças importantes no mundo do trabalho, a questão da
discriminação da mulher no mercado de trabalho permanece, pois os homens continuam
ocupando os mais altos cargos e ganhando os maiores salários. A busca por uma formação
profissional de qualidade em que evidencia a busca de competências por parte das mulheres,
já é um indicativo bastante significativo, no entanto, se faz necessário refletir sobre a absorção
das mesmas no mundo trabalho, pois somente a busca da formação não garante as mesmas o
seu direito à cidadania (ROSA, D; ROSA, E; TAVARES, 2012).
Quando analisada a distribuição dos dados relacionados com a etnia (cor da pele) dos
educandos inscritos nos cursos de qualificação social e profissional oferecidos pelo PlanTeQ
do Distrito Federal no ano de 2007. Os dados mostraram que as pessoas que se declararam
não brancas representaram mais de 49 por cento dos educandos inscritos.
O percentual dos que se declararam de cor branca representou 18,2 por cento dos
educandos inscritos, os que se declararam indígenas são apenas 0,5 por cento e os que não
declararam a cor da pele representaram 32,5 por cento dos educandos inscritos nos cursos do
PlanTeQ do Distrito Federal no ano de 2007, conforme pode ser observado na tabela 8.
Tabela 8 - Distribuição dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do Distrito Federal, segundo a Etnia
(Cor da pele), no ano de 2007
Etnia (Cor da pele) Frequência Percentual Percentual acumulado
Branca 293 18,23 18,23
Parda 647 40,26 58,49
Negra 136 8,46 66,95
Indígena 8 0,50 67,45
Não declarada 523 32,55 100,00
Total 1607 100 100
Fonte: Secretaria de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho e Emprego (BRASIL, 2014)
Esses dados podem sinalizar uma lamentável realidade que parece se perpetuar no
Brasil e que outros estudos já apontaram: “a pirâmide social no Brasil tem cor e tem o
trabalho na base dessa pirâmide” (POCHMANN, 2012).
De conformidade com a avaliação externa do Programa Seguro-Desemprego,
observou-se que em relação aos inscritos nos cursos do PNQ, se considerado o contingente de
117
pardos e negros como afrodescendentes, eles representam 41 por cento do total de educandos,
e ¼ dos que se declararam brancos. No entanto, 1/3 não informou a sua condição. Entre a
população essa relação é de 49 por cento para brancos e 51 por cento para não brancos,
segundo a PNAD de 2007. Também por gênero as mulheres são maioria em todas as
condições de raça/cor possíveis de serem captadas pelo banco de dados do SIGAE (UNB,
2010).
O fato de não declarar a cor da pele tem um amplo leque de motivações. As
motivações mais externadas nos relatórios das executoras vinculadas ao PNQ em 2007 são
aquelas que, de alguma forma, estão relacionadas com o preconceito, com a perseguição e
com o receio de discriminação durante o processo de seleção para os cursos e até mesmo no
momento de encaminhamento para as empresas.
No Brasil, no ano de 2007, a forma de encaminhamento dos educandos concluintes
dos cursos do PNQ mais prevalecente foi por meio do SINE que representou 71,2 por cento
dos casos, seguida das próprias entidades executoras com 10,6 por cento dos casos de
encaminhamento efetivados (Anexo B, tabela 62).
O Censo 2010 realizado pelo IBGE indicou pela primeira vez na história do Brasil que
a população negra e parda é a maioria no país: 50,7 por cento de um total de 190.732.694
pessoas. Revelou também que a maior parte da população negra concentra-se no Norte e
Nordeste do país e sofre a maior taxa de analfabetismo na faixa etária acima dos 15 anos
(entre 24,7 e 27,1 por cento). Das 16,2 milhões de pessoas vivendo na pobreza extrema (8,5
por cento da população), com renda igual ou menor a R$ 70 por mês, 70,8 por cento são
negras. A população negra e parda ganham salários mais baixos do que brancos e amarelos
(que ganham 2,4 vezes mais) e morrem mais cedo em consequência da precariedade das
condições de vida, da violência e do difícil acesso a cuidados de saúde (IBGE, 2016).
Quando elaborada a distribuição dos educandos dos cursos do PNQ no ano de 2007,
em relação à faixa etária conforme o SIGAE ficou evidenciado que o maior número de
educandos encontrava-se nas faixas etárias de 18 aos 29 anos, ultrapassando as demais com
um percentual de 54,6 por cento do total. Após a ampliação das extremidades verificou-se que
10,6 por cento estavam na faixa etária de 15 a 17 anos e que 18,8 por cento na faixa etária de
30 a 39 anos, conforme pode ser observado na tabela 9.
118
Tabela 9 - Faixa etária dos educandos do PNQ conforme os critérios do SIGAE(1) no ano de 2007
Essas faixas etárias, que compreendem idades entre 18 e 29 anos e que apresentaram
como as de maior percentual junto às ações de qualificação social e profissional no âmbito do
PNQ em 2007, poderão instigar estudos mais amplos e analíticos sobre a difícil realidade
vivenciada pelas juventudes no Brasil em busca de qualificação profissional durante a
primeira década do século XXI, notadamente em relação às suas expectativas de emprego,
trabalho, renda, maior escolaridade e constituição de família.
A análise da distribuição dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do Distrito
Federal no ano de 2007, segundo a idade conforme os critérios adotados pelo IBGE (tabela
10), permitiu verificar que a maioria dos educandos está na faixa de 18 anos de idade,
representando 12,82 por cento do total. Ampliando essa análise por faixas etárias verificou-se
que as faixas que vão de 18 a 29 anos representaram 61,6 por cento do total de educandos
inscritos.
Os percentuais relacionados com as faixas etárias dos educandos observados permitiu
assegurar que as tabelas 9 e 10 possuem similaridade mesmo possuindo distintos critérios de
apresentação estatística onde, mesmo assim, preponderou a faixa etária de 18 a 29 anos.
Tabela 10 - Distribuição dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do Distrito Federal, segundo a idade
conforme o IBGE(1) , no ano de 2007
Idade IBGE Frequência Percentual Percentual acumulado
15 anos 3 0,19 0,19
16 anos 39 2,43 2,62
17 anos 75 4,66 7,28
18 anos 206 12,82 20,10
19 anos 138 8,60 28,70
20 anos 98 6,10 34,80
21 anos 83 5,17 39,97
22 anos 96 5,98 45,95
23 anos 81 5,04 50,99
24 anos 71 4,41 55,40
25 anos 68 4,23 59,63
119
educandos inscritos declararam possuir o 2º grau completo e que 20,6 por cento dos
educandos declararam possuir o 2º grau incompleto. Já o número de educandos com o
primeiro grau completo representou 15,8 por cento do total.
Esses dados indicaram que o acesso à informação sobre os cursos de qualificação
social e profissional oferecidos pelo PlanTeQ do Distrito Federal no ano de 2007, contribuiu
significativamente para a inscrição de um público com o nível de escolaridade mais elevado,
em detrimento do público destinatário da política pública que, pelo visto, mais uma vez, ficou
equidistante da oportunidade, conforme se pode observar na tabela 11.
Tabela 11 - Distribuição dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do Distrito Federal, segundo a
escolaridade conforme os critérios do SIGAE(1), no ano de 2007
Escolaridade Frequência Percentual Percentual acumulado
1ª até 8ª série incompleta 200 12,40 12,40
1º grau até 4ª série completa 10 0,62 13,02
1º grau até 4ª série incompleta 1 0,06 13,08
1º grau completo 254 15,83 28,91
2º grau completo 723 44,99 73,90
2º grau incompleto 331 20,60 94,50
3º grau completo 19 1,20 95,70
3º grau incompleto 69 4,30 100,00
Total 1607 100 100
Fonte: Secretaria de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho e Emprego (BRASIL, 2014)
Nota: (1) Sistema de Gestão do Programa das Ações de Emprego
Acredita-se que a maioria dos alunos vem sendo escolhida pelas próprias entidades
executoras (escolas técnicas públicas e privadas, ONGs, escolas do Sistema S) dentre os seus
próprios alunos no momento da contratação das ações do PNQ. Conforme a avaliação externa
do programa Seguro-Desemprego realizada pela Universidade de Brasília (2010):
Os critérios adotados pelo IBGE para avaliar a escolaridade obedece a uma escala
racional, tendo zero como ponto de partida. Quando efetuada a distribuição e a comparação
121
Tabela 12 - Comparação entre o sexo dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do Distrito Federal e a
escolaridade conforme os critérios do IBGE(1), no ano de 2007
MASCULINO FEMININO
Escolaridade Frequência Percentual Acumulado Frequência Percentual Acumulado
De 4 a 7 anos 99 14,18 14,18 111 12,21 12,21
De 8 a 10 anos 284 40,69 54,87 301 33,11 45,32
De 11 a 14 anos 311 44,56 99,43 481 52,92 98,24
Não declarada 4 0,57 100,00 16 1,76 100,00
Total 698 100 100 909 100 100
Fonte: elaboração do autor (2016)
Nota: (1) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Tabela 13 - Comparação entre as escolaridades dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do
Distrito Federal, conforme os critérios do SIGAE(1) e do IBGE(2) , no ano de 2007
Escolaridade SIGAE(1) Frequência Escolaridade IBGE(2) Frequência
1ª até 8ª série incompleta 200 De 4 a 7 anos 210
1º grau até 4ª série completa 10 De 8 a 10 anos 585
1º grau até 4ª série incompleta 1 De 11 a 14 anos 792
1º grau completo 254 Não declarada 20
2º grau completo 723
2º grau incompleto 331
3º grau completo 19
3º grau incompleto 69
Total 1607 1607
Fonte: Secretaria de Políticas Públicas e Emprego, Ministério do Trabalho e Emprego - MTE 2014
Nota: (1) Sistema de Gestão do Programa das Ações de Emprego
(2) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Tabela 14 - Distribuição dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do Distrito Federal, segundo a
escolaridade da PEA(1) , no ano de 2007
Escolaridade PEA Frequência Percentual Percentual acumulado
1º Grau completo 570 35,46 35,46
1º Grau incompleto 206 12,82 48,28
2º Grau completo 768 47,80 96,08
3º Grau completo 19 1,18 97,26
Não declarada 44 2,74 100,00
Total 1607 100 100
Fonte: elaboração do autor (2016)
Nota: (1) População Economicamente Ativa - PEA
Tabela 15 - Distribuição dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do Distrito Federal, segundo a
situação no mercado conforme o SIGAE(1), no ano de 2007
Situação no mercado SIGAE Frequência Percentual Percentual acumulado
Agricultor Familiar 33 2,05 2,05
Aposentado 3 0,18 2,23
Desempregado 1048 65,22 67,45
Empregado assalariado com registro CTPS 48 2,99 70,44
Empregado assalariado sem registro CTPS 1 0,06 70,50
Empregado doméstico sem registro CTPS 6 0,37 70,87
Pequeno e Micro Empreendedor 18 1,12 71,99
Procura do 1º emprego 189 11,77 83,76
Requerente do Seguro Desemprego 255 15,87 99,63
Segurado do Seguro Desemprego 4 0,25 99,88
Servidor Público 1 0,06 99,94
Trabalhador Autônomo 1 0,06 100,00
Total 1607 100 100
Fonte: Secretaria de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho e Emprego (BRASIL, 2014)
Nota: (1) Sistema de Gestão do Programa das Ações de Emprego
Tabela 16 - Distribuição dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do Distrito Federal, segundo a renda
familiar mensal per capita, no ano de 2007
Após a análise dos dados relacionados com a renda própria dos educandos, os
resultados obtidos informaram sobre a baixa significância dessa variável para o objetivo do
estudo, conforme pode ser observado na tabela 17.
Tabela 17 - Distribuição dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do Distrito Federal, segundo a
renda própria/valores nominais, no ano de 2007 (em R$)
Renda Própria (R$) Frequência Percentual Percentual acumulado
0 1473 91,81 91,81
50 1 0,06 91,87
100 2 0,12 91,99
120 2 0,12 92,11
140 1 0,06 92,17
150 2 0,12 92,29
151 2 0,12 92,41
160 1 0,06 92,47
180 1 0,06 92,53
200 9 0,56 93,09
202 1 0,06 93,15
240 1 0,06 93,21
250 3 0,18 93,39
260 1 0,06 93,45
300 6 0,37 93,82
350 4 0,25 94,07
360 1 0,06 94,13
380 16 0,99 95,12
385 1 0,06 95,18
390 1 0,06 95,24
400 15 0,93 96,17
403 1 0,06 96,23
412 1 0,06 96,29
415 2 0,12 96,41
416 1 0,06 96,47
419 1 0,06 96,53
420 1 0,06 96,59
450 3 0,18 96,77
460 1 0,06 96,83
465 3 0,18 97,01
478 1 0,06 97,07
480 1 0,06 97,13
486 1 0,06 97,19
494 1 0,06 97,25
500 12 0,74 97,99
510 2 0,12 98,11
515 2 0,12 98,23
529 1 0,06 98,29
600 6 0,37 98,66
651 1 0,06 98,72
677 2 0,12 98,84
700 2 0,12 98,96
800 4 0,25 99,21
1000 4 0,25 99,46
1050 1 0,06 99,52
1200 1 0,06 99,58
1600 2 0,12 99,70
1800 2 0,12 99,82
2000 2 0,12 99,94
4000 1 0,06 100,00
127
Por meio desses cenários ficou evidenciado que a renda familiar per capita dos
educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do Distrito Federal no ano de 2007 não era
adequada, pois além de ser baixa para o conjunto da economia familiar se mostrava
insuficiente, principalmente, pelo fato da Região Metropolitana do Distrito Federal ter sido
considerada, nesse mesmo ano, a mais cara do país, conforme demonstraram Almeida e
Azzoni (2013, p.14), no estudo realizado sobre o ranking do custo de vida nas regiões
metropolitanas brasileiras.
Quando elaborada a distribuição dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do
Distrito Federal no ano de 2007, segundo possuir ou não deficiência, verificou-se que 96,6
por cento dos educandos inscritos declararam que não possuíam nenhum tipo de deficiências.
3,3 por cento dos educandos declararam possuir algum tipo de deficiência, sendo que 1,8 por
cento dos educandos declararam possuir deficiência física, conforme mostrado na tabela 18.
Tabela 18 - Distribuição dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do Distrito Federal, segundo possuir
ou não deficiência, no ano de 2007
o Brasil se destaca como uma das nações do EFA-9 (Education for All-9), isto é, os
nove países do mundo cuja população os coloca em destaque no atingimento das
metas de Educação para Todos, fixadas em Dacar, com a UNESCO, para 2015. Sua
população residente em 2007 era de 189.820 milhões de habitantes, com o
crescimento anual de 1,3% no ano de 2005. A população de até 14 anos era em 2007
de 25,4% do total, registrando-se ainda a taxa de fecundidade total de 1,95 filhos por
mulher. A esperança de vida ao nascer em 2007 era de 72,7 indicando uma
sociedade em vias de envelhecimento, que vive o seu bônus demográfico, uma
espécie de janela entre a elevada pressão do grupo infanto-juvenil e a dos idosos.
Segundo estimativa da CEPAL-UNESCO esse período de “graça” é vivido pelo
Brasil desde 2005, estendendo-se até 2020, junto com outras nações latino-
americanas, como o México, o Uruguai e a Colômbia (GOMES, 2009, p. 137).
Tabela 19 - Distribuição dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do Distrito Federal, segundo o
número de membros da família, no ano de 2007
Nº de membros da família Frequência Percentual Percentual acumulado
1 44 2,74 2,74
2 134 8,34 11,08
3 295 18,36 29,44
4 424 26,39 55,83
5 350 21,78 77,61
6 164 10,21 87,82
7 81 5,04 92,86
8 51 3,17 96,03
9 27 1,68 97,71
10 20 1,24 98,95
11 7 0,44 99,39
12 4 0,25 99,64
13 1 0,06 99,70
15 2 0,12 99,82
18 2 0,12 99,94
20 1 0,06 100,00
Total 1607 100 100
Fonte: Secretaria de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho e Emprego (BRASIL, 2014)
No ano de 2007, em todo Brasil, foram criadas 5.253 turmas dos cursos de
qualificação profissional e social no âmbito do PNQ. No Distrito Federal foram criadas 77
turmas, o que representou 1,5 por cento do total (Anexo B, tabela 57).
Consoante os dados colhidos na avaliação externa do Programa Seguro-Desemprego
em termos de educandos há diferenças entre os grupos mais representativos que frequentaram
129
os cursos do PNQ no ano de 2007. As maiores concentrações estão nos cursos dos arcos de
telemática, alimentação, administração, vestuário, construção e reparos, atividades do
comércio e serviços, turismo e hospitalidade, serviços pessoais e pesca, agricultura e pecuária
(UNB, 2010).
Conforme esse mesmo estudo, os nove arcos acima citados concentraram 65 por cento
dos cursos realizados pelos educandos no âmbito do PNQ em 2007. Os trabalhadores
associados a esses arcos e suas correspondentes famílias ocupacionais correspondem a 54 por
cento do total dos ocupados no mercado de trabalho formal. Segundo a RAIS/2007, as
famílias desses arcos totalizam 20.358 milhões de trabalhadores, ante os 37.607 milhões de
trabalhadores no mercado formal captados pela RAIS. A maior concentração deu-se nas
ocupações associadas aos arcos de Telemática, Administração, Vestuário, Alimentação,
Construção e Reparos II (Instalações), Atividades do Comércio e Serviços, Turismo e
Serviços Pessoais. Em relação a sua representatividade entre as ocupações associadas a esses
arcos a maior concentração está nos arcos das Atividades do Comércio e Serviços, Serviços
Domésticos I, Transporte, Alimentação, Administração, Metalmecânica e Saúde (UNB,
2010).
A distribuição dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do Distrito Federal no
ano de 2007, segundo a modalidade de curso escolhido mostrou que 23,9 por cento dos
educandos escolheu as modalidades vinculadas à área de Telemática, voltados para a
Operação de Microcomputadores e Montagem e Configuração de Microcomputadores e
Redes. Em seguida, 18,8 por cento escolheu os cursos das áreas de Administração e
Atividades do Comércio, Auxiliar Administrativo e Atendente de Farmácia respectivamente,
Por conseguinte, constatou-se que os educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do
Distrito Federal no ano de 2007, escolheram os cursos do setor terciário que proporcionavam
habilidades mais gerais e mais transferíveis entre trabalhos e ocupações, conforme mostrado
na tabela 20.
130
Tabela 20 - Distribuição dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do Distrito Federal, segundo a
modalidade de curso oferecida, no ano de 2007
A carga horária média e o custo aluno-hora dos cursos do PNQ no ano de 2007, por
tipo de instituição executora foram em média de 195,3 horas e o custo médio aluno-hora de
R$ 2,68 (Anexo B, tabela 63). Os cursos do PlanTeQ do Distrito Federal no ano de 2007
registraram uma carga horária média de 202,7 horas com um custo médio aluno-hora de R$
2,75 (Anexo B, tabela 64). Os dados relacionados com a carga horária média e o custo aluno-
hora foram obtidos do Anuário Sistema Público de Emprego, Trabalho e Renda (DIEESE,
2008).
Consoante a avaliação externa do Programa Seguro-Desemprego, a carga horária dos
cursos realizados é um importante referencial para se conhecer o tipo de curso e a sua
complexidade. Os cursos mobilizados pelo MTE durante anos foram conhecidos como cursos
de curtíssima duração em que os educandos passavam poucas horas em contato com o tema.
A partir da Resolução nº 333/2003, que criou o PNQ, iniciou-se uma tentativa de se elevar a
carga horária dos cursos. Quase todos os cursos associados aos arcos ocupacionais tiveram a
sua carga horária média ampliada entre 120 a 200 horas (UNB, 2010).
Ainda, conforme os resultados dessa mesma avaliação externa, cerca de dois terços
dos educandos dos cursos do PNQ frequentaram cursos que tiveram um custo médio na faixa
de R$ 500 a R$ 1.000, sendo que 60% deles se situaram na faixa entre R$ 500 a R$ 550.
Tomando-se como referência o limite superior e tendo como denominador a carga horária
média, onde também 2/3 dos alunos frequentaram cursos de 200 horas, tem-se que, em média,
o custo médio por aluno/hora situou-se na faixa de R$ 2,75 (UNB, 2010).
131
Tabela 21- Distribuição dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do Distrito Federal, segundo o
resultado das turmas, no ano de 2007
Tabela 22 - Comparação entre o sexo dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do Distrito Federal e o
resultado das turmas, no ano de 2007
MASCULINO FEMININO
Resultado T Frequência Percentual Acumulado Frequência Percentual Acumulado
Concluinte 477 68,33 68,33 670 73,70 73,70
Evasor 221 31,67 100,00 239 26,30 100,00
Total 698 100 100 909 100 100
Fonte: elaboração do autor (2016)
Consoante o estudo realizado por Neri (2009) sobre os motivos da evasão escolar é
possível observar por meio do questionário da PNAD em 2006 como a frequência escolar
varia ao longo da fase de transição da infância ao mundo adulto, da especialização na escola
ao início da vida profissional. Na faixa entre 15 e 17 anos, faixa etária do ensino médio, caso
não houvesse atraso escolar, reside os maiores obstáculos da repulsão escolar e onde
começam a se multiplicar os fatores de atração trabalhista. Inicialmente, as motivações das
pessoas que estão fora da escola foram agregadas em quatro grandes grupos, a saber: 1)
dificuldade de acesso à escola (10,9%); 2) Necessidade de trabalho e geração de renda
(27,1%); 3) Falta intrínseca de interesse (40,3%); e 4) Outros motivos (21,7%). O que merece
destaque são os dois elementos ligados à falta de demanda por educação, que respondem por
67,7% das motivações apresentadas contra 10,9% das deficiências de oferta alegadas.
21,7%% dos adolescentes que não frequentam a escola o fazem por outros motivos (NERI,
2009).
Ao fazer a comparação entre o sexo dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do
Distrito Federal no ano de 2007 e a etnia (cor da pele), foram obtidos os seguintes resultados
para um total de 1.607 educandos: a) dos 698 educandos do sexo masculino, 50,7 por cento
dos educandos declararam ser de cor parda e negra, 19,2 por cento dos educandos declararam
ser de cor branca e 29,4 por cento dos educandos não declararam a etnia; b) dos 909
educandos do sexo feminino, 40,4 por cento dos educandos declararam ser de cor parda e
negra e 17,5 por centos dos educandos declararam ser de cor branca e 35 por cento dos
educandos não declararam a sua etnia. A etnia indígena, em ambos os sexos, não atingiu 1 por
cento das declarações.
Após a análise desses resultados foi possível concluir que existem diferenças
significativas entre os sexos e as etnias dos educandos, com os maiores percentuais, de ambos
os sexos, sendo registrados pelas etnias de cor parda e negra, superando com percentuais entre
47 e 50 por cento, respectivamente, as demais etnias. Já em relação aos educandos que não
133
Tabela 23 - Comparação entre o sexo dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do Distrito Federal e a
Etnia (Cor da pele), no ano de 2007
MASCULINO FEMININO
Etnia Frequência Percentual Acumulado Frequência Percentual Acumulado
Branca 134 19,20 19,20 159 17,50 17,50
Parda 280 40,10 59,30 367 40,40 57,90
Negra 74 10,60 69,90 62 6,80 64,70
Indígena 5 0,70 70,60 3 0,30 65,00
Não declarada 205 29,40 100,00 318 35,00 100,00
Total 698 100 100 909 100 100
Fonte: elaboração do autor (2016)
Tabela 24 - Comparação entre o sexo dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do Distrito Federal e estar
desempregado, ser assalariado ou estar de alguma forma trabalhando no ano de 2007
DESEMPREGADO ASSALARIADO
Sexo Frequência Percentual Acumulado Frequência Percentual Acumulado
Masculino 656 43,76 43,76 42 38,89 38,89
Feminino 843 56,24 100,00 66 61,11 100,00
134
Comparando a etnia (cor da pele) dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do
Distrito Federal e estar desempregado, ser assalariado ou estar de alguma forma trabalhando
no ano de 2007, obteve-se os seguintes resultados para um total de 1.607 educandos: a) dos
1.499 educandos que declararam estar desempregado, 48,6 por cento dos educandos
declararam ser de cor parda e negra, enquanto 18,0 por cento dos educandos declararam ser de
cor branca. O percentual de educandos que não declararam a etnia foi de 32,8 por cento; b)
dos 108 educandos que declararam ser assalariado ou estar de estar de alguma forma
trabalhando, 50,0 por cento dos educandos declararam ser de cor parda e negra, enquanto 21,2
por cento declararam ser de cor branca. O percentual de educandos que não declararam a etnia
foi de 28,7 por cento. A etnia indígena não alcançou 1 por cento em nenhuma das duas
condições.
Esses resultados mostraram que existem diferenças significativas entre as etnias dos
educandos e ser desempregado ou assalariado ou estar de estar de alguma forma trabalhando.
Os percentuais relacionados aos educandos que declararam ser de cor parda e negra, nas duas
condições, atingiram 48,6 e 50,0 por cento respectivamente. Os percentuais relacionados aos
educandos que declararam ser de cor branca, nas duas condições, atingiram 18,0 e 21,2 por
cento. Os percentuais relacionados aos educandos que não declararam a cor da pele, nas duas
condições, atingiram 32,8 e 28,7 por cento respectivamente, conforme apresentado na tabela
25.
Tabela 25 - Comparação entre a etnia (cor da pele) dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do Distrito
Federal e estar desempregado, ser assalariado ou estar de alguma forma trabalhando no ano de 2007
DESEMPREGADO ASSALARIADO
Etnia Frequência Percentual Acumulado Frequência Percentual Acumulado
Branca 270 18,01 18,01 23 21,29 21,29
Parda 603 40,23 58,24 44 40,75 62,04
Negra 126 8,41 66,65 10 9,26 71,30
Indígena 8 0,53 67,18 0 0,00 71,30
Não declarada 492 32,82 100,00 31 28,70 100,00
Total 1499 100 100 108 100 100
Fonte: elaboração do autor (2016)
total de 1.607 educandos: a) dos 1.499 educandos que declararam estar desempregado, 45,3
por cento dos educandos declararam possuir o 2º grau completo, 15,6 por cento dos
educandos declararam possuir o 1º grau completo e apenas 1,2 por cento dos educandos
declararam possuir o ensino superior completo; b) dos 108 educandos que declararam ser
assalariado ou estar de estar de alguma forma trabalhando, 39,8 por cento educandos
declararam possuir o 2º grau completo, 18,5 por cento dos educandos declararam possuir o 1º
grau completo e apenas 0,9 por cento dos educandos declararam possuir o ensino superior
completo.
Tais resultados possibilitaram a conclusão de que não existem diferenças significativas
entre a escolaridade SIGAE dos educandos e estar desempregado, ser assalariado ou estar de
alguma forma trabalhando, conforme mostrado na tabela 26.
Tabela 26 - Comparação entre a escolaridade dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do Distrito
Federal conforme o SIGAE(1) e estar desempregado, ser assalariado ou estar de alguma forma
trabalhando no ano de 2007
DESEMPREGADO ASSALARIADO
Escolaridade Frequência Percentual Acumulado Frequência Percentual Acumulado
1ª /8ª S incompl 189 12,61 12,61 11 10,19 10,19
1ºG/ 4ª S compl 10 0,67 13,28 0 0,00 10,19
1ºG/ 4ª S incom 1 0,06 13,34 0 0,00 10,19
1º G completo 234 15,61 28,95 20 18,52 28,71
2º G completo 680 45,36 74,31 43 39,81 68,52
2º G incompleto 307 20,49 94,80 24 22,22 90,74
3º G completo 18 1,20 96,00 1 0,93 91,76
3º G incompleto 60 4,00 100,00 9 8,33 100,00
Total 1499 100 100 108 100 100
Fonte: elaboração do autor (2016)
Nota: (1) Sistema de Gestão do Programa das Ações de Emprego
Após a análise desses resultados foi possível concluir que não existem diferenças
significativas entre a escolaridade IBGE dos educandos e estar desempregado, ser assalariado
ou estar de alguma forma trabalhando, conforme mostrado na tabela 27.
Tabela 27 - Comparação entre a escolaridade dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do Distrito Federal
conforme o IBGE(1) e estar desempregado, ser assalariado ou estar de alguma forma trabalhando no
ano de 2007
DESEMPREGADO ASSALARIADO
Escolaridade Frequência Percentual Acumulado Frequência Percentual Acumulado
De 4 a 7 anos 199 13,28 13,28 11 10,19 10,19
De 8 a 10 anos 541 36,09 49,37 44 40,74 50,93
De 11 a 14 anos 740 49,36 98,73 52 48,14 99,07
Não declarada 19 1,27 100,00 1 0,93 100,00
Total 1499 100 100 108 100 100
Fonte: elaboração do autor (2016)
Nota: (1) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Quando realizada a comparação entre a renda familiar mensal per capita dos
educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do Distrito Federal e estar desempregado, ser
assalariado ou estar de alguma forma trabalhando no ano de 2007, observou-se que os maiores
percentuais se apresentavam nas faixas entre ½ e 2 salários mínimos. Foram obtidos os
seguintes resultados para um total de 1.607 educandos: a) dos 1.499 educandos que
declararam estar desempregado, 60,9 por cento dos educandos declararam possuir renda
familiar mensal per capita entre ½ e 2 salários mínimos; b) dos 108 educandos que
declararam ser assalariado ou estar de estar de alguma forma trabalhando, 62,9 por cento dos
educandos declararam possuir renda familiar mensal per capita entre ½ e 2 salários mínimos.
A análise desses resultados permitiram concluir que não existem diferenças
significativas entre a renda familiar mensal per capita declarada pelos educandos e estar
desempregado, ser assalariado ou estar de alguma forma trabalhando, conforme mostrado na
tabela 28.
Tabela 28 - Comparação entre a renda familiar mensal per capita dos educandos inscritos nos cursos do
PlanTeQ do Distrito Federal e estar desempregado, ser assalariado ou estar de alguma forma
trabalhando no ano de 2007
DESEMPREGADO ASSALARIADO
Renda Frequência Percentual Acumulado Frequência Percentual Acumulado
137
Ao fazer a comparação entre os sexos dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ
do Distrito Federal no ano de 2007 e a renda familiar mensal per capita, observou-se que os
maiores percentuais se apresentavam nas faixas entre ½ e 2 salários mínimos. Foram obtidos
os seguintes resultados para um total de 1.607 educandos: a) dos 698 educandos do sexo
masculino, 55,43 por cento dos educandos declararam possuir renda familiar mensal per
capita entre ½ e 2 salários mínimos; b) dos 909 educandos do sexo feminino, 65,3 por cento
dos educandos declararam possuir renda familiar mensal per capita entre ½ e 2 salários
mínimos.
Diante desses resultados, concluiu-se que não existem diferenças significativas entre o
sexo e a renda familiar mensal per capita declarada pelos educandos, conforme mostrado na
tabela 29.
Tabela 29 - Comparação entre o sexo dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do Distrito Federal e a
renda familiar mensal per capita no ano de 2007
MASCULINO FEMININO
Renda Frequência Percentual Acumulado Frequência Percentual Acumulado
Até ½ SM 7 1,00 1,00 16 1,76 1,76
De 1/2 a 1 SM 174 24,92 25,92 276 30,36 32,12
De 1 a 2 SM 213 30,51 56,43 318 34,99 67,11
De 2 a 3 SM 90 12,89 69,32 88 9,68 76,79
De 3 a 5 SM 49 7,02 76,34 43 4,73 81,52
De 5 a 10 SM 22 3,15 79,49 28 3,08 84,60
Mais 10 SM 5 0,71 80,02 2 0,22 84,82
Não declarada 138 19,80 100,00 138 15,18 100,00
Total 698 100 100 909 100 100
Fonte: elaboração do autor (2016)
educandos em nível de Brasil ficou em 9,6 por cento (Anexo B, tabela 60). No Distrito
Federal a taxa de evasão alcançou 28,6 por cento, ficando entre as três mais altas registradas
no país (Anexo B, tabela 62), conforme os dados do Anuário Sistema Público de Emprego,
Trabalho e Renda: Qualificação Social e Profissional, elaborado pelo DIEESE (DIEESE,
2008).
Ao fazer a comparação entre o sexo dos educandos concluintes e evasores dos cursos
do PlanTeQ do Distrito Federal, no ano de 2007, foram obtidos os seguintes resultados para
um total de 1.607 educandos: a) dos 1.147 educandos concluintes, 41,5 por cento dos
educandos eram do sexo masculino e 58,5 por cento dos educandos eram do sexo feminino; b)
dos 460 educandos evasores, 48,0 por cento dos educandos eram do sexo masculino e 51,9
por cento dos educandos eram do sexo feminino.
Esses resultados permitiram concluir que não foram encontradas diferenças
significativas entre o sexo dos educandos e ser concluinte ou evasor dos cursos, conforme
pode ser observado na tabela 30.
Tabela 30 - Comparação entre o sexo dos educandos concluintes e evasores dos cursos do PlanTeQ do Distrito
Federal no ano de 2007
CONCLUINTE EVASOR
Sexo Frequência Percentual Acumulado Frequência Percentual Acumulado
Masculino 477 41,59 41,59 221 48,04 48,04
Feminino 670 58,41 100,00 239 51,96 100,00
Total 1147 100 100 460 100 100
Fonte: elaboração do autor (2016)
educandos declararam ser de etnia indígena e 32,0 por cento dos educandos não declararam a
etnia (DIEESE, 2008).
Quando realizada a comparação entre a etnia (cor da pele) dos educandos concluintes
e evasores dos cursos do PlanTeQ do Distrito Federal no ano de 2007, foram obtidos os
seguintes resultados para um total de 1.607 educandos: a) dos 1.147 educandos concluintes,
48,5 por cento dos educandos declararam ser de cor parda e negra, 18,8 por cento dos
educandos declararam ser de cor branca e 32,3 por cento dos educandos não declararam a
etnia; b) dos 460 educandos evasores, 49,1 por cento dos educandos declararam ser de cor
parda e negra, 16,7 por cento dos educandos declararam ser de cor branca e 33,0 por cento
dos educandos não declararam a etnia. A etnia indígena apresentou percentuais de 0,26 por
cento e 1,08 por cento respectivamente para os educandos concluintes e evasores.
Após a análise desses resultados foi possível concluir que não foram encontradas
diferenças significativas entre a etnia dos educandos e ser concluinte ou evasor dos cursos
(tabela 31). Os dados analisados apresentaram simetria somente em relação aos dados dos
educandos concluintes do PNQ que não declararam a etnia.
Tabela 31 - Comparação entre a etnia (cor da pele) dos educandos concluintes e evasores dos cursos do PlanTeQ
do Distrito Federal no ano de 2007
CONCLUINTE EVASOR
Etnia Frequência Percentual Acumulado Frequência Percentual Acumulado
Branca 216 18,83 18,83 77 16,74 16,74
Parda 464 40,45 59,28 183 39,79 56,53
Negra 93 8,11 67,39 43 9,35 65,88
Indígena 3 0,26 67,65 5 1,08 66,96
Não declarada 371 32,35 100,00 152 33,04 100,00
Total 1147 100 100 460 100 100
Fonte: elaboração do autor (2016)
A distribuição dos concluintes dos cursos do PNQ, no ano de 2007, por faixa etária
(Anexo B, tabela 65) mostrou que os maiores percentuais registrados foram de 38,1 por cento
para os educandos que estavam na faixa etária de 18 a 24 anos e de 34,6 por cento para os
educandos que estavam na faixa etária de 25 a 39 anos. Na Região Centro-Oeste os maiores
percentuais mostraram que 32,9 por cento dos educandos concluintes estavam na faixa etária
de 18 a 24 anos e que 38,3 por cento dos educandos estavam na faixa etária de 25 a 39 anos.
Ao realizar a comparação entre a faixa etária dos educandos concluintes e evasores
dos cursos do PlanTeQ do Distrito Federal no ano de 2007, foram obtidos os seguintes
resultados para um total de 1.607 educandos: a) dos 1.147 educandos concluintes, 61,2 por
140
cento dos educandos se encontravam na faixa etária de 18 a 29 anos; b) dos 460 educandos
evasores, 72,2 por cento dos educandos se encontravam na faixa etária de 18 a 29 anos.
A análise desses resultados permitiu concluir que foi encontrada uma diferença pouco
significativa de 11,2 pontos percentuais entre as faixas etárias de 18 a 29 anos dos educandos
concluintes e evasores dos cursos, conforme apresentado na tabela 32.
Tabela 32 - Comparação entre a faixa etária dos educandos concluintes e evasores dos cursos do PlanTeQ do
Distrito Federal no ano de 2007
CONCLUINTE EVASOR
Faixa etária Frequência Percentual Acumulado Frequência Percentual Acumulado
De 15 a 17 anos 82 7,15 7,15 35 7,61 7,61
De 18 a 19 anos 229 19,97 27,12 115 25,00 32,61
De 20 a 24 anos 286 24,94 52,06 143 31,09 63,70
De 25 a 29 anos 187 16,30 68,36 75 16,31 80,01
De 30 a 39 anos 238 20,75 89,11 63 13,69 93,70
De 40 a 49 anos 84 7,32 96,43 22 4,78 98,48
De 50 a 59 anos 34 2,96 99,39 5 1,08 99,56
Acima 60 anos 7 0,61 100,00 2 0,44 100,00
Total 1147 100 100 460 100 100
Fonte: elaboração do autor (2016)
Tabela 33 - Comparação entre a escolaridade SIGAE(1) dos educandos concluintes e evasores dos cursos do
PlanTeQ do Distrito Federal no ano de 2007
CONCLUINTE EVASOR
Escolaridade Frequência Percentual Acumulado Frequência Percentual Acumulado
141
Tabela 34 - Comparação entre a escolaridade IBGE(1) dos educandos concluintes e evasores dos cursos do
PlanTeQ do Distrito Federal no ano de 2007
CONCLUINTE EVASOR
Escolaridade Frequência Percentual Acumulado Frequência Percentual Acumulado
De 4 a 7 anos 136 11,86 11,86 74 16,08 16,08
De 8 a 10 anos 407 35,49 47,35 178 38,70 54,78
De 11 a 14 anos 591 51,52 98,87 201 43,70 98,48
Não declarada 13 1,13 100,00 7 1,52 100,00
Total 1147 100 100 909 100 100
142
Tabela 35 - Comparação entre a escolaridade PEA(1) dos educandos concluintes e evasores dos cursos do
PlanTeQ do Distrito Federal no ano de 2007
CONCLUINTE EVASOR
Escolaridade Frequência Percentual Acumulado Frequência Percentual Acumulado
1º G completo 407 35,48 35,48 178 38,70 38,70
1º G incompleto 136 11,86 47,34 75 16,31 55,01
2º G completo 591 51,53 98,87 201 43,69 98,70
3º G completo 13 1,13 100,00 6 1,30 100,00
Total 1147 100 100 460 100 100
Fonte: elaboração do autor (2016)
Nota: (1) População Economicamente Ativa
Tabela 36 - Comparação entre a situação no mercado SIGAE(1) dos educandos concluintes e evasores dos cursos
do PlanTeQ do Distrito Federal no ano de 2007
143
CONCLUINTE EVASOR
Situação Frequência Percentual Acumulado Frequência Percentual Acumulado
Desempregado 1071 93,37 93,37 428 93,04 93,04
Empregado 76 6,63 100,00 32 6,96 100,00
Total 1147 100 100 460 100 100
Fonte: elaboração do autor (2016)
Nota: (1) Sistema de Gestão do Programa das Ações de Emprego
Tabela 37 - Comparação entre a renda familiar mensal per capita dos educandos concluintes e evasores dos
cursos do PlanTeQ do Distrito Federal no ano de 2007
CONCLUINTE EVASOR
Renda Frequência Percentual Acumulado Frequência Percentual Acumulado
Até ½ SM 17 1,48 1,48 6 1,30 1,30
De 1/2 a 1 SM 323 28,16 29,64 127 27,61 28,91
De 1 a 2 SM 378 32,96 62,60 153 33,26 62,17
De 2 a 3 SM 121 10,55 73,15 57 12,39 74,56
De 3 a 5 SM 72 6,28 79,43 20 4,35 78,91
De 5 a 10 SM 34 2,96 82,39 16 3,48 82,39
Mais 10 SM 5 0,44 82,83 2 0,44 82,83
Não declarada 197 17,17 100,00 79 17,17 100,00
Total 1147 100 100 460 100 100
Fonte: elaboração do autor (2016)
144
Tabela 38 - Verificação de associação entre os sexos masculino e feminino e estar ou não empregado por meio
do teste Qui quadrado
Tabela 39 - Tabulação cruzada dos dados sobre o sexo e a situação no mercado conforme o SIGAE(1) dos
educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do Distrito Federal no ano de 2007
Tabela 40 - Verificação de associação entre o sexo dos educandos do PlanTeQ do Distrito Federal e estar ou não
empregado conforme o SIGAE(1), por meio de teste Qui quadrado
Teste Qui quadrado Valor df p
,057ª 1 ,811(2)
Número de casos válidos (N)
N
1607
Fonte: elaboração do autor (2016)
Nota: (1) Sistema de Gestão do Programa das Ações de Emprego
(2) 0 células (0,0%) esperavam uma contagem menor que 5. A contagem mínima esperada é 30,91
Obs.: Computado apenas para uma tabela 2x2
145
Tabela 41 - Tabulação cruzada entre ser concluinte ou evasor e a situação no mercado conforme o SIGAE(1)
dos educandos do PlanTeQ do Distrito Federal no ano de 2007
Situação Concluinte Evasor Total
Desempregado 1071 428 1499
Assalariado 76 32 108
Total 1147 460 1607
Fonte: elaboração do autor (2016)
Nota: (1) Sistema de Gestão do Programa das Ações de Emprego
Ao verificar se havia alguma associação entre os sexos e ser concluinte ou evasor dos
cursos do PlanTeQ do Distrito Federal, no ano de 2007, utilizando-se o teste Qui quadrado,
observou-se a existência de uma tendência dos educandos do sexo feminino concluírem com
mais efetividade os cursos do que os educandos do sexo masculino, conforme demonstrado
nas tabelas 42 e 43.
Tabela 42 - Verificação da associação entre o sexo e ser concluinte ou evasor dos cursos do PlanTeQ do
Distrito Federal, por meio de testes Qui quadrado
Teste Qui quadrado Valor df p
Qui quadrado de Pearson 5,571ª 1 ,018(1)
Teste exato de Fischer ,019(2)
N
Número de casos válidos (N) 1607
Fonte: elaboração do autor (2016)
Nota: (1) 0 células (0,0%) esperavam uma contagem menor que 5. A contagem mínima esperada é 199,80
(2) Computado apenas para uma tabela 2x2
Tabela 43 - Tabulação cruzada entre o sexo e ser concluinte ou evasor dos cursos do PlanTeQ do Distrito
Federal no ano de 2007
Sexo Concluinte Evasor Total
Masculino 477 221 698
Feminino 670 239 909
Total 1147 460 1607
Fonte: elaboração do autor (2016)
Tabela 44 - Avaliação de diferença entre a renda familiar mensal per capita, a idade IBGE(1) e a renda própria dos
educandos concluintes e evasores dos cursos do PlanTeQ do Distrito Federal ano de 2007
Variável Situação N Média Desvio Padrão Erro Padrão p
146
Tabela 45 - Avaliação de diferença entre o sexo, a renda familiar per capita, a idade IBGE(1) e a renda própria
dos educandos dos cursos do PlanTeQ do Distrito Federal no ano de 2007
Variável Situação N Média Desvio Padrão Erro Padrão p
Renda familiar Masculino 698 10,05 25,559 ,967 ,813
per capita Feminino 909 7,77 21,595 ,716
Idade Masculino 698 23,99 8,040 ,304 ,000
IBGE Feminino 909 27,89 9,538 ,316
Renda Masculino 698 43,77 170,789 6,464 ,565
própria Feminino 909 42,42 212,290 7,041
Fonte: elaboração do autor (2016)
Nota: (1) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Tabela 46 - Comparação para amostras independentes entre o grupo de educandos dos cursos do PlanTeQ do
Distrito Federal, segundo a situação no mercado SIGAE(1) , estar desempregado ou assalariado, em
relação à idade conforme o IBGE(2), a renda própria e o número de membros da família por meio do
teste T Student
Tabela 47 - Comparação para amostras independentes entre o grupo de educandos do sexo masculino
em relação à idade IBGE(1) e a renda própria por meio do teste T Student
Tabela 48 - Comparação para amostras independentes entre o grupo de educandos do sexo feminino em
relação à idade IBGE(1) e a renda própria por meio do teste T Student
Tabela 51 - Avaliação de diferenças entre a renda própria, a idade IBGE (1) e a etnia dos educandos dos cursos do
PlanTeQ do Distrito Federal, por meio do teste Anova, no ano de 2007
Variável Etnia N Média Desvio Padrão Erro Padrão
Renda Branca 293 63,96 302,672 17,682
própria Parda 647 37,56 161,801 6,361
Negra 136 38,54 119,519 10,249
Indígena 8 15,00 42,426 15,000
Não declarada 523 41,02 175,126 7,793
Total 1607 43,50 196,344 4,926
Idade Branca 293 26,75 9,858 ,576
IBGE Parda 647 25,86 8,533 ,335
Negra 136 24,71 8,303 ,712
Indígena 8 18,75 1,909 ,675
Não declarada 523 26,81 9,584 ,426
Total 1607 26,19 9,122 ,229
Fonte: elaboração do autor (2016)
Nota: (1) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Em virtude dos grupos de variáveis permitirem análises não paramétricas foi realizado
o teste não paramétrico Mann-Whitney-U. Observou-se que entre os grupos de educandos
concluintes e evasores existe uma diferença significativa apenas entre a escolaridade conforme
o IBGE, na qual os educandos concluintes apresentaram a tendência, com média de 814,15, de
ter maior escolaridade dos que os educandos evasores que apresentaram média de 743,56,
como apresentado na tabela 52.
149
Tabela 52 - Avaliação de diferença entre os educandos concluintes e evasores dos cursos de qualificação
social e profissional oferecidos pelo PlanTeQ do Distrito Federal, segundo a renda familiar
per capita, a escolaridade IBGE(1) e a renda própria no ano de 2007
Variável Situação N=1607 Postos de Média Soma de Classificações p
Renda familiar Concluinte 1147 805,80 924255,50 ,800
per capita Evasor 460 799,51 367772,50
Escolaridade Concluinte 1147 814,15 923245,50 ,002
IBGE Evasor 460 743,56 336832,50
Renda Concluinte 1147 798,71 916117,50 ,132
própria Evasor 460 817,20 375910,50
Fonte: elaboração do autor (2016)
Nota: (1) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
CAPÍTULO 4: CONCLUSÃO
Ao analisar o sexo dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ do Distrito Federal
no ano de 2007, os resultados mostraram que de um total de 1607 inscritos, 56,5 por cento
eram do sexo feminino enquanto que 43,4 por cento eram do sexo masculino. Em relação a
152
etnia (cor da pele) os educandos que se declararam não brancos representaram mais de 49 por
cento dos inscritos. O percentual dos que se declararam de cor branca representou 18,2 por
cento, os que se declararam indígenas foram 0,5 por cento e os que não declararam a cor da
pele representaram 32,5 por cento.
No tocante à faixa etária consoante os critérios adotados pelo Sistema de Gestão das
Ações de Emprego (SIGAE) constatou-se que o maior número de educandos encontrava-se
nas faixas etárias de 18 aos 29 anos, ultrapassando as demais com um percentual de 54,6 por
cento do total. Ao ampliar as extremidades verificou-se que 10,6 por cento estavam na faixa
etária de 15 a 17 anos e que 18,8 por cento na faixa etária de 30 a 39 anos.
Quando utilizados os critérios adotados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) para o estabelecimento das faixas etárias, constatou-se que a maioria dos
educandos está na faixa etária de 18 anos, representando 12,82 por cento do total. Ampliando
essa análise por faixas etárias verificou-se que as faixas que vão de 18 a 29 anos
representaram 61,6 por cento do total de educandos inscritos.
Na apuração da escolaridade dos educandos consoante os critérios adotados pelo
SIGAE constatou-se que 44,9 por cento dos educandos declararam possuir o 2º grau completo
e que 20,6 por cento declararam possuir o 2º grau incompleto. Já o número de educandos com
o primeiro grau completo representou 15,8 por cento do total.
Na comparação entre a escolaridade adotada pelo IBGE (anos de estudos) e o sexo dos
educandos verificou-se que não existem diferenças significativas entre as escolaridades IBGE
para ambos os sexos.
As análises da distribuição e da comparação dos dados relacionados com os
educandos e as suas escolaridades conforme os critérios adotados pelo SIGAE e pelo IBGE,
permitiram verificar a existência de uma convergência efetiva dos dados apurados mesmo se
tratando de metodologias de tratamento estatístico diferenciadas
Da mesma forma, quando verificada a escolaridade segundo os critérios adotados em
relação à População Economicamente Ativa (PEA) verificou-se que a maioria, representada
por 47,8 por cento dos educandos declararam possuir o segundo grau completo, vindo em
seguida os que declararam possuir o primeiro grau completo.
Na análise da situação dos educandos inscritos em relação ao mercado conforme o
SIGAE obteve-se os seguintes percentuais: a) 65,2 por cento dos educandos se encontravam
desempregados; b) 15,8 por cento eram requerentes do seguro desemprego; e c) 11,7 por
cento estavam à procura do primeiro emprego.
153
Após a análise da renda familiar mensal per capita, verificou-se que as faixas de 1/2
até 2 salários mínimos representaram mais de 62,4 por cento das ocorrências. As menores
rendas familiares mensais per capita declaradas pelos educandos inscritos estavam situadas
nas faixas de 1/2 até 1 salário mínimo e representaram 29,4 por cento do total. Já a faixa de 1
até 2 salários mínimos estava associada a 33,0 por cento dos educandos inscritos. Os
resultados das análises mostraram ainda que 91,8 por cento dos educandos declararam não
possuir renda própria.
Quando verificado se educandos inscritos possuíam algum tipo de deficiência,
verificou-se que 96,6 por cento dos educandos declararam não possuir nenhum tipo de
deficiências. 3,3 por cento declararam possuir algum tipo de deficiência, sendo que 1,8 por
cento declararam possuir deficiência física.
Ao analisar a composição da família verificou-se que as famílias dos educandos eram,
em sua maioria, compostas por 4 a 5 membros, representando 48,1 por cento do total. Já as
famílias compostas por até 3 membros representaram 18,3 por cento das ocorrências.
Em relação à modalidade de curso oferecida pelo PlanTeQ do distrito Federal no ano
de 2007 e escolhida pelos educandos, os resultados mostraram que 23,9 por cento escolheu as
modalidades vinculadas à área de Telemática, voltados para a Operação de
Microcomputadores e Montagem e Configuração de Microcomputadores e Redes. Em
seguida, 18,8 por cento escolheu os cursos das áreas de Administração e Atividades do
Comércio, Auxiliar Administrativo e Atendente de Farmácia respectivamente (Quadro II).
Quadro II: Resumo das frequências dos educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ-DF no ano de 2007
SEXO: Feminino 56,5 por cento/Masculino 43,4 por cento
ETNIA: Não branca 49,2 por cento/Branca18,2 por cento
Não declararam 32,5 por cento
FAIXA ETÁRIA SIGAE 18 a 29 anos = 54,6 por cento
FAIXA ETÁRIA IBGE 18 a 29 anos = 61,6 por cento
ESCOLARIDADE IBGE 11 a 14 anos = 49,2 por cento
ESCOLARIDADE SIGAE 2º Grau completo = 44,9 por cento
ESCOLARIDADE PEA Ensino médio completo = 49,2 por cento
SITUAÇÃO NO MERCADO Desempregado = 93,2 por cento
RENDA FAMILIAR MENSAL ½ a 2 Salários Mínimo = 62,4 por cento
DEFICIÊNCIA Nenhum tipo = 96,6 por cento
COMPOSIÇÃO FAMILIAR 4 a 5 membros = 48,1 por cento
MODALIDADE DE CURSO Telemática = 23,9 por cento/Administração = 18,8 por cento
Fonte: elaboração do autor (2016)
Quando analisado o resultado das turmas, verificou-se que não havia diferenças
significativas entre os sexos dos educandos e a condição de ser concluinte ou evasor dos
cursos.
154
Ao fazer a comparação entre os sexos dos educandos e a renda familiar mensal per
capita, verificou-se que não existem diferenças significativas entre o sexo e a renda familiar
mensal per capita declarada pelos educandos (Quadro III).
Quadro III: Resumo das comparações entre os educandos inscritos nos cursos do PlanTeQ-DF no ano de 2007
EXISTIAM DIFERENÇAS SIGNIFICATIVAS NÃO EXISTIAM DIFERENÇAS
SIGNIFICATIVAS
SEXO x ETNIA (Parda = 47 por cento e Negra = 50 SEXO x ESCOLARIDADES IBGE, SIGAE e PEA
por cento) acima das demais cores da pele (Convergência entre as escolaridades)
declaradas
ETNIA x ESTAR DESEMPREGADO, SER SEXO x RENDA FAMILIAR MENSAL per capita
ASSALARIADO OU ESTAR DE ALGUMA
FORMA TRABALHANDO (Parda e Negra = 48,6
por cento / 50,0 por cento)
Ao fazer a comparação entre o sexo dos educandos concluintes e evasores dos cursos
do PlanTeQ do Distrito Federal, no ano de 2007, constatou-se que não foram encontradas
diferenças significativas entre o sexo dos educandos e ser concluinte ou evasor. Quando
realizada a comparação entre a etnia (cor da pele) dos educandos concluintes e evasores, os
resultados permitiram concluir que não foram encontradas diferenças significativas.
Ao realizar a comparação entre a faixa etária dos educandos concluintes e evasores, a
análise dos resultados permitiu concluir que foi encontrada uma diferença pouco significativa
de 11,2 pontos percentuais entre as faixas etárias de 18 a 29 anos dos educandos concluintes e
evasores.
A comparação entre a escolaridade SIGAE dos educandos concluintes e evasores
mostrou que foi encontrada uma diferença pouco significativa de 8,4 pontos percentuais entre
156
Quadro IV: Resumo das comparações entre os concluintes e evasores dos cursos do PlanTeQ-DF no ano de 2007
EXISTIAM DIFERENÇAS POUCO SIGNIFICATIVAS NÃO EXISTIAM DIFERENÇAS
SIGNIFICATIVAS
Quando analisado se havia alguma associação entre o sexo e o desemprego dos grupos
de educandos utilizando-se o teste Qui quadrado, observou-se que nestes grupos não há
associação entre os sexos masculino e feminino e o fato de estar ou não empregado.
Ao analisar se havia alguma associação entre os educandos e a sua situação no
mercado conforme o SIGAE e se foram concluintes ou evasores dos cursos PlanTeQ do
Distrito Federal no ano de 2007, utilizando-se o teste Qui quadrado, observou-se que nesses
grupos não havia associação.
157
Ao verificar se havia alguma associação entre o sexo e ser concluinte ou evasor dos
cursos do PlanTeQ do Distrito Federal no ano de 2007, utilizando-se o teste Qui quadrado,
observou-se a existência de uma tendência dos educandos do sexo feminino concluírem com
mais efetividade os cursos do que os educandos do sexo masculino.
Quando avaliada a diferença entre os educandos concluintes e evasores, observou-se
que existem diferenças apenas em relação à idade IBGE dos educandos concluintes e
evasores. Os educandos concluintes apresentaram uma idade maior com média de 26,85
quando comparado com os educandos evasores, que apresentaram a média de 24,57. Não
foram observadas diferenças significativas em relação à renda familiar mensal per capita e a
renda própria.
Ao avaliar a diferença entre o sexo dos educandos, observou-se que há diferença
apenas em relação à idade IBGE, na qual os educandos do sexo masculino apresentaram idade
menor com média de 23,99 quando comparado com os educandos do sexo feminino que
apresentaram idade com média de 27,89, não havendo diferenças em relação à renda familiar
mensal per capita e a renda própria.
Quando realizada a comparação por meio do teste T Student para grupos
independentes entre o grupo de educandos que estava desempregado ou assalariado em
relação à idade, a renda própria e o números de membros da família, foi verificado que
apresentam diferenças significativas somente entre os grupos no tocante à idade. Os
assalariados apresentaram idade superior. Não foram encontradas diferenças significativas
entre os grupos em relação ao número de membros da família.
A comparação por meio do teste T Student para grupos independentes entre os sexos
masculino e feminino em relação à idade conforme o IBGE, renda própria e números de
membros da família dos educandos, constatou que não apresentaram diferenças significativas
entre os grupos em relação à renda própria.
Quando analisada a idade conforme o IBGE e os sexos masculino e feminino,
verificou-se uma diferença entre os grupos, sendo que o grupo do sexo masculino apresentou
uma idade menor, com média de 23,99 quando comparado com o grupo do sexo feminino que
apresentou uma média de 27,89. Não foram encontradas diferenças significativas entre os
grupos em relação ao número de membros da família.
Ao avaliar a existência de diferenças entre a renda própria, a idade conforme o IBGE e
a etnia (cor da pele) dos educandos observou-se, por meio do teste Anova, que não há
diferenças entre as etnias para a renda própria e a idade (Quadro V).
158
Quadro V: Resumo das associações e diferenças entre os educandos dos cursos do PlanTeQ-DF no ano de 2007
ASSOCIAÇÃO DIFERENÇA
SITUAÇÃO NO MERCADO SIGAE x SEXO x IDADE IBGE x RENDA FAMILIAR MENSAL per
CONCLUINTE ou EVASOR, utilizando o capita. HAVIA diferença em relação à idade IBGE, sexo
teste Qui quadrado. NÃO HAVIA. masculino tendo idade menor com média de 23,99 anos, sexo
feminino com média de 27,89 anos. NÃO HAVIA diferença
em relação à renda familiar mensal per capita e a renda
própria.
SEXO x CONCLUINTE ou EVASOR, DESEMPREGADO ou ASSALARIADO x IDADE x RENDA
utilizando o teste Qui quadrado. HAVIA PRÓPRIA x NÚMERO DE MEMBROS DA FAMÍLIA,
uma tendência de o sexo feminino concluir utilizando o teste T Student. HAVIA diferença somente no
os cursos com mais efetividade. tocante às idades dos assalariados que eram superiores.
Quadro VI: Resumo das diferenças e correlações entre os educandos dos cursos do PlanTeQ-DF no ano de 2007
DIFERENÇA CORRELAÇÃO
Diante das análises efetuadas sobre os dados relacionados com cada um dos objetivos
da pesquisa, pode-se afirmar que esta pesquisa obteve as respostas plausíveis esperadas, que
se materializaram por meio da revelação das características socioeconômico-demográficas dos
educandos dos cursos do Plano Territorial de Qualificação (PlanTeQ) do Distrito Federal no
ano de 2007.
Se fosse buscado conhecer no presente as características socioeconômico-
demográficas de um educando referência do PlanTeQ do Distrito Federal executado no ano de
2007, ele seria apresentado com as seguintes características socioeconômico-demográficas: a)
seria do sexo feminino; b) teria cor parda; c) não possuiria qualquer tipo de deficiência; d)
teria em média 22 anos de idade; e) possuiria o ensino médio completo; f) teria 11 anos de
estudo; g) estaria inscrito num curso da área de telemática; h) estaria desempregado; i) não
teria renda própria; e j) declararia uma renda familiar mensal per capita em torno de meio a
dois salários mínimos.
O presente estudo não pretendia, não poderia e nem esgotou as possibilidades de
aprofundamento sobre a temática da qualificação para o trabalho no Distrito Federal,
constituiu, isto sim, uma contribuição para outras pesquisas que, diante da notória escassez de
dados e informações sobre os trabalhadores, venham a ser implementadas no futuro.
160
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173
GLOSSÁRIO
Assalariados - Refere-se aos ocupados que recebem salário como contrapartida do trabalho
realizado. Estão incluídos entre os assalariados os empregados com e sem carteira de trabalho,
militares, funcionários públicos estatutários e trabalhadores domésticos com e sem carteira
(DIEESE, 2015).
Celetista - Refere-se ao vínculo de trabalho celetista, ou seja, aquele cuja relação de emprego
é regida pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), independentemente de o empregador
ser do setor público ou privado (DIEESE, 2015).
Curso técnico integrado - O curso técnico integrado ao ensino médio possibilita, numa única
matrícula, reunir os conhecimentos do ensino médio às competências da educação
profissional. Ao concluir esse curso, o aluno receberá certificado de conclusão do ensino
médio e diploma do curso técnico (DIEESE, 2015).
Desocupados - São as pessoas sem trabalho que tomaram alguma providência efetiva de
procura de trabalho no período de referência (DIEESE, 2015).
Educação especial - Segundo o Art. 58 da LDB: Entende-se por educação especial, para os
efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede
regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais, tais como deficientes
físicos, mentais, motores, visuais, auditivos e superdotados, entre outros (BRASIL, 2014).
Educação infantil - A Educação Infantil é a primeira etapa da educação básica, e tem por
finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos
físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade
(BRASIL, 2014).
Empreendedores individuais - É a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza
como pequeno empresário, com registro no CNPJ. É necessário faturar no máximo até R$ 60
mil por ano e não ter participação em outra empresa como sócio ou titular (DIEESE, 2015).
Emprego formal (Rais) - Corresponde aos vínculos empregatícios com carteira de trabalho
assinada, estatutários e militares, do setor público ou privado. Reúne contratos de trabalho
regidos pela CLT ou estatutos próprios (DIEESE, 2015).
Ensino fundamental - De acordo com a atual LDB, o ensino fundamental é obrigatório, deve
ter duração mínima de nove anos e tem como objetivo: 1) o desenvolvimento da capacidade
de aprender, tendo como meio básico o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; 2) a
compreensão do meio natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos
valores em que se fundamenta a sociedade; 3) o desenvolvimento da capacidade de
aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de
atitudes e valores; 4) o fortalecimento dos vínculos da família, dos laços de solidariedade
humana e da tolerância recíproca em que se assenta a vida social (BRASIL, 2014).
Ensino médio - Segundo a LDB, trata-se da etapa final da educação básica, com duração
mínima de três anos, que deverá atender à formação geral do educando, habilitando-o ao
prosseguimento de estudos e preparando-o, se for opção do aluno, para o exercício de
profissões técnicas (BRASIL, 2014).
175
Ensino superior - De acordo com o art. 43 da LDB, a educação superior tem, entre os seus
principais objetivos, a finalidade de estimular a criação cultural e o desenvolvimento do
espírito científico e do pensamento reflexivo e incentivar o trabalho de pesquisa e
investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e
difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio
em que vive (BRASIL, 2014).
Estatística - É o estudo dos métodos para coletar, organizar, apresentar e analisar dados
(MIJARES, 2016).
Estatística bivariada - Constitui os métodos de análise de duas variáveis, podendo ser ou não
estabelecida uma relação de causa/efeito entre elas. São exemplos típicos de métodos de
análise bivariada o teste para a independência de duas variáveis (vulgarmente conhecido por
teste doc 2) e o estudo da relação linear entre duas variáveis, quer através dos coeficientes de
correlação linear de Pearson ou Spearman, quer do modelo clássico de regressão linear
simples (MIJARES, 2016).
Etapas de ensino - De acordo com a LDB, a educação escolar compõe-se de: 1) educação
básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio; 2) educação
superior (BRASIL, 2014).
Instituição executora - Para fins da consecução dos objetivos do PNQ, as ações serão
orientadas no sentido da crescente integração com outros programas e projetos financiados
pelo FAT, particularmente a intermediação de mão-de-obra, o microcrédito, a economia
solidária e o seguro desemprego, e outras políticas públicas que envolvam geração de
trabalho, emprego e renda. Para fins da articulação, a Qualificação Social e Profissional
176
(QSP) do país inclui o estabelecimento de relações efetivas entre demanda atual e futura de
qualificação levantada pelo poder público e pela sociedade civil organizada e a oferta efetiva
ou potencial de serviços de entidades públicas ou privadas, que podem firmar convênios ou
outros instrumentos legais para execução de programas e projetos no âmbito do PNQ.
Poderão ser contratadas para executar ações de QSP no âmbito do PNQ as instituições sem
fins lucrativos descritas acima, no âmbito das suas especialidades (BRASIL, 2015).
Jornada de trabalho - Tempo médio de trabalho semanal, incluindo as horas normais e extras
(DIEESE, 2015).
Ocupação - É o cargo, função, profissão ou ofício exercido pela pessoa (IBGE, 2016).
PIS/Pasep - Refere-se ao fundo contábil constituído pela unificação dos fundos: Programa de
Integração Social - PIS e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público - Pasep.
Os recursos provenientes das contribuições para o PIS e o Pasep são alocados no Fundo de
Amparo ao Trabalhador – FAT (DIEESE, 2015).
Profissional, do Ministério do Trabalho, com recursos do FAT. Seu objetivo era construir,
gradativamente, oferta de educação profissional permanente, com foco na demanda do
mercado de trabalho, de modo a qualificar ou requalificar, a cada ano - articulado à
capacidade e competência existente nessa área - pelo menos 20% da PEA maior de 14 anos de
idade, com vistas a contribuir para: a) aumento da probabilidade de obtenção de trabalho e de
geração ou elevação de renda, reduzindo os níveis de desemprego e subemprego; b) aumento
da probabilidade de permanência no mercado de trabalho, reduzindo os riscos de demissão e
as taxas de rotatividade; c) elevação da produtividade, da competitividade e renda (BRASIL,
2015).
População em Idade Ativa - População com idade considerada apta a participar da vida
econômica do país. Como o foco do Anuário são as políticas públicas de emprego, trabalho e
renda, 14 anos foi a idade considerada como limite inferior para a PIA, por ser a idade mínima
legal para ingresso no mercado de trabalho no Brasil (DIEESE, 2015).
População ocupada/ocupados - Definição utilizada pelo IBGE (2016): São as pessoas que
têm algum trabalho remunerado ou não. Incluem-se as pessoas que possuem trabalho, mas
não estavam trabalhando por motivo de doença, férias, greves etc. Definição utilizada pelo
DIEESE (2008): São os indivíduos que possuem trabalho remunerado exercido regularmente;
possuem trabalho remunerado exercido de forma irregular, desde que não estejam procurando
trabalho diferente do atual; possuem trabalho não remunerado de ajuda em negócios de
parentes, ou remunerado em espécie ou benefício, sem procura de trabalho; não se incluem as
pessoas que de forma bastante excepcional fizeram algum tipo de trabalho.
Produto interno bruto (PIB) - Valor do total de bens e serviços finais produzidos em um
país durante determinado período. Bens e serviços finais são aqueles que não são utilizados
como insumos na produção de outros bens e serviços, pelo menos no período a que se refere o
cálculo do PIB (DIEESE, 2015).
Público prioritário - Apesar de o PNQ propor a garantia do acesso universal, como direito
social, aos benefícios do plano, será admitida a priorização do atendimento dos segmentos que
tenham sido alvo de processos de exclusão e discriminação social (BRASIL, 2015).
Renda per capita - Divisão da renda total de um país pelo número de habitantes. É um
indicador que mede o grau de desenvolvimento de um país (DIEESE, 2015).
179
Salário mínimo legal - Remuneração mínima do trabalhador, fixada por lei. Para apuração
dos rendimentos segundo as classes de salário mínimo, considera-se o valor em vigor no mês
de referência da pesquisa (DIEESE, 2015).
A busca pelas fontes que propiciaram a realização do estudo se iniciou com a pesquisa
bibliográfica no primeiro semestre de 2013, por meio de verificação dos bancos de dados
considerados de melhor credibilidade e representatividade para o estudo. A pesquisa
bibliográfica foi realizada nas bibliotecas da Universidade Católica de Brasília (UCB), da
Universidade de Brasília (UnB), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do Escritório
Brasil da Organização Internacional do Trabalho (OIT), complementadas por pesquisas
realizadas utilizando a internet nos bancos de dados das seguintes bibliotecas: a) Biblioteca
Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) do Instituto Brasileiro de Informação em
Ciência e Tecnologia (IBICT); b) biblioteca da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de
Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro); c) biblioteca de periódicos da Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes); d) biblioteca da Universidade de
São Paulo (USP); e) biblioteca da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); f)
biblioteca da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); e g) na Scientific Eletronic
Library Online (SCIELO).
A pesquisa documental foi realizada a partir do segundo semestre do ano de 2013, por
meio de consultas focadas, principalmente, na legislação específica sobre o assunto, tomando-
se como base e referência o contido nos seguintes diplomas legais: a) Constituição da
República Federativa do Brasil; b) Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB); c)
Resoluções e Pareceres do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador
(CODEFAT); d) relatórios anuais de diagnósticos e projetos básicos da demanda e da oferta
para o mercado de trabalho, elaborados pela Secretaria de Políticas Públicas de Emprego
(SPPE) do Ministério do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE); e) anuários da
Qualificação Social e Profissional (QSP) e anuários dos trabalhadores elaborados pelo
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE); f) dados e
indicadores estatísticos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); g) boletins
das Pesquisas de Emprego e Desemprego (PED); h) relatórios anuais da Secretaria de Estado
de Trabalho do Distrito Federal (SET-DF).
Nessas etapas iniciais o que mais interessava era a obtenção de dados e informações
que possuíssem vinculação com os objetivos do estudo. As fontes encontradas eram anotadas
e os documentos arquivados para posteriormente serem realizados exames mais acurados.
182
O tratamento dos dados quantitativos coletados foi realizado por meio de análises
descritivas para possibilitar o conhecimento das propriedades de suas medidas de tendência
central (média, mediana e moda), de dispersão (desvio padrão e variância), distribuições,
comparações e inferências não paramétricas para grupos independentes ou repetidos.
Utilizou-se a análise univariada para o estudo da distribuição de apenas uma variável,
a bivariada quando foram utilizadas duas variáveis e a análise multivariada para os casos de
mais de duas variáveis, além da aplicação de testes para comparar médias, frequências e
correlações.
Como suporte para a realização do tratamento e análise de dados foram utilizados os
softwares denominados Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 20, nos
idiomas português e inglês, compatível com os ambientes Windows 7 e 8, fabricado pela
International Business Machines (IBM) e a planilha de cálculo Excell, componente do pacote
Office, versão 2010, fabricado pela Microsoft Corporation.
183
Gráfico 2 - Percentual de educandos inscritos nos cursos de qualificação social e profissional oferecidos pelo
PlanTeQ do Distrito Federal, no ano de 2007, segundo o sexo
43,43%
Feminino
56,57%
Masculino
Gráfico 3 - Percentual de educandos inscritos nos cursos de qualificação social e profissional oferecidos pelo
PlanTeQ do Distrito Federal, no ano de 2007, segundo a cor da pele
1,12%
18,23%
40,26%
Gráfico 4 - Número de educandos inscritos nos cursos de qualificação social e profissional oferecidos pelo
PlanTeQ do Distrito Federal, no ano de 2007, segundo a renda familiar per capita
600
531
500 450
400
300
92 101
100 50
23 7 5
0
Gráfico 5 - Distribuição de educandos inscritos nos cursos de qualificação social e profissional oferecidos pelo
PlanTeQ do Distrito Federal, no ano de 2007, segundo a situação no mercado de trabalho conforme
o SIGAE(1)
1200
1048
1000
800
600
400
255
189
200
33 48 18
3 1 6 4 1 1
0
Gráfico 6 - Número de educandos inscritos nos cursos de qualificação social e profissional oferecidos pelo
PlanTeQ do Distrito Federal, no ano de 2007, segundo ser portador de deficiência
1800
1600 1553
1400
1200
1000
800
600
400
200
9 29 6 2 8
0
Auditiva Física Mental Múltipla Visual Nenhuma
Gráfico 7 - Percentual (%) de educandos inscritos nos cursos de qualificação social e profissional oferecidos pelo
PlanTeQ do Distrito Federal, no ano de 2007, segundo a escolaridade conforme o SIGAE (1)
50
44,99
45
40
35
30
25
20,6
20
15,83
15 12,4
10
4,3
5
0,62 0,06 1,2
0
1ª até 8ª 1º grau até 1º grau até 1º grau 2º grau 2º grau 3º grau 3º grau
série 4ª série 4ª série completo completo incompleto completo incompleto
incompleta completo incompleto
Gráfico 8 - Número de educandos inscritos nos cursos de qualificação social e profissional oferecidos pelo
PlanTeQ do Distrito Federal, no ano de 2007, segundo a idade conforme o IBGE(1)
250
206
200
150 138
98 96
100
83 81
75
71 68
59
53
47
50 39 39 39 38
35 34 32
24 27 24 26
23
18 17
11 11 12 10 9
7 6 8 10
3 3 3 3 3 2 3 1 3 3 2 2 1 1
0
15 anos
16 anos
17 anos
18 anos
19 anos
20 anos
21 anos
22 anos
23 anos
24 anos
25 anos
26 anos
27 anos
28 anos
29 anos
30 anos
31 anos
32 anos
33 anos
34 anos
35 anos
36 anos
37 anos
38 anos
39 anos
40 anos
41 anos
42 anos
43 anos
44 anos
45 anos
46 anos
47 anos
48 anos
49 anos
50 anos
51 anos
52 anos
53 anos
54 anos
55 anos
56 anos
57 anos
58 anos
60 anos
61 anos
62 anos
65 anos
69 anos
Fonte: elaboração do autor (2016)
Nota: (1) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Gráfico 9 - Distribuição de educandos inscritos nos cursos de qualificação social e profissional oferecidos pelo
PlanTeQ do Distrito Federal, no ano de 2007, segundo a renda própria (em real) valores nominais
1600
1473
1400
1200
1000
800
600
400
200
1 2 2 1 2 2 1 1 9 1 1 3 1 6 4 1 16 1 1 15 1 1 2 1 1 1 3 1 3 1 1 1 1 12 2 2 1 6 1 2 2 4 4 1 1 2 2 2 1
0
0
100
120
140
150
151
160
180
200
202
240
250
260
300
350
360
380
385
390
400
403
412
415
416
419
420
450
460
465
478
480
486
494
500
510
515
529
600
651
677
700
800
50
1000
1050
1200
1600
1800
2000
4000
Gráfico 10 - Distribuição de educandos inscritos nos cursos de qualificação social e profissional oferecidos
pelo PlanTeQ do Distrito Federal, no ano de 2007, segundo o número de membros da família
450 424
400
350
350
295
300
250
200
164
150 134
100 81
51
44
50 27
20
7 4 1 2 2 1
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 15 18 20
Fonte: elaboração do autor (2016)
Gráfico 11 - Percentual (%) de educandos inscritos nos cursos de qualificação social e profissional oferecidos
pelo PlanTeQ do Distrito Federal, no ano de 2007, segundo a modalidade de curso
16,00% 14,52%
14,00%
12,00%
9,72% 10,11%
9,60%
10,00% 9,09%
7,81%
8,00%
6,14% 6,14%
6,00% 5,18% 5,25% 4,99%
4,22%
3,39%
4,00% 2,30%
1,54%
2,00%
0,00%
Gráfico 12 - Percentual (%) de educandos inscritos nos cursos de qualificação social e profissional oferecidos
pelo PlanTeQ do Distrito Federal, no ano de 2007, segundo a escolaridade PEA(1)
1,22%
13,18%
Gráfico 13 - Percentual (%) de participantes nos cursos de qualificação social e profissional oferecidos pelo
PlanTeQ do Distrito Federal, no ano de 2007, segundo o resultado das turmas
26,62%
Concluinte
Evasor
73,38%
Nota: Preencha todos os campos em letra de forma e legível para os registros e emissão correta do certificado.
Curso: _______________________________________________________________________________________
1.Nome
6.Nome da Mãe 7.Etnia (Cor da Pele) 8.Possui alguma deficiência? Se sim, que tipo?
Protocolo da Secretaria
Ensino Médio completo
_____/_____/_____
Tabela 55 - Distribuição dos educandos inscritos nos cursos do PNQ: Brasil, Grandes Regiões e Unidades
da Federação 2007 (em %)
Tabela 56 - Distribuição dos educandos inscritos nos cursos do PNQ por tipo de instituição executora: Brasil
2005-2007 (em %)
Tabela 57 - Distribuição das turmas dos cursos do PNQ: Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação
2007
Tabela 58 - Distribuição dos educandos concluintes dos cursos do PNQ: Brasil, Grandes Regiões e
Unidades da Federação 2007
Tabela 59 - Distribuição dos educandos inscritos nos cursos do PNQ por tipo de instituição executora: Brasil
2005-2007 (em %)
Tabela 60 - Taxa de evasão dos educandos dos cursos do PNQ por tipo de instituição executora: Brasil
2005-2007 (em %)
Tabela 61 - Taxa de evasão dos educandos dos cursos do PNQ por Planos Territoriais de Qualificação:
Brasil 2005-2007 (em %)
Tabela 62 - Distribuição dos educandos concluintes dos cursos do PNQ por forma de encaminhamento:
Brasil 2005-2007 (em %)
Tabela 63 - Carga horária média e custo aluno-hora dos educandos concluintes cursos do PNQ por tipo de
instituição executora: Brasil 2007
Tabela 64 - Carga horária média e custo aluno-hora dos cursos do PNQ por Plano Territorial de
Qualificação: Brasil 2007
Tabela 65 - Distribuição dos educandos concluintes dos cursos do PNQ por faixa etária: Brasil e Grandes
Regiões 2007 (em %)
Tabela 66 - Distribuição dos educandos concluintes dos cursos do PNQ por cor da pele: Brasil e Grandes
Regiões 2007 (em %)
Tabela 67 - Distribuição dos educandos concluintes dos cursos do PNQ por grupos de anos de estudo: Brasil
e Grandes Regiões 2007 (em %)
Tabela 68 - Distribuição dos educandos concluintes dos cursos do PNQ por posição na ocupação: Brasil e
Grandes Regiões 2007 (em %)
Tabela 69 - Distribuição dos educandos concluintes dos cursos do PNQ por faixas de renda familiar: Brasil
e Grandes Regiões 2007 (em %)
Tabela 70 - Distribuição dos educandos concluintes dos cursos do PNQ por público prioritário: Brasil
2005-2007
Tabela 71 - Distribuição dos educandos concluintes dos cursos do PNQ por público prioritário: Brasil e
Grandes Regiões 2007 (em %)
Gráfico 14 - Carga horária média dos cursos de qualificação profissional e social do PNQ: Brasil 2002-2007
(em horas)
Gráfico 15 - Distribuição das turmas dos cursos do PNQ, por exigência de escolaridade mínima para
realização do curso: Brasil 2007 (em %)
Gráfico 16 - Distribuição dos educandos concluintes dos cursos do PNQ por sexo: Brasil e Grandes Regiões
2007 (em %)
Gráfico 17 - Distribuição da PEA total e dos educandos concluintes dos cursos do PNQ por sexo: Brasil 2007
(em %)
Gráfico 18 - Distribuição dos educandos concluintes dos cursos do PNQ, por categoria de emprego: Brasil e
Grandes Regiões 2007 (em %)
Gráfico 19 - Distribuição da PEA total e dos educandos concluintes dos cursos do PNQ por faixa etária: Brasil
2007 (em %)
Gráfico 20 - Proporção da PEA total e dos educandos concluintes dos cursos de qualificação do PNQ, por
grupo específico da população vulnerável: Brasil 2002-2007 (em %)
Gráfico 21 - Distribuição da PEA total e dos educandos concluintes dos cursos do PNQ, por grupos de anos de
estudo: Brasil 2007 (em %)
Gráfico 22 - Distribuição da PEA ocupada e dos educandos concluintes dos cursos do PNQ, por posição na
ocupação: Brasil 2007 (em %)
Gráfico 23 - Distribuição da PEA empregada e dos educandos concluintes dos cursos do PNQ, por categoria de
emprego: Brasil 2007 (em %)
Gráfico 24 - Distribuição da PEA empregada e dos educandos concluintes dos cursos do PNQ, por faixa de
rendimento médio mensal: Brasil 2007 (em %)
o
§ 1 O MTE poderá adicionar ao PNQ, a seu critério, outros recursos de outras fontes
complementares aos recursos do FAT, devendo a utilização de tais recursos ser explicitada e
submetida ao estabelecido nesta resolução.
o
§ 2 Define-se qualificação social e profissional, no âmbito desta resolução como
aquela que permite a inserção e atuação cidadã no mundo do trabalho, com efetivo impacto
o
para a consecução dos objetivos descritos no Art. 2 .
Art. 2º O PNQ deve contribuir para promover a integração das políticas e para a
articulação das ações de qualificação social e profissional do Brasil e, em conjunto com outras
políticas e ações vinculadas o emprego, trabalho, renda e educação, deve promover
gradativamente a universalização do direito dos trabalhadores à qualificação, com vistas a
contribuir para:
I – a formação integral (intelectual, técnica, cultural e cidadã) dos/as trabalhadores/as
brasileiros/as;
II – aumento da probabilidade de obtenção de emprego e trabalho decente e da
participação em processos de geração de oportunidades de trabalho e de renda, reduzindo os
níveis de desemprego e subemprego;
III – elevação da escolaridade dos trabalhadores/as, através da articulação com as
políticas públicas de educação, em particular com a Educação de Jovens e Adultos;
IV – inclusão social, redução da pobreza, combate à discriminação e diminuição da
vulnerabilidade das populações;
V – aumento da probabilidade de permanência no mercado de trabalho, reduzindo os
riscos de demissão e as taxas de rotatividade ou aumento da probabilidade de sobrevivência
do empreendimento individual e coletivo;
VI – elevação da produtividade, melhoria dos serviços prestados, aumento da
competitividade e das possibilidades de elevação do salário ou da renda; e
VII – efetiva contribuição para articulação e consolidação do Sistema Nacional de
Formação Profissional, articulado ao Sistema Público de Emprego e ao Sistema Nacional de
Educação.
§ 1º Para fins da consecução dos objetivos indicados neste artigo, as ações do PNQ
serão orientadas no sentido da crescente integração com outros programas e projetos
financiados pelo FAT, particularmente a intermediação de mão-de-obra, o microcrédito, a
economia solidária e o seguro desemprego, e outras políticas públicas que envolvam geração
de trabalho, emprego e renda.
215
o
§ 2 Para fins da articulação referida no caput deste artigo, a QSP do país inclui o
estabelecimento de relações efetivas entre demanda atual e futura de qualificação levantada
pelo poder público e pela sociedade civil organizada e a oferta efetiva ou potencial de serviços
de entidades públicas ou privadas, que podem firmar convênios ou outros instrumentos legais
para execução de programas e projetos no âmbito do PNQ, abrangendo as seguintes
entidades:
I – secretarias estaduais ou municipais de trabalho, arranjos institucionais municipais
ou equivalentes de municipal que tenham a responsabilidade em seu território pelas ações de
qualificação social e profissional;
I – secretarias estaduais ou municipais de trabalho; (Redação dada pela Resolução nº
478/2006)
II – escolas técnicas públicas, empresas públicas e outros órgãos da Administração
Pública, inclusive de administração direta de âmbito federal, estadual e municipal,
incumbidos regimental ou estatutariamente do ensino, pesquisa ou extensão ou que
comprovadamente executem ações de qualificação social e profissional;
III- serviços nacionais sociais e de aprendizagem;
IV – centrais sindicais, confederações empresariais e outras entidades representativas
de setores sociais organizados, através de seus órgãos específicos de qualificação social ou
profissional: escolas , institutos, fundações ou outros;
V – Universidades definidas na forma da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 e
outras instituições de ensino superior, devidamente reconhecidas pelo Ministério da
Educação, na sua área de especialidade;
VI – fundações, institutos, escolas comunitárias rurais e urbanas e outras entidades
comprovadamente especializadas na qualificação social e profissional; e
VII – organizações não governamentais e seus consórcios com existência legal que
comprovadamente realizem atividades de qualificação social e profissional.
§3º Entende-se, no âmbito do PNQ, arranjos institucionais municipais como a entidade
jurídica e legalmente constituída envolvendo municípios, podendo representar, desde que haja
previsão de garantia de responsabilidade civil e legal solidária entre os componentes do
arranjo:
I – Todos ou parte dos municípios de uma mesorregião – municípios localizados em
dois ou mais estados;
216
suas alterações, e no Anexo I a esta Resolução, inclusive nos casos em que houver permissivo
legal para a contratação direta.
§ 2º Na hipótese legal de contratação direta, por dispensa ou inexigibilidade de
licitação, das instituições a que se refere o caput deste artigo, o processo de seleção, após ser
devidamente instruído pela Secretaria Estadual do Trabalho, em observância à Lei nº 8.666,
de 1993, e suas alterações, deverá ser encaminhado, para avaliação, à respectiva Comissão
Estadual de Emprego, ou Comissões Municipais de Emprego, no caso de PlanTeQs
municipais, que verificarão, necessariamente, se foram atendidos os requisitos mínimos de
qualificação técnica e de capacidade de execução , nos termos do Anexo I a esta Resolução,
devendo expedir pronunciamento conclusivo a respeito daquela contratação até 10 (dez) dias
úteis após a respectiva Comissão haver sido convocada para tal, remetendo-o à entidade
gestora do respectivo PlanTeQ e ao DEQ/SPPE/MTE, com a ausência desse pronunciamento
sendo entendido como concordância quanto ao processo de seleção.
§ 3º É vedada, à instituição contratada:
I – a realização de atividades fora do seu campo de especialização, salvo em casos
excepcionais, devidamente autorizados pelo DEQ/SPPE/MTE;
II – a subcontratação, em parte ou na sua totalidade, do objeto principal do contrato de
execução de ações de QSP no âmbito do PNQ, independentemente da denominação utilizada
no ajuste.
Art. 6º Os Estados, o Distrito Federal, os Arranjos Institucionais Municipais e as
Entidades executoras dos ProEsQs, quando da contratação de instituições para executar as
ações de qualificação social e profissional no âmbito do PNQ, farão disponibilizar no Sistema
Integrado de Gestão das Ações de Emprego – SIGAE ou seu sucedâneo, no mínimo até dez
dias úteis antes da data fixada para o início das ações, a planilha detalhada de custos,
contendo a composição de todos os custos unitários, e o cronograma de execução das ações, o
qual deverá conter, necessariamente, os itens relacionados no Anexo II a esta Resolução.
Art. 6º Os Estados, o Distrito Federal, e as Entidades executoras dos ProEsQs, quando
da contratação de instituições para executar as ações de qualificação social e profissional no
âmbito do PNQ, farão disponibilizar no Sistema Integrado de Gestão das Ações de Emprego –
SIGAE ou seu sucedâneo, no mínimo até dez dias úteis antes da data fixada para o início das
ações, a planilha detalhada de custos, contendo a composição de todos os custos unitários, e o
cronograma de execução das ações, o qual deverá conter, necessariamente, os itens
relacionados no Anexo II a esta Resolução. (Redação dada pela Resolução nº 478/2006)
223
Art. 11. Deverão ser adotados, na elaboração dos Planos de Trabalho, os seguintes
parâmetros de custo, sem prejuízo da comprovação de sua adequação ao mercado de trabalho
local, documentada mediante tabelas de preços de associações profissionais, publicações
especializadas e outras fontes previstas em lei:
I – ações de QSP caracterizadas como cursos, e outras formas de ensino presencial ou
à distância serão calculadas a partir do valor médio por aluno-hora, custos comprovados de
ações semelhantes no mercado local, nos termos da fórmula seguinte:
x = (a . b . y), onde:
x = custo total do curso;
a = número total de educandos matriculados no curso;
b = carga horária do curso, por educando;
y = custo médio aluno-hora baseados nos preços de mercado na localidade, expressos
em planilha detalhada.
II – ações de extensão, pesquisa, assessoria, consultoria e afins serão orçadas em horas
técnicas, tomando por base a máxima remuneração de profissionais de nível e área
correspondentes aos do projeto, pagos pela universidade pública, federal ou estadual, ou
preços de mercado na localidade, dentre esses o menor.
§ 1º O valor máximo do custo médio aluno hora será fixado pelo CODEFAT a partir
de nota técnica elaborada pelo DEQ/SPPE/MTE.
o
§ 2 Os custos calculados em bases diferentes dos especificados nos incisos I e II
acima, caso elevem o dispêndio por aluno-hora ou por hora técnica acima dos parâmetros
indicados, poderão ser aceitos desde que justificados com base em pelo menos um dos
seguintes critérios:
I – preços vigentes no mercado de trabalho local, comprovados por meio de tabelas de
associações profissionais, publicações especializadas e outras fontes previstas na legislação
em vigor;
II – especificidade do projeto a ser desenvolvido e dos profissionais a serem
contratados, documentada em bibliografia, estatísticas, pareceres especializados e outras
referências técnicas aplicáveis à matéria;
III – peculiaridades regionais comprovadas, que impliquem ônus adicional ao projeto,
tais como distâncias, transportes, comunicações, condições climáticas.
§3º O custo total de um projeto poderá combinar os dois parâmetros indicados (alunos-
hora e horas técnicas) devidamente especificados segundo a natureza das ações previstas.
228
o
§3 o SPMA contribuirá para que o planejamento no âmbito do PNQ seja
participativo; capaz de integrar a dimensão estratégica com a operacional e a dimensão
política com a dimensão técnica; orientado pelas oportunidades geradas pelas políticas de
desenvolvimento e geração de trabalho e renda.
o
§ 4 o SPMA contribuirá para que o monitoramento no âmbito do PNQ seja voltado
para orientar os agentes e evitar ou superar problemas; permanente e contínuo; orientado na
qualidade social e pedagógica dos cursos e ações de qualificação.
o
§ 5 o SPMA contribuirá para que a avaliação no âmbito do PNQ apresente enfoque
qualitativo, inserido em uma perspectiva transformadora das práticas e da realidade;
comprometimento com o “direito à informação” para os participantes dos programas que
estão sendo avaliados e demais públicos interessados.
o
§ 6 O MTE mobilizará as Delegacias e Subdelegacias Regionais do Trabalho dentro
das atribuições que lhe cabem institucionalmente, sem sobreposição com as atribuições de
outros órgãos públicos de controle, no sentido de acompanhar, monitorar e fiscalizar as ações
do PNQ realizadas no âmbito das respectivas unidades da federação.
§ 7º O MTE manterá contato permanente com os órgãos de controle, em particular a
Secretaria Federal de Controle/CGU-PR e o Tribunal de Contas da União no sentido de
intercambiar informações e estabelecer cooperação no sentido do aperfeiçoamento da
execução do PNQ.
§ 8º Em complementação às ações de auditoria e supervisão operacional dos PlanTeQs
e ProEsqs, o MTE poderá contratar entidade especializada em auditoria externa independente,
para apresentar subsídios adicionais ao trabalho do órgão gestor das ações de controle do
PNQ.
§ 9º O DEQ/ SPPE/MTE deverá submeter ao CODEFAT termos de referência da
metodologia a ser aplicada nos processos de avaliação e controle, bem como informações
sistematizadas de seus resultados, com vistas à divulgação periódica, por meio de relatórios,
boletins e outros instrumentos, tendo em vista a sua competência, no âmbito do Ministério do
Trabalho e Emprego, de acompanhamento, supervisão, controle e avaliação técnico-gerencial
do PNQ.
§ 10º O CODEFAT poderá, a seu critério, definir níveis, instâncias e mecanismos
complementares de avaliação e controle do PNQ.
233
Art. 18. O PNQ poderá ser revisto durante sua execução, tanto no que diz respeito aos
PlanTeQs quanto às ProEsQs, por iniciativa de qualquer das partes envolvidas no respectivo
convênio ou contrato, desde que as alterações propostas:
I - sejam definidas de comum acordo entre as partes;
II - respeitem os limites do orçamento estabelecido para o exercício, bem como os
critérios de distribuição e as estruturas de alocação de recursos indicada nesta Resolução, para
os PlanTeQs e ProEsQs;
III - sejam aprovadas pelas respectivas Comissões Estaduais de Emprego ou
Municipais de Emprego, no caso dos PlanTeQs.
Art. 19. A transferência de recursos aos PlanTeQs e ProEsQs, em cada exercício,
obedecerá, necessariamente, aos seguintes requisitos técnicos, sem prejuízo da legislação
aplicável à matéria:
I - para a transferência inicial, de até 50% (cinquenta por cento) do total conveniado:
apresentação, na forma adequada e em prazos hábeis para análise e processamento, de Plano
de Trabalho ou Projeto consistente com os termos desta Resolução, bem como
disponibilização, no SIGAE ou seu sucedâneo, das seguintes informações relativas às ações
de qualificação profissional, no âmbito do PNQ:
a) informações de planejamento, para o exercício corrente, necessárias ao
acompanhamento, fiscalização e controle da execução das atividades;
b) todas as ações desenvolvidas no exercício anterior;
c) a comprovação da solução de pendências da Prestação de Contas do exercício
anterior;
II) para transferências subsequentes, ao longo do exercício: apresentação de relatórios
gerenciais de acompanhamento das ações, nas datas, condições e formato pré-estabelecidos,
incluindo, necessariamente, a alimentação comprovada no SIGAE de todos os contratos já
celebrados e a comprovação da contratação ou de resultados da execução do projeto especial
de avaliação externa.
§ 1º As transferências de recursos posteriores à inicial serão proporcionais à
alimentação, no SIGAE, das informações concernentes aos contratos celebrados.
§ 2° Cabe ao DEQ/ SPPE/MTE elaborar e submeter ao CODEFAT, previamente a sua
divulgação aos interessados, termos de referência para formatação e apresentação dos
PlanTeQs e ProEsQs, bem como dos relatórios gerenciais de acompanhamento e supervisão.
234
ANEXO I
QUALIFICAÇÃO TÉCNICA
ANEXO II
vedada cobrança direta aos estudantes de taxas de matrícula, custeio de material didático ou
qualquer outro valor pela prestação do serviço. (Redação dada pela Medida Provisória nº
593, de 2012)
§ 4o Os valores das bolsas-formação concedidas na forma prevista
no caput correspondem ao custo total do curso por estudante, incluídos as mensalidades,
encargos educacionais e o eventual custeio de transporte e alimentação ao beneficiário,
vedada cobrança direta aos estudantes de taxas de matrícula, custeio de material didático ou
qualquer outro valor pela prestação do serviço. (Redação dada pela Lei nº 12.816, de 2013)
§ 5o O Poder Executivo disporá sobre o valor de cada bolsa-formação, considerando-
se, entre outros, os eixos tecnológicos, a modalidade do curso, a carga horária e a
complexidade da infraestrutura necessária para a oferta dos cursos.
§ 6o O Poder Executivo disporá sobre normas relativas ao atendimento ao aluno, às
transferências e à prestação de contas dos recursos repassados no âmbito do Pronatec.
§ 7o Qualquer pessoa, física ou jurídica, poderá denunciar ao Ministério da Educação,
ao Tribunal de Contas da União e aos órgãos de controle interno do Poder Executivo
irregularidades identificadas na aplicação dos recursos destinados à execução do Pronatec.
Art. 6º-A A execução do Pronatec poderá ser realizada por meio da concessão das
bolsas-formação de que trata a alínea “a” do inciso IV do caput do art. 4º aos estudantes
matriculados em instituições privadas de ensino superior e de educação profissional técnica de
nível médio, nas formas e modalidades definidas em ato do Ministro de Estado da
Educação. (Incluído pela Medida Provisória nº 593, de 2012)
§ 1º Para fins do disposto no caput, as instituições privadas de ensino superior e de
educação profissional técnica de nível médio deverão: (Incluído pela Medida Provisória nº
593, de 2012)
I - aderir ao Pronatec com assinatura de termo de adesão por suas
mantenedoras; (Incluído pela Medida Provisória nº 593, de 2012)
II - habilitar-se perante o Ministério da Educação; e (Incluído pela Medida
Provisória nº 593, de 2012)
III - atender aos índices de qualidade acadêmica e outros requisitos estabelecidos em
ato do Ministro de Estado da Educação. (Incluído pela Medida Provisória nº 593, de 2012)
§ 2 A habilitação de que trata o inciso II do § 1o, no caso da instituição privada de
o
Art. 6o-A. A execução do Pronatec poderá ser realizada por meio da concessão das
bolsas-formação de que trata a alínea a do inciso IV do caput do art. 4o aos estudantes
matriculados em instituições privadas de ensino superior e de educação profissional técnica de
nível médio, nas formas e modalidades definidas em ato do Ministro de Estado da
Educação. (Incluído pela Lei nº 12.816, de 2013)
§ 1o Para fins do disposto no caput, as instituições privadas de ensino superior e de
educação profissional técnica de nível médio deverão: (Incluído pela Lei nº 12.816, de 2013)
I - aderir ao Pronatec com assinatura de termo de adesão por suas
mantenedoras; (Incluído pela Lei nº 12.816, de 2013)
II - habilitar-se perante o Ministério da Educação; (Incluído pela Lei nº 12.816, de
2013)
III - atender aos índices de qualidade acadêmica e a outros requisitos estabelecidos em
ato do Ministro de Estado da Educação; e (Incluído pela Lei nº 12.816, de 2013)
IV - garantir aos beneficiários de Bolsa-Formação acesso a sua infraestrutura
educativa, recreativa, esportiva e cultural. (Incluído pela Lei nº 12.816, de 2013)
§ 2o A habilitação de que trata o inciso II do § 1 o deste artigo, no caso da instituição
privada de ensino superior, estará condicionada ao atendimento dos seguintes
requisitos: (Incluído pela Lei nº 12.816, de 2013)
I - atuação em curso de graduação em áreas de conhecimento correlatas à do curso
técnico a ser ofertado ou aos eixos tecnológicos previstos no catálogo de que trata o § 2o do
art. 5o; (Incluído pela Lei nº 12.816, de 2013)
II - excelência na oferta educativa comprovada por meio de índices satisfatórios de
qualidade, nos termos estabelecidos em ato do Ministro de Estado da Educação; (Incluído
pela Lei nº 12.816, de 2013)
III - promoção de condições de acessibilidade e de práticas educacionais
inclusivas. (Incluído pela Lei nº 12.816, de 2013)
§ 3o A habilitação de que trata o inciso II do § 1 o deste artigo, no caso da instituição
privada de educação profissional técnica de nível médio, estará condicionada ao resultado da
sua avaliação, de acordo com critérios e procedimentos fixados em ato do Ministro de Estado
da Educação, observada a regulação pelos órgãos competentes do respectivo sistema de
ensino. (Incluído pela Lei nº 12.816, de 2013)
§ 4o Para a habilitação de que trata o inciso II do § 1o deste artigo, o Ministério da
Educação definirá eixos e cursos prioritários, especialmente nas áreas relacionadas aos
251
não haja prejuízo à sua carga horária regular e ao atendimento do plano de metas de cada
instituição pactuado com seu mantenedor, se for o caso.
§ 2o Os valores e os critérios para concessão e manutenção das bolsas serão fixados
pelo Poder Executivo.
§ 3o As atividades exercidas pelos profissionais no âmbito do Pronatec não
caracterizam vínculo empregatício e os valores recebidos a título de bolsa não se incorporam,
para qualquer efeito, ao vencimento, salário, remuneração ou proventos recebidos.
§ 4o O Ministério da Educação poderá conceder bolsas de intercâmbio a profissionais
vinculados a empresas de setores considerados estratégicos pelo governo brasileiro, que
colaborem em pesquisas desenvolvidas no âmbito de instituições públicas de educação
profissional e tecnológica, na forma do regulamento.
Art. 10. As unidades de ensino privadas, inclusive as dos serviços nacionais de
aprendizagem, ofertantes de cursos de formação inicial e continuada ou qualificação
profissional e de cursos de educação profissional técnica de nível médio que desejarem aderir
ao Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), de que trata a Lei nº
10.260, de 12 de julho de 2001, deverão cadastrar-se em sistema eletrônico de informações da
educação profissional e tecnológica mantido pelo Ministério da Educação e solicitar sua
habilitação.
Parágrafo único. A habilitação da unidade de ensino dar-se-á de acordo com critérios
fixados pelo Ministério da Educação e não dispensa a necessária regulação pelos órgãos
competentes dos respectivos sistemas de ensino.
Art. 11. O Fundo de Financiamento de que trata a Lei nº 10.260, de 12 de julho de
2001, passa a se denominar Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Art. 12. Os arts. 1o e 6o da Lei no 10.260, de 12 de julho de 2001, passam a vigorar
com a seguinte redação:
“Art. 1o É instituído, nos termos desta Lei, o Fundo de Financiamento Estudantil
(Fies), de natureza contábil, destinado à concessão de financiamento a estudantes
regularmente matriculados em cursos superiores não gratuitos e com avaliação positiva nos
processos conduzidos pelo Ministério da Educação, de acordo com regulamentação própria.
§ 1o O financiamento de que trata o caput poderá beneficiar estudantes matriculados
em cursos da educação profissional e tecnológica, bem como em programas de mestrado e
doutorado com avaliação positiva, desde que haja disponibilidade de recursos.
.............................................................................................
254
§ 3o A oferta de bolsa para formação dos trabalhadores de que trata este artigo
considerará, entre outros critérios, a capacidade de oferta, a reincidência no recebimento do
benefício, o nível de escolaridade e a faixa etária do trabalhador.” (NR)
“Art. 8o O benefício do seguro-desemprego será cancelado:
I - pela recusa por parte do trabalhador desempregado de outro emprego condizente
com sua qualificação registrada ou declarada e com sua remuneração anterior;
256
“Art. 15. É instituído o Programa de Bolsas para a Educação pelo Trabalho, destinado
aos estudantes de educação superior, prioritariamente com idade inferior a 29 (vinte e nove)
anos, e aos trabalhadores da área da saúde, visando à vivência, ao estágio da área da saúde, à
educação profissional técnica de nível médio, ao aperfeiçoamento e à especialização em área
profissional, como estratégias para o provimento e a fixação de profissionais em programas,
projetos, ações e atividades e em regiões prioritárias para o Sistema Único de Saúde.
...................................................................................” (NR)
“Art. 16. ........................................................................
.............................................................................................
V - Orientador de Serviço; e
VI - Trabalhador-Estudante.
.............................................................................................
§ 4o As bolsas relativas à modalidade referida no inciso VI terão seus valores fixados
pelo Ministério da Saúde, respeitados os níveis de escolaridade mínima requerida.” (NR)
Art. 17. É criado o Conselho Deliberativo de Formação e Qualificação Profissional,
com a atribuição de promover a articulação e avaliação dos programas voltados à formação e
qualificação profissional no âmbito da administração pública federal, cuja composição,
competências e funcionamento serão estabelecidos em ato do Poder Executivo. (Vide
Decreto nº 7.855, de 2012)
Art. 18. Compete ao Ministério da Educação a habilitação de instituições para o
desenvolvimento de atividades de formação e qualificação profissional a serem realizadas
com recursos federais, nos termos do regulamento.
Art. 18. Compete ao Ministério da Educação a habilitação de instituições para o
desenvolvimento de atividades de educação profissional realizadas com recursos federais, nos
termos do regulamento. (Redação dada pela Medida Provisória nº 593, de 2012)